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LIVROS FUVEST 2013

Profª Ana Paula Vaz Boechat de Azevedo
Aula 3 :Memórias Póstumas de Brás
     Cubas–Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas–
       Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas–
           Machado de Assis
• desenvolvido em princípio como folhetim de março a
  dezembro de 1880, na Revista Brasileira, para, no ano
  seguinte, ser publicado como livro pela então Tipografia
  nacional.
• O livro marca um tom cáustico e novo estilo de Machado,
  bem como audácia e inovação temática no cenário literário
  nacional, que o fez receber, à época, resenhas estranhadas.
• Confessando adotar a "forma livre“ com Memórias
  Póstumas, rompe com a narração linear e objetivista de
  autores proeminentes da época como Flaubert e Zola para
  retratar o Rio de Janeiro e sua época em geral
  com pessimismo e ironia e indiferença — um dos fatores que
  fizeram com que fosse amplamente considerada a obra que
  iniciou o Realismo no Brasil.
Características:
• Narrado em 1ª pessoa, seu autor é Brás Cubas, um "defunto-
  autor", isto é, um homem que já morreu e que deseja
  escrever a sua autobiografia.
• Nascido numa típica família da elite carioca do século XIX, do
  túmulo o morto escreve suas memórias póstumas
  começando com uma "Dedicatória": Ao verme que primeiro
  roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa
  lembrança estas memórias póstumas.
• Seguido da dedicatória, no outro capítulo, "Ao Leitor", o
  próprio narrador explica o estilo de seu livro, enquanto o
  próximo, "Óbito do Autor", começa realmente com a
  narrativa, explicando seus funerais e em seguida a causa
  mortis, uma pneumonia contraída enquanto inventava o
  “emplasto Brás Cubas", panacéia medicamentosa que foi
  sua última obsessão e que lhe "garantiria a glória entre os
  homens".
O QUE ENTENDEMOS POR
        MEMÓRIAS?
O QUE É DIGNO DE MEMÓRIA?
Autobiografia
•    (do Grego, αὐτός-autos eu + βίος-bios vida + γράφειν-
    graphein escrita)
•   Um gênero literário em que uma pessoa narra história da sua
    vida, trata-se de uma biografia escrita ou narrada pela pessoa
    biografada.
•   consiste na narração da experiência vivencial do indivíduo , levada a
    cabo por ele próprio ou escrita com a ajuda de outro escritor.
•   A autobiografia pode ter diferentes formatos, tais como:
    o diário, as memórias, dentre outros, podendo ainda ser literal ou
    contar com elementos ficcionais.
•   É no início da Idade Média que surge o primeiro grande modelo de
    obra autobiográfica, as Confessiones (Confissões) de Santo
    Agostinho (século IV)
•   autobiografias parciais: uma de índole filosófica do imperador e
    pensador estóico Marco Aurélio; outras, de tendência política, Júlio
    Cesar.
A grande ironia de Machado
• O que Brás Cubas fez que mereça uma
  memória ?
• Quem foi Brás Cubas?
• Qual a credibilidade de um defunto-
  autor em um período marcado pelo
  cientificismo?
Aqui jaz Brás Cubas ...
                o homem que
       não teve filhos; não transmitiu
a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.
        Não inventou o emplastro,
        não viveu um grande amor,
          não fez nada de heroico.
Os críticos sociológicos também
acreditam que o fato do protagonista
  ser morto o faz narrar sua vida com
    "total isenção" e inteiramente
  "desvinculado de qualquer relação
       com a sociedade" e, neste
descomprometimento propiciado pela
        morte, possui o poder de
dizer, falar, zombar e criticar quem e o
                que quiser
• Parte do impacto produzido pelo romance
  machadiano se traduz na sensação de
• desnorteamento freqüentemente manifestada
  pelos críticos: “a nossa impressão final é a seguinte:
  A obra do Sr. Machado de Assis é deficiente, senão
  falsa, no fundo, porque não enfrenta com o
  verdadeiro problema que se propôs a resolver e só
  filosofou sobre caracteres de uma vulgaridade
  perfeita; é deficiente na forma, porque não há
  nitidez, não há desenho, mas bosquejos, não há
  colorido, mas pinceladas ao acaso.”
