SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 162
Downloaden Sie, um offline zu lesen
ATUALIDADES
Apresentação
Nos últimos anos, as principais instituições responsáveis pela organização de
concursos públicos no Brasil, como o Cespe/UnB, a Esaf, o NCE/UFRJ,
Cesgranrio, entre outras, vêm mudando a proposta básica de seus trabalhos,
principalmente na forma de elaboração das provas e nos programas (conteúdos) a
serem exigidos dos candidatos.
Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto à exigência de um servidor
público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram um conteúdo, normalmente
denominado de atualidades, na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um
servidor público consciente de sua cidadania possui um maior compromisso político
e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços à sociedade, na
qual a qualidade de seu trabalho passa a se destacar não em detrimento, mas se
somando ao bom atendimento à população.
Outro fator importante para o conteúdo de atualidades a ser explorado nas provas
de concurso público é que ele se transforma no principal instrumento na proposta
de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se
utilizado em conjunto com a maioria dos demais assuntos a serem questionados,
como informática, língua portuguesa, meio ambiente, direito, etc.
Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos, quanto ao conteúdo de
atualidades, comete falhas em sua preparação para as provas ao menosprezarem
a importância do conteúdo de atualidades no resultado final das provas, fazendo o
seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais e
pronto, estou preparado. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e
transformações, que um mundo cada vez mais globalizado está produzindo, é
importante, mas não são muito proveitosas essas informações sem o
acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes
das últimas décadas. Isso porque a realidade dialética, quanto a causas e efeitos,
nos mostra que o momento atual resulta de fatos importantes do passado,
principalmente do pós-Segunda Guerra e, sem essas informações, fica difícil
ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades
viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades
num futuro próximo.
Portanto, esse conteúdo tem como maior objetivo auxiliar as pessoas interessadas
na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança do
conteúdo de atualidades como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país.
Boa sorte
O Mundo em Transformação
ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS
E SOCIAIS
Os acontecimentos do dia 11 de setembro de
2001, que culminaram com a destruição do
“World Trade Center” em Nova Iorque e
com a parte oeste do prédio do Pentágono em
Washington/DC nos EUA, não podem ser
encarados como um fato isolado, que após
algum tempo será esquecido e substituído por
novos fatos. Na realidade, este acontecimento
é precedido de momentos também
importantes, mas em me nor escala de
importância global. O 11 de setembro
também antecede mudanças
nos acontecimentos, que nos próximos anos,
deverão alterar de forma significativa o
comportamento dos EUA, a nação mais
poderosa do planeta, modificando suas
relações com os demais países e interferindo
no modo de vida dos cidadãos de todo o
mundo. Também não pode ser analisado
somente de acordo com uma variável ou um
ato terrorista e, sim, de acordo com as
variáveis - econômicas, políticas, sociais,
geoestratégicas, ambientais e culturais.
Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não
cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não
terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria
responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte -
americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato
sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista
e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao
ataque, inclusive com o apoio da ONU.
Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no
Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003.
FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001
A Política Externa dos EUA
Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do
mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação
aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países
do sul.
George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas
para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posiç ão clara de
recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em
entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente
da guerra.
O governo republicano de George W. Bush
Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum
Econômic o Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta
de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para
os EUA”.
Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo
estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star
War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar
nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a
desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos
principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo
parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa
espacial.
Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e
centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas
armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do
pós - segunda Guerra.
Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia
do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba,
Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina.
O presidente norte - americano
torna público que vai conseguir
autorização ou o ajuste rápido
(fast track) do Congresso de seu
país para implantar a Alca – Área
de Livre Comércio das
Américas.
Com o 11 de setembro, o
Congresso dos EUA aprovam o
TAP – Permissão para Acordos
Comerciais, mesmo não tendo a
maioria de republicanos.
Passa a reduzir rapidamente os
impostos e os juros internos,
demonstrando que sua economia
está entrando em recessão,
provocando elevado déficit fiscal e
comercial.
Em julho de 2003 os EUA
reduzem os juros internos para
1% ao ano, são os juros internos
mais baixos desde 1958.
Em 2004, voltou a elevar os juros
internos para 2% ao ano, num
claro aviso aos países periféricos
como o Brasil, que vai retornar a
política de atração dos
investimentos externos para
financiar seu déficit.
Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8),
em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de
imposição e não de propostas a serem discutidas.
Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na
Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de
Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre
Clima, na Alemanha, em 2001.
Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo,
Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias
31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de
setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o
“sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a
questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de
implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de
2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das
Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel
Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do
antigo Templo Sagrado Judeu, atual área onde existe a Praça das
Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais
importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É
óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000
seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação
dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no próprio
território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e
Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos
eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina
conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado
para primeiro - ministro.
FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001
O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em
1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer
cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios
centrais naquele local.
Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na
Tanzânia, (África, 1999).
Já colocados como atentados de responsabilidade da
Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita
Osama Bin Laden.
A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de
Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a
Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado
praticado por dois homens bombas.
A Política Externa Dos Eua
No Pós - Segunda Guerra
Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os
EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida
armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça
às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa
combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os
principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos
EUA e pressionar os países quanto ao terror mundial e os riscos
quanto a uma nova guerra mundial, que acaba gerando uma
neurose nuclear.
A Guerra na Coréia
Com a derrota do império japonês na
Segunda Guerra Mundial, os territórios
antes ocupados militarmente por esta
potência passam a ser disputados pelos
novos mandatários mundiais, entre eles a
Península da Coréia, pois logo após a vitória
da Revolução Chinesa e com o apoio da
URSS a China Popular invade a parte norte
da península em apoio aos grupos
socialistas da região. Em contrapartida, os
EUA passam a apoiar os coreanos na parte
sul do território, resultando numa guerra
que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo
paralelo 37 criando a Coréia do Norte –
socialista, e a Coréia do Sul – capitalista,
hoje um Tigre Asiático.
A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma
gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver
pesquisas para produzir armas nucleares.
A Guerra no Vietnã classificada
como um dos países que formam o
eixo do mal.
A grande derrota militar dos EUA, no
período da Guerra Fria, provocou certo
enfraquecimento de um de seus ícones
de sustentação, pois o nacionalismo
anglo-saxônico, protestante,
conservador, não consegue convencer a
opinião pública nacional, quanto aos
elevados gastos, os anos de guerra e às
mortes de milhares de jovens brancos
americanos, bem como o uso de armas
de extermínio em massa nesta guerra,
como o mapalm ou fogo químico, o
agente laranja, um desfolhante químico
e o agente azul que, de acordo com as
autoridades norte-americ anas eliminava
as plantações de arroz, produto básico
no regime alimentar da população
vietnamita.
A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa
de seu governo.
A pergunta é:
o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo?
Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma
rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o
governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo,
adotado desde a Conferência de Bretton Woods em 1944 e passa a
usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o
comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não
assume mais a paridade dólar ao ouro ao mesmo tempo em que se
aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a
famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla
diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota
do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS.
A sociedade americana sofre alterações em sua base de
organização, principalmente quanto aos valores e formas de
comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde
força competindo com outras formas de comportamento também
nacionalistas, mas que acabam dividindo a opinião pública do país,
provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no
comportamento de sua sociedade como:
» nacionalismo regionalizado – o californiano, o
texano, o nova-iorquino, etc.;
» nacionalismo coorporativo – a defesa dos
interesses econômicos em grupos organizados de
interesse comum;
» nacionalismo hifenado ou étnico – o
crescimento mais rápido da população não-branca,
gera uma forma de nacionalismo étnico afro-
americano, asiático-americano, hispânico – norte -
americano, etc.
» O poder político e econômico anglo-saxônico
que sustentava as oligarquias no poder havia perdido
uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo,
com isto diminuiu o apoio interno na sustentação de
novos conflitos contra o inimigo externo.
O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois
quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de
guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa
guerra que vai de 1978 a 1988, a partir de 1984, quando a URSS
inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a
Glasnost (transparência política), que dura até 1991.
A Guerra no Golfo em 1991
Operação Tempestade no Deserto, nome
oficial da guerra para os EUA, comandada
por Colin Power, ou guerra pré-datada ou
guerra vídeo game devido às
transmissões ao vivo dos confrontos entre
a força de coalizão, na época formada
principalmente por EUA, Reino Unido,
Canadá e Austrália contra o Exército
Iraquiano. É a grande oportunidade
depois da guerra do Vietnã de os EUA
recuperarem o apoio da opinião pública
de seu país.
Quando o Iraque invade militarmente o
território do Kwait ao mesmo em tempo
que bombardeia o território do Estado de
Israel, é a grande oportunidade de o
poder bélico norte-americano recuperar o
apoio da opinião pública dos EUA.
Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento,
tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro.
Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potência
(os E.U.A) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista
das últimas décadas.
É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis
atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma
resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países
islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização
para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram
dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os
ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque.
As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de
última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo:
Mostrar a supremacia bélica dos
EUA para o mundo.
Convencer a sociedade norte-
americana de que era possível ser
rápido, gastar pouco e provocar
elevada destruição do inimigo
externo.
NOTAS
» Dados oficiais dos EUA
mostram que morreram 100
soldados aliados e 500.000
iraquianos nesta guerra.
» Observe-se que na guerra
do Golfo atual (2003) o
comportamento dos EUA é
semelhante ao da guerra de 1991,
declarando o término da guerra o
mais rápido possível.
Lamentavelmente, o número de
perdas de soldados norte-
americanos e britânicos em
combate após a declaração oficial
do término da guerra pelo
presidente George W. Bush já é
superior ao número de mortos no
período de confronto declarado. O
mesmo fato vem ocorrendo na
guerra contra o terrorismo
internacional praticada no
Afeganistão, onde os Taliban
continuam provocando baixas na
Força norte-americana.
Força norte-americana.
» Atualmente, cerca de
250.000 soldados e familiares,
dos EUA, Reino Unido, Austrália e
Canadá, que participaram da
guerra do Golfo em 1991 sofrem
seqüelas violentas em razão dos
medicamentos que tomaram para
evitar as armas químicas e
biológicas que poderiam ser
usadas pelo Iraque naquela
época.
» É importante lembrar que
este desgaste pós – guerra
provocou a não reeleição - de
George Bush, que foi derrotado
por Bill Clinton.
» O bombardeio aéreo
praticado pela Otan – Organização
do Tratado do Atlântico Norte, na
Iugoslávia (atual Sérvia-
Montenegro) veio a comprovar
esta supremacia bélica. É a
primeira vez que a Otan usa seu
poder bélico contra um Estado-
nação.
» Com a independência das
repúblicas da Eslovênia, Croácia,
Bósnia - Herzegovina, Macedônia
e a autonomia da região de
Kosovo. Em 2003 o nome
Iugoslávia desaparece, sendo
transformada em Sérvia e
Montenegro, um novo nome para
o que restou da grande Iugoslávia
do período de Jozip Tito. É
interessante observar que as
repúblicas da Sérvia e Montenegro
formam um país, mas com dois
parlamentos e duas moedas,
portanto, caminhando no sentido
contrário do projeto da União
Européia.
» A partir desta situação, os
EUA passam a defender o “modo
de vida norte-americano” como o
modelo ideal para o mundo,
calcado numa espécie de
“fundamentalismo” tecnológico e
econômico, pois ao defender a
econômico, pois ao defender a
política da dupla diplomacia, o
dólar como poder econômico para
os “amigos” e do poder bélico
tecnológico para os “inimigos”,
acaba substituindo o inimigo
externo, a ex-URSS com seu
socialismo real, pelo
fundamentalismo dito religioso do
mundo islâmico.
» Osama Bin Laden e as
organizações radicais islâmicas
mais famosas, como o Hamas –
nos acampamentos palestinos, a
Jihad Islâmica – sediada no Egito,
o Hezbollah e o Amal no Líbano,
são grupos que foram parceiros
dos EUA na guerra contra a União
Soviética (1979/1988), no
Afeganistão, agora são
transformados em inimigos do
mundo ocidental, pela forma de
organização e funcionamento de
suas sociedades, passam a ser
considerados obstáculos para os
avanços da globalização, portanto,
inimigos do capitalismo neoliberal
e dos EUA.
Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo
palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do
século passado, apresenta debilidade física devido a idade já
avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala,
Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo
levado para a França para tratamento.
Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da
Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de
Yasser Arafat.
Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de
retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de
Gaza, a partir de 2005.
O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para
implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua
própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo
Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom
lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a
discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área
que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia.
O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção
do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo
para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao
estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo
palestino nessa região.
Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em
setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram,
sendo a maioria dos palestinos.
O Sionismo
O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século
XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da
comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de
influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no
império britânico, o mais poderoso na época.
Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar
para os lugares sagrados na região da Palestina, no
Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de
Jerusalém e nela construído o Grande Templo de
Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez
mandamentos, de onde foram expulsos nos anos
68/70 d.C. pelo Império Romano, sionismo
representa, também, o direito de o povo judeu, ser
judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva
no mundo.
Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos 68 d.C.
destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das
lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a
Praça das Mesquitas, onde Maomé veio a morrer. É nesta Praça das
Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira
mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada
em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do
profeta.
Avanços do Sionismo
1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a
economia dos impérios europeus, passaram a comprar
propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos
de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria,
Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e
sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na
Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou
propriedades coletivas, os heróis da criação do Estado de
Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc.
2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata
britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado
próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava
sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a
dominar o Oriente Médio.
3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império
Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na
Palestina, pois nesta região já existia um protetorado
britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental.
4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial
Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são
mortas nos campos de concentração e deste total quase 6
milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de
outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os
ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc.
Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós-
Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se
deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do
Norte, os EUA vãos substituindo os Impérios Europeus no
comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os
judeus podiam perder esta oportunidade histórica,
reivindicando seus direitos de criação e implantação de um
Estado judeu na Palestina.
5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha,
diplomata brasileiro e primeiro primeiro secretário
geral, presidente da Organização das Nações Unidas declara o
seu voto de minerva, com a seguinte posição:
- término do protetorado britânico na Palestina;
- criação do Estado de Israel, com um pouco mais
