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Vigotski
A contribuição de MARTA KOHL DE OLIVEIRA
Síntese elaborada pelo Professor André Augusto da Fonseca
UERR 2012. andreaugfonseca@gmail.com
ESCRITA: sistema simbólico MEDIADOR
               entre sujeito e objeto.



        Artefato cultural que amplia a capacidade
           humana de registro, transmissão e
            recuperação de ideias, conceitos,
                       informações.



            Ferramenta externa que estende a
                 potencialidade humana



VIGOTSKI E A ESCRITA
Emília
      Vigotski
                                                              Ferreiro


Ambos admitem que “a escrita não é um código de transcrição da realidade e [...]
que o processo de alfabetização é o domínio progressivo desse sistema, que começa
muito antes de a criança se alfabetizar” (OLIVEIRA, 2006, p. 64).
A criança em uma sociedade letrada “adquire noções sobre a língua escrita antes de
ingressar na escola; essas noções serão sistematizadas nas situações mais formais de
aprendizagem”.



  Consensos
Emília
           Vigotski
                                                      Ferreiro


Ferreiro está interessada na “natureza interna da escrita enquanto sistema”,
enquanto Vigotski e Luria centram-se “nas funções desse sistema para seus
usuários” (OLIVEIRA, 2006, p. 65).
FERREIRO: “processo pelo qual a criança adquire o domínio do sistema de
escrita”
Vigotski: “como a criança apreende as funções da escrita”


  Diferenças
Para Vigotski, a INTERVENÇÃO do outro social é essencial para a
aprendizagem e para o desenvolvimento. Mas isso significa que um
indivíduo deve controlar o outro, eliminando a autonomia de quem
aprende? Isso seria um determinismo cultural?




Questões polêmicas
• A resposta está na compreensão do que significa “sócio-
  histórico (p. 69-70). Vale a pena reler toda a citação.
• “O mundo cultural [...] apresenta-se ao sujeito como o
  outro, a referência externa que permite ao ser humano
  constituir-se como tal.”
• “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”




O processo Sócio-Histórico
A abordagem genética de Vigotski centra-se “no
      papel das forças culturais na constituição do
      universo psicológico do ser humano” (p. 71).




         Isso deveria levar-nos a desconsiderar os
               condicionamentos biológicos?




      Qualquer desenvolvimento poderia ser promovido
       em qualquer sujeito, em qualquer momento de
                         sua vida?



Questões polêmicas: a
maturação biológica
• Embora Vigotski reconheça o cérebro como a
 base biológica e sede material do funcionamento
 psicológico, condicionando os limites e
 possibilidades do desenvolvimento, esse aspecto
 permaneceu controverso e obscuro em sua obra.


Questões polêmicas: a
maturação biológica
Seria a própria essência da
relação entre desenvolvimento
                                  Promoção do
     e aprendizagem (toda
                                desenvolvimento
    construção das funções
  psicológicas é baseada em
 processos de aprendizagem)
                                     Pressupõe um percurso
                                  previamente definido para o
                                       desenvolvimento e o
              Aceleração do          diagnóstico de falhas ou
             desenvolvimento      atrasos de alguns indivíduos;
                                   associa-se a programas de
                                    educação compensatória

  Questões polêmicas: a
  maturação biológica
• Há ou não ruptura entre cultura letrada e iletrada?

• Entre conhecimento científico e não-científico?

• O desenvolvimento humano seria um percurso
 contínuo e homogêneo ou haveria mudanças
 bruscas, saltos, pontos de viragem?

Questões polêmicas: a
especificidade do
conhecimento escolar
Transformação radical na
filogênese
Mudanças qualitativas na
ontogênese
Descontinuidades na
sociogênese
• Mas atenção: esses diferentes patamares de
  desenvolvimento, que não são etapas de um processo
  contínuo, linear e homogêneo, não podem ser vistos
  tampouco como simples sucessão ou momentos genéticos
  estanques!
• Devem ser compreendidos dialeticamente: a ruptura é
  síntese, geradora de nova condição.




