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Introdução

    Tudo começou no dia 5 de dezembro quando comemoramos, no nosso agrupamento, o Dia
Internacional da Pessoa com Deficiência, com a dinamização de diversas atividades de sensibilização para a
deficiência, numa perspetiva positiva, focalizada não nas incapacidades, mas nas potencialidades de cada
um. Acreditamos que o olhar sobre aquilo de que cada um é capaz, gera uma outra atitude, em que há lugar
para ultrapassar barreiras, em que há lugar para acreditar que é possível…
    Apostando nesta perspetiva, um grupo de jovens da Cercigaia dinamizou a história O Dragão e a
Princesa, que nos fala de uma princesa muito especial. Partindo desta história, o grupo de Educação
Especial lançou o desafio “Imaginar + além”, em que os alunos deveriam dar continuidade a esta narrativa
enternecedora, que sensibiliza para a inclusão da diferença, para os direitos das Pessoas Especiais.
    Em cada escola, foram traçados novos caminhos. As turmas do 4º e 3º anos da EB1 do Candal, 1ºA,
2ºB e 4ºB do Centro Escolar de Lobão, Pré, 3º e 4ºB da EB1 de Gião e Centro Escolar de Louredo,
abraçaram este desafio e deram largas à imaginação alongando a história, que ganhou novas personagens,
novos tramas e novos cenários.Com a criatividade dos alunos, a história continuou, mas ainda não acabou…
No final, deixamos o convite a todos os que leram este trabalho para novos rumos a esta história dar.




                                                                                                         1
A história começou…




                      2
No Centro Escolar de Louredo os professores juntaram-se e contaram em fantoches a história do


 Dragão e da Princesa aos alunos. Assim começou a narração da história    O Dragão e a
 Princesa…
                                                              Era uma vez um Dragão que, apesar do seu
                                                            enorme tamanho, tinha medo dos homens e fugia
                                                            deles. Tudo porque, quando era mais novo e
                                                            pequeno, foi capturado pelos homens e feito
                                                            prisioneiro   num   circo.   Nesse    circo,   ele   era
                                                            maltratado e preso a uma corrente o tempo todo.
                                                            Apenas    lha   retiravam    quando     começava      o
                                                            espetáculo em que era obrigado a fazer papel de
                                                            mau.




  Então aí era mais mal tratado e humilhado,
obrigado a fazer coisas más só para espantar e
assustar as pessoas.
  E assim foi durante anos sempre o mesmo a se
repetir, com o dragão cansado, farto e desejoso de
fugir!




                                                             Mas, num momento de distração, sem ninguém
                                                           se aperceber, pôs-se em fuga o Dragão para nunca
                                                           mais aparecer…




                                                                                                             3
O tempo de terror e humilhação já era passado e
 o Dragão agora era feliz. E a felicidade que ele
 sentia devia-se ao facto de, ao longo da sua
 caminhada, ter encontrado uma menina. Uma
 menina que nasceu diferente e, devido à sua
 diferença, fora abandonada pelos homens no meio
 do mato. Esteve quase, quase a ser comida pelos
 lobos, não fosse a coragem do Dragão para a
 salvar. Era uma alcateia de lobos ferozes e
 famintos, capazes de comer a princesa, o Dragão e
 quem mais aparecesse.




                                                             O Dragão, corajoso e sem nada a temer, socorreu a
                                                            menina e com ela quis viver.
                                                             O Dragão vagueava pelo mundo com a sua menina,
                                                            escondido dos homens, para não lhe fazerem mal.
                                                             Foi então que encontrou um castelo abandonado, o
                                                            qual se dizia já há muito tempo que era habitado por
                                                            fantasmas. Mas como o Dragão sabia que não existiam
                                                            fantasmas, fez dele o seu lar. Chamou a menina de
                                                            Princesa e decidiu que seria muito feliz ali. Toda a
                                                            pessoa que se aproximava do castelo, ele assustava
                                                            soprando fogo pelas ventas, pois as pessoas tinham
                                                            sido muito más para ele e para a Princesa.




 As pessoas das redondezas não queriam passar perto
nem ouvir falar do assombrado castelo com fantasmas,
monstros e dragões, e isso era o que o Dragão queria para
não fazerem mal à sua menina. Estava assim o Dragão
sossegado e concentrado na educação do melhor ser
humano do mundo, a sua Princesa, que estava protegida e
longe do contacto com as pessoas más.
 Os anos foram passando, a Princesa crescendo e
tornando-se cada vez mais curiosa! Olhava para a aldeia
distante e perguntava:
  - Quem são aquelas pequenas pessoas que vivem lá em
baixo?
 - Lá no fundo naquele vale, vivem pessoas muito más. Só
nos querem fazer mal. Peço-te que nunca lá vás!