da metade do território;
- criação do Estado Palestino dividido em duas
áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a
região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região
da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões
neutras como Jerusalém. Portanto o Estado
Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo
Estado de Israel, que teria o controle
geoestratégico da região;
- criação das zonas neutras, principalmente da
cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração
internacional da ONU.
6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que
estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução
da ONU.
– O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a
forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe
Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia
Saudita – contra Israel, os árabes são derrotados, ficando
bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a
força do poder econômico e bélico dos países ocidentais,
principalmente dos EUA e Inglaterra.
Nota
Com a início da implantação do estado de
Israel em 1948, acaba a diáspora do povo
judeu, ao mesmo tempo em que começa a
diáspora do povo palestino.
7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro- mundista do
Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o
apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e
franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai.
Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da
guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de
poder.
8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias.
Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de
Israel passa para a fase de expansão, ocupando
militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos,
como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba,
conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com
as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan
(Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje
não foi devolvida.
Notas
a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área
militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a
Libertação da Palestina, posteriormente substituída
naquele território pelo Hezbollah, organização financiada
pela Síria.
b) é deste período que surge o ódio que os povos
islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder
judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o
comandante militar que coordenou o processo de ocupação
do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as
milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem
os campos de concentração nesta região e praticassem um
os campos de concentração nesta região e praticassem um
genocídio contra o povo palestino, provocando os
massacres de Sabra e Shatila.
Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída
vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos.
9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o
povo judeu.
Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por
Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados.
Notas
a) Não é mera coincidência, nesse mesmo
ano ocorrer a primeira crise do petróleo.
b) É correto afirmar que esta foi a última
guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas
que os conflitos não mudaram, pois a
importância da OPEP – Organização dos
Países Exportadores de Petróleo e os
petrodólares, alteram o equilíbrio de poder
no Oriente Médio.
c) A região da Palestina perde importância
para outra área no Oriente Médio, o Golfo
Pérsico, cercado totalmente por países
islâmicos e com a maior reserva
mundial conhecida de petróleo .
A Questão Palestina
Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o
organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – O
não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Pale
Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econôm
petróleo consumido diariamente no planeta.
Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba prov
que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-american
com a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalis
que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos imp
principalmente aos EUA.
Nota
Surge um ponto divisor
arabismo e o pan-islamism
último muito mais abrang
do que o primeiro,
envolvendo todo o mu
enquanto o pan-arabism
união do mundo árabe, qu
somente a 20% da popu
atual.
Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estr
do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados p
grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel.
Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam
pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre
do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina.
Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo ter
de seus líderes.
Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestin
No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao us
A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000
Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia
Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os voto
primeiro- ministro de Israel.
O
B
S
E
R
V
A
Ç
Ã
O
É interessante lembrar que Ariel S
pela Praça das Mesquitas em Je
justifica sua atitude alegando que
os lugares sagrados onde existia o G
com a Arca Sagrada e os dez
templo este construído pelos judeu
pelos romanos no primeiro século da
É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolt
para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente, homens e mulhe
população civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores.
Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar d
Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurg
fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a op
para os grupos fundamentalistas Islâmicos.
A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela prim
envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta
Afeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado
seguidores da Al’Qaeda.
A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o I
Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesm
destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita d
Em julho de 2003 a Organização
do Trabalho (OIT), julgou a fo
diplomata brasileiro Maurício
retirado da presidência da Opaq. O
processo o inocentou e, inclusive
lhe fosse paga uma indenização
70.000 dólares.
Enquanto presidente da Opaq
Maurício Bustani conseguiu reduzir
o número de depósitos de armas
mundo. Hoje ele é embaixador
Reino Unido, está sendo cogitado
o Prêmio Nobel da Paz, pois se o I
entrado para a Opaq ficaria difícil
justificar, a guerra, pois o I
membro da Opaq estaria sujeito
normas internacionais de controle
extermínio em massa, inclusiv
permitir a visita de inspetores i
sem prévio aviso ao país. Maurício
sua indenização para entidades be
Brasil.
Com a vitória no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado a
reordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Ha
Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do ca
firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo
O
B
S
E
R
V
A
Ç
Ã
O
Em 25/05/2003, o Parlamento de Isr
12 votos a favor, sete contra e quat
o projeto mapa de rota proposto
União Européia, Rússia e ONU).
O Fundamentalismo Islâmico
Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gab
que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo.
O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interes
crescimento político, econômico e militar desta civilização.
Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura d
radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofre
Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o ap
a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Isr
Islâmica, o Hezbollah, etc.
Nota
Devemos tomar cuidado com a imprensa
ocidental pois como normalmente é
colocado, estes grupos são formados
somente por homens e mulheres bombas e
que praticam exclusivamente atos
terroristas. Um bom exemplo disto é o
Hamas, grupo organizado nos
acampamentos palestinos, que
inicialmente foi sustentado por Israel para
fazer oposição à OLP que na época
confrontava o Estado de Israel. Na década
de 80 a OLP muda seu comportamento
tornando-se negociadora e política, Israel
pára de apoiar o Hamas, que passou para
o controle iraniano. Hoje, mais de 90%
dos seguidores do Hamas trabalham na
área social, como educação, saúde,
alimentação e habitação dos palestinos,
nos acampamentos e, menos de 10% é
que fazem parte do Hamas militar. Mas
são estes últimos que se destacam na
imprensa mundial.
O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE
1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também
reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I.
1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjo rdânia) e a cid
primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na imp
1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu liga
vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, a
seria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tem
Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um
social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado
ANP - Autoridade Nacional Palestina
comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de
executivo provisório.
CNP - Conselho Nacional Palestino
formado por representantes dos principais grupos
palestinos, de acordo com a sua
representatividade na população, portanto, com a
maioria da OLP – Organização para a Libertação
da Palestina, liderada por Yasser Arafat.
Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro
palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat
das negociações de Paz de Acordo com o Plano
dos Quatro.
Nota
Em 1995, o CNP – Conselho Nacional
Palestino- reconhece a existência do
Estado de Israel e o direito do povo judeu
também viver na região da Palestina. Isto
já havia sido reconhecido em 1993 pela
OLP.
Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova
expectativa de paz para a região do
Oriente Médio, com a proposta de
implantação do Estado palestino definitivo
até 2005.
Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU
aprova o plano dos quatro, isto é, um
plano de paz para a região Palestina,
inclusive com a proposta de implantação
do Estado palestino. Este plano foi
elaborado em comum acordo entre os
EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foi
aprovado por unanimidade no Conselho de
Segurança, pois dos 15 países que formam
o Conselho de Segurança da ONU,
somente a Síria se absteve de votar, os 14
países restantes votaram a favor da
proposta de implantação de um Estado
palestino.
Em outubro de 2003, com os atentados
provocados pelos homens e mulheres -
bombas palestinos, Israel toma a decisão
de atacar o sul da Síria alegando que
nesta área os palestinos estão se
organizando militarmente. Como a Síria
está ocupando uma das cadeiras
provisórias do Conselho de Segurança da
ONU, solicitou uma reunião de emergência
do Conselho com a justificativa de que
sofrera um ato de guerra por parte de
Israel. Mais uma vez as autoridades
americanas saíram em defesa de Israel,
George W. Bush declarou que Israel tem o
direito de reagir contra qualquer ataque
que venha a sofrer de seus inimigos no
Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma
das cadeiras permanentes no Conselho de
Segurança da ONU, com poder de veto, é
certo que a ONU não poderá tomar
medidas que forcem Israel a mudar seu
comportamento bélico com os países
distintos, a falta de apoio do Conselho de
Segurança acabou inviabilizando a
proposta da Síria.
O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica
cada vez mais distante como solução para
a região da Palestina.
Formação Dos Megablocos E Blo
Supranacionais
1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em
avançar.
Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formaç
sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades orga
expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pel
base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional.
2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas
de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial.
O processo de transnacionalização da produção acabou provocando e também a transnacionaliza
especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional.
De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recen
da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra difer
produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os p
financeiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exe
dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antártic
pois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com
cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obso
ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equado
parte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos cust
3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalizaç
exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comu
Uma sociedade se globaliza na prop
sua capacidade de consumo,
através de imagens e informaçõe
pelos meios de comunicação, como
que a globalização apresenta para
não são some nte produtos, mas, sim
ao mercado, à democracia, à educaç
sexualidade, ao trabalho, ao lazer et
Um fator importante, responsável pe
globalização foi o esgotamento
Segunda Guerra, denominada de
corrida armamentista bipolar, qu
recuperação econômica e o crescime
que atualmente formam os bloc
supranacionais, como o Nafta, U
Mercosul, etc.
Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção
forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a rob
ciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando tr
humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversid
em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca inst
do comportamento xenofobista.
XENOFOBISMO
Desconfiança, temor o
pessoas estranhas ao
que as ajuíza, ou pelo
ou vem de fora do país
Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas ati
comando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao
perdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos.
Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até fo
na forma de funcionamento das sociedades, como:
Formação dos megablocos e blocos
supranacionais.
Retorno do pensamento liberal, sob
roupagem, na manutenção do coma
Teoria do estado mínimo.
Nova Divisão Internacional do Traba
a transnacionalização . Que provoc
fortalecimento do ultranacionalismo
fundamentalismos religiosos e etno
como forma de reação às mudança
O Neoliberalismo
A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países
como o FMI, o Bird, e suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científ
agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estr
monetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países
Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem
preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Es
Davos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, de
internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Po
fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantan
O Novo Papel Das Organizações Intern
BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e
1980 O Plano de Reformas Estruturais.
Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as segui
- Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciári
- Avancem no processo de privatizações.
1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas.
- Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil.
- Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, e
- Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, s
O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir
elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e so
países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Ca
1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do
Análise Geopolítica
Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite m
foram úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos
interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implant
A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, altera
Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento
A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conse
processo de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado.
É cada vez mais difícil analis
sedimentada a realidade econômica
fácil perceber como as situações p
são resultados diretos da realidade
poder de manipulação do cap
internacional.
É possível distinguir como a implant
neoliberais alteram a forma de func
sociedades, principalmente na e
valores coletivos e avanços do indiv
contrapartida, o mundo se surpre
mais com os discursos de cun
autoridades nacionais e internacio
necessidade de investir na solução
que afetam as populações do Te
como a fome, a tuberculose, a Ai
analfabetismo, o excedente po
guerras tribais, de interesse econ
empresas multinacionais, como a
diamantes na África. O processo
também está atingindo parcela s
populações dos países ricos, tanto n
na América do Norte.
O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil
às idéias neoliberais, de forma m
elites nacionais embarcaram n
implantaram seus planos econ
preocupações quanto à ca
absorção dessas mudanças por suas
Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gê
Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido
perdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilh
O processo de globalização nos países
do Sul ou periféricos
Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fas
conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas fo
novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao gr
O processo de globalização fortaleceu mais
ainda os processos anteriores, aumentando a
dinâmica de internacionalização e a
transnacionalização em níveis jamais
esperados pelos especialistas. Os países
centrais entram na fase pós-
urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob
a nova tecnologia e o sistema financeiro,
enquanto a maioria das fábricas,
principalmente aquelas que exigem elevado
uso de matéria-prima, recursos energéticos e
que não necessitam de mão-de-obra muito
qualificada e degradam o meio ambiente, são
transferidas para os países periféricos.
Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividade
Terceiro Mundo, das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentração do high tech e
e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentr
fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapid
pobres.
NOTA
Um bom exemplo desta situação é o que
está acontecendo na China Popular: com
a abertura econômica localizada nas
Zonas Econômicas Especiais, em seu
litoral, é o país que mais cresce
economicamente nas duas últimas
décadas do século XX e início do século
XXI, mas sua luta maior é quanto à
transferência de tecnologia de ponta e o
controle do capital externo. Para superar
esta situação, o país pratica a pirataria
tecnológica, onde mais de 90% dos
softwares utilizados no país são cópias
ilegais, gerando prejuízo de bilhões de
dólares para as multinacionais.
O Brasil, a exemplo dos demais países
latino-americanos, está lutando para
assumir este novo papel nas relações
internacionais, mas esta nova forma de
dependência exige mudanças internas
estruturais, tanto econômicas como
financeiras que vão refletir na realidade
política, social e cultural de sua
população.
O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunic ação em massa que quantifica, podendo
informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do E
próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras
Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência a
das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informaç
sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava
civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhec
as autoridades se conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorr
Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos.
Processo Histórico
A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que po
vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma fo
momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez
término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimen
os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os ava
produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e el
naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capa
planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior
modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novo
produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica
da Ásia Tropical.
A disputa pela hegemonia mundial provoca a
Primeira Guerra, a primeira revolução socialista
vitoriosa na Rússia, seguida da crise de
superprodução do sistema capitalista em 1929 e
chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial.
Terminando, assim, com a fase do capitalismo
industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje
classificamos de capitalismo monopolista ou
financeiro.
Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde
impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra.
Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que sur
precisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atend
os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus.
Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internaciona
tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”,
isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Po
o “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundia
superpotência norte-americana.
Conferência de Bretton Woods (1944)
Reunião entre quarenta e quatro
cujo objetivo principal era restab
internacional, de acordo com a n
do pós-Segunda Guerra Mundial
Havia a necessidade de se defin
relações econômicas e comercia
quatro pontos.
a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilan
no máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano.
