1. Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos da Torre
A Língua Portuguesa no Mundo
Discentes: Lisandra Figueira N.º10
Fábio Graça N.º6
9.ºD
Câmara de lobos, 4 de Abril de 2011
2. CPLP
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma
organização assinada entre países lusófonos, que incentiva a aliança e a
amizade entre os signatários. A sua sede fica em Lisboa e o seu actual
Secretário Executivo é Domingos Simões Pereira, da Guiné-Bissau.
Promove a data de 5 de Maio como Dia da Língua Portuguesa e da
Cultura, celebrado em todo o espaço lusófono.
3. São Tomé e Príncipe
O são-tomense ou forro (também conhecido como santomé ou
santomense) é uma língua nacional de São Tomé e Príncipe,
falada em toda a ilha de São Tomé, excepto na ponta sul.
Sendo uma língua crioula de base portuguesa, o são-tomense
difere grandemente dos crioulos da Guiné-Bissau, Senegal,
Gâmbia e Cabo Verde. O substrato do são-tomense assenta
principalmente nas línguas kwa, faladas na Costa do Marfim,
Gana, Togo, Benim e Nigéria.
O são-tomense é a língua usada nos contactos sociais em
praticamente toda a ilha de São Tomé, inicialmente falada
pelos escravos libertos ou forros. A maioria dos falantes de
são-tomense fala também português ao nível politico, e
internacional.
4. O que são Crioulos?
Os crioulos são línguas naturais, de formação rápida, criadas
pela necessidade de expressão e comunicação plena entre
indivíduos inseridos em comunidades multilinguísticas
relativamente estáveis. Procurando superar a pouca
funcionalidade das suas línguas maternas, estes recorrem ao
modelo imposto (mas pouco acessível) da língua socialmente
dominante e ao seu saber linguístico para constituir uma
forma de linguagem simples, de uso restrito mas eficaz, o
pidgin, que posteriormente é gramaticalmente
complexificada e lexicalmente expandida, em particular pelas
novas gerações de crianças que a adquirem como língua
materna, dando origem ao crioulo.
5. Línguas em S. Tomé e Príncipe
O angolar é uma língua nacional de São Tomé e Príncipe, falada
na ponta sul da ilha de São Tomé, principalmente em torno da
vila de São João dos Angolares, distrito de Caué.
Os angolares são um grupo étnico distinto que tem a sua origem
atribuída ao naufrágio, ao sul da ilha de São Tomé, de um
navio negreiro com escravos trazidos de Angola em meados
do século XVI.
Muitos angolares actualmente falam também são-tomense e/ou
português e há uma tendência para se integrarem nos forros
que significa homens livres que constituem o principal grupo
étnico de São Tomé e Príncipe.
6. Provérbio São Tomé
Ua món ca labá ôtlô
Pa dôçu ficá limpu
(Uma mão lava a outra
e ambas ficam limpas)
7. Tchiloli
O tchiloli é considerado por muitos, uma das manifestações
artísticas mais representativas e de maior valor criativo
existente nas ilhas. Teatro de rua, habitualmente
representado nas festas religiosas, o tchiloli ou tragédia
Marquês de Mântua, cujo assunto recua à corte medieval
europeia – Imperador Carlos Magno e o Marquês de Mântua.
A peça encena um dilema moral: um pai, o Imperador Carlos
Magno é confrontado com um filho homicida e é colocado
perante o conflito entre deveres paternais privados e os
deveres da justiça pública.
8. Caetano da Costa Alegre
Caetano da Costa Alegre nasceu, em 1864,
a 26 de Abril, foi um poeta nascido no
seio de uma família crioula cabo-
verdiana.
Em 1882 estudou medicina em Portugal
acabando por se tornar médico e morre
de tuberculose em 1890.
Este poeta canta as origens Africanas,
expressão de nostalgia do estilo de vida
de São Tomé e a descrição do
sentimento da sua raça.
Ele apaixona-se por uma mulher branca
mas devido à cor da sua pele é recusado
e vai ter que lutar contra o racismo.
