Palestra ministrada em 2008, na Universidade Estácio de Sá de Petrópolis, no evento "Semana de Comunicação". O tema eram os medos do mercado de comunicação. E minha palestra tratou dos desafios do mercado de jornais diante do novo consumidor e da sociedade digital. Posteriormente essa mesma palestra foi ministrada no RJ para turma do Politécnico de Marketing da mesma Universidade.
1. Principais Desafios e Tendências das Empresas Jornalísticas - Novo Consumidor, Novas Tecnologias -
2. Diante de uma nova realidade, era necessário construir um novo posicionamento. E é isso que vamos ver agora: o novo posicionamento de marca do jornal O Globo. Um novo posicionamento On Line. On Time. Full Time.
3. “ O Globo não é um jornal. É uma marca provedora, chanceladora de informação, independente da mídia / plataforma” Sandra Sanches Diretora executiva do O Globo Um novo posicionamento
4. O advento da internet constrói um novo consumidor e cria um novo concorrente. On Line On Line. “ Tempos fluidos, efêmeros e transitórios” Modernidade Líquida – Zygmunt Bauman “ Em tempos de desejos voláteis e mutantes, inquietação e inovação são mandatórias” Desejos Contemporâneos – Beth Furtado “ O consumidor não quer perder mais tempo procurando. Precisa de marcas curadoras.” Pesquisa Editora Abril “Novos Consumidores” Internet rouba US$ 1 bilhão de verba publicitária de jornais e TV nos EUA ADNEWS - 24/06/08
5. Hoje a notícia não “espera” mais o jornal ser impresso para acontecer. E para que ela chegue a todos na hora em que acontece, é necessário que também o consumidor participe, interaja, produza conteúdo. Esse consumidor-produtor mudou toda a dinâmica e velocidade de fazer jornalismo. On Time On Time. “ A internet revela uma nova fonte de conteúdo: os próprios usuários” Pesquisa Editora Abril “Novos Consumidores” “ Blogs atraem novos leitores: reproduzir o conteúdo de blogs de sucesso é um expediente que está atraindo novos leitores para os jornais dos Estados Unidos” www.anj.org.br
6. O novo consumidor precisa e deseja informação a todo momento, nas mais diversas plataformas, com maior ou com menor profundidade, locais ou globais. Full Time Full Time. “ É um público sedento de informações, mas que adquiriu o hábito de diversificar as suas fontes, de acordo com o momento do dia ou mesmo com a fase da vida” O Destino do Jornal – Lourival Sant’Anna “ As fusões multimídias e as concentrações de empresas na produção de cultura correspondem, no consumo cultural, à integração de rádio, televisão, música, notícias, livros, revistas e internet. Devido à convergência digital desses meios são reorganizados os modos de acesso a bens culturais e às formas de comunicação” Leitores, Espectadores e Internautas – Néstor García Canclini
7. Percebendo a nítida segmentação de mercado, a Infoglobo, há 10 anos, deixou de ser empresa mono produto (O Globo), para ser uma empresa multi-produto . Uma mudança cultural para acompanhar uma tendência de mercado. Infoglobo O primeiro desafio...
8.
9.
10.
11.
12. Percebendo a nítida segmentação de mercado, a Infoglobo, há 10 anos deixou de ser empresa mono produto (O Globo), para ser uma empresa multi-produto . Uma mudança cultural para acompanhar uma tendência de mercado. Infoglobo O primeiro desafio... Agência de Notícia que comercializa conteúdo dos produtos Infoglobo
13. Não existe mais o leitor, o espectador, o ouvinte, o internauta. O que existe é o “consumidor de informação”. Ora ele está leitor, ora está espectador, ora ouvinte, ora internauta e, às vezes, exerce muitos desses papéis ao mesmo tempo. Informação Consumidor de Informação “ A notícia e a opinião tornaram-se matérias-primas básicas e o produto mais importante da sociedade e da economia atuais. Pela informação o indivíduo constrói seu conhecimento e integra-se à realidade” Livro: O Destino do Jornal Pesquisa de focus group realizada em SP no ano de 2003 com público A e B+
14.
15.
16.
17.
18.
