Um projeto criado pela professora Dra. Rosane Rosa, no quarto semestre do Curso de Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), propunha aos alunos ministrar três aulas de literatura no Cursinho Pré-Vestibular Alternativa. Neste encontros os alunos deveriam ensinar e explicar uma obra de literatura, a qual fosse leitura obrigatória para o vestibular 2013, desta Universidade. Desta maneira, os alunos deveriam criar um produto final como conclusão deste trabalho.
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, foi a obra escolhida pelo grupo de alunos. A seguir estão as duas produções realizadas pelos acadêmicos de Produção Editorial.
(Ângela Madalozzo, Andrei Lopes, Izabelli Oliveira e Juliana Farias)
4. Joaquim Manuel de Macedo:
• Nasceu no Rio de Janeiro em 1820;
• 1844 formou-se em Medicina no Rio de Janeiro,
e no mesmo ano estreou na literatura, com a
publicação daquele que viria a ser seu
romance mais conhecido, A MORENINHA, a qual
lhe deu fama instantânea e constituiu uma
pequena revolução literária, inaugurando
a voga do romance nacional.
Foi jornalista, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista;
Foi professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II;
Era muito ligado à Família Imperial, tendo sido professor dos filhos da
Princesa Isabel.
5. A MORENINHA
Publicada originalmente sob
a forma de FOLHETIM,
a obra é considerada o
primeiro romance
da Literatura brasileira.
Alcançou de imediato grande
popularidade junto aos leitores.
6. A FORMAÇÃO DE UM PÚBLICO LEITOR
Primeira metade do séc. XIX: crescia o número de leitores no Brasil,
verificando-se o surgimento de uma vida cultural na Corte brasileira.
Isso acontecia, pois as cidades estavam se desenvolvendo, em especial o RJ.
7. Este processo iniciou em
1808 com a vinda de D. João
e da Família Real Portuguesa
ao Brasil;
Consolidou-se após a
Proclamação da Independência,
em 1822.
Atenção!!!
Consequência: surgiram na capital do Império
vários jornais, trazendo o FOLHETIM, que já era sucesso
nas grandes cidades europeias.
8. FOLHETIM:
Todos os dias jornais publicavam em espaços determinados,
histórias de leitura rápida e descompromissada. Sempre que o
enredo alcançava um momento culminante, o texto era
interrompido propositadamente. Caso o leitor quisesse saber o
desfecho da história, precisava comprar a edição do dia seguinte,
quando sairia publicada a continuação.
Atenção!!!
Inicialmente configurado como uma simples técnica de
publicação de histórias, o folhetim alterou profundamente as
características do romance enquanto gênero-literário.
9. Características:
• Possui espírito romântico
(final feliz);
• Nostalgia medievalista (indianismo);
• Idealismo;
• Culto à natureza;
• Cristianismo
(Festa de San’t Ana);
• Sentimentalismo;
• Liberdade criadora;
• Narrada em 3ª pessoa.
10. A Moreninha segue a
estrutura típica do romance
romântico:
PARA LEMBRAR: O herói supera todos os
problemas para conseguir,
ao final, concretizar
seu grande amor.
Nesse caso, tal esquema é
acrescido de um recurso
literário relativamente
incomum para a época:
O uso da METALINGUAGEM.
11. Personagens Principais :
D. Carolina
É muito jovem , tinha apenas 14
anos , "moreninha" e também
travessa, inteligente, astuta
e persistente na obtenção de
seus intentos.
Carolina encarna a jovem índia
Ahy, que espera incansavelmente
por seu amado Aoitin –
uma antiga história da ilha que
D. Ana conta a Augusto.
No final ela revela para Augusto
que era a menina para quem lhe
prometera casamento.
12. Personagens Principais :
Augusto
Resume um certo tipo de estudante
de medicina, alegre, jovial,
inteligente e namorador.
Dotado de sólidos princípios
morais, fez no início daadolescência
um juramento amoroso que
retardará a concretização de seu
amor por Carolina.
Esse impedimento de ordem moral
permitirá o desenvolvimento de
várias ações até que, ao final da
história, Carolina revelará ser ela
mesma a menina a quem o jovem
Augusto jurara amor eterno.
13. ANOTE!
Carolina tem um lastro poético indianista
refletindo a preocupação fundamental da literatura de
época em criar e valorizar elementos
culturais da jovem nação brasileira.
14. O Enredo:
Quatro estudantes de Medicina, da cidade do RJ, do fim da primeira metade do séc. XIX,
Filipe, Augusto, Fabrício e Leopoldo vão passar o dia de Sant’Anna na casa da avó de Filipe D.
Ana, na Ilha de Paquetá; Na casa de D. Ana, também estariam duas primas e a irmã de Filipe,
Carolina, mais conhecida como “Moreninha”;
Augusto é tido pelos amigos como namorador incorrigível; ele garante aos amigos ser
incapaz de amar uma mulher por mais de três dias; os amigos fazem uma aposta: se a partir
daquele final de semana Augusto se envolver sentimentalmente com uma mulher por no
mínimo 15 dias, deverá escrever um romance, no qual contará a história de seu primeiro
amor duradouro;
Ao chegar a Ilha Augusto começa a se envolver com Carolina, porém, ele se sente
perturbado e acaba por confessar a Dona Ana, avó de Carolina, que enquanto criança teria
se apaixonado por uma garota que sem se identificar desapareceu da sua vida, então jurou
não se apaixonar por mais ninguém durante toda vida.
Porém, ao conhecer a moreninha, ele foi dominado por um sentimento altamente
contagiante que superava o vivido em seu passado e que ele não conseguia controlar;
Carolina revela a Augusto que ela era a garota por quem ele teria se apaixonado no
passado.
Os dois terminam felizes e Augusto acaba por pagar a aposta escrevendo o romance de sua
vida, sob o título de A Moreninha.
15. Cenário:
Toda a ação de A Moreninha concentra-se basicamente
na paradisíaca Ilha onde vivem D. Ana e sua neta Carolina.
O início e o fim do romance incluem cenas que se passam
na cidade onde moram Augusto e seus amigos.
Tanto a Ilha como a cidade não são nomeadas,
embora sejam, respectivamente, a Ilha de
Paquetá e a cidade do Rio de Janeiro.
A ocultação dos nomes é um típico procedimento romântico.
Visa esconder os dados reais, em busca de uma certa
indeterminação com o objetivo de excitar a
Imaginação do leitor.
16. Tempo:
A narrativa e a ação dos personagens se dão
em tempo linear, trinta dias.
Os eventos narrados desenrolam-se durante os trinta dias
pelos quais a aposta era válida. A aposta foi feita em 20 de
julho de 1844 uma segunda-feira, e termina no dia do pedido
de casamento, 20 de agosto do mesmo ano.
Existe um recuo ao passado (flashback).
Quando a história se inicia, Augusto está no quinto ano de
Medicina e conquistara, entre os amigos, a fama de incerta.
Nos capítulos, o autor conta-nos a origem da instabilidade
amorosa do herói. Tudo começara há oito anos, quando
Augusto contava 13, e Carolina 7 anos de idade.