1. O texto discute as ideias de Durkheim e Marx sobre sociologia. Durkheim via a sociedade como um "reino moral" que determina as ações individuais através da educação e das representações coletivas. Já Marx enxergava a história como resultado da luta de classes, onde as contradições do capitalismo levariam ao socialismo.
2. O documento também aborda tópicos como a diferenciação social segundo Durkheim e as leis históricas de acordo com Marx, que vinculava o progresso ao desenvolvimento das forças produt
2. 1 O homem faz a sociedade ou a
sociedade faz o homem?
• Tensão entre:
a) Sociedade como estrutura com
poder de coerção e determinação
sobre as ações individuais
b) Indivíduo como agente criador e
transformador da vida coletiva
3. 2 Durkheim (1858-1917) e o
pensamento sociológico
• Influências do cientificismo e
biologismo do século XIX
a) Delimitação clara do objeto de
estudo e do método da sociologia
b) Vislumbrou a existência de um
“reino social” ( reino moral)
4. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• O reino moral
a) Lugar dos fenômenos morais
b) Composto pelas ideias ou ideais
coletivos
c) Toda a vida social se passa ali
d) O meio moral está para as
consciências individuais assim como
os meios físicos estão para os
organismo vivos
e) É determinante na vida das pessoas
5. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• O papel do sociólogo
a) É o único preparado para detectar
os estados coletivos
b) Assumir a mesma postura dos
físicos, químicos ou biólogos em
seus laboratórios
c) A sociedade, a vida coletiva, deve
ter suas leias próprias,
independentes das vontades
humanas
6. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• A sociologia positiva e seu estudo
a) Seguindo os métodos certos pode-se
descobrir as leis sociais
b) Lei como relação necessária entre
dois fatos, descoberta da lógica
inscrita no próprio real e
apresentada na forma de enunciado
c) O fator social é sempre
determinante
d) Separação entre teoria e prática
7. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• A sociologia positiva e seu estudo
e) Meio moral deve ser tomado como
um dado bruto à observação do
investigador, que não deve assumir
os valores nele contidos
f) Religião, moral, direito, economia,
educação, são sistemas de valores
g) Não podemos nos contaminar com
os valores expressos nos
fenômenos
8. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• Os fatos sociais como objeto
privilegiado da sociologia
a) Coerção exterior
b) Existência própria, independente
das manifestações individuais que
possam ter
c) Devem ser considerados como
coisas
9. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• Significado de coisas
a) Idéia vaga e confusa dos fatos
sociais (ilusão de conhecimento)
b) Senso comum como contrário ao
estudo científico dos fenômenos
sociais
c) Deve-se desconfiar das primeiras
impressões
d) Devemos nos livrar das pré-noções,
preconceitos não científicos
10. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• Significado de coisas
“Coisa” para ele é todo objeto de
conhecimento que a inteligência
humana não penetra de modo
imediato, necessitando o auxílio da
ciência. Tratar os fatos sociais como
coisas, portanto, é uma postura
intelectual, uma atitude mental (p.
20).
11. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• Coerção dos fatos sociais
a) moda, casamento, correntes de
opinião são exteriores às vontades
individuais
b) Crime é de conhecimento coletivo
que deva receber uma sanção – é
fato social assim como a lei que
prevê sua punição
12. 2 Durkheim e o pensamento
sociológico
• Coerção dos fatos sociais
São fatos sociais não só porque são
normais, mas porque são
percebidos como fatos sociais pelos
membros da sociedade; e porque
exercem alguma pressão sobre os
indivíduos, alguma coerção, alguma
obrigatoriedade (p. 20).
