O documento discute a importância do estudo do livro do Apocalipse. Contém 3 pontos principais:
1) O livro do Apocalipse trará bênçãos àqueles que o lerem e guardarem o que está escrito nele.
2) Compreender o livro trará um grande reavivamento espiritual.
3) O testemunho das verdadeiras testemunhas no livro produzirá uma "sacudidura" entre o povo de Deus.
1. APOCALIPSE – ESBOÇOS DE ESTUDOS
[Clique na palavra ÍNDICE]
Edwin R. Thiele
EMMANUEL MISSIONARY COLLEGE
Berrien Springs, Michigan
1951
Tradução: Henrique Berg
Preparo: César Augusto da Costa
Agradecemos às Profas. Ruth Nelson
e Albertina Simon
pelo auxílio prestado na revisão desta apostila.
COLÉGIO ADVENTISTA BRASILEIRO
1960
2. Apocalipse – Esboços de Estudos 2
ÍNDICE
Prefácio...................................................................................3
1. Vista geral do Livro do Apocalipse.....................................6
2. O Estudo do Apocalipse.....................................................8
3. A Revelação de Jesus Cristo (cap. 1)..............................23
4. As Cartas às Sete Igrejas (caps. 2,3)...............................45
5. Os Selos e a Obra do Selamento (caps. 4,5,6,7,8:1).....109
6. As Sete Trombetas (caps. 8,9,10:7,11:15-19)................201
7. O Anjo Com o Livro Aberto (cap. 10)..............................229
8. O Templo e as Duas Testemunhas (cap. 11).................232
9. A Mulher e o Dragão (cap. 12).......................................242
10. O Leopardo e a Besta de Dois Chifres (cap. 13)............253
11. As Últimas Mensagens de Deus e a Ceifa (cap. 14)......272
12. As Sete Últimas Pragas (caps. 15,16)............................290
13. A Mulher e a Besta Cor de Escarlata (cap. 17)..............308
14. A Queda da Grande Babilônia (cap. 18 – 19:4).............321
15. As Bodas do Cordeiro e o Conflito Final (cap. 19:5-21) 338
16. O Milênio (cap. 20).........................................................346
17. A Nova Terra (caps. 21,22)............................................355
3. Apocalipse – Esboços de Estudos 3
PREFÁCIO
Cada livro da Bíblia tem a sua mensagem especial ou específica. Se
existe algum livro da Bíblia superior aos demais e que deve ser estudado
e entendido por aqueles sobre os quais virá o fim do mundo, este é o
livro remate da Palavra de Deus.
Neste livro se encontram revelações importantes dos
acontecimentos do passado e circunstâncias do futuro, de coisas vistas e
não vistas, das forças do bem e dos poderes do mal. Aqui se descerram
as cortinas para o filho de Deus poder ter um vislumbre das imensas
forças que desde os primeiros dias da história têm lutado para obter o
domínio do mundo, de movimentos instituídos por Deus para realizar o
Seu objetivo na terra, e dos esforços do diabo para reunir a humanidade
toda sob o deu governo maligno.
Neste volume estão delineadas cenas de todas as cores e matizes, de
todos os climas e eras, Aqui se acham descritas as atividades da
prostituta e do dragão, da virgem e do Cordeiro; aqui estão pintados os
horrores do lago de fogo e às glórias do mar de vidro; aqui se refletem as
desolações do abismo e as incomparáveis belezas da cidade eterna de
Deus.
A linguagem do Apocalipse é bem colorida e pitoresca. O livro trata
de igrejas e trombetas, de selos e trovões, reis, montes e tronos, de
cavalos brancos, vermelhos e pretos, de arco-íris e esmeraldas, de
estrelas da manhã, ruas de ouro e portões de pérolas; de Babilônia e
Apoliom, Abadom e Armagedom, Gog e Magog, Éfeso e Laodicéia, da
chave de Davi e da sinagoga de Satanás, dos frutos da árvore da vida e
do vinho da ira de Deus, do Alfa e do Ômega, de anjos que seguram os
quatro ventos da terra e da vinda dos exércitos celestiais com Aquele que
governaria com vara de ferro e reinará como Rei dos reis e Senhor dos
senhores.
O Apocalipse não é um livro fácil de entender. Ele é uma revelação
de Deus, mas é uma revelação dada em grande parte na forma de
4. Apocalipse – Esboços de Estudos 4
símbolos. Nenhum outro livro da Bíblia tem sido interpretado tão variada
e confusamente. A reação do estudante, à primeira vista, é de que o livro
em grande parte está além da razão e da compreensão, e que deve
permanecer fechado ao entendimento do homem. Todavia, este livro é de
Deus e é da Sua divina vontade que ele transmita ao homem uma
revelação do céu clara e oportuna.
Para ser corretamente entendido, o livro do Apocalipse requer
elucidação divina e um estudo muito cuidadoso, Para aquele que procura
fervorosamente a luz, para aquele que deseja procurar esmerada e
perseverantemente a verdade com muita oração, para aquele que deseja
comparar cuidadosamente Escritura com Escritura e estudar os caminhos
de Deus no manual da história, um diligente estudo do livro do
Apocalipse oferece incontáveis possibilidades; Muitas são as jóias sob a
superfície que se encontram aguardando os esforços daquele que procura
tesouros nesta mina de verdade.
Não se deve supor que já se entenda tudo o que esta profecia
contém, nem que as explicações mais aceitas sejam as que mais se
aproximam do correto. O desdobramento de toda a verdade sempre têm
sido progressivo e não há razão alguma para crer que seja diferente
quanto ao Apocalipse de João. Nenhuma tentativa se fará nesta apostila
para fazer uma exposição verso por verso, mas somente as bases
essenciais em forma de esboço.
Ao entregar-se o estudante a um estudo sistemático, cuidadoso e
cheio de oração da maravilhosa profecia de João, possa ele receber
aquela bênção prometida àquele que lê e aos "que ouvem as palavras
desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o
tempo está próximo."
Edwin R. Thiele
5. Apocalipse – Esboços de Estudos 5
ABREVIATURAS:
AA. - Atos dos Apóstolos
CBV. - Ciência do Bom Viver
CE. - Colportor Evangelista
CS. – Conselhos Sobre Saúde
CC. - Caminho a Cristo
CSES - Conselhos Sobre a Escola Sabatina
GC. - Grande Conflito, O
CPPE - Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes
DTN. - Desejado de Todas as Nações, O
Ed. - Educação
Ev. - Evangelismo
HR. - História da Redenção
PE. - Primeiros Escritos
LS - Life Sketches
MDC. - Maior Discurso de Cristo, O
MS. - Manuscripts
MJ. - Mensagens aos Jovens
OE. - Obreiros Evangélicos
PJ. - Parábolas de Jesus
PP. - Patriarcas e Profetas
PR. - Profetas e Reis
R&H. - Review and Herald
SG. - Spiritual Gifts
SP. - Spirit of Prophecy
SpT. - Special Testimonies
SpTM. - Special Testimonies to Ministers
ST. - Signs of the Times
T. - Testimonies
TM. - Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos
TS. - Testemunhos Seletos
VE. - Vida e Ensinos
6. Apocalipse – Esboços de Estudos 6
VISTA GERAL DO LIVRO DO APOCALIPSE
I. INTRODUÇÃO
Capítulo 1. A revelação dada a João; Cristo entre os castiçais.
II. CARTAS ÀS SETE IGREJAS
III. OS SETE SELOS
Capítulo 4. O lugar do trono celeste.
Capítulo 5. O Cordeiro digno de abrir os selos.
Capítulo 6. A abertura dos primeiros seis selos.
Capítulo 7. A retenção dos ventos e a obra do selamento.
Capítulo 8:1. A abertura do sétimo selo.
IV. AS SETE TROMBETAS
Capítulo 8. As primeiras quatro trombetas.
Capítulo 9. A quinta e a sexta trombeta.
Capítulo 10:7; 11:15-19. A sétima trombeta.
V. A APROXIMAÇÃO DO TEMPO DO FIM
Capítulo 10. O poderoso anjo com o livro aberto.
Capítulo 11. O templo e as duas testemunhas.
VI. POTÊNCIAS ORDENADAS CONTRA O CÉU
Capítulo 12. O grande dragão vermelho.
Capítulo 13. A besta semelhante ao leopardo; a besta de dois
chifres.
VII. AS MENSAGENS FINAIS DE DEUS E A CEIA
Capítulo 14. A tríplice mensagem angélica; a vinda de Cristo e a ceia.
7. Apocalipse – Esboços de Estudos 7
VIII. AS SETE ÚLTIMAS PRAGAS
Capítulo 15. Os sete anjos com as sete últimas pragas.
Capítulo 16. O derramamento das sete taças da ira de Deus.
IX. A S ENTENÇA CONTRA OS PODERES DAS TREVAS
Capítulo 17. A mulher e a besta cor de escarlata.
Capítulo 18. A queda final de Babilônia.
Capítulo 19. A vitória dos exércitos do céu sobre a besta.
Capítulo 20. Satanás preso no abismo e seu lançamento no lago de
fogo.
X. A GLORIOSA HERANÇA DOS JUSTOS
Capítulo 21. A Nova Jerusalém.
Capítulo 22. O rio e a árvore da vida; as recompensas finais.
XI. BIBLIOGRAFIA
Barnes, Albert, Notes on the Book of Revelation, xxxviii-xlvi.
Dunch, Taylor G., Studies in the Revelation, 1-4.
Elliott, E. B., Horae Apoclypticae, I, xxv-xxviii.
Garratt, Samuel, A Commentary on the Revelation of St. John, 16-25.
Geissinger, James Allen, Heart Problems and World Issues, 13-25.
Hendriksen, W., More than Conquerors, 22-64.
Polhamus, William Robert, The Unveiling of Jesus Christ, 13-22.
Reid, William J., Lectures on the Revelation, 10-12.
Scott, C. Anderson, Revelation, 75, 76.
Smith, Justin A., Commentary on the Revelation, 21-25.
Swete, Henry Barclay, The Apocalypse of St. John, xxxii-xli.
8. Apocalipse – Esboços de Estudos 8
O ESTUDO DO APOCALIPSE
I. A IMPORTÂNCIA DO LIVRO DO APOCALIPSE
A. Uma bênção aos que lêem
"O Senhor abençoa a todo aquele que com humildade e mansidão,
procura compreender o que está revelado no Apocalipse. Este livro fala tanto
acerca da imortalidade e da glória, que todos os que o lêem e pesquisam
fervorosamente recebem as bênçãos prometidas àqueles 'que ouvem as
palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas'. Apoc.
1:3." – TM, 114.
"Diz o profeta: "Bem-aventurado aquele que lê" - há os que não querem
ler; a bênção não é para estes. "E os que ouvem" - há alguns, também, que
se recusam a ouvir qualquer coisa relativa às profecias; a bênção não é para
esta classe. "E guardam as coisas que nela estão escritas" - muitos se
recusam a atender às advertências e instruções contidas no Apocalipse;
nenhum desses pode pretender a bênção prometida. Todos os que
ridicularizam os assuntos da profecia, zombando dos símbolos ali
solenemente dados, todos os que se recusam a reformar a vida e preparar-
se para a vinda do Filho do homem, não serão abençoados." – GC., 341.
