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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

        DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

           LICENCIATURA PLENA EM MATEMATICA




ESTUDO DO MÉTODO MONTE CARLO: SEU USO PARA O
       CÁLCULO DE INTEGRAIS DEFINIDAS
             NO AMBIENTE OCTAVE




             RODRIGO VITOR DA SILVA




              SENHOR DO BONFIM – BA

                  MARÇO DE 2010
RODRIGO VITOR DA SILVA




ESTUDO DO MÉTODO MONTE CARLO: SEU USO PARA O
       CÁLCULO DE INTEGRAIS DEFINIDAS
             NO AMBIENTE OCTAVE




                      Monografia apresentada ao Departamento
                      de Educação, Campus VII da Universidade
                      do Estado da Bahia, como avaliação
                      parcial da disciplina Monografia e um dos
                      requisitos para obtenção do grau de
                      Licenciado em Matemática.

                      Orientador: Prof. Ivan Souza Costa




                Senhor do Bonfim
                     2010
RODRIGO VITOR DA SILVA

ESTUDO DO MÉTODO MONTE CARLO: SEU USO PARA O CÁLCULO DE
         INTEGRAIS DEFINIDAS NO AMBIENTE OCTAVE




                   BANCA EXAMINADORA




       ______________________________________________

              Prof. Geraldo Caetano de Souza Filho

                         (Examinador)



       ______________________________________________

                Prof. Wagner Ferreira de Santana

                         (Examinador)



       ______________________________________________

                     Prof. Ivan Souza Costa

                          (Orientador)
A Deus meu melhor amigo.
A minha amada esposa Elicelia Reis,
pelo apoio e compreensão, oferecidos de
modo    tão   espontâneo   durante   a
elaboração deste trabalho, bem como ao
longo do curso.
.

                               AGRADECIMENTOS



      À Universidade do Estado da Bahia pelo compromisso com a Educação de
qualidade por todo o Estado.

      Ao Campus VII da UNEB e todo seu corpo de professores e funcionários.

      Aos meus familiares e minha esposa Elicélia Reis, pelo apoio e motivação
durante este período.

      Ao professor Ivan Souza Costa pela valiosa orientação.

      Aos colegas do Campus VII, especialmente a turma de Matemática de
2002.1.

      A todos que contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO



O estudo de métodos numéricos tem sido uma importante área da matemática
aplicada a qual compreende uma vasta modalidade de métodos. Estes métodos
são tratados normalmente a partir da graduação nos cursos de Cálculo Numérico
objetivando a resolução de uma ampla gama de funções, equações e integrais
para a solução dos diversos problemas de interesse. O método a ser tratado
neste trabalho é o Monte Carlo. Ele faz parte do ramo do Cálculo Numérico o
qual consiste na solução de problemas baseados em números aleatórios. Este
método vem sendo extensivamente utilizado desde a década de 1950 em
diversos campos tanto da Matemática quanto da Física bem como em outras
áreas científicas como a Química, a Biologia e a Medicina. Este trabalho
caracteriza-se por um estudo introdutório do referido método no qual após a
apresentação do mesmo faremos alguns testes para comprovação de sua
eficácia através da determinação do valor de π e do cálculo de integrais
definidas de funções conhecidas.


Palavras-chave: Métodos numéricos, números aleatórios, método Monte Carlo.
LISTA DE FIGURAS


Figura 01 – Região delimitada entre os eixos cartesianos e abaixo da curva dada pela
                                                                       K
               função f(x) para o cálculo da integral                  ∫ f ( x) dx
                                                                       0
                                                                                     pelo Método Monte Carlo...16

Figura 02- ícone para a chamada do programa Octave.....................................................18


Figura 03 - Quarto de círculo inscrito num quadrado para a determinação de π
              pelo Método Monte Carlo...............................................................................20

Figura 04 – Região delimitada pela curva f 2 ( x) para o teste do Método Monte Carlo
                                             1

                                             ∫x
                                                  2
               no cálculo da Integral                 dx ........................................................................21
                                             0


Figura 05 – Região delimitada por uma curva f 3 ( x) para o teste do Método Monte Carlo
                                        e x −1
                                             1

               no cálculo da Integral ∫       dx .....................................................................22
                                      0
                                         e −1
LISTA DE QUADROS



Quadro 01- Programa para determinação do valor de π pelo Método Monte
             Carlo .................................................................................................24


Quadro 02- Resultados para o valor de π para diferentes valores de n.............25


Quadro 03- Erro relativo percentual para o valor de π em função de n...............26


Quadro 04- Valores de π para um mesmo valor de n=5000.................................27

                                                                            1

                                                                            ∫x
                                                                                 2
Quadro 05- Programa para determinação da integral                                    dx usando o Método
                                                                            0

             Monte Carlo.......................................................................................28

                                               1

                                               ∫x
                                                    2
Quadro 06- Cálculo da área pela                         dx usando o Método Monte Carlo para
                                               0

             diferentes valores de n.....................................................................29


                                                                   e x −1   1
Quadro 07- Programa para determinação da integral                ∫ e −1 dx usando o
                                                                 0

             Método Monte Carlo..........................................................................30

                                           1
                                            e x −1
Quadro 08 - Cálculo da integral           ∫ e −1 dx usando o Método Monte Carlo
                                          0

              para diferentes valores de n...........................................................31
SUMÁRIO




Capítulo I ....................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................9
   1.1.        CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................9
   1.2. JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................10
   1.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................11
       1.3.1. OBJETIVO GERAL ..............................................................................................11
       1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................11
   1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................12

Capítulo II .................................................................................................................................13
MÉTODO DE MONTE CARLO .............................................................................................13
   2.1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................13
       2.1.1. Determinação dos números aleatórios ...................................................................15
       2.1.2. Descrição do procedimento para a aplicação do método.......................................16
       2.1.3. A origem do nome do método Monte Carlo ..........................................................17
   2.2. APRESENTAÇÃO DO AMBIENTE OCTAVE .........................................................18

Capítulo III................................................................................................................................20
   PROPOSIÇÃO DOS PROBLEMAS....................................................................................20
       3.1. Problema 1 – Determinação do valor de π pelo Método Monte Carlo ...................20
                                                                   1

                                                                   ∫x
                                                                        2
       3.2. Problema 2 – Cálculo da Integral                                dx pelo Método Monte Carlo.......................21
                                                                   0

                                                                   1
                                               e x −1
       3.3. Problema 3 – Cálculo da integral ∫       dx pelo Método Monte Carlo..................22
                                             0
                                                e −1


Capítulo IV ...............................................................................................................................23
   4.1. Análise e discussão da solução do Problema 1.............................................................23
   4.2. Análise e discussão da Solução do Problema 2 ............................................................27
   4.3. Análise e discussão da Solução do Problema 3 ............................................................30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS34
9




                                       Capítulo I

                                    INTRODUÇÃO



1.1.   CONSIDERAÇÕES INICIAIS



       As integrais, sejam elas definidas ou indefinidas, possuem uma ampla
variedade de aplicações cujo estudo faz parte dos cursos de Cálculo Diferencial e
Integral, Estatística, Cálculo Numérico, dentre outros. Possuem ampla aplicação na
Física e na Engenharia. No caso específico da Física, freqüentes e importantes
problemas referem-se à resolução de integrais e suas diversas aplicações. Na
maioria dos casos, normalmente podem ser resolvidas por métodos analíticos já
bastante consagrados na literatura matemática.




       Entretanto, é comum nos depararmos com situações onde a formulação de
um modelo matemático para representar a realidade é uma tarefa difícil. Outras
vezes existem dificuldades metodológicas na resolução do modelo proposto. Para
isto, uma proposta alternativa é a utilização de técnicas de simulação para encontrar
soluções aproximadas destas integrais. Dentre estas técnicas temos o Método de
Monte Carlo. “A idéia principal por trás de Monte Carlo na abordagem desses
problemas, é aproveitar ao máximo a força da análise teórica, e ao mesmo tempo
evitar suas fraquezas substituindo a teoria por experimento, onde quer que a
primeira falhe.” (ROSA et all, 2002, p. 01).



       O Método de Monte Carlo, o qual será objeto de estudo deste trabalho,
fundamenta-se na Distribuição de Probabilidade, fazendo uso de amostras
aleatórias. “Para que uma simulação de Monte Carlo esteja presente em um estudo
basta que este faça uso de números aleatórios na verificação de algum problema.”
(ANGELOTTI, 2008, p. 01)




9
10


1.2. JUSTIFICATIVA



      Devido à busca de valores finais e decisivos, comum nas áreas da
Matemática Aplicada como em Engenharia, Física, Economia e Estatística, sem
demasiado exagero se observa o pragmatismo necessário para a obtenção de
resultados em valores numéricos. Um dos principais motivos que justificam tal fato é
a morosidade com que alguns métodos requerem ou a forma muitas vezes
complexas com que estes precisam ser abordadas, e por esse motivo consomem
um tempo que na maioria das vezes o engenheiro ou cientista não dispõe. Além
disso, deve-se levar em conta a dificuldade de encontrar uma função que possa
represente o modelo a ser tratado. Mesmo em caso positivo, é provável recair em
uma equação nem sempre tão simples de se calcular pelos métodos de solução
analítica, sendo necessário que o engenheiro lance mão de métodos alternativos,
que simulem o sistema em questão.




      Dentro da Física, freqüentemente encontram-se trabalhos que requerem
aplicações de integrais definidas, fazendo-se necessário encontrar o resultado
efetivo que possa ser solução de acordo com os dados numéricos e analíticos
fornecidos.




      Devido aos argumentos expostos acima, surgiu a necessidade da busca de
um método alternativo que também possa ser solução e forneça resultados
satisfatórios para as Integrais Definidas. Naturalmente, dentro do grau de certeza
com que o caso a ser considerado deve apresentar. Por conseguinte, naturalmente,
surgem exemplos de indagações como as seguintes: Como outro método, de
natureza decisiva e dentro dos moldes da aritmética pode ser solução de um
problema que é fornecido pela Integral Definida que estando nos moldes da
analiticidade, e devido à sua formalidade, fornecem-se valores exatos? Quão
confiante pode ser tal método para que possa ser usado na resolução de tal




10
11

questão? Quanto tempo pode ser reduzido utilizando um método alternativo? Em
quais casos o método é adequado?



        É através desses questionamentos, que surgiu a vontade e o planejamento de
se executar um trabalho que tivesse aspecto monográfico. Dessa forma, o trabalho
será desenvolvido no direcionamento das questões levantadas acima, sem ter, no
entanto, a presunção de responder pronto e decisivamente aos questionamentos
levantados.




1.3. OBJETIVOS



        1.3.1. OBJETIVO GERAL



     • Iniciar o estudo sobre aplicações do método de Monte Carlo na resolução de
        problemas simples como o cálculo do valor de π e integrais definidas no
        ambiente Octave.




        1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS



     • Provocar o interesse de outros estudantes a realizarem futuros trabalhos
        também utilizando o método Monte Carlo, para aplicações diversas.



     • Analisar o quanto tal método é possível de ser efetivo na busca do
        fornecimento de valores dentro das especificidades das áreas da Matemática
        aplicada.



     • Apresentar o ambiente Octave para desenvolvimentos de programas
        envolvendo Cálculo Numérico.


11
12

1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO



      Esta monografia está dividida em quatro capítulos, sendo esta a introdução, o
capítulo I, onde começamos com as considerações iniciais sendo colocado o
problema. Em seguida é apresentada a justificativa da escolha do tema seguido da
apresentação dos objetivos a serem alcançados.




