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III Seminário de Pesquisa da APA Itupararanga:
Água e Saneamento, desafios à conservação

28 e 29 de Novembro de 2012

Sorocaba – SP



 Interpretação dos Aspectos Hidroclimáticos no Médio Sorocaba e
 sua Influência na Dinâmica do Relevo bacia do Ribeirão Cubatão,
                    Serra de São Francisco-SP

           1
               Marcos Dias Morais (Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba)
           Graduando de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal de São Carlos
                                                            marcos.geoufscar@yahoo.com


       ² Emerson Martins Arruda (Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba)
                Prof. Dr. Adjunto do Curso de Geografia, Universidade Federal de São Carlos
                                                                    emersongeo@ufscar.br




Resumo

A organização de dados hidroclimáticos da Bacia do Rio Sorocaba nos permite
compreender a dinâmica climática do contato entre os compartimentos geomorfológicos do
Planalto Atlântico e da Depressão Periférica Paulista, a partir deste levantamento será
estudado a influência desta dinâmica climática no relevo da bacia hidrográfica do Ribeirão
Cubatão, que sofre influência destes dois domínios morfológicos. Esta pesquisa buscará
interpretar os aspectos físicos por meio do Método Sistêmico, que considera a dinâmica dos
recursos naturais para compreender a configuração da paisagem.


Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Hidrografia, Climatologia.
Introdução

       O estudo de bacias hidrográficas é uma escala de análise natural e sistêmica, que
baseado na abordagem ambiental estudado pela ciência Geográfica pressupõe analisar a
paisagem, configurada pela inter-relação dos elementos naturais.
       A Bacia do Rio Sorocaba apresenta potencialidades de abastecimento de água e
produção de energia na região do município de Sorocaba, que se destaca economicamente,
compreender os aspectos hidroclimáticos é de grande relevância para contribuir com o
planejamento e execução de políticas públicas, uma vez que algumas comunidades sofrem
anualmente com as cheias e inundações do Rio Sorocaba.
       A bacia hidrográfica do Ribeirão Cubatão, se localiza no município de Votorantim,
sudeste do estado de São Paulo, sendo um tributário do Rio Sorocaba. O Ribeirão Cubatão
encontra-se no setor chamado por Ab Sáber (1952) como fall line paulista, caracterizado por
seqüência topográfica entre a superfície do Planalto Atlântico e a Depressão Periférica
Paulista.
       A alta taxa de precipitação pluviométrica regional e o relevo com camadas litológicas
dobradas, típica do contato do Planalto com a Depressão influenciaram na alta densidade
de drenagem e na sucessão de quedas e cachoeiras que fomentou a instalação de
pequenas usinas hidrelétricas, definindo assim, os primeiros núcleos urbanos nesta região.
Objetivo

Compreender a dinâmica hidroclimática da bacia hidrográfica do Rio Sorocaba e
correlacionar esses aspectos climáticos, resultantes das inter-relações dos elementos
naturais com a dinâmica do relevo da bacia hidrográfica do Ribeirão Cubatão, Serra de
Francisco, SP.


Método e Metodologia

       A metodologia foi desenvolvida pautando-se na Abordagem Sistêmica, que analisa a
dinâmica da paisagem inter-relacionando os aspectos naturais, sendo dividida em três
etapas: a primeira indireta com a revisão bibliográfica e a organização de documentos
cartográficos já existentes; na segunda ocorreu a análise de imagens de satélite e a
elaboração de Mapas Temáticos, como a Base Topográfica, destacando as curvas de
níveis, extraído a partir extraído da base SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), o
Mapa Hipsométrico, com destaque para as formas do relevo, elaborado por meio das curvas
de nível, o Mapa de Declividade, realizado com o uso da ferramenta slope, e o Mapa
Geológico, feito a partir da base fornecida pelo site do Serviço Geológico do Brasil, que
permite relacionar a litologia da bacia com as áreas ocupadas. E a terceira etapa, contou
com abordagem direta a partir da realização de trabalhos de campo.