B. O compreender o livro trará um reavivamento
"Quando nós, como um povo, compreendermos o que este livro para
nós significa, ver-se-á entre nós grande reavivamento. ... Quando os livros
de Daniel e Apocalipse forem bem compreendidos, terão os crentes uma
experiência religiosa inteiramente diferente. Ser-lhes-ão dados tais
vislumbres das portas abertas do Céu que o coração e a mente se
impressionarão com o caráter que todos devem desenvolver a fim de
alcançar a bem-aventurança que deve ser a recompensa dos puros de
coração. ... Se nosso povo estivesse meio desperto, se reconhecesse a
proximidade dos acontecimentos descritos no Apocalipse, realizar-se-ia uma
reforma em nossas igrejas, e muitos mais creriam na mensagem." – TM.,
113, 114, 118.
9. Apocalipse – Esboços de Estudos 9
C. O testemunho das verdadeiras testemunhas redundará numa
sacudidura.
"Perguntei a significação da sacudidura que eu vira, e foi-me mostrado
que era determinada pelo testemunho direto contido no conselho da
Testemunha Verdadeira à igreja de Laodicéia. Isso produzirá efeito no
coração daquele que o receber, e o levará a empunhar o estandarte e
propagar a verdade direta. Alguns não suportarão esse testemunho direto, e
se levantarão contra ele, e isso é o que determinará a sacudidura entre o
povo de Deus." – VE., 176.
D. Esforços do inimigo para cegar os homens às verdades do
Apocalipse
"À medida que nos aproximamos do final da história deste mundo, as
profecias referentes aos últimos dias exigem nosso estudo especial. O último
dos escritos do Novo Testamento está cheio de verdades cuja compreensão
nos é necessária. Satanás cegou as mentes, de modo que se satisfazem
com qualquer desculpa para não estudarem o Apocalipse." – PJ., 133.
"Por que, pois, esta dilatada ignorância com respeito a uma parte
importante das Sagradas Escrituras? Por que esta relutância geral em
pesquisar-lhes os ensinos? É o resultado de um esforço estudado do
príncipe das trevas para esconder dos homens o que revela os seus
enganos. Por esta razão, Cristo, o Revelador, prevendo a luta que seria
ferida contra o estudo do Apocalipse, pronunciou uma bênção sobre os que
lessem, ouvissem e observassem as palavras da profecia." – GC., 342.
E. Para servir de guia à igreja através da dispensação cristã.
"Em figuras e símbolos, assuntos de vasta importância foram
apresentados a João para que os relatasse, a fim de que o povo de Deus do
seu século e dos séculos futuros tivesse inteligente compreensão dos
perigos e conflitos diante deles.
"Esta revelação foi dada para guia e conforto da igreja através da
dispensação cristã." – AA. , 583.
10. Apocalipse – Esboços de Estudos 10
F. Especialmente para os últimos dias.
"Pregadores e o povo têm considerado o livro do Apocalipse como
sendo misterioso, e de menos importância que outras porções das Escrituras
Sagradas. Vi, porém, que este livro é na verdade uma revelação dada para o
benefício especial daqueles que vivessem nos últimos dias, a fim de os guiar
no descobrir sua verdadeira posição e seus deveres. Deus encaminhou a
mente de Guilherme Miller para as profecias, e deu-lhe grande luz quanto ao
livro do Apocalipse." – PE., 231.
"Foram reveladas a João cenas de profundo e palpitante interesse na
experiência da igreja. Viu ele a posição, os perigos, os conflitos e o
livramento final do povo de Deus. Ele registra as mensagens finais que
devem amadurecer a seara da Terra, sejam os molhos para o celeiro
celeste, ou os feixes para os fogos da destruição. Assuntos de vasta
importância lhe foram desvendados, especialmente para a última igreja, a
fim de que os que volvessem do erro para a verdade pudessem ser
instruídos em relação aos perigos e conflitos que diante deles estariam.
Ninguém necessita estar em trevas no que respeita àquilo que está para vir
sobre a Terra." – GC., 341, 324.
"A João, o Senhor revelou os assuntos que viu serem necessários para
o Seu povo nos últimos dias. As instruções que deu, encontram-se no livro
de Apocalipse. Os que querem ser coobreiros de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, mostrarão profundo interesse nas verdades que se encontram
nesse livro. Pela pena e pela voz procurarão tornar claras as coisas
maravilhosas para cuja revelação Cristo veio do Céu. ...
"As solenes mensagens que foram dadas, em sua ordem, no
Apocalipse, devem ocupar o primeiro lugar no espírito do povo de Deus. Não
devemos deixar que qualquer outra coisa nos domine a atenção.
"O precioso tempo está passando rapidamente, e há perigo de que
muitos serão roubados do tempo que deveria ser dado à proclamação das
mensagens que Deus enviou a um mundo caído. A Satanás agrada ver a
distração das mentes que deveriam estar empenhadas no estudo das
verdades que têm que ver com realidades eternas." – 3 TS., 278, 279.
"O testemunho de Cristo, testemunho do mais solene caráter, deve ser
apresentado ao mundo. Através de todo o livro do Apocalipse se encontram
as mais preciosas e enobrecedoras promessas, assim como advertências da
mais tremenda e solene importância. Não quererão os que professam
possuir conhecimento da verdade ler o testemunho dado por Cristo a João?
11. Apocalipse – Esboços de Estudos 11
Não há aí meras conjeturas, nem enganos científicos. Há, sim, as verdades
que dizem respeito a nosso bem-estar presente e futuro. – 3 TS., 279.
G. Deve ser mais prezado pelos educadores.
"Os que aceitam o lugar de educadores, devem prezar mais e mais a
vontade revelada de Deus, tão clara e impressivamente apresentada em
Daniel e Apocalipse." – 2 TS., 412.
"No livro de Apocalipse, lemos acerca de uma obra especial que Deus
deseja que Seu povo faça nestes últimos dias. ... O tempo é breve. Acham-
se sobre nós os perigos dos derradeiros dias, e cumpre-nos vigiar e orar, e
estudar e dar ouvidos às lições que nos são dadas nos livros de Daniel e de
Apocalipse." – 2 TS., 410, 411.
"Esta é a educação que deve ser dada pacientemente. Sejam as
nossas lições apropriadas piara os dias em que vivemos e sejam dadas as
nossas instruções religiosas de conformidade com as mensagens que Deus
envia." – 6 T., 128.
H. Mensagem que se deve proclamar a todo o mundo.
"Fui instruída de que as profecias de Daniel e Apocalipse devem ser
impressas em livros pequenos, com as necessárias explicações, e devem
ser enviados por todo o mundo. Nosso próprio povo necessita de que a luz
seja colocada diante dele em linhas mais claras.
"A visão que Cristo apresentou a João, apresentando os mandamentos
de Deus e a fé de Jesus, deve ser definidamente proclamada a todas as
nações, povos e línguas. As igrejas que são representadas por Babilônia,
são apresentadas como tendo caído de seu estado espiritual para se
tornarem um poder perseguidor contra os que guardam os mandamentos de
Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo. Esse poder perseguidor é
representado a João como tendo chifres de cordeiro mas falando como
dragão. ...
"Ao nos aproximarmos do fim do tempo, haverá maiores e sempre
maiores demonstrações externas do poder pagão; deuses pagãos revelarão
seu assinalado poder e se exibirão diante das cidades do mundo. E este
plano já começa a cumprir-se. Por uma variedade de imagens representou o
Senhor Jesus a João o caráter ímpio e a influência sedutora dos que se têm
distinguido por sua perseguição ao povo de Deus. Todos carecem de
sabedoria para pesquisar cuidadosamente o mistério da iniqüidade que
12. Apocalipse – Esboços de Estudos 12
aparece tanto na finalização da história da Terra. ... No próprio tempo em
que vivemos, o Senhor chamou Seu povo e encarregou-o de proclamar uma
mensagem. ...
"Os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e por nosso trabalho
devemos advertir o povo do perigo em que está. Não deixeis que as cenas
solenes que a profecia tem revelado sejam deixadas por tocar. ... Deixemos
que Daniel fale, que fale o Apocalipse e digam a verdade." – TM., 117, 118.
DANIEL E APOCALIPSE, LIVROS COMPLEMENTARES
"No Apocalipse todos os livros da Bíblia se encontram e se cumprem.
Ali está o complemento do livro de Daniel. Um é uma profecia; o outro uma
revelação. O livro que foi selado não é o Apocalipse, mas a porção da
profecia de Daniel relativa aos últimos dias." – AA., 585.
"As coisas reveladas a Daniel foram mais tarde completadas pela
revelação feita a João na ilha de Patmos. Esses dois livros devem ser
cuidadosamente estudados. ...
"O livro de Daniel é descerrado na revelação a João, e nos transporta
para as últimas cenas da história da Terra. ...
"Estudai o Apocalipse em ligação com Daniel; pois a história se
repetirá. ...
"Era minha idéia ter os dois livros encadernados juntos, Apocalipse
seguindo a Daniel, oferecendo mais ampla luz sobre os assuntos
apresentados em Daniel. O alvo é unir esses livros, mostrando que ambos
se relacionam com os mesmos assuntos." – TM., 114-117,
III. APOCALIPSE, UM LIVRO DE CONTRASTES:
A obra de Cristo e Sua igreja Obra de Satanás e sua coorte
O fruto da árvore da vida O vinho da ira de Deus
A vitória gloriosa para os justos Derrota completa para os ímpios
Regozijo dos redimidos Terror dos sentenciados
O mar de vidro O lago de fogo
A ressurreição da vida A ressurreição da morte
Promessas aos vencedores Maldições aos impenitentes
13. Apocalipse – Esboços de Estudos 13
Cristo em Seu trono para sempre O diabo no lago de fogo
Deus limpará todas as lágrimas As sete últimas pragas
Jesus e os exércitos do céu A besta e os exércitos da terra
A vinda da N. Jerusalém em glória Babilônia caída em vergonha
Cantando o cântico de Moisés e do Cordeiro Clamando às rochas e às montanhas
O cavalo branco da vitória O cavalo escuro da morte
Salvos pelo Cordeiro que foi morto Destruído pelo Leão de Judá
O banquete das bodas do Cordeiro O b. das aves, dos capitães da terra
As sete igrejas As sete cabeças do dragão
Os que guardam os mandamentos Os feiticeiros, assassinos e idólatras
A testemunha fiel e verdadeira A serpente que engana a terra
O selo de Deus O sinal da besta
Vestidos de branco por serem preciosos Púrpura e escarlata, cheio de abominações
A virgem sem mancha A meretriz, cheia de blasfêmia
Ora vem, Senhor Jesus Escondei-nos da ira do Cordeiro
"A Bíblia se sobressai em contrastes vivos e evidentes. O pecado e a
santidade são postos lado a lado, para que, considerando-os, possamos
fugir de um e aceitar o outro. ... Nós mesmos devemos decidir se queremos
sofrer as conseqüências de um ou desfrutar o prêmio do outro." – PR., 676.
