2. “Literatura de Horror é a denominação mais usual dada a
textos ficcionais que, de algum modo, são relacionados ao
sentimento de medo físico ou psicológico (FRANÇA, 2008)”
Embora as origens da ficção de horror possam ser muito
provavelmente rastreadas desde tempos imemoriais, a
tradição literária ocidental reconhece, de modo quase
unânime,O Castelo de Otranto, de Horace Walpole, como
marco inicial do que viria a ser conhecido como literatura
gótica. O romance de 1764 – combinando a descrição de
um espaço físico antiquado e decadente com segredos do
passado que assombram suas atormentadas personagens –
estabeleceu os parâmetros de um “novo” gênero que, no
século XX, passaria a ser identificado como a forma arcaica
da literatura de horror (FRANÇA, 2008)
3. As definições do gênero de horror diferem entre os
autores. Muitos deles têm tentado criar uma definição
que seria capaz distinguir completamente o horror de
outros genêros similares como a ficção científica e o
suspense .
Caracterizar horror, como um gênero que invoca a
tensão nos receptores não é precisa o suficiente , pois
ficções científicas , thrillers , policiais também criam
essa sensação de suspense .
O mesmo pode ser dito sobre a emoção do medo ou a
exposição de sangue, que são outros atributos das
produção de terror, mas pode ser encontrada em
outros gêneros citados, também ( Prohászková ,
2012)
4. Nasceu em Londres, em 30 de agosto de 1797. Esposa
do poeta inglês Percy B. Shelley, escreveu Frankenstein
para participar de um concurso de histórias de terror
realizado na intimidade do castelo de Lord Byron.
Mesmo competindo com grandes gênios da literatura
universal, acabou redigindo esta que é uma das mais
impressionantes histórias de horror de todos os
tempos. A história do dr. Victor Frankenstein e da
monstruosa criatura por ele concebida vem fascinando
gerações desde que foi publicada há mais de cem anos.
Brilhante história de horror, escrita com fervor quase
alucinatório, Frankenstein representa um dos mais
estranhos florescimentos da imaginação romântica.
Mary Shelley foi reconhecida como grande romancista
ainda em vida. A autora morreu de câncer cerebral em
1º de fevereiro de 1851, com 53 anos, em Londres.
6. Do gótico à ficção científica :Frankenstein, da
inglesa Mary Shelley, é considerada a
primeira obra de ficção científica, gênero
literário que se volta para o mundo da ciência,
incluindo aí sua organização e produção,
ideais de conhecimento e avanços técnicos
etc. (ROCQUE,TEIXEIRA; 2001)
7. A obra é vista como o primeiro romance gótico-
psicológico, onde é mantida a ambientação exótica,
agora relacionada ao mundo da ciência. Afinal, é
num cenário isolado que Victor Frankenstein, o
cientista, começa a criação do monstro, e,
portanto, inicia sua via-crúcis, que só irá terminar
com a destruição do criador e da criatura.
Em Frankenstein, e em seus sucessores, como o
doutor Jekyll — de O médico e o monstro, de
Robert Louis Stevenson — e Moreau — de A ilha do
dr. Moreau, de H. G. Wells —, o vilão gótico se
transforma em cientista; o poder maléfico já não se
concentra em um ser diabólico, mas em criaturas
geradas pela ciência. Essas obras, portanto, se
encaixam na categoria de romances que alertam
sobre as possíveis conseqüências do
desenvolvimento da ciência. (ROCQUE,TEIXEIRA;
2001)
8. Frankenstein é centrado em:
Desejo pelo conhecimento
Exagero cientifico
Conhecimento proibido e mistérios da vida
A enfase de Frankenstein é no terror psicológico
10. Mary Shelley é recordada sobretudo pela obra Frankenstein. Porém foi autora de vários
contos, que concedem aos leitores, uma imagem mais completa e complexa desta
escritora. Dentre eles temos:
– Mortal Imortal: um conto – É uma estranha história de imortalidade, que reflecte a
eternidade vivida sem alteração, onde a concretização de um dos maiores desejos da
humanidade, se poder tornar num tal pesadelo.
– Transformação – nesta história, um jovem desperdiça a enorme riqueza herdada, em
jogos, festas e ostentação – retornando à terra onde nasceu, aproxima-se do pai da sua
prometida, mas é escorraçado pelos sucessivos abusos cometidos. Acaba a vaguear,
amargurado por pensamentos de vingança, até encontrar um navio naufragado e um anão
sobrevivente. A cobiça fá-lo “alugar” o seu corpo ao anão.
– Roger Dodsworth: O Inglês reanimado – um jovem congelado retorna à vida após vários
anos, realizando que o seu mundo desapareceu – a herança não se encontra intacta, a noiva
já terá morrido, e a realidade transformou-se – sente-se perdido num mundo ao qual já não
está adaptado.
– O Sonho – em que uma dama terá perdido pais e irmãos às mãos da família do amante,
considerando a hipótese de se deslocar para um convento. o amante tenta demove-la sem
sucesso, e quando o rei presende mudar a ideia da dama, esta deixa recair a decisão sobre
Deus indo dormir para a cama de Santa Catarina.
