Resumo do Texto Ensinar a condição humana de Edgar Morin, feito para apresentação de seminário na aula de Processos Pedagógicos, Mediação e Tecnologia do Mestrado.
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Ensinar a condição Humana - Edgar morin
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UnUCSEH
MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS -
MIELT
DISCIPLINA: PROCESSOS PEDAGÓGICOS, MEDIAÇÕES E TECNOLOGIAS
PROF. DR. JOÃO HENRIQUE E PROFª DRA. NISMÁRIA
ACADÊMICA: ÂNDREA CARLA MACHADO DE MORAES
ENSINAR A CONDIÇÃO HUMANA: Uma reflexão
Discutir sobre a como ensinar a condição humana em cursos de formação de professores
se torna importante para compreender as práticas educacionais que se apresentam nas
instituições escolares vivenciadas ou teorizadas. As reflexões teóricas possibilitam a
conscientização dos rumos impostos e das possibilidades de mudanças.
1- ENRAIZAMENTO/DESENRAIZAMENTO DO SER HUMANO
O que é ser Humano? Qual nosso papel como seres humanos? Como estamos? De onde
viemos? Estas e outras indagações necessitam ser abordadas na educação atual de forma unida
que dê uma pertinência para a aprendizagem e para que compreendamos isso com toda sua
complexidade. A história humana está fragmentada nas disciplinas da escola. A maneira com
que as disciplinas são ensinadas, o “Ser Humano” não é levado em consideração com toda sua
complexidade e, acaba por dificultar a compreensão de todos acerca do que vem a ser
realmente Ser Humano.
Vivemos em uma era Planetária e, como seres humanos somos conduzidos a uma
aventura comum, ou seja a vida. Vida esta que é interligada um para com o outro. No final do
século XX novos fluxos de conhecimentos, novas informações estão surgindo, porém ainda
estão surgindo de maneira desunida através da educação o que dificulta uma tomada de
consciência do que realmente é Ser Humano.
Se faz preciso um remembramento, visto que o Ser humano tem sido visto com um
quebra-cabeças o qual falta uma peça. Isto é um problema epistemológico, pois é impossível
conceber a complexidade do ser com humano com um pensamento disjuntivo e redutor, ou seja
como uma unidade fragmentada.
A tarefa da educação para o futuro então é remembrar as ciências naturais e humanas
em evidência a multidimencionalidade a complexidade humana existênte na condição cósmica,
física, terrestre e humana.
A condição cósmica é de universo perfeito, ordenado e eterno para universo da
irradiação, disperso, em devenir, onde atuam de forma complementar: Ordem, desordem e
organização, sendo simultaneamente uma Auto-Organização Viva. Já a condição física é que
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somos seres vivos considerados como uma diáspora cósmica, migalhas da existência, isto é
brotos da existência terrena. Enquanto que a condição terrestre é que somos cósmicos e
terrestres, ao mesmo tempo que somos universais enraizados em uma terra, em uma biosfera.
Dependemos da biosfera, pois temos uma identidade terrena, física e biológica, em uma
situação marginal e periférica dentro do universo.
E, por fim a condição humana que dentro da biosfera somos ao mesmo tempo Animais e
Homens, sendo seres Biofísico-psico-sócio-cultural, produtores de cultura. Não há como
analisar a complexidade do ser humano separando as ciências naturais das ciências humanas. O
Processo de Hominização, teve início a mais de 5 milhões de anos e conduz a um novo início,
sendo cada etapa desse processo um novo começo para o ser humano, onde o mesmo tem
caráter contínuo e descontínuo.
2- O HUMANO DO HUMANO
Somos seres biológicos e culturais e, enquanto seres culturais nós acumulamos a
continuidade das gerações anteriores, somos a continuação da história e pela cultura da nossa
sociedade cumprimos normas e princípios de como adquirir esses meios culturais e também de
como nos comportar perante o humano.