c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos país
taxas cambiais.
d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambia
das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais ba
Criação do Banco Mundial
É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em
acordo com objetivos específicos.
1) CFI – Corporação Financeira Internacional.
Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particu
investem no Terceiro Mundo.
2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do
financiar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países
periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH –
elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991.
A última reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na
resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande pa
empréstimos feitos pela ADI.
Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil
miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país.
Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo
entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro
principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, in
sociedades mais pobres do mundo.
3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que pro
não econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos.
filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os
4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida direta
subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazend
Financeiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria té
equipes ou missões, como são chamadas.
Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de me
juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorec
Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos
conseguir mais dinheiro.
Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassa
mantenedores deste órgão.
O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, p
que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por
compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrai
internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado in
A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial so
países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocess
voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na for
desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportam
competitiva desses países no comércio mundial.
Conseqüências imediatas:
-Plano Marshall para a Europa.
-Plano Colombo para a Ásia.
-Criação do “cordão sanitário” para os novo
países, de independência concedida, que surgem
no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropica
África e América Latina, ou países que já existiam
e que adquirem importância na realidade da Guerr
Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil n
América do Sul.
Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional
De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e
pagamento dos países- membros.
-É uma instituição monetária.
-Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 o
americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com
economia mundial.
Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câm
moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1,
de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econô
Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em conside
países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias.
O
B
S
E
R
V
A
Ç
Ã
O
O principal papel do FMI era o de socorrer os
países- membros, principalmente na manutenção
do câmbio e na correção das balanças de
pagamentos, na década de 70, os EUA
abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio
flutuante. O motivo mais sério para esta
mudança foi a emissão muito elevada de dólares
necessários para sustentar a guerra do Vietnã,
que provocou uma desvalorização muito rápida
da moeda no mercado internacional. Os EUA
mudam o seu sistema cambial, pois seria um
desastre econômico se o FED (banco central),
continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É
quase certo que boa parte de suas reservas
deste metal seria trocada pelo excesso de
dólares que existia no mercado externo.
Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no co
câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que ha
Conferência de Bretton Woods.
Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial
compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Espec
calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, consegu
comércio mundial.
Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer qu
Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pa
políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua princip
crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saqu
pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais impor
Yene, Marco, Franco e a Libra Esterlina.
Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da Un
de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Lib
são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países- membr
critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido,
Euro.
Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotara
CRIAÇÃO DO GATT
Conferência de Havana, 1948
– Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC
– Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 19
É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional
maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Por
era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países.
Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organiz
do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria
aprovado o seu regulamento para o comércio mundial.
Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945.
O
B
S
E
R
V
A
Ç
Ã
O
* Precedida pela Conferência de Yalta e um
pouco antes da Conferência de Potsdan, que
vieram a redefinir o papel da Europa na nova
realidade mundial.
Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar).
Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob
comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus paíse
bipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monop
caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do libera
corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de
a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênic
avanços na clonagem.
A década de 80 é considerada a “década
perdida”. O esgotamento do sistema
implantado após a Segunda Guerra
Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA
como a URSS tinham capacidade de
destruir várias vezes seu inimigo, mas
sabiam que se alguém tomasse esta
atitude estaria destruindo a si próprio. Não
existe mais a vantagem militar da primeira
iniciativa. É nesta situação que se percebe
as intransigências dos EUA, quanto a
continuar com o projeto Guerra nas
Estrelas e a não-assinatura do Tratado de
Kioto, mesmo com suas mudanças, na
reunião do G-8, em Gênova – 2001.
O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de
situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro g
prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o pl
maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram tra
população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenv
Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (gla
déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança com
questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram
nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas déc
a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto?
Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Seg
internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do c
retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó
neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do
conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As nov
mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica,
mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toy
estrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maio
maquinofatureiros.
Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanote
de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lu
sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida.
Com a globalização, o poder bélico e
geoestratégico caem para o segundo plano.
Hoje, país-potência é definido pela
capacidade tecnológic a, de planejamento,
produção, produtividade e competitividade
no mercado global. E não basta para o
indivíduo a especialização; é necessário que
ele seja qualificado, capaz de assimilar
novos conhecimentos e técnicas para se
manter na área produtiva e manter o seu
emprego.
Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Jap
periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçan
caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo
mundiais.
Os Megablocos ou Blocos Econômicos Supranacionais
1º) UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE
Processo Histórico
A União Européia é o mais antigo e o melho
existentes na globalização. Sua formação r
Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra,
Unidos, que através do Plano Marshall deu
tendência expansionista soviética neste con
A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica,
tratado de Paris, foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Ben
França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do G
MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Eur
organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonuclea
importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus.
Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, u
escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu.
Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração e
para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países- membros
central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de um
princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia.
Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundia
(EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização.
Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos risco
superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países eu
a) 1986 - o Ato Único Europeu
Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia.
* criação de um Banco Central (1/1999);
* fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional à população e ao poder econômico/tecnoló
Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia –
moeda única da Europa;
* criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan,
continente.
Proposta de unificação das leis trabalhistas.
Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características político
membro.
O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, poré
b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht
Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu.
Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam qu
processo de conversão das moedas nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado
símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica.
A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992
c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto.
Principais medidas.
União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu.
Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países- membros mais pobr
países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famos
Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas.
Nota
• O Tratado do Porto impõe a todos os
países- membros que o déficit público
não pode ultrapassar 3,5% ao ano a
partir de 1997.
• A inflação de todos os países-
membros deve ficar no máximo 1,5%
acima dos três países- membros com
menor inflação, no ano posterior à
avaliação.
• As taxas cambiais devem flutuar, no
prazo mínimo de dois anos, dentro das
bandas definidas pelo sistema monetário
europeu.
• A dívida pública não pode exceder a
60% do PIB.
Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a
influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar so
de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na
reconquistar o poder em alguns países- membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha e
d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht.
* Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países- membros.
Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização se
Como são medidas que alteram as estruturas de funcionamento das sociedades envolvidas, é nece
seus resultados e se possível corrigir as possíveis distorções que venham a surgir.
O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de migração das regiões periféricas em d
uma super-oferta de mão-de-obra, menos qualificada, no mesmo momento em que os países cen
urbano/industrial, onde as novas formas de produção, resultante da 3ª RTC, com as novas máquin
enquanto a transferência da 2º RTC para as periferias estavam percorrendo caminho inverso, este
acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais na Europa, a violência, com assassinato
organizações ilegais da Europa Oriental aproveitaram para avançar em direção ao mundo capitalis
forçando alguns países como a Alemanha, Bélgica, França, etc., para que tomassem o caminho co
Maastricht, fechando suas fronteiras por algum período para o livre trânsito dos indivíduos da Uniã
1996 – Tratado de Amsterdã os países da União Européia concordaram em preparar as condiçõ
remanescentes do ex-bloco socialista, conforme forem superando a fase de transição; eles serão a
1998 – A República Tcheca, a Polônia, a Finlândia e a Eslovênia solicitam suas entradas
aceito, mas elas precisam, para serem aceitos como membros efetivos, tomar medidas internas, p
controle do Estado em suas economias, lembranças do período socialista.
e) 01/01/1999 – Implantação parcial do Euro – moeda única.
* 11 países adotam o Euro, portanto, ainda é uma moeda provisória e não existe a sua emissão, s
* Dos 15 países que formam a União Européia, a Suécia, Dinamarca, Reino Unido e Grécia não ad
f) Dez/2000 – Os 15 países da União Européia discutem a inclusão de mais 15 países na
remanescentes do ex-bloco socialista (Leste Europeu). Esta inclusão deverá ocorrer de acordo
implantadas pelos países do leste, quanto mais rápido eliminarem o alto poder do Estado em sua
serão incluídos na União Européia. A União Européia pretende concluir este processo até o ano de
g) 01/01/2002 – Adoção do Euro como moeda supranacional . Com conversão até 06/
Conclusão do Tratado de Maastricht quanto às propostas aprovadas em 1991, com funcionamen
globalização.
O Euro passa a circular como dinheiro na forma de notas e moedas para todos os países- membros
Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco, exceto para o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia.
O bloco passa a funcionar em uma união política e monetária.
* a União Européia é presidida por um dos países membros, numa periodicidade semestral, de aco
h) Junho de 2003 – Reunião de Salônica, na Grécia
Término da presidência semestral sob o comando da Grécia.
É decidido pela inclusão de mais 10 países, principalmente os países do leste europeu ou do ex-bl
É apresentado o esboço da constituição dos Estados Unidos da Europa.
i) 1º de julho de 2003 – o Governo italiano, assume a presidência da União Européia será u
pois surgirá uma nova forma de administração devido à proposta futura de eleição do Presidente d
O primeiro ministro da Itália é Sílvio Berlusconi, empresário de grande poder econômico, mas que
de avanço da União Européia, portanto, não é a pessoa mais indicada para o momento de mudanç
O
B
S
E
R
V
A
Ç
Ã
O
Na reunião de Salônica é decidido que em 1º
de março de 2004, após plebiscitos, os 10
novos países serão incluídos na União Européia,
e que será apresentada a Constituição dos EUE
bem como as normas e data para eleição do
primeiro Presidente dos Estados Unidos da
Europa.
j) Em 31 de dezembro de 2003 termina a presidência desastrosa da Itália na União Européia d
megaempresário Silvio Berlusconi.
l) Em 1º de janeiro de 2004 a Irlanda assume a presidência da União Européia com as segu
semestre de 2004:
Reaproximar a União Européia dos Estados Unidos da América, tentando amenizar os choques rec
EUA contra o Iraque e a rápida valorização do Euro em relação ao dólar.
Organizar o melhor possível a inclusão dos novos países na organização em 1º de maio para redu
Aprovar a constituição do estado supranacional.
Trabalhar as normas eleitorais quanto à eleição do presidente dos EUE, com futura indicação do p
m) Em 1º de maio de 2004, os 10 novos membros são incluídos na União Européia, com restrições
cotas para o comércio e para a migração em direção aos países centrais.
• Dos 10 novos países, 8 são originários do Ex. Bloco Socialista, sendo que a Polônia corresp
países.
• Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Malta
Observação:
Não esqueça
• Os países satélites como Mônaco, San Marino, Andorra e Vaticano já adotaram o Euro.
• O Reino Unido (Inglaterra), Dinamarca e Suécia que já faziam parte da EU e os 10 novos m
n) Em outubro/2004 – O Parlamento Europeu aprova a inclusão da Turquia que deverá ser concluí
o) Em outubro/2004 – Os governantes de 25 países, reunidos em Roma, em homenagem ao trata
ao bloco econômico, aprovam a constituição européia que deverá ser discutida no Parlamento Eur
p) Em 1º de março de 2004, coincidindo com o atentado em Madri, a União Européia declara que
medidas propostas pelo Protocolo de Kyoto.
2º) Megabloco do Pacífico ou do Iene
Este megabloco é considerado informal, pois sua formação resulta
da expansão econômica das “ilhas- mães” do arquipélago japonês,
que nas últimas décadas foi transferindo capital, tecnologia e
indústrias para os países periféricos ao seu território. Portanto, não
existe uma organização formal; são os poderes econômico e
tecnológico do Japão que determinam o seu comportamento.
Também não é possível dizer o número de países- membros devido
à informalidade. E, ao contrário dos demais blocos econômicos, não
impede que sejam formados blocos menores e formais em seu
interior.
Os principais blocos formais ou áreas de livre comércio no interior
do bloco do Pacífico são a Asean – Associação das Nações do
Sudeste Asiático e Asean foi utilizada como base para a formação
da Apec- Área de Cooperação Econômica Ásia-Pacifico. O CER ex
Nafta – Área de Comércio Restrito entre a Austrália e a Nova
Zelândia e um bloco que deveria ter início em 2003, mas que não
avançou devido a conflitos entre seus principais membros,
principalmente na Região de Caxemira, é a Saarc ou Alcam – Área
de Livre Comércio da Ásia Meridional, formada pela Índia,
Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka.
Formação do Bloco do Pacífico:
a) Japão – desenvolvido; único país central e, portanto, do norte.
b) Tigres Asiáticos tradicionais – Coréia do Sul, Formosa, Hong-
Kong e Singapura, a partir da década de 70.
c) Novos Tigres Asiáticos (décadas 80) – Indonésia, Filipinas,
Tailândia, Malásia, etc.
c) Litoral da China (décadas 80/90) – Implantação das ZEEs –
Zonas Econômicas Especiais, no litoral da China Socialista.
d) Austrália e Nova Zelândia na Oceania.
Para melhor compreensão da evolução deste megabloco é
necessário interagir os resultados das mudanças na sociedade
japonesa e a realidade mundial do pós-Segunda Guerra.
Pré-requisitos históricos:
Até a primeira metade do século XIX, o Japão apresentava uma
elevada descentralização de poder, onde a lei das espadas ou dos
samurais é que definiam o espaço de comando de cada família
tradicional os famosos Xogunatos. Na realidade, a sociedade
japonesa já percebia, devido aos ataques e saques em seu litoral,
que ou mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as
ameaças dos impérios ocidentais, expansionistas e militarizados da
época, inclusive da frota naval norte-americana.
Na segunda metade do século XIX, a formação da era ou Dinastia
Meiji, transforma completamente o quadro geopolítico da sociedade
japonesa, formando um império absolutista, também expansionista
e militarizado, a exemplo dos dominadores ocidentais, que passa a
estender seus domínios econômicos e militares por vasta área do
Continente Asiático.
Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão é obrigado a se
ocidentalizar, provocando significativas mudanças na forma de
organização de sua sociedade.
1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950.
2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista.
3. Não pode ter Forças Armadas e só pode gastar 1% de seu PIB
na organização de uma força de segurança.
4. Fica sob a proteção do guarda-chuva nuclear dos EUA.
5. Os Zaibatsus – monopólios econômicos controlados pelas
famílias tradicionais japonesas são colocados na ilegalidade.
Os riscos provocados pela tendência expansionista Sino-Soviética
na região e a guerra na península da Coréia acabam forçando os
EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperação da economia do
Japão; surge o Plano Colombo, com as mesmas características que
o Plano Marshall para o continente europeu, mas não com a mesma
grandeza de recursos.
Década de 60 – o milagre japonês
Medidas que foram tomadas:
1. Adoção do Neomalthusianismo.
2. Subvalorização do Iene.
3. Poupança interna.
4. Utilização da mão-de-obra abundante, barata, técnica,
perfeccionista e coletivista.
5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a política do
copiar para aperfeiçoar e, se possível, miniaturizar os produtos
industriais ocidentais, com o objetivo de reduzir os custos.
6. Retorno do Zaibatsus com os monopólios de famílias tradicionais
ou conglomerados econômicos.
7. Reforma agrária.
Ao tomar essas medidas, o Japão recupera toda a forma fordista de
produção e, como seus produtos ficam altamente competitivos no
mercado internacional, passa a acumular um superávit na balança
comercial, enquanto os demais países desenvolvidos estão
aumentando seus déficits.
Para desenvolvermos melhor estas idéias, considere esse momento
como o período de reconstrução da Segunda Revolução Técnico-
Científica (2ª RTC), o fordismo.
Década de 70 – fase
da expansão econômica para sua periferia
