A integração empresa-universidade tem o intuito de vincular a teoria com a prática. Tal experiência foi aplicada, por dois semestres consecutivos, no curso de Design, Habilitação em Gráfico e Industrial, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Acadêmicos de ambas habilitações trabalharam unidos para realizar diagnósticos em design em empresas incubadas, oferecendo às empresas uma proposta de trabalho baseada em princípios de design estratégico, além de potencializar a aprendizagem dos alunos. A avaliação de tal processo pode girar em torno de inúmeros parâmetros, o presente artigo visa identificá-los para a avaliação do sucesso dos diagnósticos estratégicos nas empresas.
1. Qualidade na ação de design
Success at design diagnosis
MACEDO, Mayara Atherino, Graduanda em Design Gráfico, bolsista do
CNPq. UDESC
mayara_macedo@yahoo.com.br
ROSA, Silvana Bernardes. Doutora. UDESC
silvana_rosa@floripa.com.br
Resumo
A integração empresa-universidade tem o intuito de vincular a teoria com
a prática. Tal experiência foi aplicada, por dois semestres consecutivos, no
curso de Design, Habilitação em Gráfico e Industrial, da Universidade do
Estado de Santa Catarina – UDESC. Acadêmicos de ambas habilitações
trabalharam unidos para realizar diagnósticos em design em empresas
incubadas, oferecendo às empresas uma proposta de trabalho baseada em
princípios de design estratégico, além de potencializar a aprendizagem
dos alunos. A avaliação de tal processo pode girar em torno de inúmeros
parâmetros, o presente artigo visa identificá-los para a avaliação do sucesso
dos diagnósticos estratégicos nas empresas.
Palavras Chave: design, integração, qualidade.
Abstract
The integration between college and company has the objective of linking
theory with practice. Such experience was applied for two successive
semesters at the graphic and industrial design courses of the UDESC.
Academics from both industrial and graphic courses worked together to
make diagnosis at incubated companies, offering to them a propose of
work based on strategic design principles, potentializing the student’s
learning. The process evaluation can de about uncountable parameters.
The present article aims to identify those parameters for the evaluation of
the success of strategic diagnosis at the companies.
Keywords: design, integration, quality.
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2. Introdução
A implantação de um processo que visa a qualidade de uma
ação começa com entendimento do que significa qualidade. A qualidade
refere-se a adequação de determinado produto ou serviço, apresentando
reconhecidos valor e utilidade para o indivíduo que dele faz uso.
Portando, pretende-se mensurar os fatores que levam a interação empresa-
universidade a obter a qualidade, e conseqüentemente o sucesso.
Para PLONSKI (1995), a cooperação universidade-empresa é um
arranjo interinstitucional formado por organizações de natureza distinta,
que podem ter finalidades diferentes e adotar formatos bastante diversos.
O atual contexto da economia, em acelerada transformação,
é um fator colaborador para que relação universidade-empresa seja
intensificada. Tal relacionamento traz benefícios mútuos, pois se trata de
uma multiplicidade de ações que potencialmente, com maior ou menor
intensidade podem ser desenvolvidas por essas organizações.
Analisar esse processo de interação e mensurar seu impacto nas
organizações e universidade, pensando sempre na melhoria, para se
alcançar o sucesso é que trata este artigo.
Metodologia
Este trabalho analisa a qualidade na ação de design, por meio da
interação empresa-universidade, baseando-se em:
a) estudos de caso dos 24 diagnósticos realizados ao longo do ano de
2005.
b) identifica os envolvidos no processo e ligações que podem ser
estabelecidas entre as empresas e a universidade.
As etapas propostas para o desenvolvimento deste estudo são as seguintes:
levantamento bibliográfico, visita e entrevista com empresas e alunos da
disciplina Gestão do Design e consulta ao Sistema Polvo1.
Atores, características e papeis.