13. 3 A sociedade na cabeça de cada um
• A noção de representações coletivas
a) Representações individuais
b) Representações coletivas
c) Na cabeça do ser social não
trafegam apenas estados mentais
sociais
d) Conjunto de crenças, hábitos,
valores, que revelam os quanto há
dos outros em nós (pessoas que
convivem conosco e que já
morreram)
14. 3 A sociedade na cabeça de cada um
• A noção de representações coletivas
e) Não apenas o indivíduo faz parte da
sociedade
f) Uma parte da sociedade faz parte
do indivíduo
g) Por outro lado, a sociedade só
existe em sua plenitude se
tomarmos o conjunto (não cabe
completa em um só indivíduo)
15. 3 A sociedade na cabeça de cada um
• A noção de representações coletivas
h) Derivam da cooperação dos
indivíduos
i) Sentimentos privados só se tornam
sociais quando se combinam entre
si, são compartilhados e geram, em
decorrência, algo novo
j) O todo tem precedência sobre as
partes
k) A sociedade tem vontade própria
16. 3 A sociedade na cabeça de cada um
• A noção de representações coletivas
l) Pensa, sente, deseja, embora não o
possa fazer a não ser através dos
indivíduos
m)Consciência coletiva existe através
das consciências individuais
n) A vida coletiva é obra também das
gerações passadas
o) Crenças, valores e regras – vontade
da sociedade
17. 3 A sociedade na cabeça de cada um
• A noção de representações coletivas
p) Agimos de acordo com a vontade da
sociedade porque assim
aprendemos, fomos educados para
isso
q) A educação tem conteúdos
r) Existe um meio moral no qual
somos educados (crenças, valores,
e regras produzidos pelas gerações
passadas e presentes)
18. 4 A diferenciação da sociedade
• O meio moral é produzido pela
cooperação entre os indivíduos
• Na sociedade industrial, essa
cooperação se dá pelo processo de
interação que Durkheim chamou de
divisão do trabalho social
• Condição essencial para que a
sociedade possa existir é o
consenso
• Sem consenso não há cooperação
19. 4 A diferenciação da sociedade
• Com pouca divisão do trabalho, há
solidariedade por semelhança entre
os indivíduos
• Na solidariedade orgânica (moderna
sociedade industrial) as pessoas
cooperam porque dependem umas
das outras
• A divisão do trabalho é a solução
pacífica para a luta pela vida
20. 4 A diferenciação da sociedade
• O consenso e o individualismo
a) Nas sociedades com pouca divisão
do trabalho, a consciência coletiva é
mais forte, as pessoas
desempenham funções sociais
muito semelhantes, “pensam com a
mesma cabeça”
b) Nas sociedades com maior divisão
do trabalho, as pessoas têm maior
margem de liberdade, para pensar e
agir por conta própria – margem
maior para a interpretação pessoal
21. 4 A diferenciação da sociedade
• O consenso e o individualismo
a) Valores, crenças, normas
compartilhados no seio de uma
cultura pelos indivíduos são mais
imperativos, obrigatórios e
homogêneos numa sociedade pouco
diferenciada
b) Sofrem interferências de grupo, de
status e de classe numa sociedade
muito diferenciada
22. 4 A diferenciação da sociedade
• O consenso e o individualismo
a) No primeiro caso, todos são
rigidamente ensinados a obedecer as
mesmas normas, a compartilhar as
mesmas crenças e os mesmos valores
b) No segundo, em função da divisão do
trabalho e da especialização, cada
indivíduo, assume valores, crenças e
normas diferenciadas conforme o grupo
ao qual se vincula na vida profissional,
as regras gerais são relativizadas
23. 4 A diferenciação da sociedade
• O consenso e o individualismo
Quando há forte diferenciação social há
muitos lugares diferentes de onde se
olhar as regras. A tendência será,
então, o conflito, decorrente da
competição imposta pela diferenciação.
Os indivíduos passam a guiar-se pela
busca da satisfação de interesses que
são cada vez mais pessoais e cada vez
menos coletivos, na luta pela
sobrevivência que aprendem na
sociedade complexa em que nascem
24. 4 A diferenciação da sociedade
• Individualismo e liberdade
Só numa sociedade complexa e
diferenciada é que se torna possível
diminuir a rigidez das regras
sociais, sua validade geral e
indistinta, e só assim o indivíduo
pode ter certa liberdade de
julgamento e de ação. Mas, quanto
mais liberdade individual, mais
individualismo, entendido como
perda dos sentimentos gregários...
26. • O que existe por trás das aparências
dessa nova, maravilhosa e terrível
realidade parida a fórceps pela
moderna sociedade industrial
capitalista?