Características machadianas
• Machado apresenta característica própria uma vez
  que não descreve situações romanescas comuns
  casamentos, amos e a tensão bem x mal, herói x —
  as personagens eram movidas por interesse na
  obtenção de “status", na ascensão social através do
  casamento:
• como quando o pai de Brás quer que ele se case
  com Virgília, filha do Conselheiro Dutra, político
  proeminente.
• Não há final feliz
• Não há um romance
Características machadianas
• E mesmo assim, Machado não compactua com o
  esquematismo determinista dos realistas, nem procura
  causas muito explícitas ou claras para a explicação das
  personagens e situações
• Faz sátiras das próprias correntes filosóficas: a criação
  do personagem “Quincas Borbas” um filósofo que
  apresenta teorias malucas que todos levam em
  consideração.
• “Ao vencedor as batatas”
• Quando como por exemplo Brás Cubas escreve: a
  sabedoria humana não vale um par de botas curtas [...]
  Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca
• alusão à personagem que era coxa de nascença, num
  célebre exemplo de humor negro.
Características machadianas
• mostra a visão objetiva e pessimista da vida, do mundo e das pessoas (abolição
  do final feliz).
• análise psicológica das contradições humanas na criação de personagens
  imprevisíveis, jogando com insinuações em que se misturam a ingenuidade e
  malícia, sinceridade e hipocrisia.
  Crítica humorada e irônica das situações humanas, das relações entre os
  personagens e seus padrões de comportamento.
• Linguagem sóbria que, entretanto, não despreza os detalhes necessários a uma
  análise profunda da psicologia humana.
  Envolvimento do leitor pela oralidade da linguagem. A historia é repleta de
  "conversas" que o narrador estabelece freqüentemente com o leitor,
  transformando-o em cúmplice e participante do enredo (metalinguagem).
• Citação de um autores e intertextualidades com outros textos (como por exemplo
  citações bíblicas) ;
• Reflexão sobre a mesquinhez humana e a precariedade da sorte humana.
• Os aspectos externos (tempo cronológico, espaço, paisagem) são apenas pontos
  de referência, sem merecerem maior destaque.
Capítulo LV - O Velho Diálogo de Adão e Eva
                                Brás Cubas
                                  . . . . . ?
                                   Virgília
                                  . . . . . .
                                Brás Cubas
    . . . . . . .   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
                     . . . . . . . . . . . . . . . . . .
                                   Virgília
                                . . . . . . !
                                Brás Cubas
                                 . . . . . . .
                                   Virgília
    . . . . . . .   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
    . . . . . . .   . . . . . . . . ? . . . . . . . . . . . . . . ..
    . . . . . . .   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
                                Brás Cubas
                     . . . . . . . . . . . . . . . . . .
                                   Virgília
                                . . . . . . .
                               . . . . . . . !
• A ironia é um dos traços mais marcantes da obra de Machado de Assis e aparece
  ainda mais acentuada nos chamados romances da maturidade.
• Pode ser entendida como mais um recurso para combater as verdades
  absolutas, das quais desacreditava por princípio. A construção irônica prevê
  sempre outros sentidos para o que é dito.
     Machado de Assis utiliza-se da ironia como um recurso para fazer o leitor
  desconfiar das declarações, pensamentos e conclusões do narrador Brás Cubas.
     Ao comentar, no primeiro capítulo, sobre o amigo que lhe presenteia com um
  empolado discurso fúnebre, o narrador agradece as palavras ditas em tom de
  comoção exagerada com uma frase certeira:
•    “Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei".
• A digressão é outro elemento importante da linguagem machadiana. Consiste na
  interrupção do fluxo narrativo, que envereda por assuntos desvinculados do tema
  inicial, mas mantendo com ele alguma analogia criada pela mente de quem
  conta.
• Essa analogia, com algum esforço, pode ser percebida pelo leitor, desde que ele se
  mantenha atento.
     O leitor de Machado é constantemente solicitado a interagir criticamente com a
  obra, distanciando-se ainda mais do modelo de leitura proposto pelos romances
  românticos, que mobilizam a emoção e a imaginação.
