SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 12
Downloaden Sie, um offline zu lesen
FEIJÓ”
         ESCOLA ESTADUAL “REGENTE FEIJÓ”

         Em 12 de fevereiro de 1932, o Sr. Joaquim Galvão de França Pacheco, então Prefeito de Itu,
foi recebido em uma audiência pelo Interventor Federal no Estado de São Paulo Coronel Manuel
Rabelo, para tratar da criação do Ginásio do Estado em Itu. 1 Com o apoio decisivo do Dr. Francisco
de Salles Gomes Jr, então Secretário de Educação e Saúde Pública, e do Capitão Waldemar Levy
Cardoso, Diretor do Departamento das Municipalidades, o Interventor decidiu que o Ginásio seria
instalado num sobrado da Rua dos Andradas, onde se localizava a antiga sede do Grupo Escolar
“Convenção de Itu”.
         Este encontro é o primeiro capítulo da gloriosa história
de nossa Escola Regente Feijó que, neste ano de 2012,
completa oito décadas de existência. Porém, o ano de 1932 é
especial não apenas para história de nosso colégio, mas
também para a história da educação de todo país.
         Foi em 1932 que a Reforma de Francisco de Campos,
considerada por muitos como o episódio que inaugurou a era
moderna da educação no Brasil, foi elaborada e promulgada
depois de décadas de debates e demandas sociais por
mudança na política pública de educação. Até a década de
1930, o poder público se limitava a oferecer o ensino primário
                                                                                Prefeito Joaquim Galvão de França
nos Grupos Escolares. O ensino secundário, oferecidos nos                       Pacheco - Fundador do Ginásio do
                                                                                           Estado em Itu
Ginásios, estava majoritariamente na rede particular, em sua
maioria dominada pela Igreja Católica. Itu também fez fama neste sistema escolar, pois possuía dois

1
    O cargo de Interventor era equivalente ao atual cargo de Governador de Estado. Atente para o fato do país conviver
com um governo provisório neste período, sofrendo com as disputas características de um governo em formação.
Getúlio Vargas, chefe de governo, após o Golpe de 1930 caiu no erro de nomear um Interventor para o Estado de São
Paulo retirando sua autonomia administrativa. Isso desagradou e muito a elite cafeicultora paulista que já estava
ressentida com o processo “revolucionário” que encerrou a Republica Velha, colocando um ponto final no sistema
rodízio que alternava o poder entre São Paulo e Minas Gerais. Curioso notar que apenas alguns dias após a reunião do
prefeito de Itu com o Interventor do Estado de São Paulo, no dia 23 de Maio, quatro jovens paulistas foram
assassinados em uma campanha contra o governo de Vargas. Este episódio é considerado o estopim da Revolução
Constitucionalista de 1932.
colégios secundaristas, particulares e católicos, considerados exemplares e frequentados por
estudantes que se deslocavam de todos os cantos do Estado e mesmo de outros Estados: o Colégio
Madre Marie Theodore Voiron e o Colégio São Luiz2.
      Todavia, no alvorecer do século XX, com o desenvolvimento do capitalismo industrial, o
surgimento da sociedade de massa, a urbanização e tudo mais que compunha o complexo quadro
da modernidade, a política pública de educação passou a ser foco de criticas e debates. Os
questionamentos mais contundentes surgiram através da atuação do grupo chamado de Pioneiros
da Educação. Movimento propositivo, organizado na Associação Brasileira de Educação, cobrou
uma atuação mais intensa do poder publico na organização e no oferecimento de ensino
secundário.3 Este debate encontrou ecos no processo “revolucionário” encabeçado por Vargas,
materializando-se no governo provisório quando, já em 1931, Getúlio Vargas criou o Ministério de
Educação e Saúde submetendo-o ao comando de Francisco de Campos.
                                                       Em 1932 é sancionado o decreto que promulgou a
                                                 famosa Reforma Francisco de Campos, determinando
                                                 maior atuação do poder publico na criação de cursos
                                                 secundário através de Colégios estaduais. O Estado de
                                                 São Paulo foi pioneiro neste processo. E a cidade de Itu,
                                                 justamente no primeiro ano da reforma, fora agraciado
                                                 com o terceiro Colégio secundário de todo o Estado de
                                                 São Paulo.4
                                                       O Decreto n.5.424 de 05 de Março de 1932 que
                                                 criou o Colégio do Estado em Itu colocou a cargo do
                                                 Estado os custos de contratação do Diretor e de seis
                                                 professores, transferindo aos cofres municipais a
                                                 responsabilidade       pela    contratação       dos    demais
                                                 professores, bem como pelos custos de funcionamento
                                                 da instituição por dois anos.
Sobrado que abrigou o Ginásio do Estado na rua
2                 dos Andradas
  Colégio São Luís 140 anos: a educação e os jesuítas no Brasil / [pesquisa histórica Montserrat Moreno ; texto de
Viviane Pereira]. – São Paulo: Tempo & Memória, 2000. MANOEL, Ivan. Igreja e educação feminina (1859-1919). Uma
face do conservadorismo. São Paulo: Ed. da Unesp, 1996.
3
  MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA (O). In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. V. 65, n. 150 mai-
      ago, 1984. Brasília: Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, p.407-25.
4
  Itapetininga, Tatuí e Itu.
Direção, Professores e Corpo Docente em 1935.


     Os primeiros professores do Colégio contratados pelo Estado foram:
     Dr. José Leite Pinheiro – Português e Francês;
     Prof. José de Paula Santos – Matemática;
     Prof. Joaquim de Toledo Camargo – Ciências Físicas e Naturais;
     Profª Claudemira de Vasconcelos – História da Civilização;
     Prof. Antonio Berretta - Geografia e Cosmografia;
     Prof. Salathiel Vaz de Toledo – Educação Física.
     Pela Prefeitura Municipal foram nomeados os seguintes professores:
     Prof. Tristão Mariano da Costa Júnior – Música e Canto;
     Prof. Pery Guarany Blackman – Desenho;
     Paulo Affonso da Rocha Pinto Jr. – Secretário;
     Cesário Galvão – Porteiro;
     Orlando Zenaro – Servente; Francisco Prieto – Servente.
     Em abril de 1932 o primeiro diretor, o Dr. Oscavo de Paula e Silva foi nomeado Diretor do
Ginásio do Estado em Itu, função que exerceu por dez anos.
     Desta forma, em 16 de maio de 1932, uma segunda-feira, é instalado no antigo prédio da
Prefeitura Municipal, situado na esquina da Rua dos Andradas com a Rua Dr. José Elias, o “Ginásio
do Estado”. A data de instalação foi adotada como o DIA DE FUNDAÇÂO DA ESCOLA.
Um sobrado, antiga sede do Grupo Escolar “Convenção
                                    de Itu”, próprio da Prefeitura, situado mesmo local onde hoje
                                    se encontra o edifício da Escola, passou por algumas reformas
                                    de adaptação – laboratórios, sanitários, campos de esportes e
                                    outros melhoramentos – que permitissem abrigar o Ginásio.
                                    Durante 12 anos, foi sede do estabelecimento. Possuía salas
                                    da diretoria, secretaria, laboratório e seis salas de aulas,
                                    ocupando uma área de dois mil metros quadrados a parte
                                    edificada. Além do recreio, o velho Ginásio possuía campo de
                                    esportes (voleibol, basquete e pista de atletismo). O prédio,

     Dr. Oscavo de Paula e Souza    apesar dos esforços da direção, estava longe de ser o ideal
        1º Diretor (1932-1943)
                                    para um estabelecimento de ensino. As pequenas salas do
laboratório e da biblioteca eram impróprias para atender às exigências pedagógicas.
     Anos mais tarde, quase toda a população ituana apoiou a iniciativa de construir um novo
prédio, deixando, entretanto, o antigo sobrado, apesar de suas deficiências, saudosa recordação
em todos os jovens que passaram por seus bancos.
     Na ocasião da instalação do Ginásio foi apresentado pelo Prof. Dr. José Leite Pinheiro os
versos adotados como hino da escola:
                                     Refulgindo no céu cor de anil
                                   Sobre nós se desdobra o Cruzeiro.
                                   Prodigioso pendão do Brasil – Bis
                                     Que no alto balouça fagueiro!

