Este documento contém vários poemas e reflexões de um autor sobre sua identidade e ser. O autor explora temas como a poesia como refúgio, a dificuldade em se conhecer a si mesmo, e a sensação de ser múltiplas pessoas ao mesmo tempo. Muitos poemas tratam da busca do autor por sua verdadeira essência através da escrita.
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(Heterónimo de )
“Sempre é TEMPO de ser poetisa
E neste enredo inalo a brisa
Toxicodependente o meu ser normal paralisa”
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Escrever não só alivia a minha alma dos meus tormentos, mas alivio o conceito
dos tormentos da alma – a sensação de que não sou uma inútil – sinto!
Quando as pessoas se identificam com oque sinto e fazem como eu faço da
leitura e da escrita um refúgio de ser…, amar é bom quando não se
importamos com as consequências que esse sentir pode causar,
permanecemos quietos adentro de um enredo egoísta e o reflexo de expelir
paixão e amor a todos se converte na definição exacta, concisa ou melhor dizer
no seu sentido translato possível de que amamos, de que estamos
apaixonados – mas este pequeno livro.
Ops, ops!
Livro não! Rascunhos de um ser que se nega continuamente em ser e não ser.
Onésia Maloa, um sorriso com muito amor, meu amor.
Lettya Nenny Shantaren (“Heterónimo de Jovenal Maloa”);
Parecer que minto saber me desconhecer.
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1. Cabe a mim sorrir
Por ser tão falsa comigo
E não triste, porque –
Por mim foste enganado, oh velho amante amigo
Sou eu apenas
Essa falsidade
Que mal se interessa com os outros
E nem com o futuro lógico
Na lógica de fazer bem – colherei o bem
Mal me prendo a essas promiscuidades, vês!
Que não tenho crenças em amar, sou como ninguém
Apenas eu me apegando nas coisas e nos bens.
2. Matar a triste noite – Homicídio.
Não é tarefa minha – A princípio.
O dia disso se responsabiliza – e eu focalizo.
Apenas me faço cúmplice disso (…)
(…) Amo assistir esse massacre rotineiro
Em que essa massa alaranjada quente nasce
E neste mesmo parto a fria escuridão desaparece
E ao findar disso o cansaço sonolento se faz meu cativeiro.
3. Lutar por igualdade
Para viver em paz comigo mesmo
E como andar sobre a luz pensando estar no escuro
E por pensar e isso ser
Desisto de igualar-me a qualquer categoria de masculinidade
E deixo esse comigo mesmo para comigo mesma
Delicio-me do meu cérebro lógico e maduro
E penso como verdade fosse a realização do inverso do amanhecer.
4. Beijo-me a cada sorriso a minha alma
Sexar comigo mesma o espirito me agrada
Por nada, sozinha do meu clitéros acendo a chama (…)
(…) Depois disso não durmo! Viro a noite junto a madrugada.
5. Lábios, carne e muita vontade
Vontade de mim mesma tenho, e a carne
Que me são meus lábios carregam uma falsidade
De eu estar a beijar outros lábios –
Depois desse momento lucido ao vento a minha ilusão,
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Ao vento ridicularizador vai-se (…)
(…) Sim – mal acabo a ser
Esse para que tencionava beijar (meu próprio ser)
E nessa sede de iludir-me a ilusão faz-se desaparecer
Não farei isso mais em frente de um espelho para não correr
O risco de ver com tamanha lucidez
Que me beijarei outra vez.
6. Narrar oque vivo – Complicado
Sorrir sem motivo – Arriscado
Pois sou isto que mal sei se sou
O corpo que a alma a tempos rejeitou.
7. Há vezes que apenas é necessário dividir
Sofrimentos permanentes com que ama-mos
E se para subtrairmos o necessário termos assumir
Que nada sem nossas paixões e amores somos –
– Apenas uma corpo feminino carente de ser
E poder amar para alcançar de novo o rejuvenescer.
8. Morrer!
Faça isso a cada dia
E sem querer – muitas vezes morro
Por saber que da arte de ressuscitar tenho poder
E junto a alegria, magia de espantar-me e dizer quem diria
Que a morte tem medo de mim a da vida Pédio, socorro –
E acordada estou eu aqui alma transcendente
Rejeitada dia e noite pelos depois hemisférios tristemente
Nem viva e nem morta
Da casa para fora encontro-me na porta.
