Um aspecto fundamental para o redimensionamento e organização das propostas e práticas pedagógicas nas instituições educativas. Esse aspecto que é realizado em diferentes processos precisa abranger todos os envolvidos com a educação escolar.
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Avaliação na Educação Infantil - Claudinéia Barbosa - 2010
1. Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Departamento de Educação – Campus XIII
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Claudinéia da Silva Barbosa1
azulestrelar@yahoo.com.br
Um aspecto fundamental para o redimensionamento e organização das
propostas e práticas pedagógicas nas instituições educativas. Esse aspecto
que é realizado em diferentes processos precisa abranger todos os envolvidos
com a educação escolar. Profissionais, famílias, crianças e comunidade. Todos
são importantes neste momento de reflexão e redimensionamento das
experiências educativas. Mas como a Educação Infantil é compreendida e
como ocorrem os processos de avaliação neste nível de ensino? Quais são
seus critérios e instrumentos?
A concepção de infância, criança e educação infantil que se tem hoje, é
relativamente recente, assim como a história da própria Educação Infantil. As
concepções pedagógicas quase sempre estiveram relacionadas aos contextos
de cada época. Atualmente, as ideias difundidas sobre criança, infância e
educação infantil estão presentes nos valores que também fazem parte da
sociedade, mas que se convencionam e se reelaboram a partir das
contribuições das famílias e comunidades quando expressam suas identidades
e do quanto os profissionais resignificam essas concepções.
A criança, hoje, é considerada um sujeito histórico que tem direito e
deveres legalmente amparados. A educação infantil tem sido cada vez mais
redimensionada, buscando atender melhor e mais eficazmente não só esses
1
Graduanda do Curso de Pedagogia – Habilitação, Docência e Gestão dos Processos Educativos,
cursando VI semestre na Universidade do Estado da Bahia – Desp. de Educação Campus XIII –(UNEB -
DEDC- XIII) – Itaberaba - BA. Trabalho orientado por Ana Paula Conceição, como requisito parcial de
avaliação do Componente Curricular: Pesquisa e Estágio II – Educação Infantil., Professora da UNEB -
DEDC- XIII – 2010.2.
2. direitos, mas também metas e diretrizes educacionais provocando e
alimentando a perspectiva de um novo paradigma. Embora nem sempre com
êxito e resultados esperados, mas prevendo as possibilidades de avanço
diante dos desafios. Uma característica marcante da educação infantil tem sido
o cuidar e educar. Duas dimensões que precisam ser desenvolvidas de forma
indissossiada. Isso indica que neste nível de ensino, as experiências e
aprendizagens se dão de forma integrada, visto que o desenvolvimento da
criança é global.
Com isso compreende-se que as experiências, as descobertas e
elaborações de conhecimentos na fase infantil se constroem em etapas
sucessivas. Por isso fundamental que os educadores assumam a função
mediadora na ação educativa. E um dos fatores importantes para a realização
desse instigante trabalho é a avaliação.
Todo acompanhamento pedagógico das ações e desenvolvimento da
criança precisam ser considerados itens de avaliação. Seja individual ou
coletiva. É importante perceber níveis e etapas de conhecimentos já
elaborados pelas crianças, para considerar novas problematizações, ações
interventivas através do planejamento e acompanhamento pedagógico. Dessa
forma as intervenções a partir da ação mediadora será também formativa, ao
passo que está acompanhando o crescimento da criança, observando-a em
todos os seus aspectos.
O papel da avaliação é essencialmente relevante. Através de
instrumentos como análises e discussões periódicas, através de trocas de
conhecimentos e informações com a família, observações, registros
fotográficos ou audiovisuais, relatórios, fichas de observação, dossiês,
portfólios e análise dos dados coletados a partir desses instrumentos; os
educadores podem avaliar o desenvolvimento das crianças. A Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDBEN), sancionada em dezembro de 1996,
estabelece, na Seção II, referente à educação infantil, no artigo 31, que “[...] a
avaliação far-se-a mediante o acompanhamento e registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental.” Entende-se que a avaliação é um meio que auxilia o
3. professor na reflexão e compreensão do seu trabalho e dos resultados que
este traz, na relação direta com a aprendizagem da criança.
Portanto a avaliação deve fazer parte das propostas e práticas
pedagógicas, sendo parte de como um ciclo ação-reflexão-ação,
redirecionando sempre o processo de ensino-aprendizagem. A ação mais
comum encontrada nos critérios de avaliação em educação infantil é a
formativa. Esta acontece em variadas formas de observação direta e registros
diários, muitas vezes em curto prazo, a fim de orientar o educando no momento
atual de sua dificuldade de aprendizagem.
Contudo, existem ainda práticas equivocadas sobre avaliação em
educação infantil. Assim como instrumentos que não trazem resultados
satisfatórios para o redimensionamento do planejamento. Pois seus critérios e
tempo de observações e registros, são incoerentes com o que se espera de
uma avaliação que precisa servir de análise e redirecionamento às novas
ações. Ou que ainda estão atreladas ao julgamento do professor e suas
concepções.
Com isso é preciso considerar que os profissionais docentes tenham
clara compreensão sobre a relevância e natureza da avaliação, entendendo a
como prática sistemática e contínua. Que focalize primeiro a análise clara dos
resultados e reoriente a sua prática, assim como reelabore as suas propostas
pedagógicas, tendo sempre como foco o desenvolvimento da criança.
Referência:
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. No 9.394, de Dezembro de
1996. Disposições Constitucionais. Brasília, DF. 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil.
Brasília: MEC/SEF, 1998.