SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 4
Downloaden Sie, um offline zu lesen
DECLARAÇÃO DE MADRI

A não-discriminação e a ação afirmativa resultam em inclusão social Aprovada em
Madri, Espanha, em 23 de março de 2002, no Congresso Europeu de Pessoas
com Deficiência, comemorando a proclamação de 2003 como o Ano Europeu das
Pessoas com Deficiência.

 Nós, mais de 600 participantes
do Congresso Europeu sobre Deficiência, reunidos em Madri, saudamos calorosamente
a proclamação de 2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência,
um evento que deverá conscientizar o público sobre os direitos de mais de 50 milhões
de europeus com deficiência. Nesta Declaração definimos a nossa visão,
que se constituirá em parâmetro conceitual para as atividades do Ano Europeu das
Pessoas com Deficiência tanto em nível da União Européia como nos níveis
regional, nacional e local.

PREÂMBULO

1. A deficiência como uma questão de direitos humanos As pessoas com deficiência
têm os mesmos direitos humanos que todos os demais cidadãos. O primeiro
artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece: "Todos os seres
humanos são livres e iguais em dignidade e direitos." A fim de atingir
este ideal, todas as comunidades deverão celebrar a diversidade em suas atividades e
procurar garantir que as pessoas com deficiência possam usufruir toda
a gama dos direitos humanos: civis, políticos, sociais, econômicos e culturais, conforme
reconhecidos por Convenções internacionais, o Tratado da União
Européia e em constituições nacionais.

2. Pessoas com deficiência querem oportunidades iguais e não caridade A exemplo de
muitas outras regiões do mundo, a União Européia percorreu um longo caminho
nas últimas décadas, partindo da filosofia do paternalismo em relação a pessoas com
deficiência e chegando à filosofia do empoderamento a fim de que elas
exerçam controle sobre sua vida. As velhas abordagens, baseadas largamente na piedade
e no perceptível desamparo das pessoas com deficiência, são agora
consideradas inaceitáveis. As ações estão deixando de dar ênfase em reabilitar pessoas
para se `enquadrarem' na sociedade e adotando uma filosofia mundial
de modificação da sociedade a fim de incluir e acomodar as necessidades de todas as
pessoas, inclusive das pessoas com deficiência.

3. As pessoas com deficiência estão exigindo oportunidades iguais e acesso a todos os
recursos da sociedade, ou seja, educação inclusiva, novas tecnologias,
serviços sociais e de saúde, atividades esportivas e de lazer, bens e serviços ao
consumidor. As barreiras na sociedade conduzem à discriminação e à exclusão
social A forma como as sociedades estão organizadas significa, geralmente, que as
pessoas com deficiência não são capazes de usufruir plenamente seus direitos
humanos e que elas estão socialmente excluídas. Os dados estatísticos disponíveis
mostram que as pessoas com deficiência apresentam níveis de escolaridade
e empregabilidade baixos e inaceitáveis. Isto também resulta em um maior número de
pessoas com deficiência vivendo em situações de pobreza real se comparadas
com cidadãos não-deficientes.

4. Pessoas com deficiência: cidadãos invisíveis A discriminação enfrentada por pessoas
com deficiência é por vezes baseada em preconceitos contra elas,
porém mais freqüentemente é causada pelo fato de que as pessoas com deficiência são
em sua maioria esquecidas e ignoradas e isto resulta na formação e
perpetuação de barreiras ambientais e atitudinais que as impedem de participar na
sociedade.

5. Pessoas com deficiência constituem um grupo diverso Como todos os segmentos da
sociedade, as pessoas com deficiência constituem um grupo diverso de pessoas,
daí por que somente as políticas que respeitam esta diversidade serão eficazes.
Particularmente, pessoas dependentes com complexas necessidades e suas
famílias requerem ações específicas por parte da comunidade, uma vez que elas são
freqüentemente as mais esquecidas dentre as pessoas com deficiência.
Igualmente, mulheres com deficiência e pessoas com deficiência pertencentes a
minorias étnicas freqüentemente enfrentam discriminação dupla e até múltipla,
resultante da interação entre a discriminação causada por suas deficiências e a
discriminação por causa de seu gênero ou origem étnica. Para as pessoas
surdas o reconhecimento da língua de sinais é uma questão fundamental.