     É o que acontece, por exemplo, na parte inicial do romance, quando Brás Cubas
  deixa em suspenso por vários capítulos a explicação para sua morte, que
  prometera desde o início, para passear descomprometidamente por assuntos tão
  díspares quanto as pirâmides do Egito e a sua árvore genealógica. Quando volta a
  falar da causa mortis, é para comentar, com ironia "...acabemos de uma vez com o
  nosso emplasto”. Como se já tivesse explicado antes do que se tratava!
Contexto histórico da obra
• Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, a divisão
  das classes sociais no Rio de Janeiro: proletariado e
  trabalhadores
• correntes cientificistas:o evolucionismo de Darwin, o positivismo
  de Comte,A patologia Humana de Taine , o Determinismo.
• A classe de trabalhadores : Em 1850 foi criada a Lei Eusébio de
  Queirós, abolindo o tráfico de escravos no Brasil. Com isso, os
  produtores de café, principalmente, contratavam mão-de-obra
  assalariada
• O final do período colonial - século XIX
• O funcionalismo público
• Mesmo com a economia crescendo, o Brasil continuava
  dependente da Inglaterra.
• A população brasileira passa dificuldades. A riqueza se concentra
  nas mãos de poucos.
• Em 1870, o governo brasileiro adotou medidas para incentivar a
  imigração européia. Começa a chegada dos primeiros italianos
  para os cafezais de São Paulo.
Contexto histórico da obra
• Forma biográfica com digressões e episódios
  cariocas, que apresenta a ausência do trabalho e
  de projeto consistente, denunciando os privilégios
  de classe,
• Brás Cubas – cargo, posição superior sem esforço.
  Demonstra a “desobrigatoriedade” da classe
  dominante com os dominados, dá a ela condição de
  total irresponsabilidade.
Rio de Janeiro retratado por Machado
Rio de Janeiro retratado por Machado
Rio de Janeiro retratado por Machado
Rio de Janeiro retratado por Machado
Rio de Janeiro retratado por Machado
Rio de Janeiro retratado por Machado
A obra- um resumo
• Na abertura do livro, uma dedicatória escrita sob a forma de um epitáfio anuncia
  o narrador desse romance inusitado:
• Brás Cubas, um defunto-autor que começa contando detalhes do seu funeral.
  Depois de algumas digressões, ele retoma a ordem cronológica dos
  acontecimentos:
• relatando a infância e a primeira paixão da adolescência, aos 17 anos, pela
  cortesã Marcela. Presenteia tanto a amada que o pai, irritado com o gasto
  excessivo, manda-o estudar Direito em Coimbra, Portugal.
    Assim como foi, também volta a chamado do pai porque a mãe está à morte.
  Namora então Eugênia, a filha de uma amiga pobre da família, enquanto o pai
  procura arranjar um casamento de interesse com Virgília, a filha de um político, o
  Conselheiro Dutra. Ela, no entanto, casa-se com um político, Lobo Neves, e
  posteriormente se torna amante de Brás, mantendo com ele encontros na casa
  habitada por dona Plácida. Antes de o caso começar, morre o pai de Brás. Começa
  então um litígio entre ele e a irmã Sabina pela herança.
    Em meio a tudo isso, o protagonista Brás reencontra Quincas Borba, amigo dos
  tempos de escola, que lhe apresenta uma doutrina filosófica que criara, o
  Humanitismo. Virgília parte para o Norte, acompanhando o marido, nomeado
  presidente de província. Brás namora então a sobrinha do cunhado Cotrim, mas a
  garota morre aos 19 anos.
A obra- um resumo
• Ele, que já se tornara deputado, fracassa na tentativa de virar ministro de
  Estado. Frustrado, funda um jornal de oposição. Percebe, então, que
  Quincas Borba está enlouquecendo progressivamente.
• Procurado por Virgília, já idosa, Brás ampara dona Plácida, que morre
  pouco depois.
• . É um período cheio de perdas e decepções: morrem Marcela, o louco
  Quincas Borba, Lobo Neves e Eugênia aparece em um cortiço
• Ao tentar inventar um emplasto que lhe daria a fama tão desejada, Brás
  Cubas adoece e recebe a visita da ex-amante Virgília e do filho dela.