Atores Características Papéis
Construir as situações de
Condutor do processo, aprendizagem, mediar as
ambientado com tecnologias relações dos alunos com
de informação. Experiência o sistema informatizado,
Professor
anterior em ensino e orientação identificar empresas
a distância. Acompanhamento potenciais para serem
diário das atividades virtuais. analisadas pelo processo de
diagnóstico em design.
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3. Percorrer os caminhos críticos
Intimidade com meios
apontados pelas guias de
digitais de comunicação,
atividades. Formular suas
integrados à rede de
críticas, levantar os dados,
Aluno computadores e com acesso
manter os prazos. Efetuar o
doméstico à mesma. (dados
diagnóstico junto às empresas
levantados junto aos alunos)
clientes disponibilizadas.
Disponibilizar dados
Empresas em ascensão ou
empresariais sobre mercado,
incubadas. Empresários
processo produtivo,
jovens, ousados e estimulados
posicionamento estratégico,
Empresa por novas investigações.
valores, missão e visão
Nas empresas serão feitos as
de negócios. Participar no
avaliações e os diagnósticos
levantamento e analise destes
de design.
dados.
Interação entre empresa e universidade
Procurando vincular a teoria com a prática, a disciplina se
desenvolveu baseando-se em caso real. Para tanto foram contatadas
empresas (a grande maioria das Incubadoras de Empresas Celta2 e Midi3)
que foram objeto de trabalho das equipes de alunos. A característica
principal da quase totalidade da empresas atendidas é que se encontram
em estagio inicial de desenvolvimento, com tempo de vida inferior a
quatro anos, estando relativamente distante do design. A tarefa dos alunos
foi de mergulhar no universo da empresa, tanto em seu ambiente interno
como externo de modo a identificar oportunidades de desenvolvimento de
projetos de design.
O benefício do diagnóstico para as empresas consiste na
probabilidade de incorporação do design às suas estratégias gerenciais, e
na possibilidade de aplicação do conhecimento oriundo da pesquisa dos
acadêmicos em ações podem interferir na competitividade da empresa.
Segundo MELO (1999), para garantir ou ampliar espaços cada vez
mais disputados de mercados as empresas têm buscado novas formas de
organização que proporcionem condições para a inovação tecnológica.
Salienta que essas formas são parcerias entre empresas e destas com
universidades, têm o objetivo de manterem e ampliarem suas condições
de competitividade.
Em relação ao corpo discente, o trabalho se caracterizou como um
importante meio de aprendizado e obtenção de informações indispensáveis
para o aprimoramento e atualização conhecimento, possibilidade de
trabalharem com problemas mais concretos, que refletem as reais
necessidades da indústria. Segundo MACULAN e MERINO (1998) “a
interação com a indústria representa uma oportunidade para diversificar
as formas de valorização dos conhecimentos e competências acumuladas,
adquirir novas competências e assumir um novo papel no crescimento
econômico”.
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4. Discussão
A avaliação de um processo de integração entre empresa e universidade
pode girar em torno de inúmeros parâmetros. Alguns deles serão abordados
a seguir visando uma primeira leitura de resultados obtidos. Diversos
valores podem ser levantados, os parâmetros de identificação dos fatores
que resultam na qualidade da ação de design, se apresentam de forma
quantitativa e qualitativa. Aquele mais fácil de se perceber, enquanto este
se percebe mais sutilmente. Assim, a discussão se fará a partir dos valores
obtidos.
a. Interações
Segundo ALESSIO (2004) “quando se fala nas atividades que
estão inseridas no conceito de cooperação, interação, vinculação ou
relação entre a instituição de ensino e a empresa, está se falando de
uma multiplicidade de ações que potencialmente, com maior ou menor
intensidade podem ser desenvolvidas por essas organizações”. O processo
de interação empresa-universidade pode ser avaliado a partir de diversas
óticas. Através do relacionamento professor empresa, aluno empresa, aluno
sistema, professor sistema. Tais ações conjuntas puderam ser verificadas a
partir do acompanhamento de relatórios de acesso, por meio da avaliação
do empresário e do aluno.