6. Não-discriminação + ação afirmativa = inclusão social A Carta dos Direitos
Fundamentais, recentemente adotada pela União Européia, admite que, para se
conseguir a igualdade para pessoas com deficiência, o direito de não serem
discriminadas deve ser complementado pelo direito de se beneficiarem das medidas
projetadas para garantir sua autonomia, inserção e participação na vida da comunidade.
Esta abordagem combinada foi o princípio norteador do congresso
que reuniu mais de 600 participantes em Madri em março de 2002.

NOSSA VISÃO

1. A nossa visão pode ser mais bem descrita como sendo um contraste entre duas visões
a antiga dando lugar à nova:

a ) Antiga: pessoas com deficiência como objeto de caridade. Nova: pessoas com
deficiência como detentores de direitos.

b) Antiga: pessoas com deficiência como pacientes. Nova: pessoas com deficiência
como cidadãos e consumidores com autonomia.

c) Antiga: profissionais tomando decisões pelas pessoas com deficiência. Nova:tomada
de decisões e assunção de responsabilidades, com independência, por
parte das pessoas com deficiência e suas organizações em assuntos que lhes dizem
respeito.

d ) Antiga: enfoque apenas nas deficiências das pessoas. Nova: promoção de ambientes
acessíveis e de apoio e da eliminação de barreiras, revisão de culturas
e de políticas e normas sociais.
e ) Antiga: rotulação de pessoas como dependentes ou não-empregáveis. Nova: ênfase
nas habilidades e na provisão de medidas efetivas de apoio.

f ) Antiga; projetar processos econômicos e sociais para poucos. Nova: projetar um
mundo flexível para muitos.

g ) Antiga: segregação desnecessária em educação, emprego e outras áreas da vida.
Nova: inserção de pessoas com deficiência na corrente principal da sociedade.

h ) Antiga: políticas sobre deficiência como uma questão que afeta apenas os órgãos
especiais. Nova: inserção de políticas sobre deficiência como uma responsabilidade
geral do governo.

SOCIEDADE INCLUSIVA PARA TODOS

A implementação da nossa visão beneficiará não apenas as pessoas com deficiência mas
também a sociedade como um todo. Uma sociedade que exclui uma parte
de seus membros é uma sociedade empobrecida. As ações que melhoram as condições
para pessoas com deficiência resultarão em se projetar um mundo flexível
para todos. "O que for feito hoje em nome da questão da deficiência terá significado
para todos no mundo de amanhã". Nós, participantes do Congresso Europeu
de Pessoas com Deficiência reunidos em Madri, partilhamos esta visão e solicitamos a
todos os defensores da inclusão social que considerem o Ano Europeu
das Pessoas com Deficiência em 2003 como o início de um processo que tornará esta
visão uma realidade. Mais de 50 milhões de europeus com deficiência esperam
que nós impulsionemos o processo para que isto aconteça.

NOSSO PROGRAMA PARA REALIZAR ESTA VISÃO

1. MEDIDAS LEGAIS.

Uma legislação antidiscriminatória abrangente precisa ser aprovada sem demora para se
remover barreiras e evitar a construção de barreiras contra pessoas
com deficiência na educação, no emprego e no acesso a bens e serviços, barreiras que
impedem pessoas com deficiência de realizar plenamente seu potencial
de participação social e autonomia. A cláusula não-discriminatória (artigo 13 do Tratado
da Comissão Européia) permite que tal a legislação venha a existir
no nível da União Européia, assim contribuindo para uma Europa realmente sem
barreiras para pessoas com deficiência.

2. MUDANDO ATITUDES

Legislações antidiscriminatórias provaram ser bem sucedidas para provocar mudanças
atitudinais em relação a pessoas que têm deficiência. Contudo, a lei
não é suficiente. Sem um forte compromisso de toda a sociedade, incluindo a
participação ativa de pessoas com deficiência e suas organizações para defender
seus direitos, a legislação permanece como uma concha vazia. Portanto, torna-se
necessário educar o público para dar suporte às medidas legislativas, para
aumentar a sua compreensão sobre os direitos e necessidades das pessoas com
deficiência na sociedade e para combater preconceitos e estigmas que ainda
existem nos dias de hoje.