      O capítulo II, consta da apresentação do método Monte de Carlo com as
equações a serem utilizadas, bem como uma descrição dos procedimentos para a
sua aplicação. Em seguida é feita uma breve explanação sobre a origem do nome
do método. Ainda neste capitulo é apresentado o ambiente Octave onde foram
realizados os programas para determinação da solução das integrais pelo referido
método.




      No capítulo III serão apresentados os problemas a serem tratados. Divide-se
em duas partes: Descrição do modelo que será usado e os procedimentos para
executá-lo.




      No capítulo IV apresentaremos a solução dos problemas através da
simulação. Para melhor compreensão os resultados serão apresentados em tabelas
de acordo com o número de iterações realizadas, para em seguida ser feita uma
análise dos resultados obtidos. Faremos também algumas propostas para possíveis
aprimoramentos do método estudado e proposição de futuros trabalhos utilizando o
método em questão.


      Por último chega-se à conclusão do trabalho, com a apresentação dos
principais resultados, enfatizando os resultados obtidos com os objetivos propostos.




12
13


                                      Capítulo II

                          MÉTODO DE MONTE CARLO


2.1. APRESENTAÇÃO




      A forma mais comum de dividir a matemática em áreas de estudo é classificá-
la como a matemática pura e a matemática aplicada. Mas existem muitos outros
modos de classificá-la. Um modo alternativo seria a matemática experimental e a
matemática teórica tal como ocorre com a física. No caso da matemática
experimental o computador tem se tornado uma ferramenta essencial para a
realização dos experimentos, restando aos ditos teóricos o uso de lápis e papel que
deduzem conclusões a partir dos postulados, diferente dos experimentalistas que
inferem conclusões a partir das observações de determinado fenômeno. Tais linhas
de ação mostram a diferença entre a dedução e a indução, ou mesmo entre a
indução matemática indução empírica.


                    A “indução empírica” nas Ciências Naturais procede de uma série particular
                    de observações de um certo fenômeno até o enunciado de uma lei geral
                    que regula toda as ocorrências desse fenômeno. (...) De um modo bastante
                    diferente, a indução matemática é utilizada para demonstrar a veracidade
                    de um teorema matemático em uma sequência infinita de casos, o primeiro,
                    o segundo, o terceiro, e assim por diante, sem exceção. (COURANT, 2000,
                    p. 12).



      O fazer da matemática experimental consiste na realização de experimentos
com objetos matemáticos, tais como números, ou equações, ou figuras geométricas.
Recentemente uma importante área da matemática experimental é a modelagem
matemática onde os modelos tratados são descritos por uma variedade de equações
desde as mais simples como a do primeiro e segundo grau, muito utilizadas na
descrição dos movimentos de partículas tratados na cinemática, quanto as
complexas equações diferenciais com utilizações mais aprofundadas numa
variedade de sistemas.




13
14

       Cada tipo dessas equações diferenciais requer métodos específicos para
solução, as quais culminam na resolução de integrais. Muitas destas soluções
podem ser obtidas analiticamente, porém, ainda assim, existem muitas delas que
possuem uma solução analítica muito difícil o que termina por exigir métodos
numéricos mais adequados para encontrar sua solução. Um destes métodos, aqui a
ser tratado, é o Método de Monte Carlo.


       O método de Monte Carlo compreende uma área da matemática experimental
o qual está preocupado em realizar experimentos com números aleatórios. Ele tem
sido usado extensivamente há bastante tempo na solução de problemas que vão
além da matemática experimental atingindo numerosos outros campos da ciência,
incluindo química, física nuclear, biologia e medicina. “O método de Monte Carlo
(MMC) é um método estatístico utilizado em simulações estocásticas com diversas
aplicações em áreas como a física, matemática e biologia.” (ANGELOTTI, 2008, p.
01).


       No método de Monte Carlo o resultado será uma função
                                   R(ξ1 , ξ 2 , ξ3 ,..., ξ N , )                         (01)

da sequência de números aleatórios ξ1 , ξ 2 ,... . Estes números são o estimador da
                           1   1
integral                   ∫ ...∫ R(x1,..., xN )dx1... dxN .
                           0   0
                                                                                         (02)

       O problema de avaliar integrais é um importante passo no aprendizado do
método de Monte Carlo, servindo assim, de base para o aprimoramento de técnicas
de aplicações mais gerais deste método. Sendo assim, por questão de simplicidade,
iremos apresentar neste trabalho o procedimento para a resolução da integral
                                             1
unidimensional                        Θ = ∫ f ( x ) dx.                                  (03)
                                             0

Apesar do fato de que tais integrais possam ser avaliadas mais eficientemente por
meios numéricos convencionais que não o método Monte Carlo. Vamos supor que a
                           1
solução da integral Θ = ∫ f ( x ) dx existe. Então, se ξ1 , ξ 2 ,...ξ N são números aleatórios
                           0

independentes distribuídos retangularmente entre 0 e 1, então as quantidades
                                                      f i = f (ξ i )                     (04)

14
15

são variedades aleatórias independentes com valor esperado Θ . Ficando o valor
médio da função acima dada por
                                                     N
                                               1
                                      f=
                                               N
                                                   ∑fi =1
                                                                i                   (05)

O valor de Θ , tem como variância a expressão

                                      1
                                          1
                                                                               σ2
                                          ∫ ( f (x )− Θ)
                                                                    2
                                                                        dx =        (06)
                                      N   0
                                                                               N

ficando o erro padrão de f dado por
                                                       σ
                                              σf =                  .               (07)
                                                            N

      Vemos assim que o Método Monte Carlo consiste de “um método estatístico
que envolve a geração de observações de distribuições de probabilidades, a serem
usados para aproximar funções a serem integradas” (WIKIPÉDIA, acesso em set
2009). O processo de simulação é possível de ser factível e rápido, se contado com
o poder de processamento dos computadores na aplicação da enorme quantidade
de experimentos que precisam ser feitos.


                    Isto se deveu principalmente na redescoberta de técnicas de simulação
                    relativamente simples, mas extremamente poderosas, que puderam ser
                    implementadas graças ao avanço nas capacidades computacionais.
                    (EHLERS, 2003, p. 01).



      Assim, o trabalho será desenvolvido de acordo com o exposto acima, e
formulado através do que se tornou o tema: Um estudo introdutório ao método de
Monte Carlo: Uma aplicação no cálculo de integrais definidas no ambiente Octave.



      2.1.1. Determinação dos números aleatórios



      A geração de números aleatórios é uma importante etapa na aplicação do
Método Monte Carlo. Na verdade trata-se de números pseudo-aleatórios, pois são
gerados por algoritmos geralmente contidos em pacotes de softwares, em
calculadoras ou em aplicativos, tais como o Maple, o Excell, o Octave entre outros.
No Octave eles são gerados pela função rand.


15
16


      2.1.2. Descrição do procedimento para a aplicação do método


      Após a apresentação do método no início deste capítulo, com as
apresentações das equações a serem utilizadas, será feito a seguir, um apanhado
dos procedimentos em que se baseia o método Monte Carlo.


      Como serão trabalhadas funções no plano cartesiano, é feita a geração dos
números que levarão a pontos no plano. Portanto no eixo das abscissas, será feita
também a geração de números no intervalo de interesse                      , e, de forma
análoga, no eixo das ordenadas será feita também a geração de pontos no intervalo
         . Os pontos que serão marcados no plano cartesiano serão dados pelas
coordenadas dos valores aleatórios encontrados correspondentemente no eixo das
abscissas e das ordenadas, respectivamente. (HASHIMOTO, 2004).



      De acordo com o método Monte Carlo, a área a ser determinada pela Integral
Definida será dada pela quantidade de pontos internos à área delimitada pelos eixos
coordenados e abaixo da função f(x). Na figura abaixo encontra-se um diagrama
esquemático desta região, cujo pontos internos estão representados por círculos.
Quando alguns destes pontos caem dentro do retângulo (M x K), mas acima da
região delimitada pela função f(x) e os eixos coordenados eles são rejeitados como
é o caso do ponto preto de coordenadas (x1, y1). Caso contrário eles serão aceitos.

                      y                                                 f ( x)
                                       (x1, y1)
                                         ●

                  M


                            ..........                  .........

                                                                             x
                                             K
         Figura 01 – Região delimitada entre os eixos cartesianos e abaixo da curva
                                                    K
 dada pela função f(x) para o cálculo da integral   ∫ f ( x) dx pelo Método Monte Carlo.
                                                    0




16
17

      Vamos supor ainda que os valores da função no intervalo [0, K] são menores
ou iguais a um valor conhecido, digamos M, e além disso que o valor função f(x) é
positivo no intervalo [0, K]. Inicialmente é gerada aleatoriamente a seqüência (x1 , y1),
(x2 , y2), ... , (xn , yn) de pontos onde 0 ≤ xi ≤ K e 0 ≤ yi ≤ M. É calculada então a
proporção de pontos que estão entre a curva e o eixo das abscissas, isto é, a
proporção de pontos tais que 0 ≤ yi ≤ f(xi).Na figura 01 estes pontos estão
representados por círculos. (Citado acima por HASHIMOTO).




      Ou seja, para cada número gerado para o intervalo no eixo das abscissas,
será gerado um número para o intervalo no eixo das ordenadas, e dessa forma será
formado o par coordenado. Saber-se-á, contudo, quando o ponto coordenado que
fora gerado estará abaixo ou acima da curva dada pela função em consideração da
seguinte maneira: para cada valor gerado (xi) do intervalo do eixo das abscissas,
será substituído na função em consideração, verificando se o valor (f(xi)) será maior
ou menor do que o respectivo valor de (yi) gerado no eixo das ordenadas. Os pontos
dentro da região de interesse serão mantidos e do contrário rejeitados. Assim a área
será estimada pela razão entre a quantidade de pontos internos Pint para a
quantidade de pontos totais Ptot dentro do retângulo delimitado pelos eixos
cartesianos e as retas x=K e y=M.




       2.1.3. A origem do nome do método Monte Carlo



      O nome e o uso sistemático do desenvolvimento do método Monte Carlo data
a partir de 1944. O termo método de Monte Carlo se originou a partir do nome da
cidade de Mônaco no Mediterrâneo conhecida pelos seus cassinos. O primeiro a
utilizar a técnica foi o matemático John Von Neumann, ao usar o método para
estudar a difusão aleatória de nêutrons durante o desenvolvimento da bomba
atômica. Atualmente, a denominação método de Monte Carlo tornou-se expressão
geral associada ao uso de números aleatórios e estatística de probabilidade. Para
que uma simulação de Monte Carlo esteja presente em um estudo basta que este
faça uso de números aleatórios na verificação de algum problema.


17
18


2.2. APRESENTAÇÃO DO AMBIENTE OCTAVE


      A computação numérica permitiu a realização de uma ampla gama de
problemas em diversas áreas científicas, tais como a engenharia, a física, a
matemática, química entre outras. Ao longo da evolução da história dos
computadores surgiram diversos ambientes computacionais que possibilitaram o
desenvolvimento das mais diversas tarefas. Dentre eles podemos citar: Matlab,
Maple, Mathemathica, SciLab, Octave, entre outros.



