Este documento contém três exercícios preparatórios para o ENEM sobre um texto jornalístico que critica uma proposta de reforma eleitoral aprovada pela Câmara dos Deputados que tenta disciplinar o uso da internet durante as campanhas eleitorais. As questões abordam a identificação da opinião do jornalista no texto, a compreensão de uma comparação feita e a identificação do objetivo de um texto híbrido entre carta e publicidade.
1. COLÉGIO SESI-GUARAPUAVA
NOME: ____________________________________OFICINA: ODISSEIA ELEITORAL
DATA: 24 /09/ 2010 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFª: SILVANA
EXERCÍCIOS PREPARATÓRIOS PARA O ENEM
Leia o texto a seguir para responder as questões 01 e 02:
NÃO SABEM O QUE FALAM
Falta princípio de realidade ao projeto aprovado pela Câmara que tenta disciplinar o uso da internet durante as
campanhas eleitorais.
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que faz 173 mudanças na Lei Eleitoral. Dessas, 22 tratam do
uso da internet nas eleições e podem ser divididas em dois blocos. No primeiro estão as regras liberalizantes. Elas
ampliam, por exemplo, o espaço na rede em que é permitido fazer campanha eleitoral, hoje restrita aos sites dos
próprios candidatos. Pelo projeto, os políticos podem passar a usar blogs, redes sociais e e-mails. O restante das
medidas é autoritário e está em descompasso com a realidade. Elas equiparam sites de veículos de comunicação e
portais a emissoras de rádio e TV, como se os primeiros fossem também concessões públicas e, portanto, sujeitos a
supervisão estatal. Não são, fique claro. No projeto há uma regra que diz que sites e portais devem dar o mesmo
tratamento a candidatos e partidos, sob pena de ser multados, e outra que chega a ser mais rígida com a internet do
que com os veículos impressos. Veda a propaganda paga na rede, hoje permitida em jornais e revistas. Os deputados
também querem proibir a veiculação de vídeos e áudios com montagens que ridicularizam candidatos. É uma tolice
que cairá no vazio. Muitos dos sites que divulgam esse tipo de material têm sede no exterior e não são regidos pelas
leis brasileiras.
Especialista em legislação de internet, o advogado Renato Opice Blum diz que os deputados tentam tolher a
liberdade de expressão. “Muitos artigos do projeto não fazem sentido, como o que exige que todos os políticos
tenham idêntico tempo ou espaço na rede. Ora, como isso é possível num meio que prima pela instantaneidade e
por abrigar milhões de opiniões individuais?”, espanta-se Blum. O relator da medida, Flávio Dino (PCdoB-MA),
rebate: “Não podemos aceitar que a internet seja um território sem regras”. Trata-se de uma opinião dinossáurica, só
compartilhada por ditadores chineses, iranianos, cubanos e norte-coreanos, que tentam controlar a rede de
computadores. Nas democracias dignas desse nome, a internet é indisciplinada porque sua natureza é
indisciplinável. O deputado Dino, tão rígido em relação ao que vai pela rede, mostrou-se flexível em temas mais
próximos aos parlamentares. Ele foi favorável a que políticos “ficha-suja”, que respondem a processos criminais,
possam se candidatar e também oficializou as “doações ocultas”, feitas aos partidos para esconder o vínculo do
doador com o candidato. Possibilitou ainda que erros em prestação de contas de campanha considerados
“irrelevantes” sejam perdoados. Como não especificou o que entende por esse adjetivo, abriu uma estrada para
absorver políticos que fraudam contas eleitorais. Espera-se que, no Senado, o projeto aprovado na Câmara sofra
alterações e perca as tintas do teatro do absurdo.
(Revista VEJA, 15/07/2009.)
ELEIÇÃO VIGIADA
A reforma eleitoral aprovada pelos deputados disciplina a cobertura política na internet, que passa a ter as mesmas regras
2. da TV e do rádio.