                                     Jovens filhos da terra querida,
                                    Rendei culto à justiça, ao saber,
                                    Só com honra se vence na vida.
                                   Dado à Pátria cumprindo o dever!

                                    Sem temor pela pátria lutemos,
                                    Alentados com a ciência bebida,
                                     Que de luz a vitória faremos,
                                     Enloirando o Brasil pós a lida!

                                     Jovens filhos da terra querida,
                                    Rendei culto à justiça, ao saber,
                                    Só com honra se vence na vida.
                                   Dado à Pátria cumprindo o dever!
Soergamos bem alto a bandeira
                                            Nas ameias da glória imortal,
                                            Nós, valente falange guerreira
                                              Do Brasil vitorioso afinal.


      Empolgado com os versos o Diretor Oscavo pediu ao maestro Tristão Mariano da Costa
Júnior, Professor de Música e Canto Orfeônico, que compusesse a música para que os versos
pudessem ser adotados como Hino da Escola.
      Naquela mesma semana, no dia 20 de maio, foi fundado o
Grêmio Estudantil que, por indicação do historiador Francisco Nardy
Filho, recebeu como patrono o nome do Conselheiro Paula e Souza e
Mello.5 Entidade representativa dos estudantes, o Grêmio Paula
Souza e Mello teve papel de destaque não apenas na história da
Escola, mas também na história da cidade. Muitos dos eventos
culturais e lúdicos de mais alto nível oferecidos na cidade partiam da
iniciativa desta entidade. Bandas, corais, equipes de esportes, bailes,
jogos, feiras culturais, eventos religiosos, cursos, palestras e até
mesmo movimentos assistencialistas e políticos foram organizados
                                                                                   Conselheiro Paula Souza e Mello
pelos membros da Diretoria do Grêmio.                                               Patrono do Grêmio Estudantil

      Festas famosas, como a Festa da Primavera, Festivais de Músicas Populares e a Semana de
Artes Estudantis, bem como o Dia de Paula Souza, comemorado todo dia 16 de Agosto, foram
eventos que marcaram a vida de muitos que passaram por nossa escola. Em 1971, no auge do
recrudescimento do Regime Militar, a reforma educacional promovida pela lei 5.692 desativou
todos os grêmios estudantis criando os Centros Cívicos, deixando na memória a atuação do famoso
Grêmio Paula Souza e Mello.
      Em 1933, quando o Ginásio do Estado em itu funcionava a pleno vapor um duro golpe quase
pôs fim a trajetória ainda incipiente de nossa escola. Porém, este golpe, rapidamente assimilado,

5
   Ilustre ituano, Francisco de Paula Souza e Mello, nasceu em Itu no ano de 1791 e faleceu no Rio de Janeiro em 1851.
Amigo do padre Diogo Antônio Feijó, viveu um tempo em sua casa no Rio de Janeiro, na rua São José, nº 28.
Filho de Antônio José de Sousa e Gertrudes Solidônia de Cerqueira, casado com Maria de Barros Leite, tiveram oito
filhos, dentre eles Francisco de Paula Leite.
Foi deputado à Assembleia Constituinte em Portugal, ainda no tempo do Brasil colônia. Foi depois deputado-geral nas
três primeiras legislaturas, senador (de 1833 a 1854) e primeiro-ministro do Império do Brasil em 1848.
Foi sepultado no Convento Franciscano de Itu, sendo transferido para um Mausoléu construído em sua homenagem no
Cemitério Municipal de Itu.
transformou-se em um dos capítulos mais belos da história da instituição. Nesta data fatídica, o
então Secretário da Educação do governo do Coronel Waldomiro Castilho de Lima, o Professor
Fernando de Azevedo, elaborou o Decreto 5.885 que extinguia o Ginásio do Estado de Itu
transformando-o em Ginásio municipal. O Estado assumia apenas a subvenção mensal de duzentos
contos de réis, devendo a Prefeitura municipal contratar novos professores para que substituíssem
os professores contratados pelo Estado, bem como um novo Diretor para substituir o Dr. Oscavo de
Paula e Silva.
      O ex-prefeito Joaquim Galvão de França Pacheco, com o apoio do prefeito José Leite Pinheiro
Júnior, dirigiu-se ao Palácio dos Campos Elíseos para reunir-se com o Interventor Federal, Joaquim
Galvão, a fim de tentar reverter as trágicas consequências provocadas pelo Decreto 5.885. Uma
intensa campanha seguiu-se na cidade, condensando autoridades de todos os campos que se
uniram em cobranças endereçadas ao governo estadual para reassumisse a responsabilidade pelo
Ginásio em Itu. A pressão deu resultado. O Diretor Oscavo de Paula e Silva pôde reassumir sua
função no Ginásio. Mas parou por ai. O Estado não reassumiu a gestão do Ginásio.
      Porém, neste momento, o Diretor Oscavo reuniu-se com os professores e diante do lamento
pelo risco da extinção do Ginásio uniram-se e organizarão a reação. Ao longo de um período de um
ano os professores adequaram seus horários de trabalho e, mesmo sem receber pagamento algum,
continuaram lecionando no Ginásio de Itu para que o ano letivo não fosse interrompido. A
Prefeitura Municipal, com muitas dificuldades, procurava manter os custos básicos do Ginásio.
      Mesmo sem existência legal, o Ginásio continuou funcionando. A sociedade ituana não se
conformava com tal situação. No mês de novembro deste mesmo ano de 1933, foi nomeado para
exercer o cargo de Prefeito Municipal Braz Bicudo de Almeida. Uma das primeiras providências de
sua administração foi tentar regularizar a situação do Ginásio de Itu. Organizou uma comitiva
juntamente com os representantes de outras cidades próximas que também haviam perdido seus
ginásios estaduais e exigiram a revogação das extinções promovidas pelo Código de Educação.
Alguns meses após, em fevereiro de 1934, o Decreto 6.316 assinado pelo Interventor Federal em
São Paulo, Armando Salles de Oliveira, e pelo Secretário de Educação Christiano Altenfender Silva,
reestabeleceu o Ginásio do Estado em Itu, Araras, Catanduva e Taubaté.
      Em 1936, formou-se a primeira turma de bacharelando do Ginásio do Estado em Itu.
Abrilhantou a festa o grande professor de Música e Canto Luiz Gonzaga da Costa Júnior, o famoso
Luizito, que assumiu esta função substituindo seu tio, o saudoso maestro Tristão Mariano da Costa
Junior.
O Prefeito Galvão Pacheco, em 1938 determinou que os dois melhores alunos de cada Grupo
Escolar Municipal receberia uma bolsa de estudos da Prefeitura para que pudessem frequentar o
curso secundário no Ginásio do Estado em Itu.
                                              Em 1942, o Diretor Oscavo de Paula e Silva é transferido
                                         para São Paulo e assume seu cargo o professor de Geografia
                                         Antonio Berretta. De personalidade serena e honesta,
                                         exerceu administração marcante e decisiva na história da
                                         Escola, pois foi sob sua tutela a Escola assumiu como Patrono
                                         Diogo Antonio Feijó, obteve a instalação do curso clássico e
                                         científico, posteriormente desenvolvendo o curso Normal,
                                         além de ter participado da empreita que construiu o edifício
                                         atual da Escola.
                                              Por iniciativa do Professor Antonio Berretta, um grupo
                                         de alunos, em 1942, percorreu a cidade recolhendo
   Professor e Diretor Antonio Berreta   assinaturas para um abaixo-assinado solicitando ao governo
do Estado a instalação de um Colégio Estadual na cidade. Encaminhado ao Palácio do Governo
Estadual, tal petição foi atendida e, em 1943, foi publicado o Decreto Estadual que permitia a
instalação do curso colegial transformando o Ginásio do Estado em Colégio do Estado em Itu.
     O então prefeito Mário da Costa de Oliveira e o Doutor Luiz Gonzaga Novelli Júnior se
juntaram a causa e, desta união, floresceu a força necessária para a demanda ituana. Assim, ainda
em 1943, foi admitida a primeira turma de colegiais que
optaram entre os cursos clássico e científico.
     Deputado Federal Constituinte em 1946, Secretário de
Educação entre 1947 a 1950 e, posteriormente, vice-
governador de Estado, o Doutor Novelli Júnior capitaneou um
dos episódios mais importantes do então Colégio do Estado
em Itu: a construção de um novo prédio. Uma comissão de 21
pessoas reuniu-se com o Interventor Federal do Estado de
São Paulo em 1944 apresentando a demanda pela construção
de um novo prédio no local do antigo casarão para abrigar o
novo Colégio do Estado. Bem recebidos pelo Interventor,               Dr. Luiz Gonzaga Novelli Júnior
algumas semanas depois a comissão recebia a resposta afirmativa do governo estadual, deixando
toda a cidade em regozijo.