As crises do petróleo, 1973/1979, e outros fatores externos como a
mudança de câmbio dos EUA, e a guerra do Vietnã, afetaram de
forma significativa a capacidade produtiva do Japão, pois mais de
95% de seu consumo de petróleo era importado de países-
membros da Opep, principalmente do Golfo Pérsico, reduzindo sua
competitividade no mercado externo e, conseqüentemente, seu
superávit comercial.
Com isso, o Japão é o primeiro país a iniciar a implantação da
Terceira Revolução Técnico-Científica (3ª RTC), ao mesmo tempo
em que transferia a Segunda Revolução para a sua periferia.
Substituindo os investimentos ocidentais que nas décadas de 50 e
60 foram aplicados na Ásia, alguns países que faziam parte do
“cordão sanitário” são transformados nos Tigres Asiáticos ou
pequenos dragões, como a Coréia do Sul, Singapura, Taiwan ou
Formosa e o protetorado britânico da ilha de Hong Kong. Sendo que
este último foi devolvido para a China popular em 1997.
É interessante observar que ao iniciar a
Terceira Revolução Tecnológica, o Japão
não muda somente as técnicas de
produção, devido ao uso da robótica, da
informática e da automação, mas muda
também o sistema de produção, passando
do fordismo para o toyotismo, isto é,
conceitos básicos como flexibilidade,
informação e qualidade rompem com a
estrutura fordista de produção capitalista,
a rigidez do sistema de produção
capitalista ocidental nos EUA e Europa
não suporta as renovações high tec,
perdendo rapidamente a capacidade
produtiva e a competitividade em relação
aos produtos japoneses e periféricos do
Japão. Acabou a fase de produção com
elevado estoque de matérias-primas,
energia, quantidade e especialização do
trabalhador; tudo deve funcionar de
acordo com as necessidades do mercado,
produção, qualidade, administração e
qualificação da mão-de-obra, que são
requisitos integrados e fundamentais para
manter a competitividade no comércio
mundial.
Os Tigres Asiáticos se transformaram em verdadeiras plataformas
ou corredores de exportação, controlados pelo capital e pelas
empresas japonesas. São os famosos NICs – novos cinturões
industriais ou NIPs – novos países industriais.
Está sendo criada a estrutura inicial do megabloco que irá surgir no
continente asiático.
Década de 80
– os avanços do megabloco
Os Tigres Asiáticos transferem parte da 2ª RTC para a sua periferia
e recebem nova remessa de indústrias com transferência
tecnológica do país central (Japão).
Estão sendo criados os Novos Tigres Asiáticos, como a Tailândia,
Malásia, Indonésia, Filipinas, Vietnã, etc., também denominados de
NIPs ou NICs; na língua inglesa são chamados de países de recente
(newly) industrialização.
A Abertura Econômica Localizada na China Popular
Nessa mesma década, a República
Popular da China começa a colocar em
prática as suas propostas já defendidas
na década anterior, de “socialismo de
mercado” ou “um país com dois
sistemas”, isto é, uma abertura
econômica localizada onde o Estado
permanece com poder centralizado,
mas alia-se ao capital internacional
para explorar os recursos naturais e
principalmente a mão-de-obra barata,
obediente e em excesso, que recebe
centavos de dólares por hora
trabalhada, além do total cerceamento
a liberdades trabalhistas e sociais.
O interior do país permanece sob controle total do Estado. No litoral
são criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde leis
especiais favorecem a atração dos investimentos externos e o
“boom” no crescimento econômico. Na formação das empresas do
tipo joint ventures, isto é, uma união do capital externo e as mais
de 120000 estatais chinesas.
Principais conseqüências da abertura econômica chinesa
1. Supera o Brasil como o país mais industrializado do Sul
(subdesenvolvidos).
2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no
Terceiro Mundo vão para as ZEEs, no litoral da China.
3. Passa a receber investimentos de bilhões de dólares
provenientes dos gigantes econômicos, isto é, dos chineses
que vivem em diáspora.
4. Abertura das bolsas de valor em Beijing e em Xangai.
5. Seu superávit comercial, principalmente com os EUA, é de
bilhões de dólares ao ano, se tornando a terceira população
em poder de compra, só superada pela população dos EUA e
do Japão. Isto não quer dizer que tenha melhorado muito a
qualidade de vida de seus 1,3 de bilhão de pessoas.
6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado,
provocando concorrência desleal, com elevado índice de
pirataria industrial e tecnológica, com prejuízos de bilhões
de dólares/ano para as transnacionais. Cerca de 97% dos
softwares são piratas.
7. É considerado o país que mais desrespeita os direitos
humanos, quanto às mulheres, crianças e idosos.
8. É uma potência militar que ainda faz testes nucleares.
9. Mais de 95% das execuções/ano no mundo, dois terços de
seu Código Penal prevê a pena de morte, inclusive para a
emissão de cheque sem fundo.
10.De acordo com a OMC, cerca de 75% dos brinquedos
fabricados no mundo são produzidos pela China Popular.
NOTA
Em 1997, a China Popular inicia
negociações com os EUA para entrar na
Organização Mundial do Comércio (OMC);
no início de 2001 foi aceito o seu pedido,
mas sua entrada como membro está
condicionada a exigências quanto a
questões econômicas como a espionagem
industrial e a pirataria, onde mais de 90%
dos CDs com músicas, jogos eletrônicos e a
maior parte dos software são produtos
copiados das empresas multinacionais,
gerando prejuízo de bilhões de dólares para
estas empresas.
Além das questões dos direitos humanos, como execuções das
penas de morte, os tratamentos dados às minorias étnicas, às
mulheres, crianças e velhos, combinados com as questões militares
como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do país.
Atualmente, a grande discussão entre os países e autoridades da
OMC, é quanto ao seguinte aspecto: se a República Popular da
China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar
os seus estatutos. Outros defendem que, ruim com ela na OMC,
pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria
dando altos prejuízos para as empresas transnacionais no sistema
globalizado.
Em dezembro de 2001, na 3ª Reunião da OMC em Katar, no Golfo
Pérsico, a China é aceita como membro da OMC, permanecendo
socialista e com algumas concessões como a manutenção dos
subsídios agrícolas para manter os 70% de sua população na área
rural.
Atualme nte a gripe do frango prejudicou a economia dos países
asiáticos da mesma forma que a pneumonia asiática. O Brasil é um
dos países que mais tira vantagens desta situação com um
aumento nas exportações de seus produtos e subprodutos
primários.
Em novembro de 2004, sete representações oficiais de países
asiáticos e da União Européia – China, Vietnã, Coréia do Sul,
Alemanha, etc. – vieram ao Brasil. A China Popular é o 3º país com
maior comércio com o Brasil; só superada pelos EUA e Argentina.
Com esta visita, o Brasil assinou o acordo bilateral com os
seguintes resultados:
- o Brasil reconhece que a China pratica economia de mercado
e que a OMC é a instância para resolver as questões quanto a
prática de dumping, concorrência desleal, principalmente quanto a
pirataria tecnológica, subsídios ou protecionismo praticado pelas
partes envolvidas;
- a China se comprometeu em investir cerca de 2 bilhões de
dólares em infra-estrutura para facilitar o escoamento e a produção
agropecuária e mineral brasileira. Inclusive com a proposta de
alugar propriedades rurais para aumentar a produção e o
agronegócio.
Atenção:
Nessas visitas ao Brasil, os países aproveitam para discutir a
reestruturação do Conselho de Segurança da ONU, assunto que
interessa ao Brasil, Índia, Japão e Alemanha, que reivindicam o
direito a uma cadeira permanente nesse conselho. Essa situação
discutida pela ONU será decidida em setembro de 2005. Sua
solução requer a aprovação de 2/3 da plenária da ONU, hoje com
191 membros.
Década de 90
– as crises econômicas com queda na produção
O Japão entra em recessão econômica, pois os
grandes mercados consumidores estão criando
suas próprias estruturas na Terceira Revolução
Tecnológica; os mercados europeu e norte-
americano estão fortalecendo suas barreiras
protecionistas quanto às importações,
reduzindo rapidamente o superávit comercial
japonês.
Com isso, o país é obrigado a aumentar a capacidade de consumo
interno, melhorando os salários, reduzindo a jornada de trabalho e
elevando o poder aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo em
que avança mais ainda na renovação tecnológica do sistema de
produção, entrando na fase típica atual dos países mais
desenvolvidos, que é de contração das tecnologias de ponta e
descontração das atividades mais antigas para a sua periferia.
Portanto, o Japão está entrando na fase pós-urbano-industrial.
Em 1996/97, os países asiáticos entram em profunda crise
econômica devido à fuga dos investimentos especulativos, o
chamado “efeito saquê” está terminando a bolha especulativa, que
tanto favoreceu ao crescimento asiático na década de 80.
A Austrália e a Nova Zelândia são incluídas no Megabloco Asiático
partir deste momento, o mais correto é dizer bloco do Pacífico e
não asiático, pois há uma expansão do bloco em direção à Oceania.
Por ser informal, o Megabloco da Ásia não impede que países em
seu interior se organizem em blocos supranacionais de acordo com
suas identidades ou necessidades.
• Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático.
• Criada em 1967, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e
Tailândia, com previsão de implantar uma área de livre
comércio até 2003. São países de organização social
bastante rígida, considerados cópias não perfeitas do modelo
japonês, pois sofreram processo de industrialização sem
tecnologia, com alta dependência externa; suas economias
são controladas pelos gigantes econômicos, isto é, os
chineses étnicos já a política e o poder de estado são
controlados por elites tradicionais.
• O CER – Acordo Comercial de Relações Econômicas mais
Estreitas, substituiu o NAFTA criado na década de 60,
funcionando como área de livre comércio entre a Austrália e
a Nova Zelândia.
• Saarc – Associação do Sul Asiático para a Cooperação
Regional, criada em 1993, funciona como área de livre
comércio entre Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e
Sri Lanka.
• APEC – Ásia – Pacífico Cooperação Econômica – obedece a
duas etapas: união dos países industrializados até 2010 e
dos países não industrializados até 2020. Essa organização
tem como proposta básica estruturar as relações econômicas
e comerciais entre os países do Pacífico, para aumentar a
competitividade com a área do Atlântico Norte, área secular
de maior intensidade comercial e econômica do planeta. De
acordo com a proposta, deve fazer parte da Apec todo o
Megabloco Informal da Ásia, mais o Nafta – Área de Livre
Comércio da América do Norte e mais o Chile e Peru.
• Em novembro de 2004 - a última reunião da Apec aconteceu
no Chile.
3º) MEGABLOCO AMERICANO
Com as mudanças ocorridas na década de 80, os EUA precisam
refazer sua geoestratégia de dominação mundial, pois o poder
bélico não se traduz mais no único fator de supremacia, e os
megablocos da Europa e da Ásia estão atuando a pleno vapor na
defesa e implantação da nova ordem mundial. É a etapa capitalista
da globalização e da 3ª Revolução Industrial, a famosa Revolução
Tecnológica.
NOTA
O Presidente Reagan inicia o processo ao
criar o superdólar, mudando a política
econômica interna e favorecendo a
entrada de produtos externos,
acelerando a capacidade de consumo da
sociedade norte-americana; é a fase do
reaganomics.
No final da década de 80 e início da de
90, o Presidente George Bush passa a
defender “a iniciativa para as Américas”,
com a proposta de uma área de livre
comércio para todos os países da
América, à exceção de Cuba, que
permaneceria sofrendo o boicote
mundial, decretado pela ONU em em
1962, devido a crise dos mísseis; é a
proposta de criação da Alca – Acordo de
Livre Comércio das Américas.
Na década de 90 ocorre o declínio como importância na produção
industrial do Cinturão das Manufaturas, o grande símb olo da
Segunda Revolução, de características Fordista, localizado às
margens dos grandes lagos e nordeste dos EUA; com suas
megalópoles, cidades industriais e a estrutura fordista de produção
passa a ser chamado de cinturão cinzento ou cinturão das neves
(rust/frost belt).
Como características de decadência, o declínio da produção nesta
área expulsa milhões de trabalhadores para novas regiões do
território norte-americano. Há um declínio na produção industrial,
mas não podemos esquecer que é nessa área que encontramos a
maior concentração de escritórios centrais das grandes empresas
norte-americanas, bem como a maior concentração de financeiras
e a maior bolsa de valores do mundo.
Ao mesmo tempo em que assistimos ao
crescimento vertiginoso do símbolo da
Terceira Revolução Tecnológica, o
denominado Cinturão do Solcom, o
desenvolvimento do vale do silício na
Califórnia, mais as regiões do Golfo do
Texas, península da Flórida e o noroeste,
surge um novo pólo tecnológico, com
elevado crescimento socioeconômico e
populacional nas cidades de Los Angeles,
Nova Orleans e Miami, que substituem o
antigo pólo econômico do nordeste ou
cinturão das manufaturas, símbolo da
segunda revolução técnico-científica, com
as cidades de Chicago, Pittsburgo, Detrid,
Cleveland e até Nova York, passa a ser
denominado cinturão cinzento, das neves
ou decadência, com expulsão de milhões
de trabalhadores que foram substituídos
pelos resultados da nanotecnologia.
Nas atividades industriais mais antigas começa a substituição da
forma de produção pelas novas máquinas, gerando excedente de
mão-de-obra, enquanto nas atividades da terceira revolução, há
carência de trabalhadores qualificados, forçando a necessidade de
se recrutar mão-de-obra qualificada em todo o mundo, para
atender sua carência na área de pesquisas e desenvolvimento de
novas técnicas e produtos na área de tecnologia de ponta, nos
países desenvolvidos.
Não restam dúvidas. O país que mais reduziu a taxa de
desemprego, diminuiu a violência de uma forma geral e elevou a
capacidade de consumo de sua sociedade a níveis nunca
imaginados foram os EUA, na década de 90. Como exemplo,
podemos afirmar que na segunda metade da última década, os
EUA cresceram uma economia brasileira a cada dois anos. Fica
claro que entraria em queda de produção a partir do momento que
reduzisse os juros internos e isto já começou a acontecer com a
posse do novo presidente, no início de 2001.
NOTA
Na verdade, o governo americano está
defendendo o retorno da “Doutrina
Monroe” e o abandono das doutrinas
“Truman” e “Nixon”, aumentando seu
domínio sobre o continente e tentando
bloquear a invasão dos produtos
europeus e asiáticos. Mas, em hipótese
nenhuma, admite avançar além do livre
comércio com os seus parceiros
americanos, pois não admite reduzir as
suas barreiras alfandegárias e nem
discute quanto ao poder de
interferência da Lei Super 301, que
protege as suas multinacionais no
mundo.
Como o congresso norte-americano não autoriza o ajuste rápido
até 2002(fast track) para a Alca e os países latino-americanos
mais importantes, entre eles o Brasil, contestam o conteúdo da
proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas;
os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o Nafta – área
de livre comércio da américa do norte, unindo-se com o Canadá e
o México, o Nafta pode ser classificado como megabloco pela sua
grandeza econômica, populacional e territorial, além de envolver
dois países do norte e um do sul.
a) 1992 – O Congresso norte-americano autoriza o fast track,
isto é, o “ajuste rápido”, permitindo a criação da Nafta.
b) 01/01/1994 – Início de implantação do Nafta
De imediato, 50% dos produtos passam a ser negociados
livremente, fazendo com que o México acreditasse que estava
abrindo as portas do primeiro mundo, para logo depois descobrir
que estava enganado ao sofrer a Revolta de Chiapas, com o
surgimento do Movimento Zapatista de Libertação Nacional,
provocando convulsão interna e rápida fuga do capital volátil,
resultando no famoso efeito tequila, o país entra em estado de
falência, recebendo ajuda internacional de 51 bilhões de dólares,
aumentando sua vulnerabilidade econômica.
Alca – Acordo de Livre Comércio das América
• A proposta norte-americana é de iniciar a sua implantação
a partir de 2003, lembrando que o Congresso norte-
americano reluta em autorizar o fast track e, caso a Alca
seja implantada a partir de 2003, irá prejudicar a conclusão
do Mercosul. Com isso, o Brasil procura aliados na tentativa
de manter a implantação da Alca a partir de 2005, pois
acredita que o Mercosul estaria mais fortalecido.
• A proposta da Alca é de criar uma área de livre comércio
para toda a América, exceto para Cuba, por isso é bom não
confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de
livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas,
capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação
de tarifas e impostos entre os países-membros, mas, tão
somente uma lista de produtos que podem ser negociados
com tarifa zero.
• Em 15 de fevereiro de 2003 os 34 países que compõem a
Alca apresentam suas listas para início da área de livre
comércio, esta lista é diferente das listas das outras áreas
de livre comércio, pois os EUA exigem e os países
apresentam uma lista dos produtos que não podem ser
negociados com tarifa zero, ao mesmo tempo em que os
EUA não admitem discutir o elevado índice de
protecionismo e subsídios que pratica para proteger sua
produção interna, alegando que após iniciar a Alca os
países que se sentirem prejudicados podem recorrer à
OMC.
Em 1994, a Primeira Cúpula das Américas, reunida em Miami,
EUA, definiu como meta o ano de 2005 para o aumento da
integração, por meio da Alca – Área de Livre Comércio das
Américas.
Em março de 1996, na reunião de San José da Costa Rica, os
países latino-americanos conseguem separar o setor agrícola de
atividades como o aço e a indústria de automotores; é uma vitória
do Mercosul, contrariando os interesses dos EUA e do Canadá. É
formado um grupo específico de negociações para o setor agrícola,
que ficou sob a presidência da Argentina e de El Salvador,
enquanto o grupo de estudos sobre subsídios, anti-dumping e
direitos compensatórios ficou presidido pelo Brasil.
Em 1998, temos a Segunda Cúpula das Américas, em Santiago do
Chile, onde o único fato importante foi a declaração do Presidente
norte-americano quanto aos obstáculos para implantação da ALCA,
pois não conseguia a autorização do Congresso dos EUA.
Nos dias 20, 21 e 22 de abril de 2001, na Confederação do
Canadá, na Província de Quebec, cidade de Montreal acontece a
Terceira Cúpula das Américas. A principal decisão foi à ratific ação
do dia 1º de janeiro de 2006 como data oficial para início de
implantação da Alça, ao mesmo tempo em que libera para que
todos os países criem ou avancem na implantação de áreas de
livre comércio localizadas até 2005; com isso, na prática, a Alca já
está sendo implantada.
Foi também em Montreal que ocorreu a Reunião dos Povos
Americanos, os grupos e partidos antiglobalização, nos dias 18, 19
e 20 de janeiro de 2001.
Em dezembro de 2003 acontece a Cúpula Ministerial da Alca em
Miami, no Estado da Flórida.
• Esta reunião é resultado de encontros, conferências e
reuniões anteriores como a reunião fracassada da OMC em
Cancún, a reunião do FMI em Bali, a conferência dos países
andinos com a participação do presidente Lula, o Consenso
de Buenos Aires – proposta pós-neoliberalismo, assinado
entre Nestor Kichener e o Presidente brasileiro, o encontro
dos países Ibero-americanos na Bolívia pós-queda do
governo deste país e principalmente pelo trabalho
diplomático e geopolítico feito pelo Estado
brasileiro,resultando num encontro entre o ministro Celso
Amorim e Robert Zoellick representante do governo norte-
americano para a Alca.
• Na Reunião de Cúpula Ministerial em Miami, o governo
americano abre mão da proposta de Alca abrangente e
negocia o que é possível ser implantado a partir de 2005.
Com isto, as questões problemáticas como as compras
governamentais, a área de serviços e conhecimentos, por
enquanto ficam fora das negociações da Alca.
• Esta nova proposta de ALCA passa a ser denominada pela
imprensa de Alca flexível, light ou a la carte.
Mercosul
O Mercado Comum do Sul é um bloco
regional, com formação sul x sul (pobre x
pobre); portanto, a exemplo das
organizações entre nações periféricas já
existentes, como a Aladi (ex Alalc), o
MCCA, o Pacto Andino atual CAN –
Comunidade Andina, a Asean e o
Caricom, é de difícil implantação e mais
difícil o seu funcionamento, principalmente
porque apresentam economia monótona,
isto é, os seus membros são todos
emergentes, portanto, apresentam os
mesmos problemas, como dependência
tecnológica, dívidas externa e interna
muito altas, instabilidade política,
desigualdades sociais, etc.
Sua criação é resultado de tentativas de sobrevivência num mundo
cada vez mais globalizado, onde os megablocos ameaçam, com as
idéias neoliberais de internacionalização da economia, teoria do
estado mínimo, privatização das estatais, e o domínio do capital
volátil, enfraquecendo os governos locais e forçando a eliminação
das fronteiras econômicas, que conseqüentemente, podem
desestruturar as economias dos países mais fragilizados; isto é,
romper com a estrutura de estado-nação e internacionalizar a
economia dos países do sul. É o choque atual entre o projeto de
globalização e a sua defesa de uma economia internacionalizada e
o nacionalismo defendido por elites locais e/ou minorias étnicas
excluídas do processo.
Etapas de criação/implantação do Mercosul
1º 1986 – Acordo Bilateral Brasil x Argentina.
• Consequência do término da Operação Condor;
os EUA não apóiam mais os regimes autoritários.
• Redemocratização na América Latina.
NOTA
* Brasil – Plano Cruzado e moratória.
Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo
colégio eleitoral (Tancredo Neves), José
Sarney, seu vice substitui o último
presidente militar, General João Baptista
de Figueiredo.
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon
Atualidades   apostila vestcon

