1) O documento discute os conceitos de custos diretos e indiretos na apuração de custos, definindo custos diretos como aqueles que podem ser identificados diretamente a cada tipo de produto ou serviço, e custos indiretos como aqueles que precisam ser rateados entre os produtos e serviços.
2) São listados exemplos de custos diretos como matérias-primas e mão-de-obra direta, e de custos indiretos como mão-de-obra indireta.
3) Também são definidos outros conceitos como custos fix
1. CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS - APURAÇÃO
CUSTOS DIRETOS
É aquele que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada tipo de obra a ser custeado, no
momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele
que pode ser atribuído (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou
departamento.
Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado. Ou ainda, são aqueles diretamente incluídos
no cálculo dos produtos.
Exemplos de custos diretos:
-Matérias-primas usados na fabricação do produto
-Mão-de-obra direta -Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços.
Os custos diretos tem a propriedade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Os custos são
qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente considerados.
Os CUSTOS DIRETOS constituem todos aqueles elementos de custo individualizáveis com respeito ao
produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a produção dos mesmos, mantendo uma
correspondência proporcional. Um mero ato de medição é necessário para determinar estes custos.
APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS
Para conhecer o consumo de materiais, basta a empresa manter um sistema de requisições, de modo a saber
sempre para qual produto foi utilizado o material retirado do Almoxarifado.
Para conhecer o consumo de mão-de-obra direta, é preciso, a empresa mantenha um sistema de
apontamentos, por meio do qual se verifica quais os operários que trabalham em cada produto (ou serviço)
no período (dia, semana, mês) e por quanto tempo (minutos, horas).
Nas empresas de serviços, normalmente se faz o acompanhamento da ordem de serviço, anotando os
custos alocados diretamente (mão de obra, materiais aplicados e serviços subcontratados).
1) - CUSTO FIXO: Sabidamente, não existe custo ou despesa eternamente fixos: são isso sim, fixos dentro
de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, sendo que, após tais limites, aumentam, mas
não de forma exatamente proporcional, tendendo a subir em “degraus”. Assim, o custo com a supervisão
de uma fábrica pode manter-se constante até que se atinja, por exemplo, 50% da sua capacidade; a partir
daí, provavelmente precisará de um acréscimo (5,20 ou 80%) para conseguir desempenhar bem sua função.
Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na capacidade produtiva
como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da capacidade, mas são exceções (como a depreciação, por
exemplo).
Podemos começar por verificar que uma planta parada, sem atividade alguma, já é responsável pela
existência de alguns tipos de custo e despesas fixos (vigia, lubrificação das máquinas, depreciação, etc...).
2. Exemplos: Mão-de-obra indireta, constas do telefone da fábrica, depreciação das máquinas da produção,
aluguel do prédio utilizado para produção da fábrica, etc...
2) - CUSTO VARIÁVEL: Em inúmeras empresas, os únicos custos realmente variáveis no verdadeiro
sentido da palavra são as matérias-primas. Mesmo assim pode acontecer de o grau de consumo delas, em
algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau de produção. Por exemplo, certas
industrias têm perdas no processamento da matéria-prima que, quando o volume produzindo é baixo, são
altas, tendendo a diminuir percentualmente quando a produção cresce.
Pode a mão-de-obra direta, noutro exemplo, crescer à medida que se produz mais, mas não de forma
exatamente proporcional, devido à produtividade que tenderia a aumentar até certo ponto, para depois
começar a cair.
Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, quando normalmente levaria seis para tal volume,
provavelmente gastará as oito horas todas trabalhando de forma um pouco mais calma (se não estiver o
volume por hora condicionado por máquinas). Se o volume passar para 80 unidades, trabalharão as
mesmas oito horas; se for de 90 unidades, talvez levem pouco mais de nove horas, em função do cansaço,
que faz decrescer a produtividade.
Exemplos: Matéria prima, mão-de-obra direta, embalagens, energia elétrica (consumida na fabricação
direta do produto)etc...
CUSTOS INDIRETOS
Indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no
momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego
de critérios pré-determinados e vinculados a causas correlatas, como mão-de-obra indireta, rateada por
horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc.
Atribui-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou função por meio de critérios de rateio. É um custo
comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no
momento de sua ocorrência. Ou ainda, pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído
(ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita
de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado.
São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos produtos por algum critério de
rateio. Exemplos:
1. Mão-de-obra indireta: é representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas indústrias ou
prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado, como a mão
de obra de supervisores, controle de qualidade, etc.
2. Materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares de produção, ou cujo
relacionamento com o produto é irrelevante. São eles: graxas e lubrificantes, lixas etc.
3. Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à existência do setor fabril ou de prestação de
serviços, como depreciação, seguros, manutenção de equipamentos, etc.
CUSTOS SEMIVARIÁVEIS OU SEMIFIXOS : São custos que tem uma parcela variável e outra fixa; por
exemplo, um vendedor que recebe um salário fixo e mais comissão sobre vendas, que é variável. Podemos
citar a energia elétrica contratada por uma empresa, quando excede o valor da contratação a cobrança do
excedente será variável. Podemos dizer que custos tem a parcela fixa e a parcela variável.