Nesta primeira fase no processo de parceria empresa universidade,
o professor é o primeiro agente de integrador. Seguindo algumas etapas no
processo, iniciando-se no diálogo, intensificam-se com a convivência, até
atingir a identificação cultural e a confiança.
Na fase inicial, a de conversa de sensibilização, a professora
visitou cada uma das 24 empresas apresentando os objetivos do processo,
as condições de acompanhamento, os parâmetros a serem avaliados na
empresa e as garantias que ambas as partes poderiam honrar (sigilo,
acesso a dados, acompanhamento, retorno). A professora também teve que
explanar sobre a abrangência da profissão do designer e as possibilidades
que ela permite. A resposta dos empresários e gerentes de incubadoras
quanto a este primeiro contato foi de abertura para novas formas de
atuação do design, visto que quase a totalidade dos empresários se viu
surpreso com a proposta de gestão.
Qualitativamente, este pode ser considerado como um indicativo de
sucesso da ação, visto que um processo de difusão da atuação profissional
estaria sendo feito e, ainda que este não fosse o objetivo principal.
A aproximação dos acadêmicos com a empresa gera uma avaliação
diferente, visto que a grande maioria dos alunos da disciplina não tinham
entrado em uma empresa. A validação da proposta da proposta consiste
no fato de que as empresas representam o mercado de trabalho dos
egressos, sendo assim, é de suma importância os alunos, desde já, terem
conhecimento das dinâmicas, onde as metas, dificuldades, exigências
devem ser dominadas para que se possa atuar. SILVA (1999), salienta que
apesar das características diferentes entre as universidades e as empresas,
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5. a dinâmica atual do mercado, e suas demandas de pessoal e pesquisa,
conduzem à necessidade de otimizar a parceria entre essas instituições.
O parâmetro de indicativo de sucesso se faz presente a partir do
momento de cumpriu a primeira meta de integração, quebrar a distância
entre o acadêmico e seu meio de atuação. Essa primeira etapa do processo
de parceria empresa universidade foi assistida e orientada, tendo a
presença da professora como fator de segurança e de acompanhamento,
minimizando os erros, as divergências, as incompreensões de ambas as
partes.
Os acadêmicos nunca haviam abordado um problema de design
sob a ótica da gestão. Assim sendo, quanto às questões de ensino, as
possibilidades de cooperação universidade-empresa, apresenta potencial
significativo em cenários onde o conhecimento é considerado fundamental
para o desempenho competitivo das empresas.
Um dos principais fatores que tornam possível a integração
empresa-universidade é a existência de alguém capaz de falar as duas
línguas, a do empresário e a do estudante, e fazer a articulação entre eles.
Na interação aluno-sistema, professor-sistema e não excluindo
aluno-professor, as atividades foram mediadas e acompanhadas pela
Internet, auferidas no sistema Polvo. Foi possível à professora acompanhar
o número de acessos dos alunos, quantidade de tempo conectado. No
geral, houve um acesso freqüente dos alunos, de modo que a cada novo
material publicado a mediação foi efetivada, os arquivos chegaram e
ficaram disponíveis a todos os acadêmicos.
O acompanhamento do retorno dos diagnósticos junto às empresas
foi acompanhado pela professora, onde, em cada uma das empresas
foi realizada uma reunião final, dela participaram os acadêmicos, os
empresários, a professora e por vezes o gerente da incubadora.
Um parâmetro que indica o sucesso na empreitada consiste no
repasse de conhecimentos para a empresa. Quando o empresário recebe o
diagnóstico da situação da empresa juntamente com propostas melhorias,
ele adquire o conhecimento da universidade. Assim, há possibilidade
do resultado desta pesquisa gerar novos projetos de pesquisa para a
universidade, aumentando a produção científica do pesquisador e gerando
recursos financeiros para a pesquisa.