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie Atualidades apostila vestcon

1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)
1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)
1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)
Marcia Valeria
 
40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf
40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf
40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf
PedroEnrico4
 
oataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdf
oataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdfoataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdf
oataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdf
PedroEnrico4
 
Sim his ge0_09_10
Sim his ge0_09_10Sim his ge0_09_10
Sim his ge0_09_10
ledaesteves
 
Resumos de história 5ºteste 12ºano
Resumos de história 5ºteste 12ºanoResumos de história 5ºteste 12ºano
Resumos de história 5ºteste 12ºano
Maria Rebelo
 
Relações econ. e soc.após 2ª g.g
Relações econ. e soc.após 2ª g.gRelações econ. e soc.após 2ª g.g
Relações econ. e soc.após 2ª g.g
maria40
 
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1
Tiago Rafael
 
Neoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair Aguilar
Neoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair AguilarNeoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair Aguilar
Neoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair Aguilar
Altair Moisés Aguilar
 
Capitalismo e socialismo
Capitalismo e socialismoCapitalismo e socialismo
Capitalismo e socialismo
Débora Sales
 

Ähnlich wie Atualidades apostila vestcon (20)

A Hegemonia dos EUA
A Hegemonia dos EUAA Hegemonia dos EUA
A Hegemonia dos EUA
 
1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)
1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)
1178 la atu_con_01e_001_021_003_002_005 (1)
 
40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf
40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf
40627_8096217448bb163ef447e9a3f774f153.pdf
 
11 de setembro 2001.docx
11 de setembro 2001.docx11 de setembro 2001.docx
11 de setembro 2001.docx
 
oataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdf
oataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdfoataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdf
oataquestorresgmeas-140915193335-phpapp01.pdf
 
O Espaço Global e a Nova Ordem Mundial
O Espaço Global e a Nova Ordem MundialO Espaço Global e a Nova Ordem Mundial
O Espaço Global e a Nova Ordem Mundial
 
Sim his ge0_09_10
Sim his ge0_09_10Sim his ge0_09_10
Sim his ge0_09_10
 
O ataque às torres gêmeas
O ataque às torres gêmeasO ataque às torres gêmeas
O ataque às torres gêmeas
 
Resumos de história 5ºteste 12ºano
Resumos de história 5ºteste 12ºanoResumos de história 5ºteste 12ºano
Resumos de história 5ºteste 12ºano
 
Teste de avaliacao uma nova ordem mundial com corrigenda
Teste de avaliacao uma nova ordem mundial com corrigendaTeste de avaliacao uma nova ordem mundial com corrigenda
Teste de avaliacao uma nova ordem mundial com corrigenda
 
Islamismo 2.0 monografia janaína machado versão final - revisada
Islamismo 2.0   monografia janaína machado versão final - revisadaIslamismo 2.0   monografia janaína machado versão final - revisada
Islamismo 2.0 monografia janaína machado versão final - revisada
 
Relações econ. e soc.após 2ª g.g
Relações econ. e soc.após 2ª g.gRelações econ. e soc.após 2ª g.g
Relações econ. e soc.após 2ª g.g
 
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - 1º ANO VOL.1
 
19-GUERRA-FRIA-2019-LISTA.pdf
19-GUERRA-FRIA-2019-LISTA.pdf19-GUERRA-FRIA-2019-LISTA.pdf
19-GUERRA-FRIA-2019-LISTA.pdf
 
Imperialismo - EUA
Imperialismo - EUAImperialismo - EUA
Imperialismo - EUA
 
Aula Sobre QuestõEs PolíTicas Do Brasil E O Mundo
Aula Sobre QuestõEs PolíTicas Do Brasil E O MundoAula Sobre QuestõEs PolíTicas Do Brasil E O Mundo
Aula Sobre QuestõEs PolíTicas Do Brasil E O Mundo
 
Neoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair Aguilar
Neoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair AguilarNeoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair Aguilar
Neoliberalismo, globalização e a Crise Socialista - Prof. Altair Aguilar
 
Um messias judaico
Um messias judaicoUm messias judaico
Um messias judaico
 
Capitalismo e socialismo
Capitalismo e socialismoCapitalismo e socialismo
Capitalismo e socialismo
 
Aula de Sociologia para o Ensino Médio: EUA reatam relações diplomáticas com ...
Aula de Sociologia para o Ensino Médio: EUA reatam relações diplomáticas com ...Aula de Sociologia para o Ensino Médio: EUA reatam relações diplomáticas com ...
Aula de Sociologia para o Ensino Médio: EUA reatam relações diplomáticas com ...
 

