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Módulo 1 – A Prática do Trabalho Seguro


      1.1 Introdução


      1.1.1 Objetivo
       Qualificar os alunos de acordo com os padrões estabelecidos na Regra VI/1-4, na
Tabela A-VI/1-4 do Código da Convenção STCW-78/95 e nas Normas da Autoridade
Marítima para Aquaviários (NORMAN 13), estabelecidas pela Diretoria de Portos e
Costas, dando-lhes condições de realizar as seguintes atividades:
      a) Cumprir os procedimentos de emergência;
      b) Tomar precauções para prevenir a poluição do meio ambiente marinho;
      c) Observar as boas práticas do trabalho seguro;
      d) Contribuir para o efetivo relacionamento humano a bordo dos navios;
      e) Entender as ordens e se fazer entender no local de trabalho.


      1.2 Importância do Curso
       Os navios se constituem em locais de trabalho perigosos devido a sua própria
natureza e aos diferentes tipos de atividades que desenvolvem. Essas atividades, por sua
vez, são desenvolvidas através de diferentes processos quando são utilizados os mais
diversos equipamentos. Portanto, todas as pessoas que dele participam, tanto em viagem
quanto no porto, devem estar adequadamente qualificadas e treinadas para desenvolver
suas tarefas de modo seguro, a fim de que não causem acidentes ou incidentes.


      1.3 Familiarização ao Navio


      1.3.1 Seções e hierarquia
      Tomando-se como base um navio tanque, os navios são divididos em quatro
seções: convés, máquinas, câmara e saúde.
       A seção de convés é formada pela tripulação de náutica iniciando na escala
hierárquica pelo comandante, seguido do imediato e demais oficiais de náutica, além da
guarnição de convés.
      O comandante designa um oficial de náutica para exercer as tarefas de
comunicações. Também pode ser designado para a função de oficial de náutica de
operação quando desenvolverá as tarefas inerentes à função de bombeador.
       Os serviços gerais de convés são executados pela guarnição de convés, formada
pelo contramestre, que é suboficial, e pelos marinheiros e moços de convés.
       A seção de máquinas é formada pela tripulação de máquinas iniciando na escala
hierárquica pelo chefe de máquinas seguido do subchefe de máquinas, oficiais de
máquinas, eletricistas e condutores, além da guarnição de máquinas.
     O oficial de máquinas também poderá ser designado para a função de oficial de
máquinas de operação, quando desenvolverá as tarefas inerentes à função do
bombeador.
                                          -3-
Os eletricistas e condutores são suboficiais. Os condutores são nomeados para
exercer as funções de bombeador. Os serviços gerais de máquinas são executados pela
guarnição de máquinas, que são os marinheiros e moços de máquinas.
      Os serviços da seção de câmara, em geral, são executados por apenas um
cozinheiro e um taifeiro.
       Os serviços da seção de saúde podem ser executados por um enfermeiro ou um
auxiliar de saúde e, em alguns casos, por um tripulante oficialmente qualificado como
socorrista.


      1.3.2 Navio Petroleiro
       Navio petroleiro é a denominação dada aos navios construídos para transportar
petróleo a granel. Os principais perigos inerentes aos petroleiros e aos navios tanques de
maneira geral são: incêndio, explosão e toxidez.
      Gases de petróleo misturados com o ar em determinadas proporções podem entrar
em ignição e queimar. Para eliminar riscos de incêndio ou explosão em um navio tanque,
é necessário impedir que uma fonte de ignição e uma atmosfera inflamável estejam
presentes simultaneamente em um mesmo lugar. Como pode haver a possibilidade de
escape de gases inflamáveis para outras áreas, é necessário que todos colaborem para
que se mantenham sob controle todas as fontes de ignição.
        Todas as pessoas a bordo devem cumprir as regras existentes relativas ao fumo, à
condução de fósforos e isqueiros, ao uso de luzes desprotegidas, ao uso de fiações
elétricas ou equipamentos que possam gerar calor ou centelhas em determinadas áreas,
colaborando para prevenir incêndios.
       Inalar gás de petróleo pode causar narcose que é uma depressão do sistema
nervoso central. Os sintomas incluem dor de cabeça e irritação dos olhos com diminuição
dos reflexos e da noção de responsabilidade, com tontura semelhante à embriaguez.
Inalar esses gases em altas concentrações pode levar à paralisia, à insensibilidade e a
morte.
        O odor de misturas de gases de petróleo é muito variável e, em alguns casos, pode
inibir o sentido do olfato. A inibição do olfato é mais provável e particularmente séria se a
mistura contiver o gás sulfídrico (H2S). O gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio é um gás
mais pesado do que o ar, é incolor e com odor característico de ovo podre. É altamente
tóxico e corrosivo, podendo ser fatal, mesmo quando inalado em baixa concentração.
      Gases de hidrocarboneto são provenientes do petróleo e derivados e possuem
hidrogênio e carbono em sua composição.




                                      Navio de óleo cru

                                            -4-
1.3.3 Terminologia do Navio
      A complexidade de um navio não permite que nos aprofundemos neste assunto,
porém mencionaremos alguns pontos com o objetivo de provocar discussão,
entendimento de suas principais finalidades e relacioná-los a acidentes e sua prevenção.
          Superestrutura
       Parte do navio a ré onde estão localizados, principalmente, os alojamentos da
tripulação e passageiros, cozinha, refeitório, enfermaria, escritórios, diversos paióis, etc.
          Passadiço
      Localizado no convés do passadiço, é onde estão instalados todos os
equipamentos de controle do navio quando em viagem, tais como: radar, GPS, telégrafo
da máquina, comando do leme, sistemas de comunicação, comando de luzes de
navegação e de iluminação interna e externa, comando dos alarmes de emergência, etc.




                                          Passadiço
          Boreste: lado direito do navio, simbolizado pela cor verde;
          Bombordo: lado esquerdo do navio, simbolizado pela cor encarnada;
          Proa: parte do navio a vante;
          Popa: parte do navio a ré;
          Castelo de proa: parte da proa onde em seu convés, chamado convés do
castelo, estão localizados os equipamentos de fundeio e atracação do navio. Na parte
interna encontram-se diversos paióis;
           Manifold: nos navios tanques localizam-se a meia nau e compõem-se de
tubulações (também chamadas “redes”) para recebimento de carga dos terminais e
distribuição nos tanques do navio. Também é por onde a carga dos tanques é bombeada
para os terminais nas operações de descarregamento. Nesta área, encontram-se paus de
carga ou guindastes, que servem para movimentar os mangotes do navio ou dos
terminais.




                                            -5-
Manifold de um petroleiro
          Paiol do mestre: fica normalmente no castelo de proa, podendo também estar
localizado na superestrutura. Lá são guardados principalmente os materiais de
marinharia.
          Paiol de segurança: normalmente localiza-se em compartimento da
superestrutura. Lugar onde são guardados os materiais sobressalentes de combate a
incêndio, sobrevivência e proteção individual.
          Paiol de produtos químicos: também pode estar localizado na superestrutura, às
proximidades dos espaços de máquinas ou na própria praça de máquina. Lá são
guardados produtos químicos para várias finalidades, cujos produtos podem ser tóxicos,
corrosivos e inflamáveis. Para manuseio destes produtos, é necessário usar EPIs
apropriados que, no próprio paiol, ficam guardados.
         Paiol da máquina: localizado na área da praça de máquinas, destina-se à
guarda de sobressalentes dos equipamentos de máquinas.
          Paióis de câmara: ficam localizados próximo à cozinha e nestes paióis são
guardados os mantimentos. Neles estão as câmaras frigoríficas para guarda de
mantimentos congelados ou resfriados. Algumas câmaras são mantidas em temperaturas
de cerca de – 18º (dezoito graus abaixo de zero).
          Paiol da amarra: está localizado sob o piso do convés do castelo de proa e
destina-se à guarda da amarra.
         Amarra: conjuntos de elos que compõem a corrente da âncora.
         Paiol de tintas: pode estar localizado tanto no castelo de proa quanto na
superestrutura e destina-se à estocagem das tintas e solventes para pintura do navio.
         Paiol de amostras: localizado, algumas vezes, na superestrutura, destina-se à
guarda de amostras das cargas embarcadas nos navios-tanques ou do combustível
recebido para consumo em viagem. Algumas vezes, são guardadas em compartimentos
arranjados dentro do paiol de tintas.
         Aberturas de convés: são aberturas existentes no convés principal dos navios-
tanques que dão acesso a diversos espaços, tais como: tanques de carga, tanques de
                                           -6-
lastro e espaços vazios. Acessar esses espaços necessita de permissão para trabalho
(PT), para que se possam avaliar os perigos e os cuidados necessários para acesso e
permanência durante a realização de manutenção ou limpeza nestes espaços.




                    Acesso ao interior do tanque de carga (domo do tanque)
         Balanço: é o movimento transversal do navio para bombordo e para boreste.
          Navio adernado (banda permanente): inclinação lateral do navio para bombordo
ou para boreste por tempo prolongado. Uma banda permanente de origem não conhecida
deve ser investigada, pois pode ser indicação de falhas diversas.




                                     Banda permanente
        Espia: espécie de corda de nylon ou equivalente, também conhecida como
cabo, com resistência suficiente para manter o navio amarrado ao cais ou terminal.
                                             -7-
Grandes petroleiros utilizam cabos de aço combinados com cabos de nylon nas
extremidades.
         Amarração: ação de amarrar o navio com espias depois de atracado ao cais ou
ao terminal. As espias, após passadas, recebem os nomes de lançante, través ou
espringue.
           Lançante: espia que amarra o navio, vinda da proa ou da popa, para o cais ou
terminal, em direção além da proa ou da popa.
          Través: espia que amarra o navio, vinda da proa ou da popa, em direção reta ao
cais ou terminal, formando um ângulo de aproximadamente 90 graus.
           Espringue: espia que amarra o navio, vinda da proa ou da popa, para o cais ou
terminal, na direção da meia nau.
         Cabo de rebocador: cabo geralmente de nylon que pode ser tanto do navio
quanto do rebocador e é utilizado para auxiliar o navio durante as manobras de atracação
ou desatracação.
         Cabo de reboque: cabo de aço utilizado para rebocar o navio em distâncias
maiores no caso de se encontrar impossibilitado de navegar com seus próprios meios.
Também pode ser utilizada a amarra para essa operação.
         Cabo de segurança: utilizado por navios tanque, é um cabo de aço que fica
pendurado do lado oposto ao terminal, na proa e na popa, de modo que um rebocador
possa pegá-lo e puxar o navio do terminal em caso de extrema emergência.




                                    Cabo de segurança
         Fundear: ação de ancorar o navio.
          Aparelho de fundear e suspender: equipamento localizado no convés do castelo
de proa destinado a movimentar as âncoras e suas amarras durante as manobras de
fundear e suspender.


                                          -8-
CCC (Centro de Controle da Carga): nos navios-tanques, é o local de onde se
controlam as cargas.




                               Centro de controle de carga - CCC
        Cozinha: local destinado à preparação da alimentação do pessoal. O acesso e a
permanência neste local são restritos a pessoas autorizadas.
           Refeitório: local de uso comum destinado ao pessoal para fazer suas refeições
diárias.
           Salão de fumantes: local sinalizado como permitido para fumar.
         Praça de máquinas: espaço onde se localizam os diversos equipamentos
geradores de diversos tipos de energia a bordo do navio.
          Casa de bombas: em navios-tanques, o espaço onde estão localizadas as
bombas, redes e outros equipamentos para as operações de carga. Também podem
conter as bombas de lastro, bombas de lavagem de tanques, trocadores de calor para o
sistema de carga, etc., dependendo do tipo de aplicação do navio.
          CCM (centro de controle de máquinas): local de onde é observado e controlado
o funcionamento de equipamentos diversos do navio.




                              Centro de controle de máquinas CCM


                                             -9-
Saídas de emergência e rotas de fuga: existentes por todo o navio, devem ser
conhecidas de maneira clara e eficiente por todos para que possam salvar suas vidas
durante as emergências. A bordo, são indicados por sinalização característica, onde os
sinais brancos com fundos verdes indicam a localização dos equipamentos de
sobrevivência e postos de abandono.




                               Símbolos que indicam localização
         Máquina do leme: espaço onde se localizam os motores e bombas hidráulicas e
seus controles, que movimentam pistões destinados a movimentar o leme.
        Oficina mecânica: local onde são realizados diversos trabalhos de reparo e
manutenção mecânica. É onde devem ser realizados todos os trabalhos a quente.
        Oficina elétrica: local onde são realizados diversos trabalhos de reparo e
manutenção elétrica.
        Compartimento dos purificadores: local onde se localizam nos espaços de
máquinas os purificadores de óleo.
         MCA (motor de combustão auxiliar): motores que, ligados a geradores,
fornecem energia elétrica para todo o navio.
           MCP (motor de combustão principal): motor destinado a movimentar o propulsor
(hélice) dando movimento ao navio.




                 Motor principal em primeiro plano e motores auxiliares ao fundo
         Gerador de emergência: gerador de energia elétrica que fica localizado fora da
praça de máquinas e deve entrar em funcionamento automático em até 45 segundos após
os geradores principais terem parado de funcionar (apagado).


                                              - 10 -
Gerador de emergência
          Ventilação e exaustão: sistemas dotados de equipamentos destinados a manter
a atmosfera de vários espaços do navio agradável e segura para as pessoas, não
permitindo a formação de bolsões de gases perigosos.
          Ar condicionado: equipamento destinado a dar conforto ao pessoal, possibilitar
melhor desempenho de certos equipamentos e manter a superestrutura com pressão
positiva.


      1.4 Tipos de Perigos a Bordo


      1.4.1 A escada de quebra-peito e sua utilização
      Para subir ou descer pelo costado do navio utilizando escadas de quebra-peito, é
necessário:
      1. Observar se a escada está corretamente amarrada no convés e seus degraus
limpos, livres de óleo, graxa, ou outras substâncias que os tornem escorregadios;
      2. Utilizar os EPIs conforme for requerido;
       3. Se for subir vindo de uma lancha, pode ser complicado utilizar o cinto de
segurança, porém a lancha deve afastar-se da área abaixo da escada, tão logo a pessoa
esteja segura, e aguardar que ela suba completamente;
      4. Disposição física: o trabalhador deve ter consciência de que tem ou não
disposição física adequada ao esforço que será necessário. Isso pode ser evidenciado no
ASO (atestado de saúde ocupacional – no teste ergométrico).


      1.4.2 A escada de portaló e sua utilização
      1. Verificar se o patamar inferior e degraus estão limpos e desobstruídos;
      2. Observar a rede de proteção que deve envolver a escada;
      3. Usar calçados de segurança;


                                           - 11 -
4. Verificar a segurança dos apoios do patamar inferior que devem estar bem
firmes.




                            Escadas de quebra-peito e de portaló


      1.4.3 Perigos inerentes ao navio em viagem
      1. O balanço do navio, provocado por mau tempo, leva os objetos, materiais e
equipamentos não fixos, que não estejam convenientemente amarrados, a deslocarem,
podendo causar acidentes;
      2. Havendo previsão de mau tempo, deverá ser feita uma inspeção para que esses
materiais soltos sejam seguramente peados a pontos fixos;
       3. No caso de mau tempo, os trabalhos nas áreas externas à superestrutura ficam
proibidos.


      1.4.4 Assaltos e clandestinos
       Em alguns portos pode haver assaltos quando bandidos invadem o navio para
saquear, roubar, podendo haver ataques com armas de fogo e armas brancas. A
tripulação deve manter eficaz vigilância e controle de entradas e permanência de pessoas
estranhas a bordo.
      Imediatamente antes da partida do navio, principalmente em portos suspeitos, deve
ser feita uma inspeção minuciosa em busca de clandestinos que costumam ficar
escondidos nas áreas longe da superestrutura. Geralmente esses clandestinos mostram -
se durante a viagem por não suportarem a fome e a sede.
     O fiel cumprimento dos procedimentos obrigatórios previstos pelo código ISPS, que
veremos em capítulo específico, minimiza e até elimina estes riscos.


      1.4.5 Outros perigos encontrados a bordo
        1. Escorregões, tropeços e quedas em função da existência de óleos, graxa, água,
gelo, lixo e obstruções como redes, cabos de máquinas de solda, cabos de amarração,
partes baixas de máquinas e equipamentos, etc;


                                           - 12 -
2. Acidentes com a cabeça durante entrada em locais estreitos e baixos, queda de
objetos diversos, falhas de equipamentos e materiais;
      3. Acidentes com a coluna ou musculares durante manuseio de materiais pesados
como tambores, garrafas de oxigênio e acetileno, caixas de equipamentos, etc;
     4. Ferimentos nas mãos e dedos devido à operação de máquinas em movimento
como esmerilhadeiras, máquinas pneumáticas de impacto, etc;
      5. Queimaduras causadas por redes de vapor, equipamentos quentes, soldas, etc;
       6. Acidentes com os olhos devido a produtos químicos, partículas sólidas, luz
intensa, etc;
      7. Transportar pesos ou operar equipamentos, estando o navio sofrendo balanços;
      8. Perigos naturais do navio durante mau tempo extremo;
      9. Perigos em espaços confinados.




                                   Navio sob mau tempo


      1.5 Segurança do trabalho


      1.5.1 Definições
      Segurança do trabalho: é o conjunto de medidas técnicas, administrativas,
educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas atividades
das empresas;
      Acidente de trabalho: é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, ou perda,
ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho;
       Higiene ocupacional: segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a
higiene ocupacional, também conhecida como Higiene Industrial, é a ciência e a arte
dedicada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos dos ambientes
de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
                                          - 13 -
Doenças ocupacionais: são doenças inerentes a certas atividades profissionais,
como, por exemplo, a surdez ocupacional, cuja doença é adquirida pela falta do uso
adequado dos protetores auriculares.
       Risco: é a probabilidade de um evento ocorrer agravado ou agraciado pela
severidade do que isso representa.
      Perigo: é o que pode causar mal a alguém ou a alguma coisa.
      Acidente: evento indesejável que resultou em perdas sejam elas lesões pessoais,
danos ao meio ambiente, danos à propriedade ou perdas de processo.
       Quase acidente: é um evento indesejável que não resultou em perdas, porém, sob
circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter resultado.
      Perda: é a conseqüência de um acidente.
       Desvio: qualquer ação ou condição que tem potencial para causar direta ou
indiretamente lesão a pessoas, danos ao meio ambiente ou à propriedade.
       Auditoria comportamental: técnica aplicada com o objetivo de identificar desvios e
obter comprometimentos dos trabalhadores com o trabalho seguro;
       Não-conformidade: é um desvio que coloca em risco a segurança do pessoal ou do
navio e/ou um sério risco ao meio ambiente;
     Atividades rotineiras: são atividades usuais que ocorrem com o navio, tais como:
navegar, fundear, atracar, operar, etc;
      Atividades não rotineiras: são atividades não corriqueiras como fazer trabalhos a
quente, trabalhos a frio, trabalhos em áreas elevadas, entrada em espaços confinados,
etc;
      GSSTB (NR 30): Grupo de Saúde e Segurança do Trabalho a Bordo de Navios
Mercantes, é o foro que reúne representante da tripulação na discussão e deliberação de
assuntos relativos à segurança e poluição.


      1.5.2 O homem e o acidente do trabalho
      O homem é portador de reflexos de autodefesa que o protegem contra perigos
perceptíveis a seus cinco sentidos. Embora não perceba, está constante e
espontaneamente defendendo-se dos agentes externos que poderiam causar-lhe mal.
       Esses reflexos não isentam as pessoas de incorrerem em perigos maiores e de
virem a sofrer as conseqüências do acidente do trabalho. Assim, nos estudos que se
realizam, visando à prevenção de acidentes do trabalho, o homem é o principal fator em
todos os aspectos que o envolvem e o relacionam com os acidentes e doenças
decorrentes do trabalho e sua prevenção.


      1.5.3 Causas do acidente do trabalho
       Para identificar as causas de acidentes do trabalho, é preciso lembrar que a causa
de qualquer coisa é aquilo que faz com que tal coisa venha a acontecer. Portanto, causas
de acidente do trabalho são os antecedentes, próximos ou remotos, que fazem o acidente
acontecer. As causas só são caracterizadas no ato da ocorrência; antes são apenas
riscos ou perigos de acidentes.