      Neste trabalho utilizamos o ambiente Octave, por tratar-se de uma alternativa
livre de ambientes matemáticos. Vale ressaltar que embora diferentes, os programas
Matlab e Octave possuem semelhanças a ponto de seus arquivos poderem ser
processados em ambos os ambientes, daí, possuírem a mesma extensão (m). Na
figura abaixo apresentamos o ícone para a chamada deste programa.




                         Octave-3.2.2.lnk

Figura 02- ícone para a chamada do programa Octave


      Para aprender a usar o Octave existem muitos materiais disponíveis na
internet, sendo que própria fonte de ajuda encontra-se no próprio programa, onde
uma série de informações a respeito de um comando podem ser obtidas utilizando-
se o comando help-i nome-do-comando.


      Dentre as operações usuais ele permite a realização das operações
fundamentais aritméticas, onde são contemplados todos os tipos de operadores com



18
19

números reais e inteiros. Assim são possíveis a soma (+), subtração (-), divisão (/),
multiplicação (*) divisão reversa () e exponencial (ˆ).


       Além das operações aritméticas, pode-se realizar as operações lógicas e
testes de decisão. Os operadores lógicos mais usuais no octave são: maior (>), ou
maior ou igual (>=), menor (<), ou menor ou igual (<=), igual (==) e diferente (~=). O
sinal de igualdade (=) é usado para o comando de atribuição.


       Ao abrir o programa aparece o pronpt: octave>, onde deve ser indicado a
operação    desejada.    Passado     esta   informação     tem   como   resposta:   ans
=.valornumérico. Além destas operações, o octave dispõe de uma vasta biblioteca
de funções pré-instaladas que permite o cálculo de uma série de funções como as
funções trigonométricas, hiperbólicas, de Bessel, e uma infinidade de outras.


       Além das funções pré-instaladas ele permite a criação de outras pelo usuário.
Para isto deve ser criado um arquivo com extensão .m no diretório corrente. No
nosso trabalho utilizamos o diretório /bin. Outra vantagem do octave é que ele
permite a realização de gráficos. Para isto é utilizado o programa GNU-PLOT.


       Do mesmo modo que em outras linguagens de programação, a realização de
um programa no octave utiliza estrutura de repetição e de seleção. Para as
estruturas de repetição temos os comandos: for e while. Para o comando for, as
operações usam um contador com incrementos constantes. Já o comando while é
utilizado para o caso de repetições onde o teste é feito por diversas vezes a cada
iteração do problema. Para as estruturas de seleção temos o comando IF. A seleção
consiste na realização de comparações diretas ou seleção e serve para direcionar o
fluxo do programa em função de seu resultado. Além do comando IF pode-se
também utilizar o comando switch o qual permite a seleção de uma alternativa entre
diversas. Ele pode ser substituído por um conjunto de if’s em cascata.




19
20

                                        Capítulo III
                            PROPOSIÇÃO DOS PROBLEMAS



       Para a aplicação do Método Monte Carlo foi proposto dois problemas básicos
presentes na matemática. O primeiro deles consistiu na determinação do valor de π .
Com ele determinou-se área de um círculo. O segundo problema foi o cálculo de
integrais definidas de duas funções conhecidas num intervalo de 0 a 1. A seguir
faremos a apresentação dos referidos problemas.



3.1. Problema 1 – Determinação do valor de π pelo Método Monte Carlo



Tomemos um quadrado unitário colocado no plano x-y com o vértice inferior da
esquerda colocado na origem do sistema cartesiano conforme mostra-se na figura
abaixo. Em seguida inscreve-se neste quadrado a quarta parte de um círculo
unitário.


 Região delimitada pelos eixos cartesianos e abaixo da função f 1 ( x ) = 1 − x 2

 em [0;1]


                  y


                   1
                          ........
                          ...........
                          .............
                          ...............
                          .................
                      0                        1       x


 Figura 03 – Quarto de círculo inscrito num quadrado para a determinação de π pelo
             Método Monte Carlo.



20
21


                                                       1

                                                       ∫x
                                                            2
3.2. Problema 2 – Cálculo da Integral                           dx pelo Método Monte Carlo
                                                       0




Dando prosseguimento à proposição de problemas para aplicação do Método Monte
Carlo propomos o cálculo da área da curva parabólica delimitada entre 0 e 1 através
                                  1

                                  ∫x
                                       2
do cálculo da integral definida            dx a ser realizada pelo método Monte Carlo.
                                  0




 Região delimitada pelos eixos cartesianos e abaixo da função f 2 ( x) = x 2 em
 [0;1]

          1,2

            1

          0,8

          0,6

          0,4

          0,2

            0
                0      0,2            0,4                  0,6        0,8       1       1,2




 Figura 04– Região delimitada pela curva f 2 ( x) para o teste do Método Monte Carlo
                                           1

                                           ∫x
                                                2
            no cálculo da Integral                  dx .
                                           0




21
22


                                          1
                                        e x −1
3.3. Problema 3 – Cálculo da integral ∫       dx pelo Método Monte Carlo
                                      0
                                         e −1



Com este problema escolheu-se uma função que apresenta uma complexidade
maior do que a família de funções polinomiais para testarmos a eficiência do método
Monte Carlo. Mais uma vez escolhemos avaliar a integral para o cálculo da área no
intervalo fechado [0;1] cujo gráfico encontra-se abaixo.



                                                                               e x −1
 Região delimitada pelos eixos cartesianos e abaixo da função f 3 ( x) =
                                                                                e −1
 em [0;1]

            1,2

             1

            0,8

            0,6

            0,4

            0,2

             0
                  0     0,2       0,4         0,6         0,8   1        1,2




 Figura 05 – Região delimitada por uma curva f 3 ( x) para o teste do Método
                                                    1
                                                      e x −1
              Monte Carlo no cálculo da Integral    ∫ e −1 dx
                                                    0




22
23


                                     Capítulo IV
                   ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS




4.1. Análise e discussão da solução do Problema 1



       A solução do problema pelo método Monte Carlo consiste em escolher pontos
aleatórios (x, y) dentro do quadrado e verificar quais destes pontos encontram-se
dentro do quarto do círculo. Conhecida área do quadrado e a do círculo, determina-
se uma expressão para o cálculo do valor de π .



       Considerando o quadrado em questão de lado a, a sua área será A= a 2 e a
área do quarto do círculo será
                                       1
                                    A = .π r 2                                (08)
                                       4
Pelo Método Monte Carlo a área do quarto de círculo é dada por
                                               Pint
                                   A = a2 ×                                   (09)
                                              Ptotal
Sendo :
       - Pint os pontos lançados aleatoriamente que ficaram dentro do quarto do

círculo;
       - Ptotal o número total de pontos gerados dentro do quadrado.


       Substituindo (08) em (09) tem-se:


                                            Pint 1
                                    a2 ×         = π a2                       (10)
                                           Ptotal 4


       De forma que o valor de π fica dado por


                                                  Pint
                                      π = 4×                                  (11)
                                                 Ptotal


23
24

         Para a obtenção do valor de π realizamos um programa, descrito a seguir, o
qual consiste das seguintes etapas:
         1) Entrar com o número de iterações, n:
         2) Gerar números aleatórios para x entre 0 e 1;
         3) Gerar números aleatórios para y entre 0 e 1;
         4) Verificar quais desses números encontravam-se dentro do quarto de
               círculo;
         5) Caso afirmativo calcular a soma dos pontos internos ( Pint ) e o pontos total

               dentro do quadrado ( Ptot ). Esta soma equivale ao somatório expresso na

               equação (05). Porém ao transformá-la na linguagem de programação ela,
               conforme veremos abaixo, é posta sob a forma de um acumulador, ao
               fazer Pint=Pint+1 dentro de um comando de repetição conhecido por for.
               Concluída esta etapa de contagens e somatórios calcula-se o valor de π
               usando-se a equação (11).


        O programa por nós proposto foi realizado no programa Octave e foi
denominado Teste_M_C.m, o qual encontra-se listado abaixo:


Quadro 01- Programa para determinação do valor de π pelo Método Monte
Carlo
% Programa para usar o Método Monte Carlo
% Cáculo de pi
n=5000; % n - número de interações
Pint=0; % Pint - quantidade de pontos internos à região a ser integrada.
for Ptot=1:n; % Ptot - total de pontos dentro do quadrado.
     x=rand;
     y= rand;
      if (x^2+y^2<=1)
      Pint=Pint+1;
     endif
endfor
Pi=4*Pint/Ptot
Area=Pi/4


24
25



A seguir apresentaremos alguns resultados para diferentes valores de interação n.


     Quadro 02- Resultados para o valor de π para diferentes valores de n
            n                         π                          Área
           10                      3,6000                      0,90000
           20                      3,2000                      0,80000
           30                      3,4000                      0,85000
           40                      2,4000                      0,60000
           50                      3,2000                      0,80000
           60                         3                         0,75000
           70                      2,9333                      0,73333
           80                      2,9000                      0,72500
           90                      2,9333                      0,73333
          100                      3,2400                      0,81000
          1000                     3,0400                      0,76000
          2000                     3,1080                      0,77700
          3000                     3,1523                      0,78133
          4000                     3,1380                      0,78450
          5000                     3,1488                      0,78720



      A princípio o quadro acima mostra a validade do método embora com certa
flutuação com o aumento do número de iterações n. No entanto, mesmo com esta
flutuação percebe-se que os resultados obtidos encontram-se próximos do valor de
π , ficando em torno de 3. À medida em que se aumentou o valor de n obteve-se
valores próximo do valor de ( π = 3,1416) tomado aqui como referência.



      Aproveitando o valor de π , determinou-se o valor da área do quarto de círculo
através da fórmula usual dada pela geometria expressa pela equação (01),
resultando num valor aproximado de 0,78 cm2.




25
26

      Com o intuito de estimarmos a margem de erro “experimental’ tomamos como
referência o valor de π = 3,1416 com o qual determinou-se o erro relativo percentual
que encontra-se listado abaixo. Porém antes de apresentar estes resultados vale
lembrar que a expressão do erro relativo percentual é dada por
                                           Pii −3,1416
                                 e (%) =               ×100                       (12)
                                             3,1416
Onde, conforme já foi mencionado, foi tomado como valor de referência para π (pi)
o valor 3,1416.



     Quadro 03- Erro relativo percentual para o valor de π em função de n
            n                              π                  Erro relativo (%)
            10                        3,6000                       14,591
            20                        3,2000                     1,858925
            30                        3,4000                     8,225108
            40                        2,4000                      -23,6058
            50                        3,2000                     1,858925
            60                             3                      -4,50726
            70                        2,9333                      -6,63038
            80                        2,9000                      -7,69035
            90                        2,9333                      -6,63038
           100                        3,2400                     3,132162
          1000                        3,0400                      -3,23402
          2000                        3,1080                      -1,06952
          3000                        3,1523                     0,340591
          4000                        3,1380                      -0,11459
          5000                        3,1488                     0,229183



      O quadro acima mostra mais uma vez a flutuação dos resultados, porém
confirmando a validade do método, uma vez que, com exceção do valor de π para
n=10, para as demais iterações o erro relativo percentual foi menor do que 10%,
faixa esta bastante aceitável.




26
27

      Antes de encerrar esta seção vale mencionar um fato curioso sobre o método
Monte Carlo, mas que não o invalida. É que, em virtude do método utilizar números
aleatórios a cada chamada do programa ocorre que cada vez que efetuamos um
cálculo para o mesmo valor de n, isto é, mesmo número de iterações, o resultado
obtido é diferente. Para melhor destacarmos este fato apresentamos no quadro
abaixo o dez valores de π para um mesmo valor de n, no caso n = 5000.