19. Cada mídia, uma característica Os tipos de mídia JORNAL “ O jornal é âncora do mundo” Frase dita por um formador de opinião escolhida como síntese do que pensam os brasileiros sobre seus jornais A pesquisa foi do tipo qualitativo e envolveu oito grupos formados por leitores de jornal femininos e masculinos, grupos de idade divididos entre jovens (18-24 anos) e adultos (25-50 anos) e incluiu 13 entrevistas em profundidade com formadores de opinião, tomadores de decisão e executivos de 1º escalão. Imagem: Corbis.com Fonte: Pesquisa Instituto Ipsos Marplan – julho 2008
21. Não podemos afirmar nem mesmo quem são as empresas de comunicação, os veículos, enfim, quem é a mídia? Quem é a mídia? Veículos de Comunicação Telefone Fixo Oi TV Oi Fm Internet Celular Oi TV Móvel
22. Desempenho DQ Não podemos afirmar nem mesmo quem são as empresas de comunicação, os veículos, enfim, quem é a mídia? Quem é a mídia? Veículos de Comunicação
23. Não podemos afirmar nem mesmo quem são as empresas de comunicação, os veículos, enfim, quem é a mídia? Quem é a mídia? Veículos de Comunicação “ As faixas musicais fazem parte do objetivo da Rádio de oferecer, além da prestação de serviços , uma programação diferenciada (...). ‘A cobertura do trânsito continua com a mesma qualidade e profissionalismo, porém, como o movimento nesses horários (das 22h às 23h) é menor, intercalamos com muita música de qualidade e para todos os gostos, acompanhando o ouvinte na volta para casa e mostrando também o melhor caminho para o cinema, o teatro, a viagem ou a balada em uma programação musical qualificada ” Adnews 24/06/08 (www.adnews.com.br)
24. Não podemos afirmar nem mesmo quem são as empresas de comunicação, os veículos, enfim, quem é a mídia? Quem é a mídia? Veículos de Comunicação (agregador de notícias)
25. Não podemos afirmar nem mesmo quem são as empresas de comunicação, os veículos, enfim, quem é a mídia? Quem é a mídia? Veículos de Comunicação (agregador de notícias) Depende do conteúdo de jornais para exibir seus resultados.
26. Não podemos afirmar nem mesmo quem são as empresas de comunicação, os veículos, enfim, quem é a mídia? Quem é a mídia? Veículos de Comunicação YouTube lança "canal do repórter" O YouTube abriu um espaço jornalístico para seus usuários. O "canal do repórter" vai permitir que jornalistas profissionais ou cidadãos que se interessem por informar sobre acontecimentos se manifestem na Web. Fonte: Redação Adnews - 11/06/08
27. Os desafios e oportunidades Público Jovem: vocês Fonte: ANJ
28. Os desafios e oportunidades Público Jovem: vocês Precisamos tornar o público fiel à marca e não à mídia, à plataforma. Como criar identidade do público jovem com a marca O Globo, por exemplo? Com o novo posicionamento um dos objetivos é de rejuvenescer a marca, sem que ela perca o seu principal atributo: a credibilidade adquirida através do meio jornal.
29. Os desafios e oportunidades Público Jovem: vocês • Plataforma multimídia de comunicação com o público jovem de todas as marcas do grupo RBS – Região Sul do Brasil – como o Jornal ZH. • Seções como “Eu.jpg”, “Agende-se” e “Drops” incentivam a participação do público na mídia. Nasce de um “zine” de escola, é adquirido como unidade de negócios pelo Grupo RBS, e passa a ser responsável pela produção de conteúdo, comunicação e relacionamento com o público jovem em todos seus produtos e também para outros clientes, como Pepsi.
30. • Plataforma multimídia de comunicação com o público jovem de todas as marcas do grupo RBS – Região Sul do Brasil – como o Jornal ZH. • Seções como “Eu.jpg”, “Agende-se” e “Drops” incentivam a participação do público na mídia. Nasce de um “zine” de escola, é adquirido como unidade de negócios pelo Grupo RBS, e passa a ser responsável pela produção de conteúdo, comunicação e relacionamento com o público jovem em todos seus produtos. Os desafios e oportunidades Público Jovem: vocês Em 2008 ganhou o “ Prêmio Jovem Leitor do Mundo” concedido pela Associação Mundial de Jornais
31.
32.
33. Os desafios e oportunidades Jornais Gratuitos no Brasil Julho 2006 – SP e RJ Andre Jordan / Cofina 1974 – SP Group Thomeu (Folha Metropolitana) Maio 2006 – SP Grupo Bandeirantes / Metro International (Metro franchise) Jornal de Londrina Maio 2006 Londrina RPC (Rede Paranaense de Comunicação) (Gazeta do Povo) Jornal do Ônibus Maio 2006 - Cuiabá Correio Paranaense (weekly first ) Metro Magazine Agosto 2008 - RJ Phenix Comunicao
34.