Descontinuidades
Ligações
    e relações


                  Formação
                     de
                  conceitos
    Análise e
    abstração



Descontinuidades (exemplo dialético)
ruptura   contradição   síntese




Base marxista
• Os meios de comunicação de massa e a informática
  poderiam substituir a escola?
• Esses meios produzem e transmitem de forma nova
  informações e modos de pensar com que a escola já
  trabalhava?
• Ou possibilitam novas modalidades de construção de
  conhecimento?




Escola x novas mídias
• “[...] a postulação da plasticidade cerebral não supõe um
  caos inicial, mas a presença de uma estrutura básica
  estabelecida ao longo da história da espécie.”
• “Por outro lado, conduz à ideia de que a estrutura dos
  processos mentais e as relações entre os sistemas
  funcionais transformam-se ao longo do desenvolvimento
  individual” (1992, p. 26).




Filogênese e ontogênese
• “As postulações de Vigotski sobre o substrato biológico
  do funcionamento psicológico evidenciam a forte ligação
  entre os processos psicológicos humanos e a inserção do
  indivíduo num contexto sócio histórico específico.”
• “Instrumentos e símbolos construídos socialmente
  definem quais das inúmeras possibilidades cerebral serão
  efetivamente concretizadas ao longo do desenvolvimento
  e mobilizadas na realização de diferentes tarefas” (1992,
  p. 26).




Filogênese e ontogênese
Quais   Os   símbolos   E instrumentos   Socialmente construídos?


Filogênese e ontogênese
• “Enquanto sujeito de
  conhecimento, o              Para operar
  homem não tem             mentalmente sobre o
  acesso direto aos        mundo, é necessário um
                            conteúdo mental de
  objetos, mas um           natureza simbólica.
  acesso mediado [...]
  pelos sistemas
  simbólicos de que        Esse conteúdo simbólico
  dispõe” (1992, p. 26).     permite representar
                              objetos, situações e
                            eventos do mundo real
                           no universo psicológico
                                 do indivíduo.
MEDIAÇÃO
MEDIAÇÃO SIMBÓLICA
• “Essa capacidade de lidar com
  representações que substituem
  o real é que possibilita que o
  ser humano faça relações
  mentais na ausência dos
  referentes concretos, imagine
  coisas jamais vivenciadas, faça
  planos para um tempo futuro,
  enfim, transcenda o espaço e o
  tempo presentes, libertando-se
  dos limites dados pelo mundo
  fisicamente perceptível [...]”,
  abrindo caminho para
  desenvolver a abstração e a
  generalização (p. 27).


MEDIAÇÃO SIMBÓLICA
OPERAÇÃO COM SISTEMAS
   SIMBÓLICOS: define o salto para os
     processos psicológicos superiores




 LINGUAGEM: sistema simbólico básico de
       todos os grupos humanos.




MEDIAÇÃO SIMBÓLICA
O processo de formação
de conceitos
• “Além de servir ao propósito de comunicação
 entre indivíduos, a linguagem simplifica e
 generaliza a experiência, ordenando as instâncias
 do mundo real em categorias conceituais cujo
 significado é compartilhado pelos usuários dessa
 linguagem.”

O processo de formação
de conceitos
• “Ao utilizar a linguagem para nomear
  determinado objeto estamos, na verdade,
  classificando esse objeto numa categoria numa
  classe de objetos que tem em comum certos
  atributos”.
• “A utilização da linguagem favorece, assim,
  processos de abstração e generalização” (p. 27).


O processo de formação
de conceitos
• “Os atributos relevantes
  tem de ser abstraídos da
  totalidade da
  experiência [...] e a
  presença de um mesmo
  conjunto de atributos
  relevantes permite a
  aplicação de um mesmo
  nome a objetos
  diversos”.


O processo de formação
de conceitos
• “Conceitos são construções culturais, internalizadas pelos
  indivíduos ao longo de seu processo de
  desenvolvimento.”
• “Os atributos necessários e suficientes para definir um
  conceito são estabelecidos por características dos
  elementos encontrados no mundo real, selecionados como
  relevantes pelos diversos grupos culturais”.
• Portanto, é o grupo cultural que vai fornecer “o universo
  de significados que ordena o real em categorias
  (conceitos), nomeadas por palavras da língua desse
  grupo” (p. 28).

