O documento discute as expectativas para a próxima reunião do Copom e indicadores econômicos brasileiros. A análise sugere que o Copom poderá reduzir a taxa Selic em 0,25% dado os riscos da desaceleração externa para a economia brasileira e a inflação dentro da meta. No entanto, argumenta que uma redução maior seria preferível.
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Calendário Econômico Pine: Quanto vale 2013 frente a 2014?
1. Calendário Econômico Pine: Quanto vale 2013 frente a 2014?
08 de Outubro de 2012
BRASIL
Reunião do COPOM
Vamos para nova reunião do Copom com analistas bastante divididos; segundo o
último Relatório Focus a mediana do Top 5 de médio prazo espera nova queda de
0,25% na taxa Selic, enquanto o curto prazo manteve sua mediana em 7,50%.
Entretanto, percebe-se pela média do próprio Top 5 de curto prazo (7,40%) que
aproximadamente 40% das casas já trabalham com nova redução com a “máxima
parcimônia”.
A falta de consenso reside na ausência de sinais contundentes para os dois cenários.
Além disso, o entendimento de boa parte do mercado sobre o conteúdo do último
Relatório de Inflação (RI) vai de encontro ao tom adotado por um dos diretores do BC
em aparição pública na semana passada. Vale lembrar que na ocasião do RI3T12
argumentamos que os seguintes pontos sinalizavam o fim do ciclo em 7,50%:
Segundo o documento, a recuperação tenderia a se intensificar ao longo deste
semestre e no próximo ano em resposta aos efeitos dos estímulos já
concedidos; sua projeção contempla crescimento do PIB real vindo de 1,6% no
4T12 para 3,3% no acumulado em 4 trimestres no 2T13.
A política fiscal teria se deslocando de neutra para “ligeiramente
expansionista” com o comitê reafirmando que seu cenário inflacionário
depende da manutenção do superávit primário em 3,1% do PIB, hoje em 2,5%;
O Copom havia reavaliado o cenário externo de desinflacionário para
inflacionário no curto prazo e, da mesma forma, reclassificou o balanço de
riscos do ambiente doméstico inflacionário de favorável para neutro.
Apesar de reduzir a projeção de administrados de 4,5% para 2,4% em 2013
com as desonerações nas tarifas de energia elétrica, o cenário de referência
projeta inflação de 4,9% em 2013, enquanto o cenário de mercado aponta
inflação de 4,8%, números apenas 0,1pp abaixo do RI2T12.
Mas, na última quinta-feira, o diretor de Assuntos Internacionais do BC deu destaque
à possibilidade de um período de baixo crescimento global por tempo mais extenso
(um elemento novo em sua análise). Sendo assim, afirma, seria importante ser capaz
de ajustar a política monetária de forma a manter sua influência positiva sobre a
atividade considerando, por outro lado, os riscos sobre a estabilidade monetária e
financeira.
De tal modo, a decisão do colegiado passará essencialmente pela questão
externa, quão preocupante é sua perspectiva de crescimento e qual seu grau de
influência sobre nossa economia. Entendemos que manter o juro básico em 7,50% e
sinalizar sua manutenção por período extenso aumenta a previsibilidade da condução
da política monetária, reduz os questionamentos quanto a sustentabilidade dos juros
reais em níveis expansionistas e, da mesma forma, a necessidade de elevação no
futuro próximo. No entanto, em um banco, (nós economistas) agregamos valor
quando dizemos o que o BC deve fazer e não o que deveria fazer.
Nesta linha, tanto o conteúdo quanto o timing das declarações de Luiz Awazu são
informações relevantes e suficientes para alterarmos nossa expectativa para nova
queda de 25 pontos-base nesta reunião. Quando o desempenho anêmico da
atividade externa - agora possivelmente ainda mais fraco - desencadear revisões
negativas para o PIB brasileiro de 2013 (a mediana do Focus trabalha com
crescimento de 4,0%, acima da nossa estimativa de 3,3%) considerando ainda, aos
olhos do BC, que o IPCA de 2013 teria espaço para fechar próximo de 4,8%-4,9%
(como vimos no RI3T12) e, portanto, dentro de seu intervalo de conforto,
entenderemos a opção de Awazu.