                                          - 14 -
1.5.4 Propensão ao acidente
       De certas características da pessoa humana advêm às falhas humanas que dão
origem aos dois principais elos da cadeia do acidente: atos inseguros, praticados pelas
pessoas no desempenho de suas funções e condições inseguras, criadas ou mantidas no
ambiente pelos mais diversos motivos aparentes, mas somente por um verdadeiro, que é
a falha humana em não entender que os trabalhos não deveriam ser executados em
quaisquer condições que não fossem totalmente seguras para as pessoas.
      Existem condições de saúde, estados de ânimo e temperamentos que, em
determinadas circunstâncias ou ocasiões, propiciam condições para a ocorrência de
acidentes do trabalho.


       1.5.5 O Erro humano
      É o desvio de uma pessoa ou de um grupo de pessoas das práticas aceitas ou
convenientes que pode ter resultados inaceitáveis ou indesejáveis.
       Alguns fatores que podem diminuir o rendimento humano:
       Pânico: medo que se apodera subitamente de uma pessoa e reduz a capacidade
de realizar as tarefas exigidas.
       Ansiedade: estado de desassossego e angústia provocado pelas incertezas do
futuro e que pode reduzir a capacidade de concentração na tarefa exigida.
       Problemas pessoais: qualquer problema que perturbe as emoções e reduza a
capacidade de realizar as tarefas exigidas, como por exemplo: deficiências físicas,
falecimento ou enfermidade de um familiar, problemas conjugais, problemas de saúde ou
econômicos, raiva ou más relações com os companheiros.
       Inteligência lenta ou retardada: diminuição da capacidade intelectual que pode
reduzir ou impedir a atitude normal da pessoa para discernir a dimensão intelectual das
tarefas exigidas.
       Uso do álcool: o uso de bebidas alcoólicas diminui a capacidade da pessoa para
realizar as tarefas exigidas. Exemplos:
         A ação de beber nas horas de trabalho ou pouco antes o que pode afetar as
faculdades mentais da pessoa;
          Estado de embriaguez nas horas de trabalho;
          Ação de beber fora das horas de trabalho que ocasione perda de rendimento;
          Consumo excessivo de álcool durante longos períodos, podendo causar
deterioração mental permanente;
       Uso de drogas: o uso de drogas, legais ou ilegais, pode ter diversos efeitos nas
atitudes mentais e físicas da pessoa, entre outros: sonolência extrema, falsa sensação de
capacidade e alucinações.
 ATENÇÃO: o uso de medicamentos controlados, mesmo os obtidos através de receita médica legal, deve
                              ser do conhecimento do comandante

       Distração: falta de atenção, descuido, não estar atento aos avisos, esquecer-se de
realizar tarefas programadas, etc. A distração pode ser resultado de outras causas, tais
como: problemas pessoais, fadiga, drogas, aborrecimento e até problemas de audição.
      Deficiências físicas: problemas de visão, problemas de audição, debilidade
cardíaca, debilidade pulmonar.
                                               - 15 -
Problemas mentais: comportamento psicótico ou imprevisível, depressões,
alucinações e outras formas de conduta anormal que são inexplicáveis.
      Baixa motivação: falta de vontade de render ao máximo, que tem por resultado a
diminuição do rendimento normal de uma pessoa.
       Erro deliberado: agir de forma deliberadamente incorreta ou não adotar
deliberadamente os procedimentos existentes.
      Exemplos:
          Abandono das funções;
          Negar-se a obedecer a ordens;
          Sabotagem;
          Roubo.
       Fadiga: redução da aptidão física ou mental, resultante de esforços físicos, mentais
ou emocionais, que podem prejudicar quase todas as faculdades físicas, incluindo a força,
a velocidade, o tempo de reação, a coordenação, a tomada de decisões e o equilíbrio.
       Falta de disciplina: pobre domínio de si mesmo. É o trabalhador que perde
facilmente a calma ou comporta-se de maneira pouco profissional.
      Atitude perigosa no trabalho: imprudência, exibicionismo, pensar que sabe tudo.


      1.5.6 A ilusão da invulnerabilidade
       Muitas vezes, os trabalhadores ignoram os procedimentos, mesmo os conhecendo,
porque acham que os efeitos potenciais de não segui-los, ainda assim, estão sob
controle. Paralelamente ao conhecimento e à experiência, a ilusão de ser invulnerável
influencia na hora em que a pessoa decide não cumprir os procedimentos optando pelo
ato inseguro.
       Pensando que nada de mal vai nos acontecer, achamos que mesmo durante um
ato inseguro, estamos fazendo tudo para evitar acidentes, nos superestimando.


       1.5.7 Motivos pelos quais os trabalhadores não reagem da forma esperada nas
situações de emergência
          Não sabem o que é esperado que façam;
          Não sabem como fazer (limitações técnicas);
          Não sabem por que deveriam fazer;
          Existem obstáculos fora do seu controle;
          Não acreditam que funcione;
          Acham que a maneira deles é melhor;
          Não estão motivados (atitudes reativas);
          São incapazes de fazer (limitação pessoal);
          Não têm tempo suficiente para executar a operação;
          Estão trabalhando em tarefas com prioridades erradas;
          Acham que estão fazendo (não existe retro-alimentação);
                                            - 16 -
Má administração;
         Problemas pessoais.


      1.6 Aspectos da segurança do trabalho
      A segurança do trabalho é considerada sob dois aspectos principais que são: o
aspecto material e o aspecto humano.


      1.6.1. Aspecto material
      No aspecto material, é indispensável identificar e avaliar os riscos e perigos, ou
seja, as características agressivas em máquinas, equipamentos, energias, matérias-
primas, etc., das diversas atividades com possibilidade de causar acidentes ou doenças
ocupacionais.
       Todo trabalhador precisa saber identificar os riscos e os perigos de sua atividade
para que possa se proteger no desenvolvimento de suas tarefas. Portanto, não esqueça:
antes de iniciar uma tarefa, identifique os perigos para que possa realizá-la de maneira
segura. O risco de o acidente ocorrer será maior ou menor conforme o próprio trabalhador
saiba se proteger dos perigos identificados.
       Durante a execução de tarefas, todos os procedimentos existentes devem ser
rigorosamente cumpridos, uma vez que são capazes de cobrir falha de avaliação de risco
e perigo por parte do executor.


      1.6.1.1 Riscos ambientais (NR-9)
       Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos,
existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
       Os agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos
os trabalhadores, tais como:
         Ruído;
         Vibrações;
         Pressões anormais;
         Temperaturas extremas;
         Radiações ionizantes;
         Infra-som;
         Ultra-som.
     Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que
possam penetrar no organismo pela via respiratória nas formas de:
         Poeiras;
         Fumos;
         Névoas;
         Neblinas;
         Gases ou vapores.
                                          - 17 -
Esses agentes pela natureza da atividade e exposição, também podem ser
absorvidos por contato pelo organismo através da pele ou por ingestão. Os riscos
químicos podem ser encontrados nas atividades humanas nos estados sólidos, líquidos
ou gasosos e podem ter características como abaixo:
         Explosivos;
         Corrosivos;
         Inflamáveis;
         Tóxicos;
         Gases e vapores perigosos;
      Consideram-se agentes biológicos:
         Bactérias;
         Fungos;
         Bacilos;
         Parasitas;
         Protozoários;
         Vírus, entre outros.
       As características agressivas dos agentes biológicos podem provocar algumas
doenças ocupacionais. Podem ser encontrados em qualquer ramo da indústria nas
instalações sanitárias, nos ambulatórios e mesmo na cozinha e nos refeitórios.
      Os riscos nas diversas atividades também se caracterizam pela possibilidade de
causar acidentes do trabalho e, de acordo com o agente agressivo, podem ser divididos
em:
     1- Riscos mecânicos que agridem as pessoas por ação mecânica, como por
exemplo:
         Bater com parte do corpo em algum obstáculo e sofrer lesão;
         Peças de máquinas em movimento;
         Pontos de prensamento;
         Superfícies abrasivas;
         Arestas cortantes.


      2- Riscos ergonômicos que podem ocorrer de fatores fisiológicos ou psicológicos:
      Os fisiológicos são caracterizados pela relação entre o homem e sua atividade. São
conseqüência de posições que as pessoas ficam ou esforços que exercem em razão de:
         Vícios, negligência ou mau preparo para executar suas tarefas;
         Porte físico inadequado aos equipamentos, máquinas, ferramentas etc;
         Falhas em projetos de máquinas, ferramentas, instalações etc;
          Velocidades ou esforços excessivos devido ao arrocho do tempo padrão
estabelecido para a tarefa.
       Os psicológicos decorrem de monotonia, relações pessoais e ciclo de repouso no
trabalho.
                                          - 18 -
3- E o risco elétrico. A corrente elétrica é agressiva ao homem e pode causar
incêndios e explosões e suas graves conseqüências.
       Instalações e aparelhos elétricos construídos sob rígidos padrões de segurança e
mantidos em boas condições neutralizam o perigo para o homem e para a propriedade. O
perigo da corrente elétrica continua existindo, mas não haverá risco se estiver sob
controle. Haverá perigo nas instalações malfeitas e improvisações, fios energizados
expostos, sobrecargas, etc., que podem causar danos a alguém ou a alguma coisa.


      1.6.1.2 Medidas alternativas de proteção
        Os riscos e perigos, para que se consiga controlá-los é necessário que sejam
identificados e isso não é tarefa fácil, depende da experiência profissional de cada um.
Depois de identificados, porém, compete uma ação imediata para que não se
materializem em acidentes.
      Considere que como medida de segurança, para proteger as pessoas, devem ser
adotadas as seguintes alternativas:
         Eliminar o perigo;
         Isolar o perigo;
         Sinalizar o perigo.
      Eliminar o perigo significa torná-lo definitivamente inexistente, por exemplo:
         Substituir um produto tóxico por outro não tóxico;
         Substituir uma máquina sem o perigo que tinha na máquina anterior.
      Isolar o perigo é o mais aplicado, mas não elimina o perigo. Se o método de
isolamento for bem projetado e executado, poderá isentar, definitivamente, as pessoas de
acidente, por exemplo:
         Isolar engrenagens ou correias com anteparos protetores;
         Fios com isolamento elétrico;
        Substâncias químicas ou inflamáveis isoladas em tanques ou em recipientes
adequados.
     Sinalizar o perigo somente quando não se puder eliminar nem isolar. Essa prática
deve ser utilizada apenas em caráter precário e temporário enquanto se tomam as
medidas definitivas.


      1.6.2 Aspecto humano
       A qualificação das pessoas para a prática da prevenção de acidentes deve sempre
ser levada em consideração na execução de qualquer tarefa. As qualidades individuais,
que têm grande influência na prática da prevenção de acidentes, são:
         Educação;
         Caráter;
         Aptidão para o trabalho;
         Condições físicas e emocionais;
         Habilitação.

                                           - 19 -
As empresas, antes de empregar os trabalhadores na sua atividade, objetivando
trabalho eficiente e seguro, devem:
         Selecionar adequadamente o pessoal;
         Integrá-los corretamente ao trabalho;
         Promover treinamento e reciclagem;
         Manter seu bom estado físico e mental.


      1.7 Atos inseguros e condições inseguras
      Os atos inseguros e as condições inseguras são fatores que, combinados ou não,
ocasionam os acidentes do trabalho ou as doenças ocupacionais. São as causas diretas
dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais por terem relação de causa direta
com eles. Essas causas diretas não surgem por acaso nem aleatoriamente. São geradas
por um ou mais antecedentes que são as causas indiretas dos acidentes do trabalho ou
das doenças ocupacionais.


      1.7.1 O ato inseguro
      É a maneira como as pessoas se expõem ao perigo de acidentes, que pode ser:
      Consciente, inconsciente e circunstancial.
       No ato inseguro consciente, as pessoas sabem que estão se expondo ao perigo.
No inconsciente, as pessoas desconhecem o perigo ao qual estão se expondo e, no
circunstancial, as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, porém, algo mais
forte as leva à prática do ato inseguro.
       Os atos inseguros circunstanciais decorrem de situações particulares como tentar
salvar alguém de uma situação perigosa ou tentar evitar prejuízo à empresa quando o
trabalhador se aproxima do perigo, não levando em consideração quaisquer
procedimentos ou ações preventivas, optando pelo ato inseguro. Também decorrem de
pressão das chefias quando os trabalhadores são induzidos a cometer o ato inseguro
pelos mais diversos motivos, que nunca são justificáveis na ocorrência de acidentes.
      Exemplos mais freqüentes de atos inseguros, conscientes ou inconscientes:
         Ficar junto ou sob cargas suspensas;
         Colocar parte do corpo em lugar perigoso;
         Usar máquinas sem habilitação ou permissão;
         Imprimir excesso de velocidade em equipamentos;
         Imprimir sobrecarga em equipamentos;
         Lubrificar, ajustar ou limpar máquinas em funcionamento;
         Improvisação e mau emprego de ferramentas manuais;
         Inutilizar dispositivos de segurança;
         Não usar proteções individuais (EPI);
         Uso de roupas inadequadas e de acessórios desnecessários;
         Manipulação insegura de produtos químicos;
         Transportar ou empilhar de maneira insegura;
                                           - 20 -
Fumar e usar chamas em lugares proibidos;
          Tentativa de ganhar tempo;
          Brincadeiras e exibicionismo;
          Emissão de Permissão para Trabalho, em branco.
          Desconhecimento dos riscos de acidentes;
          Treinamento inadequado;
          Falta de aptidão ou de interesse para o trabalho;
          Excesso de confiança;
          Atitudes impróprias.


       1.7.2 A condição insegura
      São determinadas condições que ameaçam o trabalhador no seu local de trabalho.
São defeitos em equipamentos; irregularidades técnicas; falta de dispositivos de
segurança; falta de sinalização; etc., que põem em risco a saúde ou a vida do trabalhador,
como por exemplo:
          Falta de proteções em máquinas ou equipamentos;
          Proteções inadequadas ou perigosas;
          Deficiência em maquinaria ou ferramental;
          Má arrumação e falta de limpeza na área de trabalho;
          Passagens perigosas;
          Defeitos nas instalações;
          Instalações elétricas inadequadas (gambiarras) ou defeituosas;
          Iluminação inadequada;
          Ventilação inadequada;
          Elipses abertas e não adequadamente sinalizados;
          Pisos escorregadios;
          Acessos sem proteções adequadas (redes, guarda-corpos);
          Falta de protetores individuais (EPI);
          Piscina vazia e sem proteção.
 NOTA: é dever de todo trabalhador informar, imediatamente, qualquer condição insegura ou ato inseguro
                                               observado

       Para colaborar com a prevenção dos acidentes do trabalho, é necessário:
          Corrigir as condições inseguras;
          Não permitir que outras sejam criadas;
          Evitar que sejam praticados atos inseguros.
      As causas indiretas originadas de fatores pessoais e/ou materiais, que geram as
causas diretas, devem merecer atenção especial para que se possam prevenir acidentes
do trabalho. É prevenindo as falhas humanas que antecedem e geram as condições

                                                 - 21 -
inseguras e os atos inseguros que fazemos o melhor para evitar os acidentes do trabalho
e as doenças ocupacionais.


      1.8 Custos de um acidente
       Os custos de um acidente do trabalho estão relacionados a fatores humanos e a
fatores sociais. Observe cada um dos custos de um acidente abaixo relacionados e reflita
bem antes de optar por cometer um ato inseguro.


      1.8.1 Relacionados ao fator humano
         Tensão mental;
         Sofrimento;
         Baixa moral;
         Redução de salários;
         Despesas extras;
         Possibilidade de continuar incapacitado;
         Possibilidade de perder a vida;
         Incapacidade para executar alguns tipos de trabalhos;
         Perda da capacidade de praticar atividades de lazer.


      1.8.2 Relacionados ao fator social
         Reflexo na família;
         Reflexo nas relações com amigos;
         Reflexo nas relações com colegas de trabalho;
         Falência financeira.


      1.8.3 Relacionados ao fator econômico
         Perda de trabalhadores habilitados e experientes;
         Queda de produção;
         Diminuição dos lucros causados por indenizações pagas aos trabalhadores
acidentados;
         Despesas com a substituição do trabalhador acidentado;
         Perda de tempo pelos efeitos causados nos outros trabalhadores;
         Substituição ou reparo de máquinas;
         Perda de tempo e dinheiro na investigação das causas;
         Comprometimento da imagem da empresa perante a sociedade e o mercado.




                                           - 22 -
1.9 Quedas, escorregões e tropeços
      Normalmente, resultantes de atos inseguros e condições inseguras, as quedas e
escorregões são a segunda causa principal de morte no trabalho e respondem por cerca
de 16% de todos os acidentes de trabalho incapacitante.
       As causas mais comuns de quedas e escorregões são:
              Escadas;
              Escadarias;
              Obstáculos; e
              As condições do piso.
      Essas causas podem ser totalmente controladas e eliminadas através da
conscientização, de procedimentos seguros de trabalho e de controles de engenharia.


       1- Procedimentos seguros do trabalho com escadas:
              Faça uma inspeção completa na escada antes de seu uso;
              Interdite a área onde a escada for ser usada;
              Apóie sempre a escada contra uma superfície firme e uniforme;
              Estenda a escada no mínimo um metro além da cobertura;
              Amarre o topo da escada;
         Use a relação de quatro para um ao usar uma escada extensível (para cada
quatro metros de altura, a base da escada estará a um metro da parede);
         Ao usá-la, mantenha sempre três pontos de contato (dois pés e uma mão ou um
pé e duas mãos);
           Não se estique para fora (a fivela do seu cinto nunca deve sair do limite entre as
laterais da escada).


       2- Comportamento seguro nas escadarias. Use o bom senso:
              Nunca correr subindo ou descendo uma escadaria;
              Não pular degrau;
              Usar o corrimão;
              Nunca carregar algo que obstrua a sua visão ou que dificulte manter o
equilíbrio;
              Mantenha as escadarias desobstruídas (elas não são áreas de armazenagem);
        Avise o seu supervisor se o corrimão precisar de manutenção ou se houver
lâmpadas queimadas;


      3- Todas as passagens devem ser mantidas livres. Corredores bloqueados,
gavetas abertas, mangueiras ou cabos soltos nas passagens e outros obstáculos são
acidentes em potencial esperando para acontecer.
              Feche todas as gavetas, mesmo quando alguém lhe pedir ajuda por apenas um
instante;
                                               - 23 -
Prenda todas as mangueiras e fios ao chão;
            Cerque a área se for trabalhar com muitas ferramentas;
          Limpe e arrume o local quando terminar (arrumação e limpeza são obrigações
de todos).


         4- Comportamento em superfícies escorregadias.
           Em superfícies molhadas ou escorregadias use sinalização e placas de aviso.
Isso inclui um piso escorregadio por estar molhado, por haver uma substância derramada,
e até mesmo por ter sido recém-encerado.
         Use capachos para absorver a umidade dos sapatos. O capacho deve ter uma
base antiderrapante sendo trocado quando necessário. Saltos altos e solados de couro
aumentam o risco em superfície escorregadia.
            A má iluminação reduz a probabilidade de se notar um risco antes de ser tarde
demais.


         5- Ao caminhar por superfícies escorregadias,
            vá devagar, dobre o joelho e abra os pés;
            dê passos menores, mantendo o corpo em equilíbrio;
          se não puder evitar e acabar caindo, largue quaisquer objetos que estiver
segurando. Tente proteger seus pontos mais vulneráveis: a cabeça, o pescoço, a coluna,
órgãos internos e articulações;
            tente distribuir a força do impacto da queda por tanta carne do corpo quando
puder.