Resultados e Discussões

        O rio Sorocaba localiza-se na porção sudeste do estado de São Paulo, e é o afluente
mais importante da margem esquerda do Médio Tiete, possui padrão dendrítico, com
interflúvios   elevados,   vales   entalhados   e   densidade   de   drenagem   elevada.   As
características hidroclimáticas e endógenas estão diretamente associadas á forma do
relevo, suas nascentes no Planalto Atlântico apresentam médias pluviométricas mais
elevadas, e a porcentagem de declividade das vertentes são maiores (Mapa 01),
destacando setores de maior energia para dispersão dos fluxos hídricos, estes aspectos
estão diretamente associados à maior erosão destas áreas. O contrário ocorre na
Depressão Periférica, onde as médias pluviométricas são menores, em comparação á áreas
de Planalto, pois a Depressão possui menor densidade hídrica, menor porcentagem de
declividade e consecutivamente menor índice de erosão em condições naturais.
        O clima predominante na UGRHI 10 (Unidade de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos) do rio Sorocaba e Médio Tietê se dividem em três: quase toda UGRHI apresenta
clima úmido quente com inverno seco; os municípios de Ibiúna e Piedade possuem clima
quente úmido sem estação seca; e o município de São Roque se destaca pelo clima
temperado úmido sem estação seca, segundo SINISGALLI e CARVALHO (2010).
        Segundo Nímer (1979) as massas de ar que mais influenciam as condições
climáticas no estado de São Paulo são: mEc (Massa Equatorial Continental), que se forma
sobre o continente aquecido, atuando ventos fracos, sobretudo no verão; mTa (Massa
Tropical Atlântica), forma-se na região marítima quente do Atlântico Sul, recebendo muito
calor e umidade na superfície; e mP (Massas Polares), que originam-se na zona
subantártica, estas massas não possuem subsidência, o que permite a distribuição, em
altitude, do valor e umidade colhidos na superfície quente do mar, aumentados a medida
que a massa caminha para o Trópico, e em virtude de sua temperatura baixa, chuvas de
diferentes intensidades apontam sua passagem.
        A análise apontada pelo estudo de FERNANDES, NOLASCO e MORTATTI (2010),
que consiste no acompanhamento de índices pluviométricos de 1984 a 2008, em duas
estações distintas na Bacia do Rio Sorocaba, a estação Iperó e Entre Rios.
        Os gráficos abaixo foram caracterizado a partir de dados diários fornecidos pelo
Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos (Maria Laura – informação pessoal
em 11 mar 2009 para as estações Iperó (23°01`S, 47°41` W) e Entre Rios (23°01`S,
47°48`W). Estando a primeira na porção média da bacia e a segunda próxima a foz do rio
Sorocaba.
        A precipitação média anual de 1984 á 2008 foi de 1246,3 mm, sendo agosto o mês
mais seco com 34,8 mm, e janeiro o mais chuvoso com 239,8 mm (Gráfico 01). A vazão
média anual no mesmo período foi de 63, 1 m³s ‫ ,¹־‬sendo fevereiro o mês com maior vazão
média com 122,1 m³s ‫ ,¹־‬e setembro com a menor com 37,5 m³s ‫( ¹־‬Gráfico 02).




  Gráfico 01- Precipitação Média Mensal            Gráfico 02- Médias mensais de vazão na
  na estação Iperó de 1984 á 2008. Fonte:          bacia do rio Sorocaba de 1984 a 2008.
  FERNANDES, NOLASCO e MORTATTI                    Fonte:   FERNANDES,      NOLASCO     e
  (2010).                                          MORTATTI (2010).