IV. SIMBOLISMO
A. O uso de simbolismo
1. Nas nações do Oriente Médio
Antiga Mesopotâmia
Egito
Assíria
Babilônia
Pérsia
Grécia
Roma
14. Apocalipse – Esboços de Estudos 14
2. Na Bíblia
a. O Velho Testamento
Sistema do Santuário
Profecia
Instrução e reprovação divinas
b. O Novo Testamento
As parábolas de Jesus
3. No mundo moderno
B. As razões para uso do simbolismo
1. Apresentação efetiva da verdade
"Os homens podiam aprender do desconhecido pelo conhecido; coisas
celestiais foram reveladas pelas terrenas; Deus Se revelou na semelhança
do homem. Assim era nos ensinos de Cristo: o desconhecido era ilustrado
pelo conhecido; verdades divinas por coisas terrenas, com as quais o povo
estava mais familiarizado. ...
"O ensino por parábolas era popular e atraía o respeito e a atenção,
não só dos judeus mas também dos de outras nações. Ele não poderia
haver usado método de ensino mais eficaz. ...
"Jesus procurava um caminho para cada coração. Usando ilustrações
várias, não só expunha a verdade em Seus diversos aspectos, mas apelava
também para os diferentes ouvintes. Despertava-lhes o interesse pelos
quadros tirados do ambiente de sua vida diária. Ninguém que escutasse o
Salvador podia sentir-se negligenciado nem esquecido. " – PJ., 17, 20, 21.
2. Apresentação impressiva da verdade
"Jesus desejava despertar a indagação. Procurou despertar os
indiferentes e impressionar-lhes o coração com a verdade. ...
"Cristo também tinha verdades para apresentar, as quais o povo não
estava preparado para aceitar, nem mesmo compreender. Este é outro
motivo, por que Ele lhes ensinava por parábolas. Relacionando Seu ensino
com cenas da vida, da experiência ou da natureza, assegurava a atenção e
impressionava os corações. Mais tarde, ao olharem os objetos que Lhe
haviam ilustrado os ensinos, lhes viriam à lembrança as palavras do divino
Mestre. Às mentes que estavam abertas para o Espírito Santo foi, cada vez
15. Apocalipse – Esboços de Estudos 15
mais, desdobrada a significação dos ensinos do Salvador. Mistérios eram
esclarecidos, e aquilo que fora difícil de compreender se tornava evidente." –
PJ., 20, 21.
3. Apresentação específica da verdade
a. Revelação de determinados aspectos da verdade.
b. Nem toda a verdade é entendida em qualquer época.
4. Reprovação
a. Para o mensageiro da verdade.
"Havia ainda outro motivo para os ensinar por parábolas. Entre as
multidões que O rodeavam, havia sacerdotes e rabinos, escribas e anciãos,
herodianos e maiorais, amantes do mundo, beatos, ambiciosos que
desejavam, antes de tudo, achar alguma acusação contra Ele. Espias
seguiam-Lhe os passos, dia a dia, para apanhá-Lo nalguma palavra que Lhe
causasse a condenação, e fizesse silenciar para sempre Aquele que parecia
atrair a Si o mundo todo. O Salvador compreendia o caráter desses homens
e apresentava a verdade de maneira tal, que nada podiam achar que lhes
desse oportunidade de levar Seu caso perante o Sinédrio. Em parábolas, Ele
censurava a hipocrisia e o procedimento ímpio daqueles que ocupavam altas
posições, e, em linguagem figurada, vestia a verdade de tão penetrante
caráter que, se as mesmas fossem apresentadas como acusações diretas,
não dariam ouvidos a Suas palavras e teriam dado fim rápido a Seu
ministério. Mas enquanto repelia os espias, expunha a palavra tão
claramente, que o erro era reconhecido e os sinceros lucravam com Suas
lições." – PJ., 22.
b. Para o povo de Deus
c. Para a Palavra de Deus
5. Para despertar o estudo e a meditação
C. A compreensão dos símbolos bíblicos
1. Verdades importantes que devem ser entendidas, reveladas a João.
"Em figuras e símbolos, assuntos de vasta importância foram
apresentados a João para que os relatasse, a fim de que o povo de Deus do
seu século e dos séculos futuros tivesse inteligente compreensão dos
perigos e conflitos diante deles." – AA., 583.
16. Apocalipse – Esboços de Estudos 16
2. As dificuldades não devem trazer desânimo.
"Ninguém deve desanimar no estudo do Apocalipse por causa de seus
símbolos aparentemente místicos. "Se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto." – Tia.
1:5." – Ed., 191.
3. Não deve ser interpretada do ponto de vista pessoal.
"A discórdia e divisão que há entre as igrejas da cristandade são em
grande parte devidas ao costume que prevalece de torcer as Escrituras, a
fim de apoiar uma teoria favorita. Em vez de estudar cuidadosamente a
Palavra de Deus com humildade de coração, a fim de obter conhecimento de
Sua vontade, muitos procuram apenas descobrir algo singular ou original. ...
"Outros, possuindo ativa imaginação, lançam mão das figuras e
símbolos das Escrituras Sagradas, interpretam-nos de acordo com sua
vontade, tendo em pouca conta o testemunho das Escrituras como seu
próprio intérprete, e então apresentam suas fantasias como ensinos da
Bíblia." – GC., 520, 521.
4. Comparação de Escritura com Escritura.
5. Os símbolos do Oriente Médio
6. Costumes e práticas do Oriente Médio
V. COMPREENSÃO MAIS CLARA E COMPLETA DA VERDADE
A. Nem toda a verdade está revelada
"Ao que está em viva comunhão com o Sol da Justiça, sempre se
revelará nova luz sobre a Palavra de Deus. Ninguém deve chegar à
conclusão de que não há mais verdades a serem reveladas. O que busca a
verdade com diligência e oração encontrará preciosos raios de luz que ainda
hão de brilhar da Palavra de Deus. Ainda se acham dispersas muitas gemas
que devem ser reunidas para tornar-se propriedade do povo remanescente
de Deus." – CSES., 34.
"Maior luz brilhará sobre todas as grandes verdades da profecia, e
serão compreendidas com vivacidade e brilho, porque os radiantes raios do
Sol da Justiça iluminarão todo o conjunto." – Ev., 198.
"O Senhor deseja conceder-nos luz abundante" – MS. 18, 1880.
"Sempre que o povo de Deus estiver crescendo em graça, obterá
constantemente uma compreensão mais clara de Sua Palavra. Há de
17. Apocalipse – Esboços de Estudos 17
distinguir mais luz e beleza em suas sagradas verdades. Isto se tem
verificado na história da igreja em todos os séculos, e assim continuará até
ao fim. Mas, à medida que a verdadeira vida espiritual declina, tem sido
sempre a tendência cessar o crente de avançar no conhecimento da
verdade. Os homens ficam satisfeitos com a luz já recebida da Palavra de
Deus, e desistem de qualquer posterior investigação das Escrituras. Tornam-
se conservadores, e procuram evitar novo exame.
"O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus,
não devia ser olhado como prova conclusiva de que eles estão mantendo
com firmeza a sã doutrina. Há razão para temer que não estejam
discernindo claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas
questões em resultado de investigação das Escrituras, quando não
aparecem divergências de opinião que instiguem os homens a examinar a
Bíblia por si mesmos, para se certificarem de que possuem a verdade,
haverá muitos agora, como antigamente, que se apegarão às tradições,
cultuando nem sabem o quê." – 2 TS., 311, 312.
"Seja qual for o grande adiantamento intelectual do homem, não pense
ele, nem por um momento, que não há necessidade de inteira e contínua
indagação das Escrituras em busca de maior luz. Como um povo, somos
convidados individualmente ao estudo da profecia. Devemos observar
atentamente, a fim de distinguir qualquer raio de luz que Deus nos
apresente. Devemos apanhar os primeiros clarões da verdade; e, mediante
estudo apoiado pela oração, poder-se-á obter mais intensa luz, a qual
poderá ser apresentada aos outros.
"Quando o povo de Deus está à vontade, satisfeito com a luz que já
possui, podemos estar certos de que Ele os não favorecerá. É Sua vontade
que eles marchem sempre avante, recebendo a avultada e sempre
crescente luz que para eles brilha. A atitude atual da igreja não agrada a
Deus. Tem-se introduzido uma confiança em si mesmos que os tem levado a
não sentir nenhuma necessidade de mais verdade e maior luz. ... Deus
deseja que se faça ouvir uma voz despertando Seu povo para a ação." – 2
TS., 313, 314.
B. Possibilidade de erros nas apresentações do passado.
"Não há desculpas para alguém tomar a posição de que não há mais
verdades a serem reveladas, seja ele quem for, nem a de que todas as
nossas explicações da Escritura estejam sem erro. O fato de serem certas
18. Apocalipse – Esboços de Estudos 18
doutrinas mantidas como verdades por muitos anos pelo nosso povo, não é
prova de que nossas idéias são infalíveis. Tempo não pode tornar erro em
verdade, e a verdade tem recursos para ser exata. Nenhuma doutrina
verdadeira perderá qualquer coisa ao ser submetida à investigação
rigorosa." – E.G.W., R&H, 20-12-1892.
"Em alguns dos nossos importantes livros que durante anos têm sido
publicados, e que têm trazido muitos ao conhecimento da verdade, podem-
se encontrar questões de menor importância que precisam ser estudadas
cuidadosamente e corrigidas. Sejam estes assuntos considerados por
aqueles que se acham regularmente à testa das nossas publicações. Não
permitais que estes irmãos, nem nossos colportores, nem nossos ministros,
exagerem estas questões destes livros salvadores de almas a ponto de
perderem a sua influência." – E.G.W., MS. 11, 1910 (Publicado em Preach
the Word, p. 7)
"Opiniões prezadas há tempo não devem ser consideradas infalíveis.
Foi a má vontade dos judeus em abandonar as suas tradições estabelecidas
no passado que lhes causaram a ruína. Eles não permitiam que se visse
falha alguma em suas opiniões ou em suas explicações das Escrituras.
Mesmo que certos pontos de vista tenham sido mantidos por homens de
experiência, se não tiverem uma base clara na palavra escrita, devem ser
abandonadas.
"Temos muitas lições a aprender, e muitas, muitas a desaprender.
Somente Deus e o céu são infalíveis. Aqueles que acham que não devem
desistir de uma idéia acalentada, que nunca têm ocasião para mudar uma
opinião, serão desapontados." – E.G.W., R&H, 26-7-1892.
"Opiniões acalentadas, costumes e hábitos praticados há tempo,
devem ser provados pelas Escrituras; e se a Palavra de Deus se opõe às
vossas idéias, então, para o bem de vossas almas, não forceis as Escrituras,
como o fazem muitos para destruição da sua alma ao procurar torcê-las para
ter um testemunho a favor dos seus erros. Seja a vossa indagação, que é a
verdade? E não, como tenho eu crido até aqui ser verdade? Não interpreteis
as Escrituras à luz de vossas crenças já formadas, nem declareis verdade
qualquer doutrina de homem finito. Seja a vossa indagação: que dizem as
Escrituras?" " – E.G.W., R&H, 23-3-1902.
"Não devemos pensar: bem, nós temos toda a verdade, nós
compreendemos os pilares básicos de nossa fé, e podemos descansar neste
19. Apocalipse – Esboços de Estudos 19
conhecimento. A verdade é uma verdade progressiva, e devemos andar na
luz crescente. ...
"Não devemos pretender que nas doutrinas vistas por aqueles que
estudaram a Palavra da verdade, não exista algum erro, pois homem vivente
algum é infalível." – E.G.W., R&H, 23-3-1890.