Atualidades apostila vestcon

  • 1. ATUALIDADES Apresentação Nos últimos anos, as principais instituições responsáveis pela organização de concursos públicos no Brasil, como o Cespe/UnB, a Esaf, o NCE/UFRJ, Cesgranrio, entre outras, vêm mudando a proposta básica de seus trabalhos, principalmente na forma de elaboração das provas e nos programas (conteúdos) a serem exigidos dos candidatos. Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto à exigência de um servidor público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram um conteúdo, normalmente denominado de atualidades, na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um servidor público consciente de sua cidadania possui um maior compromisso político e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços à sociedade, na qual a qualidade de seu trabalho passa a se destacar não em detrimento, mas se somando ao bom atendimento à população. Outro fator importante para o conteúdo de atualidades a ser explorado nas provas de concurso público é que ele se transforma no principal instrumento na proposta de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se utilizado em conjunto com a maioria dos demais assuntos a serem questionados, como informática, língua portuguesa, meio ambiente, direito, etc. Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos, quanto ao conteúdo de atualidades, comete falhas em sua preparação para as provas ao menosprezarem a importância do conteúdo de atualidades no resultado final das provas, fazendo o seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais e pronto, estou preparado. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e transformações, que um mundo cada vez mais globalizado está produzindo, é importante, mas não são muito proveitosas essas informações sem o acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes das últimas décadas. Isso porque a realidade dialética, quanto a causas e efeitos, nos mostra que o momento atual resulta de fatos importantes do passado, principalmente do pós-Segunda Guerra e, sem essas informações, fica difícil ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades num futuro próximo. Portanto, esse conteúdo tem como maior objetivo auxiliar as pessoas interessadas na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança do conteúdo de atualidades como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país. Boa sorte
  • 2. O Mundo em Transformação ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS Os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, que culminaram com a destruição do “World Trade Center” em Nova Iorque e com a parte oeste do prédio do Pentágono em Washington/DC nos EUA, não podem ser encarados como um fato isolado, que após algum tempo será esquecido e substituído por novos fatos. Na realidade, este acontecimento é precedido de momentos também importantes, mas em me nor escala de importância global. O 11 de setembro também antecede mudanças nos acontecimentos, que nos próximos anos, deverão alterar de forma significativa o comportamento dos EUA, a nação mais poderosa do planeta, modificando suas relações com os demais países e interferindo no modo de vida dos cidadãos de todo o mundo. Também não pode ser analisado somente de acordo com uma variável ou um ato terrorista e, sim, de acordo com as variáveis - econômicas, políticas, sociais, geoestratégicas, ambientais e culturais. Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte - americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao ataque, inclusive com o apoio da ONU. Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003. FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 A Política Externa dos EUA Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países do sul. George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posiç ão clara de recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente
  • 3. da guerra. O governo republicano de George W. Bush Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum Econômic o Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa espacial. Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do pós - segunda Guerra. Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba, Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina. O presidente norte - americano torna público que vai conseguir autorização ou o ajuste rápido (fast track) do Congresso de seu país para implantar a Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Com o 11 de setembro, o Congresso dos EUA aprovam o TAP – Permissão para Acordos Comerciais, mesmo não tendo a maioria de republicanos. Passa a reduzir rapidamente os impostos e os juros internos, demonstrando que sua economia está entrando em recessão, provocando elevado déficit fiscal e comercial. Em julho de 2003 os EUA reduzem os juros internos para 1% ao ano, são os juros internos mais baixos desde 1958. Em 2004, voltou a elevar os juros internos para 2% ao ano, num claro aviso aos países periféricos como o Brasil, que vai retornar a política de atração dos
  • 4. investimentos externos para financiar seu déficit. Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8), em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de imposição e não de propostas a serem discutidas. Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre Clima, na Alemanha, em 2001. Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo, Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o “sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de 2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do antigo Templo Sagrado Judeu, atual área onde existe a Praça das Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000 seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no próprio território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado para primeiro - ministro. FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em 1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios centrais naquele local. Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na Tanzânia, (África, 1999).
  • 5. Já colocados como atentados de responsabilidade da Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita Osama Bin Laden. A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado praticado por dois homens bombas. A Política Externa Dos Eua No Pós - Segunda Guerra Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos EUA e pressionar os países quanto ao terror mundial e os riscos quanto a uma nova guerra mundial, que acaba gerando uma neurose nuclear. A Guerra na Coréia Com a derrota do império japonês na Segunda Guerra Mundial, os territórios antes ocupados militarmente por esta potência passam a ser disputados pelos novos mandatários mundiais, entre eles a Península da Coréia, pois logo após a vitória da Revolução Chinesa e com o apoio da URSS a China Popular invade a parte norte da península em apoio aos grupos socialistas da região. Em contrapartida, os EUA passam a apoiar os coreanos na parte sul do território, resultando numa guerra que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo paralelo 37 criando a Coréia do Norte – socialista, e a Coréia do Sul – capitalista, hoje um Tigre Asiático.
  • 6. A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver pesquisas para produzir armas nucleares. A Guerra no Vietnã classificada como um dos países que formam o eixo do mal. A grande derrota militar dos EUA, no período da Guerra Fria, provocou certo enfraquecimento de um de seus ícones de sustentação, pois o nacionalismo anglo-saxônico, protestante, conservador, não consegue convencer a opinião pública nacional, quanto aos elevados gastos, os anos de guerra e às mortes de milhares de jovens brancos americanos, bem como o uso de armas de extermínio em massa nesta guerra, como o mapalm ou fogo químico, o agente laranja, um desfolhante químico e o agente azul que, de acordo com as autoridades norte-americ anas eliminava as plantações de arroz, produto básico no regime alimentar da população vietnamita. A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa de seu governo. A pergunta é: o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo? Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo, adotado desde a Conferência de Bretton Woods em 1944 e passa a usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não assume mais a paridade dólar ao ouro ao mesmo tempo em que se aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS. A sociedade americana sofre alterações em sua base de organização, principalmente quanto aos valores e formas de comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde força competindo com outras formas de comportamento também nacionalistas, mas que acabam dividindo a opinião pública do país, provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no comportamento de sua sociedade como:
  • 7. » nacionalismo regionalizado – o californiano, o texano, o nova-iorquino, etc.; » nacionalismo coorporativo – a defesa dos interesses econômicos em grupos organizados de interesse comum; » nacionalismo hifenado ou étnico – o crescimento mais rápido da população não-branca, gera uma forma de nacionalismo étnico afro- americano, asiático-americano, hispânico – norte - americano, etc. » O poder político e econômico anglo-saxônico que sustentava as oligarquias no poder havia perdido uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo, com isto diminuiu o apoio interno na sustentação de novos conflitos contra o inimigo externo. O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa guerra que vai de 1978 a 1988, a partir de 1984, quando a URSS inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a Glasnost (transparência política), que dura até 1991. A Guerra no Golfo em 1991 Operação Tempestade no Deserto, nome oficial da guerra para os EUA, comandada por Colin Power, ou guerra pré-datada ou guerra vídeo game devido às transmissões ao vivo dos confrontos entre a força de coalizão, na época formada principalmente por EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália contra o Exército Iraquiano. É a grande oportunidade depois da guerra do Vietnã de os EUA recuperarem o apoio da opinião pública de seu país. Quando o Iraque invade militarmente o território do Kwait ao mesmo em tempo que bombardeia o território do Estado de Israel, é a grande oportunidade de o poder bélico norte-americano recuperar o apoio da opinião pública dos EUA. Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento, tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro. Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potência (os E.U.A) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista
  • 8. das últimas décadas. É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque. As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo: Mostrar a supremacia bélica dos EUA para o mundo. Convencer a sociedade norte- americana de que era possível ser rápido, gastar pouco e provocar elevada destruição do inimigo externo. NOTAS » Dados oficiais dos EUA mostram que morreram 100 soldados aliados e 500.000 iraquianos nesta guerra. » Observe-se que na guerra do Golfo atual (2003) o comportamento dos EUA é semelhante ao da guerra de 1991, declarando o término da guerra o mais rápido possível. Lamentavelmente, o número de perdas de soldados norte- americanos e britânicos em combate após a declaração oficial do término da guerra pelo presidente George W. Bush já é superior ao número de mortos no período de confronto declarado. O mesmo fato vem ocorrendo na guerra contra o terrorismo internacional praticada no Afeganistão, onde os Taliban continuam provocando baixas na Força norte-americana.
  • 9. Força norte-americana. » Atualmente, cerca de 250.000 soldados e familiares, dos EUA, Reino Unido, Austrália e Canadá, que participaram da guerra do Golfo em 1991 sofrem seqüelas violentas em razão dos medicamentos que tomaram para evitar as armas químicas e biológicas que poderiam ser usadas pelo Iraque naquela época. » É importante lembrar que este desgaste pós – guerra provocou a não reeleição - de George Bush, que foi derrotado por Bill Clinton. » O bombardeio aéreo praticado pela Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, na Iugoslávia (atual Sérvia- Montenegro) veio a comprovar esta supremacia bélica. É a primeira vez que a Otan usa seu poder bélico contra um Estado- nação. » Com a independência das repúblicas da Eslovênia, Croácia, Bósnia - Herzegovina, Macedônia e a autonomia da região de Kosovo. Em 2003 o nome Iugoslávia desaparece, sendo transformada em Sérvia e Montenegro, um novo nome para o que restou da grande Iugoslávia do período de Jozip Tito. É interessante observar que as repúblicas da Sérvia e Montenegro formam um país, mas com dois parlamentos e duas moedas, portanto, caminhando no sentido contrário do projeto da União Européia. » A partir desta situação, os EUA passam a defender o “modo de vida norte-americano” como o modelo ideal para o mundo, calcado numa espécie de “fundamentalismo” tecnológico e econômico, pois ao defender a
  • 10. econômico, pois ao defender a política da dupla diplomacia, o dólar como poder econômico para os “amigos” e do poder bélico tecnológico para os “inimigos”, acaba substituindo o inimigo externo, a ex-URSS com seu socialismo real, pelo fundamentalismo dito religioso do mundo islâmico. » Osama Bin Laden e as organizações radicais islâmicas mais famosas, como o Hamas – nos acampamentos palestinos, a Jihad Islâmica – sediada no Egito, o Hezbollah e o Amal no Líbano, são grupos que foram parceiros dos EUA na guerra contra a União Soviética (1979/1988), no Afeganistão, agora são transformados em inimigos do mundo ocidental, pela forma de organização e funcionamento de suas sociedades, passam a ser considerados obstáculos para os avanços da globalização, portanto, inimigos do capitalismo neoliberal e dos EUA. Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do século passado, apresenta debilidade física devido a idade já avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala, Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo levado para a França para tratamento. Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de Yasser Arafat. Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de Gaza, a partir de 2005. O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área
  • 11. que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo palestino nessa região. Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram, sendo a maioria dos palestinos. O Sionismo O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no império britânico, o mais poderoso na época. Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar para os lugares sagrados na região da Palestina, no Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de Jerusalém e nela construído o Grande Templo de Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez mandamentos, de onde foram expulsos nos anos 68/70 d.C. pelo Império Romano, sionismo representa, também, o direito de o povo judeu, ser judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva no mundo. Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos 68 d.C. destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a Praça das Mesquitas, onde Maomé veio a morrer. É nesta Praça das Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do profeta. Avanços do Sionismo 1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a economia dos impérios europeus, passaram a comprar propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria, Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou propriedades coletivas, os heróis da criação do Estado de
  • 12. Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc. 2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a dominar o Oriente Médio. 3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na Palestina, pois nesta região já existia um protetorado britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental. 4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são mortas nos campos de concentração e deste total quase 6 milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc. Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós- Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do Norte, os EUA vãos substituindo os Impérios Europeus no comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os judeus podiam perder esta oportunidade histórica, reivindicando seus direitos de criação e implantação de um Estado judeu na Palestina. 5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro e primeiro primeiro secretário geral, presidente da Organização das Nações Unidas declara o seu voto de minerva, com a seguinte posição: - término do protetorado britânico na Palestina; - criação do Estado de Israel, com um pouco mais da metade do território; - criação do Estado Palestino dividido em duas áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões neutras como Jerusalém. Portanto o Estado Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo Estado de Israel, que teria o controle geoestratégico da região; - criação das zonas neutras, principalmente da cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração internacional da ONU.
  • 13. 6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução da ONU. – O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia Saudita – contra Israel, os árabes são derrotados, ficando bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a força do poder econômico e bélico dos países ocidentais, principalmente dos EUA e Inglaterra. Nota Com a início da implantação do estado de Israel em 1948, acaba a diáspora do povo judeu, ao mesmo tempo em que começa a diáspora do povo palestino. 7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro- mundista do Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai. Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de poder. 8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias. Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de Israel passa para a fase de expansão, ocupando militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos, como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba, conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan (Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje não foi devolvida. Notas a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, posteriormente substituída naquele território pelo Hezbollah, organização financiada pela Síria. b) é deste período que surge o ódio que os povos islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o comandante militar que coordenou o processo de ocupação do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem os campos de concentração nesta região e praticassem um
  • 14. os campos de concentração nesta região e praticassem um genocídio contra o povo palestino, provocando os massacres de Sabra e Shatila. Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos. 9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o povo judeu. Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados. Notas a) Não é mera coincidência, nesse mesmo ano ocorrer a primeira crise do petróleo. b) É correto afirmar que esta foi a última guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas que os conflitos não mudaram, pois a importância da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os petrodólares, alteram o equilíbrio de poder no Oriente Médio. c) A região da Palestina perde importância para outra área no Oriente Médio, o Golfo Pérsico, cercado totalmente por países islâmicos e com a maior reserva mundial conhecida de petróleo . A Questão Palestina Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – O não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Pale Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econôm petróleo consumido diariamente no planeta. Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba prov que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-american com a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalis
  • 15. que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos imp principalmente aos EUA. Nota Surge um ponto divisor arabismo e o pan-islamism último muito mais abrang do que o primeiro, envolvendo todo o mu enquanto o pan-arabism união do mundo árabe, qu somente a 20% da popu atual. Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estr do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados p grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel. Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina. Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo ter de seus líderes. Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestin No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao us A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000 Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os voto primeiro- ministro de Israel. O B S E R V A Ç Ã O É interessante lembrar que Ariel S pela Praça das Mesquitas em Je justifica sua atitude alegando que os lugares sagrados onde existia o G com a Arca Sagrada e os dez templo este construído pelos judeu pelos romanos no primeiro século da É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolt para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente, homens e mulhe população civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores.
  • 16. Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar d Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurg fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a op para os grupos fundamentalistas Islâmicos. A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela prim envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta Afeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado seguidores da Al’Qaeda. A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o I Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesm destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita d Em julho de 2003 a Organização do Trabalho (OIT), julgou a fo diplomata brasileiro Maurício retirado da presidência da Opaq. O processo o inocentou e, inclusive lhe fosse paga uma indenização 70.000 dólares. Enquanto presidente da Opaq Maurício Bustani conseguiu reduzir o número de depósitos de armas mundo. Hoje ele é embaixador Reino Unido, está sendo cogitado o Prêmio Nobel da Paz, pois se o I entrado para a Opaq ficaria difícil justificar, a guerra, pois o I membro da Opaq estaria sujeito normas internacionais de controle extermínio em massa, inclusiv permitir a visita de inspetores i sem prévio aviso ao país. Maurício sua indenização para entidades be Brasil. Com a vitória no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado a reordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Ha
  • 17. Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do ca firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo O B S E R V A Ç Ã O Em 25/05/2003, o Parlamento de Isr 12 votos a favor, sete contra e quat o projeto mapa de rota proposto União Européia, Rússia e ONU). O Fundamentalismo Islâmico Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gab que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo. O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interes crescimento político, econômico e militar desta civilização. Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura d radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofre Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o ap a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Isr Islâmica, o Hezbollah, etc.
  • 18. Nota Devemos tomar cuidado com a imprensa ocidental pois como normalmente é colocado, estes grupos são formados somente por homens e mulheres bombas e que praticam exclusivamente atos terroristas. Um bom exemplo disto é o Hamas, grupo organizado nos acampamentos palestinos, que inicialmente foi sustentado por Israel para fazer oposição à OLP que na época confrontava o Estado de Israel. Na década de 80 a OLP muda seu comportamento tornando-se negociadora e política, Israel pára de apoiar o Hamas, que passou para o controle iraniano. Hoje, mais de 90% dos seguidores do Hamas trabalham na área social, como educação, saúde, alimentação e habitação dos palestinos, nos acampamentos e, menos de 10% é que fazem parte do Hamas militar. Mas são estes últimos que se destacam na imprensa mundial. O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE 1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I. 1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjo rdânia) e a cid primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na imp 1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu liga vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, a seria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tem Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado
  • 19. ANP - Autoridade Nacional Palestina comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de executivo provisório. CNP - Conselho Nacional Palestino formado por representantes dos principais grupos palestinos, de acordo com a sua representatividade na população, portanto, com a maioria da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat. Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat das negociações de Paz de Acordo com o Plano dos Quatro.
  • 20. Nota Em 1995, o CNP – Conselho Nacional Palestino- reconhece a existência do Estado de Israel e o direito do povo judeu também viver na região da Palestina. Isto já havia sido reconhecido em 1993 pela OLP. Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova expectativa de paz para a região do Oriente Médio, com a proposta de implantação do Estado palestino definitivo até 2005. Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU aprova o plano dos quatro, isto é, um plano de paz para a região Palestina, inclusive com a proposta de implantação do Estado palestino. Este plano foi elaborado em comum acordo entre os EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foi aprovado por unanimidade no Conselho de Segurança, pois dos 15 países que formam o Conselho de Segurança da ONU, somente a Síria se absteve de votar, os 14 países restantes votaram a favor da proposta de implantação de um Estado palestino. Em outubro de 2003, com os atentados provocados pelos homens e mulheres - bombas palestinos, Israel toma a decisão de atacar o sul da Síria alegando que nesta área os palestinos estão se organizando militarmente. Como a Síria está ocupando uma das cadeiras provisórias do Conselho de Segurança da ONU, solicitou uma reunião de emergência do Conselho com a justificativa de que sofrera um ato de guerra por parte de Israel. Mais uma vez as autoridades americanas saíram em defesa de Israel, George W. Bush declarou que Israel tem o direito de reagir contra qualquer ataque que venha a sofrer de seus inimigos no Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma das cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, é certo que a ONU não poderá tomar medidas que forcem Israel a mudar seu comportamento bélico com os países distintos, a falta de apoio do Conselho de Segurança acabou inviabilizando a proposta da Síria. O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica cada vez mais distante como solução para a região da Palestina.