Quadro 04- Valores de π para um mesmo valor de n = 5000
            n                         π                             Área
          5000                     3,1488                       0,78720
          5000                     3,1096                       0,77740
          5000                     3,1560                       0,78900
          5000                     3,1232                       0,78080
          5000                     3,1464                       0,78660
          5000                     3,1112                       0,77780
          5000                     3,1496                       0,78740
          5000                     3,1448                       0,78620
          5000                     3,1432                       0,78580
          5000                     3,1720                       0,79300
         Média                    3,14048                       0,78512



      Percebe-se que mesmo com estas flutuações o valor fica em torno da média
que é para π = 3,14048 e para a área o valor de 0,78 85 cm2.



4.2. Análise e discussão da Solução do Problema 2

                                                                1

                                                                ∫x
                                                                     2
      O segundo problema consistiu no Cálculo da Integral                dx pelo Método
                                                                0

Monte Carlo. Para melhor ilustrá-lo apresentamos a seguir o gráfico da função citada
dentro do intervalo [0; 1]. Trata-se de uma parábola, a qual encontra-se delimitada
por um quadrado de lado unitário. De ante mão tomemos como referência o valor da




27
28

integral acima a qual tem como resultado no intervalo em questão o valor de
1
  ≅ 0,333 .
3


       De maneira análoga o cálculo desta integral pelo Método Monte Carlo
consistiu da geração de números aleatórios para x e para y, formando os pontos
aleatórios de pares ordenados (x, y) dentro do quadro de uma unidade de lado 1,
verificando em seguida quais destes pontos encontram-se dentro da região
delimitada pela parábola mostrada na figura 4.


       A seguir apresentamos no quadro abaixo o programa utilizado para a
realização destes cálculos.


                                                          1

                                                          ∫x
                                                               2
 Quadro 05- Programa para determinação da integral                 dx usando o Método
                                                          0
 Monte Carlo
 % Programa para aplicar o Método Monte Carlo
 % Integrando com função quadrática (parábola).
 n=5000; % n - número de interações
 Pint=0; % Pint - quantidade de pontos internos à região a ser integrada.
 for Ptot=1:n; % Ptot - total de pontos dentro do quadrado.
  x=rand;
  y= rand;
    if (y-x*x<=0)
    Pint=Pint+1;
   endif
 endfor
 area=Pint/Ptot




28
29

No próximo quadro apresentamos os resultados obtidos com o método proposto.


                                     1

                                     ∫x
                                          2
Quadro 06- Cálculo da área pela               dx usando o Método Monte Carlo para
                                     0
diferentes valores de n
                 n                                           Área
                 10                                        0,40000
                 50                                        0,30000
                 100                                       0,31000
                 200                                       0,34000
                 500                                       0,34000
                1000                                       0,34100
                2000                                       0,34650
                3000                                       0,34567
                4000                                       0,33575
                5000                                       0,34120




      Mais uma vez como finalidade didática, optou-se pelo cálculo de integrais
simples e já conhecidas. Para o problema 2 em questão o valor de referência foi
0,333. A partir de n= 50 o resultado se aproxima do valor esperado o que mostra
mais uma vez a eficácia do método.



      Muitos testes podem ser explorados com este método. Um deles é estender
os limites de integração, mas como tal adaptação exige um maior esforço
computacional o que demanda um gasto maior de tempo deixando estas tarefas
para trabalhos futuros. Também vale aqui ressaltar as diferenças obtidas nos
resultados fixando os números de iterações. Para não se tornar tão repetitivo
optamos por não apresentar neste item, deixando para sua apresentação no
problema 3 a seguir.



      Para o próximo problema trataremos de usar uma função não polinomial para
verificarmos a eficácia do método.

29
30

4.3. Análise e discussão da Solução do Problema 3


                                                                1
                                                                  e x −1
         O terceiro problema consistiu no Cálculo da Integral   ∫ e −1 dx pelo Método
                                                                0

Monte Carlo. O gráfico da função que faz parte do integrando encontra-se na figura
05. Trata-se de uma função exponencial delimitada no primeiro quadrante pelos
eixos coordenados e a reta y=1, estando assim delimitada por um quadrado de lado
unitário. Mais uma vez, por questão de controle, tomou-se como referência o valor
da integral acima obtida pelos métodos usuais do cálculo diferencial e integral
                       e− 2
resultando no valor         = 0,418023 .
                       e −1


         A seguir apresentamos no quadro abaixo o programa utilizado para a
aplicação do Método Monte Carlo.


                                                     1
                                                       e x −1
 Quadro 07- Programa para determinação da integral   ∫ e −1 dx usando o Método
                                                     0
 Monte Carlo
 % Programa para aplicar o Método Monte Carlo
 % Integrando com função exponencial.
 n=5000
 Pint=0;
 for Ptot=1:n;
     x=rand;
     y= rand;
     D=(exp(x)-1)/(exp(1)-1);
      if (y-D<=0)
      Pint=Pint+1;
     endif
 endfor
 área=Pint/Ptot




30
31

No próximo quadro apresentamos os resultados obtidos com o método proposto.


                                    1
                                      e x −1
 Quadro 08- Cálculo da integral ∫           dx usando o Método Monte Carlo para
                                    0
                                       e −1
 diferentes valores de n.
                  n                       Área – rodada 1       Área-rodada 2
                  10                          0,5000               0,6000
                  100                          0,4400              0,3500
                  500                           0,406              0,4500
                 1000                           0,402               0,430
                 1500                           0,434             0,42867
                 2000                         0,42750             0,41800
                 3000                         0,43133             0,42300
                 4000                         0,42150             0,42650
                 5000                         0,41100             0,41700



      Conforme já mencionado, tomaremos como referência para a integral o valor
0,418023. A partir de n= 100 o resultado se aproxima do valor de referência o que
mostra mais uma a eficácia do método. Vale destacar também que em virtude da
geração dos números aleatórios, ainda que para um mesmo valor de iterações n, os
resultados dão diferentes, porém próximos, conforme mostra-se no quadro 08,
quando apresentamos resultados para duas rodadas.



      Para encerrar a apresentação dos resultados vale ressaltar que em todos
eles, os cálculos das integrais foram realizadas no intervalo entre 0 e 1. Para
trabalhos futuros fica como sugestão a realização de programas para estender a
faixa do intervalo de integração [a; b], com a e b quaisquer,




31
32

                           CONSIDERAÇÕES FINAIS



      Para os três problemas proposto os resultados obtidos mostraram a eficiência
e funcionalidade do método. Os erros relativos percentuais ficaram abaixo de 10% o
que confirma a sua validade.



      Um item a ser destacado é quanto à convergência do resultado para
pequenas iterações. Já a partir de n=100 os resultados eram bastante satisfatórios,
no entanto à medida em que este número aumentava percebeu-se uma melhora
significativa nos resultados, ocorrendo uma maior proximidade entre os valores
“experimentais”, obtidos pelo método Monte Carlo, com os tomados como referência,
os quais foram obtidos pelos métodos usuais de integração.



      Em virtude de se lidar com números aleatórios, na verdade, pseudo-aleatórios
para uma mesma iteração os resultados obtidos sempre são diferentes entre se,
porém próximos, o que não invalida o método.



      Retomando aos questionamentos levantados no final da seção 1.2 do
primeiro capítulo, temos as seguintes observações a fazer fundamentadas nos
resultados obtidos com a pesquisa. Para facilitar o leitor retomamos as questões
levantadas seguindo com as devidos comentários:



       A primeira destas questões foi: para a realização de integrais definidas, o
método fornece valores exatos? Conforme mencionado ao longo do trabalho e
fundamentado com os resultados obtidos conclui-se que o método não fornece
valores exatos, porém isto não o invalida. O que se observou foi que os resultados
são aproximados com um erro percentual baixo, menor do que 10%, o que é
perfeitamente aceitável.



      Ainda especulando-se a validade do método, foi questionado quanto à sua
confiança quando o autor lança a pergunta: quão confiante pode ser tal método para


32
33

que possa ser usado na resolução de problemas, especificamente no cálculo da
integral definida? Mais uma vez a pesquisa mostrou que embora o método não
forneça resultados exatos, sua confiança encontra-se fundamentada nos baixos
valores dos erros percentuais apresentados. Além disso, conforme apresentado na
equação (07) tais erros podem ser estimados através do erro padrão, cuja
expressão apresenta no denominador o valor do número de iterações, daí, quanto
maior o número de iterações utilizado mais preciso será o resultado.



       Uma questão também interessante foi posta ao indagar sobre a redução de
tempo que se ganha ao se optar pelo método Monte Carlo em detrimento de outros
métodos convencionais. Considerando tratar-se de um método cujos resultados são
obtidos mediante o uso de recursos computacionais, então este tempo dependerá
de diversos fatores, cujas variantes levariam em consideração desde o tipo de
máquina empregado, a habilidade do programador, e claro, a complexidade do
problema a ser tratado. Porém, para os casos específicos tratados nesta pesquisa
percebeu-se que o tempo de processamento foi muito pequeno em virtude da
rapidez apresentada, mas é preferível não utilizarmos este critério para a utilização
ou não deste método por não termos quantificados tais intervalos de tempo.



       Por fim a última questão levantada foi saber em quais casos este método é
adequado. Como toda metodologia, não goza de uma propriedade geral, daí
observarmos que o método Monte Carlo deve ser utilizado em situações-problemas
em que possa ser tratado por meios probabilísticos calcados em números aleatórios.
Mas como foi dito ao longo deste trabalho trata-se de um método muito abrangente
e aplicado extensivamente ao longo dos anos em diversas áreas científicas como é
o caso da física, química e biologia, entre outras.



       Para trabalhos futuros fica como sugestão estender o intervalo de integração
com o desenvolvimento de programas para o cálculo de integrais definidas além dos
limites entre 0 e 1.




33
34

                       REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




ANGELOTTI, Wagner F. D. et all. Método de Monte Carlo quântico. Instituto de
Química, Universidade Estadual de Campinas, CP 6154, 13084-971 Campinas – SP,
Brasil, 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
40422008000200044&script =sciart tex&tlnq=esja.org.> Acesso em Nov 2009.


ARAÚJO FERNENDES, César Augusto Bécker. Gerenciamento de riscos em
projetos: Como usar o Microsoft Excel para realizar a simulação Monte Carlo.
Disponível em: http://www.bbbrothers.com.br/scripts/Artigos/MonteCarlo Excel.pdf.
Acesso em Nov 2009.


BARROS, Emílio A. C. Aplicação de simulação Monte Carlo e Bootstrap. 2005.
folhas Monografia (Graduação Bacharelado em Estatística. Universidade Estadual
de Maringá. Disponível em:
<http://www.des.uem.br/graduacao/Monografias/Monografia_Emilio.pdf.> Acesso em
Nov 2009.


COURANT, Richard; ROBBINS, Herbert. O que é matemática. 4ª ed São Paulo:
Edgar Blucher, 1974.


EHLERS, Ricardo S. Métodos Computacionalmente Intensivos em Estatística.
Departamento de Estatística. 2003 - Universidade Federal do Paraná. Disponível
em:<http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0103102UPIZYFH
> Acesso em Set 2009.


