Este documento discute as lesões fundamentais que podem ocorrer na mucosa bucal. Ele define lesões fundamentais como alterações morfológicas que assumem características próprias e podem ser usadas para identificar patologias junto com outros dados clínicos. O documento descreve vários tipos de lesões como manchas, placas, erosões, vesículas e lesões elevadas, e fornece detalhes sobre como caracterizá-las.
1. Graduação em Odontologia
LESÕES FUNDAMENTAIS
Disciplina: Estomatologia – 3º Período
http://lucinei.wikispaces.com
Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira
2012
2. LESÕES FUNDAMENTAIS
São como as letras de um alfabeto que
unidas formam palavras e, destas, as
frases, e por fim, um idioma.
Da combinação das lesões fundamentais surgem os
sinais morfológicos que caracterizam as doenças
3. LESÕES FUNDAMENTAIS
Definição
-‐
São
alterações
morfológicas
que
ocorrem
na
mucosa
bucal
e
assumem
características
próprias,
individualizadas
e
padronizadas.
-‐
Juntamente
com
outros
dados
clínicos,
pode-‐se
identificar
as
patologias
maxilofaciais.
?
4. LESÕES FUNDAMENTAIS
Não
basta
a
anotação
da
lesão,
esta
deve
ser
descrita
com
riqueza
de
detalhes
de
modo
que
outro
profissional
ao
ler
a
ficha
clínica
possa
visualizá-‐la
claramente.
5. LESÕES FUNDAMENTAIS
O
profissional
deve
ter
em
mente
os
fatores
que
podem
produzir
alterações
nas
lesões
primárias.
Uma
história
adequada
das
lesões
é
fundamental
para
o
raciocínio
diagnóstico.
6. LESÕES FUNDAMENTAIS
Essas
lesões
são
resultantes
de
processos
patológicos
básicos
Inflamatórios
Degenerativos
Circulatórios
Tumorais
Metabólicos
Defeitos
de
formação
7. LESÕES FUNDAMENTAIS
Aparecem na mucosa bucal e na pele, sendo divididas em
cinco tipos mais comuns
Lesões enegrecidas Lesões brancas
Manchas, mácula Placas
Perdas teciduais Lesões
vesicolobolhosas
Erosão, úlcera Vesícula, bolha
Lesões elevadas Pápulas, nódulos
9. LESÕES
FUNDAMENTAIS
-‐
São
frequentemente
divididas
em
dois
grupos:
§
Primárias:
são
caracterizadas
por
terem
a
forma
inicial
§
Secundárias:
são
caracterizadas
pela
evolução
das
primárias
10. LESÕES
FUNDAMENTAIS
Localização
É a determinação da posição e da região
anatômica onde se localiza a lesão.
Limites
São demarcadas as estruturas anatômicas
adjacentes à lesão.
11. LESÕES
FUNDAMENTAIS
Formas
Representa a forma geométrica com a qual a
lesão assemelha-se:
• Lentiforme
• Cordoniforme
• Circular
• Oval
• Linear
• Globosa
• Discóide
12. Cor
É descrita a cor predominante da lesão amarelada,
enegrecida, esbranquiçada, acastanhada, azulada etc...
Tamanho
É descrito em milímetros, medindo o eixo de maior
diâmetro ou extensão aproximada da lesão.
13. Base
Séssil Pediculada
Quando a base da
Quando a base da lesão é menor que
lesão é maior que o equador
o equador (lembra a forma
(lembra a forma de um cogumelo)
de uma montanha)
14. Consistência
É descrita a resistência da lesão frente à pressão,
podendo ser:
• Fibrosa
• Borrachóide
• Esponjosa
• Branda
• Pétrea
• Elástica etc...
15. Textura
Pode ser:
• Brilhante
• Opaca
• Globosa
• Verruciforme ou verrugosa
• Lisa
• Rugosa
• Áspera etc...
16. LESÕES
FUNDAMENTAIS
Número
Refere-se à quantidade de lesões semelhantes presentes;
Quando múltiplos anotamos a quantidade, se são simétricas,
umas próximas às outras, etc.
17. Manchas
ou
Máculas
São
alterações
da
coloração
normal
da
mucosa
bucal,
sem
que
ocorra
elevação
ou
depressão
tecidual.
Podem
variar
em
tamanho
(desde
puntiformes
até
centímetros),
cor
(vermelho,
preto
e
branco,
etc.)
forma,
número,
distribuição,
tamanho
e
contorno.
18. Manchas
ou
máculas
Deve-‐se
lembrar
que,
a
coloração
normal
da
mucosa
é
consequência
de
vários
fatores
entre,
eles
a
coloração
do
sangue
circulante
e
dos
pigmentos
melânicos
presentes
no
conjuntivo
e
no
epitélio,
que
por
transparência
e
reflexão
interferem
na
coloração
final
da
mucosa.