        Nestes outros quatro gráficos podemos observar a distribuição pluviométrica no
município de Sorocaba:




Gráfico 03- Totais mensais de Chuva em Sorocaba de 1993 a 2000. Fonte: FERREIRA & DANIEL,
2003.
Gráfico 04 - Médias mensais de chuva em Sorocaba no período de 1950 a 1964. Fonte: FERREIRA &
DANIEL, 2003.




Gráfico 05- Médias mensais de chuva em Sorocaba de 1993 a 2000. Fonte: Ferreira & Daniel, 2003.




Gráfico 06- Totais anuais de chuva em Sorocaba de 1950 a 2000. Fonte: Ferreira e Daniel, 2003.
De acordo com Monteiro (1973), podemos observar que o clima é controlado por
massas tropicais e polares (climas zonais). Clima úmido da face oriental e subtropical do
continente dominado por massas tropicais. As características climáticas da bacia do Rio
Sorocaba podem ser analisadas a partir de diferentes escalas; uma relacionada ao contexto
mais amplo vinculado à ação das massas de ar, e outra de âmbito regional e local,
associada aos aspectos topográficos da área em questão.


           Uma questão interessante que tem sido observada na área, mas que necessita de
estudos complementares mais aprofundados refere-se à coleta de dados de pluviometria no
alto da Serra de São Francisco, em seu setor escarpado, bem como na área relacionada à
moraria vinculada ao Grupo São Roque. Tal projeção de atividade futura, se faz necessário
para identificar de forma coerente as reais interferências da Serra na determinação de
microclimas na área de estudos.


           Aspectos das diferentes declividades, como podem ser identificados no Mapa 01,
mostram a complexidade de inclinações que certamente interferem na dinâmica pluvial e
fluvial.
Considerações Finais

       A precipitação da região da bacia do rio Sorocaba apresenta um ciclo anual com
maiores índices pluviométricos em dezembro, janeiro e fevereiro (verão), e menores em
junho, julho e agosto (inverno). O clima predominante na Unidade de Gerenciamento do
Médio Tietê e rio Sorocaba se divide em três: clima úmido quente com inverno seco
predominante em quase toda UGRHI 10, clima quente úmido sem estação seca nos
municípios de Ibiúna e Piedade e clima temperado úmido sem estação seca município de
São Roque. A área apresenta predomínio de chuvas no verão e estiagem no inverno.


       Podemos verificar que o clima da área de estudo é influenciado pelas diferentes
altitudes das províncias geomorfológicas, pois o Planalto Atlântico apresenta maior
influência da mTa, que recebe umidade marítica; e também da mP, que não sofre
subsidência e atua diretamente na queda da temperatura no Planalto Atlântico.


       Nesta conjunção o Ribeirão Cubatão é forte dissecação, apresentando maior
pluviosidade e escoamento pluvial, que associados a geometria das vertentes e ao mosaico
de setores impermeabilizados de áreas em processo de urbanização, contribui no
desenvolvimento de erosão na área, que foi ocupada a partir de um planejamento precário,
que expõe a população ali residente às áreas com risco de inundação, movimentos de
massas, colapsos de solo, e dentre outros.


       Conseqüentemente constatou-se que grande parte dos eventos de inundação que
ocorrem na área da baixa bacia está relacionada ao assoreamento dos canais por
sedimentos erodidos da Serra de Inhaíba e da Serra de São Francisco, como também pelos
entulhos carregados ao longo das vertentes.


Referências Bibliográficas

AB’SÁBER, A. N. Geomorfologia de uma linha de quedas apalachiana típica do Estado de
São Paulo. Anuário da Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae” da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, v. 11, p. 111-138, 1952.

CARVALHO, J. SINISGALLI, P. A. Médio Tietê. Universidade de São Paulo – USP.
Disponível: http://www.usp.br/procam/govagua/mediotiete. Acesso em 20 out. 2010.