HASHIMOTO, Ronaldo Fumio. Exercício-programa – (MAC 115) – Introdução à
Computação para Ciências Exatas e Tecnologia – IAG – Departamento de
Ciência da Computação – IME-USP. 2004. Disponível em
<http://www.ime.usp.br/~ronaldo/mac115/ig98/eps/ep2/ep2.html.> Acesso em Ago
2009.


MATHIASI Chrispim, Eduardo. Análise da operação ferroviária do porto do Rio
de Janeiro utilizando simulação de eventos discretos. 2007. folhas Monografia
(Graduação em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Juiz de Fora.
Disponível em:
<http://www.ufjf.br/ep/files/2009/06/tcc_jan2007_eduardochrispim.pdf.> Acesso em
Ago 2009.




34
35

MONTGOMERY, Douglas. C.; RUNGER, George C. Estatística aplicada e
probabilidade para engenheiros; tradução Verônica Calado. – 2 reimpr. – Rio de
Janeiro: LTC, 2008.

PORTNOI, Marcos. Probabilidade, Variáveis Aleatórias, Distribuição de
Probabilidades e Geração Aleatória: Conceitos sob a ótica de Avaliação de
Desempenho de Sistemas. Edição: 25.4. 2007. Universidade de Salvador –
UNIFACS Disponível em:
<http://www.reocities.com/ResearchTriangle/4480/classroom/support_materia/
probabilidade -va-geracao_aleatoria.pdf> Acesso em Jun 2009.


ROSA, Fernando Henrique F. Pereira de; et all. Métodos de Monte Carlo e
Aproximações de π. MAP-131 Laboratório de Matemática Aplicada. 2002.
Disponível em: <http://ferraz.ne/fillees/lista/montecarlopi.pdf.> Acesso em Jun 2009.


SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22 ed. – São
Paulo: Cortez, 2008.


STEWART, James. Cálculo: Volume I. 5. Ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008.


VICENTE, Amarildo de; RIZZI, Rogério Luiz. Geração de pontos aleatórios no Rn.
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas. 2003 – Universidade Estadual do
Oeste do Paraná. Disponível em:
<http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciTechnol/article/viewFile/2215/ 1334.>
Acesso em Ago 2009.


WIKIPÉDIA. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_de_Monte_Carlo> Acesso em Abr 2009.