         1.10 Investigação dos acidentes do trabalho
       Os acidentes são resultados de coincidências que raramente poderiam ser
previstas pelas pessoas afetadas. Os acidentes não ocorrem porque a gente aposta e
perde, e sim porque a gente não acreditava que esse acidente pudesse ocorrer. Ninguém
quer provocar um acidente, portanto é necessário saber o que de fato levou ao acidente e
por isso todos os acidentes devem ser investigados.
         As investigações relativas a acidentes têm os seguintes objetivos:
            Prevenir acidentes análogos no futuro;
            Obter ensinamentos sobre causas;
            Obter conclusões;
            Adotar medidas no futuro;
            Podem modificar normas ou criar novas normas.
 NOTA: o objetivo de uma investigação nunca será culpar, porém não se poderão omitir informações que
                                         resultem em culpa

       Raramente os acidentes são oriundos de uma única causa. Atos inseguros ou
condições inseguras são apenas as constatações imediatas do que causou o acidente.
Geralmente, os acidentes são resultantes de uma cadeia de eventos, uma corrente de
erros, ou seja, a ocorrência de vários eventos anteriores que levaram ao acidente.
                                                - 24 -
Nenhum acidente acontece sem motivo, sempre são causados. A melhor maneira
de evitar um acidente é executar suas tarefas de maneira profissional, deixando o
amadorismo de lado. É não tentar fazer o que não sabe fazer bem, só para ver se
consegue. Só consegue fazer bem e com segurança um trabalho quem está bem
treinado.
        Na atividade de transporte de petróleo e derivados por navios e transporte de
diversos outros tipos de cargas, mesmo com a existência de procedimentos adequados,
utilização de muitos sistemas que detêm tecnologias avançadas e mesmo operados por
profissionais de alto nível de conhecimento e experiência, infelizmente, ainda ocorrem
acidentes.
       Quase que a totalidade dos acidentes com navios ocorreram devido a falhas
humanas. A falta de simples observação do bom funcionamento de equipamentos
resultou em graves acidentes. As maiores causas estão relacionadas com a má execução
de tarefas e a não observação dos procedimentos básicos de segurança. Somado a isso,
o despreparo na correção imediata de situações perigosas e a não obediência aos
procedimentos de segurança das empresas aumentam o número de acidentes do
trabalho.
       Ao longo dos anos, a investigação desses acidentes resultou em regras
internacionais para que acidentes análogos não venham a ocorrer. As empresas,
conforme sua experiência, sempre que ocorre qualquer acidente ou incidente em suas
instalações, tomam medidas imediatas para constatar as causas que os motivaram para
que possam tomar ações corretivas imediatas, evitando a repetição no futuro.
       Alguns destes acidentes se propagam e tomam proporções catastróficas. O navio
"Scandinavia Star" incendiou em 1990, fazendo 158 vítimas. Deu origem à Resolução da
IMO A.741(18), adotado em 04 de novembro de 1993 – Código e Gerenciamento
Internacional para a Operação Segura de Navios e para a Prevenção da Poluição – ISM
Code. Em julho de 1998, o ISM Code tornou-se mandatório. É o Capítulo IX da
Convenção SOLAS.


      1.11 Equipamentos de proteção individual – EPI (NR-6)
       Considera-se EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho.
       Entende-se como equipamento conjugado de proteção individual todo aquele
composto por vários dispositivos que o fabricante tenha associado contra um ou mais
riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
      O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA
expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho
do Ministério do Trabalho e Emprego, significando que o EPI foi testado e aprovado.
       A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado
ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:
       a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra
os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
      b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
                                         - 25 -
c) Para atender a situações de emergência.


      1.11.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI
      a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
      b) Exigir seu uso;
     c) Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
      d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
      e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
      f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
      g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.


      1.11.2 Cabe ao empregado quanto ao EPI
      a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
      b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
      c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
      d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
      Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome
comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA ou, no caso de
EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.


      1.11.3 Finalidades dos equipamentos de proteção individual


      1- EPI para proteção da cabeça
       Capacete: para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio; para proteção
contra choques elétricos; para proteção do crânio e face contra riscos provenientes de
fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio. Faz-se necessário seu
uso com a jugular sob o queixo para que não se desprenda e caia, deixando-o
desprotegido, principalmente, no caso de ocorrer uma emergência.




                            Capacete com regulagem tipo catraca

                                           - 26 -
2- EPI para proteção dos olhos e da face
      Óculos: contra impactos de partículas volantes; contra luminosidade intensa; contra
radiação ultravioleta; contra radiação infravermelha; contra respingos de produtos
químicos.




                                      Óculos de proteção
       Protetor facial: proteção da face contra impactos de partículas volantes; proteção
da face contra respingos de produtos químicos; proteção da face contra radiação
infravermelha; proteção dos olhos contra luminosidade intensa.
       Máscara de Solda: proteção da face contra impactos de partículas volantes;
proteção da face contra respingos de produtos químicos; proteção da face contra radiação
infravermelha; proteção dos olhos contra luminosidade intensa.


      3- EPI para proteção auditiva
      Protetor auditivo: circum-auricular; de inserção.




                              Abafador tipo concha e de inserção


      4- EPI para proteção respiratória
        Respirador purificador de ar: para proteção das vias respiratórias contra poeiras e
névoas; para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos; para
proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; para
proteção das vias respiratórias contra vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes
com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão); para proteção das vias
respiratórias contra gases emanados de produtos químicos; para proteção das vias
respiratórias contra partículas e gases emanados de produtos químicos; respirador
purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas,
fumos e radionuclídeos.


                                            - 27 -
Respiradores purificadores de ar
       Respirador de adução de ar: tipo linha de ar comprimido para proteção das vias
respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde
e em ambientes confinados; máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para
proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa
à Vida e à Saúde e em ambientes confinados.




                                Respirador de adução de ar
      Respirador de fuga: para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos
em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e à Saúde ou
com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.




                                Respirador de fuga - EEBD


      5- EPI para proteção do tronco
      Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de
origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de
operações com uso de água.
                                           - 28 -
Proteção do tronco


      6- EPI para proteção dos membros superiores
       Luva: para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes; para
proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes; para proteção das mãos
contra choques elétricos; para proteção das mãos contra agentes térmicos; para proteção
das mãos contra agentes biológicos; para proteção das mãos contra agentes químicos;
para proteção das mãos contra vibrações; para proteção das mãos contra radiações
ionizantes.




                                     Luvas diversas


      7- EPI para proteção dos membros inferiores
       Calçado: para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos;
para proteção dos pés contra choques elétricos; calçado de segurança para proteção dos
pés contra agentes térmicos; para proteção dos pés contra agentes cortantes e
escoriantes; calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade
proveniente de operações com uso de água; calçado de segurança para proteção dos pés
e pernas contra respingos de produtos químicos.
      Meia: para proteção dos pés contra baixas temperaturas.
       Perneira: para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes; para
proteção da perna contra agentes térmicos; perneira de segurança para proteção da
perna contra respingos de produtos químicos; para proteção da perna contra agentes
cortantes e perfurantes; perneira de segurança para proteção da perna contra umidade
proveniente de operações com uso de água.
      Calça: para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes; para
proteção das pernas contra respingos de produtos químicos; para proteção das pernas
contra agentes térmicos; para proteção das pernas contra umidade proveniente de
operações com uso de água.
                                         - 29 -
8- EPI para proteção do corpo inteiro
      Macacão: para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra
chamas; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes
térmicos; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de
produtos químicos; macacão de segurança para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água.
      Conjunto: conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos; para
proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos
químicos; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade
proveniente de operações com uso de água; para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra chamas.
      Vestimenta de corpo inteiro: vestimenta de segurança para proteção de todo o
corpo contra respingos de produtos químicos; para proteção de todo o corpo contra
umidade proveniente de operações com água.


      9- EPI para proteção contra quedas com diferença de nível
        Dispositivo trava-queda: dispositivo trava-queda de segurança para proteção do
usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando
utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.
      Cinturão: cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda
em trabalhos em altura; cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de
queda no posicionamento em trabalhos em altura.


      1.11.4 Características do EPI


      1. Obrigatórias
      a) Ser fabricado por uma empresa que possua CRF;
      b) Se importado, através de empresa que possua CRI;
      c) Possuir CA;
       d) Estar marcado, de forma indelével, com o nome comercial do fabricante, lote de
fabricação e número do CA.


      2. Desejáveis
        Que seja o mais confortável possível para o usuário, principalmente, quando se
tratar de EPIs de uso contínuo.


      1.11.5 SOLAS Capítulo II-1 Parte C - Regra 36 – Proteção contra ruído
       Deverão ser tomadas medidas para reduzir os ruídos nos espaços de máquinas a
níveis aceitáveis, determinados pela administração. Se esses ruídos não puderem ser
suficientemente reduzidos, a fonte do ruído deverá ser isolada ou equipada com redutores
de ruídos. Protetores de ouvidos deverão ser providenciados para as pessoas que
entrarem nestes espaços, se necessários.
                                          - 30 -
1.11.6. Tripé para a eficácia da proteção baseada no uso do EPI
      1. Fornecer um bom protetor;
      2. Treinar e conscientizar;
      3. Fiscalizar o uso.


      1.12 Equipamentos salva-vidas


      1.12.1 Embarcações de sobrevivência e botes de resgate


      1- Baleeira: destina-se ao abandono do navio e nela sobreviver, enquanto se
aguarda resgate. Geralmente construídas em fibra de vidro, possuem motor com
capacidade para 6 nós de velocidade e autonomia de 24 horas.




                                    Baleeira totalmente fechada


      2- Balsa inflável: destina-se ao abandono do navio e nela sobreviver, com
segurança, enquanto se aguarda resgate.




                                Balsa inflável para dez pessoas


      3- Embarcação de salvamento (bote de resgate)
       Destina-se a resgatar pessoas que possam ter caído no mar e trazê-las de volta ao
navio ou, em certas emergências, levá-las para as embarcações de sobrevivência ou
reunir as embarcações de sobrevivência.



                                               - 31 -
Embarcação de salvamento


       1.12.2 Equipamentos de sobrevivência pessoal


       1- Bóia salva-vidas: destina-se a servir de auxílio inicial a uma pessoa que caiu no
mar.




                                       Bóia salva-vidas


      2- Colete salva-vidas: deve ser facilmente vestido, ser confortáveis, ser capazes de
manter o nariz e a boca de uma pessoa inconsciente fora da água e desvirá-la caso esteja
com o rosto na água, em não mais que 5 segundos. Quando usados corretamente,
permitem que uma pessoa salte na água de uma altura de até 4,5 metros, sem que se
machuque ou cause danos ao colete.




                                Colete salva-vidas tipo jaqueta

                                             - 32 -
3- Roupa de imersão: roupa de proteção que reduz a perda de calor de uma
pessoa imersa em água fria, que a estiver usando.




                                  Roupa de imersão


      4- Meio de proteção térmica: saco ou roupa confeccionado com material a prova
d’água, com baixa condutividade térmica.




                               Meio de proteção térmica


                                        - 33 -
1.12.3 Equipamentos para localização
        Alarme a bordo;
        Epirb;
        Transponder;
        Rádios portáteis VHF;
        Espelho heliográfico;
        Apito;
        Grito;
        Sinais visuais:
           Foguete pára-quedas estrela vermelha;
           Fachos manuais;
           Sinais fumígenos.


     1.12.4 Aparelho lança-retinida
       Equipamento utilizado para lançar uma retinida a pelo menos 230 metros de
distância com uma precisão aceitável.




                                      Lança-retinida


     1.12.5 Equipamentos rádio de emergência
     Equipamentos do GMDSS (Socorro e Segurança)
        INMARSAR;
        COSPAS-SARSAT;
        DSC;
        SART;
                                          - 34 -
NAVTEX;
   VHF.


1.13 Equipamentos de combate a incêndio


1.13.1 EPIs para combate a incêndio.
   Capacete;
   Luvas;
   Macacão;
   Botas;
   Equipamento de Respiração Autônomo.


1.13.2 Extintores portáteis e sobre rodas
   Água pressurizada e a pressurizar (10 litros);
   Gás carbônico – CO2 (6 Kg);
   Pó químico pressurizado e a pressurizar (12 Kg);
   Espuma mecânica (9 litros);
   Extintor sobre rodas.




                              Extintores diversos



                                     - 35 -
Caso haja necessidade de usar um extintor para debelar um principio de incêndio,
assegure-se de que sabe usá-lo corretamente para não correr o risco de danificá-lo ou
descarregá-lo, impedindo que uma pessoa treinada possa usá-lo com eficiência.
       Os extintores são instalados nos ambientes após um projeto que determina seu
tipo, considerando o combustível existente às proximidades o que elimina a perda de
tempo em verificar se o extintor é o adequado para aquele incêndio.


      1.13.3 Equipamentos de combate a incêndio com água
         Esguichos;
         Mangueiras.
       O uso de água como agente extintor, principalmente pelo processo de
resfriamento, exige cuidados com todos os equipamentos, desde bombas, redes, tomadas
e válvulas que formam esse sistema.
       Após os exercícios, devem-se observar a condição dos esguichos e mangueiras
para que não sejam guardados se estiverem danificados. Caso isso ocorra, devem ser
substituídos ou reparados e jamais guardados com defeito nos postos. Lembre-se de que
esse equipamento é para uso em emergência e deve funcionar corretamente caso um
incêndio aconteça.




                        Equipamento de combate a incêndio com água


      1.13.4 Sistemas fixos de extinção de incêndio
      Também conhecidos como socorro básico, a bordo encontramos os seguintes
sistemas:
         Sistema Fixo de CO2;
         Sistema Fixo de Pó Químico Seco;

                                          - 36 -
Sistema Fixo de Halon;
         Sistema Fixo de Espuma.




                                    Sistema fixo de CO2
      1.13.5 Sistemas de detecção de incêndio
         Detectores de fumaça;
         Detectores por elevação de temperatura.
      Os detectores de incêndio são equipamentos destinados a informar a possibilidade
de estar havendo incêndio em um compartimento.
       Em nenhuma situação esses detectores devem ser desativados por estarem
alarmando incêndio inexistente, por exemplo, no caso da ocorrência de fumaça
proveniente de soldas, etc. Desativá-los constitui-se em ato inseguro uma vez que o autor
estará criando uma condição insegura.




                                    Detector de incêndio

                                           - 37 -
1.14 Equipamento médico
      Os navios possuem enfermarias equipadas conforme regras internacionais de
maneira a que possam possibilitar tratamento médico para acidentados ou doentes, até
que o socorro médico hospitalar seja possível. Um número de telefone para contato
imediato com um profissional médico é disponibilizado para as emergências.
      As enfermarias, além da medicação e materiais médicos de acordo com lista
disponibilizada pela ANVISA, contam com ressuscitadores e macas para as emergências.


    1.15 Plano de emergência do navio para combate a poluição do mar por óleo -
SMPEP (Shipboard Marine Pollution Emergency Plan)
     Este plano visa orientar as tripulações para atuar na resposta a determinadas
emergências que podem ser:


      1- Derrames operacionais
      a) Derramamento de óleo combustível por vazamento no sistema de transferência
de óleo combustível;
     b) Derramamento de carga no convés por transbordamento de tanque de carga
com petróleo ou derivados;
       c) Vazamento pelo casco com o navio em operação quando se observa produto ao
redor do navio (causa não imediatamente conhecida).


      2- Derrames acidentais
      a) Incêndio;
      b) Explosão;
      c) Encalhe;
      d) Colisão;
      e) Falha estrutural;
      f) Adernamento excessivo;
      g) Falha no sistema de contenção;
      h) Navio indo a pique;
      i) Escape de vapor perigoso durante vazamento ou transferência de carga ou
acidente.


      3- Kit básico de combate a poluição
      O SMPEP prevê um conjunto de materiais auxiliares na contenção de derrames
que devem ser posicionados próximo do local onde estão ocorrendo operações com óleo
com o objetivo de reter o óleo derramado a bordo, evitando que vá para o mar. Exemplo:
      •   10 latões vazios de 200 litros;
      •   1 bomba portátil;
      •   100 Kg de serragem;
                                            - 38 -
•   5 vassouras;
      •   500 toalhas absorventes;
      •   5 pás de plástico;
      •   5 rodos;
      •   5 baldes de plástico;
      •   Sacos plásticos.




                                       Kit SMPEP


      1.16 Relação das operações perigosas realizadas a bordo
       Todas as tarefas realizadas a bordo têm finalidades operacionais específicas. Os
riscos dessas tarefas precisam estar sob controle e isso pode ser obtido através do
cumprimento dos procedimentos existentes.
       Para determinadas tarefas, imediatamente antes de serem executadas, é realizada
uma análise dos riscos da tarefa através de uma técnica conhecida como análise
preliminar de riscos (APR), quando é verificado o que pode dar errado, suas causas,
possíveis conseqüências, avaliação quantitativa e medidas de controle e mitigadoras.
      Outras tarefas exigem uma análise de risco de tarefa (ART), efetuada pelo
executor, que dará subsídios para o preenchimento da permissão para trabalho (PT) pelo
responsável pela área quando esse acrescentará os cuidados, EPIs necessários e outras
recomendações para a execução segura da tarefa. Uma PT é emitida com a ART em
anexo.
      Observe uma extensa lista com algumas das operações perigosas que são
efetuadas a bordo dos navios:
      1. Carga e descarga;
      2. Atracação e desatracação;
      3. Trabalhos elevados;
      4. Manuseio de produtos químicos;
      5. Trabalho na praça de máquinas e manutenção;
      6. Levantamento de pesos (manual ou mecanicamente);
      7. Entrada e permanência em Espaços Confinados;
      8. Trabalhos a quente;
                                          - 39 -
9. Trabalhos a frio;
      10. Trabalhos com eletricidade;
      11. Trabalhos de manutenção no convés.


      1.17 Carregamento e descarregamento
      Tipos de Navios: carga geral, graneleiro, porta container, ro-ro, petroleiro,
quimiqueiro, gaseiro, passageiro, etc.
      Certas cargas de determinados tipos de navios, como os de carga geral e porta
contentores, são suspensas através de guindastes que utilizam cintas ou cabos de aço,
havendo o risco de queda. As pessoas não envolvidas nestas operações devem ficar
sempre em local seguro, longe dessas áreas; as pessoas envolvidas devem cumprir os
procedimentos, adotando comportamentos seguros.




                                  Navio porta containeres
       Os navios ro-ro possuem vários conveses que são unidos por rampas e a carga
(carros) é estivada sendo conduzida por seus próprios meios, utilizando as rampas de
acesso aos conveses, para embarque e desembarque. Pela velocidade com a qual os
carros são conduzidos, nenhuma pessoa deve parar nos caminhos por onde esses se
locomovem, obedecendo à sinalização característica.
       Os navios que transportam granel líquido, tais como os petroleiros, quimiqueiros e
gaseiros, utilizam redes (tubulações) por onde a carga é bombeada, tanto para
carregamento ou descarregamento. Os riscos operacionais constituem-se de vazamentos
do líquido, existência de gases inflamáveis e/ou tóxicos.
       É necessário que os tripulantes possuam curso específico para embarque nesses
tipos de embarcações.
      Navios de passageiros também podem transportar carros ou outras cargas e
incluem os ferries-boats.
       Grandes navios de passageiros, além da tripulação de convés e máquinas,
precisam de uma tripulação específica, sendo grande o número de cozinheiros e taifeiros.
São também empregados recreadores, médicos e religiosos.
      Essa tripulação deve estar sempre eficientemente treinada para controle dos
passageiros e de todos os outros, principalmente, nas situações de emergência.


                                           - 40 -
Navio de passageiro


      1.18 Atracação e desatracação
     As atracações podem ser feitas em cais, píer ou a contra bordo de outras
embarcações.
       Para a amarração do navio são utilizados cabos de fibra ou de aço. Os de fibra,
nylon ou polipropileno, têm alta durabilidade, baixa absorção de água e são resistentes à
deterioração. O diâmetro destes cabos varia de acordo com o deslocamento do navio. Os
cabos utilizados para o rebocador auxiliar na manobra são de bitola superior a das espias
e, quando são utilizadas para essa finalidade, são passadas dobradas, porém, essa
operação deve ser evitada pelo risco adicional de se manobrar com duas espias,
simultaneamente.
      Grandes petroleiros utilizam cabos de aço combinados com cabos de nylon ou
equivalentes, na extremidade da “mão”, o que viabiliza que esse cabo possa ser cortado
em emergência. Em qualquer situação onde seja necessário cortar um cabo em
emergência, deve ser utilizado o machado de controle de avarias (CAV), que deve atingir
o cabo de encontro ao cabeço.
        Os equipamentos de amarração constituem-se de: cabos, espias, retinidas, boças,
correntes, guinchos, cabrestantes, etc. Antes de cada operação, todo o equipamento que
será utilizado deve ser inspecionado para atestar que estão em condições seguras de
utilização. Cabos de fibra que possuam uma pernada inteira rompida ou apresentem
desgaste superior a 20%, devem ser descartados dessa finalidade.
       Para a amarração do navio, podem ser utilizados vários cabos, que são passados
para terra e apertados depois de encapelados nos cabeços através de guinchos ou
equipamentos equivalentes. Esses cabos podem ficar dispostos de lançante, través ou
espringue, tanto na proa quanto na popa. Quando esses cabos são manuseados, há
riscos de acidentes que podem ser extremamente perigosos para as pessoas próximas,
principalmente, se estiverem muito tesos, podendo arrebentar e chicotear, desmembrando
e até matando uma pessoa.
        As manobras são trabalhos de equipe e nunca um único tripulante deverá ser
utilizado para fazer esse trabalho. Pelo menos três tripulantes na proa e três na popa
deverão compor essa equipe. As pessoas envolvidas deverão ser extremamente
cuidadosas, ficando longe dos riscos e bem safas de cabos tesos. Riscos maiores podem
ocorrer nas situações de ventos fortes, chuvas, mar grosso ou necessidade de atracações
mais rápidas.
      Em alguns terminais de petróleo, são utilizados, em lugar de cabeços, gatos com
sistema de desengates em emergência, operados remotamente na cabine de controle do
terminal e por comando local. O sistema também possibilita informação da velocidade do

                                           - 41 -
vento, da corrente, do ângulo e velocidade de aproximação do navio, que representam
dados preciosos para orientar práticos e comandantes durante a atracação,
principalmente, de petroleiros de grande porte e em situações onde ocorram condições
meteorológicas menos favoráveis.
      Para as manobras, todos os participantes devem utilizar os EPIs, quais sejam:
capacete, macacão, luvas e calçados de segurança.
      Para os amarradores (pessoal que encapela os cabos aos cabeços ou gatos) além
dos EPIs, é necessário o uso de coletes salva-vidas.


