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ICONOGRAFIA QUINHENTISTA
                         17 de setembro de 2011




Luís Alberto Casimiro (FLUP)                      luis.casimiro@sapo.pt
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

             O século XVI conhece profundas mudanças

• Atinge-se o Renascimento pleno (ao qual está associado o conceito
de Humanismo e Antropocentrismo)

• Surgem diversos tratados graças ao desenvolvimento do espírito
científico

• Dá-se a Reforma Protestante (1517)

• A Igreja responde através do Concílio de Trento (1545-1563).
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA
    No campo artístico registam-se acontecimentos importantes:

• Os pintores conseguem a representação perfeita do espaço em
perspetiva, criando a ilusão da 3ª dimensão
• O realismo das obras é levado a um extremo (parece haver uma
disputa com a própria natureza)
• A escultura autonomiza-se face à arquitetura
• O conhecimento anatómico e o domínio técnico traduzem-se na
perfeição das formas humanas como nunca antes se observara
• A Europa protestante e a Europa católica seguem caminhos
diferentes no campo artístico
• O Renascimento dá lugar a outras expressões plásticas.
Pintura representando um
 espaço correctamente
     perspetivado:



      NOÇÃO DE
TRIDIMENSIONALIDADE




                   Anunciação
         Carlo Crivelli (c.1486)
Pranto sobre Cristo morto - Andrea Mantegna (c. 1490)
Teto da Capela Sistina - Miguel Ângelo (1508-1512)
Glorificação de Urbano VIII - Pietro da Cortona (1633-1639) Roma, Palácio Barberini
Pietà – Miguel Ângelo (1499)
Pietà – Miguel Ângelo (pormenores)
Pietà – Miguel Ângelo
(pormenores)
Moisés
Miguel Ângelo (c. 1514-1516)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

                 ANALISE DE OBRAS DE ARTE


1- ANÁLISE ARTÍSTICA

     (Composição, perspetiva, formas, luz, cor, movimento, volume…)



2- ANÁLISE ICONOGRÁFICA

     (Aplicação do Método Iconográfico de Erwin Panofsky)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

                   1- ANÁLISE ARTÍSTICA


COMPOSIÇÃO

  • Composição simétrica
  • Composição assimétrica
  • Composição fechada (centrípeta)
  • Composição aberta (centrífuga)
  • Composição segundo critérios geométricos: (Linear, Curvilínea,
  Piramidal, Triangular, Circular, Oval, Rectangular … em forma de
  carateres tipográficos: C - J - L - S - Z - Y ...)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

                  1- ANÁLISE ARTÍSTICA


• COMPOSIÇÕES ORGANIZADAS PELA LINHA RECTA:
      - HORIZONTAL (estabilidade, descanso, paz)
      - VERTICAL (segurança, força, ascensão, espiritualidade)
      - DIAGONAL (dinamismo, maior expressão dramática)


• COMPOSIÇÕES ORGANIZADAS PELA LINHA CURVA:
      - Implicam graciosidade e movimento
      - Podem estruturar-se em espiral ou
      - Através de curvas e contracurvas em forma de «S»
Composição
      simétrica




Senhora com o Menino e
             dois Santos
 Andrea del Sarto (1517)
Composição linear




Última Ceia – Andrea del Castagno (c. 1447)
    Florença, refeitório de Santa Apolónia
Composição linear




   Última Ceia – Andrea del Castagno (c. 1447)
Florença, refeitório do convento de Santa Apolónia
Composição
Triangular




 Virgem com o Menino e S.
            João Baptista
            Rafael Sanzio
Senhora e o Menino, Giovanni Belinni
Composição
Circular




             Sagrada Família, Miguel Ângelo
Dinamismo da
linha oblíqua




          Noli me tangere
      Correggio (c. 1525)
 Madrid, Museo del Prado
Dinamismo das
linhas curvas e
em forma de «S»




                  O Rapto das filhas de Leucipo – Peter Paul Rubens
Composição em
          «Y»




  Descimento da Cruz
   Peter Paul Rubens
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

                 1- ANÁLISE ARTÍSTICA



DESTACAMOS COMPOSIÇÕES QUE ATENDEM A CRITÉRIOS DE
PROPORÇÕES:

     - A SECÇÃO ÁUREA (TAMBÉM CONHECIDA POR DIVINA
           PROPORÇÃO OU REGRA DE OURO)


      - O RECTÂNGULO DE OURO E O PONTO DE OURO
USANDO O PONTO DE OURO

                                      F

                Ponto de Ouro


 F                                                           F




                                     F
PONTO DE OURO :Ponto que resulta do cruzamento das linhas que unem a
           Secção Áurea dos lados maiores e menores
F




F                       F




        Ponto de Ouro




    F
DIFERENTES LOCALIZAÇÕES DO PONTO DE OURO
DIFERENTES LOCALIZAÇÕES DO PONTO DE OURO
Velázquez
Rembrandt
A ponte de Courbevoie - Georges Seurat (1885) – Londres, Courtland Institutes Galleries
Narciso e Eco – John William Waterhouse
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

                   1- ANÁLISE ARTÍSTICA


PERSPETIVA
     Do latim item perspectiva que significa “olhar através”

     Ou do latim perspicere que significa “ver claramente”



  Conjunto de procedimentos que permitem representar numa
superfície plana (2D) o que na verdade existe na realidade (3D)
dando a ilusão de profundidade (perspectiva linear e perspectiva
                           espacial)
Paolo Uccello - Batalha de S. Romão (c. 1450)
Paolo Uccello – A caça (c. 1465-70)
Paolo Uccello – Milagre da Hóstia profanada (1465-69) predela
PERSPETIVA LINEAR


Desenho em perspetiva usando 1 ponto de fuga
PERSPETIVA LINEAR

Desenho em perspetiva usando 2 pontos de fuga
PERSPETIVA LINEAR
Desenho em perspetiva usando 3 pontos de fuga
Um ponto de fuga




                   Aplicação prática
Dois pontos de fuga




Aplicação prática
Três pontos de fuga




             Aplicação prática
Variantes da construção utilizando 3 pontos de fuga
PERSPETIVA ESPACIAL / AÉREA
Anunciação
Leonardo da Vinci (1472-1475)
Mona Lisa
Leonardo da Vinci
     (1503-1506)
A ponte de Courbevoie - Georges Seurat (1885) – Londres, Courtland Institutes Galleries
Banhistas em Asnières - Georges Seurat (1884) – Londres, National Gallery
CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO EM PERSPETIVA
              Segundo Leon Battista Alberti (1435)

   1: O artista deve desenhar o plano do quadro, a linha do horizonte, o
                     ponto de fuga e as linhas de fuga


Linha do horizonte                                         Ponto de fuga




                                                           Linhas de fuga



Plano do quadro



              Como desenhar as linhas horizontais ?
Alberti propôs um método auxiliar para desenhar as linhas horizontais:

                   2: Construção da vista de perfil


                                Plano da pintura
                                                      Observador
  Linha do Horizonte




  Pontos importantes do diagrama




                       Vista lateral
3: Justaposição dos dois esquemas anteriores


Linha do Horizonte                   Plano da pintura




       Vista em perspetiva                     Vista lateral
             (pintura)

             Elementos da perspetiva segundo L. B. Alberti
Processo simplificado para o desenho em perspetiva: usando
                   os pontos de distância




        Jean Pélerin (Viator): De Artificiali Perspectiva (1505)
Usando este processo é possível desenhar um espaço em
     perspetiva e conhecer as dimensões dos objectos



                                        Ponto de fuga

     Parede

                                             Objecto «3-D»



                                              Pavimento
Objecto «3-D»
Leonardo da Vinci – Estudo para a Epifania (c. 1481)
Estrutura arquitectónica desenhada em perspetiva com base no esquema anterior
            Jan Vredeman de Vries - Livro de Perspectiva (1604-1605)
Estruturas arquitectónicas desenhadas em perspetiva
Jan Vredeman de Vries - Livro de Perspectiva (1604-1605)
F3




    Rectângulo de Ouro e                F2
      Ponto de Fuga (F1)                F1




Anunciação – Mestre da Sé de Viseu (c. 1502 – 1505), Viseu – Museu de Grão Vasco
d                                             d

D1                                         PF                                            D2




     Verificação da corrcta construção da perspectiva utilizando os ponto de distância
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA
   1- ANÁLISE ARTÍSTICA


                   TRATAMENTO DA
                   LUZ




                   Marte e Vénus (1570)
                   Louis Lagrenée
A Ceia de Emaús – Caravaggio (c. 1596-1602)
Movimento (linhas
 curvas e
 serpenteantes)




Moisés defendendo as filhas de Jetro
Rosso Fiorentino (1523-24)
Movimento (linhas
      diagonais)




O anjo aparece a S. Roque
     Gaspar Dias (c. 1584)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