• Quais os mecanismos de
enquadramento sobre os indivíduos
e a que interesses eles de fato
servem?
• Que forças sociais emergentes
neste novo momento histórico são
capazes de controlar as
consciências dos homens?
27. • Diante do acúmulo das mazelas
sociais já desde o berço da
sociedade capitalista, como
transformar esta realidade?
• Com impedir que os muitos que
estão por baixo sejam esmagados
pelos poucos que estão por cima?
• Será que o ato de educar pode ser
algo mais do que um mecanismo de
manutenção da ordem?
• Será possível educar para a
emancipação do homem, para livrá-lo
de toda a opressão que o
esmaga?
28. 1 Marx (1818-1883) e o pensamento
sociológico
• Marcou como um corte de navalha o
pensamento ocidental do século XIX
• Objeto de pesquisa fundamental,
para não dizer único, foi a
sociedade capitalista
• Percebeu que havia um processo
histórico em curso que, enquanto
levava a burguesia à condição de
classe dominante, expropriava dos
trabalhadores manuais seus
instrumentos de produção e seus
saberes, transmitidos de geração a
geração
29. 1 Marx (1818-1883) e o pensamento
sociológico
• Combinou em seu pensamento duas
perspectivas diferentes, dois modos
diversos de encarar a realidade
a) Seu pensamento é analítico – ver a
realidade, dissecá-la e reconstruí-la
conceitualmente para entendê-la
b) Seu pensamento é normativo –
pretende vislumbrar como a
realidade deveria ser, construindo
uma utopia em nome da qual seria
necessário agir para transformá-la
30. 1 Marx (1818-1883) e o pensamento
sociológico
• Não era somente um pensador
• Era militante político. Pretendia
colocar suas idéias em prática
através de um partido
• Seu socialismo era científico
• Sua ciência lhe dizia que o
socialismo estava fadado a triunfar
31. 1 Marx (1818-1883) e o pensamento
sociológico
• Para ele não havia contradição
entre teoria e prática
• Nem entre o modo como as coisas
são e o modo como devem ser
a) Se a sociedade verdadeiramente
humana “deve ser” um dia uma
sociedade sem exploração e
opressão
b) Esta possibilidade está dada já
agora, no modo mesmo como a
sociedade presente “é”
32. 1 Marx (1818-1883) e o pensamento
sociológico
• Acreditou haver descoberto o
mecanismo segundo o qual a
história humana funciona
• Engels (1820-1895) acreditava que
assim como Darwin havia
descoberto as leis da evolução das
espécies, Marx havia descoberto as
leis da história
• Para Marx, o que move a história é
a luta entre as classes sociais
33. 1 Marx (1818-1883) e o pensamento
sociológico
• Compreensão da natureza da
sociedade capitalista e a direção na
qual ela estaria se transformando,
graças às suas contradições
34. 2 As leis da história
• História humana seria a da relação
dos homens com a natureza e dos
homens entre si
• Nos dois tipos, o intermediário seria
o trabalho humano como elemento
essencial
• Muda a natureza e coloca-a a seu
serviço
• Para melhor se desencumbir de sua
tarefa, criou instrumentos de
trabalho, como extensões de seu
corpo
35. 2 As leis da história
• Com o gênio, foi cada vez mais
sendo capaz de aumentar e
melhorar os resultados obtidos pelo
trabalho
• Nesse processo, trabalho manual e
reflexão intelectual jamais se
separaram, embora o predomínio de
homens sobre outros tenha gerado
uma distorção no modo pelo qual os
homens tomam consciência da
relação entre o mundo material e o
mundo das idéias
36. 2 As leis da história
• Ao longo da história, cada vez mais,
se desenvolveram as “forças
produtivas”, responsáveis pelo
incremento da produtividade e
aumento do domínio do homem
sobre a natureza, conforto e riqueza
material acumulados ao longo da
história
• Para aumentar a produtividade o
homem foi organizando a produção,
distribuindo tarefas e benefícios
entre os membros da sociedade
37. 2 As leis da história
• Processo de divisão do trabalho
a) Divisão sexual
b) Agricultura e criação de animais
c) Campo e cidade
d) Produção agrícola e industrial
e) Indústria e comércio
38. 2 As leis da história
• Divisão do trabalho como parte do
conjunto das forças produtivas –
determinação mútua
• Div. trabalho é tb. expressão da
existência de diferentes formas de
propriedade no seio de uma dada