O processo de formação
de conceitos
2. Pensamento   3. O conceito
1. Conjuntos
               concreto (por    só existe no
 sincréticos
                complexos)     estágio lógico



A formação dos
conceitos: resultados de
um experimento
• No primeiro estágio, a criança agrupa “objetos com base
  em nexos vagos, subjetivos e baseados em fatores
  perceptuais, como a proximidade espacial”.
• Em um segundo momento, as ligações são heterogêneas,
  concretas e factuais, não abstratas e lógicas; permitem
  incluir todo e qualquer contato ou relação (p. 29). É o
  pensamento por complexos, marcado pelo excesso de
  conexões e pela debilidade da abstração (p. 30).




A formação dos conceitos
• “No terceiro estágio, que levará à formação dos conceitos
  propriamente ditos, a criança agrupa objetos com base
  num único atributo, sendo capaz de abstrair
  características isoladas da totalidade da experiência
  concreta” (p. 29).


A formação dos
conceitos: resultados de
um experimento
O “pensamento por complexos”        Mas o conceito desenvolvido
    dá início à unificação das       exige mais que unificação: é
    impressões desordenadas,          necessário abstrair, isolar
 estabelece ligações e relações;        elementos abstratos da
 cria a base para generalizações   experiência concreta e examiná-
       posteriores: síntese.                 los: análise.




  Duas linhas de
  desenvolvimento convergentes
• Na formação de conceitos, o signo mediador que permite
  dominar e dirigir o processo é a palavra.
• “A linguagem do grupo cultural onde a criança se
  desenvolve dirige o processo de formação de conceitos: a
  trajetória de desenvolvimento de um conceito já está
  predeterminada pelo significado que a palavra que o
  designa tem na linguagem dos adultos” (p. 30).




A formação de conceitos
Conceitos espontâneos (ex.: irmão) –
         desenvolvidos nas atividades práticas
         da criança. Mas a capacidade de
         defini-los e operá-los só se desenvolve
         bem depois.



                Conceitos científicos (ex.: exploração)
                – adquiridos pelo ensino. Ainda assim,
                não são apreendidos de uma só vez em
                sua forma final, mas passam por um
                processo de desenvolvimento.
                Geralmente começa-se com sua
                definição verbal e com sua aplicação
                em operações não-espontâneas.


A formação de conceitos
• “Um conceito cotidiano da criança, como por exemplo, „irmão‟,
  é algo impregnado de experiência. No entanto, quando lhe
  pedimos para resolver um problema abstrato sobre o irmão de
  um irmão, como nos experimentos de Piaget, ela fica confusa.
  Por outro lado, embora consiga responder corretamente a
  questões sobre „escravidão‟, „exploração‟ ou „guerra civil‟, esses
  conceitos são esquemáticos e carecem da riqueza de conteúdo
  proveniente da experiência pessoal. Vão sendo gradualmente
  expandidos no decorrer das leituras e dos trabalhos escolares
  posteriores. Poder-se-ia dizer que o desenvolvimento dos
  conceitos espontâneos da criança é ascendente, enquanto o
  desenvolvimento dos seus conceitos científicos é descendente,
  para um nível mais elementar e concreto” (Vigotski, apud
  OLIVEIRA, 1992, p. 31).


A formação de conceitos
• Conceitos científicos e espontâneos desenvolvem-se em
  direções opostas, mas estão intimamente relacionados.
• “É preciso que o desenvolvimento de um conceito
  espontâneo tenha alcançado certo nível para que a criança
  possa absorver um conceito científico correlato.”
• Por exemplo, conceitos históricos só podem ser
  desenvolvidos quando a criança já diferencia
  suficientemente o passado do presente; conceitos
  geográficos e sociológicos desenvolvem-se a partir do
  esquema simples “aqui e em outro lugar”.


A formação de conceitos
• “Os conceitos científicos, diferentemente dos cotidianos,
  estão organizados em sistemas consistentes de inter-
  relações.”
• “Por sua inclusão num sistema e por envolver uma atitude
  mediada desde o início de sua construção, os conceitos
  científicos implicam uma atitude metacognitiva, isto é, de
  consciência e controle deliberado por parte do indivíduo,
  que domina seu conteúdo no nível de sua definição e de sua
  relação com outros conceitos” (p. 32).