                 ANALISE DE OBRAS DE ARTE




2- ANÁLISE ICONOGRÁFICA

     (Aplicação do Método Iconográfico de Erwin Panofsky)
ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA
                  Origem, definição e objetivos


• O termo ICONOGRAFIA tem origem nas palavras gregas «eikón»
(imagem) e no termo «graphia» (escrita ou descrição)

• Etimologicamente, significa «escrita ou descrição de imagens»

• O objetivo da iconografia não é somente descrever as imagens,
mas também classificar, analisar, identificar (interpretar), e tentar
entendê-las dentro da cultura e da civilização da época a que
pertencem.
ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA
                 Origem, definição e objetivos

• Em sintese, podemos dizer que a ICONOGRAFIA é a ciência que
permite:

      Descrever

             Classificar

                    Analisar

                           Interpretar

 as imagens, procurando compreendê-las no contexto em que foram
   criadas, independentemente da sua qualidade ou do seu autor.
ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA
                 Origem, definição e objetivos


• O termo ICONOLOGIA tem origem no grego «eikón» (imagem) e
no sufixo «logia» (de «logos» = razão, pensamento, teoria), o que
traduz a ideia de estudo e supõe um processo interpretativo


• A ICONOLOGIA procura atingir um nível de significado mais
profundo, interpretando o sentido último das imagens (explicar o
porquê da sua existência num determinado contexto e lugar)

• Este passo só se torna possível se conhecermos o
encomendante, o local para onde foi realizada a obra e os motivos
da sua encomenda.
Exemplificando:




Papel da ICONOGRAFIA: identificar o tema, as personagens, o
momento representado e o contexto em que ocorre o episódio

Papel da ICONOLOGIA: explicar o significado último da obra de arte
atendendo ao comitente (quem?), ao lugar para onde foi pensada
(para onde? e porquê?).
ANÁLISE ICONOGRÁFICA


     MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY:
               Pressupõe 3 níveis de significado



1- Nível Pré-Iconográfico (Significado primário ou natural)


2- Nível Iconográfico (Significado secundário ou convencional)


3- Nível Iconológico (Significado intrínseco ou conteúdo)
O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY


1- Nível Pré-Iconográfico (significado primário ou natural)

• Nesta fase é feito um reconhecimento da obra no sentido mais
elementar, recorrendo à experiência prática

• Descreve-se, em termos formais, o significado primário e natural
presente na imagem que se observa.
1- Nível Pré-Iconográfico
1- Nível Pré-Iconográfico
1- Nível Iconográfico
O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY


2- Nível Iconográfico (significado secundário ou convencional)

• Esta 2ª etapa consiste na análise iconográfica, propriamente dita, ou
«iconografia em sentido estrito»

• O objetivo é descobrir o conteúdo temático (o significado
convencional da obra de arte)

• Passa-se para o mundo do inteligível, sendo necessário recorrer às
tradições culturais, às fontes literárias da época, ou de épocas
anteriores, a símbolos, alegorias e personificações, para identificar
uma figura ou um acontecimento.
2- Nível Iconográfico




 Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498)


Identifica-se o tema, o autor, as personagens, o momento representado
                  e o contexto em que ocorre o episódio
2- Nível Iconográfico




                                                                                                            Simão Zelote
                                   Judas Iscariotes




                                                       Jesus Cristo


                                                                       Tiago Maior




                                                                                              Judas Tadeu
             Tiago Menor
Bartolomeu




                                                                                     Mateus
                                                                       Tomé

                                                                      Filipe
                           André


                                    Pedro
                                    João




                Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498)
Identificação das personagens com base nos estudos de Leonardo daVinci
Estudos de Leonardo para a Última Ceia
Estudos das personagens para a Última Ceia
2- Nível Iconográfico




Vénus e Marte - Andrea Mantegna (1497)
ASPETOS A TER EM CONTA:

• À primeira vista trata-se de
um grupo de deuses da
Antiguidade

• Marte e Vénus estão de pé,
diante de um leito, sobre um
arco formado por um rochedo

• O Amor dispara uma
zarabatana para Vulcano que
se encontra à esquerda, na
sua forja

• À direita, no primeiro plano, Mercúrio encontra-se acompanhado de
Pégaso, o cavalo alado

• Ao centro do quadro, diante de Marte e Vénus dançam as nove musas
ao som da lira tangida por Apolo, que se encontra sentado sobre um
tronco.
2- Nível Iconográfico
ASPETOS A TER EM CONTA

Os elementos simbólicos e a
sua mensagem:

Alusão às Vaidades da Vida
Humana: tudo é transitório e
efémero

    • A glória

    • O prazer

    • A riqueza


                      Vanitas (1650)
        Simon Renard de Saint André
O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY

3- Nível Iconológico (significado intrínseco ou conteúdo)



• De início, Panofsky designa este nível como «iconografia em
sentido mais profundo», ou «Iconografia interpretativa»

• Mais tarde, vai classificá-lo como «Iconologia».
O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY

3- Nível Iconológico (significado intrínseco ou conteúdo)

Na sua plena aplicação permite:
      • Interpretar a história representada
      • Compreender o significado dessa história no contexto em
             que foi criada.
Isto pressupõe:
      • Conhecer o comitente
      • O local original para onde foi realizada
      • O programa iconográfico onde se inseria ...
3- Nível Iconológico




                 Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498)


Papel da ICONOLOGIA: explicar o significado último da obra de arte
atendendo ao comitente (quem?), ao lugar para onde foi pensada
(para onde? e porquê?).
Última Ceia (1495-1498) - Leonardo da Vinci
Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão
Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão
Planta do complexo do Convento de Santa Maria delle Grazie – Milão
                Esquema geométrico do refeitório
Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão
Crucifixão (1495) - Giovanni Donato da Montorfano
Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie - Milão
3- Nível Iconológico




Vénus e Marte - Andrea Mantegna (1497)
3- Nível Iconológico


• A cena contém, apenas,
personagens mitológicas,
mas não tem equivalente na
Antiguidade

• Haverá, pois, um objetivo,
um significado próprio que
explique esta associação?

• Associar Marte, Vénus, Vulcano, Mercúrio, Pégaso, Apolo e as 9
Musas obedece a intenções que se devem tentar compreender no
devido contexto histórico: finais do século XV, em Mântua, na corte
dos Gonzaga.
• Isabel d’Este, esposa de Gian Francesco Gonzaga, encomendou
esta pintura a Andrea Mantegna para decorar um gabinete privado
destinado à meditação e ao estudo


• O objectivo destas obras era criar uma harmonia temática entre o
gabinete, a sua decoração, as coleções que encerrava (por vezes
muito valiosas) e a identidade do seu proprietário


• Para compreender a pintura é necessário remetê-la para o seu
espaço original e relacioná-la com a sua proprietária e a coleção que
possuía e o projeto figurativo de que o quadro faz parte.
Isabel d’Este, era uma mulher:

• Erudita

• Dedicada à leitura de textos latinos

• Amante da música e da dança

• Possuidora de uma valiosa coleção de relevos antigos (destacava-se
um sarcófago com figuras mitológicas)

• Possuía estátuas de bronze, réplicas de originais (entre eles uma de
Apolo de Belvedere)



Para acompanhar estas obras escolheu como mote da pintura um tema
       inspirado na Antiguidade, ao qual deu um sentido novo.
• Francesco Gonzaga, como militar, surge representado com os traços
de Marte e a sua esposa como Vénus, mas uma Vénus virtuosa,
protectora das Artes como testemunha a presença das Musas que
dançam aos pés do divino par


• O infortúnio conjugal de
Vulcano está remetido
para segundo plano, em
benefício de uma
representação que faz de
Marte e de Vénus os pais
da Harmonia.
• O casal aparece rodeado de frutos e flores de carácter simbólico:
murta (flor de Vénus) marmelos e limões (associados ao matrimónio)
e o loureiro (associado às Musas)


• As cores dos tecidos do
leito, azul, vermelho e branco
são, respetivamente, as
cores dos planetas Vénus,
Marte e Mercúrio, assim
como as das duas famílias: a
de Este e a dos Gonzaga.
A presença de Pégaso e de
Mercúrio estão associados à
representação da constelação
e do planeta que presidiram
ao casamento dos noivos.
• Assim, a pintura, além de ser uma representação alegórica da corte
que confere aos príncipes uma aparência divina, apresenta-se,
também, como um sistema de referência múltiplas:

          • Um código de cores

              • Um código vegetal

                  • Um código astrológico

    Que funcionam em paralelo e contribuem para especificar a
   identidade do par e as circunstâncias que envolvem a pintura

 SÍNTESE ICONOLÓGICA: A pintura, onde triunfa Marte e Vénus,
constitui uma alegoria da corte de Mântua, para celebrar a união de
            Isabel d’Este com Gian Francesco Gonzaga.
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA
                  Episódios mais representados

RELIGIOSOS:


  • Temática veterotestamentária
     • Temática Cristológica
       • Temática Mariana
              • Temática Hagiográfica
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA
                    Episódios mais representados

PROFANOS:


  • Mitologia
        • Natureza-Morta
                • Retrato
                   • Alegorias
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

TEMAS RELIGIOSOS: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES
                   (Textos Bíblicos ou afins)


• Bíblia Sagrada

• Biblia Pauperum

• Bíblia Moralizada

• Apócrifos do Antigo Testamento

• Evangelhos Apócrifos
TEMAS RELIGIOSOS: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES


• Vita Christi de Ludolfo de Saxónia

• Speculum humanae Salvationis (Ludolfo de Saxónia ?)