                              Construção do novo prédio do Colégio do Estado em Itu

         Entre os anos de 1944 a 1949, enquanto o novo edifício era construído, o Colégio passou a
funcionar no Ginásio Convenção de Itu situado na praça Conde de Parnaíba. O Professor Tristão
Bauer, então prefeito em 1944 a 1946, deu inicio às obras do novo prédio que, por indicação do
Doutor Novelli Júnior, seria sede co Colégio batizado de Regente Feijó.6
         Em 1945, o professor Antonio Berretta é removido da Direção do Colégio do Estado para
assumir cargo diretivo na Secretaria da Educação, assumindo seu cargo o Professor Alberto Rovai.
Em 1946 o professor Antonio Berretta reassume a direção do Colégio e novamente será decisivo
para sua história.
         O então Deputado Martinho Di Ciero iniciou uma batalha para que junto ao Colégio do Estado
em Itu fosse instalada a Escola Normal, órgão responsável pela formação de professores. E assim,
em 1947, sob a direção do professor Berretta, o antigo Colégio do Estado, passa a se chamar
Colégio Estadual e Escola Normal Regente Feijó7.

6
    Decreto 14.897 de 1945.
7
    Decreto 16.912 de 1947.
Em 1949 assume a direção do Colégio o professor Salathiel Vaz de Toledo. Em 15 de Agosto
de 1949, o professor Salathiel discursou nas festividades de inauguração do novo edifício do
Colégio Estadual Regente Feijó e Escola Normal. Edifício reconhecido estadualmente como
referência de instalações educativas, pois fora construído com o que havia de melhor e mais
moderno no período, graças à intensa atuação e fiscalização do Deputado Martinho Di Ciero.
                                           Em 24 de Abril de 1949 é solenemente inaugurado o
                                      majestoso edifício do Colégio e Escola Normal “Regente Feijó”
                                      pelo então Governador do Estado Adhemar de Barros.
                                           Em 1953 é autorizado o funcionamento no período
                                      noturno dos cursos Ginasial e Colegial. Neste mesmo ano a
                                      escola recebe aquele que se tornaria talvez seu mais ilustre
                                      personagem: o novo Diretor João dos Santos Bispo. Ex-aluno,
                                      pertencente a primeira turma de alunos de 1932, Professor
                                      Bispo, como era conhecido, atuou com extremo zelo, carinho e
                                      competência à frente do Colégio por mais de 25 anos. Sua

   Professor João dos Santos Bispo    gestão marcou de maneira indelével esta instituição, levando-a
       Diretor de 1953 a 1977
                                      a seu apogeu. Sua atuação como Diretor marcou diversas
gerações de ituanos e ituanas, e a memória de sua presença se confunde com a própria identidade
da Escola Estadual “Regente Feijó”.
     O ex-aluno e, posteriormente professor do colégio,
Alcides Scalet, em 1955 manda confeccionar a primeira e
atual bandeira da instituição. Inspirada no Hino que
conclama “Refulgindo no céu cor de anil, sobre nós se
desdobra o Cruzeiro”, a bandeira possuía em seu centro o
Cruzeiro do Sul.
     O Doutor Jânio Quadro da Silva, então Governador do Estado de São Paulo, sancionou a Lei
3.711 que transformou o então Colégio Estadual e Escola Normal “Regente Feijó” em Instituto de
Educação. Mais uma vez sustentava mais este passo decisivo para a História de nossa instituição o
então Deputado Martinho Di Ciero, autor do projeto de lei em questão.
      Agora, enquanto Instituto de Educação, além do curso Ginasial, Colegial e Normal, passava a
funcionar o curso de Aperfeiçoamento de para Professores.
Em 16 de Maio de 1958, em meio às comemorações do aniversário da Escola é inaugurado o
pavilhão anexo destinado ao Ensino Primário, batizado como Pavilhão Brigadeiro Faria Lima em
homenagem ao então Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo que atuou de
maneira decisiva na desapropriação dos edifícios situados nos fundos do Instituto.
      O Professor Benedito Hellmeister iniciou uma campanha para que fosse instalado junto ao
Instituo de Educação “Regente Feijó” o curso de Administração Escolar. A autorização veio no
Despacho do Diretor Geral do Departamento de Educação em 10 de março de 1960. Foram alunos
do primeiro curso Cícero Siqueira Campos e Rogério Lázaro Toccheton.
      Logo em 1962, o prefeito Galileu Bicudo consegue junto ao governo do Estado verba para a
ampliação do Pavilhão Anexo destinado à Educação Primaria.
      Em 1970 é instalado o CARE, Centro de Avaliação do Rendimento Escolar, programa
idealizado pelo governo militar na época para treinar professores e implantar as novas tendências
pedagógicas do período.
      No fatídico ano de 1971 é extinto o Grêmio Estudantil Conselheiro Paula Souza e Mello sendo
substituído pelo Centro Cívico. O Grêmio voltaria a eleger uma nova diretoria somente em 1982, no
contexto de comemoração do cinquentenário da Escola.
      Este ato era apenas a primeira cena do desastroso espetáculo de desmonte da educação
pública no Brasil. O Governo Militar instalado no poder desencadeou uma profunda reforma
educacional através da Lei 5.692 de 1971, que reestruturou toda a rede ensino do Brasil. O grande
objetivo era universalizar o acesso à educação, mas os termos da teoria da Escola de Chicago que
norteou a reforma orientava um processo de universalização a custa da qualidade.8 Foi elaborado
um Plano Estadual de Implementação da Lei 5.692/71, reestruturando a Rede Oficial de Ensino no
Estado de São Paulo em 1º e 2º grau. Neste contexto, a resolução número 20 extinguiu o Instituto
de Educação Estadual “Regente Feijó”, transformando-a em Escola Estadual de 1º Grau “Regente
Feijó”. Desta forma, a instituição passou a oferecer apenas as quatro primeiras séries do antigo
ensino primário e mais quatro séries do antigo ginásio, as oito séries passaram a compor o Ensino
Fundamental ou 1º Grau. Tragicamente era encerrada a gloriosa história do curso Colegial Clássico
e Científico, bem como do curso Normal. Parte da biblioteca e laboratório forma transferidas À