A formação de conceitos
• CASTORINA, José Antonio. FERREIRO, Emilia.
  LERNER, Delia. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Piaget,
  Vygotsky: novas contribuições para o debate. 6ª. Ed. São
  Paulo: Ática, 2006.

• LA TAILLE, Yves de. OLIVEIRA, Marta Kohl de.
  DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias
  psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.




Referências

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Vigotski

  • 1. Vigotski A contribuição de MARTA KOHL DE OLIVEIRA Síntese elaborada pelo Professor André Augusto da Fonseca UERR 2012. andreaugfonseca@gmail.com
  • 2. ESCRITA: sistema simbólico MEDIADOR entre sujeito e objeto. Artefato cultural que amplia a capacidade humana de registro, transmissão e recuperação de ideias, conceitos, informações. Ferramenta externa que estende a potencialidade humana VIGOTSKI E A ESCRITA
  • 3. Emília Vigotski Ferreiro Ambos admitem que “a escrita não é um código de transcrição da realidade e [...] que o processo de alfabetização é o domínio progressivo desse sistema, que começa muito antes de a criança se alfabetizar” (OLIVEIRA, 2006, p. 64). A criança em uma sociedade letrada “adquire noções sobre a língua escrita antes de ingressar na escola; essas noções serão sistematizadas nas situações mais formais de aprendizagem”. Consensos
  • 4. Emília Vigotski Ferreiro Ferreiro está interessada na “natureza interna da escrita enquanto sistema”, enquanto Vigotski e Luria centram-se “nas funções desse sistema para seus usuários” (OLIVEIRA, 2006, p. 65). FERREIRO: “processo pelo qual a criança adquire o domínio do sistema de escrita” Vigotski: “como a criança apreende as funções da escrita” Diferenças
  • 5. Para Vigotski, a INTERVENÇÃO do outro social é essencial para a aprendizagem e para o desenvolvimento. Mas isso significa que um indivíduo deve controlar o outro, eliminando a autonomia de quem aprende? Isso seria um determinismo cultural? Questões polêmicas
  • 6. • A resposta está na compreensão do que significa “sócio- histórico (p. 69-70). Vale a pena reler toda a citação. • “O mundo cultural [...] apresenta-se ao sujeito como o outro, a referência externa que permite ao ser humano constituir-se como tal.” • “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem” O processo Sócio-Histórico
  • 7. A abordagem genética de Vigotski centra-se “no papel das forças culturais na constituição do universo psicológico do ser humano” (p. 71). Isso deveria levar-nos a desconsiderar os condicionamentos biológicos? Qualquer desenvolvimento poderia ser promovido em qualquer sujeito, em qualquer momento de sua vida? Questões polêmicas: a maturação biológica
  • 8. • Embora Vigotski reconheça o cérebro como a base biológica e sede material do funcionamento psicológico, condicionando os limites e possibilidades do desenvolvimento, esse aspecto permaneceu controverso e obscuro em sua obra. Questões polêmicas: a maturação biológica
  • 9. Seria a própria essência da relação entre desenvolvimento Promoção do e aprendizagem (toda desenvolvimento construção das funções psicológicas é baseada em processos de aprendizagem) Pressupõe um percurso previamente definido para o desenvolvimento e o Aceleração do diagnóstico de falhas ou desenvolvimento atrasos de alguns indivíduos; associa-se a programas de educação compensatória Questões polêmicas: a maturação biológica
  • 10. • Há ou não ruptura entre cultura letrada e iletrada? • Entre conhecimento científico e não-científico? • O desenvolvimento humano seria um percurso contínuo e homogêneo ou haveria mudanças bruscas, saltos, pontos de viragem? Questões polêmicas: a especificidade do conhecimento escolar
  • 14. • Mas atenção: esses diferentes patamares de desenvolvimento, que não são etapas de um processo contínuo, linear e homogêneo, não podem ser vistos tampouco como simples sucessão ou momentos genéticos estanques! • Devem ser compreendidos dialeticamente: a ruptura é síntese, geradora de nova condição. Descontinuidades