FAVERO, O. A. Paisagem e sustentabilidade na Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba (SP).
276 p. Tese de Doutorado em Geografia Humana. Universidade de São Paulo, São Paulo,
2007.
FERNANDES, A. N. NOLASCO, M. B. MORTATTI, J. Estimativa do escoamento superficial
rápido e sua carga em suspensão com a aplicação do modelo de separação de hidrogramas
com filtros numéricos: Bacia do rio Sorocaba – SP. Revista Geociências, São Paulo, v. 29,
n. 1, p. 49 - 57, 2010.

FERREIRA, J. C. DANIEL, L. A. Análise de 47 anos de chuva em Sorocaba. Semana de
Tecnologia da Fatec – SP, Sorocaba. Trabalho de Estudo Ambiental desenvolvido no NEPA
da Fatec Sorocaba. Faculdade de Tecnologia de Sorocaba – CEETESP. Núcleo de estudos
e pesquisas ambientais – NEPA. Departamento de ensino geral, São Paulo, 2003. 6 p.

FREITAS, N. P. MARAGON, S. H. O comitê de bacias hidrográficas do rio Sorocaba e
Médio Tietê. Simpósio Internacional sobre gestão de recursos hídricos. Gramado - RS,
1998. 6 p.

MARTINELLI, M. Clima do Estado de São Paulo. Disponível: http://confins.revues.org/6348.
Acesso em 16 dez. 2010.

TAVARES, R. O clima de Sorocaba – SP: Aspectos Regionais, locais e urbanos. (p. 115 –
143). In: SANT’ ANNA NETO, J. L. Os Climas das Cidades Brasileiras. Presidente Prudente,
2002.

NIMER, E. Circulação Atmosférica do Brasil. Climatologia do Brasil. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 1979, 422p.

TONELLO, K. C. FARIA L. C. A experiência do CBH-STM no pagamento por serviços
ambientais. Anais do Seminário de recursos hídricos da bacia hidrográfica do Paraíba do
Sul: Recuperação de áreas degradadas, serviço ambientais e sustentabilidade, n. II, 2009,
Taubaté. p. 351-356.

TARCITANI, F. C. BARRELLA, W. Conhecimento etnoictiológico dos pescadores
desportivos do trecho superior da bacia do rio Sorocaba. Revista Eletrônica de Biologia.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Campus Sorocaba, v. 2, p. 11-28, 2009.

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Interpretação dos Aspectos Hidroclimáticos na Bacia do Ribeirão Cubatão