      1.18.1 Regras gerais durante as manobras com cabos
         Trabalhar a uma velocidade adequada, sem correrias;
         Manter máxima atenção na manobra;
         Nunca tentar parar um cabo que esteja “correndo”, com os pés.
         Não pisar em cabos passados, pois eles podem ser tesados repentinamente;
         Proteja-se dos cabos que estiverem sob tensão;
         Nunca ficar por dentro de cabos que estiverem sendo passados;
         Auxiliar os companheiros que estiverem com dificuldades;
         Cuidados especiais devem ser tomados com cabos passados pela popa para
que não se enrosquem no hélice;
          Estando com um cabo sob volta na saia, fique atento para solecar ou deixar
correr sob tensão (se estiver usando luva, cuidado para que não se prenda no cabo que
estiver na saia);
         A área de manobra deve estar limpa, livre de oleosidade e desobstruída, e os
cabos prontos para uso imediato no bordo informado para atracação;
           Cabos passados para rebocadores merecem especial atenção, uma vez que
podem sofrer grandes tensões durante a manobra. Os cabos já passados ao cais, ainda
estando o navio em movimento, também podem sofrer grandes tensões, correndo o risco
de partir, e também merecem atenção especial;
          É grande o risco de se utilizar cabeços com volta redonda em lugar da volta
falida (em oito), uma vez que, além de haver chance de correr depois de completa,
apresentará grande risco de correr e chicotear quando cabo for ser solecado.




                                Vota redonda e volta falida

                                           - 42 -
1.18.2 Cuidados especiais durante as estadias estando o navio amarrado
          Carregamentos e descarregamentos muito rápidos;
          Portos de grande amplitude de maré ou fortes correntes;
          Incidência de ventos fortes ou berços expostos à influência do mar.


      1.19 Espaços confinados (espaços mortais)
       Espaço confinado é um ambiente cercado por anteparas e divisórias, que não foi
projetado para permanência de pessoas, não dispondo de iluminação nem ventilação
natural, e possui entrada de difícil acesso, tais como: tanques de colisão, paiol da amarra,
coferdames, tanques elevados, tanques de carga, tanques de lastro, dutos da quilha,
peak tanques, tanques de combustíveis, caldeiras, caixões de ar de lavagem, etc.
       A falta de cuidados específicos para entrada e permanência nestes espaços tem
resultado em acidentes, alguns fatais, quando pessoas desavisadas ou imprudentes são
surpreendidas pela falta de oxigênio ou por contaminantes respiratórios ou se acidentam
e não são socorridas a tempo.
      Os perigos desses espaços podem ser divididos em:
          Perigos atmosféricos; e
          Riscos físicos.


      1.19.1 Perigos atmosféricos
       Os perigos atmosféricos podem ser resultados da presença de contaminantes
respiratórios (gases de hidrocarbonetos, gases tóxicos e outros) ou deficiência de
oxigênio. A presença de hidrocarbonetos pode resultar em atmosfera tóxica ou inflamável.
      Vapores de hidrocarbonetos podem ser resultados de derrames de petróleo e seus
derivados, resíduos nos tanques ou redes de carga ou resíduos em tanques de borra.
       A existência de gases pode trazer perigo de intoxicação e pode ser provenientes de
certas cargas dos navios, dos produtos químicos estocados ou de operações de carga. A
toxicidade pode ser prejudicial ou venenosa para as pessoas.
       O Threshold Limit Value – TLV (valor limite de tolerância) é a máxima concentração
de gases e vapores no ar em que se acredita que a maioria das pessoas possa ser
repetidamente exposta durante 8 horas por dia ou 40 horas por semana, sem danos
permanentes a saúde.
      Devido à grande variação na sensibilidade individual, a exposição ocasional de
uma pessoa ao TLV, e até mesmo abaixo dele, pode não evitar o desconforto ou o
agravamento de uma condição já existente. Em geral, o TLV é expresso em ppm ou
mg/cm3 e seus valores são publicados por autoridades nacionais e várias organizações.
      A mais reconhecida lista de valores para o TLV é aquela publicada pela ACGH
(American Conference of Governmental Hygionists). É um dado que deve ser conhecido
observando-se as MSDS – FISPQ (Ficha de Segurança de Produto Químico) dos
produtos que estiverem sendo transportados.
      A quantidade de oxigênio contido no ar atmosférico é cerca de 21% por volume.
Nos espaços confinados, há grandes chances desse percentual ser inferior, em razão dos
contaminantes respiratórios, que podem ser encontrados nestes ambientes cujos
contaminantes podem ser mais pesados do que o ar, formando bolsões, que se
                                           - 43 -
constituem em risco de vida para as pessoas. A atmosfera pode se tornar deficiente de
oxigênio devido às causas abaixo relacionadas:
         Ingresso de gás inerte (tanques inertizados operacionalmente ou vazamentos
de tanques inertizados para espaços confinados adjacentes);
            Oxidação;
            Névoas de tinta durante trabalhos de pintura;
            Formação de hidrogênio;
            Fluídos de limpeza em equipamentos elétricos;
            Uso de solventes;
            Gases refrigerantes;
            Incêndios;
            Alagamentos com CO2 para extinção de incêndios;
            Trabalhos de solda ou corte sem ventilação apropriada;
            Funcionamento de motores a combustão interna em espaços confinados;
            Deterioração de materiais orgânicos, tais como: vegetais, frutas, grãos, etc.
       O sintoma da deficiência de oxigênio é a asfixia. As pessoas reagem de forma
diferente ante a deficiência de oxigênio, porém, se o percentual de oxigênio cair a menos
do que 16% por volume, qualquer pessoa sofrerá as graves conseqüências resultantes
dessa deficiência.
       Os sintomas iniciam com tonturas, dificuldades em respirar, inconsciência
progredindo para dano cerebral causando perda da memória, instabilidade mental,
paralisia, coma ou morte, podendo ser considerados os seguintes efeitos da deficiência
de oxigênio:
            Para uma respiração segura o percentual em volume gira em torno de 19,5%;
            De 15% a 19%, haverá problemas de coordenação;
            De 12% a 14%, respiração difícil;
            De 10% a 12%, respiração bem fraca;
            De 8% a 10%, confusão mental, inconsciência, náuseas e vômitos;
            De 6% a 8%, morte em 8 minutos;
            De 4% a 6%, coma em 40 segundos.
         A falta de oxigenação do cérebro, por um período de 4 minutos, pode significar a
morte.




                                       Detectores de gases

                                                - 44 -
1.19.2 Riscos físicos
     Os perigos físicos podem acarretar ferimentos, que podem ser até fatais em
algumas situações. Esses perigos à integridade física podem ser criados e causados por:
          Má iluminação;
          Escadas não apropriadamente seguras;
          Superfícies escorregadias;
          Obstáculos pelo caminho;
          Aberturas sem isolamento ou sinalização;
          Objetos deixados não apropriadamente presos em serviços anteriores;
          Alagamento;
          Armadilhas acidentais.


      1.19.3 Procedimentos de entrada em espaços confinados (NR-33)
      Só se entrará em um espaço confinado após a emissão da Permissão para
Trabalho, o que significará que o espaço confinado foi testado do lado de fora com
equipamento de monitoração recentemente calibrado e verificado para uma correta
operação e os seguintes procedimentos deverão ser seguidos:
          Manter eficaz e contínua ventilação;
          Cintos e cabos de segurança prontos para uso;
         Equipamentos autônomos de respiração e ressuscitadores prontos para uso e
próximos da entrada do espaço confinado;
         Deve ser considerada a possibilidade de um meio alternativo de escape
independente disponível para emergência;
         Membro da tripulação responsável permanentemente do lado de fora do tanque,
próximo à entrada, em contato seguro e direto com o oficial responsável;
 NOTA: em nenhuma circunstância, mesmo no caso de uma emergência, esse membro da tripulação que
             está de serviço deverá entrar no tanque antes que o socorro tenha chegado

         Verificações regulares da atmosfera devem ser executadas a todo o momento,
enquanto o pessoal estiver no interior do espaço;
          Uma bateria completa de testes deverá ser realizada antes de uma nova
entrada, após qualquer intervalo no trabalho.
       Todas as pessoas devem estar usando os equipamentos de proteção individual
(EPI), tais como: capacete de segurança, calçados de segurança, luvas, etc, como for
necessário. Devem ser utilizadas lanternas do tipo aprovado e ferramentas anti-centelha.
       É necessário que haja uma equipe de resgate em emergência qualificada e bem
treinada, para que possa atuar sem perda de tempo para salvar uma pessoa em um
espaço confinado.
        Após os trabalhos realizados, o local deve ser limpo e as roupas de proteção
utilizadas devem ser descontaminadas. Os objetos utilizados devem ser deixados
protegidos e limpos.
       Uma discussão detalhada sobre o conteúdo da permissão de entrada no espaço
confinado deve ser efetuada previamente.
                                             - 45 -
1.20 Trabalho a quente
      Trabalho a quente é qualquer trabalho o qual gere calor ou centelhas de suficiente
temperatura ou intensidade para inflamar um gás ou mistura inflamável.
        São exemplos de trabalhos a quente os que envolvam soldagens elétricas ou por
fogo; corte de metais a fogo ou com eletrodos; certas furações que produzam calor;
operações de esmerilhamento; uso de equipamentos elétricos que gerem calor; uso de
equipamentos elétricos que não sejam intrinsecamente seguros; uso de aquecedores;
utilização de luminárias portáteis sem proteção contra explosão; trabalhos em
eletricidade; uso de equipamentos mecânicos capazes de produzir faíscas.
       Os riscos do trabalho a quente são incêndios, explosões, queimaduras, luzes
intensas, acidentes com cilindros e mangueiras, doenças ocupacionais decorrentes de
fumaça de solda, radiações não-ionizantes e calor.
       Devem ser levadas em conta a possibilidade da presença de vapor de
hidrocarboneto na atmosfera e a existência de fontes potenciais de ignição para o
trabalho a quente fora das oficinas da praça de máquinas.
      Os locais que oferecem riscos para trabalhos a quente são: a área da carga, a
popa e as acomodações, a praça de máquinas fora das oficinas da praça de máquinas.
      As oficinas são os locais de menor risco e a área da carga o local de maior risco.
       Os trabalhos a quente somente devem ser realizados fora das oficinas da praça de
máquinas quando não existirem outros meios viáveis de reparo. Devem ser consideradas
alternativas como a execução de trabalhos a frio ou a remoção da peça a ser trabalhada
para as oficinas da praça de máquinas.
      Trabalhos a quente que requeiram permissão para trabalho são proibidos durante
as operações de carga, lastro, limpeza, ventilação, purgação ou inertização de tanques.
      O Comandante decidirá se o trabalho a quente é justificável e seguro e o grau de
precauções necessário. Portanto, todo o trabalho a quente somente deverá ser realizado
após a emissão da devida Permissão para Trabalho.


      1.21 Soldagem
      Na execução de qualquer serviço com fogo, oriente-se sempre pelas normas de
segurança certificando-se de que:
        1. Tem autorização do Imediato, Chefe de Máquinas ou Oficial de Serviço para
iniciar os trabalhos;
       2. O ambiente onde serão realizados os trabalhos encontra-se livre de vapores
inflamáveis;
      3. A área próxima e abaixo do local da solda está rigorosamente limpa e
completamente livre de material inflamável;
      4. Caso os trabalhos sejam realizados em anteparas ou muito próximos a elas, não
há nada pelo outro lado que possa inflamar-se;
       5. Em casos de trabalhos realizados em compartimentos confinados, existe
ventilação ou extração forçada suficiente;
      6. Em caso de solda ou corte, na área da carga, os compartimentos adjacentes
estão desgaseificados e limpos;


                                           - 46 -
7. Estão fechadas as válvulas das redes que possibilitem o surgimento de vapores
inflamáveis no local da soldagem;
       8. A área dos trabalhos esteja guarnecida com um extintor de CO2 (6Kg) e uma
linha de mangueira com água pressurizada;
      9. Há um homem, que não o soldador, escalado para inspecionar, acompanhar e
apagar a incandescência da tinta (pintura) e do chuveiro de solda (fagulha);
      10. Estão prontos para uso todos os equipamentos de combate a incêndio de bordo
(Manter a rede de incêndio pressurizada ou em condição de stand-by);
       11. Em cortes ou solda em redes de carga ou lastro sujo, executar,
preferencialmente, o serviço com a seção de rede desconectada ou, caso não seja
possível, atentar para a condição da mesma ainda que a rede tenha sido lavada.


      1.22 Trabalhos com eletricidade
      Como precaução de segurança geral, é fortemente recomendável o uso de
dispositivos mecânicos de travamento e de etiquetas de segurança.




                                    Trava para disjuntor
      Em instalações com altas tensões, o risco à vida é eminente devido a altas
correntes pelo corpo humano, quando houver contato direto ou indireto.
      Consideram-se riscos dos trabalhos em eletricidade os incêndios e explosões;
arcos elétricos; contatos diretos acidentais; imprudência, imperícia e negligência.
      O contato indireto ocorre quando há contato com partes erroneamente
energizadas, por falha de isolamento ou de aterramento decorrente de falha de projeto, ou
durante a manutenção por imprudência ou desconhecimento do usuário que elimina uma
proteção quando corta o terceiro pino de um plug.
      O contato direto ocorre em partes energizadas como em barramentos ou cabos
não corretamente isolados (desencapados acidentalmente ou durante manutenção).
      Em acidentes elétricos, a morte poderá ocorrer pela contração dos músculos
responsáveis pela respiração; fibrilação ventricular; aquecimento ou queda em trabalhos
elevados (decorrente do choque elétrico).
      Nenhum trabalho deverá ser executado em qualquer equipamento ou fiação, nem
qualquer caixa a prova de chama e a prova de explosão deverá ser aberta, nem as
características especiais de segurança, proporcionadas com o equipamento padrão,
                                           - 47 -
deverão ser reduzidas até que toda a alimentação para o equipamento ou respectiva
fiação tenha sido cortada.
     A "voltagem" não deverá ser religada até que o trabalho tenha sido completado e
as medidas de segurança acima tenham sido restabelecidas inteiramente.


         1.23 Trabalhos elevados e fora de borda
      Trabalhos elevados são os feitos acima do convés cujo primeiro perigo é a queda
com conseqüente ferimento ao trabalhador. Somente deverão ser executados mediante
emissão da respectiva permissão para trabalho.
       É obrigatório o uso do cinto de segurança para alturas a partir de 2 metros. Os
trabalhos executados fora da borda devem ser considerados elevados.


         1.23.1 Exemplos de trabalhos elevados
        Pintura frontal e lateral da superestrutura, mastros, áreas altas da praça de
máquinas;
            Limpeza ou pintura da Chaminé;
          Lubrificação, manutenção ou reparo de antenas de radar, guindastes e
substituição de cabos de guindastes ou paus de carga;
            Limpeza, pintura ou inspeção de tanques ou porões;
            Pinturas de costado, áreas externas das asas do passadiço, etc.




                                          Trabalho elevado


         1.23.2 Perigos dos trabalhos elevados
            Quedas durante balanços do navio ou rompimentos de cabos;
            Acidente por falha material ou de equipamentos;
            Queimaduras por contato com superfícies quentes na chaminé ou redes de
vapor;
            Fumaça tóxica na chaminé por combustão, incineração ou ramonagens;
            Exposição ao frio ou calor;
                                               - 48 -
Perigo de radiação elétrica às proximidades das antenas dos radares ou
antenas aéreas.


      1.23.3 Prioridade em avisar aos responsáveis da área antes de iniciar trabalhos
elevados
          Ao oficial de serviço na máquina, antes de iniciar trabalhos elevados às
proximidades da chaminé, evitando ramonagens, uso do incinerador, uso do vapor para
apitos, quando os trabalhos forem próximos a esse, etc;
         Ao oficial de serviço no passadiço, antes de realizar trabalhos próximos às
antenas dos radares, antenas de rádio, ou de comunicação;
         Ao Imediato antes de começar trabalhos no convés.
      Todos os equipamentos utilizados em operações perigosas para o trabalho devem
ser guardados, trancados e mantidos sob as responsabilidades de um oficial designado.
      Todo o material destinado a trabalhos elevados deve ser guardado separadamente,
longe de paióis de tinta ou de produtos químicos e não devem ser utilizados para outros
propósitos que não sejam trabalhos elevados.
      Esse equipamento deve ser inspecionado para verificar o estado das madeiras,
cabos e condições gerais imediatamente antes do uso, por pessoal competente que
possa detectar defeitos em madeiras e cabos. Os nós, coxeaduras e voltas devem ser
dados correta e cuidadosamente para prevenir que corram, especialmente quando forem
usados cabos sintéticos.
      Trabalhos fora de borda não devem ser executados enquanto o navio estiver em
viagem e os trabalhos elevados devem ser proibidos quando em viagem em condições de
mar grosso, quando podem ocorrer violentos balanços.
      Pessoal inexperiente não dever ser posto a trabalhar em trabalhos elevados ou fora
de borda. Além dos EPIs necessários, coletes salva-vidas devem ser vestidos e bóias
com luz e retinida devem ficar em STAND BY para as emergências.


      1.24 Serviço na praça de máquinas e manutenção dos equipamentos
        A praça de máquinas é um local perigoso e toda a condução e manutenção deve
ser feita de maneira profissional e sem correrias de última hora por falta de programação
adequada aos serviços. As atividades de manutenção, sem dúvida, representam uma
situação de risco.
      A experiência tem mostrado que os trabalhos de manutenção podem resultar em
acidentes sérios, causando perdas materiais, contaminações ambientais e até mesmo a
morte de pessoas envolvidas. Na realidade, o problema não é a manutenção em si, mas a
preparação para a manutenção. Muitas vezes, os procedimentos adotados nesta
preparação não são os adequados.
        Em outras situações, os procedimentos adequados estão disponíveis, mas não são
seguidos. Exemplos de erros típicos de preparação: o equipamento não está devidamente
identificado, assim, o equipamento errado é aberto; o equipamento ainda pode conter
produtos perigosos ao ser liberado para a manutenção e os testes necessários para
verificar a presença destes produtos não foram feitos de maneira adequada; o pessoal da
manutenção pode não ter sido alertado dos perigos existentes, ou mesmo tendo sido
alertados, não seguiram os procedimentos necessários.

                                          - 49 -
As atividades de manutenção estão sujeitas a riscos, os quais, não sendo bem
controlados, podem resultar em acidentes, com sérias conseqüências para bens
materiais, para as pessoas e para o meio ambiente. Um trabalho de manutenção eficiente
não ocorre por acaso, mas é o resultado da realização de treinamentos adequados e da
elaboração, implementação e cumprimento de procedimentos específicos para as
atividades realizadas no local de trabalho.
         Os equipamentos de bordo, tais como: o propulsor, os motores auxiliares e
geradores, caldeiras, compressores, bombas, motores elétricos, máquina do leme,
frigoríficas, equipamentos hidráulicos, equipamentos pneumáticos, compartimento de
baterias, compartimento de ar condicionado e diversos equipamentos elétricos merecem
bom conhecimento técnico dos envolvidos nas manutenções e condução para que não
sofram acidentes durante estas intervenções.


      1.24.1 Tipos de acidentes em instalações de máquinas
          Queimaduras por contatos em redes de vapor, outras superfícies quentes,
fagulhas de solda;
            Batidas na cabeça em obstruções ou por objetos que caem;
            Escorregões, tropeções e quedas;
            Perda auditiva induzida por ruído;
         Contato em partes de máquinas que se movimentam, tais como: tornos,
esmerilhadeiras, impelidores, correias, polias e outros;
         Perda de visão decorrente de respingo de produtos químicos, luz intensa de
serviços de solda, partículas sólidas provenientes de esmerilhamento, jatos de ar, de
vapor ou de água.
      Manter a arrumação do local de trabalho e usar as boas práticas de trabalho
seguro é o mínimo que pode ser feito para prevenir acidentes. Todos os procedimentos
para as intervenções de manutenção existentes devem ser seguidos uma vez que nestes
constam ações adequadas a serem tomadas e que certamente ajudarão na correta
manutenção e prevenção de acidentes.
      Os manuais dos fabricantes dos equipamentos devem ser lidos e entendidos e os
equipamentos de proteção individual e coletiva devem ser usados durante todo o tempo.