  • 15. Ligações e relações Formação de conceitos Análise e abstração Descontinuidades (exemplo dialético)
  • 16. ruptura contradição síntese Base marxista
  • 17. • Os meios de comunicação de massa e a informática poderiam substituir a escola? • Esses meios produzem e transmitem de forma nova informações e modos de pensar com que a escola já trabalhava? • Ou possibilitam novas modalidades de construção de conhecimento? Escola x novas mídias
  • 18. • “[...] a postulação da plasticidade cerebral não supõe um caos inicial, mas a presença de uma estrutura básica estabelecida ao longo da história da espécie.” • “Por outro lado, conduz à ideia de que a estrutura dos processos mentais e as relações entre os sistemas funcionais transformam-se ao longo do desenvolvimento individual” (1992, p. 26). Filogênese e ontogênese
  • 19. • “As postulações de Vigotski sobre o substrato biológico do funcionamento psicológico evidenciam a forte ligação entre os processos psicológicos humanos e a inserção do indivíduo num contexto sócio histórico específico.” • “Instrumentos e símbolos construídos socialmente definem quais das inúmeras possibilidades cerebral serão efetivamente concretizadas ao longo do desenvolvimento e mobilizadas na realização de diferentes tarefas” (1992, p. 26). Filogênese e ontogênese
  • 20. Quais Os símbolos E instrumentos Socialmente construídos? Filogênese e ontogênese
  • 21. • “Enquanto sujeito de conhecimento, o Para operar homem não tem mentalmente sobre o acesso direto aos mundo, é necessário um conteúdo mental de objetos, mas um natureza simbólica. acesso mediado [...] pelos sistemas simbólicos de que Esse conteúdo simbólico dispõe” (1992, p. 26). permite representar objetos, situações e eventos do mundo real no universo psicológico do indivíduo. MEDIAÇÃO
  • 23. • “Essa capacidade de lidar com representações que substituem o real é que possibilita que o ser humano faça relações mentais na ausência dos referentes concretos, imagine coisas jamais vivenciadas, faça planos para um tempo futuro, enfim, transcenda o espaço e o tempo presentes, libertando-se dos limites dados pelo mundo fisicamente perceptível [...]”, abrindo caminho para desenvolver a abstração e a generalização (p. 27). MEDIAÇÃO SIMBÓLICA
  • 24. OPERAÇÃO COM SISTEMAS SIMBÓLICOS: define o salto para os processos psicológicos superiores LINGUAGEM: sistema simbólico básico de todos os grupos humanos. MEDIAÇÃO SIMBÓLICA
  • 25. O processo de formação de conceitos
  • 26. • “Além de servir ao propósito de comunicação entre indivíduos, a linguagem simplifica e generaliza a experiência, ordenando as instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo significado é compartilhado pelos usuários dessa linguagem.” O processo de formação de conceitos
  • 27. • “Ao utilizar a linguagem para nomear determinado objeto estamos, na verdade, classificando esse objeto numa categoria numa classe de objetos que tem em comum certos atributos”. • “A utilização da linguagem favorece, assim, processos de abstração e generalização” (p. 27). O processo de formação de conceitos
  • 28. • “Os atributos relevantes tem de ser abstraídos da totalidade da experiência [...] e a presença de um mesmo conjunto de atributos relevantes permite a aplicação de um mesmo nome a objetos diversos”. O processo de formação de conceitos
  • 29. • “Conceitos são construções culturais, internalizadas pelos indivíduos ao longo de seu processo de desenvolvimento.” • “Os atributos necessários e suficientes para definir um conceito são estabelecidos por características dos elementos encontrados no mundo real, selecionados como relevantes pelos diversos grupos culturais”. • Portanto, é o grupo cultural que vai fornecer “o universo de significados que ordena o real em categorias (conceitos), nomeadas por palavras da língua desse grupo” (p. 28). O processo de formação de conceitos
  • 30. 2. Pensamento 3. O conceito 1. Conjuntos concreto (por só existe no sincréticos complexos) estágio lógico A formação dos conceitos: resultados de um experimento