"Temem alguns que se reconhecerem estar em erro, ainda que seja
num simples ponto, outros espíritos serão levados a duvidar de toda a teoria
da verdade. Têm, portanto, achado que não se deve permitir a pesquisa; que
ela tenderia para a dissensão e a desunião. Mas se tal é o resultado da
pesquisa, quanto mais depressa vier, melhor. Se há aqueles cuja fé na
Palavra de Deus não suportará a prova de uma pesquisa das Escrituras,
quanto mais depressa forem revelados melhor; pois então estará aberto o
caminho para lhes mostrar seu erro. Não podemos manter a opinião de que
uma posição uma vez assumida, uma vez advogada a idéia, não deve, sob
qualquer circunstância ser abandonada. Há apenas Um que é infalível:
Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida." – TM., 105.
C. A Bíblia deve ser estudada com um espírito suscetível ao ensino.
"Ao examinar as Escrituras não vos esforceis por interpretar-lhe as
declarações de acordo com vossas idéias preconcebidas, mas por
compreender os princípios fundamentais da fé cristã." – CSES., 25.
"Devemos estudar a Palavra de Deus com coração contrito, um espírito
suscetível de ser ensinado e pleno de oração. Não devemos pensar, como
os judeus, que nossas próprias idéias e opiniões são infalíveis, nem como os
católicos, que certos indivíduos são os únicos guardiões da verdade e do
conhecimento, que os homens não têm o direito de examinar as Escrituras
por si mesmos, mas devem aceitar as explanações dadas pelos Pais da
igreja. Não devemos estudar a Bíblia com o propósito de manter nossas
opiniões preconcebidas, mas com o único objetivo de aprender o que Deus
disse." – TM., 105.
"Não estamos seguros quando tomamos a posição de não querer
aceitar qualquer coisa além daquilo que fixamos como sendo verdade.
Devemos tomar a Bíblia, e investigá-la minuciosamente por nós mesmos.
Devemos cavar fundo na mina da Palavra de Deus à procura da verdade." –
E.G.W., R&H, 18-6-1889.
20. Apocalipse – Esboços de Estudos 20
D. Um exame cuidadoso e diligente trará compreensão mais clara
da verdade.
"Quanto mais minuciosa e estudiosamente procuramos pela verdade
como por um tesouro escondido – pois há verdades brilhantes e de
importância das quais discernimos agora apenas as sombras – tanto mais
seguros avançaremos na luz como Ele na luz está. Discerniremos o
esplendor e o valor da verdade como jóias preciosas. .. Há para nós uma
magnificente glória à medida que avançamos, mas que nunca veremos a
menos que avancemos." – E.G.W., carta 16, 1900.
"Este livro (Apocalipse) exige minucioso estudo cheio de oração,
temendo que seja interpretado conforme idéias de homens, e que se dê uma
falsa configuração à sagrada palavra do Senhor. ...
"No Apocalipse são pintadas as coisas profundas de Deus. Aqueles
cujos corações estão inteiramente santificados a Deus serão aproximados
para ver as gemas inestimáveis através do telescópio da fé. E ao aplicarem
a verdade à prática, ainda mais profundos mistérios serão inculcados na
alma. Aqueles, assim honrados, deverão comunicar a outros aquilo que
receberam. ." – E.G.W., carta 16, 1900.
"Que ninguém pense que por não poder explicar o significado de cada
símbolo do Apocalipse, é-lhe inútil pesquisar este livro numa tentativa de
conhecer o significado da verdade que ele contém. Aquele que revelou estes
mistérios a João dará ao diligente pesquisador da verdade um antegozo das
coisas celestiais." – AA., 584.
E. Os tempos à nossa frente exigem compreensão clara da verdade.
"Tem-se atribuído a nosso povo uma insignificância demasiada, para
ser ele digno de nota, mas virá uma mudança. Os movimentos já estão
sendo feitos. O mundo cristão está agora executando movimentos que
necessariamente levarão o povo guardador dos mandamentos de Deus a
ser notados. ...
"Cada posição de nossa fé será examinada e se não formos
estudantes consumados da Bíblia, fundamentados, fortificados, estáveis, a
sabedoria dos grandes homens do mundo ser-nos-á demasiada." – E.G.W.,
carta 6, 1886.
"Não nos aprofundamos suficientemente em nossa busca da verdade.
Toda alma que crê na verdade presente será levada onde dela se requererá
que dê a razão da esperança que nela há. Exigir-se-á do povo de Deus que
21. Apocalipse – Esboços de Estudos 21
se levante diante de reis, príncipes, legisladores e grandes homens da Terra,
e estes devem saber que eles sabem o que é a verdade." – TM., 119.
"Homens que agora pregam a outros, ao examinarem, quando chegar
o tempo de angústia, a posição em que se encontram, verificarão que há
muitas coisas para as quais não podem dar uma razão satisfatória. Até que
fossem assim provados, desconheciam sua grande ignorância. E há na
igreja muitos que contam por certo que compreendem aquilo em que crêem,
mas que, até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza. Quando
separados dos da mesma fé, e forçados a estar sozinhos e expor por si
mesmos sua crença, ficarão surpreendidos de ver quão confusas são suas
idéias do que têm aceito como verdade. ...
"É vontade de Deus que todos os fundamentos e posições da verdade
sejam profunda e perseverantemente investigados, com oração e jejum. Os
crentes não devem ficar em suposições e mal definidas idéias do que
constitui a verdade. Sua fé deve estar firmemente estabelecida sobre a
Palavra de Deus, de maneira que, quando o tempo de prova chegar, e eles
forem levados perante os concílios para responder por sua fé, sejam
capazes de dar uma razão para a esperança que neles há, com mansidão e
temor. ...
"É importante que, ao defender as doutrinas que consideramos artigos
fundamentais da fé, nunca nos permitamos o emprego de argumentos que
não sejam inteiramente retos. Eles podem fazer calar um adversário, mas
não honram a verdade. Devemos apresentar argumentos legítimos, que não
somente façam silenciar os oponentes, mas que suportem a mais profunda e
perscrutadora investigação." – 2 TS, 312, 313.
F. Satanás determinado a impedir a luz de brilhar.
"Há ainda muita verdade preciosa a ser revelada ao povo neste tempo
de trevas e perigo, mas é o determinado propósito de Satanás impedir que a
luz da verdade brilhe no coração dos homens. Se queremos possuir a luz
que nos foi provida, devemos mostrar que a desejamos por meio de diligente
estudo da Palavra. Preciosas verdades, que há muito têm estado em
obscuridade, hão de ser reveladas numa luz que lhes manifestará o sagrado
valor; pois Deus glorificará Sua Palavra, fazendo-a aparecer numa luz em
que nunca dantes a contemplamos. Mas os que professam amar a verdade
devem exercitar as faculdades para compreender as coisas profundas da
22. Apocalipse – Esboços de Estudos 22
Palavra, a fim de que Deus seja glorificado, e Seu povo, abençoado e
iluminado." – CSES., 25.
VI. BIBLIOGRAFIA
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1926, 1.
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Wordsworth, Chr., The New Testament, 147-156.
23. Apocalipse – Esboços de Estudos 23
A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO
I. TEXTO BÁSICO: Apocalipse 1
II. INTRODUÇÃO: Versos 1-3
A. Título: Verso 1
1. Apokalupsis Iesou Christou
Tradução de Moffat: "Uma revelação por Jesus Cristo, que Deus
Lhe deu para Seus servos, para mostrar-lhes o que se passará em
breve. Ele a descerrou por enviá-la através do Seu anjo ao Seu
servo João."
Tradução Americana: "Uma revelação feita por Jesus Cristo a
qual Deus Lhe deu para descerrar aos Seus escravos o que
acontecerá em breve. Ele a anunciou e a comunicou por Seu anjo
ao Seu escravo João."
Tradução de Weymouth: "A revelação dada por Jesus Cristo, que
Deus Lhe concedeu, para que pudesse fazer conhecido aos Seus
servos certos acontecimentos que dentro em pouco se passarão.
Ele enviou o Seu anjo e a comunicou ao Seu servo João."
Tradução de Lloyd: "A revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe
deu, para mostrar aos Seus servos coisas que se passarão dentro
em breve; e Ele as enviou e as declarou por Seu anjo ao Seu
servo João."
Tradução de Knox: "Esta é a revelação de Jesus Cristo, que Deus
Lhe permitiu fazer conhecida a Seus servos coisas que logo
deverão encontrar seu cumprimento. E Ele enviou Seu anjo para
descerrar o modelo delas ao Seu servo João."
Revised Standard Version: "A revelação de Jesus Cristo, que
Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos o que logo terá lugar;
e Ele a fez conhecida por enviar Seu anjo ao Seu servo João."
24. Apocalipse – Esboços de Estudos 24
Twentieth Century New Testament: "Esta é a revelação de Jesus
Cristo, que Deus Lhe deu para fazer conhecida aos Seus servos
uma revelação daquilo que logo terá lugar. Ele a enviou por Seu
anjo a João, Seu servo."
a. Significação: Um desdobramento, uma revelação, um descerrar
da verdade.
b. Usos de "apokalupsis" no Novo Testamento.
O termo "apokalupsis" é usado dezoito vezes e é traduzido
como segue:
revelação 14 vezes Rom. 2:5; 16:25; I Cor. 14:6, 26;
II Cor. 12:1, 7; Gál. 1:12; 2:2;
Efés. 1:17; 3:3; II Tess. 1:7;
I Ped. 1:13; 4:13; Apoc. 1:1.
iluminar 1 vez Luc. 2:52.
manifestação 1 vez Rom. 8:19.
vinda 1 vez I Cor. 1:7.
aparição 1 vez I Ped. 1:7.
B. Objetivo do Livro Apoc. 1:1
C. O anjo de Deus – Apoc. 1:1; DTN., 68.
D. O escritor
1. Sua identidade
a. Testemunho do Apocalipse – João. Apoc. 1:1, 4, 9; 21:2; 22:8.
O livro do Apocalipse declara ser ele o produto de João. Não
existe nenhuma identificação que identifique este João,
nenhuma pretensão de ser João o apóstolo, mas não pode ser
nenhum outro a não ser ele. Ninguém teria assinado assim tão
simplesmente sem qualquer outra explicação. João era, em seu
tempo, o único sobrevivente dos apóstolos de Jesus, e a
25. Apocalipse – Esboços de Estudos 25
simples assinatura "João", aposta ao livro, indicaria
imediatamente, a não ser que grossa fraude estivesse envolvida
de que João o apóstolo fosse o escritor. É muito provável que
uma revelação tão importante como a que este livro contém
fosse ou tivesse sido confiada a um indivíduo insignificante e
desconhecido também, trazendo o nome João.
b. Testemunho dos pais da igreja
Papias (c. 120 A.D.) André de Capadócia (6º século)
num comentário sobre o
Apocalipse declarou que Papias,
Irineu, Metódio e Hipólito se
constituem testemunhas dignas
do seu crédito, e cita um
comentário sobre Apoc. 12:7-9.
Irineu (c. 180 A.D.) declarou ter
sido Papias um ouvinte de João, e
um companheiro de Policarpo
(Adv. Haer. V. 33). Dificilmente
se pode crer que teríamos um
testemunho tal a respeito de
Papias se não fosse geral e
completamente aceito que para
ele Apocalipse era uma produção
de João o apóstolo.
