Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Zumbis e seus Ciclos na Mídia: uma introdução a partir de Kyle William Bishop
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
Campus Rolante
Projeto de Pesquisa – Mídia, Biopolítica e Sala de Aula: uma relação possível
Os Zumbis e seus Ciclos na Mídia: uma introdução a partir de
Kyle William Bishop
Prof. Rodrigo Belinaso Guimarães
Setembro de 2015
2. a) Zumbi é um personagem cultural criado nos Estados Unidos no início do
século XX, após a ocupação norte-americana do Haiti;
b) Faz parte do imaginário e da experiência cultural ocidental
contemporânea;
c) Passou diretamente do folclore haitiano para o cinema, sem ter um
antecedente literário;
d) Conceito moderno: criaturas humanas que renascem da morte como forças
naturais e que se agrupam em busca de carne fresca.
3. a) As narrativas de Zumbis são consideradas um subgênero da cultura
Gótica;
b) Jerrold E. Hogle: “They helps us address and a disguise some of the
most important desires, quandaries and sources of anxiety, from the
most internal and mental to the widely social and cultural.” (apud
Bishop);
c) Temáticas próximas à cultura gótica que são fonte de aflições
individuais e sociais: morte, guerra, suicídio, forças da natureza,
crise financeira, motim, escravidão, invasão, etc.
4. a) O livro de William B. Seabrook, The
Magic Island (1929), um relato de viagem
do Haiti, ajudou a popularizar nos EUA o
Voodoo;
b) O cinema de Hollywood logo
trabalhou com a ideia de Zumbi, tal
como em Victor Halperin no filme
White Zombie (1932);
c) “Terror comes from being turning
into a Zombie instead of being killed by
one”. (Bishop, p.33);
d) Demonização da cultura negra,
preconceito racial, medo da escravidão e
da colonização reversa.
5. a) Nos anos 50 e 60 os filmes de zumbi entraram em “declínio”. Os filmes de ficção
com monstruosidades retrataram um contexto de guerra-fria e de paranoia com os
usos da energia nuclear muito mais vinculados aos temores de invasão soviética;
b) As narrativas de extraterrestres metaforizavam os temores de que a sociedade
soviética se tornasse mais avançada tecnologicamente e socialmente do que a norte-
americana, incentivando o disciplinamento da classe trabalhadora e justificando os
gastos governamentais com a indústria bélica;
c) O filme japonês Godzilla (1954) trabalhou com o potencial da energia nuclear em
criar monstruosidades. Um exemplo de filme em que extraterrestres colonizam a
sociedade americana, por serem mais avançados tecnologicamente, é Invaders from
Mars (1953).
6. a) Hollywood dos anos 70 viu o
reaparecimento das narrativas de zumbis
nos “B-movies”. Tais produções
trabalham dentro das ansiedades vividas
pela sociedade norte-americana na época:
Guerra do Vietnã e suas cenas de
mortandade e de corpos destroçados; o
movimento por direitos civis; as
mudanças nas dinâmicas familiares;
consumismo; etc.;
b) Night of Living Dead (1968) de George
A. Romero é considerado como aquele
que estabeleceu os parâmetros modernos
que caracterizam os Zumbis: mortos;
infestados; agupados em hordas; forças
naturais - sem um mestre que os
comande; canibais; famintos.
c) Dawn of the Dead (1978) também
marcou as narrativas modernas de
Zumbis ao focar no grupo de
sobreviventes presos num espaço fechado.
7. a) Nos anos 80 e 90 as narrativas de Zumbis
novamente ficam de lado na indústria de
entretenimento. A sociedade americana vive anos
de crescimento econômico, do consumo e
despreocupada politicamente com o fim da guerra
fria. Maddrey: “audiences in the carefree,
consumer-friendly 1980s apparently did not feel
the need for a such a serious examination of
personal and societal values”. (apud Bishop,
p.15).
b) Os zumbis com sua força crítica e como canal de
manifestação das ansiedades sociais e individuais
caem em descrédito. Os zumbis passam a ser
personagens em comédias e em paródias na
cultura americana, cujos jovens demandavam
filmes divertidos com monstros e sangue. Por
exemplo, The Return of the Living Dead (1985)
de Dan O’ Brian e o videoclip Thriller (1983) de
Michael Jackson. “(...) once the walking dead
start to dance and jive with the King of Pop,
zombies become little more than a joke.”
(Bishop, p.15).
8. a) Renascimento das narrativas de
zumbis nas duas primeiras décadas do
século XXI nos mais diversos
formatos. Crescimento de grandes
produções cinematográficas e de
filmes amadores com zumbis no pós
11/09;
b) “The terrorist attacks os September
11, 2001, have unleashed perhaps the
largest wave of paranoia and anxiety
on ameican society since the Japanesse
attack on Pearl Harbor in 1941”.
(Bishop);
c) A sociedade americana se depara com
renovados medos e ansiedades:
infestações; invasões de excluídos
(imigrantes, mulçumanos, latinos,
pobres); ataques terroristas;
generalização da insegurança; colapso
das infraestruturas de comunicação e
transporte.
9. “I ultimately want to
argue that zombie cinema
is among the most
culturally revealing and
resonant fictions of the
recent decade of unrest.”
(Bishop, p.10)
10. As narrativas de
zumbis podem ser
analisadas como
metáforas das agitações
globais
contemporâneas.
Ao mesmo tempo, o
mundo
contemporâneo se
torna cada vez mais
parecido com as
narrativas de
zumbis.
As cenas dos telejornais diários se parecem cada vez mais com aquilo que faz parte
das narrativas de zumbis: sensação de insegurança; cenas de sobrevivência;
infestações; invasões de indesejáveis; ruas de cidades desertas e destruídas; corpos
humanos abandonados; grupos armados fora da lei; desastres naturais; etc.
To be continued...