• Revelationes de Santa Brígida

• Biblia Pauperum

• Hortus Deliciarum de Herrade de Hohenburg

• Legenda Áurea de Jacopo da Varazze

• Horae (Livros de Horas)

• Flos Sanctorum
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
           Episódios representados com mais frequência:



Ciclo do Nascimento de Jesus Cristo:
      - Natividade
      - Adoração dos pastores
      - Adoração dos Reis Magos (Epifania)
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
            Episódios representados com mais frequência:



Ciclo da Infância de Jesus Cristo:
      - Apresentação de Jesus no Templo
      - Circuncisão
      - Fuga para o Egipto
      - Regresso do Egipto
      - Jesus entre os Doutores da Lei
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
           Episódios representados com mais frequência:



Ciclo da Vida pública de Jesus Cristo:

      - Baptismo
      - Bodas de Caná
      - Tentações no deserto
      - Vocação dos Apóstolos
      - Transfiguração
      - Pregação e Milagres
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
           Episódios representados com mais frequência:



Ciclo da Paixão de Jesus Cristo:

      - Entrada de Jesus em Jerusalém
      - Expulsão dos vendedores (Purificação do Templo)
      - Última Ceia
      - Oração de Jesus no Horto das Oliveiras (Agonia de Jesus)
      - Prisão de Jesus Cristo (Beijo de Judas)
      - Flagelação
      - Coroação de espinhos
      - Ecce Homo (cont.).
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
           Episódios representados com mais frequência:


Ciclo da Paixão de Jesus Cristo (cont.):
      - Senhor da Cana Verde (Varão das Dores)
      - Cristo a caminho do Calvário
      - Verónica limpa o rosto de Cristo
      - Jesus Cristo é pregado na Cruz
      - Crucifixão
      - Descimento da Cruz (Cristo é descido da Cruz)
      - Lamentação sobre Cristo Morto (Pranto sobre Cristo Morto)
      - «Pietá»
      - Jesus é deposto no sepulcro (Deposição no túmulo).
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
            Episódios representados com mais frequência:


Ciclo da Ressurreição e Glorificação de Jesus Cristo:
      - Ressurreição
      - Descida de Cristo ao Limbo
      - Aparições de Cristo ressuscitado:
           - À Virgem Maria
           - A Maria Madalena
           - Aos Apóstolos
               - Cristo e os discípulos de Emaús (Ceia de Emaús)
               - Incredulidade de Tomé.
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO
            Episódios representados com mais frequência:


Ciclo da Ressurreição e Glorificação de Jesus Cristo:
      - Ascensão
      - Juízo Final (Jesus Senhor do Universo)


Representações da Santíssima Trindade
      - Trindade Terrena e Trindade Divina
      - Trindade Dolorosa
      - Trindade «Paternitas»
      - Trindade «Trono da Graça»
      - Trindade Triunfante.
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA
         Episódios representados com mais frequência:



- Encontro de Joaquim e Ana na porta dourada de Jerusalém
- Natividade da Virgem Maria
- Apresentação da Virgem no templo de Jerusalém
- Esponsais da Virgem Maria (Desposórios da Virgem Maria)
- Anunciação do Senhor
- Visita de Maria a Santa Isabel (Visitação)
- Dormição (passamento ou morte) da Virgem Maria
- Assunção de Maria ao Céu
- Coroação da Virgem Maria.
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA
           Outros temas representando a Virgem Maria:




- Pentecostes
- Imaculada Conceição
- Virgem com o Menino
     - Virgem do Leite
- Virgem da Misericórdia
-…
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:
         A IMPORTÂNCIA DAS FONTES: EXEMPLOS



  Apresentação da Virgem no Templo de Jerusalém
                  Evangelhos Apócrifos


• Proto-Evangelho de Tiago – Cap. VII

• Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. IV

• Evangelho da Natividade de Maria – Cap. VI.
APRESENTAÇÃO DA VIRGEM NO TEMPLO       (Fonte Apócrifa)




                 Ticiano (1534-1538)
Vestes sacerdotais com
peitoral e tintinábulos, ver:

       Ex 28, 17-20
Apresemtação da Virgem no Templo - Cima da Conegliano (c. 1500) – 15 degraus
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:
                  A IMPORTÂNCIA DAS FONTES


                               ANUNCIAÇÃO
                       (Fonte Bíblica e Apócrifas)


• Fonte Bíblica: Lc 1, 26-38

• Fontes Apócrifas: Proto-Evangelho de Tiago – Cap. IX, 2 (na fonte)

• Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. IX, 1-2 (1º na fonte; 2º em casa)

• Evangelho Arménio da Infância – Cap. V, 2-3 (em 2 momentos)
Anunciação no Poço / Fonte (mosaico)
Anunciação no Poço / Fonte (Ícone)
Presença de
 objetos
 retirados dos
 Evangelhos
 Apócrifos




Anunciação
Gregório Lopes
(c. 1531-1540)
Presença de
objetos
retirados dos
Evangelhos
Apócrifos




      Mestre de Abrantes
          (c. 1548-1550)
Presença dos
arcos e do
«baldaquino»




  Duccio
Presença do
 «baldaquino»




Spinello Aretino
Jorge Afonso (atr.)
(c. 1515)
Fra Angelico
Fernão Gomes (c. 1594)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:
                A IMPORTÂNCIA DAS FONTES


                   Adoração dos Reis Magos


- Evangelhos Canónicos: Mt 2, 1-12


 - Evangelhos Apócrifos:

      - Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. XVI, 1-2
      - Evangelho Arménio da Infância – Cap. XI, 1-3
      - Livro Sobre a Infância do Salvador – nº 91-92
Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. XVI, 1-2:

       “Cada um ofereceu uma moeda de ouro ao Menino”


Evangelho Arménio da Infância – Cap. XI, 1-3:

       “O primeiro era Melkon, rei dos persas; o segundo
Gaspar, rei dos índios; e o terceiro Baltazar, rei dos árabes. […]
As tropas que os acompanhavam somavam doze mil homens”


Livro sobre a infância do Salvador – nº 91-92:

       “[…] saudaram o Menino, depois puseram-se a adorá-lo
[…] e cada um beijou o pé do Menino”
Adoração dos Reis Magos
Mestre da Sé de Viseu
(c. 1502-1505)
Adoração dos Reis Magos
Vicente Gil e Manuel Vicente
(início séc. XVI)
Adoração dos Reis Magos
Pintor desconhecido (c. 1530)
Torres Vedras - Museu
Municipal
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:
                 A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

                      Fuga para o Egipto


Fonte Bíblica:
Mt 2, 13-16


Fontes Apócrifas:

Ev. Arménio da Infância, XV

Ev. Árabe da Infância, IX

Ev. Pseudo Mateus, XVII
Gregório Lopes (c. 1527)
Ev. Pseudo Mateus XX




         Gregório Lopes
               (c. 1530)
Ev Pseudo Mateus XXII
Ev. Árabe da Infância X, 2




   Esc. Luso-Flamenga,
   (c. 1500)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:
       IMPORTÂNCIA DAS FONTES GRÁFICAS




Ascenção de Jesus - Biblia Pauperum
Ascenção de Jesus
Mestre Sé Viseu (c. 1502-1505)
Ascenção de Jesus
Vicente Gil e Manuel Vicente
(Início séc. XVI)
Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda –
                  Arouca (finais do século XV)




Oração de Jesus no Horto      Flagelação      Coroação de espinhos
     (finais séc. XV)      (finais séc. XV)      (finais séc. XV)
Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda –
                    Arouca (finais do século XV)




Cristo a caminho do Calvário       Crucifixão     Cristo aparece a Maria
       (finais séc. XV)        (finais séc. XV)           Madalena
                                                      (finais séc. XV)
Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda –
                 Arouca (finais do século XV)




   Apresentação de Jesus no Templo   Missa de S. Gregório
            (finais séc. XV)            (finais séc. XV)
Flos Sanctorum de 1513
        fol. 44v
Flos Sanctorum de 1513
        fol. 3v
Flos Sanctorum de 1513
        fol. 6v
Flos Sanctorum de 1513
         fol. 7
Flos Sanctorum de 1513
        fol. 7v
Flos Sanctorum de 1513
         fol. 8
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: TRATADOS