Justino Mártir (140 A.D.) Referiu-se ao Apocalipse como
obra de João, um dos apóstolos
de Cristo. (Dialogue 81:4)
Melito (c. 170 A.D.) Melito de Sardes, uma das sete
igrejas do Apocalipse, escreveu
um comentário sobre este livro e
ao que tudo indica, considerava-o
como produto do apóstolo João.
26. Apocalipse – Esboços de Estudos 26
Irineu (c. 180 A.D.) Declarou positiva e repetidamente
que o Apocalipse foi escrito por
João um discípulo de Cristo.
(Adver. Haer. II.22.5; III.3.4;
IV.20.11; 30.4; V.26.1;35.2;
Euzébio, História Eclesiástica.
III.23.3; IV.14.6; V.8.4; V.25.16)
Clemente (c. 200 A.D.) Clemente de Alexandria, do qual
existem ainda muitos escritos,
cita diversas vezes o livro do
Apocalipse e numa referência a
Apoc. 21:21, fala destas palavras
como as do apóstolo João (Paed.
B. II).
Tertuliano (c. 200 A. D.). Tertuliano, um dos mais eruditos
pais da igreja latina, dá
testemunho amplo do Apocalipse
e expressamente declara ser ele
obra do apóstolo João (Adv.
Marc., III.14.24).
Hipólito (c. 220 A. D.) Escreveu um comentário sobre o
Apocalipse, de tal peso e
autoridade que é tido por muitos
como o grande responsável pela
aceitação geral do Apocalipse na
igreja cristã, de sua época em
diante. Sobre uma estátua de
mármore de Hipólito, escavada
perto de Roma, em 1551 e agora
no Vaticano, está uma lista de
seus escritos, encontrando-se
numa delas o que segue: "Sobre o
27. Apocalipse – Esboços de Estudos 27
Evangelho e o Apocalipse de S.
João."
Orígenes (c. 230 A.D.) Incluiu o Apocalipse em seu cânon
das Escrituras inspiradas. De João
escreveu como sendo o que "se
reclinou no peito de Jesus, que
nos deixou um evangelho, e que
escreveu o Apocalipse, embora
recebesse ordem para selar
aquelas coisas que os sete trovões
pronunciaram." Citado por
Euzébio, H.E. VI.25.
Embora a atitude da primitiva igreja fosse quase universal a
favor da autoria do Apocalipse como sendo de João, o
apóstolo, pontos de vista discordantes começaram a se
introduzir quase no fim do segundo século. Naquele tempo a
obscura seita dos "Aloji', com Caio, um presbítero romano (c.
200 A.D.) atribuíram-na a Cristo. Dionísio (c. 250 A.C.)
interpretando mal uma declaração de Papias, insistiu em dois
Joãos, um 'o apóstolo' e outro 'o presbítero' sendo este último
considerado por ele como o escritor do Apocalipse. Nesta idéia
foi seguido por Euzébio (c. 300). Daquele tempo em diante a
rejeição da autoria apostólica de Apocalipse desenvolveu-se
ampla e freqüentemente no Oriente. Embora aceito quase
unanimemente desde o princípio da igreja ocidental, foi
reconhecido com considerável cepticismo entre as igrejas da
Grécia e da Síria durante algum tempo. É por isto que não
encontramos o Apocalipse na "Peshita" nem nas primitivas
formas das versões egípcias e armênias do Novo Testamento.
Cirilo de Jerusalém (c. 380) não o inclui em sua lista e é
omitido por escritores de Antioquia como Crisóstomo,
Teodoro de Mopsueste e Teodoreto.
28. Apocalipse – Esboços de Estudos 28
Vê-se desta maneira que o testemunho digno de confiança dos
pais da igreja a favor da autoria Joanina do Apocalipse é na
realidade muito forte. Quando a igreja entrou num período de
declínio, porém, é que se introduziram dúvidas a respeito de
sua canonicidade e validade.
c. O testemunho do estilo e da linguagem.
d. O testemunho do Espírito de Profecia.
"João alcançou avançada idade. Testemunhou a destruição de
Jerusalém e a ruína do majestoso templo. Último sobrevivente dos
discípulos que haviam privado intimamente com o Salvador, sua mensagem
teve grande influência em estabelecer o fato de que Jesus é o Messias, o
Redentor do mundo. ...
" Por decreto do imperador foi João banido para a ilha de Patmos,
condenado 'por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus
Cristo'. Apoc. 1:9. ...
"Aqui, afastado das cansativas cenas da vida, e dos ativos labores dos
primeiros anos, ele teve a companhia de Deus, de Cristo e dos anjos
celestiais, e deles recebeu instrução para a igreja por todo o tempo futuro.
Os eventos que teriam lugar nas cenas finais da história deste mundo foram
esboçados perante ele; e ali escreveu as visões recebidas de Deus. " – AA.,
569-571.
2. O testemunho de João – Apoc. 1:2; AA., 539-592.
Tradução de Knox: "Um que foi levantado testemunha pela Palavra
de Deus, e pela verdade a respeito de Jesus Cristo, como os seus
próprios olhos a viram."
Tradução Americana: "Aquele que testifica o que viu – da
mensagem de Deus e do testemunho de Jesus Cristo."
Tradução de Young: "Aquele que testificou a Palavra de Deus, e o
testemunho de Jesus Cristo, como também muitas coisas conforme
as viu."
Tradução de Douay: "Aquele que deu testemunho da Palavra de
Deus, e o testemunho de Jesus Cristo, das coisas que assim viu."
29. Apocalipse – Esboços de Estudos 29
Novo Testamento Sírio: "Aquele que foi levantado para
testemunhar a Palavra de Deus e o testemunho de Jesus, o Messias,
como tudo o que viu."
"... João podia falar do amor do Pai como nenhum outro discípulo
poderia fazê-lo. Ele revelou a seus semelhantes o que sentia em sua própria
alma, representando em seu caráter os atributos de Deus. A glória do
Senhor se revelava em sua face. A beleza da santidade que o havia
transformado irradiava de seu semblante com a glória de Cristo. Com
adoração e amor contemplou ele o Salvador até que assemelhar-se a Ele e
com Ele familiarizar-se, tornou-se-lhe o único desejo, e em seu caráter se
refletia o caráter de seu Mestre....
"Era um pregador de poder, fervente e profundamente sincero. Em bela
linguagem e voz musical, falou das palavras e obras de Cristo, expressando-
se de maneira a impressionar o coração dos que o ouviam. ...
"Como testemunha de Cristo, João não se empenhou em controvérsia
ou em fastidiosos debates. Declarou o que sabia, o que tinha visto e ouvido.
Havia estado intimamente relacionado com Cristo, tinha-Lhe ouvido os
ensinos, testemunhado Seus poderosos milagres. Poucos puderam, como
João, ver as belezas do caráter de Cristo. Para ele as trevas tinham
passado; brilhava a verdadeira luz. Seu testemunho com respeito à vida e
morte do Salvador era claro e penetrante. Da abundância que havia no
coração brotava o amor pelo Salvador enquanto ele falava; e poder algum
lhe podia impedir as palavras." – AA., 545, 546, 555.
E. O tempo em que foi escrito
1. Imperadores de Roma durante o período do Novo Testamento
Augusto morreu em 19-8-14 A.D.
Tibério morreu em 16-3-37.
Calígula 16-3-57 a 24-1-41.
Cláudio 24-1-41 a 13-10-54.
Nero 16-10-54 a 30-4-68.
Galba morreu em 15-1-69.
Oto morreu em 16-4-69.
Vitélio morreu em 21-12-69.
Vespasiano Proclamado imperador em Alexandria em 1-7-69.
30. Apocalipse – Esboços de Estudos 30
Tito 23-6-79 a 13-9-81.
Domiciano 13-9-81 a 18-9-96.
2. Teorias paradoxais quanto ao tempo do Apocalipse.
a. Durante o reinado de Cláudio.
b. Durante o reinado de Nero.
c. Durante o reinado de Domiciano.
d. Hipóteses compostas.
3. Evidências favoráveis ao reinado de Domiciano (81-96 A.D.)
a. Os pais da igreja
Os primitivos pais da igreja criam definidamente que o livro
do Apocalipse fora escrito durante o reinado do imperador
Domiciano. Euzébio utilizou a tradição da igreja primitiva
neste assunto, e fixou o exílio de João em Patmos na última
parte do reinado de Domiciano. Entre os pais da igreja que se
podem citar a este respeito estão os seguintes:
Irineu (c. 180 AD.) – "No fim do reinado de Domiciano".
Clemente de Alexandria (c. 200 AD.)
Orígenes (c. 230 AD.)
Vitorino (c. 290)
Jerônimo (c. 380)
b. O Espírito de Profecia
"O imperador Domiciano estava cheio de ira. Não podia contrafazer as
razões do fiel advogado de Cristo, nem disputar o poder que lhe
acompanhava a exposição da verdade; determinou, contudo, fazer silenciar
sua voz. ...
"Por decreto do imperador foi João banido para a ilha de Patmos,
condenado 'por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus
Cristo'. Apoc. 1:9." – AA., 569, 570.
c. Opiniões de autoridades modernas
"As variadas evidências históricas que se tem investigado concorrem
todas para confirmar a data original que Irineu expressamente indicou para o
Apocalipse, como tendo sido visto e escrito no final do reinado de
31. Apocalipse – Esboços de Estudos 31
Domiciano; isto é, perto do fim do ano 95, ou no começo de 96.
Concordemente, até aqui a grande maioria dos mais abalizados
historiadores eclesiásticos e críticos da Bíblia, tanto católicos como
protestantes, franceses, alemães e ingleses – escritores que não tiveram
inclinações sobre o ponto em questão, de uma ou de outra maneira, de
qualquer acalentada teoria particular de interpretação profética, – por
exemplo, Tillemont, Dupin, Boussuet, Le Clerc, Turretin, Spanheim,
Basnage, Lampe, Mosheim, Mill, Whity, Lardner, etc. – todos igualmente a
adotaram. ... Podemos, estou convicto, depender desta verdade, com
confiança implícita e sem hesitação, como sobre a verdade de quase
qualquer fato relatado na história." – E. B. Elliott, Horae Apocalypticae, I, 47,
48.
4. O reino de Domiciano
Domiciano era o segundo filho do imperador Vespasiano (69-79
A.D.) e irmão de Tito (79-81). Possuía uma disposição taciturna e rude,
cheio de opinião própria e ambicioso de poder. Esteve enciumado de seu
irmão, e quando o trono repentinamente lhe foi confiado, tornou-se um
déspota franco, tomando o título de senhor e deus. Apesar de sua
habilidade industriosa, administrativa e militar, e são juízo, ele era
odiado por causa de seu espírito despótico e entrou na história como um
tirano cruel. Ele deliberadamente contrariava o senado e raramente o
convocava, exceto para declarar-lhe suas próprias decisões. Vastas
somas de dinheiro foram necessárias às guerras na Bretanha, Alemanha e
no Danúbio, que foram desembolsadas da nobreza romana, o que o fez
incorrer em intenso desagrado.