                                                                                                         4
Na aldeia morava um menino muito distraído, que andava sempre com a cabeça na lua à procura de
borboletas. Um dia, distraído atrás de uma borboleta, começou a subir o monte em direção ao castelo.
Subiu…subiu… Estava muito habituado e treinado a perseguir borboletas, por isso conseguia andar por entre os
arbustos em silêncio. Ele não as queria assustar, pois com o barulho, as borboletas fugiam.
 O menino gostava muito de apreciar os animais em liberdade, pois achava que eles eram mais bonitos e
felizes sendo livres.
 Enquanto a borboleta passeava de folha para ramo, de ramo para flor, de flor para erva, o menino continuava
atrás dela e, sem se aperceber, aproximava-se perigosamente do castelo. Até que, inesperadamente, com
enorme surpresa, a borboleta pousou no cabelo da linda Princesa. Frente a frente, olhando um para o outro,
disseram ao mesmo tempo:
  - Que coisa tão linda!
  - Quem? A borboleta?
  - Não, tu! Nunca vi nada tão belo!...
 A Princesa, contente, ao menino agradeceu, mas logo de repente sabem quem apareceu? O Dragão, a soltar
fogo pelas ventas.
  - Quem és tu? Que fazes por aqui? Que queres à Princesa? Como foi que não te vi?
 - Nada, nada! Vim só atrás de uma borboleta. Gosto de apreciar animais em liberdade porque se sentem
felizes e não nos fazem mal.
  - E como posso acreditar em tal?
  - É verdade, é verdade, podes acreditar! Olha aqui a borboleta pousada no meu cabelo!
  - Isso que me dizes é difícil de acreditar! E agora, com o meu bafo, em cinzas vou-te deixar!
  - Nesse preciso momento a borboleta levanta voo e foi pousar na cabeça do menino e este logo disse:
  - Não queres com certeza destruir tão bela criatura da mãe Natureza!
  - Eu vou acreditar em ti, mas antes que mude de ideias, desaparece daqui!
  - Quando o menino se preparava para desatar a correr monte abaixo, o seu nome a Princesa quis saber:
  - Alto lá, não vás a correr! Primeiro o teu nome tens de me dizer!
  - Pedro, Princesa.
  - Fica mais um pouco. Se gostas tanto de animais não podes ser mau. Pois não?
  - És capaz de ter razão…Mas meu menino, atenção! Se fazes algum disparate, transformo-te em cinza e
mando-te para Marte!
 E assim o Pedro passou a visitar a Princesa regularmente para com ela brincar. Tudo corria bem, não
fosse…Passou um dia, dois, três…                                                                         5
O Pedro não aparecia e a Princesa adoeceu com as
                                                            saudades que sentia. Sim, é verdade! Pois pode-se
                                                            adoecer de saudade.
                                                              O Dragão, assustado, não sabia o que fazer, e a
                                                            Princesa piorava, podendo mesmo morrer. Precisava
                                                            urgentemente      de   um    médico.   Mas   médico      só
                                                            encontraria na aldeia onde vivem os homens, esses
                                                            seres cruéis que abandonaram uma linda menina e
                                                            maltrataram o Dragão. E os homens, decerto, também
                                                            iriam pensar que o Dragão era grande e mau, que os iria
                                                            magoar.
                                                              - E agora o que vou fazer? Aqui não posso ficar! Se
                                                            for à aldeia, posso morrer, mas a Princesa terei de
                                                            salvar.
                                                              O Dragão pegou na Princesa e, decidido, desata
                                                            monte abaixo em direção à aldeia.



  As pessoas da aldeia, quando viram o Dragão aproximar-
se, começaram a correr apavoradas, com medo a gritar!
 - Socorro, venham todos ajudar! O Dragão vem-nos atacar! -
E traz com ele uma criança, o maldito, lá no ar! Já deve ter-lhe
feito mal. Venham todos para o matar!
  A multidão reuniu-se no meio da aldeia com paus e pedras.
A coisa estava mesmo feia.
 O Dragão não teve medo, pois o mais importante era salvar
a Princesa, mesmo que para isso ele tivesse de morrer. Nada
mais interessava, pois a Princesa era a única coisa que ele
tinha no mundo! Quando os homens se preparavam para
começar a bater-lhe, imaginem quem foi que acabou por
aparecer!



                                                               O Pedro com certeza! O amigo do Dragão e da
                                                              Princesa! E logo o menino gritou alto e a bom som:
                                                               - Não, o Dragão é bom! Só fingiu que era mau

                                                              para ninguém se aproximar do castelo, com medo
                                                              que fizessem mal à Princesa.
                                                               - A sério? De verdade? Então temos de os ajudar!
                                                              Que aconteceu à Princesa?
                                                               - A minha princesa está doente. Preciso da vossa
                                                              ajuda, é muito urgente!
                                                                   Toda a gente da aldeia decidiu ajudar, pois era
                                                              preciso rapidamente um médico encontrar.
                                                                   - Um médico!... Um médico!...


                                                                                                               6
O médico chegou perto da Princesa para fazer o
             seu melhor, mas no ar pairava um silêncio quase
             assustador… De repente, o médico deu um salto e
             conseguiu assustar toda a gente. Mas eis que a
             Princesa despertou de novo para o dia e o médico
             deu um salto, um salto de alegria!
              - A Princesa está curada, era falta de companhia!
              - A Princesa ficou boa, o Dragão contente, o
             Pedro feliz, assim como toda a gente! A partir desse
             dia, tudo foi diferente! O Dragão e a Princesa
             ficaram a morar na aldeia e as pessoas da aldeia
             aprenderam a aceitar, a conviver em harmonia e
             qualquer que fosse a diferença, ali não existia!