         DECRETOS DO CONCÍLIO DE TRENTO E OS
                TRATADOS PÓS TRIDENTINOS




                   CONCÍLIO DE TRENTO
      (13 de Dezembro de 1545 - 4 de Dezembro de 1563


               Sessão XXV (Dezembro de 1563)


O Purgatório/ A Invocação e Veneração das Sagradas Relíquias dos
 Santos e das Sagradas Imagens / Os Religiosos e as Monjas / As
Indulgências, a Mortificação, o Índice e o Lugar dos Embaixadores
TRATADOS ARTÍSTICOS PÓS-TRIDENTINOS


• ANDREA GILIO - Dialogo degli errori e degli abusi de’Pittori circa l’Istoria (1564)
• CASTELLANI – De imaginibus et miraculis sanctorum (1569)
• CARLOS BORROMEO – Insctrutiones fabricae et supellectilis
       ecclesiasticae (1577)
• GABRIELLE PALEOTTI – Discorso intorno alle imagini sacre e profane (1582)
• JEAN MOLANUS – De picturis et imaginibus sacris (De historia SS.
       Imaginum et picturarum pro vero earum usu contra abusus, 1570)
• JERÓNIMO NADAL – Evangelicae Historiae Imagines (1593)
• FEDERICO BORROMEO – De Pictura Sacra (1625)
• FRANCISCO PACHECO – Arte de la pintura, su antigüedad y grandezas (1649)
• Fr. JUAN INTERIÁN DE AYALA - El Pintor cristiano y erudito (1730).
Antes de Trento: a Virgem desmaiada é sustentada por João e as santas mulheres




                       Crucifixão - Agnolo Gaddi (c. 1396)
Descimento da Cruz - Roger van der Weyden (c. 1435)
Crucifixão
Escola de Viseu
(c. 1520-1530)
Crucifixão
Vasco Fernandes
(c. 1530-1535)
Mesmo depois do
Concílio de Trento, os
pintores não seguem as
normas definidas em
que, segundo os textos
Bíblicos a Virgem
deveria ser
representada de pé.

Nesta pintura continua
desmaiada e sustentada
por João e as santas
mulheres




Crucifixão
Paolo Veronese
(c.1580)
ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO



6- Representações da Santíssima Trindade

      - Trindade Terrena e Trindade Divina

      - Trindade Dolorosa

      - Trindade «Paternitas»

      - Trindade «Trono da Graça»

      - Trindade Triunfante.
A Trindade Celeste e a Trindade Terrena




          Hieromimus Wierix (séc. XVI)
Bartolomé Esteban Murillo
(1675-82)
TRINDADE DOLOROSA




Colijn de Coter (séc. XVI)
El Greco (1577)
TRINDADE «PATERNITAS»




                        Mestre desc.
                        (Icone)
Bíblia Iluminada (séc. XII)
TRINDADE «TRONO DA GRAÇA»

                  Fundamentação Bíblica:

                  (Carta aos Hebreus 4, 16)




                     Cristóvão de Figueiredo
Albrecht Dürer (1511) (porm.)
TRINDADE TRIUNFANTE




 Garcia Fernandes
Francisco Venegas
(c. 1570)
ICONOGRAFIA QUINHENTISTA
     FINAIS DO SÉCULO XVI:



BARROCO ITALIANO (Contra-Reforma)

   PINTURA NÓRDICA (Reforma)
O BARROCO ITALIANO




Glorificação de Urbano VIII - Pietro da Cortona (1633-1639) Roma, Palácio Barberini
O papel de Santo Inácio na expansão do nome de Deus no mundo (Apoteose de Santo Inácio)
            Andrea Pozzo (1691-1694) – Roma, Igreja de Santo Inácio de Loiola
A PINTURA NÓRDICA:

O contraste nas técnicas
e nos temas




                    Retrato de Dama nobre - Barthel Bruyn, o Velho (1530-35)
Retrato de Nobre - Barthel Bruyn, o Velho (1531)
Natureza-morta (Vanitas)
Barthel Bruyn, o Velho (1542)
Caveira num nicho
Barthel Bruyn (c. 1515)
Vanitas - Pieter Claesz (1630)
Vanitas - Pieter Claesz (1630)
Vanitas com esfera de vidro – Pieter Claesz (c. 1630)
Vanitas – Harmen Steenwyck (c. 1645)
Natureza-morta com queijo e fruta - Floris Claesz Van Dyck (1615-20)
Natureza-morta com Instrumentos musicais - Claesz Pieter (1623)
Natureza-Morta: mesa posta - Willem Claesz Heda (1635)
A Leiteira
Jan Vermeer (1660)
Guilda dos Ourives de Amsterdam – Thomas de Keyser (1627)
A Companhia do Capitão Reyner Reael - Frans Hals e Pieter Codde (1637)
Banquete dos Oficiais - Bartholomeus van der Helst (1648)
O MÉTODO GEOMÉTRICO


• O Método Geométrico é um complemento do Método Iconográfico.
Enquanto este nos descreve e explica o significado dos vários
elementos, o Método Geométrico permite justificar

     • A sua localização

     • As suas proporções

     • A relação entre os vários elementos e mesmo conhecer as
     opções dos pintores quanto às dimensões da obra e as
     respectivas leis internas.
O MÉTODO GEOMÉTRICO


Recorre a «ferramentas» próprias das ciências exatas:

1- Leis da perspetiva linear

2- Construção do «marco» da pintura, determinação do «módulo»
e suas divisões harmónicas

3- Existência de formas geométricas

O objetivo é conhecer o «esquema geométrico de composição»
que esteve na génese estrutural da pintura e, assim, perceber
melhor o pensamento original do pintor.
O Método Iconográfico
não dá resposta a muitas
questões.


Exemplo:
Porque a pomba do
Espírito Santo se
encontra naquele lugar?



                     Anunciação
             Jorge Afonso (atr.)
                 (c. 1520-1525)
O Método Geométrico
justifica a localização da
pomba do Espírito Santo:


A estrutura geométrica
consiste num quadrado
sobrepujado por dois
«Rectângulos de Ouro».
O centro do círculo está
relacionado com estas
formas geométricas.

    Marco do Rectângulo e estrutura
                            interna
O Método Iconográfico não explica o
corte do medalhão do lado esquerdo
com a figura de Adão




   Anunciação
   Vasco Fernandes
   (c. 1506-1511)
O Método Geométrico permitiu
descobrir um corte de 6 cm
efectuado do lado esquerdo o que
seria suficiente para a
representação totoal do medalhão.
Permite também perceber a relação
entre o círculo inscrito no quadrado:
o divino que se inscreve no
humano, ou seja, a Incarnação do
Verbo de Deus.
(para detalhes ver a Tese no site
indicado no último slide).


             Marco do Rectângulo e estrutura
                                     interna
AVANÇANDO UM
POUCO MAIS…


O Metodo
Geométrico permite
verificar a diferença
entre o espaço
pictórico e o espaço
real




              Annunciação
       Francesco del Cossa
                     (1470)
Espaço pictórico                          Espaço real


                                                              Virgem Maria


                             Coluna central




                                         Anjo Gabriel                Caracol

                               Annunciação - Francesco del Cossa
                                Vista superior (por Loic Richalet)

CONCLUSÃO: No espaço real o Anjo Gabriel não vê a Virgem Maria
Do método de Piero della
Francesca selecionámos o
                                                  Ponto de fuga
   CUBO PERSPETIVO:




    Face superior
(= vista em perspetiva)

                                                        Face frontal
                                                     (= vista superior)




Adaptação pessoal do método de Piero della Francesca: duas vistas da
     mesma realidade : a Vista em Perspetiva e a Vista Superior
Exemplificando - usando o processo do cubo de Piero




Estrutura arquitectónica em perspetiva...   … e a sua projeção horizontal
          (Vredeman de Vries)                      (Vista superior)
A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO

• O Anjo Gabriel parece estar diante da porta e da Virgem Maria
• O espaço onde se encontram as personagens parece-nos ser rectangular
• A cadeira parece estar colocado por detrás da Virgem Maria




                  Anunciação - Bartolomeo della Gatta (c. 1500)
CONSTRUÍNDO A VISTA SUPERIOR E COMPARANDO-A
               COM A PINTURA:

                                            Espaço real


       Espaço pictórico




         Anunciação
Bartolomeo della Gatta (c. 1500)



                                   Vista superior (ou projeção horizontal)
O ESPAÇO REAL
• O Anjo não está
colocado directamente
à frente da Virgem
Maria nem diante da
porta.