A terceirização logística aliada a flexibilidade requerida faz com que as empresas contratantes passe a
tornar variáveis os seus custos fixos.
3. Quanto ao relacionamento com o processo de gestão. Quando falamos em gestão, estamos nos
preocupando com o processo de tomada de decisões em logística, sejam elas de natureza estratégica, tática
ou operacional, são vários os tipos de custos relevantes a gestão.
TERMINOLOGIA BÁSICA DE CUSTOS
GASTOS
Termo genérico. Representa as transações assumidas pela entidade visando à obtenção de Bens
ou Serviços.
É importante não confundir gastos com desembolsos. Frequentemente ouvimos as
pessoas dizerem “gastei muito dinheiro”. Na realidade, o dinheiro não é gasto, ele é
desembolsado. O que é gasto, ou seja, consumido, são os bens de serviços obtidos por
meio do desembolso passado, presente ou futuro.
Ex.:a aquisição de uma máquina industrial é um gasto classificado como Investimento.
O pagamento dos salários do escritório de vendas é um gasto classificado como despesas.
DESEMBOLSOS
Ocorre quando do pagamento relativo à aquisição de Bens e/ou Serviços.
Ex.: Compras de matéria prima, máquinas e equipamentos, etc.
PERDA
Gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem, serviço ou receita. Geralmente
ocorre de fatos não previstos.
Ex.:
Greve de Empregados;
Desperdício de Matéria-Prima por falta de regulagem de máquinas.
DESPESAS
Gastos com bens e serviços com o objetivo de gerar uma receita e manutenção dos negócios da
empresa.
CUSTOS
Gastos relativos aos bens/serviços (recursos) consumidos na produção de outros bens/serviços.
Ex:
Materiais, mão-de-obra e outros custos utilizados na produção de bens/serviços;
Gera um ativo
Ex.: Matéria-Prima (consumo)
+
Mão de Obra
+
Outros Custos
=
PRODUTO PRONTO
4. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Custo Direto
Custo Indireto
Custo de Produção
Custo Primário
Custo de Transformação
Custo Fixo
Custo variável
Custo Semi-variável ou Semifixo
Custo Direto:
É aquele identificado ou alocado diretamente aos produtos.
Matéria-Prima:
é o componente principal utilizado na produção.
Ex.: Madeira, aço, tecido.
Mão-de-obra direta:
representa o salário dos operadores das máquinas, ligado diretamente a produção.
Ex.: pintor, montador.
Componentes adquiridos prontos:
São itens utilizados diretamente na produção de alguns bens e que não são fabricados pela
empresa.
Ex.: O motor usado em uma máquina de lavar, componentes usados nas montadoras de
veículos.
Custo Indireto
Incorrido na produção, no entanto, de difícil alocação aos produtos, sendo necessário a
utilização de um rateio.
Ex.: Depreciação de equipamentos, Aluguel de fábrica, Manutenção
Custo de Produção
Identificado com o processo produtivo, sendo composto pela soma dos Custos Diretos e
Indiretos (CP = CD + CI)
Custo Primário
É o total do consumo da Matéria-prima mais a MOD.
Custo de Transformação
MOD mais a soma dos CI.
“São todos os custos de produção exceto Matéria-Prima e componentes adquiridos
prontos”.
Custo Fixo
5. É aquele que não sofre alteração em relação a quantidade produzida.
Ex.: A empresa paga $ 1.500,00 de Aluguel, qualquer que seja a quantidade produzida o
valor do aluguel será o mesmo.
Custo variável
Sofre alteração em relação a quantidade produzida.
Ex.: Consumo com Matéria Prima.
Quanto maior a produção maior será o custo variável.
Custo Semi-variável ou Semifixo
É aquele que tem uma parte fixa e outra variável.
Ex.: Energia Elétrica, Manutenção dos equipamentos.
OUTROS CONCEITOS DE CUSTOS
Custos Controláveis – Variam com o volume de esforço de um processo/atividade e devem estar
relacionados a um objeto e identificado separadamente, influenciado pela decisão do gestor.
Custos Não Controláveis – Não pode ser influenciado pela decisão do gestor.
Custos de Oportunidade – É o custo de capital, não implica desembolso de caixa, pois tem natureza
econômica. Representa quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus
recursos em uma alternativa ao invés de outra.
Custo do Ciclo de Vida – Abrange os estágios de concepção, desenvolvimento, crescimento,
maturidade, saturação, declínio até ser descontinuado.
Custo Kaizen – Referente a melhoria
Custo de Reposição - É o custo necessário para repor o mesmo produto (Gerencial).
Custos Irrecuperáveis (Sunk costs): Custos incorridos no passado e as decisões do presente não
pode alterá-los.
Custos Incrementais, Marginais ou diferenciais: Custos que se modificam a cada escolha na
possibilidade de diversas alternativas.
Custos Ocultos (Hidden Cost): Associado ao conceito de perdas, falhas e desperdícios.
Custo-Padrão (Standart Cost): Orçado X Realizado.
Custo-Meta (Target Cost): A Partir do preço de mercado e margem de lucro, a diferença é o Custo
Meta. Custo Unitário do produto que é calculado na fase da Engenharia de Desenvolvimento.