O documento resume os resultados de uma pesquisa sobre cuidados paliativos realizada com estudantes de uma escola secundária. A pesquisa mostra que a maioria dos estudantes já ouviu falar de cuidados paliativos, porém poucos conhecem unidades dedicadas a estes cuidados ou pessoas que os receberam. Todos os estudantes acham importante o desenvolvimento desta área como uma alternativa à eutanásia.
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vida
Palestra "cuidados paliativos"
1. ESCOLA SECUNDÁRIA JOSÉ LOUREIRO BOTAS
Vieira de Leiria
Ana Rocha
Elsa Gonçalves Área de projecto
Marina Pereira Maio 2010 12.º Ano
2. 1. JÁ OUVIU FALAR EM CUIDADOS PALIATIVOS?
2. CONHECE ALGUMA UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS?
3. CONHECE ALGUÉM QUE TENHA RECEBIDO ESTES CUIDADOS?
4. ACHA IMPORTANTE O DESENVOLVIMENTO E O
INVESTIMENTO NA ÁREA?
5. ACHA QUE OS CUIDADOS PALIATIVOS PODEM SER UMA
ALTERNATIVA À EUTANÁSIA?
12. São uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes que
enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável com prognóstico
limitado, e/ ou doença grave (que ameaça a vida), e suas famílias, através da
prevenção e alívio do sofrimento com recurso à identificação
precoce, avaliação adequada e tratamento rigoroso dos problemas não só
físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais.”
OMS (2002)
13.
14. Aceitam os valores próprios e
prioridades do doente
Afirmam a vida e encaram a
morte como um processo natural
Não antecipam nem atrasam a
morte
Centram-se no bem-estar do
doente, ajudando-o a viver tão
intensamente quanto possível até
ao fim
15. Baseiam-se no acompanhamento, na
humanidade, na compaixão, na
disponibilidade e no rigor cientifico
Abordam o sofrimento
físico, psicológico, social e espiritual do
doente
Só são prestada quando o doente e a
família aceitam
Respeitam o direito do doente escolher o
local onde deseja viver e ser acompanhado
no final da vida
16. Controlo de Equipa
sintomas multidisciplinar
Apoio à família Comunicação
17. Os cuidados
Paliativos são
prestados por
equipas
multidisciplinares
com formação
específica na área.
18.
19. A enfermidade hoje.....
“Quem não vê a urgência desta reflexão? A doença foi desde sempre o
espinho no lado da humanidade. Continua também a sê-lo no nosso
tempo. O homem cresce na conquista do espaço, mas não consegue
dominar-se a si mesmo. (...) Perante a doença, quando esta é grave e
incurável, o homem contemporâneo sente-se mais frágil que no
passado. Por outro lado, em virtude da fragmentação do tecido
comunitário, numa sociedade em que se corre cada vez mais e se tem
cada vez menos tempo para os outros, o doente encontra-se muitas
vezes isolado afectivamente. E a solidão é decerto mais triste em quem
padece de forte sofrimento físico, e por extrema desgraça, perde
também o dom e o conforto da espiritualidade (fé).
Papa João Paulo II ( Dia Mundial do Doente, 2004)
20. Recebem a notícia de que estão muito doentes e
no tempo de arder um fósforo encontrem prioridades
para a vossa vida?
22. CUIDADOS PALIATIVOS
Caminho feito em
Valoriza-se o essencial conjunto
à vida:
afectos, relações A morte não se Reorienta-se o
, pessoas… esconde por detrás sentido da própria
de máscaras vida
profissionais
Reunião entre ciência e
Família : interveniente no o humanismo
cuidar e no processo da morte “Ajudar o outro a
e “objecto” a cuidar no luto ajudar-se”
23. Cuidar integral e
multidisciplinar
Obstinação terapêutica
Sentido para a Vida Unidades/domicílios com condições
Dignidade na morte físicas específicas e adequadas à
privacidade com a família.
Cumplicidade, apoio, alív Durante o período nocturno e
quando for desejo do doente ou
io e partilha com o doente Dar de si familiar, será permitida a
presença de um acompanhante
Afectos
Relação com a família/ resposta
às suas necessidades
25. EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
“Diversas áreas a trabalhar, em uníssono, pela
qualidade da vida, até ao fim, é algo que se
deve elogiar, num mundo onde até as ciências
parecem estar de costas viradas”
Marie de Henneze “Nós não nos despedimos”
26.
27. “...é antes de mais, acolher o outro... Ousar a
comunicação, numa abertura feita de tolerância, de
calor humano, de autenticidade” WARSON, 1998.
ACOMPANHAR
“ É percorrer uma parte do caminho ao lado de alguém
até um destino cuja natureza desconhecemos. Não se
trata de lhe propormos percorrer o caminho no seu
lugar” ( RAVEZ; 1998) , mas sim de o auxiliar na sua
caminhada.
Confronto de
emoções, exposição a
diversos tipos de
sofrimento para todos
28. CUIDADOS
PALIATIVOS
AMPLO ESPECTRO DE Doente e família são alvo do
INTERVENÇÃO
cuidar
(Dimensão física e social)
A solidão e a perda necessitam
ser trabalhadas
(Dimensão psíquica)
(Dimensão espiritual)
“Às vezes a tarefa do artista é
descobrir quanta música ainda
pode tocar com aquilo que lhe
resta” Itzhak Perlman, 1995
29. Cuidados dirigidos ao doente e família
Cuidados na vida rumo a uma BOA MORTE.
Trabalhar :
as perdas,
a limitação,
a dignidade da vida,
as conquistas possíveis
A esperança realista
A dignidade
a reconciliação.
30.
31. Suporte Físico
Suporte Psicológico:
› Aceitação da condição de doente
› Aceitação da terminalidade
› Problemas psicológicos
› Medos
› Atitude perante a morte, etc.