8
 PELEGRINI, Thiago e AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. A Educação nos anos de chumbo: a Política Educacional
ambicionada pela Utopia Autoritária” (1964-1975). Disponível em
http://www.historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=46
Escola Estadual de 2º Grau Antonio Berreta, bem como todos os alunos e professores que
compunham o 2º Grau foram compulsoriamente transferidos.
     Em 1977, o grande professor João dos Santos Bispo se aposenta, encerrando um dos capítulos
mais majestosos da História de na Escola.
     Em 1982, novamente a Escola Estadual de Primeiro Grau “Regente Feijó” centralizou as
atenções da cidade e da região com a espetacular comemoração de seu Jubileu de Ouro.
     O grande matutino O ESTADO DE SÃO PAULO publicou em sua edição de 14 de maio, um
Editorial intitulado: “Os 50 anos do “Regente Feijó”: Com uma semana de festa, Itu comemorou o
cinquentenário da Escola Estadual “Regente Feijó”, antigo
Ginásio do Estado, colégio estadual, escola normal e
Instituto de Educação. Incorporado embora à rede de
escolas estaduais 1º e 2º graus, o estabelecimento
consegue    sobrenadar     do   anonimato     do    ensino
massificado, mantendo viva a tradição escolas e elos que o
ligam às várias gerações de ex-alunos”.
     No dia 13 de maio, a Escola recebeu um presente
pela passagem de seu cinquentenário: o Monumento do
“Regente Feijó” em bronze. A estátua foi colocada na
entrada do estabelecimento.
     A imponente estátua do Regente permaneceu
durante muitos anos no Largo da Liberdade em São Paulo.
Foi construída, em 1911, pelo escultor Louis Conversa. Em
1967, por ocasião da construção do metrô, foi retirada
daquele local e levada para uma instalação da Prefeitura Municipal de São Paulo, mais conhecida
como “depósito da Ponte pequena”.
     Em 1983 a Escola voltou a receber o ensino secundário, tornando-se Escola Estadual de
Primeiro e Segundo Grau “Regente Feijó”. Nos anos noventa, com o desencadeamento do processo
de municipalização do ensino fundamental I, a Escola diminuiu pouco a pouco as salas de ensino
primário, até extingui-las plenamente e tornar-se Escola Estadual “Regente Feijó”, oferecendo
apenas o ensino fundamental II (5ª a 8ª série) e médio.
Na última década a Escola passou a incorporar o Centro de Línguas, que oferece curso de
línguas para alunos da rede pública de ensino de toda a cidade de Itu, contando com mais de
quatrocentos alunos.
     Além disso, uma parceria foi firmada com o Centro Paula Souza, transformando algumas salas
de aula de nossa Escola em extensão da Escola Técnica Martinho Di Ciero.
     No ano de 2012, justamente no ano das comemorações dos oitenta anos, a Escola Estadual
Regente Feijó passou a possuir uma turma de Ensino Técnico Integrado ao Médio cursando a
formação técnica de Informática para Internet.




     Texto base:
     CARVALHO, Roberto Machado. Memória de uma Escola. Edição Comemorativa do
Cinquentenário da Escola Estadual “Regente Feijó”. São Paulo: Editora Pannartz, 1983.

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie Historia da Escola Estadual Regente Feijó Itu

Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500
Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500
Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500Lucimara Foloni
 
História Colégio Duque de Caxias
História Colégio Duque de CaxiasHistória Colégio Duque de Caxias
História Colégio Duque de CaxiasUrano Andrade
 
Fundamentos históricos, políticos e legislação educacional
Fundamentos históricos, políticos e legislação educacionalFundamentos históricos, políticos e legislação educacional
Fundamentos históricos, políticos e legislação educacionalSimoneHelenDrumond
 
Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...
Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...
Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...Sara Leal
 
História da educação no brasil
História da educação no brasilHistória da educação no brasil
História da educação no brasilPMBA
 
Slide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSlide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSilvana Tenfen
 
EEB Francisco Mazzola
EEB Francisco MazzolaEEB Francisco Mazzola
EEB Francisco MazzolaEdio Mazera
 
Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...
Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...
Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...ClaraAguiar
 
Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)
Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)
Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)carla macedo
 
HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.
HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.
HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.Tissiane Gomes
 
Apresentação2
Apresentação2Apresentação2
Apresentação2paemelo
 
Apresentação2
Apresentação2Apresentação2
Apresentação2paemelo
 
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01Izapontes Pontes
 

Ähnlich wie Historia da Escola Estadual Regente Feijó Itu (20)

Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500
Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500
Somos feitos de tempo linha do tempo sobre educacao de 1500
 
História Colégio Duque de Caxias
História Colégio Duque de CaxiasHistória Colégio Duque de Caxias
História Colégio Duque de Caxias
 
Fundamentos históricos, políticos e legislação educacional
Fundamentos históricos, políticos e legislação educacionalFundamentos históricos, políticos e legislação educacional
Fundamentos históricos, políticos e legislação educacional
 
Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...
Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...
Jovens de baixa renda e acesso ao ensino superior público: Avanços e dilemas ...
 
História da educação no brasil
História da educação no brasilHistória da educação no brasil
História da educação no brasil
 
Hist educa
Hist educaHist educa
Hist educa
 
Hist educa
Hist educaHist educa
Hist educa
 
Slide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSlide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasil
 
Gustavo capanema (1)
Gustavo capanema (1)Gustavo capanema (1)
Gustavo capanema (1)
 
EEB Francisco Mazzola
EEB Francisco MazzolaEEB Francisco Mazzola
EEB Francisco Mazzola
 
Historico brasil
Historico brasilHistorico brasil
Historico brasil
 
Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...
Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...
Monografia - A indisciplina no processo de ensino aprendizagem em turmas do p...
 
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
 
História da educação no Brasil
História da educação no BrasilHistória da educação no Brasil
História da educação no Brasil
 
Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)
Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)
Instituto Educacional Teológico e Cultural (ietc)
 
HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.
HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.
HISTÓRIA DE VIDA – BENJAMIN CONSTANT: “AS REFORMAS NO ENSINO DO BRASIL”.
 