3.SERVIÇOS QUE PROMOVEM VIDA INDEPENDENTE

FONTE: http://folio.mp.pr.gov.br/CGI-
BIN/om_isapi.dll?clientID=138642&hitsperheading=on&infobase=cid_sicorde.nfo&rec
ord={15}&softpage=Document42

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Direito das pessoas com deficiência
Direito das pessoas com deficiênciaDireito das pessoas com deficiência
Direito das pessoas com deficiência
Wildete Silva
 
Panorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugalPanorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugal
Mafalda Santos
 
Direitos dos Deficientes
Direitos dos DeficientesDireitos dos Deficientes
Direitos dos Deficientes
kikatitic
 
Estatuto da pessoa_portadora_de_deficiencia
Estatuto da pessoa_portadora_de_deficienciaEstatuto da pessoa_portadora_de_deficiencia
Estatuto da pessoa_portadora_de_deficiencia
neesufpa
 
Inclusão social
Inclusão socialInclusão social
Inclusão social
joaninhanb
 
Pessoas com Deficiência - Direitos e Deveres
Pessoas com Deficiência - Direitos e DeveresPessoas com Deficiência - Direitos e Deveres
Pessoas com Deficiência - Direitos e Deveres
Carlos Junior
 

Was ist angesagt? (16)

Inclusão Social
Inclusão SocialInclusão Social
Inclusão Social
 
Direitos da Pessoa com Deficiência
Direitos da Pessoa com DeficiênciaDireitos da Pessoa com Deficiência
Direitos da Pessoa com Deficiência
 
Inclusão social
Inclusão socialInclusão social
Inclusão social
 
Direito das pessoas com deficiência
Direito das pessoas com deficiênciaDireito das pessoas com deficiência
Direito das pessoas com deficiência
 
Panorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugalPanorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugal
 
Slides apresentacao gt6
Slides apresentacao gt6Slides apresentacao gt6
Slides apresentacao gt6
 
Direitos dos Deficientes
Direitos dos DeficientesDireitos dos Deficientes
Direitos dos Deficientes
 
Estatuto da pessoa_portadora_de_deficiencia
Estatuto da pessoa_portadora_de_deficienciaEstatuto da pessoa_portadora_de_deficiencia
Estatuto da pessoa_portadora_de_deficiencia
 
Inclusão social
Inclusão socialInclusão social
Inclusão social
 
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI)
 
Pessoas com Deficiência - Direitos e Deveres
Pessoas com Deficiência - Direitos e DeveresPessoas com Deficiência - Direitos e Deveres
Pessoas com Deficiência - Direitos e Deveres
 
Os tipos de inclusões e exclusões brasileiras
Os tipos de inclusões e exclusões brasileirasOs tipos de inclusões e exclusões brasileiras
Os tipos de inclusões e exclusões brasileiras
 
Suas e a Primeira Infância
Suas e a Primeira InfânciaSuas e a Primeira Infância
Suas e a Primeira Infância
 
Inclusao social
Inclusao socialInclusao social
Inclusao social
 
Premio cidades mais acessíveis
Premio cidades mais acessíveisPremio cidades mais acessíveis
Premio cidades mais acessíveis
 
Cartilha de politicas publicas para idosos
Cartilha de politicas publicas para idososCartilha de politicas publicas para idosos
Cartilha de politicas publicas para idosos
 

Ähnlich wie Decreto De Madri - 2002

Apresentação direitos sandra seminário[1]
Apresentação direitos sandra seminário[1]Apresentação direitos sandra seminário[1]
Apresentação direitos sandra seminário[1]
ceciliaconserva
 
Francisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUS
Francisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUSFrancisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUS
Francisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUS
Autismo & Realidade
 
Panorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugalPanorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugal
Mafalda Santos
 
Panorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugalPanorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugal
Mafalda Santos
 
Ed Esp OrganizaçõEs Sociedade Civil
Ed Esp OrganizaçõEs Sociedade CivilEd Esp OrganizaçõEs Sociedade Civil
Ed Esp OrganizaçõEs Sociedade Civil
Professora Josete
 
Carta Do Terceiro MilêNio
Carta Do Terceiro MilêNioCarta Do Terceiro MilêNio
Carta Do Terceiro MilêNio
asustecnologia
 
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiplo
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiploSlides Semana do Deficiênte intelectual e múltiplo
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiplo
Compede
 
Apresentação 2 Jornada de Negócios Inclusivos
Apresentação 2 Jornada de Negócios InclusivosApresentação 2 Jornada de Negócios Inclusivos
Apresentação 2 Jornada de Negócios Inclusivos
ecosol
 
Discriminação
DiscriminaçãoDiscriminação
Discriminação
leonor29
 
Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)
leonor29
 
Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)
leonor29
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
leonor29
 