Domiciano era muito ativo em suprir os interesses da religião
nacional. Ele se opôs à divulgação dos cultos orientais mas construiu um
templo aos deuses Ísis e Serápis. Os judeus tiveram permissão para
adorar em suas próprias sinagogas mas tinham que pagar o tributo
destinado ao templo de Júpiter. A revolta dos judeus ocorreu em 85-86
A.D., e a perseguição aos cristãos em 95 A.D.. Do reinado de Domiciano
em diante o culto ao imperador era imposto mais severamente aos
cristãos como prova de lealdade.
32. Apocalipse – Esboços de Estudos 32
Os últimos anos do imperador foram amargurados por sedições e
desconfianças. As execuções resultavam apenas em novas sedições ainda
mais tiranicamente reprimidas. Domiciano finalmente encontrou a morte
nas mãos de um escravo de sua mulher. A nobreza aclamou a sua morte
com festejos públicos enquanto o senado respondia com uma
condenação à sua memória, fazendo raspar seu nome de todos os
monumentos.
5. A época em que o Apocalipse foi escrito.
a. Os judeus
(1) Jerusalém destruída
(2) O templo destruído
(3) A nação desolada
b. A igreja
(1) Divulgava rápido o cristianismo
(2) Perseguição
(3) Apostasia e declínio espiritual
c. O império
(1) Ofensas e defesas
(2) O culto imperial
(3) Intolerância e perseguição
F. As bênçãos de Deus sobre o leitor – Apoc. 1:3.
Revised Standard Version: "Bem-aventurado é aquele que lê alto
as palavras desta profecia, e bem-aventurados são aqueles que
ouvem, e guardam o que nela está escrito; pois o tempo está
próximo."
Tradução de Moffat: "Bem-aventurado é aquele que lê alto e bem-
aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e que põem
no coração o que nela está escrito; pois o tempo está próximo."
33. Apocalipse – Esboços de Estudos 33
Tradução de Knox: "Uma bênção sobre todo o que esta lê, e sobre
todos os que dão ouvidos a estas palavras da profecia, e se
conservam fiéis à sua mensagem; pois o tempo está bem à mão."
SAUDAÇÃO: Apoc. 1:4-8
A. Às sete igrejas: verso 4.
1. O uso do número sete na Bíblia
Gên. 2:2 Semana de sete dias
Gên. 7:2 Animais limpos tomados para a arca de sete em sete
Êxo. 25:37 Sete lâmpadas para o candeeiro
Lev. 4:6 Sangue espargido sete vezes
Lev. 14:16 Óleo espargido sete vezes
Lev. 23:15 Sete sábados
Lev. 23:39 Festa de sete dias
Núm. 12:15 Levariam sete dias fora do acampamento
Deut. 15:1 Livres dos credores depois de sete anos
Jos. 6:4 Sete sacerdotes diante da arca
Jos. 6:15 Jericó rodeada sete vezes
Rute 4:15 Sete filhos
Jó 42:8 Sete bezerros e sete carneiros
Sal. 119:164 Louvor a Deus sete vezes ao dia
Atos 6:3 Sete diáconos
2. O número sete no Apocalipse
Apoc. 1:4 Sete igrejas
Apoc. 1:4 Sete espíritos
Apoc. 1:12 Sete candeeiros
Apoc. 1:16 Sete estrelas
Apoc. 5:1 Sete selos
Apoc. 5:6 Sete chifres e sete selos
Apoc. 8:2 Sete anjos com sete trombetas
Apoc. 10:3 Sete trovões
34. Apocalipse – Esboços de Estudos 34
Apoc. 12:3 Sete cabeças com sete coroas
Apoc. 15:1 Sete anjos com as sete últimas pragas
Apoc. 17:9 Sete montes
Apoc. 17:10 Sete reis
3. A significação do número sete
"O número sete indica plenitude." – AA., 585.
4. A significação das sete igrejas
a. Sete igrejas locais na Ásia Menor
b. Sete períodos da igreja
c. Sete condições da igreja
d. A igreja universal
B. A saudação cristã
1. Uso bíblico
a. Jesus João 20:19, 21, 26; 14:27; 16
b. Pedro I Ped. 1:1,2; 5:14; II Ped. 1:2
c. João II João 3; III João 14
d. Judas Jud. 2
e. Paulo Rom. 1:7; 16:20; I Cor. 1:3; II Cor. 1:2; 13:11;
Gál. 1:3; 6:16, 18; Ef. 1:2; 6:23, 24; Filip. 1:2;
Col. 1:2; I Tess. 1:1; II Tess. 1:2; 3:16, 18;
I Tim. 1:2; II Tim. 1:2; Tito 1:4; Fil. 3
2. O espírito de paz e o espírito de Deus e a atmosfera do céu
I Tess. 5:23; Heb. 13:20; II Cor. 13:11; Rom. 14:17; 15:33
3. A fonte de paz Gál. 5:22; Isa. 26:3; 32:17,18; 57:19;
Rom. 5:1; Efés. 2:14
4. Nenhuma paz para os pecadores Isa. 57:20, 21; Gál. 5:19-21
C. A Trindade
1. Deus o Pai – Verso 4
a. Eterno, por Existente por Si mesmo: Isa. 44:6; 57:15; Jer. 10:10;
Sal. 90:2; Deut. 33:27; João 5:26; I Tim. 1:17; Apoc. 4:8
35. Apocalipse – Esboços de Estudos 35
2. O Espírito Santo – Verso 4
a. Os sete Espíritos de Deus. Apoc. 3:1; 4:5; 5:6
b. Os olhos de Deus. Apoc. 5:6; Zac. 3:9; 4:10; Prov. 15:3; Heb.
4:13; II Crôn. 16:9; Sal. 139:1-10
"Os olhos do Senhor "passam por toda a Terra, para mostrar-Se forte
para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele". II Crôn. 16:9.
Dentre todas as nações, tribo e língua, Ele vê homens e mulheres que estão
orando por luz e conhecimento. ...
"O Espírito Santo está implantando a graça de Cristo no coração de
muito nobre pesquisador da verdade, ativando suas simpatias
contrariamente a sua natureza e à sua anterior educação. A 'luz verdadeira,
que alumia a todo o homem que vem ao mundo' (João 1:9), está brilhando
em sua alma; e esta luz, se aceita, guiará seus passos para o reino de
Deus." – PR., 376, 377.
"O Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despojado da
personalidade humana, e dela independente. Limitado pela humanidade,
Cristo não poderia estar em toda parte em pessoa. Era, portanto, do
interesse deles que fosse para o Pai, e enviasse o Espírito como Seu
sucessor na Terra. Ninguém poderia ter então vantagem devido a sua
situação ou seu contato pessoal com Cristo. Pelo Espírito, o Salvador seria
acessível a todos." – DTN., 669.
3. Jesus Cristo – Versos 5-8
a. A Testemunha fiel. Apoc. 1:5; 3:14; João 18:37; Isa. 55:4
b. As primícias dos ressuscitados: Apoc. 1:5; Col. 1:15-18; Sal.
89:27; I Cor. 15:20; Rom. 8:29
Tradução Americana: "O primogênito dos mortos."
Tradução de Knox: "O primogênito dos mortos ressuscitados."
Twentieth Century New Testament: "O primeiro dos mortos a
nascer de novo."
c. Príncipe dos reis da terra. Apoc. 1:5; Sal. 89:27; Isa. 55:4;
Efés. 1:20-22; Filip. 2:7-11
d. Aquele que nos ama. Apoc. 1:5; João 10:11; 13:34; 15:13, 14;
Gál. 2:20
36. Apocalipse – Esboços de Estudos 36
e. Nos lavou dos pecados em Seu sangue. Apoc. 1:5; I Ped. 1:18,
19; I João 1:7, 9
f. Fez-nos reis e sacerdotes de Deus. Apoc. 1:6; 5:10; II Tim.
2:12; I Ped. 2:5
g. Glória e domínio para sempre. Apoc. 1:6; Heb. 1:8, 9; I Tim.
6:14-16; Isa. 9:6, 7
h. Sua segunda vinda. Apoc. 1:7
(1) Com nuvens. Mat. 26:64; 24:30, 31; Atos 1:9-11; Luc.
21:27; João 1:51
(2) Todos os olhos O verão. Mat. 24:30
(3) Mesmo os que O traspassaram. Zac. 12:9, 10; Mat. 23:39;
G.C., 637; DTN, 739; PE, 53
(4) Todas as tribos se lamentarão por Sua causa. Zac. 12:11;
Apoc. 6:15-17; Isa. 2:19-21
i. O Alfa e Ômega. Apoc. 1:8; Miq. 5:2; Prov. 8:22-30; João 1:1;
Col. 1:16, 17
INÍCIO DA VISÃO: Apoc. 1:9, 10
1. O profeta – João: Verso 9
a. Sua situação – em tribulação e exílio por testemunhar de
Cristo.
"Os príncipes dos judeus encheram-se de ódio atroz contra João por
sua inamovível fidelidade à causa de Cristo. ... Para que os milagres e
ensinos de Cristo fossem esquecidos, a voz da ousada testemunha teria de
ser silenciada.
João foi por conseguinte convocado a Roma para ser julgado por sua
fé. ...
"O imperador Domiciano estava cheio de ira. Não podia contrafazer as
razões do fiel advogado de Cristo, nem disputar o poder que lhe
acompanhava a exposição da verdade; determinou, contudo, fazer silenciar
sua voz.
37. Apocalipse – Esboços de Estudos 37
"João foi lançado dentro de um caldeirão de óleo fervente; mas o
Senhor preservou a vida de Seu fiel servo, da mesma maneira como
preservara a dos três hebreus na fornalha ardente." – AA., 569, 570
2. O local – a ilha de Patmos: Verso 9
Patmos é pequena; uma ilha rochosa no arquipélago grego
conhecido hoje por "Patino'. Está em frente à costa sudoeste da Ásia
Menor, aproximadamente a quarenta e seis milhas de Mileto. A ilha
mede cerca de dez milhas de comprimento e seis milhas de largura.
Quase não tem árvores. Possui uma montanha com oitocentos pés
de altura. A população atual consta de uns três mil habitantes.
Patmos era usada pelos romanos como lugar de exílio dos
criminosos das mais baixas classes. Nela se encontram muitas
ruínas bem antigas.
" Por decreto do imperador foi João banido para a ilha de Patmos, ...
"Patmos, uma ilha árida e rochosa no mar Egeu, havia sido escolhida
pelo governo romano para banimento de criminosos; mas para o servo de
Deus sua solitária habitação tornou-se a porta do Céu. ...
"Agora estava circundado por cenas que poderiam parecer a muitos
melancólicas e desinteressantes; mas para João representavam outra coisa.
Embora o cenário que o rodeava fosse desolado e árido, o céu azul que o
cobria era tão luminoso e belo como o céu de sua amada Jerusalém. Nas
rochas rudes, e ermos, nos mistérios dos abismos, nas glórias do
firmamento lia ele importantes lições. Tudo trazia mensagem do poder e
glória de Deus.
