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História 53

                                            RESSURREIÇÕES

                            RESSURREIÇÃO DO FILHO DA VIÚVA DE NAIM
                                       Segundo.São Lucas.


                                         Dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus
                                   discípulos e uma enorme multidão. Como se aproximasse da porta da cidade,
                                   eis que saia o enterro do filho único de uma viúva; e grande número de
                                   pessoas iam com ela. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se e disse:

                                         _Não chores!

                                         Chegando-se tocou o esquife e parando os que o conduziam disse:

                                         _Jovem, eu te mando: Levanta-te!

                                        Sentou-se o que estava morto e começou a falar; e Jesus o restituiu a
                                   sua mãe

                                         Todos ficaram de temor e glorificaram a Deus dizendo:

     _Um grande profeta se levantou entre nós, e: Deus visitou o seu povo.

     Esta noticia a respeito Dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.


                                  RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO.
                                         Segundo.São Mateus


     Enquanto caminhavam, eis que um chefe aproximou-se e o adorou, e disse:

     _Minha filha faleceu agora mesmo, mas vem, a Tua mão sobre ela e ela viverá.

     Jesus o seguiu e também os seus discípulos.

     Tendo Jesus chegado a casa de Jairo e vendo os tocadores de flauta e o povo em alvoroço disse:

     _Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme. E riram-se Dele.

     Mas afastando o povo, entrou Jesus, tomando a menina pela mão e ela se levantou.

     A fama deste acontecimento correu por toda aquela terra.

                                      RESSURREIÇÃO DE LÁZARO.
                                           Segundo .São João

      Estava enfermo Lázaro, irmão de Marta e Maria que moravam em Betânia, aldeia nas cercanias de
Jerusalém.

     Marta sabendo de que Jesus vinha, saiu ao seu encontro e disse:




                                                                                                                1
_Senhor, está enfermo aquele a quem amas.

      Ao receber a noticia, disse Jesus:

       _Esta enfermidade não é para a morte e sim para a gloria de Deus, a fim de que o filho de Deus, seja por
ela glorificado.

     Ora, amava Jesus a Marta e sua irmã e a Lázaro. Quando pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se
demorou dois dias no lugar onde estava.

                                                       Disseram-lhe os discípulos:

                                                       _Ainda agora, os Judeus procuraram apedreja-te e ficas
                                               aqui?

                                                       Respondeu Jesus:

                                                     _Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não
                                               tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas se andar de noite,
                                               tropeça porque nele não há luz. E depois lhes acrescentou: Nosso
                                               amigo Lázaro, adormeceu, mas vou para desperta-lo.

      Disseram-lhe então os discípulos:

      _Senhor, se dorme estará salvo.

      Marta quando soube que Jesus vinha, saiu ao seu encontro. Disse pois Marta:

     _Senhor, se estivera aqui, não teria morrido meu irmão, mas sei que tudo o que pedires, vos será
concedido.

      Declarou-lhe Jesus:

    _Teu irmão há de ressurgir na ressurreição no último dia. Disse-lhe ainda: Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente.

      Maria chegou ao lugar e vendo Jesus, lançou-se lhe aos pés dizendo:

      _Senhor, se aqui estiveras, meu irmão não teria morrido.

      Vendo-a chorar, Jesus se comoveu e perguntou:

      _Onde o sepultastes?

      _Vem e vê, Senhor.

      Jesus chorou.

      Então disseram os judeus:

      _Vede quanto o amava?

      Mas alguns objetaram:

      _Não podia ele, que abriu os olhos aos cegos, fazer com que este não morresse?



                                                                                                                  2
Jesus, agitando-se em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo. Era uma gruta, em cuja entrada tinham
posto uma pedra e disse:

      _Tirai a pedra.

      Disse-lhe Marta:

      _Senhor já cheira mal, porque já é de quatro dias.

      Respondeu-lhe Jesus:

      _Não te disse eu que se creres, veras a gloria de Deus?

                                                      Tiraram então, a pedra e Jesus, levantando os olhos para o
                                                  Céu disse:

                                                      _Pai, graças te dou porque me ouviste. Alias, eu sei que
                                                  sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão
                                                  presente, para que creiam que me envias-te.

                                                      E dito isto, chamou em alta voz:

                                                      _Lázaro, vem para fora.

      Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e mãos ligados com ataduras e o rosto envolto em um lenço.
Então lhes disse Jesus:

      _Desatai-o e deixai-o ir.

      Muitos dos judeus que tinham vindo visitar a família, creram nele. Outros foram ter com os fariseus e lhes
contaram dos feitos que Jesus realizara.