Ähnlich wie Decreto De Madri - 2002 (20)

inclusão social das pessoas com deficiência
inclusão social das pessoas com deficiência inclusão social das pessoas com deficiência
inclusão social das pessoas com deficiência
 
Apresentação direitos sandra seminário[1]
Apresentação direitos sandra seminário[1]Apresentação direitos sandra seminário[1]
Apresentação direitos sandra seminário[1]
 
Francisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUS
Francisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUSFrancisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUS
Francisco Alexandre - 31mai14 1º Congresso A&R SUS
 
Acesso 2011.2 texto 07
Acesso 2011.2   texto 07Acesso 2011.2   texto 07
Acesso 2011.2 texto 07
 
Cartilha de inclusão
Cartilha de inclusãoCartilha de inclusão
Cartilha de inclusão
 
Guia do Ativador
Guia do AtivadorGuia do Ativador
Guia do Ativador
 
Políticas de inclusão social na Prefeitura de São Paulo
Políticas de inclusão social na Prefeitura de São PauloPolíticas de inclusão social na Prefeitura de São Paulo
Políticas de inclusão social na Prefeitura de São Paulo
 
Panorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugalPanorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugal
 
Panorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugalPanorama da deficiência em portugal
Panorama da deficiência em portugal
 
Cartilha pintando direitos
Cartilha pintando direitosCartilha pintando direitos
Cartilha pintando direitos
 
Guia prof
Guia profGuia prof
Guia prof
 
Ed Esp OrganizaçõEs Sociedade Civil
Ed Esp OrganizaçõEs Sociedade CivilEd Esp OrganizaçõEs Sociedade Civil
Ed Esp OrganizaçõEs Sociedade Civil
 
LBI - saionara ok.pptx
LBI - saionara ok.pptxLBI - saionara ok.pptx
LBI - saionara ok.pptx
 
Carta Do Terceiro MilêNio
Carta Do Terceiro MilêNioCarta Do Terceiro MilêNio
Carta Do Terceiro MilêNio
 
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiplo
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiploSlides Semana do Deficiênte intelectual e múltiplo
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiplo
 
Apresentação 2 Jornada de Negócios Inclusivos
Apresentação 2 Jornada de Negócios InclusivosApresentação 2 Jornada de Negócios Inclusivos
Apresentação 2 Jornada de Negócios Inclusivos
 
Discriminação
DiscriminaçãoDiscriminação
Discriminação
 
Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)
 
Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)Discriminação (deficiência)
Discriminação (deficiência)
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 

Mehr von asustecnologia (20)

Glossario foto libras
Glossario foto librasGlossario foto libras
Glossario foto libras
 
Guia fotolibras total
Guia fotolibras totalGuia fotolibras total
Guia fotolibras total
 
1 º Dicionário Libras
1 º Dicionário Libras1 º Dicionário Libras
1 º Dicionário Libras
 
Declaração de Montreal
Declaração de MontrealDeclaração de Montreal
Declaração de Montreal
 
Convenção de Guatemala
Convenção de GuatemalaConvenção de Guatemala
Convenção de Guatemala
 
Convenção Da OIT
Convenção Da OITConvenção Da OIT
Convenção Da OIT
 
Declaração Dos Direitos Das Pessoas Deficientes
Declaração Dos Direitos Das Pessoas DeficientesDeclaração Dos Direitos Das Pessoas Deficientes
Declaração Dos Direitos Das Pessoas Deficientes
 
Decreto Federal 6215/07
Decreto Federal   6215/07Decreto Federal   6215/07
Decreto Federal 6215/07
 
Decreto Federal 5904/06
Decreto Federal   5904/06Decreto Federal   5904/06
Decreto Federal 5904/06
 
Decreto Federal 5493/05
Decreto Federal   5493/05Decreto Federal   5493/05
Decreto Federal 5493/05
 
Decreto Federal 3691/00
Decreto Federal   3691/00Decreto Federal   3691/00
Decreto Federal 3691/00
 
Decreto Federal 3637/00
Decreto Federal   3637/00Decreto Federal   3637/00
Decreto Federal 3637/00
 
Decreto Federal 3076/99
Decreto Federal   3076/99Decreto Federal   3076/99
Decreto Federal 3076/99
 
Decreto Federal 1744/95
Decreto Federal   1744/95Decreto Federal   1744/95
Decreto Federal 1744/95
 
Decreto Federal - 129/91
Decreto Federal - 129/91Decreto Federal - 129/91
Decreto Federal - 129/91
 