• As personagens
estão no interior de um
espaço quadrado

• A cadeira não está
por detrás da Virgem
Maria
A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO




   Anunciação - Sandro Botticelli (c. 1490)
A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO
• O Anjo Gabriel parece estar posicionado diante da Virgem Maria e diante
da entrada (que parece ser bastante ampla)
• O espaço onde se encontram as personagens parece-nos ser bastante
reduzido em profundidade
• As colunas centrais parecem ter secção quadada




                      Anunciação - Sandro Botticelli (c. 1490)
CONSTRUÍNDO A VISTA SUPERIOR E COMPARANDO-A
               COM A PINTURA:
                                            Espaço real



     Espaço pictórico




         Anunciação
   Sandro Botticelli (c. 1490)

                                 Vista superior (ou projeção horizontal)
O ESPAÇO REAL:

• O Anjo Gabriel não está à
frente da Virgem Maria
nem diante da porta
• O compartimento é mais
profundo do que
aparentava ser
• As quatro colunas
centrais têm uma secção
rectangular
• A porta é muito pequena
• O Anjo só consegue ver a
Virgem Maria através de
um pequeno espaço entre
a 2ª e a 3ª colunas.
• Motivos para estas opções dos pintores?

• Nada disto seria perceptível se não fosse analisado
             em termos geométricos !!!

                   • Conclusão?
Uma interacção que permite compreender melhor as
    pinturas e os segredos que elas encerram


         ENDEREÇO ELETRÓNICO DA TESE:
    http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/18025