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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII LICENCIATURA PLENA EM MATEMATICA ESTUDO DO MÉTODO MONTE CARLO: SEU USO PARA O CÁLCULO DE INTEGRAIS DEFINIDAS NO AMBIENTE OCTAVE RODRIGO VITOR DA SILVA SENHOR DO BONFIM – BA MARÇO DE 2010
  • 2. RODRIGO VITOR DA SILVA ESTUDO DO MÉTODO MONTE CARLO: SEU USO PARA O CÁLCULO DE INTEGRAIS DEFINIDAS NO AMBIENTE OCTAVE Monografia apresentada ao Departamento de Educação, Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, como avaliação parcial da disciplina Monografia e um dos requisitos para obtenção do grau de Licenciado em Matemática. Orientador: Prof. Ivan Souza Costa Senhor do Bonfim 2010
  • 3. RODRIGO VITOR DA SILVA ESTUDO DO MÉTODO MONTE CARLO: SEU USO PARA O CÁLCULO DE INTEGRAIS DEFINIDAS NO AMBIENTE OCTAVE BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Prof. Geraldo Caetano de Souza Filho (Examinador) ______________________________________________ Prof. Wagner Ferreira de Santana (Examinador) ______________________________________________ Prof. Ivan Souza Costa (Orientador)
  • 4. A Deus meu melhor amigo. A minha amada esposa Elicelia Reis, pelo apoio e compreensão, oferecidos de modo tão espontâneo durante a elaboração deste trabalho, bem como ao longo do curso.
  • 5. . AGRADECIMENTOS À Universidade do Estado da Bahia pelo compromisso com a Educação de qualidade por todo o Estado. Ao Campus VII da UNEB e todo seu corpo de professores e funcionários. Aos meus familiares e minha esposa Elicélia Reis, pelo apoio e motivação durante este período. Ao professor Ivan Souza Costa pela valiosa orientação. Aos colegas do Campus VII, especialmente a turma de Matemática de 2002.1. A todos que contribuíram para a realização deste trabalho.
  • 6. RESUMO O estudo de métodos numéricos tem sido uma importante área da matemática aplicada a qual compreende uma vasta modalidade de métodos. Estes métodos são tratados normalmente a partir da graduação nos cursos de Cálculo Numérico objetivando a resolução de uma ampla gama de funções, equações e integrais para a solução dos diversos problemas de interesse. O método a ser tratado neste trabalho é o Monte Carlo. Ele faz parte do ramo do Cálculo Numérico o qual consiste na solução de problemas baseados em números aleatórios. Este método vem sendo extensivamente utilizado desde a década de 1950 em diversos campos tanto da Matemática quanto da Física bem como em outras áreas científicas como a Química, a Biologia e a Medicina. Este trabalho caracteriza-se por um estudo introdutório do referido método no qual após a apresentação do mesmo faremos alguns testes para comprovação de sua eficácia através da determinação do valor de π e do cálculo de integrais definidas de funções conhecidas. Palavras-chave: Métodos numéricos, números aleatórios, método Monte Carlo.
  • 7. LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Região delimitada entre os eixos cartesianos e abaixo da curva dada pela K função f(x) para o cálculo da integral ∫ f ( x) dx 0 pelo Método Monte Carlo...16 Figura 02- ícone para a chamada do programa Octave.....................................................18 Figura 03 - Quarto de círculo inscrito num quadrado para a determinação de π pelo Método Monte Carlo...............................................................................20 Figura 04 – Região delimitada pela curva f 2 ( x) para o teste do Método Monte Carlo 1 ∫x 2 no cálculo da Integral dx ........................................................................21 0 Figura 05 – Região delimitada por uma curva f 3 ( x) para o teste do Método Monte Carlo e x −1 1 no cálculo da Integral ∫ dx .....................................................................22 0 e −1
  • 8. LISTA DE QUADROS Quadro 01- Programa para determinação do valor de π pelo Método Monte Carlo .................................................................................................24 Quadro 02- Resultados para o valor de π para diferentes valores de n.............25 Quadro 03- Erro relativo percentual para o valor de π em função de n...............26 Quadro 04- Valores de π para um mesmo valor de n=5000.................................27 1 ∫x 2 Quadro 05- Programa para determinação da integral dx usando o Método 0 Monte Carlo.......................................................................................28 1 ∫x 2 Quadro 06- Cálculo da área pela dx usando o Método Monte Carlo para 0 diferentes valores de n.....................................................................29 e x −1 1 Quadro 07- Programa para determinação da integral ∫ e −1 dx usando o 0 Método Monte Carlo..........................................................................30 1 e x −1 Quadro 08 - Cálculo da integral ∫ e −1 dx usando o Método Monte Carlo 0 para diferentes valores de n...........................................................31
  • 9. SUMÁRIO Capítulo I ....................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................9 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................9 1.2. JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................10 1.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................11 1.3.1. OBJETIVO GERAL ..............................................................................................11 1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................11 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................12 Capítulo II .................................................................................................................................13 MÉTODO DE MONTE CARLO .............................................................................................13 2.1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................13 2.1.1. Determinação dos números aleatórios ...................................................................15 2.1.2. Descrição do procedimento para a aplicação do método.......................................16 2.1.3. A origem do nome do método Monte Carlo ..........................................................17 2.2. APRESENTAÇÃO DO AMBIENTE OCTAVE .........................................................18 Capítulo III................................................................................................................................20 PROPOSIÇÃO DOS PROBLEMAS....................................................................................20 3.1. Problema 1 – Determinação do valor de π pelo Método Monte Carlo ...................20 1 ∫x 2 3.2. Problema 2 – Cálculo da Integral dx pelo Método Monte Carlo.......................21 0 1 e x −1 3.3. Problema 3 – Cálculo da integral ∫ dx pelo Método Monte Carlo..................22 0 e −1 Capítulo IV ...............................................................................................................................23 4.1. Análise e discussão da solução do Problema 1.............................................................23 4.2. Análise e discussão da Solução do Problema 2 ............................................................27 4.3. Análise e discussão da Solução do Problema 3 ............................................................30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS34
  • 10. 9 Capítulo I INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS As integrais, sejam elas definidas ou indefinidas, possuem uma ampla variedade de aplicações cujo estudo faz parte dos cursos de Cálculo Diferencial e Integral, Estatística, Cálculo Numérico, dentre outros. Possuem ampla aplicação na Física e na Engenharia. No caso específico da Física, freqüentes e importantes problemas referem-se à resolução de integrais e suas diversas aplicações. Na maioria dos casos, normalmente podem ser resolvidas por métodos analíticos já bastante consagrados na literatura matemática. Entretanto, é comum nos depararmos com situações onde a formulação de um modelo matemático para representar a realidade é uma tarefa difícil. Outras vezes existem dificuldades metodológicas na resolução do modelo proposto. Para isto, uma proposta alternativa é a utilização de técnicas de simulação para encontrar soluções aproximadas destas integrais. Dentre estas técnicas temos o Método de Monte Carlo. “A idéia principal por trás de Monte Carlo na abordagem desses problemas, é aproveitar ao máximo a força da análise teórica, e ao mesmo tempo evitar suas fraquezas substituindo a teoria por experimento, onde quer que a primeira falhe.” (ROSA et all, 2002, p. 01). O Método de Monte Carlo, o qual será objeto de estudo deste trabalho, fundamenta-se na Distribuição de Probabilidade, fazendo uso de amostras aleatórias. “Para que uma simulação de Monte Carlo esteja presente em um estudo basta que este faça uso de números aleatórios na verificação de algum problema.” (ANGELOTTI, 2008, p. 01) 9
  • 11. 10 1.2. JUSTIFICATIVA Devido à busca de valores finais e decisivos, comum nas áreas da Matemática Aplicada como em Engenharia, Física, Economia e Estatística, sem demasiado exagero se observa o pragmatismo necessário para a obtenção de resultados em valores numéricos. Um dos principais motivos que justificam tal fato é a morosidade com que alguns métodos requerem ou a forma muitas vezes complexas com que estes precisam ser abordadas, e por esse motivo consomem um tempo que na maioria das vezes o engenheiro ou cientista não dispõe. Além disso, deve-se levar em conta a dificuldade de encontrar uma função que possa represente o modelo a ser tratado. Mesmo em caso positivo, é provável recair em uma equação nem sempre tão simples de se calcular pelos métodos de solução analítica, sendo necessário que o engenheiro lance mão de métodos alternativos, que simulem o sistema em questão. Dentro da Física, freqüentemente encontram-se trabalhos que requerem aplicações de integrais definidas, fazendo-se necessário encontrar o resultado efetivo que possa ser solução de acordo com os dados numéricos e analíticos fornecidos. Devido aos argumentos expostos acima, surgiu a necessidade da busca de um método alternativo que também possa ser solução e forneça resultados satisfatórios para as Integrais Definidas. Naturalmente, dentro do grau de certeza com que o caso a ser considerado deve apresentar. Por conseguinte, naturalmente, surgem exemplos de indagações como as seguintes: Como outro método, de natureza decisiva e dentro dos moldes da aritmética pode ser solução de um problema que é fornecido pela Integral Definida que estando nos moldes da analiticidade, e devido à sua formalidade, fornecem-se valores exatos? Quão confiante pode ser tal método para que possa ser usado na resolução de tal 10
  • 12. 11 questão? Quanto tempo pode ser reduzido utilizando um método alternativo? Em quais casos o método é adequado? É através desses questionamentos, que surgiu a vontade e o planejamento de se executar um trabalho que tivesse aspecto monográfico. Dessa forma, o trabalho será desenvolvido no direcionamento das questões levantadas acima, sem ter, no entanto, a presunção de responder pronto e decisivamente aos questionamentos levantados. 1.3. OBJETIVOS 1.3.1. OBJETIVO GERAL • Iniciar o estudo sobre aplicações do método de Monte Carlo na resolução de problemas simples como o cálculo do valor de π e integrais definidas no ambiente Octave. 1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Provocar o interesse de outros estudantes a realizarem futuros trabalhos também utilizando o método Monte Carlo, para aplicações diversas. • Analisar o quanto tal método é possível de ser efetivo na busca do fornecimento de valores dentro das especificidades das áreas da Matemática aplicada. • Apresentar o ambiente Octave para desenvolvimentos de programas envolvendo Cálculo Numérico. 11
  • 13. 12 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO Esta monografia está dividida em quatro capítulos, sendo esta a introdução, o capítulo I, onde começamos com as considerações iniciais sendo colocado o problema. Em seguida é apresentada a justificativa da escolha do tema seguido da apresentação dos objetivos a serem alcançados. O capítulo II, consta da apresentação do método Monte de Carlo com as equações a serem utilizadas, bem como uma descrição dos procedimentos para a sua aplicação. Em seguida é feita uma breve explanação sobre a origem do nome do método. Ainda neste capitulo é apresentado o ambiente Octave onde foram realizados os programas para determinação da solução das integrais pelo referido método. No capítulo III serão apresentados os problemas a serem tratados. Divide-se em duas partes: Descrição do modelo que será usado e os procedimentos para executá-lo. No capítulo IV apresentaremos a solução dos problemas através da simulação. Para melhor compreensão os resultados serão apresentados em tabelas de acordo com o número de iterações realizadas, para em seguida ser feita uma análise dos resultados obtidos. Faremos também algumas propostas para possíveis aprimoramentos do método estudado e proposição de futuros trabalhos utilizando o método em questão. Por último chega-se à conclusão do trabalho, com a apresentação dos principais resultados, enfatizando os resultados obtidos com os objetivos propostos. 12
  • 14. 13 Capítulo II MÉTODO DE MONTE CARLO 2.1. APRESENTAÇÃO A forma mais comum de dividir a matemática em áreas de estudo é classificá- la como a matemática pura e a matemática aplicada. Mas existem muitos outros modos de classificá-la. Um modo alternativo seria a matemática experimental e a matemática teórica tal como ocorre com a física. No caso da matemática experimental o computador tem se tornado uma ferramenta essencial para a realização dos experimentos, restando aos ditos teóricos o uso de lápis e papel que deduzem conclusões a partir dos postulados, diferente dos experimentalistas que inferem conclusões a partir das observações de determinado fenômeno. Tais linhas de ação mostram a diferença entre a dedução e a indução, ou mesmo entre a indução matemática indução empírica. A “indução empírica” nas Ciências Naturais procede de uma série particular de observações de um certo fenômeno até o enunciado de uma lei geral que regula toda as ocorrências desse fenômeno. (...) De um modo bastante diferente, a indução matemática é utilizada para demonstrar a veracidade de um teorema matemático em uma sequência infinita de casos, o primeiro, o segundo, o terceiro, e assim por diante, sem exceção. (COURANT, 2000, p. 12). O fazer da matemática experimental consiste na realização de experimentos com objetos matemáticos, tais como números, ou equações, ou figuras geométricas. Recentemente uma importante área da matemática experimental é a modelagem matemática onde os modelos tratados são descritos por uma variedade de equações desde as mais simples como a do primeiro e segundo grau, muito utilizadas na descrição dos movimentos de partículas tratados na cinemática, quanto as complexas equações diferenciais com utilizações mais aprofundadas numa variedade de sistemas. 13