Resolução Decreto Federal 01/2002
Resolução Decreto Federal   01/2002Resolução Decreto Federal   01/2002
Resolução Decreto Federal 01/2002
 
Resolução 316_06
Resolução 316_06Resolução 316_06
Resolução 316_06
 
Resolução 47_06
Resolução 47_06Resolução 47_06
Resolução 47_06
 
Resolução 2 01
Resolução 2 01Resolução 2 01
Resolução 2 01
 
Portaria 6257 92
Portaria 6257 92Portaria 6257 92
Portaria 6257 92
 

Kürzlich hochgeladen

Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 

Decreto De Madri - 2002

  • 1. DECLARAÇÃO DE MADRI A não-discriminação e a ação afirmativa resultam em inclusão social Aprovada em Madri, Espanha, em 23 de março de 2002, no Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência, comemorando a proclamação de 2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. Nós, mais de 600 participantes do Congresso Europeu sobre Deficiência, reunidos em Madri, saudamos calorosamente a proclamação de 2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, um evento que deverá conscientizar o público sobre os direitos de mais de 50 milhões de europeus com deficiência. Nesta Declaração definimos a nossa visão, que se constituirá em parâmetro conceitual para as atividades do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência tanto em nível da União Européia como nos níveis regional, nacional e local. PREÂMBULO 1. A deficiência como uma questão de direitos humanos As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos que todos os demais cidadãos. O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece: "Todos os seres humanos são livres e iguais em dignidade e direitos." A fim de atingir este ideal, todas as comunidades deverão celebrar a diversidade em suas atividades e procurar garantir que as pessoas com deficiência possam usufruir toda a gama dos direitos humanos: civis, políticos, sociais, econômicos e culturais, conforme reconhecidos por Convenções internacionais, o Tratado da União Européia e em constituições nacionais. 2. Pessoas com deficiência querem oportunidades iguais e não caridade A exemplo de muitas outras regiões do mundo, a União Européia percorreu um longo caminho nas últimas décadas, partindo da filosofia do paternalismo em relação a pessoas com deficiência e chegando à filosofia do empoderamento a fim de que elas exerçam controle sobre sua vida. As velhas abordagens, baseadas largamente na piedade e no perceptível desamparo das pessoas com deficiência, são agora consideradas inaceitáveis. As ações estão deixando de dar ênfase em reabilitar pessoas para se `enquadrarem' na sociedade e adotando uma filosofia mundial de modificação da sociedade a fim de incluir e acomodar as necessidades de todas as pessoas, inclusive das pessoas com deficiência. 3. As pessoas com deficiência estão exigindo oportunidades iguais e acesso a todos os recursos da sociedade, ou seja, educação inclusiva, novas tecnologias, serviços sociais e de saúde, atividades esportivas e de lazer, bens e serviços ao consumidor. As barreiras na sociedade conduzem à discriminação e à exclusão social A forma como as sociedades estão organizadas significa, geralmente, que as pessoas com deficiência não são capazes de usufruir plenamente seus direitos humanos e que elas estão socialmente excluídas. Os dados estatísticos disponíveis mostram que as pessoas com deficiência apresentam níveis de escolaridade e empregabilidade baixos e inaceitáveis. Isto também resulta em um maior número de pessoas com deficiência vivendo em situações de pobreza real se comparadas
  • 2. com cidadãos não-deficientes. 4. Pessoas com deficiência: cidadãos invisíveis A discriminação enfrentada por pessoas com deficiência é por vezes baseada em preconceitos contra elas, porém mais freqüentemente é causada pelo fato de que as pessoas com deficiência são em sua maioria esquecidas e ignoradas e isto resulta na formação e perpetuação de barreiras ambientais e atitudinais que as impedem de participar na sociedade. 5. Pessoas com deficiência constituem um grupo diverso Como todos os segmentos da sociedade, as pessoas com deficiência constituem um grupo diverso de pessoas, daí por que somente as políticas que respeitam esta diversidade serão eficazes. Particularmente, pessoas dependentes com complexas necessidades e suas famílias requerem ações específicas por parte da comunidade, uma vez que elas são freqüentemente as mais esquecidas dentre as pessoas com deficiência. Igualmente, mulheres com deficiência e pessoas com deficiência pertencentes a minorias étnicas freqüentemente enfrentam discriminação dupla e até múltipla, resultante da interação entre a discriminação causada por suas deficiências e a discriminação por causa de seu gênero ou origem étnica. Para as pessoas surdas o reconhecimento da língua de sinais é uma questão fundamental. 