sociedade num dado tempo
histórico
• Div. propriedade diz respeito aos
tipos de relações sociais
predominantes numa sociedade a
partir dos tipos de propriedades
39. 2 As leis da história
• Separação básica:
a) Instrumentos ou meios utilizados
para o trabalho
b) Próprio trabalho
Nem sempre os homens que possuem
os meios para realizar o trabalho
trabalham e nem sempre os que
trabalham possuem os meios para
isso
40. 2 As leis da história
• Relações de propriedade como a
base das desigualdades sociais
• Divisão do trabalho possibilitou a
existência de homens que
trabalham para outros homens que
não precisam trabalhar
• A esses modos específicos de
organização do trabalho e da
propriedade, Marx e Engels deram o
nome de “relações sociais de
produção”
41. 2 As leis da história
• Cada época histórica possui um
conjunto de forças produtivas
desenvolvidas, sob o controle dos
homens que nela vivem
• Possui também um conjunto
instituído de relações sociais de
produção que são o modo pelo qual
os homens assumem o controle
sobre as forças produtivas, relações
de propriedade (conjunto total
entendido como “modo de
produção”)
42. 2 As leis da história
• Grandes transformações históricas
foram as mudanças de um modo de
produção a outro
a) Modo de produção escravista antigo
b) Modo de produção feudal
c) Modo de produção capitalista
• Diferentes estágios de
desenvolvimento das forças
produtivas materiais e diferentes
formas de organização da
propriedade
43. 2 As leis da história
a) Relação social básica, escravidão
b) Relação social básica, servidão
c) Relação social básica,
assalariamento
Dessa diferentes relações de
propriedade, da posição dos
homens com relação às formas de
propriedade vigentes num dado
modo de produção, é que surgem as
classes sociais
44. 2 As leis da história
• Transformação de um modo a outro
se dá pelos conflitos abertos entre a
classe dominante e a dominada em
cada época
• As formas de propriedade, quando
se estabelecem funcionam como
uma forma de desenvolvimento das
forças produtivas
• Chega um momento em que as
forças produtivas não conseguem
mais se desenvolver sob a vigência
daquelas relações de propriedade
45. 3 As formas de consciência
• O mundo das ideias, do
conhecimento, das crenças e das
opiniões se relaciona com o mundo
material, da produção, do trabalho
• Como explicar a consciência que os
homens têm ou deixam de ter a
respeito de seu próprio modo de
vida, da produção material de sua
sociedade e das relações de classe,
sejam elas econômicas ou políticas?
46. 3 As formas de consciência
• A consciência que os homens têm
das relações sociais de produção
não condiz com as relações
materiais reais que de fato vivem
a) As idéias, concepções sobre como
funciona o mundo são
representações que os homens
fazem a respeito de suas vidas, do
modo como as relações aparecem
na sua experiência cotidiana. São,
portanto, aparência
47. 3 As formas de consciência
• Para Marx, essas representações
implicam, num primeiro momento,
numa falsa consciência, numa
consciência invertida, pois se
prendem à aparência e não são
capazes de captar a essência das
relações às quais os homens estão
de fato submetidos
48. 3 As formas de consciência
• Quando se estabelece na história
uma determinada forma de divisão
do trabalho, ela estabelece o lugar
de cada um dentro do processo
produtivo.
49. 3 As formas de consciência
• As relações de propriedade
vigentes, o poder político de certos
grupos sobre outros e as formas de
exploração do trabalho que uma
determinada classe social consegue
implantar numa determinada época
histórica, estabelecem e
determinam o que cada indivíduo
está obrigado a fazer, o modo como
está obrigado a trabalhar e viver
50. 3 As formas de consciência
• Na cabeça dos homens que vivem
sob este sistema, isso é percebido,
no plano das ideias, como algo
normal, natural. Ao trabalhador lhe
parece natural que certas pessoas
tenham que trabalhar em troca de
um salário para viver, como se isso
sempre houvesse existido e, mais
ainda, como se tivesse que continuar
existindo para sempre. Esse
indivíduo não vê a sociedade
capitalista como uma sociedade
historicamente construída.