Os aspectos observados são relacionados com a interação entre
empresa, alunos e professor, a opinião dos empresários em relação
ao trabalho realizado, a repercussão em termos de mídia, ao interesse
despertado em novas empresas e desdobramentos esperados para novas
ações de mesma natureza. “A formação de parcerias entre a instituição
de ensino e a empresa pressupõe uma relação calcada no princípio de
reciprocidade, em que as potencialidades de cada uma das partes são
exercidas em prol do objetivo comum”. (ALESSIO, 2004).
b. Retorno dos atores
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6. Dentre todos os atores envolvidos na ação de design, acadêmicos,
professor e empresários, ainda pode-se destacar os gestores das
incubadoras e algumas empresas que observaram de modo remoto o
trabalho desenvolvido.
A resposta dos empresários pode ser medida de duas maneiras,
tangível e intangível. A primeira pode ser observada por meio dos
questionários remetidos aos empresários, e respondido por cerca da
metade deles, além dos questionamentos questionamento direto na reunião
de retorno respondido pela totalidade. De forma intangível, o resultado é
percebido pelas conversas informais e os conselhos de empresários, dentre
outros sem que se possa avaliar de forma palpável seu conteúdo.
A percepção dos empresários foi de surpresa quanto à amplitude
de atuação do profissional do design, já observado no primeiro contato,
e a admiração pela potencialidade que um trabalho desta natureza pode
provocar na empresa. A realização dos diagnósticos é encarada como
parte do processo de formação, e pelos menos dois empresários usaram
este fator como parâmetro de julgamento do trabalho realizado, orientado
os acadêmicos sobre seus pontos fracos, sobre suas fragilidades. Então,
a interação empresa universidade, representaria como necessidade de
aprendizagem permanente e de ajuste recíproco.
Sobre a percepção dos alunos, não só a atuação na empresa, como
também o ensino a distancia e seu processo de mediação via Internet, os
acadêmicos concordam que o retorno imediato das atividades publicadas
foi de suma importância, ou seja, o acompanhamento do professor se fez
necessário uma maior freqüência de retorno sobre os trabalhos produzidos.
Tal retorno gerou um novo ritmo de interações da professora com os
alunos e nova forma de avaliação para o próximo ano. Cada uma das
tarefas publicadas deverá ter um retorno num prazo máximo de três dias.
Outro aspecto que pode ser considerado um parâmetro de avaliação
foi a utilização do sistema Polvo, que permitiu aos alunos a interação
entre eles, visto que todos os trabalhos publicados estavam disponíveis
para todos os acadêmicos, permitindo a comparação entre si, elevando o
nível dos trabalhos.
Um fator decisivo que serve como indicativo de sucesso, são
as publicações dos resultados em jornais de grande circulação, e a
divulgação do trabalho pelas mídias internas das incubadoras, uma vez
que as gerencias das mesmas acompanharam, de modo distante, os efeitos
do trabalho, através de comentários dos empresários e daqueles que
foram abordados pelos acadêmicos. Assim sendo o trabalho foi divulgado
despertando interesse de novas empresas e de novas incubadoras.
c. Divulgação e desdobramentos
A primeira aplicação desta forma de aprendizado foi feita em 2005/01
7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
7. com oito empresas, sendo grande parte da Incubadora Certi. A repercussão
dos resultados foi tamanha, que em julho de 2005 a incubadora MIDI,
de base tecnológica fez contato com a professora colocando a disposição
seus empresários para a divulgação do trabalho. No início do segundo
semestre foi feita uma reunião de divulgação junto a 12 empresários
daquela incubadora. Destes, foi materializada a adesão de sete novas
empresas para serem objeto do trabalho de design em sua segunda edição.