Luís Baião, O Dragão e a Princesa (texto adaptado), Cercigaia




                                                                7
E um novo caminho ganhou…




                            8
A Princesa queria fazer novos amigos, decidiu então enviar um postal para várias escolas. No postal
dizia assim:


         Caras crianças,

        Desejava ter a vossa amizade para nos conhecermos melhor.
    Vou fazer uma festa e gostaria de contar com a vossa presença!
        Moro em Santa Maria da Feira e a festa realiza-se no dia 26
    de fevereiro.


                                                            Princesa


    Os meninos do Candal foram os primeiros a responder.


      Cara Princesa,

     Gostamos muito do teu convite, mas temos medo do
 dragão!

                                          Os meninos do Candal



    A Princesa tratou logo de responder aos meninos do Candal …


                           Meus queridos amigos da escola do Candal,


                           Não tenham medo do dragão porque ele é muito
                       meu amigo e não faz mal a nenhuma criança. Ele tem
                       um coração de ouro. De certeza que vão ficar muito
                       amigos dele!
                                                                       Princesa



    Os meninos do Centro Escolar de Lobão acharam a ideia do convite muito boa e todos resolveram fazer
um presente para o Dragão. Depois de muita conversa e de várias sugestões, o Tomás do 4º B achou
melhor pedir ajuda a um familiar do Dragão… Mas onde será que o vamos encontrar? !...




                                                                                                          9
O Carlos do 1º ano teve uma ideia:

       - Temos de ir à caverna onde moram os dragões!

       Então alguns meninos foram até à caverna. Lá encontraram o pai Dragão, a mãe Dragão e os bebés
   dragões. Os meninos disseram:
       - Deve ser o pai, a mãe e os irmãos do Dragão!




    Os dragões foram muito simpáticos e quando viram
os meninos convidaram-os logo para jantar. Durante o
jantar, os meninos deram notícias do Dragão, que vivia
com a Princesa e explicaram toda a sua história. Os pais
ficaram muito contentes por ele agora viver feliz com a
Princesa. Os meninos aproveitaram para perguntar aos
pais o que ele gostava, pois queriam oferecer-lhe um
presente. O pai e a mãe Dragão logo responderam:
    - O nosso filho gosta muito de desenhos!



       As crianças ficaram muito felizes com a resposta e agradeceram por terem sido tão bem recebidos.
   Regressaram a casa e, no dia seguinte, contaram a todos os meninos a sua aventura. Pensaram e
   resolveram fazer um cartaz gigante com muitos desenhos. Cada um imaginou um desenho para o Dragão. O
   Francisco disse:
         - Vou desenhar uma princesa!

         - E eu vou desenhar um dragão! – acrescentou o Carlos.




                                                                                                        10
Os meninos da escola de Gião também responderam ao convite da Princesa.




Olá Princesa,


    És muito bonita e tens um amigo muito bondoso que é o Dragão. Nós gostamos muito de
jogar computador. E tu jogas com o Dragão no computador? Na tua festa vai haver
computadores?
                                      Sim         Não 

    Se não tiveres computador nós levamos os nossos, pois queremos brincar convosco!
    Como podes ver, queremos muito ir à tua festa e agradecemos o teu convite.


                                                                          Os meninos de Gião



    A Princesa recebeu a carta, leu-a, guardou-a com carinho e logo começou a escrever a resposta.



    Olá meninos de Gião,


    Obrigada pela vossa resposta. Tiveram uma grande ideia! Não tinha pensado fazer
uma festa com computadores. Como só tenho um, peço-vos que tragam os vossos. Tenho
uma surpresa doce para partilhar com todos. Cá vos espero!


                                                                   Beijinhos da Princesa



    Os meninos de Gião gostaram da resposta da Princesa e ficaram muito curiosos em relação à surpresa.
Cada um pensou numa possibilidade. A Suse disse:
    - Serão rebuçados?!
    O Miguel comentou:
    - Serão chupas?!
    - Acho que são chicletes! - disse a Tatiana.




                                                                                                     11
Os meninos do 4ºB da escola de Gião ficaram ansiosos pela festa e pela surpresa e exclamaram:
    - A melhor surpresa seria a amizade e o carinho entre todos os presentes da festa. Esse sim, é o
melhor doce que pode haver! Ficamos muito agradecidos e ansiosos, que chegue esse grande dia!




    Os outros meninos do Centro Escolar de Lobão decidiram desenhar muitos meninos e meninas à volta
do Dragão e da Princesa. Mas não só, desenharam também casas, flores, borboletas, o céu, o sol, árvores,
relva…




    Assim ficou um desenho muito bonito. Depois de pronto, a Gabriela embrulhou o presente com a ajuda
da professora.
    Também os meninos da sala A do Pré-escolar de Gião enviaram um cartão que dizia:


                     Olá Princesa!

                     Gostamos muito de ti e do teu amigo Dragão e queremos
                 participar da tua festa. Junto, mandamos muitos desenhos giros que
                 fizemos para enfeitar a tua festa. Esperamos que gostem!
                     Terminamos mandando muitos beijinhos… e até à festa!