52. 3 As formas de consciência
Durkheim
Aponta que a consciência individual é
dada pela preponderância de uma
consciência coletiva
53. 3 As formas de consciência
Marx
Mostra que o caráter coercitivo,
dominador, não se manifesta
igualmente por parte “da sociedade em
geral” sobre todos os homens
indistintamente, mas sim de uma parte
da sociedade sobre outra. É um situação
criada pela luta entre as classes
54. 3 As formas de consciência
Marx
Se as relações de dominação existem
em toda e qualquer sociedade é porque
elas são socialmente construídas. Não
precisam existir para sempre, pois o
homem pode construir outros tipos de
relações, sem a dominação de uma
classe sobre a outra
55. 3 As formas de consciência
• Exemplo da passagem do modo
feudal para o capitalista:
a) Mestre de ofício controlava todas as
etapas de produção de uma mercadoria
b) Desenvolvimento do comércio e
contratação de mestres de ofício,
submissão ao regime fabril (controle
da produção e agilização do processo)
c) Princípio da linha de produção
d) Introdução de máquinas que começaram a ditar o
ritmo da produção
56. 3 As formas de consciência
• Exemplo da passagem do modo
feudal para o capitalista:
Dupla expropriação e dupla
dependência dos trabalhadores:
a) Meios de produção da vida material
b) Saber do qual dependia a fabricação de um produto
e a própria posição social do artesão
As forças produtivas foram enormemente
desenvolvidas, mas através de um processo social de
expropriação de bens materiais e saberes
57. 3 As formas de consciência
• A alienação:
Bloqueio do entendimento das
consequências do processo pelo modo
como o indivíduo adquire consciência do
mundo social
Aprende apenas que deve trabalhar para viver por não
ser dono das fábricas
Salário desvincula o entendimento do trabalho como
de controle do trabalhador
Trabalho é visto como algo pertencente a outros, fora
do trabalhador
58. 3 As formas de consciência
• A ideologia:
Falsa consciência do mundo em que os
homens vivem
Trabalho alienado e dominação de classe como fatos
naturais
Compartilham uma concepção do mundo dentro da
qual só têm acesso às aparências, sem ser capazes de
compreender o processo histórico real
59. 3 As formas de consciência
• A ideologia:
Sistema ordenado de idéias, concepções, normas,
regras que obriga os homens a comportarem-se
segundo a vontade do sistema, mas, como se
estivessem se comportando segundo sua própria
vontade
A coerção do sistema sobre os indivíduos, na verdade,
é a coerção da classe dominante sobre as classes
dominadas
60. 3 As formas de consciência
• Diferença do capitalismo para outras
formas de dominação:
Em outras formas de dominação anteriores, o
dominado sabia quem era seu dominador:
a) Escravo sabia que era obrigado a trabalhar à força
b) Servo sabia que o dono do feudo lhe arrancava a
maior parte do que plantava e colhia
b) Trabalhador considera justo que seja separado do
fruto de seu trabalho mediante o salário
61. 3 As formas de consciência
• Sobre o salário:
Mais valia
Qualquer salário é injusto porque a relação de
assalariamento é injusta em si
Separa o trabalhador do resultado de seu trabalho e
isso o aliena e o descaracteriza como ser humano
A suprema ironia do capitalismo é que o dominado
pensa com a cabeça do dominador
62. 3 As formas de consciência
• Processo que levaria à nova
sociedade:
Chegaria um momento em que o desenvolvimento das
forças produtivas inevitavelmente entraria em
contradição com as formas capitalistas de propriedade
Se abriria uma época de revolução social e política
Seguiria por uma fase de transição em que os
resquícios do capitalismo seriam destruídos
63. 3 As formas de consciência
• A nova sociedade:
Sem exploradores e explorados
Sem alienação e ideologia
Sem classes sociais e sem Estado
O homem se reencontraria consigo mesmo, seria um
ser autônomo, autocentrado e autoconsciente,
trabalhador manual e intelectual ao mesmo tempo.
