Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
A arte no Século XX
1. ARTES
O SÉCULO XX E SEUS PRINCIPAIS MOVIMEN-
TOS ARTÍSTICOS
1. INTRODUÇÃO
Guernica, de Picasso. Dimensões: 349x777 cm. Museu do Prado, em Madri.
O século XX inicia-se ampliando as conquistas dências artísticas, tais como o Expressionismo, o
técnicas e o progresso industrial do século anterior. Fauvismo, o Cubismo, o Futurismo, o Abstracionis-
Na sociedade, acentuam-se as diferenças entre a alta mo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Pintura Metafísi-
burguesia e o proletariado. O capitalismo organizase ca, a Op-art e a Pop-art expressam, de um modo ou
e surgem os primeiros movimentos sindicais que pas- de outro, a perplexidade do homem contemporâneo.
sam a interferir nas sociedades industrializadas.
2. EXPRESSIONISMO
Nas primeiras décadas do nosso século ocor-
rem também profundas conturbações políticas: a É inegável que o Expressionismo foi uma rea-
Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa; o sur- ção ao Impressionismo, já que esse movimento se
gimento do fascismo na Itália e do nazismo na Ale- preocupou apenas com as sensações de luz e cor, não
manha. Não demorou muito para que as situações se importando com os sentimentos humanos e com a
políticas criadas pela Itália e Alemanha levassem os problemática da sociedade moderna. Ao contrário, o
países europeus e americanos a envolverem-se em Expressionismo procurou expressar as emoções hu-
novo conflito mundial. Com essa última grande guer- manas e interpretar as angústias que caracterizaram
ra, tiveram início também as pesquisas e o uso da e- psicologicamente o homem do início do século XX.
nergia nuclear, que se configura hoje como uma Na verdade, essa tendência para traduzir em li-
ameaça à sobrevivência da humanidade. nhas e cores os sentimentos mais dramáticos do ho-
Ocorreram ainda neste século a conquista do mem já vinha sendo realizada por Van Gogh, que não
espaço, o uso crescente da computação e dos satéli- se preocupava mais em fixar os efeitos efêmeros da
tes, que colocam em comunicação imediata as mais luz solar sobre os seres. Esse artista procurava, atra-
distantes partes do mundo. vés da cor e da deformação proposital da realidade,
Ao lado desses avanços acentuaram-se as dis- fazer com que os seres reais nos revelassem seu
paridades sociais. Hoje, existem regiões com imensas mundo interior.
riquezas e outras com grande pobreza, onde as pesso-
as passam fome e ignoram os fatos e os benefícios do
progresso material das regiões ricas.
É nesse contexto complexo, rico em contradi-
ções e muitas vezes angustiante que se desenvolve a
arte do nosso tempo. Assim, os movimentos e as ten-
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2. Natureza-morta com Peixes (1911), de Matisse, Museu de
Arte Moderna York.
O Grito (1893), de Munch. Dos pintores fauvistas, Matisse foi, sem dúvi-
Além de Van Gogh, o pintor norueguês Ed- da, a maior expressão. Sua característica mais forte é
vard Munch (1863-1944-) também inspirou o movi- a despreocupação com o realismo, tanto em relação
mento expressionista. Sua obra O Grito (fig. 1.2) é às formas das figuras quanto em relação às cores, Em
um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas suas obras, as coisas representadas são menos impor-
ligados a essa tendência. Nela a figura humana não tantes do que a maneira de representá-las,
apresenta suas linhas reais mas contorce-se sob o e- Assim, as figuras interessam enquanto formas
feito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da que constituem uma composição, É indiferente ao ar-
água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar tista se elas são de pessoas ou de natureza morta, Por
do observador para a boca da figura que se abre num exemplo, em Natureza-morta com Peixes Vermelhos
grito perturbador. Essas atitudes inéditas até aqui pa- (fig.1.3), quadro pintado em 1911, podemos observar
ra as personagens da pintura e a ênfase para as linhas que o importante para Matisse é que as figuras - tais
fortes evidenciam a emoção que o artista procura ex- como a mulher, o aquário, o vaso com flores e a pe-