• Morre depois de um delírio, aos 64 anos.
• Decide, então, contar sua vida em detalhes, mas, pouco sistemático que é,
  e ainda excitado pela experiência da morte, sua narrativa segue a lógica do
  pensamento.
     O caráter inovador de Memórias Póstumas de Brás Cubas não está na
  história propriamente dita ou na seqüência cronológica dos fatos.
• A melhor chave para compreender a obra são as reflexões do personagem,
  como elas se encadeiam e se misturam aos eventos que ele vive.
PERSONAGENS COMPLEMENTARES

•     Os personagens criados por Machado de Assis entram e saem
    de cena conforme os pensamentos de Brás Cubas.
•   Entre eles, quem merece maior destaque é Quincas
    Borba, que, mais tarde, será o personagem-título de outro
    romance do autor.
•   Ele influencia profundamente o narrador com a sua teoria do
    Humanitismo. Os dois conheceram-se no colégio e reencontram-se
    muitos anos depois. Quincas é um mendigo que vai
    enlouquecendo progressivamente.
•     Ao morrer, está completamente fora de si. Seu Humanitismo
    prega que tudo o que acontece na vida faz parte de um quadro
    maior de preservação da essência humana.
•   A ironia é uma das marcas da obra de Machado de Assis. Nesta
    obra isso fica claro quando o autor faz com que uma doutrina de
    valorização da vida seja defendida justamente por um mendigo
    que morre completamente louco.
PERSONAGENS COMPLEMENTARES
•
    Brás Cubas – filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas
    memórias, escritas após a morte, e nessa condição é o responsável pela caracterização de
    todos os demais personagens.
    VIRGÍLIA – grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista
    via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional.
    MARCELA – amor da adolescência de Brás.
    EUGÊNIA – a “flor da moita”, nas palavras de Brás, já que era filha de um casal que ele havia
    flagrado, quando criança, namorando atrás de uma moita; o protagonista se interessa por
    ela, mas não se dispõe a levar adiante um romance, porque a garota era coxa.
    NHÃ LO LÓ – última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples, que morre
    de febre amarela aos 19 anos.
    LOBO NEVES – casa-se com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o adultério da
    esposa com o protagonista.
    QUINCAS BORBA – teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre
    demente.
    DONA PLÁCIDA – representante da classe média, tem uma vida de muito trabalho e
    sofrimento.
    PRUDÊNCIO – escravo da infância de Brás Cubas, ganha depois sua alforria.
Memórias Póstumas: o legado de Brás Cubas

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Memórias Póstumas: o legado de Brás Cubas

  • 1. LIVROS FUVEST 2013 Profª Ana Paula Vaz Boechat de Azevedo
  • 2. Aula 3 :Memórias Póstumas de Brás Cubas–Machado de Assis
  • 3. Memórias Póstumas de Brás Cubas– Machado de Assis
  • 4. Memórias Póstumas de Brás Cubas– Machado de Assis • desenvolvido em princípio como folhetim de março a dezembro de 1880, na Revista Brasileira, para, no ano seguinte, ser publicado como livro pela então Tipografia nacional. • O livro marca um tom cáustico e novo estilo de Machado, bem como audácia e inovação temática no cenário literário nacional, que o fez receber, à época, resenhas estranhadas. • Confessando adotar a "forma livre“ com Memórias Póstumas, rompe com a narração linear e objetivista de autores proeminentes da época como Flaubert e Zola para retratar o Rio de Janeiro e sua época em geral com pessimismo e ironia e indiferença — um dos fatores que fizeram com que fosse amplamente considerada a obra que iniciou o Realismo no Brasil.
  • 5. Características: • Narrado em 1ª pessoa, seu autor é Brás Cubas, um "defunto- autor", isto é, um homem que já morreu e que deseja escrever a sua autobiografia. • Nascido numa típica família da elite carioca do século XIX, do túmulo o morto escreve suas memórias póstumas começando com uma "Dedicatória": Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas. • Seguido da dedicatória, no outro capítulo, "Ao Leitor", o próprio narrador explica o estilo de seu livro, enquanto o próximo, "Óbito do Autor", começa realmente com a narrativa, explicando seus funerais e em seguida a causa mortis, uma pneumonia contraída enquanto inventava o “emplasto Brás Cubas", panacéia medicamentosa que foi sua última obsessão e que lhe "garantiria a glória entre os homens".