Daria à sociedade todo o trabalho por livre vontade e
receberia dela tudo o que precisasse, graças ao
desenvolvimento material propiciado pelo capitalismo
65. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
• Sociedade como resultado de uma
enorme e inesgotável nuvem de
interações interindividuais
Nas ciência sociais os acontecimentos dependem
fundamentalmente da postura e da própria ação do
investigador
A realidade não é uma coisa; ganha uma feição
conforme o olhar que o cientista lança sobre ela
66. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
• Relação com os valores
Os homens vêem o mundo que os cerca a partir de
seus valores
Valores são introjetados de modos distintos, conforme
o processo de interação em que o indivíduo está
inserido
Um mesmo meio cultural pode assumir significados
diferentes e, no momento da ação, ocasionar
diferenças de comportamento conforme o modo de
assimilação dessa cultura ou o tipo de racionalidade
dos indivíduos
67. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
• Sociologia
Realidade como encontro entre os homens e os
valores aos quais se vinculam
Sociologia como possibilidade de captação da
interação entre os homens e valores no seio da vida
cultural (ação social)
Sociedade reside na interação entre os indivíduos
No fragmento a ser estudado se encontra os valores
do investigador
68. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
• Sociologia
O objeto das ciências da cultura será a decifração da
significação da ação social
A única maneira de estudar esse objeto é a
compreensão
Ação social ocorre quando um indivíduo leva os outros
em consideração no momento de tomar uma atitude,
de praticar uma ação
Agir em sociedade supõe algum grau de racionalidade
por quem age
69. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
• Tipos de ação social:
Ação racional com relação a fins
Ação racional com relação a valores
Ação afetiva ou emocional
Ação tradicional
70. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
• Tipos puros ou ideais de ação
Na prática, a vida não ocorre rigidamente como
aparece segundo os tipos
É importante isolá-los para entender a ação
71. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
Construção do tipo ideal: construção mental a partir
de vários exemplos históricos. É um exagero que
jamais será encontrado na prática (puro no sentido de
mais racional possível)
Seleção, na teia inesgotável de eventos e processos, do
aspecto a ser investigado
Comparação entre o mundo empírico e o tipo
construído
Complexidade do real apresentada no afastamento ou
aproximação do tipo id.
72. 1 Weber (1864-1920) e o pensamento
sociológico
O método individualista:
Comportamentos dos agentes são dotados de
intencionalidade
Indivíduo como único portador de comportamento
provido de sentido, de intencionalidade
Estado, igreja, capitalismo reduzem-se a categorias
que se referem a determinados modos de o homem
agir em sociedade
73. 2 O indivíduo e as instituições sociais
O indivíduo, ao agir, leva em consideração, o
comportamento dos outros. Ele é obrigado a
relacionar-se também com as normas sociais
consolidadas, institucionalizadas, que influenciam o
seu agir
74. 2 O indivíduo e as instituições sociais
Comunidade...
Agir em comunidade é aquele agir que se baseia nas
expectativas que temos com relação ao
comportamentos dos outros
Quando agimos racionalmente, esperamos que os
outros também ajam assim, para que possamos
calcular as possibilidades reais de levarmos nossos
objetivos até o fim
75. 2 O indivíduo e as instituições sociais
Comunidade...
Agir em comunidade também pode se fundamentar:
Expectativa de que os outros dêem determinado peso
a certos valores e crenças
Expectativa de que os outros se comportem de um
modo regular, na média dos comportamentos
geralmente usados para aquela situação
Expectativa de que se comportem de modo afetivo,
emotivo
76. 2 O indivíduo e as instituições sociais
Comunidade...