9. Saber
Crescer
Poder
Dizer
Que amar
Que chorar por amar
Que gritar de paixão
Que tirar lição da ilusão
É a firmação
Da maturação
Do controle dos sentimentos
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Que elimina futuros sofrimentos
E a consolidação
Que perdeste noção do amor
Pois és motivo pela desconfiança e dor
E generalizas o ser num só único padrão.
10.Vendo, tudo que de mim restou
Vendo o poente triste que tanta poluição mundana
Do mundo se isolou – vendo a paisagem que sou
Para poluírem-me com prazeres em vossas camas
E engolir o sorriso falso que em mim chorou pela ausência da fama
E a realidade que por dinheiro agora ignoro – sacanas!
11.Aolam Bocaj Onidranreb – frase oculta
Não fale! quem com isto discorda
Se cale e calmamente apenas observa
Se isto te interessa suga-me e tome nota
De quão profunda e a cova
Que trago em mim e mal sei se há corda (“…”)
(“…”) Que te faça subir e ver
O real significa ao inverter
Aolam Bocaj Onidranreb pode ter.
(“Ao meu querido pai, Bernardino Jacob Maloa”)
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12.Quero assediar-me
Até o constrangimento da minha alma
Naufragar em mim mesma
Observar-me sendo eu o problema
Cativa a mercê da minha podridão –
Deste infernal dilema
Quero eu por completa ser – isto
Que em versos ou estrofe acima cito
E se eu poder-me transformar neste escrito
De ser ninguém e então de ser eu mesma desisto.
13.Viver basta-me!
Mentiras me fartam e essa
Que me é rotineira e repetitiva
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Poema nº11(“Ao meu querido pai, Bernardino Jacob Maloa”)
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Me cansa o ser alheio e fito-me
Estrangeira num dado poente com promessas
Da morte se fazendo em mim, bomba relógio já activa
Absorve-me!
Como se me visse distante
Abduzo-me!
Para uma nave em meus pensares –
E em versos falantes
Sinto-me tão vossa, negando-me ser
De uma personalidade só – Mulher.
14.Morri!
Pois, muitas vidas –
Vive e Pari!
Centenas – de mim
Espalhadas por ai
Ao redor de mim
Alma morta de ser tantas outras
E depois não ser nada a não ser – sobras.
15.Quando alvejei o meu ser
O projéctil da morte desertou-me
Pela rotineira actividade por mim executada
E já sabida sem sucesso, em morrer
Mas desta sorrindo afirmou e perguntou-me!
Em vez de matares-te nos versos, minha amada
Desfila a sua mortal classe, já que a vida te é madrasta (…)
(…) Por continuar2
16.Há um oásis em meu desconcerto
E na fome de ser muitas em nada ser
Cativo-me por isso – por me desconhecer
Mesmo de olhos abertos sentir-me espirito cego.
17.Quando a noite me é princesa
Faço-me escrava e me prostro inerte
Fitando musculados e fixos olhares
A uma incerta certa beleza, reluzente e acesa
Cintilando na imensidão deste enorme poente
Que o universo e suas constelações estrelares.
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Falta de ideais para a finalização.
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18.Quando o ódio toma conta da alma
Nada mais é logico e congruente para –
Para, para continuar a viver sem amor
Pois todo nos é atrito ao nosso redor
Contrariando
Sendo oposição
Se negando
Compactuar com a paixão
E o sorriso por outros tempos reflexo do amor
Nessas almas se fazem mascaras de ódio e muita –
E muita, muita dor.
19.Me renego a ser
Ser é complexo demais
Prefiro muito mais parecer
Esse complexo demais (“…”)
(“…”) A vida não é
Parece ser e o seu porquê
Pouco me interessa
Ao menos se eu tivesse uma conversa –
Com ela para saber os motivos da sua falsidade
Pois a minha já é sabida, livrar-me da minha humanidade.
20.Dentro de mim
Não há só uma mulher
Há também um abismo de ser
Muita gente, e assim
Posso bem dizer
Que tenho toda gente do mundo dentro de mim
Se eu quiser.
21.Poesia
Magia
Alegria
Fantasia de ser
Sem arte é morrer
Condenar-se a morte
Jogar aos porcos as jóias e a sorte
Perder-se na bússola de ser. – (“esquecer o meu norte”).
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Chegado ao final inacabado deste rascunho
Liberto-me de ser ninguém que mal não sou e assomo
Para todos que sou uma marioneta e mal sou eu que calunho
E nem foi eu também que quis errar, já que presumo
Que não sou mais autora deste ultimo escrito sem a minha identidade.
Lettya Nenny Shantaren
Arthur Dellarubia
(Heterónimos de Jovenal Maloa).