9. Visão
Vi-te passar, longe de mim, distante,
Como uma estátua de ébano ambulante;
Ias de luto, doce, tutinegra,
E o teu aspecto pesaroso e triste
Prendeu minha alma, sedutora negra;
Depois, cativa de invisível laço,
(o teu encanto, a que ninguém resiste)
Foi-te seguindo o pequenino passo
Até que o vulto gracioso e lindo
Desapareceu, longe de mim, distante,
Como uma estátua de ébano ambulante.
10. Análise
Este poema é auto-biográfico
isto é fala sobre: a
diferença da cor pela a qual
Costa Alegre é
marginalizado; e da sua
paixão por uma mulher
branca, o que vem a
agravar a diferença de pele
e os preconceitos ou
racismo que marcam a sua
época, em que o poeta
viveu (século XIX).
11. Alda Espírito Santo
Alda Espírito Santo nasceu, em Abril ,de 1926, em São Tomé.
Frequentou a Universidade em Portugal, mas teve que
abandonar os estudos devido às actividades políticas e
também por motivos económicos.
Era uma das mais conhecidas poetisas africanas de língua
portuguesa e devido a isso ocupou alguns cargos importantes
nomeadamente foi Ministra da Educação e Cultura, Ministra
da Informação e Cultura e Deputada.
Os seus poemas aparecem nas mais variadas antologias
lusófonas, jornais e revistas de são Tomé e Príncipe, Angola e
Moçambique.
12. Tânia
Nesta noite morna de luar africano
Salpicando de sombras as estradas
Eu estendo os meus braços sedentos
Para a nossa mãe África, gigante
E ergo para ti meu canto sem palavras
Suplicando bênção da terra
Para as vias dos teus caminhos
Para a rota do destino imenso
Traçado na inteireza de todo o teu ser
Para ti, a projecção das nossas estradas
Varridas da impureza dos dejectos inúteis
Para ti, o canto de glória da nossa
Mãe África dignificada.
13. Análise
O poema fala do sentimento de um sãotomense,
da sua identidade. O facto de se assumir como
Africano devido à proximidade geográfica e ao
povoamento das ilhas de S. Tomé e Príncipe. Há
aqui um apelo ao Continente Africano sentido
como mãe que se busca na hora da redenção/da
luta por dominar o seu próprio destino e o
homem sãotomense assume-se como africano.
14. Francisco José Tenreiro
Francisco José Tenreiro nasceu, em
1921, na ilha de São Tomé, estudou
em Lisboa e foi professor no
Instituto de Ciências Sociais e
Política Ultramarina, numa altura,
em que se intensificava a Guerra
Colonial. Geógrafo por formação,
usou a poesia para exprimir a nova
África, já não a dos postais
ilustrados e dos povos, plantas e
animais exóticos, mas a de um
novo tempo, marcado pela fusão
de culturas nativas.
15. Mestiço! Canção do Mestiço
Nasci do negro e do branco
e quem olhar para mim
é como que se olhasse
para um tabuleiro de xadrez: a tua conta está errada.
a vista passando depressa Teu lugar é ao pé do negro.
fica baralhando cor Ah! Mas eu me danei…
e muito calminho
no olho alumbrado de quem arrepanhei o meu cabelo para
me vê. trás
Mestiço! fiz saltar fumo do meu cigarro
cantei do alto
E tenho no peito uma alma a minha gargalhada livre
grande que encheu o branco de calor!
uma alma feita de adição …
Mestiço!
Foi isso que um dia Quando amo a branca
o branco cheio de raiva sou branco…
cantou os dedos das mãos Quando amo a negra
sou negro.
fez uma tabuada e falou grosso:
- mestiço!
16. Análise
Este poema fala de um novo
homem, o Mestiço, fruto de
um homem branco e de uma
mulher negra. O principal
tema é a mestiçagem ou
miscigenação e o facto de não
ser aceite. O Branco chama-o
de “negro”, o negro chama-o
de “branco”. Mas o mulato ou
mestiço não é branco, nem
negro, é uma mistura de
ambos – um homem novo.