Da mesma forma empresas não incubadas, uma de equipamentos de
iluminação e outra de móveis de decoração, se mostraram receptivas para
um trabalho desta natureza.
Os fatos do mês de julho de 2005 é que foram ainda mais
determinantes em uma avaliação do efeito do trabalho iniciado. A
incubadora Celta, que abrigou a primeira edição, apresentou proposta
de trabalho permanente, ou seja, a criação de um programa de gestão do
design junto às incubadas. Foi promovida uma ação de agradecimento e de
reconhecimento pelo trabalho prestado de modo a pleitear a permanência
da ação junto ao Celta. Desta forma foram apresentadas mais seis novas
empresas para serem objeto do trabalho em sua segunda edição. Assim
sendo, na 2ª vez em que houve a implantação de Ensino a Distância na
disciplina de Gestão do Design – aliada à integração Empresa-Universidade,
16 empresas (dentre incubadas e graduadas) foram diagnosticadas pelos
alunos.
Outros parâmetros de avaliação podem ser verificados quanto
a absorção do conhecimento gerado pelos acadêmicos pela empresa.
Conforme afirmam os autores FRACASSO e SANTOS (1992), o critério
de sucesso do processo de interação se evidencia quando o resultado da
pesquisa tem utilidade e é efetivamente transferido para a empresa. Além
disso, o produto ou processo é produzido pela empresa e tem sucesso no
mercado.
O indicador de sucesso da interação é a satisfação, e mesmo a
surpresa do empresário quanto aos resultados do trabalho. Outro parâmetro
sucesso do processo de interação aplicar o resultado da pesquisa, no
mercado e a ampliação dos conhecimentos dos acadêmicos. Esse sucesso
irá se refletir como um diferencial de mercado para a empresa.
A apropriabilidade do conhecimento gerado pelos empresários
possui duas vertentes que podem ser observadas em duas situações. Em
um caso uma das acadêmicas que compunha a equipe foi contratada
como estagiária pela empresa, ou seja, a companhia não só absorveu o
conhecimento gerado pela equipe, como se apropriaram dos conhecimentos
da acadêmica para ser utilmente aplicado em problemas de diferentes
domínios da empresa.
No outro caso, a empresa se apropriou do conhecimento
gerado pelos acadêmicos, porém, optou em realizar o projeto por outro
profissional. Esse fato demonstra que ainda falta a sensibilização por
parte do parte dos empresários, que ainda olham com certa desconfiança
para os acadêmicos. O que leva a atentar quanto à inexperiência dos
acadêmicos e a necessidade de acompanhamento, por parte do professor e
acadêmicos, no período após o término do trabalho. MELO (2002) afirma
7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
8. que o cerne das dificuldades na interação universidade-empresa está nas
próprias características das instituições – uma com interesse em gerar
lucros, e outra, em gerar conhecimento. Aponta, também, que a falta de
conhecimento por parte de ambas as instituições sobre os interesses da
outra pode gerar falhas de comunicação.
d. Quanto ao conhecimento
O conhecimento é um parâmetro intangível, mas de suma importância no
processo de interação empresa-universidade. Este pode ser avaliado por
três parâmetros: geração do conhecimento; transmissão do conhecimento;
e disseminação do conhecimento.
O primeiro fator pode ser observado pela surpresa dos empresários
diante da apresentação dos diagnósticos, e o interesse de novos empresários
para passar pela experiência. Por parte dos acadêmicos, o resultado pode
ser medido pelas notas, a média das turmas foi em torno de 8,0.
Os itens seguintes são o próprio conhecimento relevante que é
propagado e absorvido dentro das organizações e pelos acadêmicos. Ou
seja, o diagnóstico (resultado da pesquisa realizada pelos alunos), sendo
apresentado ao empresário, e este fornece um feedback no mesmo instante
para os acadêmicos.
Assim, é preciso haver uma convergência de interesses e tratar
o assunto com franqueza, para que os dois lados obtenham resultados
consistentes e satisfatórios.