  • 21. Formação Dos Megablocos E Blo Supranacionais
  • 22. 1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em avançar. Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formaç sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades orga expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pel base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional. 2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial. O processo de transnacionalização da produção acabou provocando e também a transnacionaliza especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional. De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recen da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra difer produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os p financeiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exe dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antártic pois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obso ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equado parte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos cust
  • 23.
  • 24. 3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalizaç exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comu Uma sociedade se globaliza na prop sua capacidade de consumo, através de imagens e informaçõe pelos meios de comunicação, como que a globalização apresenta para não são some nte produtos, mas, sim ao mercado, à democracia, à educaç sexualidade, ao trabalho, ao lazer et Um fator importante, responsável pe globalização foi o esgotamento Segunda Guerra, denominada de corrida armamentista bipolar, qu recuperação econômica e o crescime que atualmente formam os bloc supranacionais, como o Nafta, U Mercosul, etc. Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a rob ciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando tr humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversid em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca inst do comportamento xenofobista. XENOFOBISMO Desconfiança, temor o pessoas estranhas ao que as ajuíza, ou pelo ou vem de fora do país Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas ati comando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao perdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos. Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até fo na forma de funcionamento das sociedades, como: Formação dos megablocos e blocos supranacionais. Retorno do pensamento liberal, sob roupagem, na manutenção do coma Teoria do estado mínimo. Nova Divisão Internacional do Traba a transnacionalização . Que provoc fortalecimento do ultranacionalismo fundamentalismos religiosos e etno como forma de reação às mudança
  • 25. O Neoliberalismo A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países como o FMI, o Bird, e suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científ agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estr monetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Es Davos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, de internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Po fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantan O Novo Papel Das Organizações Intern BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e 1980 O Plano de Reformas Estruturais. Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as segui - Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciári - Avancem no processo de privatizações. 1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas. - Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil. - Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, e - Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, s O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e so países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Ca 1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do Análise Geopolítica Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite m foram úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implant A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, altera Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento
  • 26. A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conse processo de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado. É cada vez mais difícil analis sedimentada a realidade econômica fácil perceber como as situações p são resultados diretos da realidade poder de manipulação do cap internacional. É possível distinguir como a implant neoliberais alteram a forma de func sociedades, principalmente na e valores coletivos e avanços do indiv contrapartida, o mundo se surpre mais com os discursos de cun autoridades nacionais e internacio necessidade de investir na solução que afetam as populações do Te como a fome, a tuberculose, a Ai analfabetismo, o excedente po guerras tribais, de interesse econ empresas multinacionais, como a diamantes na África. O processo também está atingindo parcela s populações dos países ricos, tanto n na América do Norte. O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil às idéias neoliberais, de forma m elites nacionais embarcaram n implantaram seus planos econ preocupações quanto à ca absorção dessas mudanças por suas Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gê Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido perdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilh O processo de globalização nos países do Sul ou periféricos Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fas conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas fo novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao gr
  • 27. O processo de globalização fortaleceu mais ainda os processos anteriores, aumentando a dinâmica de internacionalização e a transnacionalização em níveis jamais esperados pelos especialistas. Os países centrais entram na fase pós- urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob a nova tecnologia e o sistema financeiro, enquanto a maioria das fábricas, principalmente aquelas que exigem elevado uso de matéria-prima, recursos energéticos e que não necessitam de mão-de-obra muito qualificada e degradam o meio ambiente, são transferidas para os países periféricos. Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividade Terceiro Mundo, das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentração do high tech e e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentr fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapid pobres. NOTA Um bom exemplo desta situação é o que está acontecendo na China Popular: com a abertura econômica localizada nas Zonas Econômicas Especiais, em seu litoral, é o país que mais cresce economicamente nas duas últimas décadas do século XX e início do século XXI, mas sua luta maior é quanto à transferência de tecnologia de ponta e o controle do capital externo. Para superar esta situação, o país pratica a pirataria tecnológica, onde mais de 90% dos softwares utilizados no país são cópias ilegais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para as multinacionais. O Brasil, a exemplo dos demais países latino-americanos, está lutando para assumir este novo papel nas relações internacionais, mas esta nova forma de dependência exige mudanças internas estruturais, tanto econômicas como financeiras que vão refletir na realidade política, social e cultural de sua população.
  • 28. O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunic ação em massa que quantifica, podendo informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do E próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência a das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informaç sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhec as autoridades se conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorr Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos. Processo Histórico A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que po vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma fo momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimen os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os ava produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e el naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capa planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novo produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica da Ásia Tropical. A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira revolução socialista vitoriosa na Rússia, seguida da crise de superprodução do sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial. Terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje classificamos de capitalismo monopolista ou financeiro. Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra. Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que sur precisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atend os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus. Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internaciona tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”, isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Po o “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundia superpotência norte-americana.
  • 29. Conferência de Bretton Woods (1944) Reunião entre quarenta e quatro cujo objetivo principal era restab internacional, de acordo com a n do pós-Segunda Guerra Mundial Havia a necessidade de se defin relações econômicas e comercia quatro pontos. a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilan no máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano. c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos país taxas cambiais. d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambia das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais ba Criação do Banco Mundial É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em acordo com objetivos específicos. 1) CFI – Corporação Financeira Internacional. Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particu investem no Terceiro Mundo. 2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do financiar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH – elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991. A última reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande pa empréstimos feitos pela ADI. Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil
  • 30. miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país. Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, in sociedades mais pobres do mundo. 3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que pro não econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos. filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os 4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida direta subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazend Financeiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria té equipes ou missões, como são chamadas. Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de me juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorec Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos conseguir mais dinheiro. Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassa mantenedores deste órgão. O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, p que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrai internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado in A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial so países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocess voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na for desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportam competitiva desses países no comércio mundial. Conseqüências imediatas: -Plano Marshall para a Europa. -Plano Colombo para a Ásia. -Criação do “cordão sanitário” para os novo países, de independência concedida, que surgem no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropica África e América Latina, ou países que já existiam e que adquirem importância na realidade da Guerr Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil n América do Sul. Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional
  • 31. De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e pagamento dos países- membros. -É uma instituição monetária. -Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 o americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com economia mundial. Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câm moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1, de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econô Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em conside países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias. O B S E R V A Ç Ã O O principal papel do FMI era o de socorrer os países- membros, principalmente na manutenção do câmbio e na correção das balanças de pagamentos, na década de 70, os EUA abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio flutuante. O motivo mais sério para esta mudança foi a emissão muito elevada de dólares necessários para sustentar a guerra do Vietnã, que provocou uma desvalorização muito rápida da moeda no mercado internacional. Os EUA mudam o seu sistema cambial, pois seria um desastre econômico se o FED (banco central), continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de dólares que existia no mercado externo. Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no co câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que ha Conferência de Bretton Woods. Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Espec calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, consegu comércio mundial. Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer qu Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pa políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua princip crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saqu pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais impor Yene, Marco, Franco e a Libra Esterlina. Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da Un de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Lib são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países- membr critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido, Euro.
  • 32. Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotara CRIAÇÃO DO GATT Conferência de Havana, 1948 – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC – Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 19 É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Por era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países. Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organiz do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria aprovado o seu regulamento para o comércio mundial. Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945. O B S E R V A Ç Ã O * Precedida pela Conferência de Yalta e um pouco antes da Conferência de Potsdan, que vieram a redefinir o papel da Europa na nova realidade mundial. Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar). Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus paíse bipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monop caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do libera corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênic avanços na clonagem.
  • 33. A década de 80 é considerada a “década perdida”. O esgotamento do sistema implantado após a Segunda Guerra Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir várias vezes seu inimigo, mas sabiam que se alguém tomasse esta atitude estaria destruindo a si próprio. Não existe mais a vantagem militar da primeira iniciativa. É nesta situação que se percebe as intransigências dos EUA, quanto a continuar com o projeto Guerra nas Estrelas e a não-assinatura do Tratado de Kioto, mesmo com suas mudanças, na reunião do G-8, em Gênova – 2001. O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro g prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o pl maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram tra população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenv Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (gla déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança com questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas déc a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto? Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Seg internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do c retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As nov mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica, mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toy estrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maio maquinofatureiros. Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanote de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lu sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida.
  • 34. Com a globalização, o poder bélico e geoestratégico caem para o segundo plano. Hoje, país-potência é definido pela capacidade tecnológic a, de planejamento, produção, produtividade e competitividade no mercado global. E não basta para o indivíduo a especialização; é necessário que ele seja qualificado, capaz de assimilar novos conhecimentos e técnicas para se manter na área produtiva e manter o seu emprego. Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Jap periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçan caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo mundiais. Os Megablocos ou Blocos Econômicos Supranacionais 1º) UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE Processo Histórico A União Européia é o mais antigo e o melho existentes na globalização. Sua formação r Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, Unidos, que através do Plano Marshall deu tendência expansionista soviética neste con A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica, tratado de Paris, foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Ben França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do G MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Eur organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonuclea importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus. Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, u escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu. Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração e para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países- membros central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de um princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia. Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundia (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos risco
  • 35. superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países eu a) 1986 - o Ato Único Europeu Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia. * criação de um Banco Central (1/1999); * fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional à população e ao poder econômico/tecnoló Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia – moeda única da Europa; * criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan, continente. Proposta de unificação das leis trabalhistas. Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características político membro. O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, poré b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu. Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam qu processo de conversão das moedas nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica. A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992 c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto. Principais medidas. União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu. Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países- membros mais pobr países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famos Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas.
  • 36. Nota • O Tratado do Porto impõe a todos os países- membros que o déficit público não pode ultrapassar 3,5% ao ano a partir de 1997. • A inflação de todos os países- membros deve ficar no máximo 1,5% acima dos três países- membros com menor inflação, no ano posterior à avaliação. • As taxas cambiais devem flutuar, no prazo mínimo de dois anos, dentro das bandas definidas pelo sistema monetário europeu. • A dívida pública não pode exceder a 60% do PIB. Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar so de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na reconquistar o poder em alguns países- membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha e d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht. * Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países- membros. Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização se Como são medidas que alteram as estruturas de funcionamento das sociedades envolvidas, é nece seus resultados e se possível corrigir as possíveis distorções que venham a surgir. O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de migração das regiões periféricas em d uma super-oferta de mão-de-obra, menos qualificada, no mesmo momento em que os países cen urbano/industrial, onde as novas formas de produção, resultante da 3ª RTC, com as novas máquin enquanto a transferência da 2º RTC para as periferias estavam percorrendo caminho inverso, este acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais na Europa, a violência, com assassinato organizações ilegais da Europa Oriental aproveitaram para avançar em direção ao mundo capitalis forçando alguns países como a Alemanha, Bélgica, França, etc., para que tomassem o caminho co Maastricht, fechando suas fronteiras por algum período para o livre trânsito dos indivíduos da Uniã 1996 – Tratado de Amsterdã os países da União Européia concordaram em preparar as condiçõ remanescentes do ex-bloco socialista, conforme forem superando a fase de transição; eles serão a 1998 – A República Tcheca, a Polônia, a Finlândia e a Eslovênia solicitam suas entradas aceito, mas elas precisam, para serem aceitos como membros efetivos, tomar medidas internas, p controle do Estado em suas economias, lembranças do período socialista. e) 01/01/1999 – Implantação parcial do Euro – moeda única. * 11 países adotam o Euro, portanto, ainda é uma moeda provisória e não existe a sua emissão, s * Dos 15 países que formam a União Européia, a Suécia, Dinamarca, Reino Unido e Grécia não ad
  • 37. f) Dez/2000 – Os 15 países da União Européia discutem a inclusão de mais 15 países na remanescentes do ex-bloco socialista (Leste Europeu). Esta inclusão deverá ocorrer de acordo implantadas pelos países do leste, quanto mais rápido eliminarem o alto poder do Estado em sua serão incluídos na União Européia. A União Européia pretende concluir este processo até o ano de g) 01/01/2002 – Adoção do Euro como moeda supranacional . Com conversão até 06/ Conclusão do Tratado de Maastricht quanto às propostas aprovadas em 1991, com funcionamen globalização. O Euro passa a circular como dinheiro na forma de notas e moedas para todos os países- membros Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco, exceto para o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia. O bloco passa a funcionar em uma união política e monetária. * a União Européia é presidida por um dos países membros, numa periodicidade semestral, de aco h) Junho de 2003 – Reunião de Salônica, na Grécia Término da presidência semestral sob o comando da Grécia. É decidido pela inclusão de mais 10 países, principalmente os países do leste europeu ou do ex-bl É apresentado o esboço da constituição dos Estados Unidos da Europa. i) 1º de julho de 2003 – o Governo italiano, assume a presidência da União Européia será u pois surgirá uma nova forma de administração devido à proposta futura de eleição do Presidente d O primeiro ministro da Itália é Sílvio Berlusconi, empresário de grande poder econômico, mas que de avanço da União Européia, portanto, não é a pessoa mais indicada para o momento de mudanç O B S E R V A Ç Ã O Na reunião de Salônica é decidido que em 1º de março de 2004, após plebiscitos, os 10 novos países serão incluídos na União Européia, e que será apresentada a Constituição dos EUE bem como as normas e data para eleição do primeiro Presidente dos Estados Unidos da Europa. j) Em 31 de dezembro de 2003 termina a presidência desastrosa da Itália na União Européia d megaempresário Silvio Berlusconi. l) Em 1º de janeiro de 2004 a Irlanda assume a presidência da União Européia com as segu semestre de 2004: Reaproximar a União Européia dos Estados Unidos da América, tentando amenizar os choques rec EUA contra o Iraque e a rápida valorização do Euro em relação ao dólar. Organizar o melhor possível a inclusão dos novos países na organização em 1º de maio para redu