      1.24.2 Arrumação do local de trabalho significa
            Vazamentos de óleo e água devem ser imediatamente limpos e o vazamento
reparado;
          Estopas, trapos e similares sujos de óleo devem ser descartados em local
seguro e fechado para prevenir incêndios não os deixando largados quando podem
inflamar-se espontaneamente;
        As ferramentas devem ser utilizadas de maneira cuidadosa durante o trabalho
de modo que não caiam das plataformas e sejam apropriadamente recolhidas e
guardadas depois do trabalho;
         Proteções de partes móveis de máquinas e equipamentos devem ser mantidas
em sua posição e em perfeita ordem;


                                             - 50 -
Equipamentos, sobressalentes e partes de máquinas abertas devem ser
amarradas e peadas para que não corram em viagem;
        A iluminação deve ser mantida adequada em todos os ambientes da praça de
máquinas;
         As bandejas devem ser mantidas limpas e secas;
        As grades dos pisos das plataformas nunca devem ser deixadas abertas a
menos que a área seja cercada e sinais de avisos sejam mantidos;
         Equipamentos de combate a incêndios, de sobrevivências, rotas de fuga e
saídas de emergência devem ser mantidos livres de obstruções que impeçam seu uso
nas emergências.


      1.24.3 Trabalho seguro significa
         Bloquear e sinalizar equipamentos em manutenção para prevenir que sejam
acionados inadvertidamente;
         Verificar condições dos equipamentos de levantamentos de peso como os
guindastes, talhas, guinchos, etc, antes de sua utilização;
         Manter os equipamentos de teste apropriadamente calibrados;
         Cumprir os rigorosos procedimentos para acesso e permanência nos espaços
confinados;
         Usar ferramentas apropriadas e de forma adequada para cada tipo de tarefa.


      1.25 A prática do 5 S
       O 5S é uma prática desenvolvida no Japão onde os pais ensinam aos filhos
princípios educacionais que os acompanham até a fase adulta. Depois de ocidentalizada,
ficou conhecida como housekeeping.
      A denominação 5S é devida às cinco atividades seqüenciais e cíclicas iniciadas
pela letra “S”, nomeadas em japonês, como: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU,
SHITSUKE.
      A essência do 5S está presente em qualquer população, nação, sociedade, família
ou pessoa que pratique bons hábitos, que zele pela higiene, segurança, bem estar,
sensatez e respeito ao próximo.


      1.25.1 Seiri - seleção
       Existem coisas de que precisamos muito para desenvolver o nosso trabalho.
Existem outras que são menos importantes, até mesmo desnecessárias. É por isso que
precisamos separar.


      Para que selecionar?
         Para melhorar o uso dos espaços;
         Para não gastar dinheiro comprando o que já sabemos que temos;
         Para não perder tempo procurando as coisas;