pressar. quena estante -, uma vez associadas, compõem um
3. FAUVISMO todo orgânico.
Em 1905, em Paris, durante a realização do Sa- 4. O CUBISMO
lão de Outono, alguns jovens pintores foram chama- Historicamente o Cubismo originou-se na obra
dos pelos críticos de fauves, que em português de Cézanne, pois, para ele a pintura deveria tratar as
significa "feras", por causa da intensidade com que formas da natureza como se fossem cones, esferas e
usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá- cilindros,
las. Entretanto, os cubistas foram mais longe do
Dois princípios regem esse movimento artísti- que Cézanne. Passaram a representar os objetos com
co: a simplificação das formas das figuras e o empre- todas as suas partes num mesmo plano. Na verdade,
go das cores puras. Por isso, as figuras fauvistas são essa atitude de decompor os objetos não tinha ne-
apenas sugeridas e não representadas realisticamente nhum compromisso de fidelidade com a aparência
pelo pintor. Da mesma forma, as cores não são as da real das coisas. Significava, em suma, o abandono da
realidade. Elas resultam de uma escolha arbitrária do busca da ilusão da perspectiva ou das três dimensões
artista e são usadas puras, tal como estão no tubo de dos seres, tão perseguidos pelos pintores renascentis-
tinta. O pintor não as torna mais suaves nem cria gra- tas,
dação de tons. Com o tempo, o Cubismo evoluiu em duas
grandes tendências chamadas Cubismo analítico e
Cubismo sintético, O Cubismo analítico foi desen-
volvido por Picasso e Braque, aproximadamente en-
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3. tre 1908 e 1911. Esses artistas trabalharam com pou- amente (fig, 1.4). Levada às últimas conseqüências,
cas cores - preto, cinza e alguns tons de marrom e o- essa tendência chegou a uma fragmentação tão gran-
cre -, já que o mais importante para eles era definir de dos seres, que tornou impossível o reconhecimen-
um tema e apresentá-lo de todos os lados simultane- to de qualquer figura nas pinturas cubistas (fig, 1.5).
Violinoe Cântaro (1910), de Braque. O Poeta (1911), de Picasso.
Reagindo à excessiva fragmentação dos obje-
tos e à destruição de sua estrutura, os cubistas passa-
ram ao Cubismo sintético. Basicamente, essa
tendência procurou tornar as figuras novamente reco-
nhecíveis. Mas, apesar de ter havido uma certa recu-
peração da imagem real dos objetos, isso não
significou o retorno a um tratamento realista do tema.
Foi mantido o modo característico de o Cubismo a-
presentar simultaneamente as várias dimensões de
um objeto, como podemos observar em Mulher com
Violão, de Braque (fig. 1.6).
Mulher com Violão (1908), de Braque.
O Cubismo sintético foi chamado também de
Colagem porque introduziu letras, palavras, números,
pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos intei-
ros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada
pela intenção do artista de criar novos efeitos plásti-
cos e de ultrapassar os limites das sensações visuais
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4. que a pintura sugere, despertando também no obser-
vador as sensações táteis.
5. O ABSTRACIONISMO
A principal característica da pintura abstrata é
a ausência de relação imediata entre suas formas e
cores e as formas e cores de um ser. Por isso, uma te-
la abstrata não representa nada da realidade que nos
cerca, nem narra figurativamente alguma cena histó-
rica, literária, religiosa ou mitológica.
Os estudiosos de arte comumente consideram
o pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944) o ini-
ciador da moderna pintura abstrata. O começo de
seus trabalhos neste sentido é marcado pela tela Bata-
lha (fig. 1.7).
Batalha (1910), de Kandinsky.
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