  • 1. III Seminário de Pesquisa da APA Itupararanga: Água e Saneamento, desafios à conservação 28 e 29 de Novembro de 2012 Sorocaba – SP Interpretação dos Aspectos Hidroclimáticos no Médio Sorocaba e sua Influência na Dinâmica do Relevo bacia do Ribeirão Cubatão, Serra de São Francisco-SP 1 Marcos Dias Morais (Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba) Graduando de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal de São Carlos marcos.geoufscar@yahoo.com ² Emerson Martins Arruda (Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba) Prof. Dr. Adjunto do Curso de Geografia, Universidade Federal de São Carlos emersongeo@ufscar.br Resumo A organização de dados hidroclimáticos da Bacia do Rio Sorocaba nos permite compreender a dinâmica climática do contato entre os compartimentos geomorfológicos do Planalto Atlântico e da Depressão Periférica Paulista, a partir deste levantamento será estudado a influência desta dinâmica climática no relevo da bacia hidrográfica do Ribeirão Cubatão, que sofre influência destes dois domínios morfológicos. Esta pesquisa buscará interpretar os aspectos físicos por meio do Método Sistêmico, que considera a dinâmica dos recursos naturais para compreender a configuração da paisagem. Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Hidrografia, Climatologia.
  • 2. Introdução O estudo de bacias hidrográficas é uma escala de análise natural e sistêmica, que baseado na abordagem ambiental estudado pela ciência Geográfica pressupõe analisar a paisagem, configurada pela inter-relação dos elementos naturais. A Bacia do Rio Sorocaba apresenta potencialidades de abastecimento de água e produção de energia na região do município de Sorocaba, que se destaca economicamente, compreender os aspectos hidroclimáticos é de grande relevância para contribuir com o planejamento e execução de políticas públicas, uma vez que algumas comunidades sofrem anualmente com as cheias e inundações do Rio Sorocaba. A bacia hidrográfica do Ribeirão Cubatão, se localiza no município de Votorantim, sudeste do estado de São Paulo, sendo um tributário do Rio Sorocaba. O Ribeirão Cubatão encontra-se no setor chamado por Ab Sáber (1952) como fall line paulista, caracterizado por seqüência topográfica entre a superfície do Planalto Atlântico e a Depressão Periférica Paulista. A alta taxa de precipitação pluviométrica regional e o relevo com camadas litológicas dobradas, típica do contato do Planalto com a Depressão influenciaram na alta densidade de drenagem e na sucessão de quedas e cachoeiras que fomentou a instalação de pequenas usinas hidrelétricas, definindo assim, os primeiros núcleos urbanos nesta região. Objetivo Compreender a dinâmica hidroclimática da bacia hidrográfica do Rio Sorocaba e correlacionar esses aspectos climáticos, resultantes das inter-relações dos elementos naturais com a dinâmica do relevo da bacia hidrográfica do Ribeirão Cubatão, Serra de Francisco, SP. Método e Metodologia A metodologia foi desenvolvida pautando-se na Abordagem Sistêmica, que analisa a dinâmica da paisagem inter-relacionando os aspectos naturais, sendo dividida em três etapas: a primeira indireta com a revisão bibliográfica e a organização de documentos cartográficos já existentes; na segunda ocorreu a análise de imagens de satélite e a elaboração de Mapas Temáticos, como a Base Topográfica, destacando as curvas de níveis, extraído a partir extraído da base SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), o Mapa Hipsométrico, com destaque para as formas do relevo, elaborado por meio das curvas de nível, o Mapa de Declividade, realizado com o uso da ferramenta slope, e o Mapa Geológico, feito a partir da base fornecida pelo site do Serviço Geológico do Brasil, que