                                         - 51 -
Esrs dpc
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  • 1. Módulo 1 – A Prática do Trabalho Seguro 1.1 Introdução 1.1.1 Objetivo Qualificar os alunos de acordo com os padrões estabelecidos na Regra VI/1-4, na Tabela A-VI/1-4 do Código da Convenção STCW-78/95 e nas Normas da Autoridade Marítima para Aquaviários (NORMAN 13), estabelecidas pela Diretoria de Portos e Costas, dando-lhes condições de realizar as seguintes atividades: a) Cumprir os procedimentos de emergência; b) Tomar precauções para prevenir a poluição do meio ambiente marinho; c) Observar as boas práticas do trabalho seguro; d) Contribuir para o efetivo relacionamento humano a bordo dos navios; e) Entender as ordens e se fazer entender no local de trabalho. 1.2 Importância do Curso Os navios se constituem em locais de trabalho perigosos devido a sua própria natureza e aos diferentes tipos de atividades que desenvolvem. Essas atividades, por sua vez, são desenvolvidas através de diferentes processos quando são utilizados os mais diversos equipamentos. Portanto, todas as pessoas que dele participam, tanto em viagem quanto no porto, devem estar adequadamente qualificadas e treinadas para desenvolver suas tarefas de modo seguro, a fim de que não causem acidentes ou incidentes. 1.3 Familiarização ao Navio 1.3.1 Seções e hierarquia Tomando-se como base um navio tanque, os navios são divididos em quatro seções: convés, máquinas, câmara e saúde. A seção de convés é formada pela tripulação de náutica iniciando na escala hierárquica pelo comandante, seguido do imediato e demais oficiais de náutica, além da guarnição de convés. O comandante designa um oficial de náutica para exercer as tarefas de comunicações. Também pode ser designado para a função de oficial de náutica de operação quando desenvolverá as tarefas inerentes à função de bombeador. Os serviços gerais de convés são executados pela guarnição de convés, formada pelo contramestre, que é suboficial, e pelos marinheiros e moços de convés. A seção de máquinas é formada pela tripulação de máquinas iniciando na escala hierárquica pelo chefe de máquinas seguido do subchefe de máquinas, oficiais de máquinas, eletricistas e condutores, além da guarnição de máquinas. O oficial de máquinas também poderá ser designado para a função de oficial de máquinas de operação, quando desenvolverá as tarefas inerentes à função do bombeador. -3-
  • 2. Os eletricistas e condutores são suboficiais. Os condutores são nomeados para exercer as funções de bombeador. Os serviços gerais de máquinas são executados pela guarnição de máquinas, que são os marinheiros e moços de máquinas. Os serviços da seção de câmara, em geral, são executados por apenas um cozinheiro e um taifeiro. Os serviços da seção de saúde podem ser executados por um enfermeiro ou um auxiliar de saúde e, em alguns casos, por um tripulante oficialmente qualificado como socorrista. 1.3.2 Navio Petroleiro Navio petroleiro é a denominação dada aos navios construídos para transportar petróleo a granel. Os principais perigos inerentes aos petroleiros e aos navios tanques de maneira geral são: incêndio, explosão e toxidez. Gases de petróleo misturados com o ar em determinadas proporções podem entrar em ignição e queimar. Para eliminar riscos de incêndio ou explosão em um navio tanque, é necessário impedir que uma fonte de ignição e uma atmosfera inflamável estejam presentes simultaneamente em um mesmo lugar. Como pode haver a possibilidade de escape de gases inflamáveis para outras áreas, é necessário que todos colaborem para que se mantenham sob controle todas as fontes de ignição. Todas as pessoas a bordo devem cumprir as regras existentes relativas ao fumo, à condução de fósforos e isqueiros, ao uso de luzes desprotegidas, ao uso de fiações elétricas ou equipamentos que possam gerar calor ou centelhas em determinadas áreas, colaborando para prevenir incêndios. Inalar gás de petróleo pode causar narcose que é uma depressão do sistema nervoso central. Os sintomas incluem dor de cabeça e irritação dos olhos com diminuição dos reflexos e da noção de responsabilidade, com tontura semelhante à embriaguez. Inalar esses gases em altas concentrações pode levar à paralisia, à insensibilidade e a morte. O odor de misturas de gases de petróleo é muito variável e, em alguns casos, pode inibir o sentido do olfato. A inibição do olfato é mais provável e particularmente séria se a mistura contiver o gás sulfídrico (H2S). O gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio é um gás mais pesado do que o ar, é incolor e com odor característico de ovo podre. É altamente tóxico e corrosivo, podendo ser fatal, mesmo quando inalado em baixa concentração. Gases de hidrocarboneto são provenientes do petróleo e derivados e possuem hidrogênio e carbono em sua composição. Navio de óleo cru -4-
  • 3. 1.3.3 Terminologia do Navio A complexidade de um navio não permite que nos aprofundemos neste assunto, porém mencionaremos alguns pontos com o objetivo de provocar discussão, entendimento de suas principais finalidades e relacioná-los a acidentes e sua prevenção. Superestrutura Parte do navio a ré onde estão localizados, principalmente, os alojamentos da tripulação e passageiros, cozinha, refeitório, enfermaria, escritórios, diversos paióis, etc. Passadiço Localizado no convés do passadiço, é onde estão instalados todos os equipamentos de controle do navio quando em viagem, tais como: radar, GPS, telégrafo da máquina, comando do leme, sistemas de comunicação, comando de luzes de navegação e de iluminação interna e externa, comando dos alarmes de emergência, etc. Passadiço Boreste: lado direito do navio, simbolizado pela cor verde; Bombordo: lado esquerdo do navio, simbolizado pela cor encarnada; Proa: parte do navio a vante; Popa: parte do navio a ré; Castelo de proa: parte da proa onde em seu convés, chamado convés do castelo, estão localizados os equipamentos de fundeio e atracação do navio. Na parte interna encontram-se diversos paióis; Manifold: nos navios tanques localizam-se a meia nau e compõem-se de tubulações (também chamadas “redes”) para recebimento de carga dos terminais e distribuição nos tanques do navio. Também é por onde a carga dos tanques é bombeada para os terminais nas operações de descarregamento. Nesta área, encontram-se paus de carga ou guindastes, que servem para movimentar os mangotes do navio ou dos terminais. -5-
  • 4. Manifold de um petroleiro Paiol do mestre: fica normalmente no castelo de proa, podendo também estar localizado na superestrutura. Lá são guardados principalmente os materiais de marinharia. Paiol de segurança: normalmente localiza-se em compartimento da superestrutura. Lugar onde são guardados os materiais sobressalentes de combate a incêndio, sobrevivência e proteção individual. Paiol de produtos químicos: também pode estar localizado na superestrutura, às proximidades dos espaços de máquinas ou na própria praça de máquina. Lá são guardados produtos químicos para várias finalidades, cujos produtos podem ser tóxicos, corrosivos e inflamáveis. Para manuseio destes produtos, é necessário usar EPIs apropriados que, no próprio paiol, ficam guardados. Paiol da máquina: localizado na área da praça de máquinas, destina-se à guarda de sobressalentes dos equipamentos de máquinas. Paióis de câmara: ficam localizados próximo à cozinha e nestes paióis são guardados os mantimentos. Neles estão as câmaras frigoríficas para guarda de mantimentos congelados ou resfriados. Algumas câmaras são mantidas em temperaturas de cerca de – 18º (dezoito graus abaixo de zero). Paiol da amarra: está localizado sob o piso do convés do castelo de proa e destina-se à guarda da amarra. Amarra: conjuntos de elos que compõem a corrente da âncora. Paiol de tintas: pode estar localizado tanto no castelo de proa quanto na superestrutura e destina-se à estocagem das tintas e solventes para pintura do navio. Paiol de amostras: localizado, algumas vezes, na superestrutura, destina-se à guarda de amostras das cargas embarcadas nos navios-tanques ou do combustível recebido para consumo em viagem. Algumas vezes, são guardadas em compartimentos arranjados dentro do paiol de tintas. Aberturas de convés: são aberturas existentes no convés principal dos navios- tanques que dão acesso a diversos espaços, tais como: tanques de carga, tanques de -6-
  • 5. lastro e espaços vazios. Acessar esses espaços necessita de permissão para trabalho (PT), para que se possam avaliar os perigos e os cuidados necessários para acesso e permanência durante a realização de manutenção ou limpeza nestes espaços. Acesso ao interior do tanque de carga (domo do tanque) Balanço: é o movimento transversal do navio para bombordo e para boreste. Navio adernado (banda permanente): inclinação lateral do navio para bombordo ou para boreste por tempo prolongado. Uma banda permanente de origem não conhecida deve ser investigada, pois pode ser indicação de falhas diversas. Banda permanente Espia: espécie de corda de nylon ou equivalente, também conhecida como cabo, com resistência suficiente para manter o navio amarrado ao cais ou terminal. -7-
  • 6. Grandes petroleiros utilizam cabos de aço combinados com cabos de nylon nas extremidades. Amarração: ação de amarrar o navio com espias depois de atracado ao cais ou ao terminal. As espias, após passadas, recebem os nomes de lançante, través ou espringue. Lançante: espia que amarra o navio, vinda da proa ou da popa, para o cais ou terminal, em direção além da proa ou da popa. Través: espia que amarra o navio, vinda da proa ou da popa, em direção reta ao cais ou terminal, formando um ângulo de aproximadamente 90 graus. Espringue: espia que amarra o navio, vinda da proa ou da popa, para o cais ou terminal, na direção da meia nau. Cabo de rebocador: cabo geralmente de nylon que pode ser tanto do navio quanto do rebocador e é utilizado para auxiliar o navio durante as manobras de atracação ou desatracação. Cabo de reboque: cabo de aço utilizado para rebocar o navio em distâncias maiores no caso de se encontrar impossibilitado de navegar com seus próprios meios. Também pode ser utilizada a amarra para essa operação. Cabo de segurança: utilizado por navios tanque, é um cabo de aço que fica pendurado do lado oposto ao terminal, na proa e na popa, de modo que um rebocador possa pegá-lo e puxar o navio do terminal em caso de extrema emergência. Cabo de segurança Fundear: ação de ancorar o navio. Aparelho de fundear e suspender: equipamento localizado no convés do castelo de proa destinado a movimentar as âncoras e suas amarras durante as manobras de fundear e suspender. -8-
  • 7. CCC (Centro de Controle da Carga): nos navios-tanques, é o local de onde se controlam as cargas. Centro de controle de carga - CCC Cozinha: local destinado à preparação da alimentação do pessoal. O acesso e a permanência neste local são restritos a pessoas autorizadas. Refeitório: local de uso comum destinado ao pessoal para fazer suas refeições diárias. Salão de fumantes: local sinalizado como permitido para fumar. Praça de máquinas: espaço onde se localizam os diversos equipamentos geradores de diversos tipos de energia a bordo do navio. Casa de bombas: em navios-tanques, o espaço onde estão localizadas as bombas, redes e outros equipamentos para as operações de carga. Também podem conter as bombas de lastro, bombas de lavagem de tanques, trocadores de calor para o sistema de carga, etc., dependendo do tipo de aplicação do navio. CCM (centro de controle de máquinas): local de onde é observado e controlado o funcionamento de equipamentos diversos do navio. Centro de controle de máquinas CCM -9-
  • 8. Saídas de emergência e rotas de fuga: existentes por todo o navio, devem ser conhecidas de maneira clara e eficiente por todos para que possam salvar suas vidas durante as emergências. A bordo, são indicados por sinalização característica, onde os sinais brancos com fundos verdes indicam a localização dos equipamentos de sobrevivência e postos de abandono. Símbolos que indicam localização Máquina do leme: espaço onde se localizam os motores e bombas hidráulicas e seus controles, que movimentam pistões destinados a movimentar o leme. Oficina mecânica: local onde são realizados diversos trabalhos de reparo e manutenção mecânica. É onde devem ser realizados todos os trabalhos a quente. Oficina elétrica: local onde são realizados diversos trabalhos de reparo e manutenção elétrica. Compartimento dos purificadores: local onde se localizam nos espaços de máquinas os purificadores de óleo. MCA (motor de combustão auxiliar): motores que, ligados a geradores, fornecem energia elétrica para todo o navio. MCP (motor de combustão principal): motor destinado a movimentar o propulsor (hélice) dando movimento ao navio. Motor principal em primeiro plano e motores auxiliares ao fundo Gerador de emergência: gerador de energia elétrica que fica localizado fora da praça de máquinas e deve entrar em funcionamento automático em até 45 segundos após os geradores principais terem parado de funcionar (apagado). - 10 -
  • 9. Gerador de emergência Ventilação e exaustão: sistemas dotados de equipamentos destinados a manter a atmosfera de vários espaços do navio agradável e segura para as pessoas, não permitindo a formação de bolsões de gases perigosos. Ar condicionado: equipamento destinado a dar conforto ao pessoal, possibilitar melhor desempenho de certos equipamentos e manter a superestrutura com pressão positiva. 1.4 Tipos de Perigos a Bordo 1.4.1 A escada de quebra-peito e sua utilização Para subir ou descer pelo costado do navio utilizando escadas de quebra-peito, é necessário: 1. Observar se a escada está corretamente amarrada no convés e seus degraus limpos, livres de óleo, graxa, ou outras substâncias que os tornem escorregadios; 2. Utilizar os EPIs conforme for requerido; 3. Se for subir vindo de uma lancha, pode ser complicado utilizar o cinto de segurança, porém a lancha deve afastar-se da área abaixo da escada, tão logo a pessoa esteja segura, e aguardar que ela suba completamente; 4. Disposição física: o trabalhador deve ter consciência de que tem ou não disposição física adequada ao esforço que será necessário. Isso pode ser evidenciado no ASO (atestado de saúde ocupacional – no teste ergométrico). 1.4.2 A escada de portaló e sua utilização 1. Verificar se o patamar inferior e degraus estão limpos e desobstruídos; 2. Observar a rede de proteção que deve envolver a escada; 3. Usar calçados de segurança; - 11 -
  • 10. 4. Verificar a segurança dos apoios do patamar inferior que devem estar bem firmes. Escadas de quebra-peito e de portaló 1.4.3 Perigos inerentes ao navio em viagem 1. O balanço do navio, provocado por mau tempo, leva os objetos, materiais e equipamentos não fixos, que não estejam convenientemente amarrados, a deslocarem, podendo causar acidentes; 2. Havendo previsão de mau tempo, deverá ser feita uma inspeção para que esses materiais soltos sejam seguramente peados a pontos fixos; 3. No caso de mau tempo, os trabalhos nas áreas externas à superestrutura ficam proibidos. 1.4.4 Assaltos e clandestinos Em alguns portos pode haver assaltos quando bandidos invadem o navio para saquear, roubar, podendo haver ataques com armas de fogo e armas brancas. A tripulação deve manter eficaz vigilância e controle de entradas e permanência de pessoas estranhas a bordo. Imediatamente antes da partida do navio, principalmente em portos suspeitos, deve ser feita uma inspeção minuciosa em busca de clandestinos que costumam ficar escondidos nas áreas longe da superestrutura. Geralmente esses clandestinos mostram - se durante a viagem por não suportarem a fome e a sede. O fiel cumprimento dos procedimentos obrigatórios previstos pelo código ISPS, que veremos em capítulo específico, minimiza e até elimina estes riscos. 1.4.5 Outros perigos encontrados a bordo 1. Escorregões, tropeços e quedas em função da existência de óleos, graxa, água, gelo, lixo e obstruções como redes, cabos de máquinas de solda, cabos de amarração, partes baixas de máquinas e equipamentos, etc; - 12 -
  • 11. 2. Acidentes com a cabeça durante entrada em locais estreitos e baixos, queda de objetos diversos, falhas de equipamentos e materiais; 3. Acidentes com a coluna ou musculares durante manuseio de materiais pesados como tambores, garrafas de oxigênio e acetileno, caixas de equipamentos, etc; 4. Ferimentos nas mãos e dedos devido à operação de máquinas em movimento como esmerilhadeiras, máquinas pneumáticas de impacto, etc; 5. Queimaduras causadas por redes de vapor, equipamentos quentes, soldas, etc; 6. Acidentes com os olhos devido a produtos químicos, partículas sólidas, luz intensa, etc; 7. Transportar pesos ou operar equipamentos, estando o navio sofrendo balanços; 8. Perigos naturais do navio durante mau tempo extremo; 9. Perigos em espaços confinados. Navio sob mau tempo 1.5 Segurança do trabalho 1.5.1 Definições Segurança do trabalho: é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas atividades das empresas; Acidente de trabalho: é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho; Higiene ocupacional: segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a higiene ocupacional, também conhecida como Higiene Industrial, é a ciência e a arte dedicada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos dos ambientes de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. - 13 -
  • 12. Doenças ocupacionais: são doenças inerentes a certas atividades profissionais, como, por exemplo, a surdez ocupacional, cuja doença é adquirida pela falta do uso adequado dos protetores auriculares. Risco: é a probabilidade de um evento ocorrer agravado ou agraciado pela severidade do que isso representa. Perigo: é o que pode causar mal a alguém ou a alguma coisa. Acidente: evento indesejável que resultou em perdas sejam elas lesões pessoais, danos ao meio ambiente, danos à propriedade ou perdas de processo. Quase acidente: é um evento indesejável que não resultou em perdas, porém, sob circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter resultado. Perda: é a conseqüência de um acidente. Desvio: qualquer ação ou condição que tem potencial para causar direta ou indiretamente lesão a pessoas, danos ao meio ambiente ou à propriedade. Auditoria comportamental: técnica aplicada com o objetivo de identificar desvios e obter comprometimentos dos trabalhadores com o trabalho seguro; Não-conformidade: é um desvio que coloca em risco a segurança do pessoal ou do navio e/ou um sério risco ao meio ambiente; Atividades rotineiras: são atividades usuais que ocorrem com o navio, tais como: navegar, fundear, atracar, operar, etc; Atividades não rotineiras: são atividades não corriqueiras como fazer trabalhos a quente, trabalhos a frio, trabalhos em áreas elevadas, entrada em espaços confinados, etc; GSSTB (NR 30): Grupo de Saúde e Segurança do Trabalho a Bordo de Navios Mercantes, é o foro que reúne representante da tripulação na discussão e deliberação de assuntos relativos à segurança e poluição. 1.5.2 O homem e o acidente do trabalho O homem é portador de reflexos de autodefesa que o protegem contra perigos perceptíveis a seus cinco sentidos. Embora não perceba, está constante e espontaneamente defendendo-se dos agentes externos que poderiam causar-lhe mal. Esses reflexos não isentam as pessoas de incorrerem em perigos maiores e de virem a sofrer as conseqüências do acidente do trabalho. Assim, nos estudos que se realizam, visando à prevenção de acidentes do trabalho, o homem é o principal fator em todos os aspectos que o envolvem e o relacionam com os acidentes e doenças decorrentes do trabalho e sua prevenção. 1.5.3 Causas do acidente do trabalho Para identificar as causas de acidentes do trabalho, é preciso lembrar que a causa de qualquer coisa é aquilo que faz com que tal coisa venha a acontecer. Portanto, causas de acidente do trabalho são os antecedentes, próximos ou remotos, que fazem o acidente acontecer. As causas só são caracterizadas no ato da ocorrência; antes são apenas riscos ou perigos de acidentes. - 14 -
  • 13. 1.5.4 Propensão ao acidente De certas características da pessoa humana advêm às falhas humanas que dão origem aos dois principais elos da cadeia do acidente: atos inseguros, praticados pelas pessoas no desempenho de suas funções e condições inseguras, criadas ou mantidas no ambiente pelos mais diversos motivos aparentes, mas somente por um verdadeiro, que é a falha humana em não entender que os trabalhos não deveriam ser executados em quaisquer condições que não fossem totalmente seguras para as pessoas. Existem condições de saúde, estados de ânimo e temperamentos que, em determinadas circunstâncias ou ocasiões, propiciam condições para a ocorrência de acidentes do trabalho. 1.5.5 O Erro humano É o desvio de uma pessoa ou de um grupo de pessoas das práticas aceitas ou convenientes que pode ter resultados inaceitáveis ou indesejáveis. Alguns fatores que podem diminuir o rendimento humano: Pânico: medo que se apodera subitamente de uma pessoa e reduz a capacidade de realizar as tarefas exigidas. Ansiedade: estado de desassossego e angústia provocado pelas incertezas do futuro e que pode reduzir a capacidade de concentração na tarefa exigida. Problemas pessoais: qualquer problema que perturbe as emoções e reduza a capacidade de realizar as tarefas exigidas, como por exemplo: deficiências físicas, falecimento ou enfermidade de um familiar, problemas conjugais, problemas de saúde ou econômicos, raiva ou más relações com os companheiros. Inteligência lenta ou retardada: diminuição da capacidade intelectual que pode reduzir ou impedir a atitude normal da pessoa para discernir a dimensão intelectual das tarefas exigidas. Uso do álcool: o uso de bebidas alcoólicas diminui a capacidade da pessoa para realizar as tarefas exigidas. Exemplos: A ação de beber nas horas de trabalho ou pouco antes o que pode afetar as faculdades mentais da pessoa; Estado de embriaguez nas horas de trabalho; Ação de beber fora das horas de trabalho que ocasione perda de rendimento; Consumo excessivo de álcool durante longos períodos, podendo causar deterioração mental permanente; Uso de drogas: o uso de drogas, legais ou ilegais, pode ter diversos efeitos nas atitudes mentais e físicas da pessoa, entre outros: sonolência extrema, falsa sensação de capacidade e alucinações. ATENÇÃO: o uso de medicamentos controlados, mesmo os obtidos através de receita médica legal, deve ser do conhecimento do comandante Distração: falta de atenção, descuido, não estar atento aos avisos, esquecer-se de realizar tarefas programadas, etc. A distração pode ser resultado de outras causas, tais como: problemas pessoais, fadiga, drogas, aborrecimento e até problemas de audição. Deficiências físicas: problemas de visão, problemas de audição, debilidade cardíaca, debilidade pulmonar. - 15 -
  • 14. Problemas mentais: comportamento psicótico ou imprevisível, depressões, alucinações e outras formas de conduta anormal que são inexplicáveis. Baixa motivação: falta de vontade de render ao máximo, que tem por resultado a diminuição do rendimento normal de uma pessoa. Erro deliberado: agir de forma deliberadamente incorreta ou não adotar deliberadamente os procedimentos existentes. Exemplos: Abandono das funções; Negar-se a obedecer a ordens; Sabotagem; Roubo. Fadiga: redução da aptidão física ou mental, resultante de esforços físicos, mentais ou emocionais, que podem prejudicar quase todas as faculdades físicas, incluindo a força, a velocidade, o tempo de reação, a coordenação, a tomada de decisões e o equilíbrio. Falta de disciplina: pobre domínio de si mesmo. É o trabalhador que perde facilmente a calma ou comporta-se de maneira pouco profissional. Atitude perigosa no trabalho: imprudência, exibicionismo, pensar que sabe tudo. 1.5.6 A ilusão da invulnerabilidade Muitas vezes, os trabalhadores ignoram os procedimentos, mesmo os conhecendo, porque acham que os efeitos potenciais de não segui-los, ainda assim, estão sob controle. Paralelamente ao conhecimento e à experiência, a ilusão de ser invulnerável influencia na hora em que a pessoa decide não cumprir os procedimentos optando pelo ato inseguro. Pensando que nada de mal vai nos acontecer, achamos que mesmo durante um ato inseguro, estamos fazendo tudo para evitar acidentes, nos superestimando. 1.5.7 Motivos pelos quais os trabalhadores não reagem da forma esperada nas situações de emergência Não sabem o que é esperado que façam; Não sabem como fazer (limitações técnicas); Não sabem por que deveriam fazer; Existem obstáculos fora do seu controle; Não acreditam que funcione; Acham que a maneira deles é melhor; Não estão motivados (atitudes reativas); São incapazes de fazer (limitação pessoal); Não têm tempo suficiente para executar a operação; Estão trabalhando em tarefas com prioridades erradas; Acham que estão fazendo (não existe retro-alimentação); - 16 -
  • 15. Má administração; Problemas pessoais. 1.6 Aspectos da segurança do trabalho A segurança do trabalho é considerada sob dois aspectos principais que são: o aspecto material e o aspecto humano. 1.6.1. Aspecto material No aspecto material, é indispensável identificar e avaliar os riscos e perigos, ou seja, as características agressivas em máquinas, equipamentos, energias, matérias- primas, etc., das diversas atividades com possibilidade de causar acidentes ou doenças ocupacionais. Todo trabalhador precisa saber identificar os riscos e os perigos de sua atividade para que possa se proteger no desenvolvimento de suas tarefas. Portanto, não esqueça: antes de iniciar uma tarefa, identifique os perigos para que possa realizá-la de maneira segura. O risco de o acidente ocorrer será maior ou menor conforme o próprio trabalhador saiba se proteger dos perigos identificados. Durante a execução de tarefas, todos os procedimentos existentes devem ser rigorosamente cumpridos, uma vez que são capazes de cobrir falha de avaliação de risco e perigo por parte do executor. 1.6.1.1 Riscos ambientais (NR-9) Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Os agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: Ruído; Vibrações; Pressões anormais; Temperaturas extremas; Radiações ionizantes; Infra-som; Ultra-som. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória nas formas de: Poeiras; Fumos; Névoas; Neblinas; Gases ou vapores. - 17 -
  • 16. Esses agentes pela natureza da atividade e exposição, também podem ser absorvidos por contato pelo organismo através da pele ou por ingestão. Os riscos químicos podem ser encontrados nas atividades humanas nos estados sólidos, líquidos ou gasosos e podem ter características como abaixo: Explosivos; Corrosivos; Inflamáveis; Tóxicos; Gases e vapores perigosos; Consideram-se agentes biológicos: Bactérias; Fungos; Bacilos; Parasitas; Protozoários; Vírus, entre outros. As características agressivas dos agentes biológicos podem provocar algumas doenças ocupacionais. Podem ser encontrados em qualquer ramo da indústria nas instalações sanitárias, nos ambulatórios e mesmo na cozinha e nos refeitórios. Os riscos nas diversas atividades também se caracterizam pela possibilidade de causar acidentes do trabalho e, de acordo com o agente agressivo, podem ser divididos em: 1- Riscos mecânicos que agridem as pessoas por ação mecânica, como por exemplo: Bater com parte do corpo em algum obstáculo e sofrer lesão; Peças de máquinas em movimento; Pontos de prensamento; Superfícies abrasivas; Arestas cortantes. 2- Riscos ergonômicos que podem ocorrer de fatores fisiológicos ou psicológicos: Os fisiológicos são caracterizados pela relação entre o homem e sua atividade. São conseqüência de posições que as pessoas ficam ou esforços que exercem em razão de: Vícios, negligência ou mau preparo para executar suas tarefas; Porte físico inadequado aos equipamentos, máquinas, ferramentas etc; Falhas em projetos de máquinas, ferramentas, instalações etc; Velocidades ou esforços excessivos devido ao arrocho do tempo padrão estabelecido para a tarefa. Os psicológicos decorrem de monotonia, relações pessoais e ciclo de repouso no trabalho. - 18 -
