1. Acordo Ortográfico
A ortografia da língua portuguesa é determinada por normas legais. No início do século
XX Portugal estabeleceu pela primeira vez um modelo ortográfico de referência para as
publicações oficiais e para o ensino. No entanto, as normas desse primeiro Formulário
Ortográfico não foram adotadas pelo Brasil. Desde então, a ortografia da língua
portuguesa foi alvo um longo processo de discussão e negociação, com o objetivo de
instituir, através de um único tratado internacional, normas comuns que rejam a
ortografia oficial de todos os países de língua portuguesa.
As tentativas iniciais materializaram-se num primeiro acordo, assinado em 1931, que,
no entanto, viria a ser interpretado de forma diferente nos vocabulários ortográficos
nacionais entretanto produzidos: em Portugal, o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, de 1940; no Brasil, o Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, de 1943, acompanhado de um Formulário Ortográfico. A fim de eliminar
estas divergências, foi assinado por ambos os países um novo acordo ortográfico, em
1945, mas este apenas foi aplicado por Portugal, continuando o Brasil a seguir o
disposto no Formulário Ortográfico de 1943.
Nas décadas seguintes, houve várias tentativas de chegar a novo consenso, mas, embora
no início da década de 1970 tenha havido revisões que aproximaram as duas variedades
escritas, não foi aprovada oficialmente uma reforma que instituísse um documento
normativo comum. Fruto de um longo trabalho da Academia Brasileira de Letras e da
Academia das Ciências de Lisboa, os representantes oficiais dos então sete países de
língua oficial portuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) assinaram em 1990 o Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, ratificado também, depois da sua independência em
2004, por Timor-Leste. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) entrou em
vigor no início de 2009 no Brasil e em 13 de maio de 2009 em Portugal. Em ambos os
países foi estabelecido um período de transição em que tanto as normas anteriormente
em vigor como a introduzida por esta nova reforma são válidas: esse período é de três
anos no Brasil e de seis anos em Portugal. Com exceção de Angola e de Moçambique,
todos os restantes países da CPLP já ratificaram todos os documentos conducentes à
aplicação desta reforma.
O Novo Acordo Ortográfico e suas principais regras
O Novo Acordo Ortográfico está em vigor no Brasil desde 1º de janeiro de 2009, o Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa foi proposto inicialmente em 1990, quando foi assinado em
Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995, mas entrou em vigor 14 anos depois, em 2009 porque
aguardava a ratificação de Portugal, o que ocorreu em 2008.
Embora a grafia passe a ser unificada, a pronúncia e o vocabulário não mudarão. Foi
determinado prazo até 2013 para que os brasileiros absorvessem todas as mudanças que, enfim,
tornariam-se normas obrigatórias a partir deste ano. Mas este prazo foi estendido pelo governo
brasileiro até 2016.
2. Veja no link abaixo uma lista de corretores ortográficos:
• Corretores ortográficos
Por meio deste Acordo busca-se a unificação do idioma na Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa , formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor Leste (último país a aderir).
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Principais mudanças do Novo Acordo Ortográfico
TREMA
O trema deixou de existir em todas as palavras da língua portuguesa, se antes você escrevia
conseqüência,cinqüenta, freqüência, agora passe a escrever sem o trema - aquele dois pontos
em cima do u-
ACENTUAÇÃO
1.Ditongos de palavras paroxítonas - ei e -oi
Deixaram de existir os acentos nos ditongos - o encontro de duas vogais pronunciadas em uma
só sílaba, como por exemplo ideia (EI é um ditongo) - abertos de palavras paroxítonas (que
possuem acentuação na penúltima sílaba) como: moreia, europeia, paranoia, centopeia e
onomatopeia, joia, estreia.
2. Hiato
3. Deixaram de existir os acentos circunflexos nos hiatos - uma repetição de vogais que pertencem
a sílabas diferentes, como por exemplo enjoo (as sílabas da palavra são en/jo/o) - nos seguinte
casos:
Exemplos:
oo - entoo, perdoo e abençoo
ee - creem, releem e preveem
Antes: Vôo - Enjôo - Vêem - Lêem
Agora: Voo - Enjoo - Veem - Leem
3. A letra U e I tônico
A letra U e I tonca deixa de ser acentuada nas sílabas que, qui, gue e gui de verbos como
apaziguar, averiguar e obliquar. Também perdem os acentos as palavras paroxítonas que têm a
letra I ou U tônicos precedidos por ditongos, como a palavra feiura, baiuca, cheiinho.
Antes: Feiúra - Baiúca - Cheiínha
Agora: Feiura - Baiuca - Cheinha
4. Acento diferencial
Os acentos diferenciais, que são usados para distinguir duas palavras iguais com significados
diferentes, como por exemplo pára (do verbo parar) e para (preposição) deixa de existir nos
seguintes casos:
Para (verbo)
Pelo (substantivo) - que se diferencia da preposição pelo
Antes: Pára - Pêlo - Pólo - Pêra
Depois Para - Pelo - Polo - Pera
4. *Exceção
Como toda regra há exceção, o acento diferencia permanece:
* Pôde (do verbo poder no passado), que mantém o acento para se distinguir de pode, o uso do
verbo no presente;
* Pôr (verbo), que mantém o acento para se diferenciar da preposição por.