21. Epiderme
Melanócitos
Estão
localizados
na
camada
basal
da
epiderme,
sintetizam
pigmento
(melanina)
Grãos de melanina
circundam
o
núcleo
dos
queratinócitos
protegem da radiação ultravioleta
22. MANCHAS
OU
MÁCULAS
Origem vascular ou sanguínea
Hipercrômica Hipocrômica
Origem pigmentar
Hipercrômica Hipocrômica
Endógena Endógena
Exógena
23. Manchas
ou
máculas
Origem sanguínea
Quando
se
depara
com
uma
mancha,
o
clínico
deve
realizar
a
VITROPRESSÃO
de
modo
a
avaliar
origem
da
lesão.
Quando
desaparece,
tem
origem
vascular,
quando
não,
a
origem
é
pigmentar
que
pode
ser
endógena
ou
exógena.
25. PÚRPURAS FORA
DO
VASO
- Extravasamento sanguíneo por trauma, discrasias
sanguíneas (plaquetopenia inferior a 70.000) ou fragilidade capilar.
- Não desaparecem sob pressão e evoluem com mudanças de cores
(azul, verde, amarelo), que, segundo critérios de dimensão, forma e cor
são classificadas em:
• Petéquias
• Equimoses
• Víbices
• Icterícia
26. PÚRPURA
PETÉQUIA
Extravasamento puntiforme e homogêneo, pequenas
e múltiplas, de coloração vermelha subepitelial com
menos que 1cm de diâmetro.
31. Púrpura
Víbice Icterícia
Quando são
Quando amareladas,
lineares
derivadas da
decomposição da
hemoglobina.
32. Manchas
HIPOCRÔMICAS
de
origem
vascular
ou
sanguínea
Lividez
Localizada Generalizada
Devido à isquemia
Provocada por
provocada pela
quadros de
infiltração de
anemia ou leucemia
anestésicos com
vasoconstrictor
ou agenesia vascular.
37. Manchas
hipercrômicas
de
origem
PIGMENTAR
Origem endógena
Hereditária
Ligada ao fator racial (pigmentação
racial melânica) ou às inúmeras síndromes
como doença de Addison e Síndrome
de Peutz-jeghers, entre outras.
38. SINDROME
DE
PEUTZ-‐JEGHERS
•
polipose
gastrointestinal
(hamartomas)
•
pigmentação
mucocutânea
•
risco
aumentado
de
neoplasias
em
múltiplos
órgãos.
42. Manchas
HIPOCRÔMICAS
de
origem
vascular
ou
sanguínea
Lividez
Localizada Generalizada
Devido à isquemia
Provocada por
provocada pela
quadros de
infiltração de
anemia ou leucemia
anestésicos com
vasoconstrictor
ou agenesia vascular.
43. Manchas
HIPOCRÔMICAS
de
origem
pigmentar
São causadas pela diminuição ou
ausência de pigmentos.
Ex.:
• Vitiligo (perda parcial ou total da
pigmentação melânica)
• Hanseníase
• Pitiríase
• Podendo também ocorrer no albinismo
44. V I T I L I G O
• 1 % da população
• 30 - 40 % dos casos com ocorrência familiar
• Perda do melanócitos produtores de melanina no interior
da epiderme afetada
• Lesões podem ser inaparentes em pessoas de pele clara
46. PLACA
§
Ligeira
elevação
§
Mais
extensa
do
que
alta
(espessa)
§
Bem
delimitada
§
Consistente
à
palpação
47. Placa
§ Pode apresentar superfície lisa, rugosa, papulosa, ondulada,
ou uma combinação de todas principalmente quando secada
com gaze ou jato de ar.
48. Placa
§
Espessamento
consiste
em
acúmulo
de
queratina
que
produz
uma
aparência
de
opacidade
geralmente
impedindo
a
visualização
do
conjuntivo.
49. Placa
Etiologia
Traumática
Mecânica – próteses mal adaptadas,
arestas cortantes de dentes, hábitos, etc.;
Química – produtos químicos, tabagismo, etc.;
Física – radiação solar
50. Placa
Etiologia
Infecciosa Hereditária
É provocada por Candida Leucoedema, Nevo
albicans, HPV, etc. branco
Esponjoso, etc.
Outras Leucoplasia, líquen plano, etc.
51. Placa
A
manobra
de
semiotécnica
indicada
é
a
raspagem.
Quando
cede,
estamos
frente
a
uma
pseudomembrana
cujo
diagnóstico
mais
frequente
é
a
candidose
pseudomembranosa
aguda.
52. PLACA
§
Seu
diagnóstico
deve
ser
cuidadoso,
pois
em
forma
de
placa
podem
apresentar-‐se
patologias
inócuas
(hiperqueratose,
candidíase
hiperplásica,
etc.)
e
lesões
cancerizáveis
(leucoplasia
e
líquen
plano).