35. Os desafios e oportunidades Classes Populares 78% Penetração do Meio Jornal Fonte: Ipsos Marplan - 2008 65% 46% 28% 18% Classe A Classe B Classe C Classe D Classe E
36. “ Quando surgiu o videocassete todos diziam que ele mataria a indústria do cinema. Hollywood até tentou boicotar o produto. Pois bem, matou? Não. Mais tarde, com o surgimento da internet, especulava-se que ela mataria a mídia impressa. Matou? Obviamente que não.” Fonte: www.visaodemarketing.com.br Previsões e Tendências O jornal vai morrer? “ O atual momento de transição das mídias não se trata de outro processo de acomodação, a exemplo do que aconteceu quando surgiu o rádio e a televisão. ‘Não são tempos de simples evolução tecnológica, mas de mudanças radicais e transformadoras, comparáveis à invenção da imprensa e da revolução industrial’, enfatizou.” Rosental Calmon Alves, Universidade do Texas
37. Previsões e Tendências O jornal vai morrer? “ A cada geração, o número de consumidores de jornais impressos diminui - e a curva está se inclinando numa velocidade estonteante. Ponha-se num gráfico a diminuição de circulação dos jornais nos EUA, por exemplo, e o fim tem data marcada. É em 2043 .” - Philip Meyer “ Não sei realmente se daqui a cinco anos ainda vamos imprimir o Times e, na verdade, não importa muito” - Arthur Sulzberger Presidente e Editor do The New York Times O fundamental, segundo ele, é se concentrar no melhor modo de operar a transição da folha impressa à internet. – Fonte: Agência de Notícias ANSA “ O jornal impresso ainda tem uma sobrevida de 20 ou 30 anos” Jornalista Ethevaldo Siqueira, do jornal "O Estado de S.Paulo” “ Até 2030, a expectativa é que o impresso mude seu papel na mídia, antes de desaparecer. Não será necessariamente um meio de massa, mas poderá ser consumido por segmentos especializados.” Adnews – “Conheça o jornal do futuro” - 28/04/08
38. Previsões e Tendências O jornal vai morrer? “ Afinal, não é mais uma questão de se perguntar se os jornais vão acabar ou não (porque, em papel, eles já estão acabando), mas, sim, uma oportunidade única de reinventar o jornalismo, preservando o que ele tem de melhor e jogando todo o resto fora (hierarquias e burocracias inúteis).” Júlio Daio Borges – Editor do site www.digestivocultural.com “ O que a imprensa oferece é influência, influência social e influência comercial. A influência social está na divulgação daquilo que acontece na comunidade. Esta influência não está à venda. A influência comercial vai dos grandes anúncios aos classificados, e vende-se. A relevância de um órgão de imprensa é dada por sua influência social e é o público quem decide isto. Influência social não se cria num dia, tampouco se perde rapidamente. A manutenção da relevância se dá investindo em reportagem e análise.” – Philip Meyer Observatório da Imprensa Essa influência pode ser transmitida da marca do jornal para qualquer outra mídia
39. “ (...) há três caminhos básicos (...): expansão ao redor da marca , crescimento geográfico e o uso de novas mídias . • Expandir a marca significa lançar títulos populares, novos formatos, explorar nichos diferenciados e vender produtos agregados. • Já o crescimento geográfico significa expansão para regiões próximas e até mesmo fusões e compras de outros títulos. • O uso de novas mídias , por sua vez, é um expediente que já está sendo usado com sucesso pelos jornais, sendo que o grande filão para a captação de publicidade on line, além dos classificados, serão os serviços de busca de produtos e serviços.” Fabián Barros, Consultor da Mackinsey Fonte: www.anj.com.br Previsões e Tendências Caminhos para o novo jornal
40. Previsões e Tendências Caminhos para o novo jornal CLIENTES (consumidor de informação) AMBIENTES consumo, transportes, esporte/saúde... GEOGRAFIAS Grande SP, RJ, bairro, rua, casa... NECESSIDADES jornais ou cadernos temáticos PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO Primárias: jornal, revista, guias e listas, internet fixa e móvel, celular Secundárias: (encarte, evento, livro, mkt direto, mídia exterior e interior, pdv, tel fixo, licenciamento de marca, games)
41.
42.
43. Ao contrário do que ocorre nos EUA e na Europa, no Brasil cresce a circulação dos jornais impressos. Previsões e Tendências Brasil: contra a maré • A circulação de jornais auditados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) aumentou 8,1% no primeiro semestre de 2008 , comparada com igual período de 2007. • O crescimento tem sido uma constante há quatro anos. • Os grandes responsáveis pelo crescimento são os jornais populares e os locais, com a cobertura focada nas cidades em que circulam. • O jornal continua sendo o segundo maior meio de publicidade do mundo, depois da televisão. A parcela dos jornais no bolo publicitário mundial caiu de 28,7% para 27,5% no ano de 2007, enquanto que no Brasil ela foi 6% superior à do ano anterior.
44. Ao contrário do que ocorre nos EUA e na Europa, no Brasil cresce a circulação dos jornais impressos. Previsões e Tendências Brasil: contra a maré • A circulação brasileira de jornais foi a que mais cresceu no ano de 2007 na América do Sul, continente que registrou crescimento de 6,72 por cento, o maior das regiões mundiais. O crescimento da circulação de jornais do Brasil no ano passado foi de 11,8%, mais de três vezes superior ao crescimento mundial, que foi de 2,57%. (Relatório World Press Trends de 2007 da Associação Mundial de Jornais - WAN - com 232 países) • O aumento da receita com publicidade nos jornais brasileiros também foi bem maior que a média mundial em 2007. A variação brasileira de publicidade nos jornais foi de 15,22%, enquanto que a média mundial foi de apenas 0,86%, segundo o relatório da WAN.
45. Previsões e Tendências Futuro... “ É como se a empresa de comunicação fosse um shopping, e o jornal, sua loja-âncora” Tom Rosenstiel Pesquisa “O Estado da Mídia” - Universidade Columbia, em Nova York – Abril 2007 E nesse “shopping” há uma valorização de marcas, ou seja, maior exposição das grifes jornalísticas. Por isso um bom posicionamento é essencial para garantir a longevidade do negócio, seja em que mídia for.