De qualquer forma, devemos deixar bem claro alguns pontos pertinentes à opção de
ciclo de queda mais dilatado: (i) uma vez diagnosticada a piora externa, não faria
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2. sentido algum reduzir em apenas 25pb a Selic e entender esta “calibragem” como a
que faltava para desamarrar os investimentos e, assim, o PIB brasileiro; ao menos
não conhecemos nenhuma modelagem de “investimentos por gatilho” (como num
passe de mágica, atingido o threshold de 7,25% o espírito animal é despertado no
empresariado). Sendo assim, se de fato a Selic for reduzida em 25 pb, preferimos
trabalhar com nova queda em novembro, que levaria o juro para 7,00% em 2012 e,
mais interessante, reabriria a discussão para as reuniões do 1T13; (ii) o IPCA – que,
para 2013, havíamos ajustado de 5,3% para 5,0% com a redução no preço da energia
elétrica - tende a deslocar-se para ainda mais longe do centro da meta; pelos nossos
cálculos, o índice tende a elevar-se de 0,10% a 0,15% no acumulado de 4 trimestres
para cada redução de 25pb da Selic. Ou seja, a opção imprime um custo inflacionário
que, para 2014, se transformará em menor atividade com a elevação dos juros. Quão
importante é 2014 em relação a 2013?
Vendas no varejo (PMC) - agosto
Na quinta-feira, o IBGE divulgará os números do varejo referentes a agosto. Nós
estimamos uma alta de 0,30% da taxa de crescimento mensal (livre de efeitos
sazonais) das vendas no varejo restrito, pouco acima da mediana das expectativas
(0,0%). Se estivermos corretos, a desaceleração mensal (vinda de 1,6% e 1,4% em
junho e julho, respectivamente) será acompanhada, contudo, pela aceleração da
média móvel trimestral, de 0,7% para robustos 1,1%.
Da mesma forma, o comércio varejista ampliado deverá apontar elevação expressiva
na esteira das vendas de ‘Veículo, Motos, Partes e Peças’ cujas compras responderam
à possibilidade de retirada da redução do IPI.
Comércio varejista – consistentemente acima de tendência
115 115
Nível (média 2003 = 100)
110 110
105 105
100 100
95 95
90 90
85 85
80 80
75 75
70 70
2009
2010
2008
2011
2012
2011
2012
2008
2009
2010
Comércio Varejista Comércio Varejista Ampliado
MM12M MM12M
Fonte: IBGE; elaboração: Pine Research
Nossos números para o mês de agosto baseiam-se nos seguintes fatos:
Alta de 0,9% no indicador de atividade do comércio, segundo a Serasa;
Elevação de 1,3% na taxa de crescimento das vendas reais
dessazonalizadas (descontada a variação do IPCA e os efeitos sazonais do
período) dos supermercados, segundo números da ABRAS;
Crescimento de 8,9% da expedição de caixas, acessórios e chapas de
papel ondulado segundo a ABPO;
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3. Diferentemente, observamos nova redução da confiança do consumidor,
tanto pelos dados da FGV (-1,0%) quanto pelo levantamento da
FECOMÉRCIO (-1,8%);
No âmbito das vendas varejistas ampliadas e que dependem da taxa de
crescimento do crédito ao consumidor, o recuo de 4,1% no licenciamento
de automóveis e comerciais leves visto em julho, segundo a FENABRAVE,
foi revertida em agosto com a forte alta de 10,7%;
Nós mantemos nossa expectativa de sustentação de taxas moderadas de crescimento
nos próximos meses na esteira das já conhecidas medidas contracíclicas adotadas
pelo governo, a perspectiva positiva da massa real de salários, o consequente
crescimento do crédito (ainda que desacelerando para taxas nominais de 15% ao ano)
e a consolidação da perspectiva de redução da inadimplência PF.
Índice de atividade do Banco Central (IBC-Br) – agosto
Se a Pesquisa Mensal do Comércio confirmar nossa estimativa de vendas no varejo
restrito, o IBC-Br de agosto, a ser divulgado ao longo da semana, deverá apresentar
alta de 0,9% frente ao mês anterior (série dessazonalizada), correspondente a uma
elevação de 2,70% em relação ao mesmo período de 2011. Com isso, a média móvel
de três meses passaria de 0,4% para em 0,3%.
Além da alta estimada de 0,3% na PMC, consideramos as elevações de 1,53% e 1,55%
na produção de bens de transformação e de insumos típicos da construção civil e de
0,68% a carga de energia verificada em julho recuou 0,51% segundo a ONS.