Têm-se o circuito Cérebro/Mente/Cultura que é a Tríade Independente, porque o ser
biológico, cérebro, a mente, a simbolização e a cultura da exteriorização dessa produção são
condições de realização do ser humano. O ser humano se realiza na e pela cultura e, nós
somentes nos identificamos e construímos nossa identidade através da relação com a identidade
do outro. Não há cultura sem cérebro humano, pois foi preciso haver a evolução em
pensamento do cérebro para então produzir cultura e não há mente humana que não produza
cultura, visto que a cultura é o elemento interligador de toda a tríade interdependente.
O circuito Razão/Afeto/Pulsão apresenta que o cérebro humano estabelece relações
antagônicas e complementares, dividas em três cérebros, o Paleocéfalo (herdeiro do cérebro dos
répteis. É responsável pela agressividade, pelo cio e pelas pulsões primárias), o Mesocéfalo
(vem dos antigos mamíferos, chamado de hipocarmos da afetividade e da memória a longo
prazo, sendo o cérebro intermediário) e o Córtex (parte mais evoluída do cérebro, pois permite
a análise, a lógica, estratégia e cultura).
O nosso cio pode estar em contradição/antagonismo com a nossa lógica. A nossa cultura
pode antagonizar com a nossa afetividade. A razão pode conflituar com a emoção, sendo todas
relações antagônicas presentes na mesma unidade desse ser humano complexo.
O circuito Indivíduo/Sociedade/Espécie coloca que a cultura e a sociedade é que
garantem a realização dos seres humanos e que a interação entre os indivíduos é que
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possibilitam a perpetuação da cultura e a auto-organização da sociedade. O mesmo tem
finalidade ética e política, sendo o exercício da plenitude e a livre expressão dos indivíduos,
isto é possibilita a Autonomia do ser humano.
3- UNITAS MULTIPLEX: UNIDADE E DIVERSIDADE HUMANA
Enquanto seres humanos vivemos em uma esfera individual e social. Quanto a esfera
individual somos genéticos, pois recebemos heranças de nossos ancestrais que nos
proporcionam uma singularidade anatômica e fisiológica. Há, porém dentro da natureza
possibilidade de mutação, de modificação na aquisição decorrente de processos cerebrais,
mentais, psicológicos, afetivos, intelectuais e subjetivos.
Enquanto esfera social somos formados por povos de diversas línguas e dialetos, mas
todo ser humano possui uma linguag em. Todo ser humano está inserido com a sua identidade
em organizações sociais, visto que somos seres vivos que se relacionam por meio da
linguagem. Somos seres que produzem cultura. Nós simbolizamos, representamos,
transformamos e produzimos cultura, caracterizando-nos como seres de uma diversidade
cultural pela pluralidade dos indivíduos.
A cultura é o conjunto de saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias,
crenças, ideias, valores e mitos de uma determinada organização social. É transmitida de
geração em geração e se reproduz em cada indivíduo. Mantém a complexidade psicológica e
social, pois somos seres cósmicos, terrestres, humanos e seres que detém uma complexidade
psicológica e social. Não há sociedade sem cultura. Toda pessoa produz cultura. O que existe
são culturas diferenciadas, onde existe a multiplicidade, a diversidade cultural.
Todo ser humano é singular, múltiplo e traz em si o Cosmo, podendo ser caracterizado
como homo sapiens/demens. Todo ser humano é sapiens/demens porque é um ser complexo,
com traços antagônicos entre a racionalidade e técnica com a irracionalidade e rituais. Todo ser
humano é complexo e antagônicos diante da racionalidade e irracionalidade contemporânea
convivendo em nós o Amor e o Ódio, Violência e Ternura, Estabilidade e Irritabilidade.
CONSIDERAÇÕES
Com base na análise do texto, somos mistos de complexidade e loucura. Isso caracteriza
o destino multifacetado do humano, pois somos seres individuais, sociais e históricos
indissociáveis. Qual é então, a tarefa da Educação do Futuro? Infere-se que é conduzir os
alunos ao e conhecimento e à tomada de consciência dessa condição humana complexa.
REFERÊNCIA
MORIN, Edgar. Ensinar a Condição Humana. In: OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À
EDUCAÇÃO DO FUTURO. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2000. P. 47-62.