  • 6. O QUE ENTENDEMOS POR MEMÓRIAS? O QUE É DIGNO DE MEMÓRIA?
  • 7. Autobiografia • (do Grego, αὐτός-autos eu + βίος-bios vida + γράφειν- graphein escrita) • Um gênero literário em que uma pessoa narra história da sua vida, trata-se de uma biografia escrita ou narrada pela pessoa biografada. • consiste na narração da experiência vivencial do indivíduo , levada a cabo por ele próprio ou escrita com a ajuda de outro escritor. • A autobiografia pode ter diferentes formatos, tais como: o diário, as memórias, dentre outros, podendo ainda ser literal ou contar com elementos ficcionais. • É no início da Idade Média que surge o primeiro grande modelo de obra autobiográfica, as Confessiones (Confissões) de Santo Agostinho (século IV) • autobiografias parciais: uma de índole filosófica do imperador e pensador estóico Marco Aurélio; outras, de tendência política, Júlio Cesar.
  • 8. A grande ironia de Machado • O que Brás Cubas fez que mereça uma memória ? • Quem foi Brás Cubas? • Qual a credibilidade de um defunto- autor em um período marcado pelo cientificismo?
  • 9. Aqui jaz Brás Cubas ... o homem que não teve filhos; não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. Não inventou o emplastro, não viveu um grande amor, não fez nada de heroico.
  • 10. Os críticos sociológicos também acreditam que o fato do protagonista ser morto o faz narrar sua vida com "total isenção" e inteiramente "desvinculado de qualquer relação com a sociedade" e, neste descomprometimento propiciado pela morte, possui o poder de dizer, falar, zombar e criticar quem e o que quiser
  • 11. • Parte do impacto produzido pelo romance machadiano se traduz na sensação de • desnorteamento freqüentemente manifestada pelos críticos: “a nossa impressão final é a seguinte: A obra do Sr. Machado de Assis é deficiente, senão falsa, no fundo, porque não enfrenta com o verdadeiro problema que se propôs a resolver e só filosofou sobre caracteres de uma vulgaridade perfeita; é deficiente na forma, porque não há nitidez, não há desenho, mas bosquejos, não há colorido, mas pinceladas ao acaso.”
  • 12. Características machadianas • Machado apresenta característica própria uma vez que não descreve situações romanescas comuns casamentos, amos e a tensão bem x mal, herói x — as personagens eram movidas por interesse na obtenção de “status", na ascensão social através do casamento: • como quando o pai de Brás quer que ele se case com Virgília, filha do Conselheiro Dutra, político proeminente. • Não há final feliz • Não há um romance
  • 13. Características machadianas • E mesmo assim, Machado não compactua com o esquematismo determinista dos realistas, nem procura causas muito explícitas ou claras para a explicação das personagens e situações • Faz sátiras das próprias correntes filosóficas: a criação do personagem “Quincas Borbas” um filósofo que apresenta teorias malucas que todos levam em consideração. • “Ao vencedor as batatas” • Quando como por exemplo Brás Cubas escreve: a sabedoria humana não vale um par de botas curtas [...] Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca • alusão à personagem que era coxa de nascença, num célebre exemplo de humor negro.
  • 14. Características machadianas • mostra a visão objetiva e pessimista da vida, do mundo e das pessoas (abolição do final feliz). • análise psicológica das contradições humanas na criação de personagens imprevisíveis, jogando com insinuações em que se misturam a ingenuidade e malícia, sinceridade e hipocrisia. Crítica humorada e irônica das situações humanas, das relações entre os personagens e seus padrões de comportamento. • Linguagem sóbria que, entretanto, não despreza os detalhes necessários a uma análise profunda da psicologia humana. Envolvimento do leitor pela oralidade da linguagem. A historia é repleta de "conversas" que o narrador estabelece freqüentemente com o leitor, transformando-o em cúmplice e participante do enredo (metalinguagem). • Citação de um autores e intertextualidades com outros textos (como por exemplo citações bíblicas) ; • Reflexão sobre a mesquinhez humana e a precariedade da sorte humana. • Os aspectos externos (tempo cronológico, espaço, paisagem) são apenas pontos de referência, sem merecerem maior destaque.