  • 15. 14 Cada tipo dessas equações diferenciais requer métodos específicos para solução, as quais culminam na resolução de integrais. Muitas destas soluções podem ser obtidas analiticamente, porém, ainda assim, existem muitas delas que possuem uma solução analítica muito difícil o que termina por exigir métodos numéricos mais adequados para encontrar sua solução. Um destes métodos, aqui a ser tratado, é o Método de Monte Carlo. O método de Monte Carlo compreende uma área da matemática experimental o qual está preocupado em realizar experimentos com números aleatórios. Ele tem sido usado extensivamente há bastante tempo na solução de problemas que vão além da matemática experimental atingindo numerosos outros campos da ciência, incluindo química, física nuclear, biologia e medicina. “O método de Monte Carlo (MMC) é um método estatístico utilizado em simulações estocásticas com diversas aplicações em áreas como a física, matemática e biologia.” (ANGELOTTI, 2008, p. 01). No método de Monte Carlo o resultado será uma função R(ξ1 , ξ 2 , ξ3 ,..., ξ N , ) (01) da sequência de números aleatórios ξ1 , ξ 2 ,... . Estes números são o estimador da 1 1 integral ∫ ...∫ R(x1,..., xN )dx1... dxN . 0 0 (02) O problema de avaliar integrais é um importante passo no aprendizado do método de Monte Carlo, servindo assim, de base para o aprimoramento de técnicas de aplicações mais gerais deste método. Sendo assim, por questão de simplicidade, iremos apresentar neste trabalho o procedimento para a resolução da integral 1 unidimensional Θ = ∫ f ( x ) dx. (03) 0 Apesar do fato de que tais integrais possam ser avaliadas mais eficientemente por meios numéricos convencionais que não o método Monte Carlo. Vamos supor que a 1 solução da integral Θ = ∫ f ( x ) dx existe. Então, se ξ1 , ξ 2 ,...ξ N são números aleatórios 0 independentes distribuídos retangularmente entre 0 e 1, então as quantidades f i = f (ξ i ) (04) 14
  • 16. 15 são variedades aleatórias independentes com valor esperado Θ . Ficando o valor médio da função acima dada por N 1 f= N ∑fi =1 i (05) O valor de Θ , tem como variância a expressão 1 1 σ2 ∫ ( f (x )− Θ) 2 dx = (06) N 0 N ficando o erro padrão de f dado por σ σf = . (07) N Vemos assim que o Método Monte Carlo consiste de “um método estatístico que envolve a geração de observações de distribuições de probabilidades, a serem usados para aproximar funções a serem integradas” (WIKIPÉDIA, acesso em set 2009). O processo de simulação é possível de ser factível e rápido, se contado com o poder de processamento dos computadores na aplicação da enorme quantidade de experimentos que precisam ser feitos. Isto se deveu principalmente na redescoberta de técnicas de simulação relativamente simples, mas extremamente poderosas, que puderam ser implementadas graças ao avanço nas capacidades computacionais. (EHLERS, 2003, p. 01). Assim, o trabalho será desenvolvido de acordo com o exposto acima, e formulado através do que se tornou o tema: Um estudo introdutório ao método de Monte Carlo: Uma aplicação no cálculo de integrais definidas no ambiente Octave. 2.1.1. Determinação dos números aleatórios A geração de números aleatórios é uma importante etapa na aplicação do Método Monte Carlo. Na verdade trata-se de números pseudo-aleatórios, pois são gerados por algoritmos geralmente contidos em pacotes de softwares, em calculadoras ou em aplicativos, tais como o Maple, o Excell, o Octave entre outros. No Octave eles são gerados pela função rand. 15
  • 17. 16 2.1.2. Descrição do procedimento para a aplicação do método Após a apresentação do método no início deste capítulo, com as apresentações das equações a serem utilizadas, será feito a seguir, um apanhado dos procedimentos em que se baseia o método Monte Carlo. Como serão trabalhadas funções no plano cartesiano, é feita a geração dos números que levarão a pontos no plano. Portanto no eixo das abscissas, será feita também a geração de números no intervalo de interesse , e, de forma análoga, no eixo das ordenadas será feita também a geração de pontos no intervalo . Os pontos que serão marcados no plano cartesiano serão dados pelas coordenadas dos valores aleatórios encontrados correspondentemente no eixo das abscissas e das ordenadas, respectivamente. (HASHIMOTO, 2004). De acordo com o método Monte Carlo, a área a ser determinada pela Integral Definida será dada pela quantidade de pontos internos à área delimitada pelos eixos coordenados e abaixo da função f(x). Na figura abaixo encontra-se um diagrama esquemático desta região, cujo pontos internos estão representados por círculos. Quando alguns destes pontos caem dentro do retângulo (M x K), mas acima da região delimitada pela função f(x) e os eixos coordenados eles são rejeitados como é o caso do ponto preto de coordenadas (x1, y1). Caso contrário eles serão aceitos. y f ( x) (x1, y1) ● M .......... ......... x K Figura 01 – Região delimitada entre os eixos cartesianos e abaixo da curva K dada pela função f(x) para o cálculo da integral ∫ f ( x) dx pelo Método Monte Carlo. 0 16
  • 18. 17 Vamos supor ainda que os valores da função no intervalo [0, K] são menores ou iguais a um valor conhecido, digamos M, e além disso que o valor função f(x) é positivo no intervalo [0, K]. Inicialmente é gerada aleatoriamente a seqüência (x1 , y1), (x2 , y2), ... , (xn , yn) de pontos onde 0 ≤ xi ≤ K e 0 ≤ yi ≤ M. É calculada então a proporção de pontos que estão entre a curva e o eixo das abscissas, isto é, a proporção de pontos tais que 0 ≤ yi ≤ f(xi).Na figura 01 estes pontos estão representados por círculos. (Citado acima por HASHIMOTO). Ou seja, para cada número gerado para o intervalo no eixo das abscissas, será gerado um número para o intervalo no eixo das ordenadas, e dessa forma será formado o par coordenado. Saber-se-á, contudo, quando o ponto coordenado que fora gerado estará abaixo ou acima da curva dada pela função em consideração da seguinte maneira: para cada valor gerado (xi) do intervalo do eixo das abscissas, será substituído na função em consideração, verificando se o valor (f(xi)) será maior ou menor do que o respectivo valor de (yi) gerado no eixo das ordenadas. Os pontos dentro da região de interesse serão mantidos e do contrário rejeitados. Assim a área será estimada pela razão entre a quantidade de pontos internos Pint para a quantidade de pontos totais Ptot dentro do retângulo delimitado pelos eixos cartesianos e as retas x=K e y=M. 2.1.3. A origem do nome do método Monte Carlo O nome e o uso sistemático do desenvolvimento do método Monte Carlo data a partir de 1944. O termo método de Monte Carlo se originou a partir do nome da cidade de Mônaco no Mediterrâneo conhecida pelos seus cassinos. O primeiro a utilizar a técnica foi o matemático John Von Neumann, ao usar o método para estudar a difusão aleatória de nêutrons durante o desenvolvimento da bomba atômica. Atualmente, a denominação método de Monte Carlo tornou-se expressão geral associada ao uso de números aleatórios e estatística de probabilidade. Para que uma simulação de Monte Carlo esteja presente em um estudo basta que este faça uso de números aleatórios na verificação de algum problema. 17
  • 19. 18 2.2. APRESENTAÇÃO DO AMBIENTE OCTAVE A computação numérica permitiu a realização de uma ampla gama de problemas em diversas áreas científicas, tais como a engenharia, a física, a matemática, química entre outras. Ao longo da evolução da história dos computadores surgiram diversos ambientes computacionais que possibilitaram o desenvolvimento das mais diversas tarefas. Dentre eles podemos citar: Matlab, Maple, Mathemathica, SciLab, Octave, entre outros. Neste trabalho utilizamos o ambiente Octave, por tratar-se de uma alternativa livre de ambientes matemáticos. Vale ressaltar que embora diferentes, os programas Matlab e Octave possuem semelhanças a ponto de seus arquivos poderem ser processados em ambos os ambientes, daí, possuírem a mesma extensão (m). Na figura abaixo apresentamos o ícone para a chamada deste programa. Octave-3.2.2.lnk Figura 02- ícone para a chamada do programa Octave Para aprender a usar o Octave existem muitos materiais disponíveis na internet, sendo que própria fonte de ajuda encontra-se no próprio programa, onde uma série de informações a respeito de um comando podem ser obtidas utilizando- se o comando help-i nome-do-comando. Dentre as operações usuais ele permite a realização das operações fundamentais aritméticas, onde são contemplados todos os tipos de operadores com 18
  • 20. 19 números reais e inteiros. Assim são possíveis a soma (+), subtração (-), divisão (/), multiplicação (*) divisão reversa () e exponencial (ˆ). Além das operações aritméticas, pode-se realizar as operações lógicas e testes de decisão. Os operadores lógicos mais usuais no octave são: maior (>), ou maior ou igual (>=), menor (<), ou menor ou igual (<=), igual (==) e diferente (~=). O sinal de igualdade (=) é usado para o comando de atribuição. Ao abrir o programa aparece o pronpt: octave>, onde deve ser indicado a operação desejada. Passado esta informação tem como resposta: ans =.valornumérico. Além destas operações, o octave dispõe de uma vasta biblioteca de funções pré-instaladas que permite o cálculo de uma série de funções como as funções trigonométricas, hiperbólicas, de Bessel, e uma infinidade de outras. Além das funções pré-instaladas ele permite a criação de outras pelo usuário. Para isto deve ser criado um arquivo com extensão .m no diretório corrente. No nosso trabalho utilizamos o diretório /bin. Outra vantagem do octave é que ele permite a realização de gráficos. Para isto é utilizado o programa GNU-PLOT. Do mesmo modo que em outras linguagens de programação, a realização de um programa no octave utiliza estrutura de repetição e de seleção. Para as estruturas de repetição temos os comandos: for e while. Para o comando for, as operações usam um contador com incrementos constantes. Já o comando while é utilizado para o caso de repetições onde o teste é feito por diversas vezes a cada iteração do problema. Para as estruturas de seleção temos o comando IF. A seleção consiste na realização de comparações diretas ou seleção e serve para direcionar o fluxo do programa em função de seu resultado. Além do comando IF pode-se também utilizar o comando switch o qual permite a seleção de uma alternativa entre diversas. Ele pode ser substituído por um conjunto de if’s em cascata. 19
  • 21. 20 Capítulo III PROPOSIÇÃO DOS PROBLEMAS Para a aplicação do Método Monte Carlo foi proposto dois problemas básicos presentes na matemática. O primeiro deles consistiu na determinação do valor de π . Com ele determinou-se área de um círculo. O segundo problema foi o cálculo de integrais definidas de duas funções conhecidas num intervalo de 0 a 1. A seguir faremos a apresentação dos referidos problemas. 3.1. Problema 1 – Determinação do valor de π pelo Método Monte Carlo Tomemos um quadrado unitário colocado no plano x-y com o vértice inferior da esquerda colocado na origem do sistema cartesiano conforme mostra-se na figura abaixo. Em seguida inscreve-se neste quadrado a quarta parte de um círculo unitário. Região delimitada pelos eixos cartesianos e abaixo da função f 1 ( x ) = 1 − x 2 em [0;1] y 1 ........ ........... ............. ............... ................. 0 1 x Figura 03 – Quarto de círculo inscrito num quadrado para a determinação de π pelo Método Monte Carlo. 20
  • 22. 21 1 ∫x 2 3.2. Problema 2 – Cálculo da Integral dx pelo Método Monte Carlo 0 Dando prosseguimento à proposição de problemas para aplicação do Método Monte Carlo propomos o cálculo da área da curva parabólica delimitada entre 0 e 1 através 1 ∫x 2 do cálculo da integral definida dx a ser realizada pelo método Monte Carlo. 0 Região delimitada pelos eixos cartesianos e abaixo da função f 2 ( x) = x 2 em [0;1] 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Figura 04– Região delimitada pela curva f 2 ( x) para o teste do Método Monte Carlo 1 ∫x 2 no cálculo da Integral dx . 0 21
  • 23. 22 1 e x −1 3.3. Problema 3 – Cálculo da integral ∫ dx pelo Método Monte Carlo 0 e −1 Com este problema escolheu-se uma função que apresenta uma complexidade maior do que a família de funções polinomiais para testarmos a eficiência do método Monte Carlo. Mais uma vez escolhemos avaliar a integral para o cálculo da área no intervalo fechado [0;1] cujo gráfico encontra-se abaixo. e x −1 Região delimitada pelos eixos cartesianos e abaixo da função f 3 ( x) = e −1 em [0;1] 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Figura 05 – Região delimitada por uma curva f 3 ( x) para o teste do Método 1 e x −1 Monte Carlo no cálculo da Integral ∫ e −1 dx 0 22
  • 24. 23 Capítulo IV ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1. Análise e discussão da solução do Problema 1 A solução do problema pelo método Monte Carlo consiste em escolher pontos aleatórios (x, y) dentro do quadrado e verificar quais destes pontos encontram-se dentro do quarto do círculo. Conhecida área do quadrado e a do círculo, determina- se uma expressão para o cálculo do valor de π . Considerando o quadrado em questão de lado a, a sua área será A= a 2 e a área do quarto do círculo será 1 A = .π r 2 (08) 4 Pelo Método Monte Carlo a área do quarto de círculo é dada por Pint A = a2 × (09) Ptotal Sendo : - Pint os pontos lançados aleatoriamente que ficaram dentro do quarto do círculo; - Ptotal o número total de pontos gerados dentro do quadrado. Substituindo (08) em (09) tem-se: Pint 1 a2 × = π a2 (10) Ptotal 4 De forma que o valor de π fica dado por Pint π = 4× (11) Ptotal 23
  • 25. 24 Para a obtenção do valor de π realizamos um programa, descrito a seguir, o qual consiste das seguintes etapas: 1) Entrar com o número de iterações, n: 2) Gerar números aleatórios para x entre 0 e 1; 3) Gerar números aleatórios para y entre 0 e 1; 4) Verificar quais desses números encontravam-se dentro do quarto de círculo; 5) Caso afirmativo calcular a soma dos pontos internos ( Pint ) e o pontos total dentro do quadrado ( Ptot ). Esta soma equivale ao somatório expresso na equação (05). Porém ao transformá-la na linguagem de programação ela, conforme veremos abaixo, é posta sob a forma de um acumulador, ao fazer Pint=Pint+1 dentro de um comando de repetição conhecido por for. Concluída esta etapa de contagens e somatórios calcula-se o valor de π usando-se a equação (11). O programa por nós proposto foi realizado no programa Octave e foi denominado Teste_M_C.m, o qual encontra-se listado abaixo: Quadro 01- Programa para determinação do valor de π pelo Método Monte Carlo % Programa para usar o Método Monte Carlo % Cáculo de pi n=5000; % n - número de interações Pint=0; % Pint - quantidade de pontos internos à região a ser integrada. for Ptot=1:n; % Ptot - total de pontos dentro do quadrado. x=rand; y= rand; if (x^2+y^2<=1) Pint=Pint+1; endif endfor Pi=4*Pint/Ptot Area=Pi/4 24