Suporte Espiritual:
› Abordagem do “…sofrimento íntimo nascido da ausência de sentido”…
› “…a espiritualidade existe além de qualquer religião, que ela é acima de
tudo algo que tem a ver com a essência do homem.”
Acompanhamento:
› “…podendo ser, apenas, estar com…”
32.
33. Conforto e acompanhamento em
Paliativos
Controlo de sintomas
Apoio à família
Comunicação com o doente
Trabalho equipa multidisciplinar
34. Será que os doentes se sentem bem
estando nestes cuidados?
• Medo
• Revolta
• Raiva
•Perda de rumo
• Desesperança
• Apoio
• Carinho
• Orientação
• Segurança
•Alivio
• Aceitação
35. Tarefa Essencial dos Cuidados
Paliativos
Ajudar os doentes e suas
famílias a fazer a transição
de ser vítimas passivas a
pessoas com decisão e poder;
E quando a morte se
aproximar
rreversivelmente, parar de lutar
contra ela e procurar a paz!
36. Não é a gravidade objectiva de uma
doença, de uma perda ou de um
acontecimento que ocasiona o
sofrimento, mas a significação que a pessoa
atribui à experiência.
Béfecadu cit in Gameiro, 1999
37. “ O sentimento que cada um pode ter da sua
dignidade depende também do olhar do outro. É
no olhar do outro que vejo se ainda inspiro amor, é
na maneira como me falam, como cuidam de
mim, que sinto se ainda faço parte do mundo dos
vivos”
Marie de Hennezel
38. “Morrer não é algo que se deixe a alguém fazer
sózinho, precisa de acompanhamento”.
39.
40. •Faz parte integrante dos cuidados palitaivos.
•90% dos doentes morrem doença crónica e prolongada.
•As famílias vivem situações de grande stress
•As famílias não estão preparadas para cuidar dos seus
entes queridos
•Maioria prefere a morrte em casa, embora não aconteça.
•Família prefere cuidar em casa, se tiver apoio adequado.
41. Morte solitária
Encarniçamento terapêutico
Descrença/desilusão
Morte humanizada Visitas reduzidas e fixas
Despersonalização da morte
Luto – processo
Morte acompanhada
desacompanhado
Alívio do desconforto
MORTE à verdade clínica
Fuga
Apoio espiritual/ moralização
INSTITUCIONALIZADA
Envolvimento da família
Morte = fracasso
Evita-se falar na morte
Acompanhamento nas perdas e
/terminus da vida
preparação para o luto
Doença terminal
Prevenir o luto patológico
Comunicação franca
Morte = etapa do ciclo vital Morte medicalizada
Redefinição de objectivos
Doente terminal
42. Conheci a dor da separação, a impotência perante os
progressos da doença. Momentos de revolta face ao
sofrimento e à degradação física daqueles que assistia,
momentos de esgotamento...
..., mesmo assim, tenho a sensação de me ter enriquecido. De
ter conhecido momentos de densidade humana
incomparável, de uma profundidade que não trocaria;
momentos de alegria e doçura, por incrível que isso pareça.
E, alegro-me pois, sei que não fui a única a tê-los vivido ...
Marie Hennezel, 1999
43. “Você é importante porque você é único. Você será
importante para nós até o último dia de sua vida, e
nós faremos tudo o que pudermos, não apenas para
que você morra em paz, mas para que você viva até
o momento de sua morte”.
CECILY SAUNDERS
44. “O que acrescentaste tu ao mundo?
Pede-se que deixes este lugar mais belo que o
encontraste quando chegaste”
Yvan Amar´cit in Marie de Hennezel “Morrer de olhos abertos”, 2006
Não podemos impedir a angústia do outro, mas
podemos contê-la e transmitir o sentimento de
que, apesar de tudo, somos um sustentáculo.
Marie de Hennezel
45. Que importância existe ao tratar doentes mais vulneráveis e os
que estão no final da sua vida?
Porque é que as pessoas recorrem às unidades de cuidados
paliativos?
Que vantagens oferecem os cuidados paliativos?
De que maneira estes cuidados proporcionam aos doentes
uma melhor qualidade de vida.
Quais as normas regulamentadas nestas unidades?
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67. “Se eu acreditasse em
anjos, concerteza,
vestiriam batas brancas,
possuíam asas invisíveis,
tinham olhos doces e
vagueavam por este
corredor de
caminhos condenados …
(Delgado, Familiar de um doente em fase
terminal, 2003)
Enfª Ana Rocha CROC S.A
"Reflectindo sobre a morte" 67
70. Escrevo esta carta com vontade de
partilhar o que sinto a todos
aqueles que se preparam para ser
enfermeiros, para que um dia
estejam mais capacitados para
ajudar os moribundos...
87. Carta escrita por uma estudante de
enfermagem espanhola dirigida aos seus
colegas….
Obrigada pela vossa atenção!
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89. SUGESTÕES
Filmes
Pacth Adams
Escafandro E A Borboleta
Mar Adentro
Antes De Partir (The Bucket List)
Minha Vida (My Life)
Livros
Uma Lição De Vida (Wit) A última aula
Às terças com Morrie
Escafandro e a borboleta
O Diálogo com a morte
Morrer é só não ser visto
91. BIBLIOGRAFIA
• PORTUGAL. Direcção-Geral Da Saúde – Programa
Nacional de Cuidados Paliativos. Lisboa: DGS, 2004
• ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS
Disponível na Internet: http://www.apcp.com.pt
• Manual de Cuidados Paliativos, Lisboa: Núcleo de
Cuidados Paliativos do Centro de Bioética da
Faculdade de Medicina de Lisboa, 2006.