                                                                                                       12
As crianças do Jardim de Infância de Gião, da sala B, ficaram eufóricas com o convite da Princesa.
Todas as crianças transmitiram aos pais vontade de ir à festa e estes alugaram um autocarro.
     - Ah! Mas temos de fazer uma prenda para a Princesa e outra para o Dragão! – disseram os meninos.
     - Podemos fazer um porta-moedas com pacotes de leite – sugeriu uma das meninas.
     - Temos de comprar papel, um laço e fita-cola para embrulhar – acrescentou outro.
     - Temos de por um cartão a dizer quem oferece a prenda e agradecer por nos terem convidado! –
concluiu uma das crianças.
    Depois de receber a confirmação dos seus convidados, a Princesa iniciou os preparativos para a grande
festa. Ela montou no seu Dragão verde e voaram até ao mercado, para escolherem os doces para a festa.




    Aterraram no parque de estacionamento para dragões, um terreno enorme feito de relva macia. A
Princesa desceu do Dragão com a ajuda do Pedro, o seu melhor amigo, e foram à pastelaria Doçuras
Açucaradas.




                                                                                                         13
A dona da “Doçuras Açucaradas” era a dona Matilde, uma senhora com cerca de sessenta anos,
cabelos brancos e com um rosto onde se podiam ver algumas rugas. Ela era uma senhora gentil e meiga, de
estatura baixa e sempre disponível para ajudar os seus clientes na difícil tarefa de escolher entre os seus
deliciosos doces.
    Depois de alguma escolha, a Princesa lá se decidiu pelos melhores doces: chupa-chupas com sabor a
Coca-cola amarga, gomas de baleia azul, chicletes com a forma de espinhas de atum, rebuçados de rabo de
porco e gelados de dragão negro.
    Antes de sair, a Princesa pagou a despesa com uma nota de vinte euros e ainda recebeu de troco umas
moeditas castanhas de pouco valor.




    A Princesa saiu da loja despedindo-se da dona Matilde e foi para o parque de estacionamento de
dragões, onde a aguardava pacientemente o seu querido amigo Dragão.
    No dia da festa, de manhã, todos os meninos tomaram banho para irem cheirosos, vestiram roupas
novas e foram assim todos pimpões!
    Uma camioneta veio buscá-los à escola e levou-os à festa. Ao chegarem, o Dragão e a Princesa
estavam à espera de todos os meninos que agradeceram o convite. No salão, já estavam os meninos de
Gião. Só depois apareceram os meninos de Canedo, que vieram numa camioneta azul.




    A Princesa e o Dragão estavam à espera deles e disseram:
    - Olá meninos! Entrem e sentem-se para lanchar, que de seguida vamos todos brincar!




                                                                                                         14
Todas as crianças brincaram com a Princesa e o Dragão! O salão era muito grande e estava enfeitado
com balões, desenhos e luzes coloridas.




    Havia uma mesa com pacotinhos de doces, outra com um bolo gigante,
decorado com a Princesa e o Dragão em miniatura.




                     Um palhaço fazia malabarismos e brincadeiras com balões, animando todos os
                 presentes.



    Seguiu-se o baile de máscaras. Havia baús com roupas e adereços para todos se fantasiarem.




    Enquanto isso, os meninos que não gostavam de máscaras, jogaram nos computadores.




    No final da festa realizou-se uma pinhata, que o Dragão conseguiu rebentar com a sua longa cauda. Os
meninos apanharam as guloseimas. Antes de irem embora, trocaram presentes. A Princesa agradeceu a
presença de todos e distribuiu pacotinhos de doces por todas as crianças. Todos se divertiram e ficaram
amigos!




                                                                                                      15
Mas logo outro se atravessou…




                            16
A Princesa vivia feliz na sua aldeia mas queria conhecer mais e mais pessoas e, com a ajuda do Dragão
e de todos os seus amigos, organizou uma festa e enviou convites para os quatro cantos do mundo. Os
convites viajaram para a Austrália, a África do Sul, o México, a Guiné – Bissau, a Argentina, a China, o Egito,
a Colômbia, a Ucrânia, a Holanda, o Canadá, …




    Enviados os convites, a Princesa, o Pedro, o Dragão e a população da aldeia iniciaram com entusiasmo,
alegria e empenho, os preparativos para a grandiosa e tão esperada festa.
    O Pedro lembrou que deveriam aguardar as confirmações dos convidados. Passados alguns dias a
caixa do correio da Princesa estava a abarrotar!




    Ao ler as respostas dos seus convites verificaram que alguns convidados eram especiais.
    No meio de tantas respostas existiam algumas que logo chamaram a atenção por serem de meninos
especiais.
    A primeira vinha num envelope azul celeste. Quando a Princesa o foi abrir, verificou que apenas havia
um papel branco com muitos “piquinhos”.

                                                               ………
                                                    …. .. … .. .. …
                                                    .. .. . . .. … ..
                                                    .. … .. .. … .. . .
                                                    … . … … .. . …
                                                    …… .. … … … .
                                                    …



    - Que estranho! - disse a Princesa.
    - Quem terá mandado esta resposta? Será brincadeira? – acrescentou o Pedro.
    O Dragão sorriu e disse:
    - Isto é Braille.
    O Pedro e a Princesa olharam um para o outro, não percebendo nada do que se estava a passar...
Então o Dragão explicou-lhes que Braille era a linguagem dos cegos, e como tal, o menino que enviou essa
resposta só poderia ser um menino cego.
    O Pedro e a Princesa ficaram muito preocupados porque não sabiam ler aquela mensagem. Como
poderiam resolver este problema?
    A Princesa sugeriu que fossem procurar o Doutor Florindo Botica, pois era a pessoa mais sábia da
aldeia. Assim foi...quando lá chegaram explicaram o problema ao Doutor. Este coçou a cabeça e disse:




                                                                                                             17
- Isso é um caso muito complicado! Não vos posso ajudar porque não sei ler Braille, mas sei de uma
pessoa que talvez vos possa ajudar….No fundo da aldeia, vive uma senhora muito velhinha que é invisual,
vão lá e talvez ela vos ajude.
    Quando lá chegaram, a dita senhora leu a mensagem e disse-lhes que era um menino invisual que tinha
um cão guia. O menino também dizia, que iria estar na festa e que levaria o seu amigo cão.
    Um problema já estava resolvido. Abriram então a segunda carta e mal a leram a Princesa disse:
     - Oh não… mais uma situação complicada … e agora como a vamos resolver?




                                  A solução está na tua
 participação! Usa a imaginação
                                 e continua a história da
                            Princesa e do Dragão…
                                                                                                     18

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A história continua: O Dragão, a Princesa e o menino Pedro

  • 1. Introdução Tudo começou no dia 5 de dezembro quando comemoramos, no nosso agrupamento, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, com a dinamização de diversas atividades de sensibilização para a deficiência, numa perspetiva positiva, focalizada não nas incapacidades, mas nas potencialidades de cada um. Acreditamos que o olhar sobre aquilo de que cada um é capaz, gera uma outra atitude, em que há lugar para ultrapassar barreiras, em que há lugar para acreditar que é possível… Apostando nesta perspetiva, um grupo de jovens da Cercigaia dinamizou a história O Dragão e a Princesa, que nos fala de uma princesa muito especial. Partindo desta história, o grupo de Educação Especial lançou o desafio “Imaginar + além”, em que os alunos deveriam dar continuidade a esta narrativa enternecedora, que sensibiliza para a inclusão da diferença, para os direitos das Pessoas Especiais. Em cada escola, foram traçados novos caminhos. As turmas do 4º e 3º anos da EB1 do Candal, 1ºA, 2ºB e 4ºB do Centro Escolar de Lobão, Pré, 3º e 4ºB da EB1 de Gião e Centro Escolar de Louredo, abraçaram este desafio e deram largas à imaginação alongando a história, que ganhou novas personagens, novos tramas e novos cenários.Com a criatividade dos alunos, a história continuou, mas ainda não acabou… No final, deixamos o convite a todos os que leram este trabalho para novos rumos a esta história dar. 1
  • 3. No Centro Escolar de Louredo os professores juntaram-se e contaram em fantoches a história do Dragão e da Princesa aos alunos. Assim começou a narração da história O Dragão e a Princesa… Era uma vez um Dragão que, apesar do seu enorme tamanho, tinha medo dos homens e fugia deles. Tudo porque, quando era mais novo e pequeno, foi capturado pelos homens e feito prisioneiro num circo. Nesse circo, ele era maltratado e preso a uma corrente o tempo todo. Apenas lha retiravam quando começava o espetáculo em que era obrigado a fazer papel de mau. Então aí era mais mal tratado e humilhado, obrigado a fazer coisas más só para espantar e assustar as pessoas. E assim foi durante anos sempre o mesmo a se repetir, com o dragão cansado, farto e desejoso de fugir! Mas, num momento de distração, sem ninguém se aperceber, pôs-se em fuga o Dragão para nunca mais aparecer… 3
  • 4. O tempo de terror e humilhação já era passado e o Dragão agora era feliz. E a felicidade que ele sentia devia-se ao facto de, ao longo da sua caminhada, ter encontrado uma menina. Uma menina que nasceu diferente e, devido à sua diferença, fora abandonada pelos homens no meio do mato. Esteve quase, quase a ser comida pelos lobos, não fosse a coragem do Dragão para a salvar. Era uma alcateia de lobos ferozes e famintos, capazes de comer a princesa, o Dragão e quem mais aparecesse. O Dragão, corajoso e sem nada a temer, socorreu a menina e com ela quis viver. O Dragão vagueava pelo mundo com a sua menina, escondido dos homens, para não lhe fazerem mal. Foi então que encontrou um castelo abandonado, o qual se dizia já há muito tempo que era habitado por fantasmas. Mas como o Dragão sabia que não existiam fantasmas, fez dele o seu lar. Chamou a menina de Princesa e decidiu que seria muito feliz ali. Toda a pessoa que se aproximava do castelo, ele assustava soprando fogo pelas ventas, pois as pessoas tinham sido muito más para ele e para a Princesa. As pessoas das redondezas não queriam passar perto nem ouvir falar do assombrado castelo com fantasmas, monstros e dragões, e isso era o que o Dragão queria para não fazerem mal à sua menina. Estava assim o Dragão sossegado e concentrado na educação do melhor ser humano do mundo, a sua Princesa, que estava protegida e longe do contacto com as pessoas más. Os anos foram passando, a Princesa crescendo e tornando-se cada vez mais curiosa! Olhava para a aldeia distante e perguntava: - Quem são aquelas pequenas pessoas que vivem lá em baixo? - Lá no fundo naquele vale, vivem pessoas muito más. Só nos querem fazer mal. Peço-te que nunca lá vás! 4