Apresentação2
Apresentação2Apresentação2
Apresentação2
 
Apresentação2
Apresentação2Apresentação2
Apresentação2
 
História da educação no brasil
História da educação no brasilHistória da educação no brasil
História da educação no brasil
 
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
 

Mehr von André Santos Luigi

REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...
REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...
REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...André Santos Luigi
 
História da educação do negro e outras histórias
História da educação do negro e outras históriasHistória da educação do negro e outras histórias
História da educação do negro e outras históriasAndré Santos Luigi
 
Educação popular na América Latina
Educação popular na América LatinaEducação popular na América Latina
Educação popular na América LatinaAndré Santos Luigi
 
Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03
Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03
Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03André Santos Luigi
 
Introdução ao Ensino de Historia da África
Introdução ao Ensino de Historia da ÁfricaIntrodução ao Ensino de Historia da África
Introdução ao Ensino de Historia da ÁfricaAndré Santos Luigi
 
Itu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em Itu
Itu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em ItuItu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em Itu
Itu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em ItuAndré Santos Luigi
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndiaUnidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndiaAndré Santos Luigi
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 5 - China
Unidade 2 - História Antiga / Tema 5 - ChinaUnidade 2 - História Antiga / Tema 5 - China
Unidade 2 - História Antiga / Tema 5 - ChinaAndré Santos Luigi
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e Fenícia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e FeníciaUnidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e Fenícia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e FeníciaAndré Santos Luigi
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 3 - Pérsia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 3 - PérsiaUnidade 2 - História Antiga / Tema 3 - Pérsia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 3 - PérsiaAndré Santos Luigi
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 2 - Mesopotâmia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 2 - MesopotâmiaUnidade 2 - História Antiga / Tema 2 - Mesopotâmia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 2 - MesopotâmiaAndré Santos Luigi
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito Antigo
Unidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito AntigoUnidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito Antigo
Unidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito AntigoAndré Santos Luigi
 
Unidade 1 - Pré História / Tema 1 - História Ecológica
Unidade 1 - Pré História / Tema 1 - História EcológicaUnidade 1 - Pré História / Tema 1 - História Ecológica
Unidade 1 - Pré História / Tema 1 - História EcológicaAndré Santos Luigi
 
Unidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução Humana
Unidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução HumanaUnidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução Humana
Unidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução HumanaAndré Santos Luigi
 
Racismo no Brasil: crime perfeito
Racismo no Brasil: crime perfeitoRacismo no Brasil: crime perfeito
Racismo no Brasil: crime perfeitoAndré Santos Luigi
 
Corpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violência
Corpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violênciaCorpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violência
Corpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violênciaAndré Santos Luigi
 

Mehr von André Santos Luigi (20)

REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...
REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...
REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Te...
 
União Negra ituana 2020-2022
União Negra ituana 2020-2022União Negra ituana 2020-2022
União Negra ituana 2020-2022
 
História da educação do negro e outras histórias
História da educação do negro e outras históriasHistória da educação do negro e outras histórias
História da educação do negro e outras histórias
 
Educação popular na América Latina
Educação popular na América LatinaEducação popular na América Latina
Educação popular na América Latina
 
Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03
Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03
Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03
 
Educação de Jovens e Adultos
Educação de Jovens e AdultosEducação de Jovens e Adultos
Educação de Jovens e Adultos
 
Introdução ao Ensino de Historia da África
Introdução ao Ensino de Historia da ÁfricaIntrodução ao Ensino de Historia da África
Introdução ao Ensino de Historia da África
 
Itu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em Itu
Itu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em ItuItu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em Itu
Itu no circuito afro-atlântico: a Irmandade da Senhora do Rosário em Itu
 
Dcn erer
Dcn ererDcn erer
Dcn erer
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndiaUnidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 6 - ìndia
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 5 - China
Unidade 2 - História Antiga / Tema 5 - ChinaUnidade 2 - História Antiga / Tema 5 - China
Unidade 2 - História Antiga / Tema 5 - China
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e Fenícia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e FeníciaUnidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e Fenícia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 4 - Hebreus e Fenícia
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 3 - Pérsia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 3 - PérsiaUnidade 2 - História Antiga / Tema 3 - Pérsia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 3 - Pérsia
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 2 - Mesopotâmia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 2 - MesopotâmiaUnidade 2 - História Antiga / Tema 2 - Mesopotâmia
Unidade 2 - História Antiga / Tema 2 - Mesopotâmia
 
Unidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito Antigo
Unidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito AntigoUnidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito Antigo
Unidade 2 - História Antiga / Tema 1 - Egito Antigo
 
Unidade 1 - Pré História / Tema 1 - História Ecológica
Unidade 1 - Pré História / Tema 1 - História EcológicaUnidade 1 - Pré História / Tema 1 - História Ecológica
Unidade 1 - Pré História / Tema 1 - História Ecológica
 
Unidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução Humana
Unidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução HumanaUnidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução Humana
Unidade 1 - Pré História / Tema 2 - Evolução Humana
 
Ensino de História da África
Ensino de História da ÁfricaEnsino de História da África
Ensino de História da África
 
Racismo no Brasil: crime perfeito
Racismo no Brasil: crime perfeitoRacismo no Brasil: crime perfeito
Racismo no Brasil: crime perfeito
 
Corpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violência
Corpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violênciaCorpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violência
Corpos que sofrem. Como lidar com os efeitos psicossociais da violência
 

Kürzlich hochgeladen

PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 

Kürzlich hochgeladen (20)

PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 

Historia da Escola Estadual Regente Feijó Itu

  • 1. FEIJÓ” ESCOLA ESTADUAL “REGENTE FEIJÓ” Em 12 de fevereiro de 1932, o Sr. Joaquim Galvão de França Pacheco, então Prefeito de Itu, foi recebido em uma audiência pelo Interventor Federal no Estado de São Paulo Coronel Manuel Rabelo, para tratar da criação do Ginásio do Estado em Itu. 1 Com o apoio decisivo do Dr. Francisco de Salles Gomes Jr, então Secretário de Educação e Saúde Pública, e do Capitão Waldemar Levy Cardoso, Diretor do Departamento das Municipalidades, o Interventor decidiu que o Ginásio seria instalado num sobrado da Rua dos Andradas, onde se localizava a antiga sede do Grupo Escolar “Convenção de Itu”. Este encontro é o primeiro capítulo da gloriosa história de nossa Escola Regente Feijó que, neste ano de 2012, completa oito décadas de existência. Porém, o ano de 1932 é especial não apenas para história de nosso colégio, mas também para a história da educação de todo país. Foi em 1932 que a Reforma de Francisco de Campos, considerada por muitos como o episódio que inaugurou a era moderna da educação no Brasil, foi elaborada e promulgada depois de décadas de debates e demandas sociais por mudança na política pública de educação. Até a década de 1930, o poder público se limitava a oferecer o ensino primário Prefeito Joaquim Galvão de França nos Grupos Escolares. O ensino secundário, oferecidos nos Pacheco - Fundador do Ginásio do Estado em Itu Ginásios, estava majoritariamente na rede particular, em sua maioria dominada pela Igreja Católica. Itu também fez fama neste sistema escolar, pois possuía dois 1 O cargo de Interventor era equivalente ao atual cargo de Governador de Estado. Atente para o fato do país conviver com um governo provisório neste período, sofrendo com as disputas características de um governo em formação. Getúlio Vargas, chefe de governo, após o Golpe de 1930 caiu no erro de nomear um Interventor para o Estado de São Paulo retirando sua autonomia administrativa. Isso desagradou e muito a elite cafeicultora paulista que já estava ressentida com o processo “revolucionário” que encerrou a Republica Velha, colocando um ponto final no sistema rodízio que alternava o poder entre São Paulo e Minas Gerais. Curioso notar que apenas alguns dias após a reunião do prefeito de Itu com o Interventor do Estado de São Paulo, no dia 23 de Maio, quatro jovens paulistas foram assassinados em uma campanha contra o governo de Vargas. Este episódio é considerado o estopim da Revolução Constitucionalista de 1932.
  • 2. colégios secundaristas, particulares e católicos, considerados exemplares e frequentados por estudantes que se deslocavam de todos os cantos do Estado e mesmo de outros Estados: o Colégio Madre Marie Theodore Voiron e o Colégio São Luiz2. Todavia, no alvorecer do século XX, com o desenvolvimento do capitalismo industrial, o surgimento da sociedade de massa, a urbanização e tudo mais que compunha o complexo quadro da modernidade, a política pública de educação passou a ser foco de criticas e debates. Os questionamentos mais contundentes surgiram através da atuação do grupo chamado de Pioneiros da Educação. Movimento propositivo, organizado na Associação Brasileira de Educação, cobrou uma atuação mais intensa do poder publico na organização e no oferecimento de ensino secundário.3 Este debate encontrou ecos no processo “revolucionário” encabeçado por Vargas, materializando-se no governo provisório quando, já em 1931, Getúlio Vargas criou o Ministério de Educação e Saúde submetendo-o ao comando de Francisco de Campos. Em 1932 é sancionado o decreto que promulgou a famosa Reforma Francisco de Campos, determinando maior atuação do poder publico na criação de cursos secundário através de Colégios estaduais. O Estado de São Paulo foi pioneiro neste processo. E a cidade de Itu, justamente no primeiro ano da reforma, fora agraciado com o terceiro Colégio secundário de todo o Estado de São Paulo.4 O Decreto n.5.424 de 05 de Março de 1932 que criou o Colégio do Estado em Itu colocou a cargo do Estado os custos de contratação do Diretor e de seis professores, transferindo aos cofres municipais a responsabilidade pela contratação dos demais professores, bem como pelos custos de funcionamento da instituição por dois anos. Sobrado que abrigou o Ginásio do Estado na rua 2 dos Andradas Colégio São Luís 140 anos: a educação e os jesuítas no Brasil / [pesquisa histórica Montserrat Moreno ; texto de Viviane Pereira]. – São Paulo: Tempo & Memória, 2000. MANOEL, Ivan. Igreja e educação feminina (1859-1919). Uma face do conservadorismo. São Paulo: Ed. da Unesp, 1996. 3 MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA (O). In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. V. 65, n. 150 mai- ago, 1984. Brasília: Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, p.407-25. 4 Itapetininga, Tatuí e Itu.
  • 3. Direção, Professores e Corpo Docente em 1935. Os primeiros professores do Colégio contratados pelo Estado foram: Dr. José Leite Pinheiro – Português e Francês; Prof. José de Paula Santos – Matemática; Prof. Joaquim de Toledo Camargo – Ciências Físicas e Naturais; Profª Claudemira de Vasconcelos – História da Civilização; Prof. Antonio Berretta - Geografia e Cosmografia; Prof. Salathiel Vaz de Toledo – Educação Física. Pela Prefeitura Municipal foram nomeados os seguintes professores: Prof. Tristão Mariano da Costa Júnior – Música e Canto; Prof. Pery Guarany Blackman – Desenho; Paulo Affonso da Rocha Pinto Jr. – Secretário; Cesário Galvão – Porteiro; Orlando Zenaro – Servente; Francisco Prieto – Servente. Em abril de 1932 o primeiro diretor, o Dr. Oscavo de Paula e Silva foi nomeado Diretor do Ginásio do Estado em Itu, função que exerceu por dez anos. Desta forma, em 16 de maio de 1932, uma segunda-feira, é instalado no antigo prédio da Prefeitura Municipal, situado na esquina da Rua dos Andradas com a Rua Dr. José Elias, o “Ginásio do Estado”. A data de instalação foi adotada como o DIA DE FUNDAÇÂO DA ESCOLA.
  • 4. Um sobrado, antiga sede do Grupo Escolar “Convenção de Itu”, próprio da Prefeitura, situado mesmo local onde hoje se encontra o edifício da Escola, passou por algumas reformas de adaptação – laboratórios, sanitários, campos de esportes e outros melhoramentos – que permitissem abrigar o Ginásio. Durante 12 anos, foi sede do estabelecimento. Possuía salas da diretoria, secretaria, laboratório e seis salas de aulas, ocupando uma área de dois mil metros quadrados a parte edificada. Além do recreio, o velho Ginásio possuía campo de esportes (voleibol, basquete e pista de atletismo). O prédio, Dr. Oscavo de Paula e Souza apesar dos esforços da direção, estava longe de ser o ideal 1º Diretor (1932-1943) para um estabelecimento de ensino. As pequenas salas do laboratório e da biblioteca eram impróprias para atender às exigências pedagógicas. Anos mais tarde, quase toda a população ituana apoiou a iniciativa de construir um novo prédio, deixando, entretanto, o antigo sobrado, apesar de suas deficiências, saudosa recordação em todos os jovens que passaram por seus bancos. Na ocasião da instalação do Ginásio foi apresentado pelo Prof. Dr. José Leite Pinheiro os versos adotados como hino da escola: Refulgindo no céu cor de anil Sobre nós se desdobra o Cruzeiro. Prodigioso pendão do Brasil – Bis Que no alto balouça fagueiro! Jovens filhos da terra querida, Rendei culto à justiça, ao saber, Só com honra se vence na vida. Dado à Pátria cumprindo o dever! Sem temor pela pátria lutemos, Alentados com a ciência bebida, Que de luz a vitória faremos, Enloirando o Brasil pós a lida! Jovens filhos da terra querida, Rendei culto à justiça, ao saber, Só com honra se vence na vida. Dado à Pátria cumprindo o dever!