  • 26. 25 A seguir apresentaremos alguns resultados para diferentes valores de interação n. Quadro 02- Resultados para o valor de π para diferentes valores de n n π Área 10 3,6000 0,90000 20 3,2000 0,80000 30 3,4000 0,85000 40 2,4000 0,60000 50 3,2000 0,80000 60 3 0,75000 70 2,9333 0,73333 80 2,9000 0,72500 90 2,9333 0,73333 100 3,2400 0,81000 1000 3,0400 0,76000 2000 3,1080 0,77700 3000 3,1523 0,78133 4000 3,1380 0,78450 5000 3,1488 0,78720 A princípio o quadro acima mostra a validade do método embora com certa flutuação com o aumento do número de iterações n. No entanto, mesmo com esta flutuação percebe-se que os resultados obtidos encontram-se próximos do valor de π , ficando em torno de 3. À medida em que se aumentou o valor de n obteve-se valores próximo do valor de ( π = 3,1416) tomado aqui como referência. Aproveitando o valor de π , determinou-se o valor da área do quarto de círculo através da fórmula usual dada pela geometria expressa pela equação (01), resultando num valor aproximado de 0,78 cm2. 25
  • 27. 26 Com o intuito de estimarmos a margem de erro “experimental’ tomamos como referência o valor de π = 3,1416 com o qual determinou-se o erro relativo percentual que encontra-se listado abaixo. Porém antes de apresentar estes resultados vale lembrar que a expressão do erro relativo percentual é dada por Pii −3,1416 e (%) = ×100 (12) 3,1416 Onde, conforme já foi mencionado, foi tomado como valor de referência para π (pi) o valor 3,1416. Quadro 03- Erro relativo percentual para o valor de π em função de n n π Erro relativo (%) 10 3,6000 14,591 20 3,2000 1,858925 30 3,4000 8,225108 40 2,4000 -23,6058 50 3,2000 1,858925 60 3 -4,50726 70 2,9333 -6,63038 80 2,9000 -7,69035 90 2,9333 -6,63038 100 3,2400 3,132162 1000 3,0400 -3,23402 2000 3,1080 -1,06952 3000 3,1523 0,340591 4000 3,1380 -0,11459 5000 3,1488 0,229183 O quadro acima mostra mais uma vez a flutuação dos resultados, porém confirmando a validade do método, uma vez que, com exceção do valor de π para n=10, para as demais iterações o erro relativo percentual foi menor do que 10%, faixa esta bastante aceitável. 26
  • 28. 27 Antes de encerrar esta seção vale mencionar um fato curioso sobre o método Monte Carlo, mas que não o invalida. É que, em virtude do método utilizar números aleatórios a cada chamada do programa ocorre que cada vez que efetuamos um cálculo para o mesmo valor de n, isto é, mesmo número de iterações, o resultado obtido é diferente. Para melhor destacarmos este fato apresentamos no quadro abaixo o dez valores de π para um mesmo valor de n, no caso n = 5000. Quadro 04- Valores de π para um mesmo valor de n = 5000 n π Área 5000 3,1488 0,78720 5000 3,1096 0,77740 5000 3,1560 0,78900 5000 3,1232 0,78080 5000 3,1464 0,78660 5000 3,1112 0,77780 5000 3,1496 0,78740 5000 3,1448 0,78620 5000 3,1432 0,78580 5000 3,1720 0,79300 Média 3,14048 0,78512 Percebe-se que mesmo com estas flutuações o valor fica em torno da média que é para π = 3,14048 e para a área o valor de 0,78 85 cm2. 4.2. Análise e discussão da Solução do Problema 2 1 ∫x 2 O segundo problema consistiu no Cálculo da Integral dx pelo Método 0 Monte Carlo. Para melhor ilustrá-lo apresentamos a seguir o gráfico da função citada dentro do intervalo [0; 1]. Trata-se de uma parábola, a qual encontra-se delimitada por um quadrado de lado unitário. De ante mão tomemos como referência o valor da 27
  • 29. 28 integral acima a qual tem como resultado no intervalo em questão o valor de 1 ≅ 0,333 . 3 De maneira análoga o cálculo desta integral pelo Método Monte Carlo consistiu da geração de números aleatórios para x e para y, formando os pontos aleatórios de pares ordenados (x, y) dentro do quadro de uma unidade de lado 1, verificando em seguida quais destes pontos encontram-se dentro da região delimitada pela parábola mostrada na figura 4. A seguir apresentamos no quadro abaixo o programa utilizado para a realização destes cálculos. 1 ∫x 2 Quadro 05- Programa para determinação da integral dx usando o Método 0 Monte Carlo % Programa para aplicar o Método Monte Carlo % Integrando com função quadrática (parábola). n=5000; % n - número de interações Pint=0; % Pint - quantidade de pontos internos à região a ser integrada. for Ptot=1:n; % Ptot - total de pontos dentro do quadrado. x=rand; y= rand; if (y-x*x<=0) Pint=Pint+1; endif endfor area=Pint/Ptot 28
  • 30. 29 No próximo quadro apresentamos os resultados obtidos com o método proposto. 1 ∫x 2 Quadro 06- Cálculo da área pela dx usando o Método Monte Carlo para 0 diferentes valores de n n Área 10 0,40000 50 0,30000 100 0,31000 200 0,34000 500 0,34000 1000 0,34100 2000 0,34650 3000 0,34567 4000 0,33575 5000 0,34120 Mais uma vez como finalidade didática, optou-se pelo cálculo de integrais simples e já conhecidas. Para o problema 2 em questão o valor de referência foi 0,333. A partir de n= 50 o resultado se aproxima do valor esperado o que mostra mais uma vez a eficácia do método. Muitos testes podem ser explorados com este método. Um deles é estender os limites de integração, mas como tal adaptação exige um maior esforço computacional o que demanda um gasto maior de tempo deixando estas tarefas para trabalhos futuros. Também vale aqui ressaltar as diferenças obtidas nos resultados fixando os números de iterações. Para não se tornar tão repetitivo optamos por não apresentar neste item, deixando para sua apresentação no problema 3 a seguir. Para o próximo problema trataremos de usar uma função não polinomial para verificarmos a eficácia do método. 29
  • 31. 30 4.3. Análise e discussão da Solução do Problema 3 1 e x −1 O terceiro problema consistiu no Cálculo da Integral ∫ e −1 dx pelo Método 0 Monte Carlo. O gráfico da função que faz parte do integrando encontra-se na figura 05. Trata-se de uma função exponencial delimitada no primeiro quadrante pelos eixos coordenados e a reta y=1, estando assim delimitada por um quadrado de lado unitário. Mais uma vez, por questão de controle, tomou-se como referência o valor da integral acima obtida pelos métodos usuais do cálculo diferencial e integral e− 2 resultando no valor = 0,418023 . e −1 A seguir apresentamos no quadro abaixo o programa utilizado para a aplicação do Método Monte Carlo. 1 e x −1 Quadro 07- Programa para determinação da integral ∫ e −1 dx usando o Método 0 Monte Carlo % Programa para aplicar o Método Monte Carlo % Integrando com função exponencial. n=5000 Pint=0; for Ptot=1:n; x=rand; y= rand; D=(exp(x)-1)/(exp(1)-1); if (y-D<=0) Pint=Pint+1; endif endfor área=Pint/Ptot 30
  • 32. 31 No próximo quadro apresentamos os resultados obtidos com o método proposto. 1 e x −1 Quadro 08- Cálculo da integral ∫ dx usando o Método Monte Carlo para 0 e −1 diferentes valores de n. n Área – rodada 1 Área-rodada 2 10 0,5000 0,6000 100 0,4400 0,3500 500 0,406 0,4500 1000 0,402 0,430 1500 0,434 0,42867 2000 0,42750 0,41800 3000 0,43133 0,42300 4000 0,42150 0,42650 5000 0,41100 0,41700 Conforme já mencionado, tomaremos como referência para a integral o valor 0,418023. A partir de n= 100 o resultado se aproxima do valor de referência o que mostra mais uma a eficácia do método. Vale destacar também que em virtude da geração dos números aleatórios, ainda que para um mesmo valor de iterações n, os resultados dão diferentes, porém próximos, conforme mostra-se no quadro 08, quando apresentamos resultados para duas rodadas. Para encerrar a apresentação dos resultados vale ressaltar que em todos eles, os cálculos das integrais foram realizadas no intervalo entre 0 e 1. Para trabalhos futuros fica como sugestão a realização de programas para estender a faixa do intervalo de integração [a; b], com a e b quaisquer, 31
  • 33. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para os três problemas proposto os resultados obtidos mostraram a eficiência e funcionalidade do método. Os erros relativos percentuais ficaram abaixo de 10% o que confirma a sua validade. Um item a ser destacado é quanto à convergência do resultado para pequenas iterações. Já a partir de n=100 os resultados eram bastante satisfatórios, no entanto à medida em que este número aumentava percebeu-se uma melhora significativa nos resultados, ocorrendo uma maior proximidade entre os valores “experimentais”, obtidos pelo método Monte Carlo, com os tomados como referência, os quais foram obtidos pelos métodos usuais de integração. Em virtude de se lidar com números aleatórios, na verdade, pseudo-aleatórios para uma mesma iteração os resultados obtidos sempre são diferentes entre se, porém próximos, o que não invalida o método. Retomando aos questionamentos levantados no final da seção 1.2 do primeiro capítulo, temos as seguintes observações a fazer fundamentadas nos resultados obtidos com a pesquisa. Para facilitar o leitor retomamos as questões levantadas seguindo com as devidos comentários: A primeira destas questões foi: para a realização de integrais definidas, o método fornece valores exatos? Conforme mencionado ao longo do trabalho e fundamentado com os resultados obtidos conclui-se que o método não fornece valores exatos, porém isto não o invalida. O que se observou foi que os resultados são aproximados com um erro percentual baixo, menor do que 10%, o que é perfeitamente aceitável. Ainda especulando-se a validade do método, foi questionado quanto à sua confiança quando o autor lança a pergunta: quão confiante pode ser tal método para 32
  • 34. 33 que possa ser usado na resolução de problemas, especificamente no cálculo da integral definida? Mais uma vez a pesquisa mostrou que embora o método não forneça resultados exatos, sua confiança encontra-se fundamentada nos baixos valores dos erros percentuais apresentados. Além disso, conforme apresentado na equação (07) tais erros podem ser estimados através do erro padrão, cuja expressão apresenta no denominador o valor do número de iterações, daí, quanto maior o número de iterações utilizado mais preciso será o resultado. Uma questão também interessante foi posta ao indagar sobre a redução de tempo que se ganha ao se optar pelo método Monte Carlo em detrimento de outros métodos convencionais. Considerando tratar-se de um método cujos resultados são obtidos mediante o uso de recursos computacionais, então este tempo dependerá de diversos fatores, cujas variantes levariam em consideração desde o tipo de máquina empregado, a habilidade do programador, e claro, a complexidade do problema a ser tratado. Porém, para os casos específicos tratados nesta pesquisa percebeu-se que o tempo de processamento foi muito pequeno em virtude da rapidez apresentada, mas é preferível não utilizarmos este critério para a utilização ou não deste método por não termos quantificados tais intervalos de tempo. Por fim a última questão levantada foi saber em quais casos este método é adequado. Como toda metodologia, não goza de uma propriedade geral, daí observarmos que o método Monte Carlo deve ser utilizado em situações-problemas em que possa ser tratado por meios probabilísticos calcados em números aleatórios. Mas como foi dito ao longo deste trabalho trata-se de um método muito abrangente e aplicado extensivamente ao longo dos anos em diversas áreas científicas como é o caso da física, química e biologia, entre outras. Para trabalhos futuros fica como sugestão estender o intervalo de integração com o desenvolvimento de programas para o cálculo de integrais definidas além dos limites entre 0 e 1. 33
  • 35. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELOTTI, Wagner F. D. et all. Método de Monte Carlo quântico. Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, CP 6154, 13084-971 Campinas – SP, Brasil, 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 40422008000200044&script =sciart tex&tlnq=esja.org.> Acesso em Nov 2009. ARAÚJO FERNENDES, César Augusto Bécker. Gerenciamento de riscos em projetos: Como usar o Microsoft Excel para realizar a simulação Monte Carlo. Disponível em: http://www.bbbrothers.com.br/scripts/Artigos/MonteCarlo Excel.pdf. Acesso em Nov 2009. BARROS, Emílio A. C. Aplicação de simulação Monte Carlo e Bootstrap. 2005. folhas Monografia (Graduação Bacharelado em Estatística. Universidade Estadual de Maringá. Disponível em: <http://www.des.uem.br/graduacao/Monografias/Monografia_Emilio.pdf.> Acesso em Nov 2009. COURANT, Richard; ROBBINS, Herbert. O que é matemática. 4ª ed São Paulo: Edgar Blucher, 1974. EHLERS, Ricardo S. Métodos Computacionalmente Intensivos em Estatística. Departamento de Estatística. 2003 - Universidade Federal do Paraná. Disponível em:<http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0103102UPIZYFH > Acesso em Set 2009. HASHIMOTO, Ronaldo Fumio. Exercício-programa – (MAC 115) – Introdução à Computação para Ciências Exatas e Tecnologia – IAG – Departamento de Ciência da Computação – IME-USP. 2004. Disponível em <http://www.ime.usp.br/~ronaldo/mac115/ig98/eps/ep2/ep2.html.> Acesso em Ago 2009. MATHIASI Chrispim, Eduardo. Análise da operação ferroviária do porto do Rio de Janeiro utilizando simulação de eventos discretos. 2007. folhas Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: <http://www.ufjf.br/ep/files/2009/06/tcc_jan2007_eduardochrispim.pdf.> Acesso em Ago 2009. 34
  • 36. 35 MONTGOMERY, Douglas. C.; RUNGER, George C. Estatística aplicada e probabilidade para engenheiros; tradução Verônica Calado. – 2 reimpr. – Rio de Janeiro: LTC, 2008. PORTNOI, Marcos. Probabilidade, Variáveis Aleatórias, Distribuição de Probabilidades e Geração Aleatória: Conceitos sob a ótica de Avaliação de Desempenho de Sistemas. Edição: 25.4. 2007. Universidade de Salvador – UNIFACS Disponível em: <http://www.reocities.com/ResearchTriangle/4480/classroom/support_materia/ probabilidade -va-geracao_aleatoria.pdf> Acesso em Jun 2009. ROSA, Fernando Henrique F. Pereira de; et all. Métodos de Monte Carlo e Aproximações de π. MAP-131 Laboratório de Matemática Aplicada. 2002. Disponível em: <http://ferraz.ne/fillees/lista/montecarlopi.pdf.> Acesso em Jun 2009. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22 ed. – São Paulo: Cortez, 2008. STEWART, James. Cálculo: Volume I. 5. Ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008. VICENTE, Amarildo de; RIZZI, Rogério Luiz. Geração de pontos aleatórios no Rn. Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas. 2003 – Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciTechnol/article/viewFile/2215/ 1334.> Acesso em Ago 2009. WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_de_Monte_Carlo> Acesso em Abr 2009. 35