  • 5. Na aldeia morava um menino muito distraído, que andava sempre com a cabeça na lua à procura de borboletas. Um dia, distraído atrás de uma borboleta, começou a subir o monte em direção ao castelo. Subiu…subiu… Estava muito habituado e treinado a perseguir borboletas, por isso conseguia andar por entre os arbustos em silêncio. Ele não as queria assustar, pois com o barulho, as borboletas fugiam. O menino gostava muito de apreciar os animais em liberdade, pois achava que eles eram mais bonitos e felizes sendo livres. Enquanto a borboleta passeava de folha para ramo, de ramo para flor, de flor para erva, o menino continuava atrás dela e, sem se aperceber, aproximava-se perigosamente do castelo. Até que, inesperadamente, com enorme surpresa, a borboleta pousou no cabelo da linda Princesa. Frente a frente, olhando um para o outro, disseram ao mesmo tempo: - Que coisa tão linda! - Quem? A borboleta? - Não, tu! Nunca vi nada tão belo!... A Princesa, contente, ao menino agradeceu, mas logo de repente sabem quem apareceu? O Dragão, a soltar fogo pelas ventas. - Quem és tu? Que fazes por aqui? Que queres à Princesa? Como foi que não te vi? - Nada, nada! Vim só atrás de uma borboleta. Gosto de apreciar animais em liberdade porque se sentem felizes e não nos fazem mal. - E como posso acreditar em tal? - É verdade, é verdade, podes acreditar! Olha aqui a borboleta pousada no meu cabelo! - Isso que me dizes é difícil de acreditar! E agora, com o meu bafo, em cinzas vou-te deixar! - Nesse preciso momento a borboleta levanta voo e foi pousar na cabeça do menino e este logo disse: - Não queres com certeza destruir tão bela criatura da mãe Natureza! - Eu vou acreditar em ti, mas antes que mude de ideias, desaparece daqui! - Quando o menino se preparava para desatar a correr monte abaixo, o seu nome a Princesa quis saber: - Alto lá, não vás a correr! Primeiro o teu nome tens de me dizer! - Pedro, Princesa. - Fica mais um pouco. Se gostas tanto de animais não podes ser mau. Pois não? - És capaz de ter razão…Mas meu menino, atenção! Se fazes algum disparate, transformo-te em cinza e mando-te para Marte! E assim o Pedro passou a visitar a Princesa regularmente para com ela brincar. Tudo corria bem, não fosse…Passou um dia, dois, três… 5
  • 6. O Pedro não aparecia e a Princesa adoeceu com as saudades que sentia. Sim, é verdade! Pois pode-se adoecer de saudade. O Dragão, assustado, não sabia o que fazer, e a Princesa piorava, podendo mesmo morrer. Precisava urgentemente de um médico. Mas médico só encontraria na aldeia onde vivem os homens, esses seres cruéis que abandonaram uma linda menina e maltrataram o Dragão. E os homens, decerto, também iriam pensar que o Dragão era grande e mau, que os iria magoar. - E agora o que vou fazer? Aqui não posso ficar! Se for à aldeia, posso morrer, mas a Princesa terei de salvar. O Dragão pegou na Princesa e, decidido, desata monte abaixo em direção à aldeia. As pessoas da aldeia, quando viram o Dragão aproximar- se, começaram a correr apavoradas, com medo a gritar! - Socorro, venham todos ajudar! O Dragão vem-nos atacar! - E traz com ele uma criança, o maldito, lá no ar! Já deve ter-lhe feito mal. Venham todos para o matar! A multidão reuniu-se no meio da aldeia com paus e pedras. A coisa estava mesmo feia. O Dragão não teve medo, pois o mais importante era salvar a Princesa, mesmo que para isso ele tivesse de morrer. Nada mais interessava, pois a Princesa era a única coisa que ele tinha no mundo! Quando os homens se preparavam para começar a bater-lhe, imaginem quem foi que acabou por aparecer! O Pedro com certeza! O amigo do Dragão e da Princesa! E logo o menino gritou alto e a bom som: - Não, o Dragão é bom! Só fingiu que era mau para ninguém se aproximar do castelo, com medo que fizessem mal à Princesa. - A sério? De verdade? Então temos de os ajudar! Que aconteceu à Princesa? - A minha princesa está doente. Preciso da vossa ajuda, é muito urgente! Toda a gente da aldeia decidiu ajudar, pois era preciso rapidamente um médico encontrar. - Um médico!... Um médico!... 6
  • 7. O médico chegou perto da Princesa para fazer o seu melhor, mas no ar pairava um silêncio quase assustador… De repente, o médico deu um salto e conseguiu assustar toda a gente. Mas eis que a Princesa despertou de novo para o dia e o médico deu um salto, um salto de alegria! - A Princesa está curada, era falta de companhia! - A Princesa ficou boa, o Dragão contente, o Pedro feliz, assim como toda a gente! A partir desse dia, tudo foi diferente! O Dragão e a Princesa ficaram a morar na aldeia e as pessoas da aldeia aprenderam a aceitar, a conviver em harmonia e qualquer que fosse a diferença, ali não existia! Luís Baião, O Dragão e a Princesa (texto adaptado), Cercigaia 7
  • 8. E um novo caminho ganhou… 8