Considerações finais
O objetivo do trabalho de implementação parcial de Ensino à
Distância era de aproximar a empresa da universidade, de desenvolver
junto aos alunos a sua autonomia, de propagar a cultura do design e
de fomentar mercado para os egressos do curso. Acredita-se que pelos
resultados apresentados a aproximação entre empresa e mercado não só
se confirmou como gerou novas expectativas. A primeira experiência foi
feita solicitando a contribuição da empresa, na segunda edição são as
empresas que solicitam a atuação dos acadêmicos. Da mesma forma o
interesse da incubadora de implementar programa permanente de gestão
do design mostra que a aproximação era desejável e produtiva de modo a
ser transformada em ação duradoura.
A autonomia desejada dos alunos ainda deve ser objeto de
novos estímulos. A orientação bastante próxima da professora, e o
acompanhamento das atividades podem ser mais detalhados de modo
a permitir aos acadêmicos maior confiança em seu trabalho permitindo
que o mesmo se posicione de modo confiante diante dos empresários,
seus clientes. Foi possível perceber que o grupo de acadêmicos desta
experiência se viu desafiado a trabalhar de forma autônoma se vendo
diante de tomadas de decisão as quais eles teriam que explicitar, defender
e implementar.
Os bons resultados ocorreram porque os a interação empresa-
7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
9. universidade é de interesse da tanto da empresa quanto para a instituição-
corpo discente, tendo-se a geração de conhecimento com principal fator
viabilizador.
A compreensão do papel da interação na construção do
conhecimento é fundamental para que o professor possa facilitar,
promover e melhorar a aprendizagem escolar. Apesar do grande empenho
dos alunos em analisar e diagnosticar a empresa, é responsabilidade da
empresa viabilizar a aplicação do conhecimento dos acadêmicos, gerando
inovações e contribuindo para a competitividade.
As evidências mostram que quando compreendem claramente
o papel do aluno dentro da sua organização, competência deste versus
necessidade da empresa, consegue-se estabelecer ligações maduras e
duradouras entre Empresa-Universidade e obter ganhos reais com estas
ligações. O comprometimento dos acadêmicos, que entendem missão
e objetivos do projeto da disciplina, empenhados com a produção,
disseminação e transferência de conhecimento e processos organizacionais
é que dão suporte a esta permuta de forma profissional e empreendedora.
Com base nos resultados averiguados, fazem-se ajustes, visto que
a atividade de ensino é uma busca constante da situação ideal e de resposta
permanente às necessidades da sociedade. Uma adaptação que deverá ser
feita é o monitoramento da repercussão do trabalho junto às empresas
num período pós-apresentação. Outro fator que deve ser melhorado é a
capacidade dos alunos de fazerem a venda do seu projeto. Assim sendo
cada nova edição deste projeto terá sua qualidade elevada.
Assim sendo, os beneficiados deste empreendimento são os
estudantes que por meio de novos conhecimentos e habilidades, podem
obter uma posição competitiva no mercado de trabalho; as empresas
que poderão aperfeiçoar suas atividades, contratando profissionais com
formação acadêmica de boa qualidade e a própria sociedade, para cujo
bem-estar devem convergir todas as ações.
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Tecnologia, p.225 – 245, 1999.
(Footnotes)
1
Polvo é um Sistema de Apoio à aprendizagem, de código aberto desenvolvido pela
7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
11. parceria: MEC / SEED / PROINFO - UDESC / ESAG / LabTIC - UFES / FCAA / FIEPE
com a equipe de Desenvolvimento do Sistema coordenada por Julibio David Ardigo,
Dr.
2
Incubadora de empresas de base tecnológica, da Fundação Certi, com mais de 15 anos
de existência, instalada no Parque Alfa em Florianópolis.
3
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica catarinense, localizada no bairro
universitário Trindade, em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina.
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