6. Não-discriminação + ação afirmativa = inclusão social A Carta dos Direitos Fundamentais, recentemente adotada pela União Européia, admite que, para se conseguir a igualdade para pessoas com deficiência, o direito de não serem discriminadas deve ser complementado pelo direito de se beneficiarem das medidas projetadas para garantir sua autonomia, inserção e participação na vida da comunidade. Esta abordagem combinada foi o princípio norteador do congresso que reuniu mais de 600 participantes em Madri em março de 2002. NOSSA VISÃO 1. A nossa visão pode ser mais bem descrita como sendo um contraste entre duas visões a antiga dando lugar à nova: a ) Antiga: pessoas com deficiência como objeto de caridade. Nova: pessoas com deficiência como detentores de direitos. b) Antiga: pessoas com deficiência como pacientes. Nova: pessoas com deficiência como cidadãos e consumidores com autonomia. c) Antiga: profissionais tomando decisões pelas pessoas com deficiência. Nova:tomada de decisões e assunção de responsabilidades, com independência, por parte das pessoas com deficiência e suas organizações em assuntos que lhes dizem respeito. d ) Antiga: enfoque apenas nas deficiências das pessoas. Nova: promoção de ambientes acessíveis e de apoio e da eliminação de barreiras, revisão de culturas e de políticas e normas sociais.
  • 3. e ) Antiga: rotulação de pessoas como dependentes ou não-empregáveis. Nova: ênfase nas habilidades e na provisão de medidas efetivas de apoio. f ) Antiga; projetar processos econômicos e sociais para poucos. Nova: projetar um mundo flexível para muitos. g ) Antiga: segregação desnecessária em educação, emprego e outras áreas da vida. Nova: inserção de pessoas com deficiência na corrente principal da sociedade. h ) Antiga: políticas sobre deficiência como uma questão que afeta apenas os órgãos especiais. Nova: inserção de políticas sobre deficiência como uma responsabilidade geral do governo. SOCIEDADE INCLUSIVA PARA TODOS A implementação da nossa visão beneficiará não apenas as pessoas com deficiência mas também a sociedade como um todo. Uma sociedade que exclui uma parte de seus membros é uma sociedade empobrecida. As ações que melhoram as condições para pessoas com deficiência resultarão em se projetar um mundo flexível para todos. "O que for feito hoje em nome da questão da deficiência terá significado para todos no mundo de amanhã". Nós, participantes do Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência reunidos em Madri, partilhamos esta visão e solicitamos a todos os defensores da inclusão social que considerem o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência em 2003 como o início de um processo que tornará esta visão uma realidade. Mais de 50 milhões de europeus com deficiência esperam que nós impulsionemos o processo para que isto aconteça. NOSSO PROGRAMA PARA REALIZAR ESTA VISÃO 1. MEDIDAS LEGAIS. Uma legislação antidiscriminatória abrangente precisa ser aprovada sem demora para se remover barreiras e evitar a construção de barreiras contra pessoas com deficiência na educação, no emprego e no acesso a bens e serviços, barreiras que impedem pessoas com deficiência de realizar plenamente seu potencial de participação social e autonomia. A cláusula não-discriminatória (artigo 13 do Tratado da Comissão Européia) permite que tal a legislação venha a existir no nível da União Européia, assim contribuindo para uma Europa realmente sem barreiras para pessoas com deficiência. 2. MUDANDO ATITUDES Legislações antidiscriminatórias provaram ser bem sucedidas para provocar mudanças atitudinais em relação a pessoas que têm deficiência. Contudo, a lei não é suficiente. Sem um forte compromisso de toda a sociedade, incluindo a participação ativa de pessoas com deficiência e suas organizações para defender seus direitos, a legislação permanece como uma concha vazia. Portanto, torna-se necessário educar o público para dar suporte às medidas legislativas, para aumentar a sua compreensão sobre os direitos e necessidades das pessoas com deficiência na sociedade e para combater preconceitos e estigmas que ainda
  • 4. existem nos dias de hoje. 3.SERVIÇOS QUE PROMOVEM VIDA INDEPENDENTE FONTE: http://folio.mp.pr.gov.br/CGI- BIN/om_isapi.dll?clientID=138642&hitsperheading=on&infobase=cid_sicorde.nfo&rec ord={15}&softpage=Document42