  • 9. A Princesa queria fazer novos amigos, decidiu então enviar um postal para várias escolas. No postal dizia assim: Caras crianças, Desejava ter a vossa amizade para nos conhecermos melhor. Vou fazer uma festa e gostaria de contar com a vossa presença! Moro em Santa Maria da Feira e a festa realiza-se no dia 26 de fevereiro. Princesa Os meninos do Candal foram os primeiros a responder. Cara Princesa, Gostamos muito do teu convite, mas temos medo do dragão! Os meninos do Candal A Princesa tratou logo de responder aos meninos do Candal … Meus queridos amigos da escola do Candal, Não tenham medo do dragão porque ele é muito meu amigo e não faz mal a nenhuma criança. Ele tem um coração de ouro. De certeza que vão ficar muito amigos dele! Princesa Os meninos do Centro Escolar de Lobão acharam a ideia do convite muito boa e todos resolveram fazer um presente para o Dragão. Depois de muita conversa e de várias sugestões, o Tomás do 4º B achou melhor pedir ajuda a um familiar do Dragão… Mas onde será que o vamos encontrar? !... 9
  • 10. O Carlos do 1º ano teve uma ideia: - Temos de ir à caverna onde moram os dragões! Então alguns meninos foram até à caverna. Lá encontraram o pai Dragão, a mãe Dragão e os bebés dragões. Os meninos disseram: - Deve ser o pai, a mãe e os irmãos do Dragão! Os dragões foram muito simpáticos e quando viram os meninos convidaram-os logo para jantar. Durante o jantar, os meninos deram notícias do Dragão, que vivia com a Princesa e explicaram toda a sua história. Os pais ficaram muito contentes por ele agora viver feliz com a Princesa. Os meninos aproveitaram para perguntar aos pais o que ele gostava, pois queriam oferecer-lhe um presente. O pai e a mãe Dragão logo responderam: - O nosso filho gosta muito de desenhos! As crianças ficaram muito felizes com a resposta e agradeceram por terem sido tão bem recebidos. Regressaram a casa e, no dia seguinte, contaram a todos os meninos a sua aventura. Pensaram e resolveram fazer um cartaz gigante com muitos desenhos. Cada um imaginou um desenho para o Dragão. O Francisco disse: - Vou desenhar uma princesa! - E eu vou desenhar um dragão! – acrescentou o Carlos. 10
  • 11. Os meninos da escola de Gião também responderam ao convite da Princesa. Olá Princesa, És muito bonita e tens um amigo muito bondoso que é o Dragão. Nós gostamos muito de jogar computador. E tu jogas com o Dragão no computador? Na tua festa vai haver computadores? Sim  Não  Se não tiveres computador nós levamos os nossos, pois queremos brincar convosco! Como podes ver, queremos muito ir à tua festa e agradecemos o teu convite. Os meninos de Gião A Princesa recebeu a carta, leu-a, guardou-a com carinho e logo começou a escrever a resposta. Olá meninos de Gião, Obrigada pela vossa resposta. Tiveram uma grande ideia! Não tinha pensado fazer uma festa com computadores. Como só tenho um, peço-vos que tragam os vossos. Tenho uma surpresa doce para partilhar com todos. Cá vos espero! Beijinhos da Princesa Os meninos de Gião gostaram da resposta da Princesa e ficaram muito curiosos em relação à surpresa. Cada um pensou numa possibilidade. A Suse disse: - Serão rebuçados?! O Miguel comentou: - Serão chupas?! - Acho que são chicletes! - disse a Tatiana. 11
  • 12. Os meninos do 4ºB da escola de Gião ficaram ansiosos pela festa e pela surpresa e exclamaram: - A melhor surpresa seria a amizade e o carinho entre todos os presentes da festa. Esse sim, é o melhor doce que pode haver! Ficamos muito agradecidos e ansiosos, que chegue esse grande dia! Os outros meninos do Centro Escolar de Lobão decidiram desenhar muitos meninos e meninas à volta do Dragão e da Princesa. Mas não só, desenharam também casas, flores, borboletas, o céu, o sol, árvores, relva… Assim ficou um desenho muito bonito. Depois de pronto, a Gabriela embrulhou o presente com a ajuda da professora. Também os meninos da sala A do Pré-escolar de Gião enviaram um cartão que dizia: Olá Princesa! Gostamos muito de ti e do teu amigo Dragão e queremos participar da tua festa. Junto, mandamos muitos desenhos giros que fizemos para enfeitar a tua festa. Esperamos que gostem! Terminamos mandando muitos beijinhos… e até à festa! 12
  • 13. As crianças do Jardim de Infância de Gião, da sala B, ficaram eufóricas com o convite da Princesa. Todas as crianças transmitiram aos pais vontade de ir à festa e estes alugaram um autocarro. - Ah! Mas temos de fazer uma prenda para a Princesa e outra para o Dragão! – disseram os meninos. - Podemos fazer um porta-moedas com pacotes de leite – sugeriu uma das meninas. - Temos de comprar papel, um laço e fita-cola para embrulhar – acrescentou outro. - Temos de por um cartão a dizer quem oferece a prenda e agradecer por nos terem convidado! – concluiu uma das crianças. Depois de receber a confirmação dos seus convidados, a Princesa iniciou os preparativos para a grande festa. Ela montou no seu Dragão verde e voaram até ao mercado, para escolherem os doces para a festa. Aterraram no parque de estacionamento para dragões, um terreno enorme feito de relva macia. A Princesa desceu do Dragão com a ajuda do Pedro, o seu melhor amigo, e foram à pastelaria Doçuras Açucaradas. 13