  • 38. Aprovar a constituição do estado supranacional. Trabalhar as normas eleitorais quanto à eleição do presidente dos EUE, com futura indicação do p m) Em 1º de maio de 2004, os 10 novos membros são incluídos na União Européia, com restrições cotas para o comércio e para a migração em direção aos países centrais. • Dos 10 novos países, 8 são originários do Ex. Bloco Socialista, sendo que a Polônia corresp países. • Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Malta Observação: Não esqueça • Os países satélites como Mônaco, San Marino, Andorra e Vaticano já adotaram o Euro. • O Reino Unido (Inglaterra), Dinamarca e Suécia que já faziam parte da EU e os 10 novos m n) Em outubro/2004 – O Parlamento Europeu aprova a inclusão da Turquia que deverá ser concluí o) Em outubro/2004 – Os governantes de 25 países, reunidos em Roma, em homenagem ao trata ao bloco econômico, aprovam a constituição européia que deverá ser discutida no Parlamento Eur p) Em 1º de março de 2004, coincidindo com o atentado em Madri, a União Européia declara que medidas propostas pelo Protocolo de Kyoto. 2º) Megabloco do Pacífico ou do Iene Este megabloco é considerado informal, pois sua formação resulta da expansão econômica das “ilhas- mães” do arquipélago japonês, que nas últimas décadas foi transferindo capital, tecnologia e indústrias para os países periféricos ao seu território. Portanto, não existe uma organização formal; são os poderes econômico e tecnológico do Japão que determinam o seu comportamento. Também não é possível dizer o número de países- membros devido à informalidade. E, ao contrário dos demais blocos econômicos, não impede que sejam formados blocos menores e formais em seu interior. Os principais blocos formais ou áreas de livre comércio no interior do bloco do Pacífico são a Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático e Asean foi utilizada como base para a formação da Apec- Área de Cooperação Econômica Ásia-Pacifico. O CER ex Nafta – Área de Comércio Restrito entre a Austrália e a Nova Zelândia e um bloco que deveria ter início em 2003, mas que não avançou devido a conflitos entre seus principais membros, principalmente na Região de Caxemira, é a Saarc ou Alcam – Área de Livre Comércio da Ásia Meridional, formada pela Índia, Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka.
  • 39. Formação do Bloco do Pacífico: a) Japão – desenvolvido; único país central e, portanto, do norte. b) Tigres Asiáticos tradicionais – Coréia do Sul, Formosa, Hong- Kong e Singapura, a partir da década de 70. c) Novos Tigres Asiáticos (décadas 80) – Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia, etc. c) Litoral da China (décadas 80/90) – Implantação das ZEEs – Zonas Econômicas Especiais, no litoral da China Socialista. d) Austrália e Nova Zelândia na Oceania. Para melhor compreensão da evolução deste megabloco é necessário interagir os resultados das mudanças na sociedade japonesa e a realidade mundial do pós-Segunda Guerra. Pré-requisitos históricos: Até a primeira metade do século XIX, o Japão apresentava uma elevada descentralização de poder, onde a lei das espadas ou dos samurais é que definiam o espaço de comando de cada família tradicional os famosos Xogunatos. Na realidade, a sociedade japonesa já percebia, devido aos ataques e saques em seu litoral, que ou mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as ameaças dos impérios ocidentais, expansionistas e militarizados da época, inclusive da frota naval norte-americana. Na segunda metade do século XIX, a formação da era ou Dinastia Meiji, transforma completamente o quadro geopolítico da sociedade japonesa, formando um império absolutista, também expansionista e militarizado, a exemplo dos dominadores ocidentais, que passa a estender seus domínios econômicos e militares por vasta área do Continente Asiático. Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão é obrigado a se ocidentalizar, provocando significativas mudanças na forma de organização de sua sociedade. 1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950. 2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista. 3. Não pode ter Forças Armadas e só pode gastar 1% de seu PIB na organização de uma força de segurança. 4. Fica sob a proteção do guarda-chuva nuclear dos EUA. 5. Os Zaibatsus – monopólios econômicos controlados pelas famílias tradicionais japonesas são colocados na ilegalidade. Os riscos provocados pela tendência expansionista Sino-Soviética na região e a guerra na península da Coréia acabam forçando os EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperação da economia do Japão; surge o Plano Colombo, com as mesmas características que o Plano Marshall para o continente europeu, mas não com a mesma grandeza de recursos.
  • 40. Década de 60 – o milagre japonês Medidas que foram tomadas: 1. Adoção do Neomalthusianismo. 2. Subvalorização do Iene. 3. Poupança interna. 4. Utilização da mão-de-obra abundante, barata, técnica, perfeccionista e coletivista. 5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a política do copiar para aperfeiçoar e, se possível, miniaturizar os produtos industriais ocidentais, com o objetivo de reduzir os custos. 6. Retorno do Zaibatsus com os monopólios de famílias tradicionais ou conglomerados econômicos. 7. Reforma agrária. Ao tomar essas medidas, o Japão recupera toda a forma fordista de produção e, como seus produtos ficam altamente competitivos no mercado internacional, passa a acumular um superávit na balança comercial, enquanto os demais países desenvolvidos estão aumentando seus déficits. Para desenvolvermos melhor estas idéias, considere esse momento como o período de reconstrução da Segunda Revolução Técnico- Científica (2ª RTC), o fordismo. Década de 70 – fase da expansão econômica para sua periferia As crises do petróleo, 1973/1979, e outros fatores externos como a mudança de câmbio dos EUA, e a guerra do Vietnã, afetaram de forma significativa a capacidade produtiva do Japão, pois mais de 95% de seu consumo de petróleo era importado de países- membros da Opep, principalmente do Golfo Pérsico, reduzindo sua competitividade no mercado externo e, conseqüentemente, seu superávit comercial. Com isso, o Japão é o primeiro país a iniciar a implantação da Terceira Revolução Técnico-Científica (3ª RTC), ao mesmo tempo em que transferia a Segunda Revolução para a sua periferia. Substituindo os investimentos ocidentais que nas décadas de 50 e 60 foram aplicados na Ásia, alguns países que faziam parte do “cordão sanitário” são transformados nos Tigres Asiáticos ou pequenos dragões, como a Coréia do Sul, Singapura, Taiwan ou Formosa e o protetorado britânico da ilha de Hong Kong. Sendo que este último foi devolvido para a China popular em 1997.
  • 41. É interessante observar que ao iniciar a Terceira Revolução Tecnológica, o Japão não muda somente as técnicas de produção, devido ao uso da robótica, da informática e da automação, mas muda também o sistema de produção, passando do fordismo para o toyotismo, isto é, conceitos básicos como flexibilidade, informação e qualidade rompem com a estrutura fordista de produção capitalista, a rigidez do sistema de produção capitalista ocidental nos EUA e Europa não suporta as renovações high tec, perdendo rapidamente a capacidade produtiva e a competitividade em relação aos produtos japoneses e periféricos do Japão. Acabou a fase de produção com elevado estoque de matérias-primas, energia, quantidade e especialização do trabalhador; tudo deve funcionar de acordo com as necessidades do mercado, produção, qualidade, administração e qualificação da mão-de-obra, que são requisitos integrados e fundamentais para manter a competitividade no comércio mundial. Os Tigres Asiáticos se transformaram em verdadeiras plataformas ou corredores de exportação, controlados pelo capital e pelas empresas japonesas. São os famosos NICs – novos cinturões industriais ou NIPs – novos países industriais. Está sendo criada a estrutura inicial do megabloco que irá surgir no continente asiático. Década de 80 – os avanços do megabloco Os Tigres Asiáticos transferem parte da 2ª RTC para a sua periferia e recebem nova remessa de indústrias com transferência tecnológica do país central (Japão). Estão sendo criados os Novos Tigres Asiáticos, como a Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Vietnã, etc., também denominados de NIPs ou NICs; na língua inglesa são chamados de países de recente (newly) industrialização.
  • 42. A Abertura Econômica Localizada na China Popular Nessa mesma década, a República Popular da China começa a colocar em prática as suas propostas já defendidas na década anterior, de “socialismo de mercado” ou “um país com dois sistemas”, isto é, uma abertura econômica localizada onde o Estado permanece com poder centralizado, mas alia-se ao capital internacional para explorar os recursos naturais e principalmente a mão-de-obra barata, obediente e em excesso, que recebe centavos de dólares por hora trabalhada, além do total cerceamento a liberdades trabalhistas e sociais. O interior do país permanece sob controle total do Estado. No litoral são criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde leis especiais favorecem a atração dos investimentos externos e o “boom” no crescimento econômico. Na formação das empresas do tipo joint ventures, isto é, uma união do capital externo e as mais de 120000 estatais chinesas. Principais conseqüências da abertura econômica chinesa 1. Supera o Brasil como o país mais industrializado do Sul (subdesenvolvidos). 2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no Terceiro Mundo vão para as ZEEs, no litoral da China. 3. Passa a receber investimentos de bilhões de dólares provenientes dos gigantes econômicos, isto é, dos chineses que vivem em diáspora. 4. Abertura das bolsas de valor em Beijing e em Xangai. 5. Seu superávit comercial, principalmente com os EUA, é de bilhões de dólares ao ano, se tornando a terceira população em poder de compra, só superada pela população dos EUA e do Japão. Isto não quer dizer que tenha melhorado muito a qualidade de vida de seus 1,3 de bilhão de pessoas. 6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado, provocando concorrência desleal, com elevado índice de pirataria industrial e tecnológica, com prejuízos de bilhões de dólares/ano para as transnacionais. Cerca de 97% dos softwares são piratas. 7. É considerado o país que mais desrespeita os direitos humanos, quanto às mulheres, crianças e idosos. 8. É uma potência militar que ainda faz testes nucleares. 9. Mais de 95% das execuções/ano no mundo, dois terços de
  • 43. seu Código Penal prevê a pena de morte, inclusive para a emissão de cheque sem fundo. 10.De acordo com a OMC, cerca de 75% dos brinquedos fabricados no mundo são produzidos pela China Popular. NOTA Em 1997, a China Popular inicia negociações com os EUA para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC); no início de 2001 foi aceito o seu pedido, mas sua entrada como membro está condicionada a exigências quanto a questões econômicas como a espionagem industrial e a pirataria, onde mais de 90% dos CDs com músicas, jogos eletrônicos e a maior parte dos software são produtos copiados das empresas multinacionais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para estas empresas. Além das questões dos direitos humanos, como execuções das penas de morte, os tratamentos dados às minorias étnicas, às mulheres, crianças e velhos, combinados com as questões militares como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do país. Atualmente, a grande discussão entre os países e autoridades da OMC, é quanto ao seguinte aspecto: se a República Popular da China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar os seus estatutos. Outros defendem que, ruim com ela na OMC, pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria dando altos prejuízos para as empresas transnacionais no sistema globalizado. Em dezembro de 2001, na 3ª Reunião da OMC em Katar, no Golfo Pérsico, a China é aceita como membro da OMC, permanecendo socialista e com algumas concessões como a manutenção dos subsídios agrícolas para manter os 70% de sua população na área rural. Atualme nte a gripe do frango prejudicou a economia dos países asiáticos da mesma forma que a pneumonia asiática. O Brasil é um dos países que mais tira vantagens desta situação com um aumento nas exportações de seus produtos e subprodutos primários. Em novembro de 2004, sete representações oficiais de países asiáticos e da União Européia – China, Vietnã, Coréia do Sul, Alemanha, etc. – vieram ao Brasil. A China Popular é o 3º país com maior comércio com o Brasil; só superada pelos EUA e Argentina.
  • 44. Com esta visita, o Brasil assinou o acordo bilateral com os seguintes resultados: - o Brasil reconhece que a China pratica economia de mercado e que a OMC é a instância para resolver as questões quanto a prática de dumping, concorrência desleal, principalmente quanto a pirataria tecnológica, subsídios ou protecionismo praticado pelas partes envolvidas; - a China se comprometeu em investir cerca de 2 bilhões de dólares em infra-estrutura para facilitar o escoamento e a produção agropecuária e mineral brasileira. Inclusive com a proposta de alugar propriedades rurais para aumentar a produção e o agronegócio. Atenção: Nessas visitas ao Brasil, os países aproveitam para discutir a reestruturação do Conselho de Segurança da ONU, assunto que interessa ao Brasil, Índia, Japão e Alemanha, que reivindicam o direito a uma cadeira permanente nesse conselho. Essa situação discutida pela ONU será decidida em setembro de 2005. Sua solução requer a aprovação de 2/3 da plenária da ONU, hoje com 191 membros. Década de 90 – as crises econômicas com queda na produção O Japão entra em recessão econômica, pois os grandes mercados consumidores estão criando suas próprias estruturas na Terceira Revolução Tecnológica; os mercados europeu e norte- americano estão fortalecendo suas barreiras protecionistas quanto às importações, reduzindo rapidamente o superávit comercial japonês. Com isso, o país é obrigado a aumentar a capacidade de consumo interno, melhorando os salários, reduzindo a jornada de trabalho e elevando o poder aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo em que avança mais ainda na renovação tecnológica do sistema de produção, entrando na fase típica atual dos países mais desenvolvidos, que é de contração das tecnologias de ponta e descontração das atividades mais antigas para a sua periferia. Portanto, o Japão está entrando na fase pós-urbano-industrial. Em 1996/97, os países asiáticos entram em profunda crise econômica devido à fuga dos investimentos especulativos, o chamado “efeito saquê” está terminando a bolha especulativa, que tanto favoreceu ao crescimento asiático na década de 80. A Austrália e a Nova Zelândia são incluídas no Megabloco Asiático
  • 45. partir deste momento, o mais correto é dizer bloco do Pacífico e não asiático, pois há uma expansão do bloco em direção à Oceania. Por ser informal, o Megabloco da Ásia não impede que países em seu interior se organizem em blocos supranacionais de acordo com suas identidades ou necessidades. • Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático. • Criada em 1967, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, com previsão de implantar uma área de livre comércio até 2003. São países de organização social bastante rígida, considerados cópias não perfeitas do modelo japonês, pois sofreram processo de industrialização sem tecnologia, com alta dependência externa; suas economias são controladas pelos gigantes econômicos, isto é, os chineses étnicos já a política e o poder de estado são controlados por elites tradicionais. • O CER – Acordo Comercial de Relações Econômicas mais Estreitas, substituiu o NAFTA criado na década de 60, funcionando como área de livre comércio entre a Austrália e a Nova Zelândia. • Saarc – Associação do Sul Asiático para a Cooperação Regional, criada em 1993, funciona como área de livre comércio entre Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka. • APEC – Ásia – Pacífico Cooperação Econômica – obedece a duas etapas: união dos países industrializados até 2010 e dos países não industrializados até 2020. Essa organização tem como proposta básica estruturar as relações econômicas e comerciais entre os países do Pacífico, para aumentar a competitividade com a área do Atlântico Norte, área secular de maior intensidade comercial e econômica do planeta. De acordo com a proposta, deve fazer parte da Apec todo o Megabloco Informal da Ásia, mais o Nafta – Área de Livre Comércio da América do Norte e mais o Chile e Peru. • Em novembro de 2004 - a última reunião da Apec aconteceu no Chile. 3º) MEGABLOCO AMERICANO Com as mudanças ocorridas na década de 80, os EUA precisam refazer sua geoestratégia de dominação mundial, pois o poder bélico não se traduz mais no único fator de supremacia, e os megablocos da Europa e da Ásia estão atuando a pleno vapor na defesa e implantação da nova ordem mundial. É a etapa capitalista da globalização e da 3ª Revolução Industrial, a famosa Revolução Tecnológica.
  • 46. NOTA O Presidente Reagan inicia o processo ao criar o superdólar, mudando a política econômica interna e favorecendo a entrada de produtos externos, acelerando a capacidade de consumo da sociedade norte-americana; é a fase do reaganomics. No final da década de 80 e início da de 90, o Presidente George Bush passa a defender “a iniciativa para as Américas”, com a proposta de uma área de livre comércio para todos os países da América, à exceção de Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote mundial, decretado pela ONU em em 1962, devido a crise dos mísseis; é a proposta de criação da Alca – Acordo de Livre Comércio das Américas. Na década de 90 ocorre o declínio como importância na produção industrial do Cinturão das Manufaturas, o grande símb olo da Segunda Revolução, de características Fordista, localizado às margens dos grandes lagos e nordeste dos EUA; com suas megalópoles, cidades industriais e a estrutura fordista de produção passa a ser chamado de cinturão cinzento ou cinturão das neves (rust/frost belt). Como características de decadência, o declínio da produção nesta área expulsa milhões de trabalhadores para novas regiões do território norte-americano. Há um declínio na produção industrial, mas não podemos esquecer que é nessa área que encontramos a maior concentração de escritórios centrais das grandes empresas norte-americanas, bem como a maior concentração de financeiras e a maior bolsa de valores do mundo. Ao mesmo tempo em que assistimos ao crescimento vertiginoso do símbolo da Terceira Revolução Tecnológica, o denominado Cinturão do Solcom, o desenvolvimento do vale do silício na Califórnia, mais as regiões do Golfo do Texas, península da Flórida e o noroeste, surge um novo pólo tecnológico, com elevado crescimento socioeconômico e populacional nas cidades de Los Angeles,
  • 47. Nova Orleans e Miami, que substituem o antigo pólo econômico do nordeste ou cinturão das manufaturas, símbolo da segunda revolução técnico-científica, com as cidades de Chicago, Pittsburgo, Detrid, Cleveland e até Nova York, passa a ser denominado cinturão cinzento, das neves ou decadência, com expulsão de milhões de trabalhadores que foram substituídos pelos resultados da nanotecnologia. Nas atividades industriais mais antigas começa a substituição da forma de produção pelas novas máquinas, gerando excedente de mão-de-obra, enquanto nas atividades da terceira revolução, há carência de trabalhadores qualificados, forçando a necessidade de se recrutar mão-de-obra qualificada em todo o mundo, para atender sua carência na área de pesquisas e desenvolvimento de novas técnicas e produtos na área de tecnologia de ponta, nos países desenvolvidos. Não restam dúvidas. O país que mais reduziu a taxa de desemprego, diminuiu a violência de uma forma geral e elevou a capacidade de consumo de sua sociedade a níveis nunca imaginados foram os EUA, na década de 90. Como exemplo, podemos afirmar que na segunda metade da última década, os EUA cresceram uma economia brasileira a cada dois anos. Fica claro que entraria em queda de produção a partir do momento que reduzisse os juros internos e isto já começou a acontecer com a posse do novo presidente, no início de 2001. NOTA Na verdade, o governo americano está defendendo o retorno da “Doutrina Monroe” e o abandono das doutrinas “Truman” e “Nixon”, aumentando seu domínio sobre o continente e tentando bloquear a invasão dos produtos europeus e asiáticos. Mas, em hipótese nenhuma, admite avançar além do livre comércio com os seus parceiros americanos, pois não admite reduzir as suas barreiras alfandegárias e nem discute quanto ao poder de interferência da Lei Super 301, que protege as suas multinacionais no mundo. Como o congresso norte-americano não autoriza o ajuste rápido até 2002(fast track) para a Alca e os países latino-americanos
  • 48. mais importantes, entre eles o Brasil, contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o Nafta – área de livre comércio da américa do norte, unindo-se com o Canadá e o México, o Nafta pode ser classificado como megabloco pela sua grandeza econômica, populacional e territorial, além de envolver dois países do norte e um do sul. a) 1992 – O Congresso norte-americano autoriza o fast track, isto é, o “ajuste rápido”, permitindo a criação da Nafta. b) 01/01/1994 – Início de implantação do Nafta De imediato, 50% dos produtos passam a ser negociados livremente, fazendo com que o México acreditasse que estava abrindo as portas do primeiro mundo, para logo depois descobrir que estava enganado ao sofrer a Revolta de Chiapas, com o surgimento do Movimento Zapatista de Libertação Nacional, provocando convulsão interna e rápida fuga do capital volátil, resultando no famoso efeito tequila, o país entra em estado de falência, recebendo ajuda internacional de 51 bilhões de dólares, aumentando sua vulnerabilidade econômica. Alca – Acordo de Livre Comércio das América • A proposta norte-americana é de iniciar a sua implantação a partir de 2003, lembrando que o Congresso norte- americano reluta em autorizar o fast track e, caso a Alca seja implantada a partir de 2003, irá prejudicar a conclusão do Mercosul. Com isso, o Brasil procura aliados na tentativa de manter a implantação da Alca a partir de 2005, pois acredita que o Mercosul estaria mais fortalecido. • A proposta da Alca é de criar uma área de livre comércio para toda a América, exceto para Cuba, por isso é bom não confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação de tarifas e impostos entre os países-membros, mas, tão somente uma lista de produtos que podem ser negociados com tarifa zero. • Em 15 de fevereiro de 2003 os 34 países que compõem a Alca apresentam suas listas para início da área de livre comércio, esta lista é diferente das listas das outras áreas de livre comércio, pois os EUA exigem e os países apresentam uma lista dos produtos que não podem ser negociados com tarifa zero, ao mesmo tempo em que os EUA não admitem discutir o elevado índice de protecionismo e subsídios que pratica para proteger sua produção interna, alegando que após iniciar a Alca os países que se sentirem prejudicados podem recorrer à OMC. Em 1994, a Primeira Cúpula das Américas, reunida em Miami, EUA, definiu como meta o ano de 2005 para o aumento da integração, por meio da Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Em março de 1996, na reunião de San José da Costa Rica, os
  • 49. países latino-americanos conseguem separar o setor agrícola de atividades como o aço e a indústria de automotores; é uma vitória do Mercosul, contrariando os interesses dos EUA e do Canadá. É formado um grupo específico de negociações para o setor agrícola, que ficou sob a presidência da Argentina e de El Salvador, enquanto o grupo de estudos sobre subsídios, anti-dumping e direitos compensatórios ficou presidido pelo Brasil. Em 1998, temos a Segunda Cúpula das Américas, em Santiago do Chile, onde o único fato importante foi a declaração do Presidente norte-americano quanto aos obstáculos para implantação da ALCA, pois não conseguia a autorização do Congresso dos EUA. Nos dias 20, 21 e 22 de abril de 2001, na Confederação do Canadá, na Província de Quebec, cidade de Montreal acontece a Terceira Cúpula das Américas. A principal decisão foi à ratific ação do dia 1º de janeiro de 2006 como data oficial para início de implantação da Alça, ao mesmo tempo em que libera para que todos os países criem ou avancem na implantação de áreas de livre comércio localizadas até 2005; com isso, na prática, a Alca já está sendo implantada. Foi também em Montreal que ocorreu a Reunião dos Povos Americanos, os grupos e partidos antiglobalização, nos dias 18, 19 e 20 de janeiro de 2001. Em dezembro de 2003 acontece a Cúpula Ministerial da Alca em Miami, no Estado da Flórida. • Esta reunião é resultado de encontros, conferências e reuniões anteriores como a reunião fracassada da OMC em Cancún, a reunião do FMI em Bali, a conferência dos países andinos com a participação do presidente Lula, o Consenso de Buenos Aires – proposta pós-neoliberalismo, assinado entre Nestor Kichener e o Presidente brasileiro, o encontro dos países Ibero-americanos na Bolívia pós-queda do governo deste país e principalmente pelo trabalho diplomático e geopolítico feito pelo Estado brasileiro,resultando num encontro entre o ministro Celso Amorim e Robert Zoellick representante do governo norte- americano para a Alca. • Na Reunião de Cúpula Ministerial em Miami, o governo americano abre mão da proposta de Alca abrangente e negocia o que é possível ser implantado a partir de 2005. Com isto, as questões problemáticas como as compras governamentais, a área de serviços e conhecimentos, por enquanto ficam fora das negociações da Alca. • Esta nova proposta de ALCA passa a ser denominada pela imprensa de Alca flexível, light ou a la carte.
  • 50. Mercosul O Mercado Comum do Sul é um bloco regional, com formação sul x sul (pobre x pobre); portanto, a exemplo das organizações entre nações periféricas já existentes, como a Aladi (ex Alalc), o MCCA, o Pacto Andino atual CAN – Comunidade Andina, a Asean e o Caricom, é de difícil implantação e mais difícil o seu funcionamento, principalmente porque apresentam economia monótona, isto é, os seus membros são todos emergentes, portanto, apresentam os mesmos problemas, como dependência tecnológica, dívidas externa e interna muito altas, instabilidade política, desigualdades sociais, etc. Sua criação é resultado de tentativas de sobrevivência num mundo cada vez mais globalizado, onde os megablocos ameaçam, com as idéias neoliberais de internacionalização da economia, teoria do estado mínimo, privatização das estatais, e o domínio do capital volátil, enfraquecendo os governos locais e forçando a eliminação das fronteiras econômicas, que conseqüentemente, podem desestruturar as economias dos países mais fragilizados; isto é, romper com a estrutura de estado-nação e internacionalizar a economia dos países do sul. É o choque atual entre o projeto de globalização e a sua defesa de uma economia internacionalizada e o nacionalismo defendido por elites locais e/ou minorias étnicas excluídas do processo. Etapas de criação/implantação do Mercosul 1º 1986 – Acordo Bilateral Brasil x Argentina. • Consequência do término da Operação Condor; os EUA não apóiam mais os regimes autoritários. • Redemocratização na América Latina. NOTA * Brasil – Plano Cruzado e moratória. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo colégio eleitoral (Tancredo Neves), José Sarney, seu vice substitui o último presidente militar, General João Baptista de Figueiredo.