"Em tudo ao seu redor via o apóstolo testemunhas do dilúvio que
inundara a Terra porque seus habitantes se aventuraram a transgredir a lei
de Deus. As rochas que irromperam da Terra e do grande abismo pelo
irromper das águas, traziam-lhe vividamente ao espírito os terrores daquele
terrível derramamento da ira de Deus. Na voz de muitas águas - abismo
chamando abismo - o profeta ouvia a voz do Criador. O mar, açoitado pela
fúria de impiedosos ventos, representava para ele a ira de um Deus
ofendido. As poderosas ondas, em sua terrível comoção, mantidas em seus
limites por mão invisível, falavam do controle de um poder infinito. E em
contraste considerava a fraqueza e futilidade dos mortais que, embora
vermes do pó, gloriam-se em sua suposta sabedoria e força, e colocam o
coração contra o Governador do Universo, como se Deus fosse igual a eles.
38. Apocalipse – Esboços de Estudos 38
As rochas lhe lembravam Cristo, a Rocha de sua fortaleza, em cujo abrigo
podia ele refugiar-se sem temor. ...
"Embora banido das cenas de seus primeiros labores, ele não cessou
de dar testemunho da verdade. Mesmo em Patmos fez amigos e conversos."
– AA., 570-573.
3. A época – no dia do Senhor: Verso 10; Êxo. 20:8-11; Isa. 58:13;
Mat. 12:8; Mar. 2:27, 28
A palavra traduzida "do Senhor" neste texto não é um substantivo
mas um adjetivo "kuriakee", no caso dativo. Como não há nenhuma
forma adjetiva adequada do substantivo "Senhor" em inglês, a
forma possessiva "do Senhor" é usada. Ela significa "pertencendo
ao Senhor". Nos tempos do Novo Testamento o imperador começou
a ser chamado "Senhor" e "Filho de Deus". O termo "kuriakos", era
comum no Egito e na Ásia Menor durante o período imperial, e
significava "imperial". Havia, assim, um tesouro imperial, e um
serviço especial. Inscrições mostram certos dias do mês com nomes
especiais que lhes foram dados em honra do imperador. A
significação era, ao que tudo indica, algo semelhante ao "Dia do
Imperador". O uso de João deste título "Dia do Senhor" para
distinguir o sábado de Deus era sem dúvida um pretexto consciente
contra o crescente culto imperial, com o seu "Dia do Imperador".
"Foi no sábado que o Senhor da glória apareceu ao exilado apóstolo. O
sábado era tão religiosamente observado por João em Patmos como quando
estava pregando ao povo nas cidades e vilas da Judéia." – AA., 581.
4. A voz – como de trombeta: Verso 10
5. O que falava – o Alfa e o Ômega, Cristo: Versos 8, 11
Instrução a João: Verso 11
1. Escrever a visão num livro
2. Enviá-lo às sete igrejas da Ásia
"Foi Cristo quem ordenou ao apóstolo relatar o que lhe deveria ser
revelado. 'O que vês, escreve-o num livro', ordenou Ele, 'e envia-o às sete
igrejas que estão na Ásia'. ...
39. Apocalipse – Esboços de Estudos 39
"Os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes
períodos da era cristã. O número sete indica plenitude, e simboliza o fato de
que as mensagens se estendem até o fim do tempo, enquanto os símbolos
usados revelam o estado da igreja nos diversos períodos da história do
mundo." – AA., 585.
A visão
1. Sete castiçais de ouro. Apoc. 1:12
2. Um no meio dos castiçais:
a. Semelhante ao Filho do homem. Verso 13
b. Sua aparência:
(1) Vestido até os pés
(2) Um cinto de ouro
(3) Cabeça e cabelos brancos semelhantes à lã e à neve
(4) Olhos como uma chama de fogo
(5) Pés semelhantes a latão reluzente
(6) Voz como a voz de muitas águas
(7) Sete estrelas à Sua mão direita
(8) Uma espada afiada de dois gumes que saía da Sua boca
(9) Seu semblante brilhava como o Sol
c. Efeitos sobre João. Versos 17-19
(1) Pôs a mão direita sobre João
(2) Suas palavras a João:
(a) Não temas
(b) Eu sou o primeiro e o último
(c) Eu sou aquele que vive, e estava morto
(d) Estou vivo para todo o sempre
(e) Tenho as chaves do inferno e da morte
(f) Escreve as coisas que viste
1) As coisas que são
2) As coisas que serão daqui em diante
40. Apocalipse – Esboços de Estudos 40
e. Semelhanças notáveis com outras aparições de Jesus
(1) A Daniel. Dan. 10:5-12; C.S., 509
Daniel João
Um certo homem Um semelhante ao Filho do homem
Vestido de linho Vestido até os pés
Lombos cingidos com ouro fino Um cinto de ouro
Face como relâmpago Semelhante ao Sol
Olhos como lâmpada de fogo Olhos como chama de fogo
Pés semelhantes a latão reluzente Pés semelhantes a latão reluzente
Voz semelhante a de uma multidão Voz como o som de muitas águas
Nenhuma força – rosto em terra Caiu aos Seus pés como morto
Uma mão lhe tocou Pôs sobre ele a mão direita
Não temas Não temas
(2) Paulo. Atos 9:6-7; 26:12-16
(3) Aos discípulos, Jesus transfigurado. Mat. 17:2; Mar. 9:3
(4) A Ellen White. PE, 15, 16; VE, 107, 58, 59
Ellen G. White João
Cabelos brancos e cacheados Cabelos brancos como lã e neve
Pés semelhantes ao fogo Pés semelhantes a latão refinado no fogo
Olhos como chama de fogo Olhos como chama de fogo
Vestido do branco mais alvo Vestido até os pés
Face mais brilhante que o Sol Face como o Sol brilhando em toda a
de meio dia sua força
f. A aparência de Deus o Pai. Dan. 7:9; Heb. 1:3
D. O significado da visão. Apoc. 1:20
1. Sete castiçais – as sete igrejas. Verso 20
a. Jesus, a fonte de luz. João 1:4, 5, 9; 8:12
41. Apocalipse – Esboços de Estudos 41
b. A igreja, a luz do mundo. Mat. 5:14-16; Isa. 60:1-3; Zac. 4:2-6
2. Sete estrelas – os anjos das sete igrejas. Verso 20; Mal. 2:7;
Ageu 1:13; II Cor. 8:23; Gál. 4:14; Heb. 1:7, 14
a. Significação da palavra grega 'anjo', angelos; segundo Liddel
e Scott: Um mensageiro, enviado, o que anuncia ou fala, anjo.
"Os ministros de Deus são simbolizados pelas sete estrelas que Aquele
que é o primeiro e o último tem sob Seu especial cuidado e proteção. As
suaves influências que devem ser freqüentes na igreja, acham-se ligadas a
esses ministros de Deus, aos quais cabe representar o amor de Cristo. As
estrelas do céu acham-se sob a direção de Deus. Ele as enche de luz. Guia
e dirige-lhes os movimentos. Se o não fizesse, essas estrelas viriam a ser
estrelas caídas. O mesmo quanto a Seus ministros. Eles não são senão
instrumentos em Suas mãos, e todo o bem que realizam é feito mediante o
Seu poder." – OE., 13, 14.
3. Jesus no meio dos castiçais – Sua presença com Seu povo. Mat.
28:20
"É dito de Cristo que anda no meio dos castiçais de ouro. Assim é
simbolizada a Sua relação para com as igrejas. Ele está em constante
comunicação com Seu povo. Conhece seu verdadeiro estado. Observa-lhe a
ordem, piedade e devoção. Conquanto seja Sumo Sacerdote e Mediador no
santuário celestial, é apresentado andando de um para outro lado entre as
Suas igrejas terrestres. Com infatigável desvelo e ininterrupta vigilância,
observa para ver se a luz de qualquer de Suas sentinelas está bruxuleando
ou se extinguindo. Se os castiçais fossem deixados ao cuidado meramente
humano, sua trêmula chama enlanguesceria e morreria; mas Ele é o
verdadeiro vigia da casa do Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do
templo. Seu assíduo cuidado e graça mantenedora são a fonte de vida e
luz." – AA., 586.
4. O traje de Jesus – Seu vestido de justiça. Apoc. 3:4, 5, 18
"A justiça de Cristo e Seu caráter imaculado, é, pela fé, comunicada a
todos os que O aceitam como Salvador pessoal.
"A veste branca de inocência foi usada por nossos primeiros pais,
quando foram postos por Deus no santo Éden. Viviam eles em perfeita
conformidade com a vontade de Deus. Todas as suas afeições eram
devotadas ao Pai celeste. Luz bela e suave, a luz de Deus, envolvia o santo
par. Esse vestido de luz era um símbolo de suas vestes espirituais de
42. Apocalipse – Esboços de Estudos 42
celeste inocência. Se permanecessem leais a Deus, continuaria sempre a
envolvê-los.
"Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer
na presença de Deus. Estas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a
todos os que se arrependerem e crerem." – PJ., 310, 311.
5. A espada da boca de Jesus – Sua palavra. Heb. 4:12; Efés. 6:17;
João 12:48
"...de Sua boca sai uma espada aguda de dois gumes, emblema do
poder de Sua Palavra." – AA., 582.
"A espada do Espírito, que é a palavra de Deus, penetra no coração do
pecador, e corta-o em pedaços. Quando a teoria da verdade é recitada sem
que sua influência sagrada esteja sendo sentida na alma do que fala, ela
não exerce poder sobre os ouvintes, mas é rejeitada como erro, e o orador
faz-se responsável pela perda de almas." 4T., 441.
6. Olhos como uma chama de fogo – Seu olhar penetrante.
II Crôn. 16:9; Heb. 4:13; Ezeq. 7:4, 9; Amós 9:8; Apoc. 5:6
"Seus olhos eram como chamas de fogo, que profundamente
penetravam Seus filhos." – PE., 16.
"É impossível escapar à observação dAquele que diz 'Eu sei as tuas
obras', por menor que seja o detalhe de nossa conduta. As profundezas de
cada coração estão abertas à inspeção de Deus. Cada ação, cada intento,
cada palavra, é como que distintamente anotada como se houvesse
somente um indivíduo em todo o universo, como se toda a vigilância e
escrutínio de Deus fossem aplicados ao seu procedimento." – 4T., 627.
7. Pés semelhantes a latão reluzente – esmaga os ímpios na Sua
ira. Miq. 1:3-5; Hab. 3:5; Jó 40:12
Tradução de Knox: "Seus pés semelhantes ao latão fundido no
cadinho."
Twentieth Century New Testament: "Seu pés eram semelhantes ao
latão, tão brilhantes como quando o metal é fundido numa fornalha."
Tradução de Wymouth: "Seus pés eram semelhantes ao bronze
prateado quando está branco, de quente numa fornalha."
Tradução Síria: "Seus pés eram semelhantes ao latão refinado,
chamejando numa fornalha."
43. Apocalipse – Esboços de Estudos 43
E. A significação do simbolismo apresentado a João
1. João freqüentemente via mais símbolos do que realidades
2. A grande e a glória das realidades apresentadas pelos símbolos
"Do templo celestial, morada do Rei dos reis, onde milhares de
milhares O servem, e milhões de milhões estão diante dEle (Dan. 7:10),
templo repleto da glória do trono eterno, onde serafins, seus guardas
resplandecentes, velam o rosto em adoração; ... nenhuma estrutura terrestre
poderia representar a vastidão e glória." – PP., 357.
"Em cada extremidade do propiciatório havia um querubim fixo de ouro
puro e maciço. Suas faces estavam voltadas um para o outro e olhavam
reverentemente para baixo para o propiciatório, o que representa estarem
todos os anjos celestiais olhando com interesse e reverência para a lei de
Deus." – SP., vol. 1, 272.