  • 15. Capítulo LV - O Velho Diálogo de Adão e Eva Brás Cubas . . . . . ? Virgília . . . . . . Brás Cubas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Virgília . . . . . . ! Brás Cubas . . . . . . . Virgília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ? . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Brás Cubas . . . . . . . . . . . . . . . . . . Virgília . . . . . . . . . . . . . . !
  • 16. • A ironia é um dos traços mais marcantes da obra de Machado de Assis e aparece ainda mais acentuada nos chamados romances da maturidade. • Pode ser entendida como mais um recurso para combater as verdades absolutas, das quais desacreditava por princípio. A construção irônica prevê sempre outros sentidos para o que é dito. Machado de Assis utiliza-se da ironia como um recurso para fazer o leitor desconfiar das declarações, pensamentos e conclusões do narrador Brás Cubas. Ao comentar, no primeiro capítulo, sobre o amigo que lhe presenteia com um empolado discurso fúnebre, o narrador agradece as palavras ditas em tom de comoção exagerada com uma frase certeira: • “Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei". • A digressão é outro elemento importante da linguagem machadiana. Consiste na interrupção do fluxo narrativo, que envereda por assuntos desvinculados do tema inicial, mas mantendo com ele alguma analogia criada pela mente de quem conta. • Essa analogia, com algum esforço, pode ser percebida pelo leitor, desde que ele se mantenha atento. O leitor de Machado é constantemente solicitado a interagir criticamente com a obra, distanciando-se ainda mais do modelo de leitura proposto pelos romances românticos, que mobilizam a emoção e a imaginação. É o que acontece, por exemplo, na parte inicial do romance, quando Brás Cubas deixa em suspenso por vários capítulos a explicação para sua morte, que prometera desde o início, para passear descomprometidamente por assuntos tão díspares quanto as pirâmides do Egito e a sua árvore genealógica. Quando volta a falar da causa mortis, é para comentar, com ironia "...acabemos de uma vez com o nosso emplasto”. Como se já tivesse explicado antes do que se tratava!
  • 17. Contexto histórico da obra • Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, a divisão das classes sociais no Rio de Janeiro: proletariado e trabalhadores • correntes cientificistas:o evolucionismo de Darwin, o positivismo de Comte,A patologia Humana de Taine , o Determinismo. • A classe de trabalhadores : Em 1850 foi criada a Lei Eusébio de Queirós, abolindo o tráfico de escravos no Brasil. Com isso, os produtores de café, principalmente, contratavam mão-de-obra assalariada • O final do período colonial - século XIX • O funcionalismo público • Mesmo com a economia crescendo, o Brasil continuava dependente da Inglaterra. • A população brasileira passa dificuldades. A riqueza se concentra nas mãos de poucos. • Em 1870, o governo brasileiro adotou medidas para incentivar a imigração européia. Começa a chegada dos primeiros italianos para os cafezais de São Paulo.
  • 18. Contexto histórico da obra • Forma biográfica com digressões e episódios cariocas, que apresenta a ausência do trabalho e de projeto consistente, denunciando os privilégios de classe, • Brás Cubas – cargo, posição superior sem esforço. Demonstra a “desobrigatoriedade” da classe dominante com os dominados, dá a ela condição de total irresponsabilidade.