  • 3. permite relacionar a litologia da bacia com as áreas ocupadas. E a terceira etapa, contou com abordagem direta a partir da realização de trabalhos de campo. Resultados e Discussões O rio Sorocaba localiza-se na porção sudeste do estado de São Paulo, e é o afluente mais importante da margem esquerda do Médio Tiete, possui padrão dendrítico, com interflúvios elevados, vales entalhados e densidade de drenagem elevada. As características hidroclimáticas e endógenas estão diretamente associadas á forma do relevo, suas nascentes no Planalto Atlântico apresentam médias pluviométricas mais elevadas, e a porcentagem de declividade das vertentes são maiores (Mapa 01), destacando setores de maior energia para dispersão dos fluxos hídricos, estes aspectos estão diretamente associados à maior erosão destas áreas. O contrário ocorre na Depressão Periférica, onde as médias pluviométricas são menores, em comparação á áreas de Planalto, pois a Depressão possui menor densidade hídrica, menor porcentagem de declividade e consecutivamente menor índice de erosão em condições naturais. O clima predominante na UGRHI 10 (Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos) do rio Sorocaba e Médio Tietê se dividem em três: quase toda UGRHI apresenta clima úmido quente com inverno seco; os municípios de Ibiúna e Piedade possuem clima quente úmido sem estação seca; e o município de São Roque se destaca pelo clima temperado úmido sem estação seca, segundo SINISGALLI e CARVALHO (2010). Segundo Nímer (1979) as massas de ar que mais influenciam as condições climáticas no estado de São Paulo são: mEc (Massa Equatorial Continental), que se forma sobre o continente aquecido, atuando ventos fracos, sobretudo no verão; mTa (Massa Tropical Atlântica), forma-se na região marítima quente do Atlântico Sul, recebendo muito calor e umidade na superfície; e mP (Massas Polares), que originam-se na zona subantártica, estas massas não possuem subsidência, o que permite a distribuição, em altitude, do valor e umidade colhidos na superfície quente do mar, aumentados a medida que a massa caminha para o Trópico, e em virtude de sua temperatura baixa, chuvas de diferentes intensidades apontam sua passagem. A análise apontada pelo estudo de FERNANDES, NOLASCO e MORTATTI (2010), que consiste no acompanhamento de índices pluviométricos de 1984 a 2008, em duas estações distintas na Bacia do Rio Sorocaba, a estação Iperó e Entre Rios. Os gráficos abaixo foram caracterizado a partir de dados diários fornecidos pelo Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos (Maria Laura – informação pessoal em 11 mar 2009 para as estações Iperó (23°01`S, 47°41` W) e Entre Rios (23°01`S,
  • 4. 47°48`W). Estando a primeira na porção média da bacia e a segunda próxima a foz do rio Sorocaba. A precipitação média anual de 1984 á 2008 foi de 1246,3 mm, sendo agosto o mês mais seco com 34,8 mm, e janeiro o mais chuvoso com 239,8 mm (Gráfico 01). A vazão média anual no mesmo período foi de 63, 1 m³s ‫ ,¹־‬sendo fevereiro o mês com maior vazão média com 122,1 m³s ‫ ,¹־‬e setembro com a menor com 37,5 m³s ‫( ¹־‬Gráfico 02). Gráfico 01- Precipitação Média Mensal Gráfico 02- Médias mensais de vazão na na estação Iperó de 1984 á 2008. Fonte: bacia do rio Sorocaba de 1984 a 2008. FERNANDES, NOLASCO e MORTATTI Fonte: FERNANDES, NOLASCO e (2010). MORTATTI (2010). Nestes outros quatro gráficos podemos observar a distribuição pluviométrica no município de Sorocaba: Gráfico 03- Totais mensais de Chuva em Sorocaba de 1993 a 2000. Fonte: FERREIRA & DANIEL, 2003.
  • 5. Gráfico 04 - Médias mensais de chuva em Sorocaba no período de 1950 a 1964. Fonte: FERREIRA & DANIEL, 2003. Gráfico 05- Médias mensais de chuva em Sorocaba de 1993 a 2000. Fonte: Ferreira & Daniel, 2003. Gráfico 06- Totais anuais de chuva em Sorocaba de 1950 a 2000. Fonte: Ferreira e Daniel, 2003.
  • 6. De acordo com Monteiro (1973), podemos observar que o clima é controlado por massas tropicais e polares (climas zonais). Clima úmido da face oriental e subtropical do continente dominado por massas tropicais. As características climáticas da bacia do Rio Sorocaba podem ser analisadas a partir de diferentes escalas; uma relacionada ao contexto mais amplo vinculado à ação das massas de ar, e outra de âmbito regional e local, associada aos aspectos topográficos da área em questão. Uma questão interessante que tem sido observada na área, mas que necessita de estudos complementares mais aprofundados refere-se à coleta de dados de pluviometria no alto da Serra de São Francisco, em seu setor escarpado, bem como na área relacionada à moraria vinculada ao Grupo São Roque. Tal projeção de atividade futura, se faz necessário para identificar de forma coerente as reais interferências da Serra na determinação de microclimas na área de estudos. Aspectos das diferentes declividades, como podem ser identificados no Mapa 01, mostram a complexidade de inclinações que certamente interferem na dinâmica pluvial e fluvial.