                                                         Fim

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Iconografia quinhentista

  • 1. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 17 de setembro de 2011 Luís Alberto Casimiro (FLUP) luis.casimiro@sapo.pt
  • 2. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA O século XVI conhece profundas mudanças • Atinge-se o Renascimento pleno (ao qual está associado o conceito de Humanismo e Antropocentrismo) • Surgem diversos tratados graças ao desenvolvimento do espírito científico • Dá-se a Reforma Protestante (1517) • A Igreja responde através do Concílio de Trento (1545-1563).
  • 3. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA No campo artístico registam-se acontecimentos importantes: • Os pintores conseguem a representação perfeita do espaço em perspetiva, criando a ilusão da 3ª dimensão • O realismo das obras é levado a um extremo (parece haver uma disputa com a própria natureza) • A escultura autonomiza-se face à arquitetura • O conhecimento anatómico e o domínio técnico traduzem-se na perfeição das formas humanas como nunca antes se observara • A Europa protestante e a Europa católica seguem caminhos diferentes no campo artístico • O Renascimento dá lugar a outras expressões plásticas.
  • 4. Pintura representando um espaço correctamente perspetivado: NOÇÃO DE TRIDIMENSIONALIDADE Anunciação Carlo Crivelli (c.1486)
  • 5. Pranto sobre Cristo morto - Andrea Mantegna (c. 1490)
  • 6. Teto da Capela Sistina - Miguel Ângelo (1508-1512)
  • 7. Glorificação de Urbano VIII - Pietro da Cortona (1633-1639) Roma, Palácio Barberini
  • 8. Pietà – Miguel Ângelo (1499)
  • 9. Pietà – Miguel Ângelo (pormenores)
  • 10. Pietà – Miguel Ângelo (pormenores)
  • 12. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA ANALISE DE OBRAS DE ARTE 1- ANÁLISE ARTÍSTICA (Composição, perspetiva, formas, luz, cor, movimento, volume…) 2- ANÁLISE ICONOGRÁFICA (Aplicação do Método Iconográfico de Erwin Panofsky)
  • 13. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 1- ANÁLISE ARTÍSTICA COMPOSIÇÃO • Composição simétrica • Composição assimétrica • Composição fechada (centrípeta) • Composição aberta (centrífuga) • Composição segundo critérios geométricos: (Linear, Curvilínea, Piramidal, Triangular, Circular, Oval, Rectangular … em forma de carateres tipográficos: C - J - L - S - Z - Y ...)
  • 14. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 1- ANÁLISE ARTÍSTICA • COMPOSIÇÕES ORGANIZADAS PELA LINHA RECTA: - HORIZONTAL (estabilidade, descanso, paz) - VERTICAL (segurança, força, ascensão, espiritualidade) - DIAGONAL (dinamismo, maior expressão dramática) • COMPOSIÇÕES ORGANIZADAS PELA LINHA CURVA: - Implicam graciosidade e movimento - Podem estruturar-se em espiral ou - Através de curvas e contracurvas em forma de «S»
  • 15. Composição simétrica Senhora com o Menino e dois Santos Andrea del Sarto (1517)
  • 16. Composição linear Última Ceia – Andrea del Castagno (c. 1447) Florença, refeitório de Santa Apolónia
  • 17. Composição linear Última Ceia – Andrea del Castagno (c. 1447) Florença, refeitório do convento de Santa Apolónia
  • 18. Composição Triangular Virgem com o Menino e S. João Baptista Rafael Sanzio
  • 19. Senhora e o Menino, Giovanni Belinni
  • 20. Composição Circular Sagrada Família, Miguel Ângelo
  • 21. Dinamismo da linha oblíqua Noli me tangere Correggio (c. 1525) Madrid, Museo del Prado
  • 22. Dinamismo das linhas curvas e em forma de «S» O Rapto das filhas de Leucipo – Peter Paul Rubens
  • 23. Composição em «Y» Descimento da Cruz Peter Paul Rubens
  • 24. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 1- ANÁLISE ARTÍSTICA DESTACAMOS COMPOSIÇÕES QUE ATENDEM A CRITÉRIOS DE PROPORÇÕES: - A SECÇÃO ÁUREA (TAMBÉM CONHECIDA POR DIVINA PROPORÇÃO OU REGRA DE OURO) - O RECTÂNGULO DE OURO E O PONTO DE OURO
  • 25. USANDO O PONTO DE OURO F Ponto de Ouro F F F PONTO DE OURO :Ponto que resulta do cruzamento das linhas que unem a Secção Áurea dos lados maiores e menores
  • 26. F F F Ponto de Ouro F
  • 31. A ponte de Courbevoie - Georges Seurat (1885) – Londres, Courtland Institutes Galleries
  • 32. Narciso e Eco – John William Waterhouse
  • 33. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 1- ANÁLISE ARTÍSTICA PERSPETIVA Do latim item perspectiva que significa “olhar através” Ou do latim perspicere que significa “ver claramente” Conjunto de procedimentos que permitem representar numa superfície plana (2D) o que na verdade existe na realidade (3D) dando a ilusão de profundidade (perspectiva linear e perspectiva espacial)
  • 34. Paolo Uccello - Batalha de S. Romão (c. 1450)
  • 35. Paolo Uccello – A caça (c. 1465-70)
  • 36. Paolo Uccello – Milagre da Hóstia profanada (1465-69) predela
  • 37. PERSPETIVA LINEAR Desenho em perspetiva usando 1 ponto de fuga
  • 38. PERSPETIVA LINEAR Desenho em perspetiva usando 2 pontos de fuga
  • 39. PERSPETIVA LINEAR Desenho em perspetiva usando 3 pontos de fuga
  • 40. Um ponto de fuga Aplicação prática
  • 41. Dois pontos de fuga Aplicação prática
  • 42. Três pontos de fuga Aplicação prática
  • 43. Variantes da construção utilizando 3 pontos de fuga
  • 46. Mona Lisa Leonardo da Vinci (1503-1506)
  • 47. A ponte de Courbevoie - Georges Seurat (1885) – Londres, Courtland Institutes Galleries
  • 48. Banhistas em Asnières - Georges Seurat (1884) – Londres, National Gallery
  • 49.
  • 50. CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO EM PERSPETIVA Segundo Leon Battista Alberti (1435) 1: O artista deve desenhar o plano do quadro, a linha do horizonte, o ponto de fuga e as linhas de fuga Linha do horizonte Ponto de fuga Linhas de fuga Plano do quadro Como desenhar as linhas horizontais ?
  • 51. Alberti propôs um método auxiliar para desenhar as linhas horizontais: 2: Construção da vista de perfil Plano da pintura Observador Linha do Horizonte Pontos importantes do diagrama Vista lateral
  • 52. 3: Justaposição dos dois esquemas anteriores Linha do Horizonte Plano da pintura Vista em perspetiva Vista lateral (pintura) Elementos da perspetiva segundo L. B. Alberti
  • 53. Processo simplificado para o desenho em perspetiva: usando os pontos de distância Jean Pélerin (Viator): De Artificiali Perspectiva (1505)
  • 54. Usando este processo é possível desenhar um espaço em perspetiva e conhecer as dimensões dos objectos Ponto de fuga Parede Objecto «3-D» Pavimento Objecto «3-D»
  • 55. Leonardo da Vinci – Estudo para a Epifania (c. 1481)
  • 56. Estrutura arquitectónica desenhada em perspetiva com base no esquema anterior Jan Vredeman de Vries - Livro de Perspectiva (1604-1605)
  • 57. Estruturas arquitectónicas desenhadas em perspetiva Jan Vredeman de Vries - Livro de Perspectiva (1604-1605)
  • 58. F3 Rectângulo de Ouro e F2 Ponto de Fuga (F1) F1 Anunciação – Mestre da Sé de Viseu (c. 1502 – 1505), Viseu – Museu de Grão Vasco
  • 59. d d D1 PF D2 Verificação da corrcta construção da perspectiva utilizando os ponto de distância
  • 60. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 1- ANÁLISE ARTÍSTICA TRATAMENTO DA LUZ Marte e Vénus (1570) Louis Lagrenée
  • 61. A Ceia de Emaús – Caravaggio (c. 1596-1602)
  • 62. Movimento (linhas curvas e serpenteantes) Moisés defendendo as filhas de Jetro Rosso Fiorentino (1523-24)
  • 63. Movimento (linhas diagonais) O anjo aparece a S. Roque Gaspar Dias (c. 1584)
  • 64. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA ANALISE DE OBRAS DE ARTE 2- ANÁLISE ICONOGRÁFICA (Aplicação do Método Iconográfico de Erwin Panofsky)
  • 65. ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA Origem, definição e objetivos • O termo ICONOGRAFIA tem origem nas palavras gregas «eikón» (imagem) e no termo «graphia» (escrita ou descrição) • Etimologicamente, significa «escrita ou descrição de imagens» • O objetivo da iconografia não é somente descrever as imagens, mas também classificar, analisar, identificar (interpretar), e tentar entendê-las dentro da cultura e da civilização da época a que pertencem.
  • 66. ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA Origem, definição e objetivos • Em sintese, podemos dizer que a ICONOGRAFIA é a ciência que permite: Descrever Classificar Analisar Interpretar as imagens, procurando compreendê-las no contexto em que foram criadas, independentemente da sua qualidade ou do seu autor.
  • 67. ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA Origem, definição e objetivos • O termo ICONOLOGIA tem origem no grego «eikón» (imagem) e no sufixo «logia» (de «logos» = razão, pensamento, teoria), o que traduz a ideia de estudo e supõe um processo interpretativo • A ICONOLOGIA procura atingir um nível de significado mais profundo, interpretando o sentido último das imagens (explicar o porquê da sua existência num determinado contexto e lugar) • Este passo só se torna possível se conhecermos o encomendante, o local para onde foi realizada a obra e os motivos da sua encomenda.
  • 68. Exemplificando: Papel da ICONOGRAFIA: identificar o tema, as personagens, o momento representado e o contexto em que ocorre o episódio Papel da ICONOLOGIA: explicar o significado último da obra de arte atendendo ao comitente (quem?), ao lugar para onde foi pensada (para onde? e porquê?).
  • 69. ANÁLISE ICONOGRÁFICA MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY: Pressupõe 3 níveis de significado 1- Nível Pré-Iconográfico (Significado primário ou natural) 2- Nível Iconográfico (Significado secundário ou convencional) 3- Nível Iconológico (Significado intrínseco ou conteúdo)
  • 70. O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY 1- Nível Pré-Iconográfico (significado primário ou natural) • Nesta fase é feito um reconhecimento da obra no sentido mais elementar, recorrendo à experiência prática • Descreve-se, em termos formais, o significado primário e natural presente na imagem que se observa.
  • 74. O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY 2- Nível Iconográfico (significado secundário ou convencional) • Esta 2ª etapa consiste na análise iconográfica, propriamente dita, ou «iconografia em sentido estrito» • O objetivo é descobrir o conteúdo temático (o significado convencional da obra de arte) • Passa-se para o mundo do inteligível, sendo necessário recorrer às tradições culturais, às fontes literárias da época, ou de épocas anteriores, a símbolos, alegorias e personificações, para identificar uma figura ou um acontecimento.
  • 75. 2- Nível Iconográfico Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498) Identifica-se o tema, o autor, as personagens, o momento representado e o contexto em que ocorre o episódio