Agir em comunidade é comportar-se com base na
expectativa de que os outros também se comportem
de um determinado modo
77. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
É um agir no qual as expectativas se baseiam nos
regulamentos sociais vigentes
Quando o indivíduo calcula que é melhor agir com
base nas regras também porque os outros igualmente
agem segundo as regras, ele está agindo em sociedade
Regras funcionam como uma espécie de condensação
de expectativas recíprocas, tornando o universo
organizado e inteligível pelos atores individuais
78. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Ordem social
Quanto mais disseminada socialmente estiver a
convicção de cada um de que as regras são
obrigatórias para eles, melhor fundamentadas serão
as expectativas de uns com relação ao comportamento
dos outros
Convenção
Direito
79. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Associação racional com fins
Em busca de seus objetivos e levando em consideração
a existência das normas, o ator social pode
deliberadamente fazer parte de uma coletividade
orientada de modo comum por estes referenciais
Estipula-se os órgãos, os fins, os estatutos e o aparato
da coação da associação. Cada sócio confia que os
demais se comportarão conforme as normas e orienta
por isso sua ação
80. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Institucionalização das associações
São instituições sociais as formas de comunidade
religiosa que chamamos de igreja ou formas mais
estruturais de vida política entre os homens, que
costumamos chamar de Estado
Quanto mais as pessoas assimilam subjetivamente as
regras, mas a previsibilidade aumenta
81. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Estado
A durabilidade dessa associação através das gerações
de indivíduos e a necessidade de estabelecer uma
regulamentação que recubra toda a vida social faz com
que o pertencimento a ela não seja voluntário
82. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Estado
Historicamente, as associações políticas humanas e o
Estado em particular, passaram por um processo de
institucionalização. Neste processo, as regras foram se
tornando cada vez mais racionais e estabelecendo os
meios mais adequados para levá-los a cabo (como
punições que vão de multas em dinheiro a meses de
reclusão)
83. 2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Estado
Poder de imposição (dominação) de homens concretos
sobre a “ação em associação” de outros homens
Possibilidade de aplicação de uma coação (física ou
psíquica)
Agir segundo os fins da associação é agir segundo o
consenso
As possibilidades do consenso ser posto em prática na
vida social serão tanto maiores quanto mais houver
legitimidade
84. 3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
Crescente transformação das associações em
instituições organizadas de maneira racional
referentes a fins se opera na sociedade
Abandono crescente das concepções mágicas e
tradicionais como justificativas para o comportamento
dos homens e para a administração social
85. 3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
a) Dominação tradicional
b) Dominação carismática
c) Dominação racional-legal
a – legitimidade baseada na tradição
b – legitimidade baseada no carisma do líder
c – legitimidade baseada na lei e na racionalidade que
está por trás da lei
86. 3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
Se a associação estatal passa por um processo de
racionalização e de burocratização, as formas de
dominação no Ocidente caminham tendencialmente
para o tipo racional-legal
87. 3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
Quanto mais complexa a sociedade, mais conflitiva
tende a ser a interação entre os indivíduos e grupos,
uma vez que maiores serão as constelações de
interesses que se contrapõem e maior tb a
necessidade de regulamentá-los
Na dominação racional-legal a obediência não é
devida à figura do líder, mas à posição que ele ocupa
no aparato de dominação, devidamente garantida pela
legislação racional
88. 3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
O exercício da autoridade racional depende de um
quadro administrativo hierarquizado e profissional,
que se caracteriza pela existência de uma burocracia
O sentido histórico do processo de racionalização é
uma crescente transformação dos modos informais e
tradicionais de legitimidade em instituições
organizadas racionalmente, impessoal e legalmente
legítimas
89. 3 Desencantar o mundo
Formação do Estado moderno e capitalismo, e seus
dois aspectos:
Lógica da racionalidade, da obediência à lei e
treinamento das pessoas para administrar as tarefas
burocráticas do Estado
a) Constituição de um direito racional
b) Constituição de uma administração racional em
moldes burocráticos
90. 3 Desencantar o mundo
Formação do Estado moderno e capitalismo, e seus
dois aspectos:
a) Oferece as garantias contratuais e a codificação
básica das relações de troca econômica e troca política
que os sustentam
b) Desenvolvimento da empresa capitalista moderna
oferece o modelo para a constituição da empresa de
dominação política própria do capitalismo, o Estado
burocrático