  • 19. Rio de Janeiro retratado por Machado
  • 20. Rio de Janeiro retratado por Machado
  • 21. Rio de Janeiro retratado por Machado
  • 22. Rio de Janeiro retratado por Machado
  • 23. Rio de Janeiro retratado por Machado
  • 24. Rio de Janeiro retratado por Machado
  • 25. A obra- um resumo • Na abertura do livro, uma dedicatória escrita sob a forma de um epitáfio anuncia o narrador desse romance inusitado: • Brás Cubas, um defunto-autor que começa contando detalhes do seu funeral. Depois de algumas digressões, ele retoma a ordem cronológica dos acontecimentos: • relatando a infância e a primeira paixão da adolescência, aos 17 anos, pela cortesã Marcela. Presenteia tanto a amada que o pai, irritado com o gasto excessivo, manda-o estudar Direito em Coimbra, Portugal. Assim como foi, também volta a chamado do pai porque a mãe está à morte. Namora então Eugênia, a filha de uma amiga pobre da família, enquanto o pai procura arranjar um casamento de interesse com Virgília, a filha de um político, o Conselheiro Dutra. Ela, no entanto, casa-se com um político, Lobo Neves, e posteriormente se torna amante de Brás, mantendo com ele encontros na casa habitada por dona Plácida. Antes de o caso começar, morre o pai de Brás. Começa então um litígio entre ele e a irmã Sabina pela herança. Em meio a tudo isso, o protagonista Brás reencontra Quincas Borba, amigo dos tempos de escola, que lhe apresenta uma doutrina filosófica que criara, o Humanitismo. Virgília parte para o Norte, acompanhando o marido, nomeado presidente de província. Brás namora então a sobrinha do cunhado Cotrim, mas a garota morre aos 19 anos.
  • 26. A obra- um resumo • Ele, que já se tornara deputado, fracassa na tentativa de virar ministro de Estado. Frustrado, funda um jornal de oposição. Percebe, então, que Quincas Borba está enlouquecendo progressivamente. • Procurado por Virgília, já idosa, Brás ampara dona Plácida, que morre pouco depois. • . É um período cheio de perdas e decepções: morrem Marcela, o louco Quincas Borba, Lobo Neves e Eugênia aparece em um cortiço • Ao tentar inventar um emplasto que lhe daria a fama tão desejada, Brás Cubas adoece e recebe a visita da ex-amante Virgília e do filho dela. • Morre depois de um delírio, aos 64 anos. • Decide, então, contar sua vida em detalhes, mas, pouco sistemático que é, e ainda excitado pela experiência da morte, sua narrativa segue a lógica do pensamento. O caráter inovador de Memórias Póstumas de Brás Cubas não está na história propriamente dita ou na seqüência cronológica dos fatos. • A melhor chave para compreender a obra são as reflexões do personagem, como elas se encadeiam e se misturam aos eventos que ele vive.
  • 27. PERSONAGENS COMPLEMENTARES • Os personagens criados por Machado de Assis entram e saem de cena conforme os pensamentos de Brás Cubas. • Entre eles, quem merece maior destaque é Quincas Borba, que, mais tarde, será o personagem-título de outro romance do autor. • Ele influencia profundamente o narrador com a sua teoria do Humanitismo. Os dois conheceram-se no colégio e reencontram-se muitos anos depois. Quincas é um mendigo que vai enlouquecendo progressivamente. • Ao morrer, está completamente fora de si. Seu Humanitismo prega que tudo o que acontece na vida faz parte de um quadro maior de preservação da essência humana. • A ironia é uma das marcas da obra de Machado de Assis. Nesta obra isso fica claro quando o autor faz com que uma doutrina de valorização da vida seja defendida justamente por um mendigo que morre completamente louco.
  • 28. PERSONAGENS COMPLEMENTARES • Brás Cubas – filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas memórias, escritas após a morte, e nessa condição é o responsável pela caracterização de todos os demais personagens. VIRGÍLIA – grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional. MARCELA – amor da adolescência de Brás. EUGÊNIA – a “flor da moita”, nas palavras de Brás, já que era filha de um casal que ele havia flagrado, quando criança, namorando atrás de uma moita; o protagonista se interessa por ela, mas não se dispõe a levar adiante um romance, porque a garota era coxa. NHÃ LO LÓ – última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples, que morre de febre amarela aos 19 anos. LOBO NEVES – casa-se com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o protagonista. QUINCAS BORBA – teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre demente. DONA PLÁCIDA – representante da classe média, tem uma vida de muito trabalho e sofrimento. PRUDÊNCIO – escravo da infância de Brás Cubas, ganha depois sua alforria.