2. Com um conjunto de fotografias que fui batendo pensei
elaborar uma apresentação legendada para dar a conhecer
esta esquecida aldeia de Trás-os-Montes, que teve foral de
D. Afonso Henriques em 1162 e de novo em 1512 pelo Rei
D. Manuel I, foi sede de concelho e hoje está à beira de
desaparecer como unidade autárquica. Mas é uma terra
com história, a minha terra!
Nem são precisas legendas! As ruínas do castelo, as
fontes, os cruzeiros, os montes e o casario falam por si.
No entanto dou a palavra a Miguel Torga em prosa e
poesia. Ele consegue dizer tudo sobre estas terras e estas
gentes.
Nem sempre as fotografias condizem com o texto, pois o objectivo é dar a
conhecer a aldeia e a força das suas gentes. Visitem-na!
48. Não se vê por que maneira este solo é capaz de dar pão e vinho. Mas dá.
49. Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o
calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que
de baixo o seca, erguem-se os muros do milagre.
50. Capela de Stº
António
Em íngremes socalcos, varandins que nenhum palácio
aveza, crescem as cepas como os manjericos às janelas.
51. Resto das tulhas
para azeitona
No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra-Fria
e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto.
57. Sem ninguém perguntar mais nada, sem ninguém vir à janela
espreitar, escancara-se a intimidade duma família inteira.
58. O que é preciso
agora é merecer
a magnificência
da dádiva.
59. Capela de Nª
Srª de
Fátima. Nos códigos
Existem mais
duas
e no
idênticas, catecismo o
uma das
quais em pecado de
honra de São orgulho é
Nuno
dos piores.
61. Resta saber se
haverá coisa mais
bela nesta vida do
que o puro dom de
se olhar um
estranho como se
ele fosse um irmão
bem-vindo, embora
o preço da
desilusão seja às
62. Dentro ou fora do
seu dólmen
(maneira que eu
tenho de chamar
aos buracos onde
vive a maioria)
estes homens não
têm medo senão
da pequenez.
63. Medo de ficarem
aquém do estalão por
onde, desde que o
mundo é mundo, se
mede à hora da morte o
tamanho de uma
criatura.
64. Acossados
pela
necessidade e
pelo amor da
aventura
emigram.
65. Metem toda a
quimera numa
saca de
retalhos, e lá
vão eles. Os que
ficam, cavam a
vida inteira.
66. Pelourinho
E, quando se cansam,
deitam-se no caixão
com a serenidade de
quem chega
honradamente ao fim
dum longo e trabalhoso
dia.
67. O nome de Trasmontano, que quer dizer filho de Trás-
os-Montes, pois assim se chama o Reino Maravilhoso
de que vos falei.
68. Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! minha serra, minha dura infância!
69. Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, da distância!
74. OBRIGADO
ApAReçAm! NãO teNDO CeNtRO De SAúDe, CORReIO
Ou quAlqueR OutRO SeRvIçO púBlICO A NãO SeR A
JuNtA De FReGueSIA, pOR peRtO, muItO peRtO, pODe-
Se COmeR, BeBeR e DORmIR em lOCAl De quAlIDADe.
Formatado por Américo Lino Vinhais
Excepto as imagens do diapositivo inicial, dos javalis mortos, do barbeiro e das
três mulheres, que foram retiradas da Internet, as fotografias foram batidas
pelo autor
Está escrito de acordo com o que minhas professoras me ensinaram na escola primária
(D. Isolina, D. Dorinda e D. Gentil)