Niccolò Machiavelli viveu no século XV na Itália, uma época de agitações políticas. Ele ocupou cargos públicos na República de Florença, mas foi demitido com o retorno dos Médicis ao poder. Machiavelli escreveu O Príncipe para ensinar líderes como manter o poder, mesmo que isso exija meios questionáveis, priorizando a eficácia sobre a moralidade. A obra teve grande influência e levou à noção de "maquiavelismo".
4. ANTES
• Século I a.C. Platão defende em A república
que o Estado deve ser governado por um rei
filósofo.
• Século I a.C. O escritor romano Cícero
sustenta que a República Romana é a melhor
forma de governo.
5. DEPOIS
• Século XVI Colegas de Maquiavel adotam o
adjetivo ‘maquiavélico’ para descrever atos de
astúcia ardilosa.
• 1762 Jean-Jacques Rousseau prega que as
pessoas devem se agarrar a liberdade e resistir
ao domínio dos príncipes.
• 1928 O ditador italiano Benito Mussolini
descreve O Príncipe como ‘o supremo guia do
homem de Estado’.
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7. • Nasceu em Florença, Itália numa época de
agitações constantes. A família Médici detinha
o controle público. No seu ano de nascimento
Lorenzo, o Magnífico sucessor de seu pai,
conduziu Florença por um período de grande
atividade artística. Por vez, seu filho Piero o
sucedeu num reinado curto, a França invadiu a
Itália e uma revolta da população o levou a
fugir da cidade. Florença virou República.
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9. • Girolamo Savonarola, dominicano da ordem
São Marcos, passou a dominar a vida política
florentina. A cidade-estado entrou num
período democrático sob seu comando,
porém após acusar o papa de corrupção foi
queimado como herege. Isso levou Maquiavel
assumir seu primeiro cargo político em 1498
como secretário da Segunda Chancelaria.
10. Lorenzo, o Magnífico (1449-1492)
• Governou Florença a partir da morte do pai,
em 1469, até morrer. Embora governasse
como um déspota, a república floresceu sob
seu domínio.
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12. Carreira e influências
• A invasão de Carlos VIII em 1494 iniciou um
período turbulento na história da Itália, que
na época dividia-se em cinco poderes: o
papado, Nápoles, Veneza, Milão e Florença.
• Florença combateu fortes potências
estrangeiras, a França, a Espanha e o Sacro
Império Romano. Maquiavel passou 14 anos
em várias cidades fortalecendo a república.
13. • Em suas viagens conheceu César Bórgia, filho
ilegítimo do papa Alexandre VI e inimigo de
Florença. Maquiavel, apesar de suas visões
republicanas ficou impressionado com seu
vigor, inteligência e capacidade, sendo umas
das fontes de inspiração para sua futura obra,
O Príncipe.
14. • O papa Alexandre VI morreu em 1503, e seu
sucessor, o papa Júlio II, era outro homem
forte e bem-sucedido que fascinou Maquiavel
com sua capacidade militar e astúcia. Mas a
tensão entre a França e o papado levou
Florença a se aliar as franceses e lutar contra o
papado e seus aliados espanhóis, o Franceses
derrotados, levaram também ao fim da
república florentina.
15. • O cardeal Médici instaurou seu governo e
Maquiavel foi exonerado de seu cargo oficial e
exilado em sua fazenda, em fevereiro de 1513
foi torturado, multado e aprisionado.
• Maquiavel saiu da prisão em um mês, mas
suas chances de ocupar novamente um cargo
político eram pequenas, o que o levou a
escrever um livro para presentear o príncipe.
16. COMO É DIFÍCIL PARA UM POVO ACOSTUMADO
A VIVER SOB O DOMÍNIO DE UM PRÍNCIPE
PRESERVAR SUA LIBERDADE!
NICOLAU MAQUIAVEL
17. O Príncipe
Os objetivos de um governante justificam os
meios usados para obtê-los, rejeitando a
moralidade cristã, com conselhos práticos
colocando os valores cristãos de lado se
atrapalhassem o caminho.
18. Noção de Virtú
• Percepção medieval de virtudes como poderes
os funções dos seres que diziam respeito ao
domínio político. Virtú também se relaciona
com “virilidade” do próprio príncipe ou
estado, onde virtú significa o “sucesso” de um
estado que deve ser admirado e imitado.
19. Um soberano não poderia ser limitado pela
moralidade, mas fazer o que fosse necessário
para assegurar sua própria glória e o sucesso do
estado (realismo). O que deve ser evitado é o
ódio do povo, o povo pode amá-lo e temê-lo –
preferivelmente ambos, embora seja mais
importante ser temido que amado, mas o povo
não deve odiá-lo para evitar revoltas.
20. Um príncipe que maltrata seu povo
desnecessariamente será desprezado, a
reputação do príncipe deve estar na sua
compaixão e não na crueldade, isso envolve
punições duras em uns poucos afim de atingir
uma ordem social geral que beneficie mais
pessoas a longo prazo.
21. O Governante precisa saber...
...agir como uma fera, diz Maquiavel em O
príncipe, e deve imitar as qualidades da raposa,
assim com as do leão.
24. Príncipe ou república
Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio,
Maquiavel defende a república como regime ideal que
deve ser instituído quando um razoável grau de
igualdade existe ou pode ser estabelecido.
Um Principado só seria apropriado quando a igualdade
não existe e não pode ser introduzida, em O Príncipe
Maquiavel mostra como um soberano deve governar
nesses casos, sendo um mal necessário, melhor sendo
bem administrados como era o caso de Florença num
período de grandes agitações políticas.
25. Deve ser compreendido que um príncipe não
pode observar a todas as coisas consideradas
virtuosas nos homens.
Nicolau Maquiavel
26. Aguardando aos leitores
•O príncipe tinha intenção de aproximar
Maquiavel dos Médicis, Discursos ele dedicou a
membros republicanos, Maquiavel escreveu o
que seu público queria ler. O livro contem
aspectos que ele genuinamente acreditava,
como uma milícia de cidadãos ao invés de
mercenários, também foi escrito em italiano na
língua “do povo” ao invés do latim, como uma
sátira para evitar que um príncipe assim surgisse
27. O Mundo se tornou mais parecido com aquele
de Maquiavel.
Bertrand Russell
28. A crueldade tem sido uma
característica de líderes ao
longo da história. No
século XX, o ditador
Benito Mussolini inspirou
terror e admiração para
manter-se no poder na
Itália.
29. Nicolau Maquiavel
Pouco se sabe sobre seus
primeiros 28 anos de vida,
boa educação, político e
diplomata da república
Florentina, com a volta
dos Médicis se dedicou a
textos literários
recuperando sua
confiança, porém nunca
retornando a vida pública.