  • 7. Considerações Finais A precipitação da região da bacia do rio Sorocaba apresenta um ciclo anual com maiores índices pluviométricos em dezembro, janeiro e fevereiro (verão), e menores em junho, julho e agosto (inverno). O clima predominante na Unidade de Gerenciamento do Médio Tietê e rio Sorocaba se divide em três: clima úmido quente com inverno seco predominante em quase toda UGRHI 10, clima quente úmido sem estação seca nos municípios de Ibiúna e Piedade e clima temperado úmido sem estação seca município de São Roque. A área apresenta predomínio de chuvas no verão e estiagem no inverno. Podemos verificar que o clima da área de estudo é influenciado pelas diferentes altitudes das províncias geomorfológicas, pois o Planalto Atlântico apresenta maior influência da mTa, que recebe umidade marítica; e também da mP, que não sofre subsidência e atua diretamente na queda da temperatura no Planalto Atlântico. Nesta conjunção o Ribeirão Cubatão é forte dissecação, apresentando maior pluviosidade e escoamento pluvial, que associados a geometria das vertentes e ao mosaico de setores impermeabilizados de áreas em processo de urbanização, contribui no desenvolvimento de erosão na área, que foi ocupada a partir de um planejamento precário, que expõe a população ali residente às áreas com risco de inundação, movimentos de massas, colapsos de solo, e dentre outros. Conseqüentemente constatou-se que grande parte dos eventos de inundação que ocorrem na área da baixa bacia está relacionada ao assoreamento dos canais por sedimentos erodidos da Serra de Inhaíba e da Serra de São Francisco, como também pelos entulhos carregados ao longo das vertentes. Referências Bibliográficas AB’SÁBER, A. N. Geomorfologia de uma linha de quedas apalachiana típica do Estado de São Paulo. Anuário da Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae” da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, v. 11, p. 111-138, 1952. CARVALHO, J. SINISGALLI, P. A. Médio Tietê. Universidade de São Paulo – USP. Disponível: http://www.usp.br/procam/govagua/mediotiete. Acesso em 20 out. 2010. FAVERO, O. A. Paisagem e sustentabilidade na Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba (SP). 276 p. Tese de Doutorado em Geografia Humana. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
  • 8. FERNANDES, A. N. NOLASCO, M. B. MORTATTI, J. Estimativa do escoamento superficial rápido e sua carga em suspensão com a aplicação do modelo de separação de hidrogramas com filtros numéricos: Bacia do rio Sorocaba – SP. Revista Geociências, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 49 - 57, 2010. FERREIRA, J. C. DANIEL, L. A. Análise de 47 anos de chuva em Sorocaba. Semana de Tecnologia da Fatec – SP, Sorocaba. Trabalho de Estudo Ambiental desenvolvido no NEPA da Fatec Sorocaba. Faculdade de Tecnologia de Sorocaba – CEETESP. Núcleo de estudos e pesquisas ambientais – NEPA. Departamento de ensino geral, São Paulo, 2003. 6 p. FREITAS, N. P. MARAGON, S. H. O comitê de bacias hidrográficas do rio Sorocaba e Médio Tietê. Simpósio Internacional sobre gestão de recursos hídricos. Gramado - RS, 1998. 6 p. MARTINELLI, M. Clima do Estado de São Paulo. Disponível: http://confins.revues.org/6348. Acesso em 16 dez. 2010. TAVARES, R. O clima de Sorocaba – SP: Aspectos Regionais, locais e urbanos. (p. 115 – 143). In: SANT’ ANNA NETO, J. L. Os Climas das Cidades Brasileiras. Presidente Prudente, 2002. NIMER, E. Circulação Atmosférica do Brasil. Climatologia do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 1979, 422p. TONELLO, K. C. FARIA L. C. A experiência do CBH-STM no pagamento por serviços ambientais. Anais do Seminário de recursos hídricos da bacia hidrográfica do Paraíba do Sul: Recuperação de áreas degradadas, serviço ambientais e sustentabilidade, n. II, 2009, Taubaté. p. 351-356. TARCITANI, F. C. BARRELLA, W. Conhecimento etnoictiológico dos pescadores desportivos do trecho superior da bacia do rio Sorocaba. Revista Eletrônica de Biologia. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Campus Sorocaba, v. 2, p. 11-28, 2009.