  • 31. • No primeiro estágio, a criança agrupa “objetos com base em nexos vagos, subjetivos e baseados em fatores perceptuais, como a proximidade espacial”. • Em um segundo momento, as ligações são heterogêneas, concretas e factuais, não abstratas e lógicas; permitem incluir todo e qualquer contato ou relação (p. 29). É o pensamento por complexos, marcado pelo excesso de conexões e pela debilidade da abstração (p. 30). A formação dos conceitos
  • 32. • “No terceiro estágio, que levará à formação dos conceitos propriamente ditos, a criança agrupa objetos com base num único atributo, sendo capaz de abstrair características isoladas da totalidade da experiência concreta” (p. 29). A formação dos conceitos: resultados de um experimento
  • 33. O “pensamento por complexos” Mas o conceito desenvolvido dá início à unificação das exige mais que unificação: é impressões desordenadas, necessário abstrair, isolar estabelece ligações e relações; elementos abstratos da cria a base para generalizações experiência concreta e examiná- posteriores: síntese. los: análise. Duas linhas de desenvolvimento convergentes
  • 34. • Na formação de conceitos, o signo mediador que permite dominar e dirigir o processo é a palavra. • “A linguagem do grupo cultural onde a criança se desenvolve dirige o processo de formação de conceitos: a trajetória de desenvolvimento de um conceito já está predeterminada pelo significado que a palavra que o designa tem na linguagem dos adultos” (p. 30). A formação de conceitos
  • 35. Conceitos espontâneos (ex.: irmão) – desenvolvidos nas atividades práticas da criança. Mas a capacidade de defini-los e operá-los só se desenvolve bem depois. Conceitos científicos (ex.: exploração) – adquiridos pelo ensino. Ainda assim, não são apreendidos de uma só vez em sua forma final, mas passam por um processo de desenvolvimento. Geralmente começa-se com sua definição verbal e com sua aplicação em operações não-espontâneas. A formação de conceitos
  • 36. • “Um conceito cotidiano da criança, como por exemplo, „irmão‟, é algo impregnado de experiência. No entanto, quando lhe pedimos para resolver um problema abstrato sobre o irmão de um irmão, como nos experimentos de Piaget, ela fica confusa. Por outro lado, embora consiga responder corretamente a questões sobre „escravidão‟, „exploração‟ ou „guerra civil‟, esses conceitos são esquemáticos e carecem da riqueza de conteúdo proveniente da experiência pessoal. Vão sendo gradualmente expandidos no decorrer das leituras e dos trabalhos escolares posteriores. Poder-se-ia dizer que o desenvolvimento dos conceitos espontâneos da criança é ascendente, enquanto o desenvolvimento dos seus conceitos científicos é descendente, para um nível mais elementar e concreto” (Vigotski, apud OLIVEIRA, 1992, p. 31). A formação de conceitos
  • 37. • Conceitos científicos e espontâneos desenvolvem-se em direções opostas, mas estão intimamente relacionados. • “É preciso que o desenvolvimento de um conceito espontâneo tenha alcançado certo nível para que a criança possa absorver um conceito científico correlato.” • Por exemplo, conceitos históricos só podem ser desenvolvidos quando a criança já diferencia suficientemente o passado do presente; conceitos geográficos e sociológicos desenvolvem-se a partir do esquema simples “aqui e em outro lugar”. A formação de conceitos
  • 38. • “Os conceitos científicos, diferentemente dos cotidianos, estão organizados em sistemas consistentes de inter- relações.” • “Por sua inclusão num sistema e por envolver uma atitude mediada desde o início de sua construção, os conceitos científicos implicam uma atitude metacognitiva, isto é, de consciência e controle deliberado por parte do indivíduo, que domina seu conteúdo no nível de sua definição e de sua relação com outros conceitos” (p. 32). A formação de conceitos
  • 39. • CASTORINA, José Antonio. FERREIRO, Emilia. LERNER, Delia. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky: novas contribuições para o debate. 6ª. Ed. São Paulo: Ática, 2006. • LA TAILLE, Yves de. OLIVEIRA, Marta Kohl de. DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. Referências