  • 17. 3- E o risco elétrico. A corrente elétrica é agressiva ao homem e pode causar incêndios e explosões e suas graves conseqüências. Instalações e aparelhos elétricos construídos sob rígidos padrões de segurança e mantidos em boas condições neutralizam o perigo para o homem e para a propriedade. O perigo da corrente elétrica continua existindo, mas não haverá risco se estiver sob controle. Haverá perigo nas instalações malfeitas e improvisações, fios energizados expostos, sobrecargas, etc., que podem causar danos a alguém ou a alguma coisa. 1.6.1.2 Medidas alternativas de proteção Os riscos e perigos, para que se consiga controlá-los é necessário que sejam identificados e isso não é tarefa fácil, depende da experiência profissional de cada um. Depois de identificados, porém, compete uma ação imediata para que não se materializem em acidentes. Considere que como medida de segurança, para proteger as pessoas, devem ser adotadas as seguintes alternativas: Eliminar o perigo; Isolar o perigo; Sinalizar o perigo. Eliminar o perigo significa torná-lo definitivamente inexistente, por exemplo: Substituir um produto tóxico por outro não tóxico; Substituir uma máquina sem o perigo que tinha na máquina anterior. Isolar o perigo é o mais aplicado, mas não elimina o perigo. Se o método de isolamento for bem projetado e executado, poderá isentar, definitivamente, as pessoas de acidente, por exemplo: Isolar engrenagens ou correias com anteparos protetores; Fios com isolamento elétrico; Substâncias químicas ou inflamáveis isoladas em tanques ou em recipientes adequados. Sinalizar o perigo somente quando não se puder eliminar nem isolar. Essa prática deve ser utilizada apenas em caráter precário e temporário enquanto se tomam as medidas definitivas. 1.6.2 Aspecto humano A qualificação das pessoas para a prática da prevenção de acidentes deve sempre ser levada em consideração na execução de qualquer tarefa. As qualidades individuais, que têm grande influência na prática da prevenção de acidentes, são: Educação; Caráter; Aptidão para o trabalho; Condições físicas e emocionais; Habilitação. - 19 -
  • 18. As empresas, antes de empregar os trabalhadores na sua atividade, objetivando trabalho eficiente e seguro, devem: Selecionar adequadamente o pessoal; Integrá-los corretamente ao trabalho; Promover treinamento e reciclagem; Manter seu bom estado físico e mental. 1.7 Atos inseguros e condições inseguras Os atos inseguros e as condições inseguras são fatores que, combinados ou não, ocasionam os acidentes do trabalho ou as doenças ocupacionais. São as causas diretas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais por terem relação de causa direta com eles. Essas causas diretas não surgem por acaso nem aleatoriamente. São geradas por um ou mais antecedentes que são as causas indiretas dos acidentes do trabalho ou das doenças ocupacionais. 1.7.1 O ato inseguro É a maneira como as pessoas se expõem ao perigo de acidentes, que pode ser: Consciente, inconsciente e circunstancial. No ato inseguro consciente, as pessoas sabem que estão se expondo ao perigo. No inconsciente, as pessoas desconhecem o perigo ao qual estão se expondo e, no circunstancial, as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, porém, algo mais forte as leva à prática do ato inseguro. Os atos inseguros circunstanciais decorrem de situações particulares como tentar salvar alguém de uma situação perigosa ou tentar evitar prejuízo à empresa quando o trabalhador se aproxima do perigo, não levando em consideração quaisquer procedimentos ou ações preventivas, optando pelo ato inseguro. Também decorrem de pressão das chefias quando os trabalhadores são induzidos a cometer o ato inseguro pelos mais diversos motivos, que nunca são justificáveis na ocorrência de acidentes. Exemplos mais freqüentes de atos inseguros, conscientes ou inconscientes: Ficar junto ou sob cargas suspensas; Colocar parte do corpo em lugar perigoso; Usar máquinas sem habilitação ou permissão; Imprimir excesso de velocidade em equipamentos; Imprimir sobrecarga em equipamentos; Lubrificar, ajustar ou limpar máquinas em funcionamento; Improvisação e mau emprego de ferramentas manuais; Inutilizar dispositivos de segurança; Não usar proteções individuais (EPI); Uso de roupas inadequadas e de acessórios desnecessários; Manipulação insegura de produtos químicos; Transportar ou empilhar de maneira insegura; - 20 -
  • 19. Fumar e usar chamas em lugares proibidos; Tentativa de ganhar tempo; Brincadeiras e exibicionismo; Emissão de Permissão para Trabalho, em branco. Desconhecimento dos riscos de acidentes; Treinamento inadequado; Falta de aptidão ou de interesse para o trabalho; Excesso de confiança; Atitudes impróprias. 1.7.2 A condição insegura São determinadas condições que ameaçam o trabalhador no seu local de trabalho. São defeitos em equipamentos; irregularidades técnicas; falta de dispositivos de segurança; falta de sinalização; etc., que põem em risco a saúde ou a vida do trabalhador, como por exemplo: Falta de proteções em máquinas ou equipamentos; Proteções inadequadas ou perigosas; Deficiência em maquinaria ou ferramental; Má arrumação e falta de limpeza na área de trabalho; Passagens perigosas; Defeitos nas instalações; Instalações elétricas inadequadas (gambiarras) ou defeituosas; Iluminação inadequada; Ventilação inadequada; Elipses abertas e não adequadamente sinalizados; Pisos escorregadios; Acessos sem proteções adequadas (redes, guarda-corpos); Falta de protetores individuais (EPI); Piscina vazia e sem proteção. NOTA: é dever de todo trabalhador informar, imediatamente, qualquer condição insegura ou ato inseguro observado Para colaborar com a prevenção dos acidentes do trabalho, é necessário: Corrigir as condições inseguras; Não permitir que outras sejam criadas; Evitar que sejam praticados atos inseguros. As causas indiretas originadas de fatores pessoais e/ou materiais, que geram as causas diretas, devem merecer atenção especial para que se possam prevenir acidentes do trabalho. É prevenindo as falhas humanas que antecedem e geram as condições - 21 -
  • 20. inseguras e os atos inseguros que fazemos o melhor para evitar os acidentes do trabalho e as doenças ocupacionais. 1.8 Custos de um acidente Os custos de um acidente do trabalho estão relacionados a fatores humanos e a fatores sociais. Observe cada um dos custos de um acidente abaixo relacionados e reflita bem antes de optar por cometer um ato inseguro. 1.8.1 Relacionados ao fator humano Tensão mental; Sofrimento; Baixa moral; Redução de salários; Despesas extras; Possibilidade de continuar incapacitado; Possibilidade de perder a vida; Incapacidade para executar alguns tipos de trabalhos; Perda da capacidade de praticar atividades de lazer. 1.8.2 Relacionados ao fator social Reflexo na família; Reflexo nas relações com amigos; Reflexo nas relações com colegas de trabalho; Falência financeira. 1.8.3 Relacionados ao fator econômico Perda de trabalhadores habilitados e experientes; Queda de produção; Diminuição dos lucros causados por indenizações pagas aos trabalhadores acidentados; Despesas com a substituição do trabalhador acidentado; Perda de tempo pelos efeitos causados nos outros trabalhadores; Substituição ou reparo de máquinas; Perda de tempo e dinheiro na investigação das causas; Comprometimento da imagem da empresa perante a sociedade e o mercado. - 22 -
  • 21. 1.9 Quedas, escorregões e tropeços Normalmente, resultantes de atos inseguros e condições inseguras, as quedas e escorregões são a segunda causa principal de morte no trabalho e respondem por cerca de 16% de todos os acidentes de trabalho incapacitante. As causas mais comuns de quedas e escorregões são: Escadas; Escadarias; Obstáculos; e As condições do piso. Essas causas podem ser totalmente controladas e eliminadas através da conscientização, de procedimentos seguros de trabalho e de controles de engenharia. 1- Procedimentos seguros do trabalho com escadas: Faça uma inspeção completa na escada antes de seu uso; Interdite a área onde a escada for ser usada; Apóie sempre a escada contra uma superfície firme e uniforme; Estenda a escada no mínimo um metro além da cobertura; Amarre o topo da escada; Use a relação de quatro para um ao usar uma escada extensível (para cada quatro metros de altura, a base da escada estará a um metro da parede); Ao usá-la, mantenha sempre três pontos de contato (dois pés e uma mão ou um pé e duas mãos); Não se estique para fora (a fivela do seu cinto nunca deve sair do limite entre as laterais da escada). 2- Comportamento seguro nas escadarias. Use o bom senso: Nunca correr subindo ou descendo uma escadaria; Não pular degrau; Usar o corrimão; Nunca carregar algo que obstrua a sua visão ou que dificulte manter o equilíbrio; Mantenha as escadarias desobstruídas (elas não são áreas de armazenagem); Avise o seu supervisor se o corrimão precisar de manutenção ou se houver lâmpadas queimadas; 3- Todas as passagens devem ser mantidas livres. Corredores bloqueados, gavetas abertas, mangueiras ou cabos soltos nas passagens e outros obstáculos são acidentes em potencial esperando para acontecer. Feche todas as gavetas, mesmo quando alguém lhe pedir ajuda por apenas um instante; - 23 -
  • 22. Prenda todas as mangueiras e fios ao chão; Cerque a área se for trabalhar com muitas ferramentas; Limpe e arrume o local quando terminar (arrumação e limpeza são obrigações de todos). 4- Comportamento em superfícies escorregadias. Em superfícies molhadas ou escorregadias use sinalização e placas de aviso. Isso inclui um piso escorregadio por estar molhado, por haver uma substância derramada, e até mesmo por ter sido recém-encerado. Use capachos para absorver a umidade dos sapatos. O capacho deve ter uma base antiderrapante sendo trocado quando necessário. Saltos altos e solados de couro aumentam o risco em superfície escorregadia. A má iluminação reduz a probabilidade de se notar um risco antes de ser tarde demais. 5- Ao caminhar por superfícies escorregadias, vá devagar, dobre o joelho e abra os pés; dê passos menores, mantendo o corpo em equilíbrio; se não puder evitar e acabar caindo, largue quaisquer objetos que estiver segurando. Tente proteger seus pontos mais vulneráveis: a cabeça, o pescoço, a coluna, órgãos internos e articulações; tente distribuir a força do impacto da queda por tanta carne do corpo quando puder. 1.10 Investigação dos acidentes do trabalho Os acidentes são resultados de coincidências que raramente poderiam ser previstas pelas pessoas afetadas. Os acidentes não ocorrem porque a gente aposta e perde, e sim porque a gente não acreditava que esse acidente pudesse ocorrer. Ninguém quer provocar um acidente, portanto é necessário saber o que de fato levou ao acidente e por isso todos os acidentes devem ser investigados. As investigações relativas a acidentes têm os seguintes objetivos: Prevenir acidentes análogos no futuro; Obter ensinamentos sobre causas; Obter conclusões; Adotar medidas no futuro; Podem modificar normas ou criar novas normas. NOTA: o objetivo de uma investigação nunca será culpar, porém não se poderão omitir informações que resultem em culpa Raramente os acidentes são oriundos de uma única causa. Atos inseguros ou condições inseguras são apenas as constatações imediatas do que causou o acidente. Geralmente, os acidentes são resultantes de uma cadeia de eventos, uma corrente de erros, ou seja, a ocorrência de vários eventos anteriores que levaram ao acidente. - 24 -
  • 23. Nenhum acidente acontece sem motivo, sempre são causados. A melhor maneira de evitar um acidente é executar suas tarefas de maneira profissional, deixando o amadorismo de lado. É não tentar fazer o que não sabe fazer bem, só para ver se consegue. Só consegue fazer bem e com segurança um trabalho quem está bem treinado. Na atividade de transporte de petróleo e derivados por navios e transporte de diversos outros tipos de cargas, mesmo com a existência de procedimentos adequados, utilização de muitos sistemas que detêm tecnologias avançadas e mesmo operados por profissionais de alto nível de conhecimento e experiência, infelizmente, ainda ocorrem acidentes. Quase que a totalidade dos acidentes com navios ocorreram devido a falhas humanas. A falta de simples observação do bom funcionamento de equipamentos resultou em graves acidentes. As maiores causas estão relacionadas com a má execução de tarefas e a não observação dos procedimentos básicos de segurança. Somado a isso, o despreparo na correção imediata de situações perigosas e a não obediência aos procedimentos de segurança das empresas aumentam o número de acidentes do trabalho. Ao longo dos anos, a investigação desses acidentes resultou em regras internacionais para que acidentes análogos não venham a ocorrer. As empresas, conforme sua experiência, sempre que ocorre qualquer acidente ou incidente em suas instalações, tomam medidas imediatas para constatar as causas que os motivaram para que possam tomar ações corretivas imediatas, evitando a repetição no futuro. Alguns destes acidentes se propagam e tomam proporções catastróficas. O navio "Scandinavia Star" incendiou em 1990, fazendo 158 vítimas. Deu origem à Resolução da IMO A.741(18), adotado em 04 de novembro de 1993 – Código e Gerenciamento Internacional para a Operação Segura de Navios e para a Prevenção da Poluição – ISM Code. Em julho de 1998, o ISM Code tornou-se mandatório. É o Capítulo IX da Convenção SOLAS. 1.11 Equipamentos de proteção individual – EPI (NR-6) Considera-se EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Entende-se como equipamento conjugado de proteção individual todo aquele composto por vários dispositivos que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, significando que o EPI foi testado e aprovado. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; - 25 -
  • 24. c) Para atender a situações de emergência. 1.11.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) Exigir seu uso; c) Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 1.11.2 Cabe ao empregado quanto ao EPI a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA. 1.11.3 Finalidades dos equipamentos de proteção individual 1- EPI para proteção da cabeça Capacete: para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio; para proteção contra choques elétricos; para proteção do crânio e face contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio. Faz-se necessário seu uso com a jugular sob o queixo para que não se desprenda e caia, deixando-o desprotegido, principalmente, no caso de ocorrer uma emergência. Capacete com regulagem tipo catraca - 26 -
  • 25. 2- EPI para proteção dos olhos e da face Óculos: contra impactos de partículas volantes; contra luminosidade intensa; contra radiação ultravioleta; contra radiação infravermelha; contra respingos de produtos químicos. Óculos de proteção Protetor facial: proteção da face contra impactos de partículas volantes; proteção da face contra respingos de produtos químicos; proteção da face contra radiação infravermelha; proteção dos olhos contra luminosidade intensa. Máscara de Solda: proteção da face contra impactos de partículas volantes; proteção da face contra respingos de produtos químicos; proteção da face contra radiação infravermelha; proteção dos olhos contra luminosidade intensa. 3- EPI para proteção auditiva Protetor auditivo: circum-auricular; de inserção. Abafador tipo concha e de inserção 4- EPI para proteção respiratória Respirador purificador de ar: para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas; para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos; para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; para proteção das vias respiratórias contra vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão); para proteção das vias respiratórias contra gases emanados de produtos químicos; para proteção das vias respiratórias contra partículas e gases emanados de produtos químicos; respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos. - 27 -
  • 26. Respiradores purificadores de ar Respirador de adução de ar: tipo linha de ar comprimido para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados; máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados. Respirador de adução de ar Respirador de fuga: para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e à Saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume. Respirador de fuga - EEBD 5- EPI para proteção do tronco Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de água. - 28 -
  • 27. Proteção do tronco 6- EPI para proteção dos membros superiores Luva: para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes; para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes; para proteção das mãos contra choques elétricos; para proteção das mãos contra agentes térmicos; para proteção das mãos contra agentes biológicos; para proteção das mãos contra agentes químicos; para proteção das mãos contra vibrações; para proteção das mãos contra radiações ionizantes. Luvas diversas 7- EPI para proteção dos membros inferiores Calçado: para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos; para proteção dos pés contra choques elétricos; calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos; para proteção dos pés contra agentes cortantes e escoriantes; calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água; calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos. Meia: para proteção dos pés contra baixas temperaturas. Perneira: para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes; para proteção da perna contra agentes térmicos; perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de produtos químicos; para proteção da perna contra agentes cortantes e perfurantes; perneira de segurança para proteção da perna contra umidade proveniente de operações com uso de água. Calça: para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes; para proteção das pernas contra respingos de produtos químicos; para proteção das pernas contra agentes térmicos; para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água. - 29 -
  • 28. 8- EPI para proteção do corpo inteiro Macacão: para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos; macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água. Conjunto: conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água; para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas. Vestimenta de corpo inteiro: vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos; para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente de operações com água. 9- EPI para proteção contra quedas com diferença de nível Dispositivo trava-queda: dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas. Cinturão: cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura; cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura. 1.11.4 Características do EPI 1. Obrigatórias a) Ser fabricado por uma empresa que possua CRF; b) Se importado, através de empresa que possua CRI; c) Possuir CA; d) Estar marcado, de forma indelével, com o nome comercial do fabricante, lote de fabricação e número do CA. 2. Desejáveis Que seja o mais confortável possível para o usuário, principalmente, quando se tratar de EPIs de uso contínuo. 1.11.5 SOLAS Capítulo II-1 Parte C - Regra 36 – Proteção contra ruído Deverão ser tomadas medidas para reduzir os ruídos nos espaços de máquinas a níveis aceitáveis, determinados pela administração. Se esses ruídos não puderem ser suficientemente reduzidos, a fonte do ruído deverá ser isolada ou equipada com redutores de ruídos. Protetores de ouvidos deverão ser providenciados para as pessoas que entrarem nestes espaços, se necessários. - 30 -
  • 29. 1.11.6. Tripé para a eficácia da proteção baseada no uso do EPI 1. Fornecer um bom protetor; 2. Treinar e conscientizar; 3. Fiscalizar o uso. 1.12 Equipamentos salva-vidas 1.12.1 Embarcações de sobrevivência e botes de resgate 1- Baleeira: destina-se ao abandono do navio e nela sobreviver, enquanto se aguarda resgate. Geralmente construídas em fibra de vidro, possuem motor com capacidade para 6 nós de velocidade e autonomia de 24 horas. Baleeira totalmente fechada 2- Balsa inflável: destina-se ao abandono do navio e nela sobreviver, com segurança, enquanto se aguarda resgate. Balsa inflável para dez pessoas 3- Embarcação de salvamento (bote de resgate) Destina-se a resgatar pessoas que possam ter caído no mar e trazê-las de volta ao navio ou, em certas emergências, levá-las para as embarcações de sobrevivência ou reunir as embarcações de sobrevivência. - 31 -
  • 30. Embarcação de salvamento 1.12.2 Equipamentos de sobrevivência pessoal 1- Bóia salva-vidas: destina-se a servir de auxílio inicial a uma pessoa que caiu no mar. Bóia salva-vidas 2- Colete salva-vidas: deve ser facilmente vestido, ser confortáveis, ser capazes de manter o nariz e a boca de uma pessoa inconsciente fora da água e desvirá-la caso esteja com o rosto na água, em não mais que 5 segundos. Quando usados corretamente, permitem que uma pessoa salte na água de uma altura de até 4,5 metros, sem que se machuque ou cause danos ao colete. Colete salva-vidas tipo jaqueta - 32 -
  • 31. 3- Roupa de imersão: roupa de proteção que reduz a perda de calor de uma pessoa imersa em água fria, que a estiver usando. Roupa de imersão 4- Meio de proteção térmica: saco ou roupa confeccionado com material a prova d’água, com baixa condutividade térmica. Meio de proteção térmica - 33 -
  • 32. 1.12.3 Equipamentos para localização Alarme a bordo; Epirb; Transponder; Rádios portáteis VHF; Espelho heliográfico; Apito; Grito; Sinais visuais: Foguete pára-quedas estrela vermelha; Fachos manuais; Sinais fumígenos. 1.12.4 Aparelho lança-retinida Equipamento utilizado para lançar uma retinida a pelo menos 230 metros de distância com uma precisão aceitável. Lança-retinida 1.12.5 Equipamentos rádio de emergência Equipamentos do GMDSS (Socorro e Segurança) INMARSAR; COSPAS-SARSAT; DSC; SART; - 34 -
  • 33. NAVTEX; VHF. 1.13 Equipamentos de combate a incêndio 1.13.1 EPIs para combate a incêndio. Capacete; Luvas; Macacão; Botas; Equipamento de Respiração Autônomo. 1.13.2 Extintores portáteis e sobre rodas Água pressurizada e a pressurizar (10 litros); Gás carbônico – CO2 (6 Kg); Pó químico pressurizado e a pressurizar (12 Kg); Espuma mecânica (9 litros); Extintor sobre rodas. Extintores diversos - 35 -
  • 34. Caso haja necessidade de usar um extintor para debelar um principio de incêndio, assegure-se de que sabe usá-lo corretamente para não correr o risco de danificá-lo ou descarregá-lo, impedindo que uma pessoa treinada possa usá-lo com eficiência. Os extintores são instalados nos ambientes após um projeto que determina seu tipo, considerando o combustível existente às proximidades o que elimina a perda de tempo em verificar se o extintor é o adequado para aquele incêndio. 1.13.3 Equipamentos de combate a incêndio com água Esguichos; Mangueiras. O uso de água como agente extintor, principalmente pelo processo de resfriamento, exige cuidados com todos os equipamentos, desde bombas, redes, tomadas e válvulas que formam esse sistema. Após os exercícios, devem-se observar a condição dos esguichos e mangueiras para que não sejam guardados se estiverem danificados. Caso isso ocorra, devem ser substituídos ou reparados e jamais guardados com defeito nos postos. Lembre-se de que esse equipamento é para uso em emergência e deve funcionar corretamente caso um incêndio aconteça. Equipamento de combate a incêndio com água 1.13.4 Sistemas fixos de extinção de incêndio Também conhecidos como socorro básico, a bordo encontramos os seguintes sistemas: Sistema Fixo de CO2; Sistema Fixo de Pó Químico Seco; - 36 -
  • 35. Sistema Fixo de Halon; Sistema Fixo de Espuma. Sistema fixo de CO2 1.13.5 Sistemas de detecção de incêndio Detectores de fumaça; Detectores por elevação de temperatura. Os detectores de incêndio são equipamentos destinados a informar a possibilidade de estar havendo incêndio em um compartimento. Em nenhuma situação esses detectores devem ser desativados por estarem alarmando incêndio inexistente, por exemplo, no caso da ocorrência de fumaça proveniente de soldas, etc. Desativá-los constitui-se em ato inseguro uma vez que o autor estará criando uma condição insegura. Detector de incêndio - 37 -
  • 36. 1.14 Equipamento médico Os navios possuem enfermarias equipadas conforme regras internacionais de maneira a que possam possibilitar tratamento médico para acidentados ou doentes, até que o socorro médico hospitalar seja possível. Um número de telefone para contato imediato com um profissional médico é disponibilizado para as emergências. As enfermarias, além da medicação e materiais médicos de acordo com lista disponibilizada pela ANVISA, contam com ressuscitadores e macas para as emergências. 1.15 Plano de emergência do navio para combate a poluição do mar por óleo - SMPEP (Shipboard Marine Pollution Emergency Plan) Este plano visa orientar as tripulações para atuar na resposta a determinadas emergências que podem ser: 1- Derrames operacionais a) Derramamento de óleo combustível por vazamento no sistema de transferência de óleo combustível; b) Derramamento de carga no convés por transbordamento de tanque de carga com petróleo ou derivados; c) Vazamento pelo casco com o navio em operação quando se observa produto ao redor do navio (causa não imediatamente conhecida). 2- Derrames acidentais a) Incêndio; b) Explosão; c) Encalhe; d) Colisão; e) Falha estrutural; f) Adernamento excessivo; g) Falha no sistema de contenção; h) Navio indo a pique; i) Escape de vapor perigoso durante vazamento ou transferência de carga ou acidente. 3- Kit básico de combate a poluição O SMPEP prevê um conjunto de materiais auxiliares na contenção de derrames que devem ser posicionados próximo do local onde estão ocorrendo operações com óleo com o objetivo de reter o óleo derramado a bordo, evitando que vá para o mar. Exemplo: • 10 latões vazios de 200 litros; • 1 bomba portátil; • 100 Kg de serragem; - 38 -
  • 37. 5 vassouras; • 500 toalhas absorventes; • 5 pás de plástico; • 5 rodos; • 5 baldes de plástico; • Sacos plásticos. Kit SMPEP 1.16 Relação das operações perigosas realizadas a bordo Todas as tarefas realizadas a bordo têm finalidades operacionais específicas. Os riscos dessas tarefas precisam estar sob controle e isso pode ser obtido através do cumprimento dos procedimentos existentes. Para determinadas tarefas, imediatamente antes de serem executadas, é realizada uma análise dos riscos da tarefa através de uma técnica conhecida como análise preliminar de riscos (APR), quando é verificado o que pode dar errado, suas causas, possíveis conseqüências, avaliação quantitativa e medidas de controle e mitigadoras. Outras tarefas exigem uma análise de risco de tarefa (ART), efetuada pelo executor, que dará subsídios para o preenchimento da permissão para trabalho (PT) pelo responsável pela área quando esse acrescentará os cuidados, EPIs necessários e outras recomendações para a execução segura da tarefa. Uma PT é emitida com a ART em anexo. Observe uma extensa lista com algumas das operações perigosas que são efetuadas a bordo dos navios: 1. Carga e descarga; 2. Atracação e desatracação; 3. Trabalhos elevados; 4. Manuseio de produtos químicos; 5. Trabalho na praça de máquinas e manutenção; 6. Levantamento de pesos (manual ou mecanicamente); 7. Entrada e permanência em Espaços Confinados; 8. Trabalhos a quente; - 39 -