  • 76. 2- Nível Iconográfico Simão Zelote Judas Iscariotes Jesus Cristo Tiago Maior Judas Tadeu Tiago Menor Bartolomeu Mateus Tomé Filipe André Pedro João Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498) Identificação das personagens com base nos estudos de Leonardo daVinci
  • 77. Estudos de Leonardo para a Última Ceia
  • 78. Estudos das personagens para a Última Ceia
  • 79. 2- Nível Iconográfico Vénus e Marte - Andrea Mantegna (1497)
  • 80. ASPETOS A TER EM CONTA: • À primeira vista trata-se de um grupo de deuses da Antiguidade • Marte e Vénus estão de pé, diante de um leito, sobre um arco formado por um rochedo • O Amor dispara uma zarabatana para Vulcano que se encontra à esquerda, na sua forja • À direita, no primeiro plano, Mercúrio encontra-se acompanhado de Pégaso, o cavalo alado • Ao centro do quadro, diante de Marte e Vénus dançam as nove musas ao som da lira tangida por Apolo, que se encontra sentado sobre um tronco.
  • 81. 2- Nível Iconográfico ASPETOS A TER EM CONTA Os elementos simbólicos e a sua mensagem: Alusão às Vaidades da Vida Humana: tudo é transitório e efémero • A glória • O prazer • A riqueza Vanitas (1650) Simon Renard de Saint André
  • 82. O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY 3- Nível Iconológico (significado intrínseco ou conteúdo) • De início, Panofsky designa este nível como «iconografia em sentido mais profundo», ou «Iconografia interpretativa» • Mais tarde, vai classificá-lo como «Iconologia».
  • 83. O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY 3- Nível Iconológico (significado intrínseco ou conteúdo) Na sua plena aplicação permite: • Interpretar a história representada • Compreender o significado dessa história no contexto em que foi criada. Isto pressupõe: • Conhecer o comitente • O local original para onde foi realizada • O programa iconográfico onde se inseria ...
  • 84. 3- Nível Iconológico Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498) Papel da ICONOLOGIA: explicar o significado último da obra de arte atendendo ao comitente (quem?), ao lugar para onde foi pensada (para onde? e porquê?).
  • 85. Última Ceia (1495-1498) - Leonardo da Vinci Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão
  • 86. Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão
  • 87. Planta do complexo do Convento de Santa Maria delle Grazie – Milão Esquema geométrico do refeitório
  • 88. Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão
  • 89. Crucifixão (1495) - Giovanni Donato da Montorfano Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie - Milão
  • 90. 3- Nível Iconológico Vénus e Marte - Andrea Mantegna (1497)
  • 91. 3- Nível Iconológico • A cena contém, apenas, personagens mitológicas, mas não tem equivalente na Antiguidade • Haverá, pois, um objetivo, um significado próprio que explique esta associação? • Associar Marte, Vénus, Vulcano, Mercúrio, Pégaso, Apolo e as 9 Musas obedece a intenções que se devem tentar compreender no devido contexto histórico: finais do século XV, em Mântua, na corte dos Gonzaga.
  • 92. • Isabel d’Este, esposa de Gian Francesco Gonzaga, encomendou esta pintura a Andrea Mantegna para decorar um gabinete privado destinado à meditação e ao estudo • O objectivo destas obras era criar uma harmonia temática entre o gabinete, a sua decoração, as coleções que encerrava (por vezes muito valiosas) e a identidade do seu proprietário • Para compreender a pintura é necessário remetê-la para o seu espaço original e relacioná-la com a sua proprietária e a coleção que possuía e o projeto figurativo de que o quadro faz parte.
  • 93. Isabel d’Este, era uma mulher: • Erudita • Dedicada à leitura de textos latinos • Amante da música e da dança • Possuidora de uma valiosa coleção de relevos antigos (destacava-se um sarcófago com figuras mitológicas) • Possuía estátuas de bronze, réplicas de originais (entre eles uma de Apolo de Belvedere) Para acompanhar estas obras escolheu como mote da pintura um tema inspirado na Antiguidade, ao qual deu um sentido novo.
  • 94. • Francesco Gonzaga, como militar, surge representado com os traços de Marte e a sua esposa como Vénus, mas uma Vénus virtuosa, protectora das Artes como testemunha a presença das Musas que dançam aos pés do divino par • O infortúnio conjugal de Vulcano está remetido para segundo plano, em benefício de uma representação que faz de Marte e de Vénus os pais da Harmonia.
  • 95. • O casal aparece rodeado de frutos e flores de carácter simbólico: murta (flor de Vénus) marmelos e limões (associados ao matrimónio) e o loureiro (associado às Musas) • As cores dos tecidos do leito, azul, vermelho e branco são, respetivamente, as cores dos planetas Vénus, Marte e Mercúrio, assim como as das duas famílias: a de Este e a dos Gonzaga.
  • 96. A presença de Pégaso e de Mercúrio estão associados à representação da constelação e do planeta que presidiram ao casamento dos noivos.
  • 97. • Assim, a pintura, além de ser uma representação alegórica da corte que confere aos príncipes uma aparência divina, apresenta-se, também, como um sistema de referência múltiplas: • Um código de cores • Um código vegetal • Um código astrológico Que funcionam em paralelo e contribuem para especificar a identidade do par e as circunstâncias que envolvem a pintura SÍNTESE ICONOLÓGICA: A pintura, onde triunfa Marte e Vénus, constitui uma alegoria da corte de Mântua, para celebrar a união de Isabel d’Este com Gian Francesco Gonzaga.
  • 98. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA Episódios mais representados RELIGIOSOS: • Temática veterotestamentária • Temática Cristológica • Temática Mariana • Temática Hagiográfica
  • 99. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA Episódios mais representados PROFANOS: • Mitologia • Natureza-Morta • Retrato • Alegorias
  • 100. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA TEMAS RELIGIOSOS: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES (Textos Bíblicos ou afins) • Bíblia Sagrada • Biblia Pauperum • Bíblia Moralizada • Apócrifos do Antigo Testamento • Evangelhos Apócrifos
  • 101. TEMAS RELIGIOSOS: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES • Vita Christi de Ludolfo de Saxónia • Speculum humanae Salvationis (Ludolfo de Saxónia ?) • Revelationes de Santa Brígida • Biblia Pauperum • Hortus Deliciarum de Herrade de Hohenburg • Legenda Áurea de Jacopo da Varazze • Horae (Livros de Horas) • Flos Sanctorum
  • 102. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo do Nascimento de Jesus Cristo: - Natividade - Adoração dos pastores - Adoração dos Reis Magos (Epifania)
  • 103. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo da Infância de Jesus Cristo: - Apresentação de Jesus no Templo - Circuncisão - Fuga para o Egipto - Regresso do Egipto - Jesus entre os Doutores da Lei
  • 104. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo da Vida pública de Jesus Cristo: - Baptismo - Bodas de Caná - Tentações no deserto - Vocação dos Apóstolos - Transfiguração - Pregação e Milagres
  • 105. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo da Paixão de Jesus Cristo: - Entrada de Jesus em Jerusalém - Expulsão dos vendedores (Purificação do Templo) - Última Ceia - Oração de Jesus no Horto das Oliveiras (Agonia de Jesus) - Prisão de Jesus Cristo (Beijo de Judas) - Flagelação - Coroação de espinhos - Ecce Homo (cont.).
  • 106. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo da Paixão de Jesus Cristo (cont.): - Senhor da Cana Verde (Varão das Dores) - Cristo a caminho do Calvário - Verónica limpa o rosto de Cristo - Jesus Cristo é pregado na Cruz - Crucifixão - Descimento da Cruz (Cristo é descido da Cruz) - Lamentação sobre Cristo Morto (Pranto sobre Cristo Morto) - «Pietá» - Jesus é deposto no sepulcro (Deposição no túmulo).
  • 107. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo da Ressurreição e Glorificação de Jesus Cristo: - Ressurreição - Descida de Cristo ao Limbo - Aparições de Cristo ressuscitado: - À Virgem Maria - A Maria Madalena - Aos Apóstolos - Cristo e os discípulos de Emaús (Ceia de Emaús) - Incredulidade de Tomé.
  • 108. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO Episódios representados com mais frequência: Ciclo da Ressurreição e Glorificação de Jesus Cristo: - Ascensão - Juízo Final (Jesus Senhor do Universo) Representações da Santíssima Trindade - Trindade Terrena e Trindade Divina - Trindade Dolorosa - Trindade «Paternitas» - Trindade «Trono da Graça» - Trindade Triunfante.
  • 109. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA Episódios representados com mais frequência: - Encontro de Joaquim e Ana na porta dourada de Jerusalém - Natividade da Virgem Maria - Apresentação da Virgem no templo de Jerusalém - Esponsais da Virgem Maria (Desposórios da Virgem Maria) - Anunciação do Senhor - Visita de Maria a Santa Isabel (Visitação) - Dormição (passamento ou morte) da Virgem Maria - Assunção de Maria ao Céu - Coroação da Virgem Maria.
  • 110. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA Outros temas representando a Virgem Maria: - Pentecostes - Imaculada Conceição - Virgem com o Menino - Virgem do Leite - Virgem da Misericórdia -…
  • 111. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES: EXEMPLOS Apresentação da Virgem no Templo de Jerusalém Evangelhos Apócrifos • Proto-Evangelho de Tiago – Cap. VII • Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. IV • Evangelho da Natividade de Maria – Cap. VI.
  • 112. APRESENTAÇÃO DA VIRGEM NO TEMPLO (Fonte Apócrifa) Ticiano (1534-1538)
  • 113.
  • 114. Vestes sacerdotais com peitoral e tintinábulos, ver: Ex 28, 17-20
  • 115. Apresemtação da Virgem no Templo - Cima da Conegliano (c. 1500) – 15 degraus
  • 116. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES ANUNCIAÇÃO (Fonte Bíblica e Apócrifas) • Fonte Bíblica: Lc 1, 26-38 • Fontes Apócrifas: Proto-Evangelho de Tiago – Cap. IX, 2 (na fonte) • Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. IX, 1-2 (1º na fonte; 2º em casa) • Evangelho Arménio da Infância – Cap. V, 2-3 (em 2 momentos)
  • 117. Anunciação no Poço / Fonte (mosaico)
  • 118. Anunciação no Poço / Fonte (Ícone)
  • 119. Presença de objetos retirados dos Evangelhos Apócrifos Anunciação Gregório Lopes (c. 1531-1540)
  • 120. Presença de objetos retirados dos Evangelhos Apócrifos Mestre de Abrantes (c. 1548-1550)
  • 121. Presença dos arcos e do «baldaquino» Duccio