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45. Apocalipse – Esboços de Estudos 45
AS CARTAS ÀS SETE IGREJAS
I. TEXTO BÁSICO: Apocalipse 2 e 3
II. O MODELO DAS CARTAS
A. O Destinatário
1. Sempre o “anjo” ou guia da igreja
Angelos – que envia, um mensageiro, um anjo
Angelo – dizer, anunciar
Angélia – uma mensagem, doutrina ou preceito
2. Deus fala ao Seu povo por meio de mensageiros
Moisés Êx. 4:12-16
Isaias Isa. 6:8, 9
Jeremias Jer. 1:7-9
Ezequiel Ezeq. 1:3; 2:1-7
Ageu Ageu 1:1
B. O Autor Divino
1. Alguns característicos apropriados
2. A dupla obra de Cristo como Sumo Sacerdote
a. Representar o povo diante de Deus
b. Representar Deus diante do povo
3. O contínuo serviço de Cristo
C. Mensagem de Louvor e Reconhecimento
1. Deus reconhece e considera os méritos do Seu povo Sal. 1:6;
7:18; Atos 13:22
46. Apocalipse – Esboços de Estudos 46
"Nada neste mundo é tão caro ao coração de Deus como Sua igreja." –
PR., 590
"Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto
sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o
cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de
transformar corações." – AA., 12.
"A igreja é muito preciosa aos olhos de Deus. Ele não a avalia por
suas prerrogativas exteriores, mas pela sincera piedade que a distingue do
mundo. Estima-a segundo o crescimento de Cristo, segundo o progresso na
experiência espiritual." – PJ., 298.
D. Mensagem de Reprovação e Condenação
1. Deus reconhece completamente e como simpatia a debilidade
do Seu povo Sal. 103:8-14
“É impossível escapar à observação d‟Aquele que diz „Eu sei as tuas
obras‟, por menor que seja o detalhe de nossa conduta. As profundezas se
cada coração estão abertas à inspeção de Deus. Cada ação, cada intento,
cada palavra, é como que distintivamente anotada como se houvesse
somente um indivíduo em todo o universo, como se toda a vigilância e
escrutínio de Deus fossem aplicados ao seu procedimento.” – 5 T. 627.
2. A razão das reprovações e correções de Deus Prov. 3:11, 12
"Com infatigável desvelo e ininterrupta vigilância, observa para ver se a
luz de qualquer de Suas sentinelas está bruxuleando ou se extinguindo. Se
os castiçais fossem deixados ao cuidado meramente humano, sua tremula
chama enlanguesceria e morreria; mas Ele é o verdadeiro vigia da Casa do
Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do templo. Seu assíduo cuidado e
graça mantenedora são a fonte de vida e luz." – AA., 585, 586.
3. As mensagens de reprovação de Deus sempre são
acompanhadas com mensagens de amor
"Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam
perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia
Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa
mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles.
47. Apocalipse – Esboços de Estudos 47
“A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e
advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e
reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios
fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de
salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar
são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada
crente contrito.” – AA., 587.
E. Mensagens de Conselho e Exortação
1. O supremo valor do conselho de Deus Prov. 3:1, 2; 4:10-13,
20-22
2. As bênçãos de Deus ao homem por permanecer em Suas
promessas
3. As promessas restringem-se ao vencedor
III. A NECESSIDADE DA IGREJA DAS SETE CARTAS
A. Vida e vigor espirituais
B. Declínio espiritual
C. Período de atividade missionária
D. Frieza e satisfação própria
E. Período de crescente apostasia
F. Confusão e desânimo
"Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam
perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia
Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa
mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles, e Seu desejo
de que fizessem segura obra para a eternidade. ...
"A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e
advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e
reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios
fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de
salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar
48. Apocalipse – Esboços de Estudos 48
são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada
crente contrito. ...
"E aos que em meio ao conflito mantivessem sua fé em Deus, foram
dadas ao profeta as palavras de louvor e promessa: "Eu sei as tuas obras;
eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo
pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome'." – AA.,
587-588.
IV. A APLICAÇÃO DAS SETE MENSAGENS
“A natureza da visão em que João recebeu estas epístolas torna
claro que elas não se limitam somente a estas sete igrejas, mas que nelas
devemos contemplar a igreja toda. ...
“Estas sete igrejas, então, além de serem literais e históricas,
representam todo o corpo da cristandade, em todos os períodos de sua
história. ...
“Em primeiro lugar, as sete igrejas representam sete fases ou
períodos na história da Igreja, que se estendem dos tempos apostólicos à
Segunda vinda de Cristo, e cujos característicos são apresentados
parcialmente nos nomes destas igrejas, mas mais completamente nas
cartas que lhes são enviadas. Houve o período de Éfeso – um período de
calor, amor e trabalho por Jesus, aplicado diretamente ao tempo dos
apóstolos, em que começou a queda do dever pelo esfriamento gradual
do amor de alguns, as falsas profissões de outros, e a renda de exaltações
indevidas do clero e oficiais da igreja. Veio, então, o período de Esmirna
– a era do martírio e do cheiro suave a Deus, da fidelidade até à morte,
marcado, entretanto, com o desenvolvimento de outros desvios no
estabelecimento de normas e regulamentos, liberdade às propensões
judaizantes e os conseqüentes afastamentos da verdadeira simplicidade
do Evangelho. Seguiu, então, o período de Pérgamo, no qual a
verdadeira fé desaparecia cada vez mais do cenário; o clericalismo
gradualmente se organizava num sistema; a igreja se unia ao mundo e
Babilônia começava a assomar às alturas. Veio, então, o período de
49. Apocalipse – Esboços de Estudos 49
Tiatira – a era da púrpura, da glória do sacerdócio corrompido, e
escuridão da verdade; a era efeminada e do domínio clerical, ao usurpar
a igreja o lugar de Cristo, e em que as testemunhas de Jesus foram
entregues às prisões, às fogueiras e inquisições; a era da entronização da
falsa profetiza, que se estendeu aos dias de Lutero e à Reforma. Veio,
então, o período de Sardes – a época da separação e volta aos mandos de
Cristo; a época da libertação de Balaão e suas doutrinas; da libertação
dos nicolaítas e seus dogmas; de Jezabel e suas fornicações; uma época
de nomes valiosos, embora também indicados como mortos, e tendo
muito de que se arrepender; uma época que cobre a letargia espiritual
dos séculos do protestantismo antes dos grandes movimentos
evangélicos dos últimos cem anos, e que nos trouxe à era de Filadélfia,
distinguida por uma ligação mais íntima com a Palavra escrita, e maior
fraternidade entre cristãos, embora já se entregando à mornidão
Laodiceana, à auto-suficiência, à profissão oca, à falsa paz, em que o dia
do juízo está para cair sobre as multidões despreocupadas que se supõem
cristãs, mas não o são. ...
“Cada coisa que assinala um destes períodos se aplica também num
grau menor, aos outros períodos. É simplesmente a predominância, e o
vigor maior ou menor de um elemento em determinado tempo que
distingue as sete épocas umas das outras. Os sete períodos, em outras
palavras, coexistem em cada período, tanto quanto em sucessão. ...
“Em segundo lugar, as sete igrejas representam sete variedades de
cristãos, tanto verdadeiros como falsos. Cada confessor do cristianismo é
um efésio em suas qualidades religiosas, ou um esmirniano, um
pergamita, um tiatiriano, um sardo, um filadelfo ou um laodiceano.
“Nem devemos olhar para determinadas facções, nem para uma
denominação somente. Cada época, cada denominação, e quase cada
congregação possui exemplos de cada igreja. ...
“Eu encontro, assim, as sete igrejas em cada igreja, o que dá a estas
epístolas uma aplicação direta, a nós mesmos e aos professos cristãos de
50. Apocalipse – Esboços de Estudos 50
todos os tempos, de maior importância e solenidade.” – J. A Seiss, The
Apocalypse, Vol. I, 143-145
V. AS SETE CARTAS
A. A Primeira Carta: Apocalipse 2:1-7
1. A Éfeso – a igreja dos apóstolos, ativa e pura
a. Significação – desejável
b. Período – 31-100
c. A cidade
(1) Localização
Lídia, na costa ocidental da Ásia Menor
Na foz do rio Caíster, sobre colinas das quais se
descortina o mar
Porto excelente
Porta de entrada da Província romana da Ásia
(2) Clima
(3) Religião
(4) História
(a) Grandeza anterior – tornou-se capital da província
(b) Declínio
(c) Ruína
“Éfeso é hoje mera desolação, inteiramente destruída, sem
habitante algum. A grande praça do mercado, onde se faziam os negócios
de uma metrópole renomada, vi-a com plantas de tabaco, sem cercas,
descuidada, cheia de mato e abandonada. Os grandes lagartos, ao
passarmos por lá saltavam surpreendidos à vista do homem, por sobre
colunas caídas de mármore e pórfiro, e esplêndidas cornijas e capitólios que
uma vez foram a admiração do mundo. O silêncio, malária e morte pairam
sobre aquela que uma vez foi orgulhosamente chamada „a primeira das
cidades‟. ... Restos de paredes ciclópicas, aterros, templos, ruas e casas
alinham-se nos planos, colinas e encostas da vasta área que uma vez
esteve coberta com a sua glória; mas, a área toda está em completa
51. Apocalipse – Esboços de Estudos 51
desolação, envolvida numa atmosfera venenosa e coberta somente de
coisas sujas e vis.” – J. A Seiss, The Apocalypse, Vol. I, 121, 122
(5) Descobertas arqueológicas
d. A igreja
(1) O ministério de Paulo Atos 19:1-20:1`, 16-38;
I Cor. 6:8; Efésios
(2) História posterior
2. O Autor – Aquele que tem as sete estrelas e que anda entre os
sete castiçais. Apoc. 2:1.
3. Elogio a Éfeso
a. Suas obras e trabalho Apoc. 2:2; Atos 19:18-26; Col. 1:23
“A princípio, o que distinguia a igreja de Éfeso eram a sua
simplicidade e fervor como de uma criança. ...
“Cheios de amor ao Redentor, buscavam como seu mais elevado
objetivo, ganhar almas para Ele. ...
Os membros da igreja estavam unidos em sentimento e ação. O amor
de Cristo era a corrente áurea que os vinculava entre si. Prosseguiam
conhecendo o Senhor sempre e sempre com maior perfeição, e revelavam
em sua vida alegria, conforto e paz. Visitavam os órfãos e as viúvas em suas
tribulações e mantinham-se incontaminados do mundo. ...
“Em toda cidade era a obra levada avante. Almas eram convertidas,
as quais, por sua vez, sentiam o dever de transmitir a outrem o inestimável
tesouro. Não tinham sossego sem que os raios de luz que lhes haviam
iluminado a mente resplandecessem sobre outros. Multidões de incrédulos
familiarizavam-se com a razão da esperança do cristão.” – 3 TS., 55, 56
b. Sua paciente tolerância Apoc. 2:3; Atos 4; 5:17-42; 6:7-12; 7:55-
60; 8:1-4; II Cor. 11:24-30
Tradução de Moffat: “Eu sei que sofres pacientemente e te
esforçaste pela minha causa e não te cansaste.” Apoc. 2:3