  • 5. Soergamos bem alto a bandeira Nas ameias da glória imortal, Nós, valente falange guerreira Do Brasil vitorioso afinal. Empolgado com os versos o Diretor Oscavo pediu ao maestro Tristão Mariano da Costa Júnior, Professor de Música e Canto Orfeônico, que compusesse a música para que os versos pudessem ser adotados como Hino da Escola. Naquela mesma semana, no dia 20 de maio, foi fundado o Grêmio Estudantil que, por indicação do historiador Francisco Nardy Filho, recebeu como patrono o nome do Conselheiro Paula e Souza e Mello.5 Entidade representativa dos estudantes, o Grêmio Paula Souza e Mello teve papel de destaque não apenas na história da Escola, mas também na história da cidade. Muitos dos eventos culturais e lúdicos de mais alto nível oferecidos na cidade partiam da iniciativa desta entidade. Bandas, corais, equipes de esportes, bailes, jogos, feiras culturais, eventos religiosos, cursos, palestras e até mesmo movimentos assistencialistas e políticos foram organizados Conselheiro Paula Souza e Mello pelos membros da Diretoria do Grêmio. Patrono do Grêmio Estudantil Festas famosas, como a Festa da Primavera, Festivais de Músicas Populares e a Semana de Artes Estudantis, bem como o Dia de Paula Souza, comemorado todo dia 16 de Agosto, foram eventos que marcaram a vida de muitos que passaram por nossa escola. Em 1971, no auge do recrudescimento do Regime Militar, a reforma educacional promovida pela lei 5.692 desativou todos os grêmios estudantis criando os Centros Cívicos, deixando na memória a atuação do famoso Grêmio Paula Souza e Mello. Em 1933, quando o Ginásio do Estado em itu funcionava a pleno vapor um duro golpe quase pôs fim a trajetória ainda incipiente de nossa escola. Porém, este golpe, rapidamente assimilado, 5 Ilustre ituano, Francisco de Paula Souza e Mello, nasceu em Itu no ano de 1791 e faleceu no Rio de Janeiro em 1851. Amigo do padre Diogo Antônio Feijó, viveu um tempo em sua casa no Rio de Janeiro, na rua São José, nº 28. Filho de Antônio José de Sousa e Gertrudes Solidônia de Cerqueira, casado com Maria de Barros Leite, tiveram oito filhos, dentre eles Francisco de Paula Leite. Foi deputado à Assembleia Constituinte em Portugal, ainda no tempo do Brasil colônia. Foi depois deputado-geral nas três primeiras legislaturas, senador (de 1833 a 1854) e primeiro-ministro do Império do Brasil em 1848. Foi sepultado no Convento Franciscano de Itu, sendo transferido para um Mausoléu construído em sua homenagem no Cemitério Municipal de Itu.
  • 6. transformou-se em um dos capítulos mais belos da história da instituição. Nesta data fatídica, o então Secretário da Educação do governo do Coronel Waldomiro Castilho de Lima, o Professor Fernando de Azevedo, elaborou o Decreto 5.885 que extinguia o Ginásio do Estado de Itu transformando-o em Ginásio municipal. O Estado assumia apenas a subvenção mensal de duzentos contos de réis, devendo a Prefeitura municipal contratar novos professores para que substituíssem os professores contratados pelo Estado, bem como um novo Diretor para substituir o Dr. Oscavo de Paula e Silva. O ex-prefeito Joaquim Galvão de França Pacheco, com o apoio do prefeito José Leite Pinheiro Júnior, dirigiu-se ao Palácio dos Campos Elíseos para reunir-se com o Interventor Federal, Joaquim Galvão, a fim de tentar reverter as trágicas consequências provocadas pelo Decreto 5.885. Uma intensa campanha seguiu-se na cidade, condensando autoridades de todos os campos que se uniram em cobranças endereçadas ao governo estadual para reassumisse a responsabilidade pelo Ginásio em Itu. A pressão deu resultado. O Diretor Oscavo de Paula e Silva pôde reassumir sua função no Ginásio. Mas parou por ai. O Estado não reassumiu a gestão do Ginásio. Porém, neste momento, o Diretor Oscavo reuniu-se com os professores e diante do lamento pelo risco da extinção do Ginásio uniram-se e organizarão a reação. Ao longo de um período de um ano os professores adequaram seus horários de trabalho e, mesmo sem receber pagamento algum, continuaram lecionando no Ginásio de Itu para que o ano letivo não fosse interrompido. A Prefeitura Municipal, com muitas dificuldades, procurava manter os custos básicos do Ginásio. Mesmo sem existência legal, o Ginásio continuou funcionando. A sociedade ituana não se conformava com tal situação. No mês de novembro deste mesmo ano de 1933, foi nomeado para exercer o cargo de Prefeito Municipal Braz Bicudo de Almeida. Uma das primeiras providências de sua administração foi tentar regularizar a situação do Ginásio de Itu. Organizou uma comitiva juntamente com os representantes de outras cidades próximas que também haviam perdido seus ginásios estaduais e exigiram a revogação das extinções promovidas pelo Código de Educação. Alguns meses após, em fevereiro de 1934, o Decreto 6.316 assinado pelo Interventor Federal em São Paulo, Armando Salles de Oliveira, e pelo Secretário de Educação Christiano Altenfender Silva, reestabeleceu o Ginásio do Estado em Itu, Araras, Catanduva e Taubaté. Em 1936, formou-se a primeira turma de bacharelando do Ginásio do Estado em Itu. Abrilhantou a festa o grande professor de Música e Canto Luiz Gonzaga da Costa Júnior, o famoso Luizito, que assumiu esta função substituindo seu tio, o saudoso maestro Tristão Mariano da Costa Junior.
  • 7. O Prefeito Galvão Pacheco, em 1938 determinou que os dois melhores alunos de cada Grupo Escolar Municipal receberia uma bolsa de estudos da Prefeitura para que pudessem frequentar o curso secundário no Ginásio do Estado em Itu. Em 1942, o Diretor Oscavo de Paula e Silva é transferido para São Paulo e assume seu cargo o professor de Geografia Antonio Berretta. De personalidade serena e honesta, exerceu administração marcante e decisiva na história da Escola, pois foi sob sua tutela a Escola assumiu como Patrono Diogo Antonio Feijó, obteve a instalação do curso clássico e científico, posteriormente desenvolvendo o curso Normal, além de ter participado da empreita que construiu o edifício atual da Escola. Por iniciativa do Professor Antonio Berretta, um grupo de alunos, em 1942, percorreu a cidade recolhendo Professor e Diretor Antonio Berreta assinaturas para um abaixo-assinado solicitando ao governo do Estado a instalação de um Colégio Estadual na cidade. Encaminhado ao Palácio do Governo Estadual, tal petição foi atendida e, em 1943, foi publicado o Decreto Estadual que permitia a instalação do curso colegial transformando o Ginásio do Estado em Colégio do Estado em Itu. O então prefeito Mário da Costa de Oliveira e o Doutor Luiz Gonzaga Novelli Júnior se juntaram a causa e, desta união, floresceu a força necessária para a demanda ituana. Assim, ainda em 1943, foi admitida a primeira turma de colegiais que optaram entre os cursos clássico e científico. Deputado Federal Constituinte em 1946, Secretário de Educação entre 1947 a 1950 e, posteriormente, vice- governador de Estado, o Doutor Novelli Júnior capitaneou um dos episódios mais importantes do então Colégio do Estado em Itu: a construção de um novo prédio. Uma comissão de 21 pessoas reuniu-se com o Interventor Federal do Estado de São Paulo em 1944 apresentando a demanda pela construção de um novo prédio no local do antigo casarão para abrigar o novo Colégio do Estado. Bem recebidos pelo Interventor, Dr. Luiz Gonzaga Novelli Júnior
  • 8. algumas semanas depois a comissão recebia a resposta afirmativa do governo estadual, deixando toda a cidade em regozijo. Construção do novo prédio do Colégio do Estado em Itu Entre os anos de 1944 a 1949, enquanto o novo edifício era construído, o Colégio passou a funcionar no Ginásio Convenção de Itu situado na praça Conde de Parnaíba. O Professor Tristão Bauer, então prefeito em 1944 a 1946, deu inicio às obras do novo prédio que, por indicação do Doutor Novelli Júnior, seria sede co Colégio batizado de Regente Feijó.6 Em 1945, o professor Antonio Berretta é removido da Direção do Colégio do Estado para assumir cargo diretivo na Secretaria da Educação, assumindo seu cargo o Professor Alberto Rovai. Em 1946 o professor Antonio Berretta reassume a direção do Colégio e novamente será decisivo para sua história. O então Deputado Martinho Di Ciero iniciou uma batalha para que junto ao Colégio do Estado em Itu fosse instalada a Escola Normal, órgão responsável pela formação de professores. E assim, em 1947, sob a direção do professor Berretta, o antigo Colégio do Estado, passa a se chamar Colégio Estadual e Escola Normal Regente Feijó7. 6 Decreto 14.897 de 1945. 7 Decreto 16.912 de 1947.