  • 126. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES Adoração dos Reis Magos - Evangelhos Canónicos: Mt 2, 1-12 - Evangelhos Apócrifos: - Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. XVI, 1-2 - Evangelho Arménio da Infância – Cap. XI, 1-3 - Livro Sobre a Infância do Salvador – nº 91-92
  • 127. Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. XVI, 1-2: “Cada um ofereceu uma moeda de ouro ao Menino” Evangelho Arménio da Infância – Cap. XI, 1-3: “O primeiro era Melkon, rei dos persas; o segundo Gaspar, rei dos índios; e o terceiro Baltazar, rei dos árabes. […] As tropas que os acompanhavam somavam doze mil homens” Livro sobre a infância do Salvador – nº 91-92: “[…] saudaram o Menino, depois puseram-se a adorá-lo […] e cada um beijou o pé do Menino”
  • 128. Adoração dos Reis Magos Mestre da Sé de Viseu (c. 1502-1505)
  • 129. Adoração dos Reis Magos Vicente Gil e Manuel Vicente (início séc. XVI)
  • 130. Adoração dos Reis Magos Pintor desconhecido (c. 1530) Torres Vedras - Museu Municipal
  • 131. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES Fuga para o Egipto Fonte Bíblica: Mt 2, 13-16 Fontes Apócrifas: Ev. Arménio da Infância, XV Ev. Árabe da Infância, IX Ev. Pseudo Mateus, XVII
  • 133. Ev. Pseudo Mateus XX Gregório Lopes (c. 1530)
  • 134. Ev Pseudo Mateus XXII Ev. Árabe da Infância X, 2 Esc. Luso-Flamenga, (c. 1500)
  • 135. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: IMPORTÂNCIA DAS FONTES GRÁFICAS Ascenção de Jesus - Biblia Pauperum
  • 136. Ascenção de Jesus Mestre Sé Viseu (c. 1502-1505)
  • 137. Ascenção de Jesus Vicente Gil e Manuel Vicente (Início séc. XVI)
  • 138. Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda – Arouca (finais do século XV) Oração de Jesus no Horto Flagelação Coroação de espinhos (finais séc. XV) (finais séc. XV) (finais séc. XV)
  • 139. Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda – Arouca (finais do século XV) Cristo a caminho do Calvário Crucifixão Cristo aparece a Maria (finais séc. XV) (finais séc. XV) Madalena (finais séc. XV)
  • 140. Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda – Arouca (finais do século XV) Apresentação de Jesus no Templo Missa de S. Gregório (finais séc. XV) (finais séc. XV)
  • 141. Flos Sanctorum de 1513 fol. 44v
  • 142.
  • 143. Flos Sanctorum de 1513 fol. 3v
  • 144.
  • 145. Flos Sanctorum de 1513 fol. 6v
  • 146.
  • 147. Flos Sanctorum de 1513 fol. 7
  • 148.
  • 149. Flos Sanctorum de 1513 fol. 7v
  • 150.
  • 151. Flos Sanctorum de 1513 fol. 8
  • 152.
  • 153. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: TRATADOS DECRETOS DO CONCÍLIO DE TRENTO E OS TRATADOS PÓS TRIDENTINOS CONCÍLIO DE TRENTO (13 de Dezembro de 1545 - 4 de Dezembro de 1563 Sessão XXV (Dezembro de 1563) O Purgatório/ A Invocação e Veneração das Sagradas Relíquias dos Santos e das Sagradas Imagens / Os Religiosos e as Monjas / As Indulgências, a Mortificação, o Índice e o Lugar dos Embaixadores
  • 154.
  • 155.
  • 156.
  • 157.
  • 158. TRATADOS ARTÍSTICOS PÓS-TRIDENTINOS • ANDREA GILIO - Dialogo degli errori e degli abusi de’Pittori circa l’Istoria (1564) • CASTELLANI – De imaginibus et miraculis sanctorum (1569) • CARLOS BORROMEO – Insctrutiones fabricae et supellectilis ecclesiasticae (1577) • GABRIELLE PALEOTTI – Discorso intorno alle imagini sacre e profane (1582) • JEAN MOLANUS – De picturis et imaginibus sacris (De historia SS. Imaginum et picturarum pro vero earum usu contra abusus, 1570) • JERÓNIMO NADAL – Evangelicae Historiae Imagines (1593) • FEDERICO BORROMEO – De Pictura Sacra (1625) • FRANCISCO PACHECO – Arte de la pintura, su antigüedad y grandezas (1649) • Fr. JUAN INTERIÁN DE AYALA - El Pintor cristiano y erudito (1730).
  • 159. Antes de Trento: a Virgem desmaiada é sustentada por João e as santas mulheres Crucifixão - Agnolo Gaddi (c. 1396)
  • 160. Descimento da Cruz - Roger van der Weyden (c. 1435)
  • 163. Mesmo depois do Concílio de Trento, os pintores não seguem as normas definidas em que, segundo os textos Bíblicos a Virgem deveria ser representada de pé. Nesta pintura continua desmaiada e sustentada por João e as santas mulheres Crucifixão Paolo Veronese (c.1580)
  • 164. ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO 6- Representações da Santíssima Trindade - Trindade Terrena e Trindade Divina - Trindade Dolorosa - Trindade «Paternitas» - Trindade «Trono da Graça» - Trindade Triunfante.
  • 165. A Trindade Celeste e a Trindade Terrena Hieromimus Wierix (séc. XVI)
  • 167. TRINDADE DOLOROSA Colijn de Coter (séc. XVI)
  • 169. TRINDADE «PATERNITAS» Mestre desc. (Icone)
  • 171. TRINDADE «TRONO DA GRAÇA» Fundamentação Bíblica: (Carta aos Hebreus 4, 16) Cristóvão de Figueiredo
  • 175. ICONOGRAFIA QUINHENTISTA FINAIS DO SÉCULO XVI: BARROCO ITALIANO (Contra-Reforma) PINTURA NÓRDICA (Reforma)
  • 176. O BARROCO ITALIANO Glorificação de Urbano VIII - Pietro da Cortona (1633-1639) Roma, Palácio Barberini
  • 177. O papel de Santo Inácio na expansão do nome de Deus no mundo (Apoteose de Santo Inácio) Andrea Pozzo (1691-1694) – Roma, Igreja de Santo Inácio de Loiola
  • 178.
  • 179.
  • 180.
  • 181.
  • 182.
  • 183.
  • 184. A PINTURA NÓRDICA: O contraste nas técnicas e nos temas Retrato de Dama nobre - Barthel Bruyn, o Velho (1530-35)
  • 185. Retrato de Nobre - Barthel Bruyn, o Velho (1531)
  • 187. Caveira num nicho Barthel Bruyn (c. 1515)
  • 188. Vanitas - Pieter Claesz (1630)
  • 189. Vanitas - Pieter Claesz (1630)
  • 190. Vanitas com esfera de vidro – Pieter Claesz (c. 1630)
  • 191. Vanitas – Harmen Steenwyck (c. 1645)
  • 192. Natureza-morta com queijo e fruta - Floris Claesz Van Dyck (1615-20)
  • 193. Natureza-morta com Instrumentos musicais - Claesz Pieter (1623)
  • 194. Natureza-Morta: mesa posta - Willem Claesz Heda (1635)
  • 196.
  • 197. Guilda dos Ourives de Amsterdam – Thomas de Keyser (1627)
  • 198. A Companhia do Capitão Reyner Reael - Frans Hals e Pieter Codde (1637)
  • 199. Banquete dos Oficiais - Bartholomeus van der Helst (1648)
  • 200. O MÉTODO GEOMÉTRICO • O Método Geométrico é um complemento do Método Iconográfico. Enquanto este nos descreve e explica o significado dos vários elementos, o Método Geométrico permite justificar • A sua localização • As suas proporções • A relação entre os vários elementos e mesmo conhecer as opções dos pintores quanto às dimensões da obra e as respectivas leis internas.
  • 201. O MÉTODO GEOMÉTRICO Recorre a «ferramentas» próprias das ciências exatas: 1- Leis da perspetiva linear 2- Construção do «marco» da pintura, determinação do «módulo» e suas divisões harmónicas 3- Existência de formas geométricas O objetivo é conhecer o «esquema geométrico de composição» que esteve na génese estrutural da pintura e, assim, perceber melhor o pensamento original do pintor.
  • 202. O Método Iconográfico não dá resposta a muitas questões. Exemplo: Porque a pomba do Espírito Santo se encontra naquele lugar? Anunciação Jorge Afonso (atr.) (c. 1520-1525)
  • 203. O Método Geométrico justifica a localização da pomba do Espírito Santo: A estrutura geométrica consiste num quadrado sobrepujado por dois «Rectângulos de Ouro». O centro do círculo está relacionado com estas formas geométricas. Marco do Rectângulo e estrutura interna
  • 204. O Método Iconográfico não explica o corte do medalhão do lado esquerdo com a figura de Adão Anunciação Vasco Fernandes (c. 1506-1511)
  • 205. O Método Geométrico permitiu descobrir um corte de 6 cm efectuado do lado esquerdo o que seria suficiente para a representação totoal do medalhão. Permite também perceber a relação entre o círculo inscrito no quadrado: o divino que se inscreve no humano, ou seja, a Incarnação do Verbo de Deus. (para detalhes ver a Tese no site indicado no último slide). Marco do Rectângulo e estrutura interna
  • 206. AVANÇANDO UM POUCO MAIS… O Metodo Geométrico permite verificar a diferença entre o espaço pictórico e o espaço real Annunciação Francesco del Cossa (1470)
  • 207. Espaço pictórico Espaço real Virgem Maria Coluna central Anjo Gabriel Caracol Annunciação - Francesco del Cossa Vista superior (por Loic Richalet) CONCLUSÃO: No espaço real o Anjo Gabriel não vê a Virgem Maria
  • 208. Do método de Piero della Francesca selecionámos o Ponto de fuga CUBO PERSPETIVO: Face superior (= vista em perspetiva) Face frontal (= vista superior) Adaptação pessoal do método de Piero della Francesca: duas vistas da mesma realidade : a Vista em Perspetiva e a Vista Superior
  • 209. Exemplificando - usando o processo do cubo de Piero Estrutura arquitectónica em perspetiva... … e a sua projeção horizontal (Vredeman de Vries) (Vista superior)
  • 210. A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO • O Anjo Gabriel parece estar diante da porta e da Virgem Maria • O espaço onde se encontram as personagens parece-nos ser rectangular • A cadeira parece estar colocado por detrás da Virgem Maria Anunciação - Bartolomeo della Gatta (c. 1500)
  • 211. CONSTRUÍNDO A VISTA SUPERIOR E COMPARANDO-A COM A PINTURA: Espaço real Espaço pictórico Anunciação Bartolomeo della Gatta (c. 1500) Vista superior (ou projeção horizontal)
  • 212. O ESPAÇO REAL • O Anjo não está colocado directamente à frente da Virgem Maria nem diante da porta. • As personagens estão no interior de um espaço quadrado • A cadeira não está por detrás da Virgem Maria
  • 213. A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO Anunciação - Sandro Botticelli (c. 1490)
  • 214. A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO • O Anjo Gabriel parece estar posicionado diante da Virgem Maria e diante da entrada (que parece ser bastante ampla) • O espaço onde se encontram as personagens parece-nos ser bastante reduzido em profundidade • As colunas centrais parecem ter secção quadada Anunciação - Sandro Botticelli (c. 1490)
  • 215. CONSTRUÍNDO A VISTA SUPERIOR E COMPARANDO-A COM A PINTURA: Espaço real Espaço pictórico Anunciação Sandro Botticelli (c. 1490) Vista superior (ou projeção horizontal)
  • 216. O ESPAÇO REAL: • O Anjo Gabriel não está à frente da Virgem Maria nem diante da porta • O compartimento é mais profundo do que aparentava ser • As quatro colunas centrais têm uma secção rectangular • A porta é muito pequena • O Anjo só consegue ver a Virgem Maria através de um pequeno espaço entre a 2ª e a 3ª colunas.
  • 217. • Motivos para estas opções dos pintores? • Nada disto seria perceptível se não fosse analisado em termos geométricos !!! • Conclusão?
  • 218. Uma interacção que permite compreender melhor as pinturas e os segredos que elas encerram ENDEREÇO ELETRÓNICO DA TESE: http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/18025 Fim