  • 38. 9. Trabalhos a frio; 10. Trabalhos com eletricidade; 11. Trabalhos de manutenção no convés. 1.17 Carregamento e descarregamento Tipos de Navios: carga geral, graneleiro, porta container, ro-ro, petroleiro, quimiqueiro, gaseiro, passageiro, etc. Certas cargas de determinados tipos de navios, como os de carga geral e porta contentores, são suspensas através de guindastes que utilizam cintas ou cabos de aço, havendo o risco de queda. As pessoas não envolvidas nestas operações devem ficar sempre em local seguro, longe dessas áreas; as pessoas envolvidas devem cumprir os procedimentos, adotando comportamentos seguros. Navio porta containeres Os navios ro-ro possuem vários conveses que são unidos por rampas e a carga (carros) é estivada sendo conduzida por seus próprios meios, utilizando as rampas de acesso aos conveses, para embarque e desembarque. Pela velocidade com a qual os carros são conduzidos, nenhuma pessoa deve parar nos caminhos por onde esses se locomovem, obedecendo à sinalização característica. Os navios que transportam granel líquido, tais como os petroleiros, quimiqueiros e gaseiros, utilizam redes (tubulações) por onde a carga é bombeada, tanto para carregamento ou descarregamento. Os riscos operacionais constituem-se de vazamentos do líquido, existência de gases inflamáveis e/ou tóxicos. É necessário que os tripulantes possuam curso específico para embarque nesses tipos de embarcações. Navios de passageiros também podem transportar carros ou outras cargas e incluem os ferries-boats. Grandes navios de passageiros, além da tripulação de convés e máquinas, precisam de uma tripulação específica, sendo grande o número de cozinheiros e taifeiros. São também empregados recreadores, médicos e religiosos. Essa tripulação deve estar sempre eficientemente treinada para controle dos passageiros e de todos os outros, principalmente, nas situações de emergência. - 40 -
  • 39. Navio de passageiro 1.18 Atracação e desatracação As atracações podem ser feitas em cais, píer ou a contra bordo de outras embarcações. Para a amarração do navio são utilizados cabos de fibra ou de aço. Os de fibra, nylon ou polipropileno, têm alta durabilidade, baixa absorção de água e são resistentes à deterioração. O diâmetro destes cabos varia de acordo com o deslocamento do navio. Os cabos utilizados para o rebocador auxiliar na manobra são de bitola superior a das espias e, quando são utilizadas para essa finalidade, são passadas dobradas, porém, essa operação deve ser evitada pelo risco adicional de se manobrar com duas espias, simultaneamente. Grandes petroleiros utilizam cabos de aço combinados com cabos de nylon ou equivalentes, na extremidade da “mão”, o que viabiliza que esse cabo possa ser cortado em emergência. Em qualquer situação onde seja necessário cortar um cabo em emergência, deve ser utilizado o machado de controle de avarias (CAV), que deve atingir o cabo de encontro ao cabeço. Os equipamentos de amarração constituem-se de: cabos, espias, retinidas, boças, correntes, guinchos, cabrestantes, etc. Antes de cada operação, todo o equipamento que será utilizado deve ser inspecionado para atestar que estão em condições seguras de utilização. Cabos de fibra que possuam uma pernada inteira rompida ou apresentem desgaste superior a 20%, devem ser descartados dessa finalidade. Para a amarração do navio, podem ser utilizados vários cabos, que são passados para terra e apertados depois de encapelados nos cabeços através de guinchos ou equipamentos equivalentes. Esses cabos podem ficar dispostos de lançante, través ou espringue, tanto na proa quanto na popa. Quando esses cabos são manuseados, há riscos de acidentes que podem ser extremamente perigosos para as pessoas próximas, principalmente, se estiverem muito tesos, podendo arrebentar e chicotear, desmembrando e até matando uma pessoa. As manobras são trabalhos de equipe e nunca um único tripulante deverá ser utilizado para fazer esse trabalho. Pelo menos três tripulantes na proa e três na popa deverão compor essa equipe. As pessoas envolvidas deverão ser extremamente cuidadosas, ficando longe dos riscos e bem safas de cabos tesos. Riscos maiores podem ocorrer nas situações de ventos fortes, chuvas, mar grosso ou necessidade de atracações mais rápidas. Em alguns terminais de petróleo, são utilizados, em lugar de cabeços, gatos com sistema de desengates em emergência, operados remotamente na cabine de controle do terminal e por comando local. O sistema também possibilita informação da velocidade do - 41 -
  • 40. vento, da corrente, do ângulo e velocidade de aproximação do navio, que representam dados preciosos para orientar práticos e comandantes durante a atracação, principalmente, de petroleiros de grande porte e em situações onde ocorram condições meteorológicas menos favoráveis. Para as manobras, todos os participantes devem utilizar os EPIs, quais sejam: capacete, macacão, luvas e calçados de segurança. Para os amarradores (pessoal que encapela os cabos aos cabeços ou gatos) além dos EPIs, é necessário o uso de coletes salva-vidas. 1.18.1 Regras gerais durante as manobras com cabos Trabalhar a uma velocidade adequada, sem correrias; Manter máxima atenção na manobra; Nunca tentar parar um cabo que esteja “correndo”, com os pés. Não pisar em cabos passados, pois eles podem ser tesados repentinamente; Proteja-se dos cabos que estiverem sob tensão; Nunca ficar por dentro de cabos que estiverem sendo passados; Auxiliar os companheiros que estiverem com dificuldades; Cuidados especiais devem ser tomados com cabos passados pela popa para que não se enrosquem no hélice; Estando com um cabo sob volta na saia, fique atento para solecar ou deixar correr sob tensão (se estiver usando luva, cuidado para que não se prenda no cabo que estiver na saia); A área de manobra deve estar limpa, livre de oleosidade e desobstruída, e os cabos prontos para uso imediato no bordo informado para atracação; Cabos passados para rebocadores merecem especial atenção, uma vez que podem sofrer grandes tensões durante a manobra. Os cabos já passados ao cais, ainda estando o navio em movimento, também podem sofrer grandes tensões, correndo o risco de partir, e também merecem atenção especial; É grande o risco de se utilizar cabeços com volta redonda em lugar da volta falida (em oito), uma vez que, além de haver chance de correr depois de completa, apresentará grande risco de correr e chicotear quando cabo for ser solecado. Vota redonda e volta falida - 42 -
  • 41. 1.18.2 Cuidados especiais durante as estadias estando o navio amarrado Carregamentos e descarregamentos muito rápidos; Portos de grande amplitude de maré ou fortes correntes; Incidência de ventos fortes ou berços expostos à influência do mar. 1.19 Espaços confinados (espaços mortais) Espaço confinado é um ambiente cercado por anteparas e divisórias, que não foi projetado para permanência de pessoas, não dispondo de iluminação nem ventilação natural, e possui entrada de difícil acesso, tais como: tanques de colisão, paiol da amarra, coferdames, tanques elevados, tanques de carga, tanques de lastro, dutos da quilha, peak tanques, tanques de combustíveis, caldeiras, caixões de ar de lavagem, etc. A falta de cuidados específicos para entrada e permanência nestes espaços tem resultado em acidentes, alguns fatais, quando pessoas desavisadas ou imprudentes são surpreendidas pela falta de oxigênio ou por contaminantes respiratórios ou se acidentam e não são socorridas a tempo. Os perigos desses espaços podem ser divididos em: Perigos atmosféricos; e Riscos físicos. 1.19.1 Perigos atmosféricos Os perigos atmosféricos podem ser resultados da presença de contaminantes respiratórios (gases de hidrocarbonetos, gases tóxicos e outros) ou deficiência de oxigênio. A presença de hidrocarbonetos pode resultar em atmosfera tóxica ou inflamável. Vapores de hidrocarbonetos podem ser resultados de derrames de petróleo e seus derivados, resíduos nos tanques ou redes de carga ou resíduos em tanques de borra. A existência de gases pode trazer perigo de intoxicação e pode ser provenientes de certas cargas dos navios, dos produtos químicos estocados ou de operações de carga. A toxicidade pode ser prejudicial ou venenosa para as pessoas. O Threshold Limit Value – TLV (valor limite de tolerância) é a máxima concentração de gases e vapores no ar em que se acredita que a maioria das pessoas possa ser repetidamente exposta durante 8 horas por dia ou 40 horas por semana, sem danos permanentes a saúde. Devido à grande variação na sensibilidade individual, a exposição ocasional de uma pessoa ao TLV, e até mesmo abaixo dele, pode não evitar o desconforto ou o agravamento de uma condição já existente. Em geral, o TLV é expresso em ppm ou mg/cm3 e seus valores são publicados por autoridades nacionais e várias organizações. A mais reconhecida lista de valores para o TLV é aquela publicada pela ACGH (American Conference of Governmental Hygionists). É um dado que deve ser conhecido observando-se as MSDS – FISPQ (Ficha de Segurança de Produto Químico) dos produtos que estiverem sendo transportados. A quantidade de oxigênio contido no ar atmosférico é cerca de 21% por volume. Nos espaços confinados, há grandes chances desse percentual ser inferior, em razão dos contaminantes respiratórios, que podem ser encontrados nestes ambientes cujos contaminantes podem ser mais pesados do que o ar, formando bolsões, que se - 43 -
  • 42. constituem em risco de vida para as pessoas. A atmosfera pode se tornar deficiente de oxigênio devido às causas abaixo relacionadas: Ingresso de gás inerte (tanques inertizados operacionalmente ou vazamentos de tanques inertizados para espaços confinados adjacentes); Oxidação; Névoas de tinta durante trabalhos de pintura; Formação de hidrogênio; Fluídos de limpeza em equipamentos elétricos; Uso de solventes; Gases refrigerantes; Incêndios; Alagamentos com CO2 para extinção de incêndios; Trabalhos de solda ou corte sem ventilação apropriada; Funcionamento de motores a combustão interna em espaços confinados; Deterioração de materiais orgânicos, tais como: vegetais, frutas, grãos, etc. O sintoma da deficiência de oxigênio é a asfixia. As pessoas reagem de forma diferente ante a deficiência de oxigênio, porém, se o percentual de oxigênio cair a menos do que 16% por volume, qualquer pessoa sofrerá as graves conseqüências resultantes dessa deficiência. Os sintomas iniciam com tonturas, dificuldades em respirar, inconsciência progredindo para dano cerebral causando perda da memória, instabilidade mental, paralisia, coma ou morte, podendo ser considerados os seguintes efeitos da deficiência de oxigênio: Para uma respiração segura o percentual em volume gira em torno de 19,5%; De 15% a 19%, haverá problemas de coordenação; De 12% a 14%, respiração difícil; De 10% a 12%, respiração bem fraca; De 8% a 10%, confusão mental, inconsciência, náuseas e vômitos; De 6% a 8%, morte em 8 minutos; De 4% a 6%, coma em 40 segundos. A falta de oxigenação do cérebro, por um período de 4 minutos, pode significar a morte. Detectores de gases - 44 -
  • 43. 1.19.2 Riscos físicos Os perigos físicos podem acarretar ferimentos, que podem ser até fatais em algumas situações. Esses perigos à integridade física podem ser criados e causados por: Má iluminação; Escadas não apropriadamente seguras; Superfícies escorregadias; Obstáculos pelo caminho; Aberturas sem isolamento ou sinalização; Objetos deixados não apropriadamente presos em serviços anteriores; Alagamento; Armadilhas acidentais. 1.19.3 Procedimentos de entrada em espaços confinados (NR-33) Só se entrará em um espaço confinado após a emissão da Permissão para Trabalho, o que significará que o espaço confinado foi testado do lado de fora com equipamento de monitoração recentemente calibrado e verificado para uma correta operação e os seguintes procedimentos deverão ser seguidos: Manter eficaz e contínua ventilação; Cintos e cabos de segurança prontos para uso; Equipamentos autônomos de respiração e ressuscitadores prontos para uso e próximos da entrada do espaço confinado; Deve ser considerada a possibilidade de um meio alternativo de escape independente disponível para emergência; Membro da tripulação responsável permanentemente do lado de fora do tanque, próximo à entrada, em contato seguro e direto com o oficial responsável; NOTA: em nenhuma circunstância, mesmo no caso de uma emergência, esse membro da tripulação que está de serviço deverá entrar no tanque antes que o socorro tenha chegado Verificações regulares da atmosfera devem ser executadas a todo o momento, enquanto o pessoal estiver no interior do espaço; Uma bateria completa de testes deverá ser realizada antes de uma nova entrada, após qualquer intervalo no trabalho. Todas as pessoas devem estar usando os equipamentos de proteção individual (EPI), tais como: capacete de segurança, calçados de segurança, luvas, etc, como for necessário. Devem ser utilizadas lanternas do tipo aprovado e ferramentas anti-centelha. É necessário que haja uma equipe de resgate em emergência qualificada e bem treinada, para que possa atuar sem perda de tempo para salvar uma pessoa em um espaço confinado. Após os trabalhos realizados, o local deve ser limpo e as roupas de proteção utilizadas devem ser descontaminadas. Os objetos utilizados devem ser deixados protegidos e limpos. Uma discussão detalhada sobre o conteúdo da permissão de entrada no espaço confinado deve ser efetuada previamente. - 45 -
  • 44. 1.20 Trabalho a quente Trabalho a quente é qualquer trabalho o qual gere calor ou centelhas de suficiente temperatura ou intensidade para inflamar um gás ou mistura inflamável. São exemplos de trabalhos a quente os que envolvam soldagens elétricas ou por fogo; corte de metais a fogo ou com eletrodos; certas furações que produzam calor; operações de esmerilhamento; uso de equipamentos elétricos que gerem calor; uso de equipamentos elétricos que não sejam intrinsecamente seguros; uso de aquecedores; utilização de luminárias portáteis sem proteção contra explosão; trabalhos em eletricidade; uso de equipamentos mecânicos capazes de produzir faíscas. Os riscos do trabalho a quente são incêndios, explosões, queimaduras, luzes intensas, acidentes com cilindros e mangueiras, doenças ocupacionais decorrentes de fumaça de solda, radiações não-ionizantes e calor. Devem ser levadas em conta a possibilidade da presença de vapor de hidrocarboneto na atmosfera e a existência de fontes potenciais de ignição para o trabalho a quente fora das oficinas da praça de máquinas. Os locais que oferecem riscos para trabalhos a quente são: a área da carga, a popa e as acomodações, a praça de máquinas fora das oficinas da praça de máquinas. As oficinas são os locais de menor risco e a área da carga o local de maior risco. Os trabalhos a quente somente devem ser realizados fora das oficinas da praça de máquinas quando não existirem outros meios viáveis de reparo. Devem ser consideradas alternativas como a execução de trabalhos a frio ou a remoção da peça a ser trabalhada para as oficinas da praça de máquinas. Trabalhos a quente que requeiram permissão para trabalho são proibidos durante as operações de carga, lastro, limpeza, ventilação, purgação ou inertização de tanques. O Comandante decidirá se o trabalho a quente é justificável e seguro e o grau de precauções necessário. Portanto, todo o trabalho a quente somente deverá ser realizado após a emissão da devida Permissão para Trabalho. 1.21 Soldagem Na execução de qualquer serviço com fogo, oriente-se sempre pelas normas de segurança certificando-se de que: 1. Tem autorização do Imediato, Chefe de Máquinas ou Oficial de Serviço para iniciar os trabalhos; 2. O ambiente onde serão realizados os trabalhos encontra-se livre de vapores inflamáveis; 3. A área próxima e abaixo do local da solda está rigorosamente limpa e completamente livre de material inflamável; 4. Caso os trabalhos sejam realizados em anteparas ou muito próximos a elas, não há nada pelo outro lado que possa inflamar-se; 5. Em casos de trabalhos realizados em compartimentos confinados, existe ventilação ou extração forçada suficiente; 6. Em caso de solda ou corte, na área da carga, os compartimentos adjacentes estão desgaseificados e limpos; - 46 -
  • 45. 7. Estão fechadas as válvulas das redes que possibilitem o surgimento de vapores inflamáveis no local da soldagem; 8. A área dos trabalhos esteja guarnecida com um extintor de CO2 (6Kg) e uma linha de mangueira com água pressurizada; 9. Há um homem, que não o soldador, escalado para inspecionar, acompanhar e apagar a incandescência da tinta (pintura) e do chuveiro de solda (fagulha); 10. Estão prontos para uso todos os equipamentos de combate a incêndio de bordo (Manter a rede de incêndio pressurizada ou em condição de stand-by); 11. Em cortes ou solda em redes de carga ou lastro sujo, executar, preferencialmente, o serviço com a seção de rede desconectada ou, caso não seja possível, atentar para a condição da mesma ainda que a rede tenha sido lavada. 1.22 Trabalhos com eletricidade Como precaução de segurança geral, é fortemente recomendável o uso de dispositivos mecânicos de travamento e de etiquetas de segurança. Trava para disjuntor Em instalações com altas tensões, o risco à vida é eminente devido a altas correntes pelo corpo humano, quando houver contato direto ou indireto. Consideram-se riscos dos trabalhos em eletricidade os incêndios e explosões; arcos elétricos; contatos diretos acidentais; imprudência, imperícia e negligência. O contato indireto ocorre quando há contato com partes erroneamente energizadas, por falha de isolamento ou de aterramento decorrente de falha de projeto, ou durante a manutenção por imprudência ou desconhecimento do usuário que elimina uma proteção quando corta o terceiro pino de um plug. O contato direto ocorre em partes energizadas como em barramentos ou cabos não corretamente isolados (desencapados acidentalmente ou durante manutenção). Em acidentes elétricos, a morte poderá ocorrer pela contração dos músculos responsáveis pela respiração; fibrilação ventricular; aquecimento ou queda em trabalhos elevados (decorrente do choque elétrico). Nenhum trabalho deverá ser executado em qualquer equipamento ou fiação, nem qualquer caixa a prova de chama e a prova de explosão deverá ser aberta, nem as características especiais de segurança, proporcionadas com o equipamento padrão, - 47 -
  • 46. deverão ser reduzidas até que toda a alimentação para o equipamento ou respectiva fiação tenha sido cortada. A "voltagem" não deverá ser religada até que o trabalho tenha sido completado e as medidas de segurança acima tenham sido restabelecidas inteiramente. 1.23 Trabalhos elevados e fora de borda Trabalhos elevados são os feitos acima do convés cujo primeiro perigo é a queda com conseqüente ferimento ao trabalhador. Somente deverão ser executados mediante emissão da respectiva permissão para trabalho. É obrigatório o uso do cinto de segurança para alturas a partir de 2 metros. Os trabalhos executados fora da borda devem ser considerados elevados. 1.23.1 Exemplos de trabalhos elevados Pintura frontal e lateral da superestrutura, mastros, áreas altas da praça de máquinas; Limpeza ou pintura da Chaminé; Lubrificação, manutenção ou reparo de antenas de radar, guindastes e substituição de cabos de guindastes ou paus de carga; Limpeza, pintura ou inspeção de tanques ou porões; Pinturas de costado, áreas externas das asas do passadiço, etc. Trabalho elevado 1.23.2 Perigos dos trabalhos elevados Quedas durante balanços do navio ou rompimentos de cabos; Acidente por falha material ou de equipamentos; Queimaduras por contato com superfícies quentes na chaminé ou redes de vapor; Fumaça tóxica na chaminé por combustão, incineração ou ramonagens; Exposição ao frio ou calor; - 48 -
  • 47. Perigo de radiação elétrica às proximidades das antenas dos radares ou antenas aéreas. 1.23.3 Prioridade em avisar aos responsáveis da área antes de iniciar trabalhos elevados Ao oficial de serviço na máquina, antes de iniciar trabalhos elevados às proximidades da chaminé, evitando ramonagens, uso do incinerador, uso do vapor para apitos, quando os trabalhos forem próximos a esse, etc; Ao oficial de serviço no passadiço, antes de realizar trabalhos próximos às antenas dos radares, antenas de rádio, ou de comunicação; Ao Imediato antes de começar trabalhos no convés. Todos os equipamentos utilizados em operações perigosas para o trabalho devem ser guardados, trancados e mantidos sob as responsabilidades de um oficial designado. Todo o material destinado a trabalhos elevados deve ser guardado separadamente, longe de paióis de tinta ou de produtos químicos e não devem ser utilizados para outros propósitos que não sejam trabalhos elevados. Esse equipamento deve ser inspecionado para verificar o estado das madeiras, cabos e condições gerais imediatamente antes do uso, por pessoal competente que possa detectar defeitos em madeiras e cabos. Os nós, coxeaduras e voltas devem ser dados correta e cuidadosamente para prevenir que corram, especialmente quando forem usados cabos sintéticos. Trabalhos fora de borda não devem ser executados enquanto o navio estiver em viagem e os trabalhos elevados devem ser proibidos quando em viagem em condições de mar grosso, quando podem ocorrer violentos balanços. Pessoal inexperiente não dever ser posto a trabalhar em trabalhos elevados ou fora de borda. Além dos EPIs necessários, coletes salva-vidas devem ser vestidos e bóias com luz e retinida devem ficar em STAND BY para as emergências. 1.24 Serviço na praça de máquinas e manutenção dos equipamentos A praça de máquinas é um local perigoso e toda a condução e manutenção deve ser feita de maneira profissional e sem correrias de última hora por falta de programação adequada aos serviços. As atividades de manutenção, sem dúvida, representam uma situação de risco. A experiência tem mostrado que os trabalhos de manutenção podem resultar em acidentes sérios, causando perdas materiais, contaminações ambientais e até mesmo a morte de pessoas envolvidas. Na realidade, o problema não é a manutenção em si, mas a preparação para a manutenção. Muitas vezes, os procedimentos adotados nesta preparação não são os adequados. Em outras situações, os procedimentos adequados estão disponíveis, mas não são seguidos. Exemplos de erros típicos de preparação: o equipamento não está devidamente identificado, assim, o equipamento errado é aberto; o equipamento ainda pode conter produtos perigosos ao ser liberado para a manutenção e os testes necessários para verificar a presença destes produtos não foram feitos de maneira adequada; o pessoal da manutenção pode não ter sido alertado dos perigos existentes, ou mesmo tendo sido alertados, não seguiram os procedimentos necessários. - 49 -
  • 48. As atividades de manutenção estão sujeitas a riscos, os quais, não sendo bem controlados, podem resultar em acidentes, com sérias conseqüências para bens materiais, para as pessoas e para o meio ambiente. Um trabalho de manutenção eficiente não ocorre por acaso, mas é o resultado da realização de treinamentos adequados e da elaboração, implementação e cumprimento de procedimentos específicos para as atividades realizadas no local de trabalho. Os equipamentos de bordo, tais como: o propulsor, os motores auxiliares e geradores, caldeiras, compressores, bombas, motores elétricos, máquina do leme, frigoríficas, equipamentos hidráulicos, equipamentos pneumáticos, compartimento de baterias, compartimento de ar condicionado e diversos equipamentos elétricos merecem bom conhecimento técnico dos envolvidos nas manutenções e condução para que não sofram acidentes durante estas intervenções. 1.24.1 Tipos de acidentes em instalações de máquinas Queimaduras por contatos em redes de vapor, outras superfícies quentes, fagulhas de solda; Batidas na cabeça em obstruções ou por objetos que caem; Escorregões, tropeções e quedas; Perda auditiva induzida por ruído; Contato em partes de máquinas que se movimentam, tais como: tornos, esmerilhadeiras, impelidores, correias, polias e outros; Perda de visão decorrente de respingo de produtos químicos, luz intensa de serviços de solda, partículas sólidas provenientes de esmerilhamento, jatos de ar, de vapor ou de água. Manter a arrumação do local de trabalho e usar as boas práticas de trabalho seguro é o mínimo que pode ser feito para prevenir acidentes. Todos os procedimentos para as intervenções de manutenção existentes devem ser seguidos uma vez que nestes constam ações adequadas a serem tomadas e que certamente ajudarão na correta manutenção e prevenção de acidentes. Os manuais dos fabricantes dos equipamentos devem ser lidos e entendidos e os equipamentos de proteção individual e coletiva devem ser usados durante todo o tempo. 1.24.2 Arrumação do local de trabalho significa Vazamentos de óleo e água devem ser imediatamente limpos e o vazamento reparado; Estopas, trapos e similares sujos de óleo devem ser descartados em local seguro e fechado para prevenir incêndios não os deixando largados quando podem inflamar-se espontaneamente; As ferramentas devem ser utilizadas de maneira cuidadosa durante o trabalho de modo que não caiam das plataformas e sejam apropriadamente recolhidas e guardadas depois do trabalho; Proteções de partes móveis de máquinas e equipamentos devem ser mantidas em sua posição e em perfeita ordem; - 50 -
  • 49. Equipamentos, sobressalentes e partes de máquinas abertas devem ser amarradas e peadas para que não corram em viagem; A iluminação deve ser mantida adequada em todos os ambientes da praça de máquinas; As bandejas devem ser mantidas limpas e secas; As grades dos pisos das plataformas nunca devem ser deixadas abertas a menos que a área seja cercada e sinais de avisos sejam mantidos; Equipamentos de combate a incêndios, de sobrevivências, rotas de fuga e saídas de emergência devem ser mantidos livres de obstruções que impeçam seu uso nas emergências. 1.24.3 Trabalho seguro significa Bloquear e sinalizar equipamentos em manutenção para prevenir que sejam acionados inadvertidamente; Verificar condições dos equipamentos de levantamentos de peso como os guindastes, talhas, guinchos, etc, antes de sua utilização; Manter os equipamentos de teste apropriadamente calibrados; Cumprir os rigorosos procedimentos para acesso e permanência nos espaços confinados; Usar ferramentas apropriadas e de forma adequada para cada tipo de tarefa. 1.25 A prática do 5 S O 5S é uma prática desenvolvida no Japão onde os pais ensinam aos filhos princípios educacionais que os acompanham até a fase adulta. Depois de ocidentalizada, ficou conhecida como housekeeping. A denominação 5S é devida às cinco atividades seqüenciais e cíclicas iniciadas pela letra “S”, nomeadas em japonês, como: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU, SHITSUKE. A essência do 5S está presente em qualquer população, nação, sociedade, família ou pessoa que pratique bons hábitos, que zele pela higiene, segurança, bem estar, sensatez e respeito ao próximo. 1.25.1 Seiri - seleção Existem coisas de que precisamos muito para desenvolver o nosso trabalho. Existem outras que são menos importantes, até mesmo desnecessárias. É por isso que precisamos separar. Para que selecionar? Para melhorar o uso dos espaços; Para não gastar dinheiro comprando o que já sabemos que temos; Para não perder tempo procurando as coisas; - 51 -