O fechamento dos números de agosto desses indicadores implica a nossa estimativa
de crescimento real do PIB no 3T12 (t/t dessazonalizado) próximo a 1,3%, ainda
acima do crescimento observado no 2T12, mas consistente com a fraca expansão real
de 1,4% em 2012.
Marco Antonio Maciel Marco Antonio Caruso
Economista-chefe Economista
Banco Pine Banco Pine
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4. Estimativa
Horário País Indicador Data Consenso Anterior
PINE
Segunda-feira, 08/10/2012
07:00 Alemanha Produção Industrial (% m/m) ago/12 - - 1,3%
07:00 Alemanha Produção Industrial (% a/a) ago/12 - - -1,4%
07:00 - Indicadores Antecedentes ago/12 - - 100.2
08:00 Brasil IGP-DI set/12 0.80% 0.84% 1.29%
08:00 Brasil IPC-S (1ª Quadrissemana) out/12 - 0.60% 0.54%
12:00 Z. do Euro Reunião dos Ministros da Economia da Z. do Euro - - - -
21:00 - World Economic Outlook - - - -
22:30 - Monitor Fiscal - - - -
Terça-feira, 09/10/2012
- - Reunião Anual Banco Mundial e FMI - - - -
05:30 R. Unido Produção Industrial ago/12 - - -0,8%
05:30 R. Unido Balança Comercial ago/12 - - -GBP1,5B
06:00 Grécia Leilão de Títulos (Bills) - - - -
08:30 EUA Confiança do Pequeno Empresário set/12 - - 92.9
10:00 - Coletiva de Imprensa - World Economic Outlook - - - -
11:30 - Coletiva de Imprensa - Monitor Fiscal - - - -
21:00 - Global Financial Stability Report - - - -
Quarta-feira, 10/10/2012
04:00 Z. do Euro Painel de debate União Bancária (Europa) - - - -
06:00 Itália Leilão de Títulos (Bills) - - - -
08:00 Brasil IGP-M (1ª prévia) out/12 0.50% 0.50% 0.59%
08:00 EUA Pedido de Hipotecas (Semanal) 5/out - - 16.6%
09:30 EUA Oferta e Demanda Agrícolas Mundiais (Estimativa) - - - -
11:00 EUA Estoques do Atacado ago/12 - 0,4% 0,7%
12:30 Brasil Fluxo Cambial Semanal 7/out - - -USD1,2B
15:00 EUA Livro Bege - - - -
- Brasil Reunião do Copom (Taxa Selic) - 7.25% 7.50% 7.50%
Quinta-feira, 11/10/2012
02:00 Japão Confiança do Consumidor set/12 - - 40.5
03:00 Alemanha Preços ao Consumidor (Revisão) set/12 - - 2,0%
05:00 Z. do Euro Relatório Mensal out/12 - - -
06:00 Itália Leilão de Títulos - - - -
09:00 Brasil Vendas no Varejo (% m/m) ago/12 0,3% - 1,4%
09:00 Brasil Vendas no Varejo (% a/a) ago/12 9,8% - 7,1%
09:30 EUA Preços de Exportações/Importações set/12 - - -
09:30 EUA Balança Comercial ago/12 - -USD44,0B -USD42,0B
09:30 EUA Jobless Claims 6/out - - 359 Mil
13:30 EUA Discurso de C. Plosser (Fed Filadélfia) - - - -
20:50 Japão Índice Tertiary de Atividade Industrial ago/12 - - -0,8%
21:00 EUA Discurso de J. Bullard (Fed St. Louis) - - - -
Sexta-feira, 12/10/2012
- Brasil Feriado: Mercados Fechados - - - -
06:00 Z. do Euro Produção Industrial (% m/m) ago/12 - - 0,6%
06:00 Z. do Euro Produção Industrial (% a/a) ago/12 - - -2,3%
09:30 EUA Preços ao Produtor (% m/m) set/12 - 0,7% 1,7%
09:30 EUA Preços ao Produtor (% a/a) set/12 - 1,8% 2,0%
09:30 EUA Preços ao Produtor - Núcleo (% a/a) set/12 - 2,5% 2,5%
10:55 EUA Confiança do Consumidor (Preliminar) out/12 - 77.5 78.3
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5. Disclaimers
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