– Valério: O Romano reanimado – Um romano retorna a Roma vários séculos após a sua
morte, chocando-se com as alterações que sofreu a Cidade Eterna – mas não o escandaliza
tanto o estado de degradação de alguns edifícios, como a hedionda adaptação que estes
sofreram ao cristianismo. Somente no coliseu se sente em casa, que apesar de ter sido
11. Conta a história de Winzy, um rapaz pobre e apaixonado por
Berta, uma garota pobre que havia sido adotada por uma
protetora nobre, que a cobrira de jóias e sedas e a acolhera
em seu castelo. Devido à disparidade social entre os dois,
eles não poderiam se casar, a não ser que Winzy encontrasse
alguma maneira de levantar uma fortuna. É aí que o
protagonista se deixa levar pela tentadora oferta do
misterioso alquimista Cornélio Agripa. Muitos o
consideravam um praticante das artes do mal e, por isso,
ninguém ousara aceitar a oferta de trabalhar com ele em
seus estudos. Encorajado pelo dinheiro que lhe daria a mão
de Berta, Winzy aceita o trabalho e por muito tempo não
percebe nenhuma atividade maligna dos experimentos do
velho alquimista.
12. Eis que um dia Cornélio estava trabalhando em
um experimento muito importante, que o
deixara acordado por dias a fio. Sem poder
driblar o sono por mais tempo, Cornélio pede
que seu assistente fique monitorando a poção
enquanto ele tira um cochilo. Caso o líquido
mudasse da cor rosa para uma tonalidade mais
clara, ele deveria acordá-lo imediatamente. O
velho ainda adverte: "Não toque no recipiente
nem o coloque na boca; é um filtro, um filtro
para curar o amor; você não cessaria de amar
sua Berta. Atenção para não beber!"
13. O que o velho não sabia era que era justamente
isso que Wenzy queria. Cansado dos jogos de
indiferença de Berta, que havia sido prometida a
outro rapaz, cuja união era abençoada por sua
rica protetora, Wenzy pensou que a melhor saída
para seu sofrimento era deixar de amar Berta.
Neste instante, o líquido mágico muda de
tonalidade e Wenzy, sem pensar, o toma nas
mãos e engole metade de seu conteúdo,
acordando o velho Cornélio que fica
extremamente frustrado com o acontecimento.
14. que a poção faz, contudo, não é eliminar o amor que uma pessoa sente.
O destino de Wenzy é, dessa forma, terrivelmente modificado, pois ele se
tornou imortal. A partir daí, Wenzy tem que aprender a lidar com o
sofrimento ainda maior de uma alma mortal presa em um corpo imortal.
"Será que lamento? Sim, o medo da idade e da morte invade, frio, meu
coração; e, quanto mais vivo, mais temo a morte, mesmo quando
abomino a vida. Enigma assim é o homem - nascido para morrer -
quando guerreia, como faço, contra as leis estabelecidas de sua
natureza."
O elixir da imortalidade é um tema bastante recorrente na literatura
ocidental, recuperado por diversos autores em diversas épocas. Acredito
que isso se deve ao fascínio que esse tema exerce em nossa mente
humana, sempre temendo a morte que é inevitável.
15. O nome 'Winzy' poderia sugerir que o protagonista desta história é um personagem
cômico; mas a palavra escocesa 'winze' significa maldição e é aqui utilizado para
enfatizar a maldição trágica da vida eterna sofrida pela Mortal Immortal. Publicado
em 1833, esta história é anterior SF do mesmo Edgar Allan Poe funciona. E a maior
parte do conto ocorre mais cedo ainda - em 1500, um cenário incomum para sci-fi!
Outra característica notável de "The Mortal Immortal" é que um de seus
personagens é uma verdadeira figura histórica - embora você não pode encontrá-lo
em enciclopédias moderna. Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (1486-1536)
foi um alemão advogado, diplomata, professor, médico, escritor, teólogo e
alquimista. Ele ajudou a formar uma sociedade secreta de teosofistas, e sua
magnum opus Em Filosofia Oculta estava cheio de bobagens supersticiosas. Mas
Agripa também legitimamente satirizou o mau estado da ciência existente e as
pretensões da aprendido. Ele defendeu os direitos das mulheres ea igualdade, e se
enroscou com a Inquisição - corajosamente e persistentemente defender uma
mulher acusada de bruxaria. Ele falhou, e foi forçado a renunciar seu positition como
magistrado em Metz.
"The Mortal Immortal" exagera os fatos sobre Agripa. No entanto, a história é
claramente a ficção científica em vez de fantasia porque ele retrata-o não como um
feiticeiro cerveja poções mágicas, mas como um cientista inventando novos
medicamentos. Esta representação é coerente com a discussão de Mary Shelley de
Agripa em Frankenstein (1818), onde ela credita-o como um precursor importante e
inspiração para os verdadeiros cientistas dos séculos mais tarde.