* Proíbe os portais e sites de veículos de comunicação de apoiar ou reprovar um candidato ou partido;
* Estabelece o direito de resposta em portais e sites de veículos de comunicação para candidatos ou partidos que se
sentirem ofendidos;
* Proíbe a veiculação de vídeos, imagens ou áudios editados de forma a ridicularizar um candidato ou partido;
* Libera candidatos e partidos para fazer propaganda em seus sites, blogs, redes sociais e por e-mail três meses antes das
eleições.
1) Alguns textos jornalísticos trazem, por vezes, de forma implícita ou explícita, a opinião do jornalista ou do
veículo de comunicação sobre o fato que está informando ou analisando, seja por meio de uma postura
irônica em relação aos eventos e personagens abordados, seja por previsões ou veredictos.
Assinale, entre as alternativas seguintes, a única que NÃO permitiria identificar o texto jornalístico da
página anterior com a descrição acima.
a) “Os deputados também querem proibir a veiculação de vídeos e áudios com montagens que ridicularizam candidatos. É
uma tolice que cairá no vazio”.
b) “Espera-se que, no Senado, o projeto aprovado na Câmara sofra alterações e perca as tintas do teatro do absurdo”.
c) “Trata-se de uma opinião dinossáurica, só compartilhada por ditadores chineses, iranianos, cubanos e norte-coreanos, que
tentam controlar a rede de computadores.
d) “A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que faz 173 mudanças na Lei Eleitoral. Dessas, 22 tratam do uso da internet
nas eleições e podem ser divididas em dois blocos”.
e) “O deputado Dino, tão rígido em relação ao que vai pela rede, mostrou-se flexível em temas mais próximos aos
parlamentares. Ele foi favorável a que políticos 'ficha-suja', que respondem a processos criminais, possam se candidatar e
também oficializou as 'doações ocultas'.
2) Releia este trecho: “Trata-se de uma opinião dinossáurica, só compartilhada por ditadores chineses,
iranianos, cubanos e norte-coreanos”. A autora da reportagem
a) compara o governo brasileiro a governos caracterizados por fomentar a ampla liberdade no uso da internet em seus países.
b) usa o adjetivo “dinossáurica” para qualificar de forma positiva a reforma eleitoral e ressaltar o pioneirismo do Brasil em
disciplinar a propaganda política pela internet.
c) compara o governo brasileiro a governos caracterizados por aplicar políticas que estimulem o livre-pensamento e exercício
da liberdade individual.
d) mostra-se admirada com o avanço no pensamento democrático do governo brasileiro e compara-o a democracias bem-
sucedidas nesse sentido.
e) usa o adjetivo “dinossáurica” para qualificar a reforma eleitoral de forma pejorativa e caracterizá-la como uma agressão aos
princípios democráticos.
3) O texto a seguir exemplifica um gênero textual híbrido entre carta e publicidade oficial. Leia-o para
responder à questão.
Sr. Prefeito, junte-se a nós na luta contra a dengue. A sua participação é fundamental.
A dengue é um dos grandes desafios que enfrentamos na área de saúde no Brasil, mas, felizmente, é possível controlá-la.
Para isso, é necessário que os governos estaduais e municipais e o governo federal trabalhem juntos. Nesse sentido, a sua
atuação como prefeito é fundamental. Organize multidões, envolvendo líderes comunitários da sua cidade, para lutar
contra a dengue. No site www.combatadengue.com.br há todas as informações necessárias para auxiliá-lo, inclusive
com materiais para download de uso livre. A mobilização social é a chave para o sucesso no combate à dengue.
BRASIL. Ministério da Saúde. Revista Nordeste, João Pessoa, ano 3, n. 35, maio/jun 2009. Adaptado da prova do Enem 2009.
Diante dos recursos argumentativos utilizados, depreende-se que o texto apresentado:
a) se dirige aos líderes comunitários para tomarem a iniciativa a combater a dengue.
b) conclama toda a população a participar das estratégias de combate ao mosquito da dengue.
3. c) se dirige aos prefeitos, conclamando-os a organizarem iniciativas de combate à dengue.
d) tem como objetivo ensinar os procedimentos técnicos necessários para o combate ao mosquito da dengue.
e) apela ao governo federal para que dê apoio aos governos estaduais e municípios no combate ao mosquito da
dengue.