  • 9. Em 1949 assume a direção do Colégio o professor Salathiel Vaz de Toledo. Em 15 de Agosto de 1949, o professor Salathiel discursou nas festividades de inauguração do novo edifício do Colégio Estadual Regente Feijó e Escola Normal. Edifício reconhecido estadualmente como referência de instalações educativas, pois fora construído com o que havia de melhor e mais moderno no período, graças à intensa atuação e fiscalização do Deputado Martinho Di Ciero. Em 24 de Abril de 1949 é solenemente inaugurado o majestoso edifício do Colégio e Escola Normal “Regente Feijó” pelo então Governador do Estado Adhemar de Barros. Em 1953 é autorizado o funcionamento no período noturno dos cursos Ginasial e Colegial. Neste mesmo ano a escola recebe aquele que se tornaria talvez seu mais ilustre personagem: o novo Diretor João dos Santos Bispo. Ex-aluno, pertencente a primeira turma de alunos de 1932, Professor Bispo, como era conhecido, atuou com extremo zelo, carinho e competência à frente do Colégio por mais de 25 anos. Sua Professor João dos Santos Bispo gestão marcou de maneira indelével esta instituição, levando-a Diretor de 1953 a 1977 a seu apogeu. Sua atuação como Diretor marcou diversas gerações de ituanos e ituanas, e a memória de sua presença se confunde com a própria identidade da Escola Estadual “Regente Feijó”. O ex-aluno e, posteriormente professor do colégio, Alcides Scalet, em 1955 manda confeccionar a primeira e atual bandeira da instituição. Inspirada no Hino que conclama “Refulgindo no céu cor de anil, sobre nós se desdobra o Cruzeiro”, a bandeira possuía em seu centro o Cruzeiro do Sul. O Doutor Jânio Quadro da Silva, então Governador do Estado de São Paulo, sancionou a Lei 3.711 que transformou o então Colégio Estadual e Escola Normal “Regente Feijó” em Instituto de Educação. Mais uma vez sustentava mais este passo decisivo para a História de nossa instituição o então Deputado Martinho Di Ciero, autor do projeto de lei em questão. Agora, enquanto Instituto de Educação, além do curso Ginasial, Colegial e Normal, passava a funcionar o curso de Aperfeiçoamento de para Professores.
  • 10. Em 16 de Maio de 1958, em meio às comemorações do aniversário da Escola é inaugurado o pavilhão anexo destinado ao Ensino Primário, batizado como Pavilhão Brigadeiro Faria Lima em homenagem ao então Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo que atuou de maneira decisiva na desapropriação dos edifícios situados nos fundos do Instituto. O Professor Benedito Hellmeister iniciou uma campanha para que fosse instalado junto ao Instituo de Educação “Regente Feijó” o curso de Administração Escolar. A autorização veio no Despacho do Diretor Geral do Departamento de Educação em 10 de março de 1960. Foram alunos do primeiro curso Cícero Siqueira Campos e Rogério Lázaro Toccheton. Logo em 1962, o prefeito Galileu Bicudo consegue junto ao governo do Estado verba para a ampliação do Pavilhão Anexo destinado à Educação Primaria. Em 1970 é instalado o CARE, Centro de Avaliação do Rendimento Escolar, programa idealizado pelo governo militar na época para treinar professores e implantar as novas tendências pedagógicas do período. No fatídico ano de 1971 é extinto o Grêmio Estudantil Conselheiro Paula Souza e Mello sendo substituído pelo Centro Cívico. O Grêmio voltaria a eleger uma nova diretoria somente em 1982, no contexto de comemoração do cinquentenário da Escola. Este ato era apenas a primeira cena do desastroso espetáculo de desmonte da educação pública no Brasil. O Governo Militar instalado no poder desencadeou uma profunda reforma educacional através da Lei 5.692 de 1971, que reestruturou toda a rede ensino do Brasil. O grande objetivo era universalizar o acesso à educação, mas os termos da teoria da Escola de Chicago que norteou a reforma orientava um processo de universalização a custa da qualidade.8 Foi elaborado um Plano Estadual de Implementação da Lei 5.692/71, reestruturando a Rede Oficial de Ensino no Estado de São Paulo em 1º e 2º grau. Neste contexto, a resolução número 20 extinguiu o Instituto de Educação Estadual “Regente Feijó”, transformando-a em Escola Estadual de 1º Grau “Regente Feijó”. Desta forma, a instituição passou a oferecer apenas as quatro primeiras séries do antigo ensino primário e mais quatro séries do antigo ginásio, as oito séries passaram a compor o Ensino Fundamental ou 1º Grau. Tragicamente era encerrada a gloriosa história do curso Colegial Clássico e Científico, bem como do curso Normal. Parte da biblioteca e laboratório forma transferidas À 8 PELEGRINI, Thiago e AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. A Educação nos anos de chumbo: a Política Educacional ambicionada pela Utopia Autoritária” (1964-1975). Disponível em http://www.historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=46
  • 11. Escola Estadual de 2º Grau Antonio Berreta, bem como todos os alunos e professores que compunham o 2º Grau foram compulsoriamente transferidos. Em 1977, o grande professor João dos Santos Bispo se aposenta, encerrando um dos capítulos mais majestosos da História de na Escola. Em 1982, novamente a Escola Estadual de Primeiro Grau “Regente Feijó” centralizou as atenções da cidade e da região com a espetacular comemoração de seu Jubileu de Ouro. O grande matutino O ESTADO DE SÃO PAULO publicou em sua edição de 14 de maio, um Editorial intitulado: “Os 50 anos do “Regente Feijó”: Com uma semana de festa, Itu comemorou o cinquentenário da Escola Estadual “Regente Feijó”, antigo Ginásio do Estado, colégio estadual, escola normal e Instituto de Educação. Incorporado embora à rede de escolas estaduais 1º e 2º graus, o estabelecimento consegue sobrenadar do anonimato do ensino massificado, mantendo viva a tradição escolas e elos que o ligam às várias gerações de ex-alunos”. No dia 13 de maio, a Escola recebeu um presente pela passagem de seu cinquentenário: o Monumento do “Regente Feijó” em bronze. A estátua foi colocada na entrada do estabelecimento. A imponente estátua do Regente permaneceu durante muitos anos no Largo da Liberdade em São Paulo. Foi construída, em 1911, pelo escultor Louis Conversa. Em 1967, por ocasião da construção do metrô, foi retirada daquele local e levada para uma instalação da Prefeitura Municipal de São Paulo, mais conhecida como “depósito da Ponte pequena”. Em 1983 a Escola voltou a receber o ensino secundário, tornando-se Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau “Regente Feijó”. Nos anos noventa, com o desencadeamento do processo de municipalização do ensino fundamental I, a Escola diminuiu pouco a pouco as salas de ensino primário, até extingui-las plenamente e tornar-se Escola Estadual “Regente Feijó”, oferecendo apenas o ensino fundamental II (5ª a 8ª série) e médio.
  • 12. Na última década a Escola passou a incorporar o Centro de Línguas, que oferece curso de línguas para alunos da rede pública de ensino de toda a cidade de Itu, contando com mais de quatrocentos alunos. Além disso, uma parceria foi firmada com o Centro Paula Souza, transformando algumas salas de aula de nossa Escola em extensão da Escola Técnica Martinho Di Ciero. No ano de 2012, justamente no ano das comemorações dos oitenta anos, a Escola Estadual Regente Feijó passou a possuir uma turma de Ensino Técnico Integrado ao Médio cursando a formação técnica de Informática para Internet. Texto base: CARVALHO, Roberto Machado. Memória de uma Escola. Edição Comemorativa do Cinquentenário da Escola Estadual “Regente Feijó”. São Paulo: Editora Pannartz, 1983.