  • 14. A dona da “Doçuras Açucaradas” era a dona Matilde, uma senhora com cerca de sessenta anos, cabelos brancos e com um rosto onde se podiam ver algumas rugas. Ela era uma senhora gentil e meiga, de estatura baixa e sempre disponível para ajudar os seus clientes na difícil tarefa de escolher entre os seus deliciosos doces. Depois de alguma escolha, a Princesa lá se decidiu pelos melhores doces: chupa-chupas com sabor a Coca-cola amarga, gomas de baleia azul, chicletes com a forma de espinhas de atum, rebuçados de rabo de porco e gelados de dragão negro. Antes de sair, a Princesa pagou a despesa com uma nota de vinte euros e ainda recebeu de troco umas moeditas castanhas de pouco valor. A Princesa saiu da loja despedindo-se da dona Matilde e foi para o parque de estacionamento de dragões, onde a aguardava pacientemente o seu querido amigo Dragão. No dia da festa, de manhã, todos os meninos tomaram banho para irem cheirosos, vestiram roupas novas e foram assim todos pimpões! Uma camioneta veio buscá-los à escola e levou-os à festa. Ao chegarem, o Dragão e a Princesa estavam à espera de todos os meninos que agradeceram o convite. No salão, já estavam os meninos de Gião. Só depois apareceram os meninos de Canedo, que vieram numa camioneta azul. A Princesa e o Dragão estavam à espera deles e disseram: - Olá meninos! Entrem e sentem-se para lanchar, que de seguida vamos todos brincar! 14
  • 15. Todas as crianças brincaram com a Princesa e o Dragão! O salão era muito grande e estava enfeitado com balões, desenhos e luzes coloridas. Havia uma mesa com pacotinhos de doces, outra com um bolo gigante, decorado com a Princesa e o Dragão em miniatura. Um palhaço fazia malabarismos e brincadeiras com balões, animando todos os presentes. Seguiu-se o baile de máscaras. Havia baús com roupas e adereços para todos se fantasiarem. Enquanto isso, os meninos que não gostavam de máscaras, jogaram nos computadores. No final da festa realizou-se uma pinhata, que o Dragão conseguiu rebentar com a sua longa cauda. Os meninos apanharam as guloseimas. Antes de irem embora, trocaram presentes. A Princesa agradeceu a presença de todos e distribuiu pacotinhos de doces por todas as crianças. Todos se divertiram e ficaram amigos! 15
  • 16. Mas logo outro se atravessou… 16
  • 17. A Princesa vivia feliz na sua aldeia mas queria conhecer mais e mais pessoas e, com a ajuda do Dragão e de todos os seus amigos, organizou uma festa e enviou convites para os quatro cantos do mundo. Os convites viajaram para a Austrália, a África do Sul, o México, a Guiné – Bissau, a Argentina, a China, o Egito, a Colômbia, a Ucrânia, a Holanda, o Canadá, … Enviados os convites, a Princesa, o Pedro, o Dragão e a população da aldeia iniciaram com entusiasmo, alegria e empenho, os preparativos para a grandiosa e tão esperada festa. O Pedro lembrou que deveriam aguardar as confirmações dos convidados. Passados alguns dias a caixa do correio da Princesa estava a abarrotar! Ao ler as respostas dos seus convites verificaram que alguns convidados eram especiais. No meio de tantas respostas existiam algumas que logo chamaram a atenção por serem de meninos especiais. A primeira vinha num envelope azul celeste. Quando a Princesa o foi abrir, verificou que apenas havia um papel branco com muitos “piquinhos”. ……… …. .. … .. .. … .. .. . . .. … .. .. … .. .. … .. . . … . … … .. . … …… .. … … … . … - Que estranho! - disse a Princesa. - Quem terá mandado esta resposta? Será brincadeira? – acrescentou o Pedro. O Dragão sorriu e disse: - Isto é Braille. O Pedro e a Princesa olharam um para o outro, não percebendo nada do que se estava a passar... Então o Dragão explicou-lhes que Braille era a linguagem dos cegos, e como tal, o menino que enviou essa resposta só poderia ser um menino cego. O Pedro e a Princesa ficaram muito preocupados porque não sabiam ler aquela mensagem. Como poderiam resolver este problema? A Princesa sugeriu que fossem procurar o Doutor Florindo Botica, pois era a pessoa mais sábia da aldeia. Assim foi...quando lá chegaram explicaram o problema ao Doutor. Este coçou a cabeça e disse: 17
  • 18. - Isso é um caso muito complicado! Não vos posso ajudar porque não sei ler Braille, mas sei de uma pessoa que talvez vos possa ajudar….No fundo da aldeia, vive uma senhora muito velhinha que é invisual, vão lá e talvez ela vos ajude. Quando lá chegaram, a dita senhora leu a mensagem e disse-lhes que era um menino invisual que tinha um cão guia. O menino também dizia, que iria estar na festa e que levaria o seu amigo cão. Um problema já estava resolvido. Abriram então a segunda carta e mal a leram a Princesa disse: - Oh não… mais uma situação complicada … e agora como a vamos resolver? A solução está na tua participação! Usa a imaginação e continua a história da Princesa e do Dragão… 18