1. As transformações recentes do sistema internacional e a transição economia baixo carbono Eduardo Viola Professor Titular Instituto de Rela ções Internacionais Universidade de Brasília
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3. Aquecimento global: extrema disson ância entre discurso e comportamento dos atores Discursos favoráveis à redução das emissões. Comportamento inercial aumento das emissões. Emissões crescem 3% ao ano no período 2002-2007. todos crescem emissões. 28 bilhões toneladas em 2007.Tamanho de emissões, ritmo crescimento, emissões per cápita, emissões por unidade de PIB. China (22%, 8%), EUA (20%, 0,5%); União Européia (15%, 0,3%); Índia (8%, 10%); Rússia (6%, 5%); Indonésia (5%, 10%); Brasil (4%, 3%, redução forte 2005-2007); Japão (3%, 0,2%) Tipos de mudança climática: incremental (já em curso), perigosa (aumento da temperatura media acima de 2 graus), catastrófica (desequilibrio exponencial com parada da corrente do golfo).
4. Transi ção para uma economia de baixo carbono: Cunhas econ ômicas e tecnológicas Parte importante do stock capital fixo em 2050 não foi construído ainda. Relatório Stern 2006. 1- Aumento acelerado da eficiência energética em residências, escritórios, processos produtivos, planejamento urbano. 2- Aumento da proporção de energias não-fósseis renováveis -- hidroelétrica, eólica, solar e bio-combustíveis. 3- Aumento da proporção de energia nuclear. 4- Fim do desmatamento.Reflorestamento e Florestamento 5- Tecnologias agrícolas eficientes. 6- Uso eficiente agua. 7- Carros híbridos: elétrico e etanol. 8- Aviões com materiais leves e eficiência energética 9- Captura e estocagem de carbono fóssil. 10- Célula de hidrogênio. 11- Investimento internacional em pesquisas novas tecnologias
5. Incentivos para negociar e dificuldades da negociação 1- Todos os países estão ameaçados pelo aquecimento global e suas elites agora estão percebendo mesmo que em graus variados. Os países tem percepções diferentes sobre a combinação apropriada de mitigação e adaptação segundo percepção de vulnerabilidade e responsabilidade pela ação coletiva. 2- O impacto será maior quanto menor a renda per capita e a intensidade tecnológica da sociedade. 3- O custo de mitigar é menor que o custo do impacto do aquecimento. O custo de mitigar é mais alto em economias mais ricas e mais intensivas em carbono; e mais baixo em economias mais pobres e menos intensivas em carbono. 4- Custo/beneficio distribuído de modo desigual entre as gerações. 5- No caso de mudança climática catastrófica o impacto é devastador para todos independente de renda e tecnologia.
6. Custo econ ômico comparativo de redução de emissões Custo diferencial redução de emissões : 1-Brasil, custo muito baixo.Reduzir 2/3 do desmatamento custaria mínima proporção PIB em fiscalização, repressão e pagamento serviços. 2- Estados Unidos, Canadá, Austrália e México. Boa margem para aumento eficiência energética e de-carbonização matriz. Custo baixo. 3- Japão, União Européia e Coréia do Sul. Já são mais decarbonizados e mais eficientes energeticamente. Custo médio. 4- China, Índia, África do Sul, Rússia e Indonésia. São muito intensivos energia fóssil. Custo alto.
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8. 1- Cenário Hobbesiano O nível de cooperação no sistema internacional se mantém baixo como ate agora. Compromissos um pouco acima dos atuais dos paises desenvolvidos, incluindo os EUA e Austrália. Compromissos difusos dos emergentes. Existe apenas uma débil liderança européia e japonesa. Emissões e concentração de gases estufa na atmosfera continuam crescendo em ritmo muito alto. Quando se agravem os fenômenos climáticos extremos será muito difícil e provavelmente tarde para mudar o rumo da civilização. Alta probabilidade de mudança climática perigosa e risco de mudança catastrófica.
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10. 3- Cenário Grande Acordo Grandes emissores negociam transição economia baixo carbono. Lócus institucional G8+5. Liderança EUA-EU-Japao-Brasil. Utilização máxima de instrumentos de mercado e minimização de comando e controle centralizados. Caps and Trade e Imposto combinados. Mudança gradual de impostos sobre renda e trabalho para carbono. EUA, China, UE e Índia tem capacidade de veto. Compromissos precisos e diferenciados: mais ricos mais fortes e acelerados. Proposta Stern. Claros mecanismos de “compliance”. Negociação é referendada na ONU, resto dos paises adere seguindo os princípios acordados entre grandes. Emissões globais se estabilizam em fim da próxima década e começam a se reduzir posteriormente. Diminui muito risco mudança climática perigosa.
11. Brasil: posi ção muito singular Participa com 2,5% do PIB global, 2,8% da popula ção global e 4% das emissões globais de carbono. 85% da eletricidade origem hidroelétrica; 50% das emissões de carbono causados pelo desmatamento da Amazônia e do Cerrado. 80% do desmatamento é ilegal. Estados Amazônia 11% pop, 6% PIB, 50% das emissões. Transporte excessivamente rodoviário; infra-estrutura pobre. Combustível líquidos leves (etanol) e potencialidades do biodiesel. Potencial hidroelétrico, bio-combustivel, eolico, solar, nuclear. Custo reduzir emissões muito baixo, porque concentrado em redução desmatamento Amazônia e cerrado. Drástico aumento eficiência conversão.
12. Necessidade mudan ça posição brasileira Posição brasileira Quioto: Afirmação direito a desmatar. Impotência para diminuir o desmatamento. Evitar florestas no regime.Negação vulnerabilidade. Mudança parcial e silenciosa de posição. Reforço do estado de direito na Amazônia, fortalecendo órgãos federais, estaduais e municipais de monitoramento, fiscalização e repressão do desmatamento. Bolsa floresta, Amazonas. Aumento da eficiência na conversão de parte da floresta para hidroeletricidade, agricultura e madeira. Interesse vital do pais em mitigar o aquecimento global e atingir segurança climática. Compromisso assumido no âmbito global tende a criar ciclo virtuoso de apoio internacional às forças domésticas contra desmatamento.