NOTA:

       No livro "A Gênese" De Allan Kardec, no capítulo "Os Milagres do Evangelho" (Ressurreições) diz:
"O fato do retorno à vida corpórea, de um indivíduo realmente morto, seria contrário às leis da Natureza e por
conseguinte, miraculoso. Ora não é necessário recorrer a essa ordem de fatos para explicar as ressurreições
operadas pelo Cristo. Se, entre nós, as aparências enganam, as vezes, os profissionais, os acidentes dessa
natureza deveriam ser bem freqüentes num país onde não se tomava nenhuma precaução, e onde o enterro era
imediato. Há, portanto, toda a probabilidade de que, nos dois primeiros exemplos acima, não havia senão síncope
ou letargia. O próprio Jesus disse-o positivamente a filha de Jairo: Esta jovem, disse ele, não esta morta, ela esta
adormecida. Em conseqüência da força fluídica que Jesus possuía, nada é de admirar que esse fluido vivificante,
dirigido por uma forte vontade, havia reanimado os sentidos entorpecidos; que haja mesmo podido chamar, para
o corpo, o Espírito prestes a deixa-lo, enquanto o laço perispiritual não estava definitivamente rompido. Para os
homens desse tempo, que acreditavam o indivíduo morto desde que não mais respirasse, havia ressurreição e
puderam afirma-lo com muita boa fé, mas havia, em realidade, CURA e não ressurreição na acepção da palavra.

       Já a ressurreição de Lázaro, o que quer que se diga, não infirma de nenhum modo este principio. Estava,
diz-se, há quatro dias no sepulcro; mas sabe-se que há letargias que duram de oito dias a mais. Acrescenta-se que
ele cheirava mal, o que é um sinal de decomposição. Essa alegação não prova nada, não mais tendo em vista que,
entre certos indivíduos, há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, e que exalam um odor de
podridão. A morte não chega senão quando os órgãos essenciais á vida são atacados.




                                                                                                                   3
E quem poderia saber se ele cheirava mal? Foi a sua irmã Maria que o disse, mas como o sabia ela?
Estando Lázaro enterrado há quatro dias, ela o supunha, mas disso não podia ter certeza."(Cap.xiv,n.29) (1)
RESSURREIÇÃO SEGUNDO VINICIUS.

     Jesus realizou duas categorias de ressurreição: Ressurreição do corpo, e a ressurreição do espírito.
Ressuscitou Lázaro e ressuscitou Madalena. Aos olhos do mundo, a primeira destas duas maravilhas assume
maiores proporções, mas aos olhos de Deus, o segundo prodígio é mais belo e mais precioso.

       O corpo de Lázaro veio a morrer após aquela ressurreição. Madalena nunca mais morreu, porque o que
nela ressurgiu, não foi a carne, e sim o espírito. A carne ressurge para a morte, a alma ressurge para a vida. Jesus,
ressuscitando Lázaro, ressuscitou um vivo, porque Lázaro já vivia a vida do espírito. Ressuscitando Madalena,
ressuscitou um cadáver porque sua alma era morta para a espiritualidade.

                                          Jesus ressuscitando Lázaro, afilha de Jairo e o filho da viuva de Naim,
                                    teve em mira, promover ressurreições de almas. Operava aqueles feitos,
                                    como meio de atingir um fim: ressuscitar espíritos mortos, sepultados em
                                    túmulos de carne.

                                          Tal é o que de fato interessava. Em produzir feitos dessa natureza, esta
                                    a missão da qual o Pai o revestiu.
                                    Quando Jesus disse aos seus apóstolos: "Ide, pregai o Evangelho, ressuscitai
                                    os mortos" é da ressurreição do espírito que ele falava.

                                          Em idêntico sentido se devem tomar estas suas palavras: "Eu sou a
                                    ressurreição e a vida, aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá,
                                    e o que vive e crê em mim jamais morrerá."

                                          O mundo se maravilha da ressurreição de Lázaro. O Céu se extasia da
                                    ressurreição de Madalena.

      O mundo vê o auge do poder no cadáver redivivo. O Céu vê o fastígio da gloria na alma rediviva.

      O mundo contempla estupefato, um morto saindo de um túmulo de pedra. O Céu rejubila-se contemplando
uma alma resgatada, que sai do negror da devassidão, para as serenas e puras regiões da luz. Lázaro foi um
missionário na terra: veio para dar testemunho de que Jesus era o Cristo, o Ungido de Deus. Madalena representa
o produto, o resultado, o fruto bendito da obra redentora do Salvador do gênero humano. Jesus foi muito grande
ressuscitando Lázaro, mas foi maior ainda ressuscitando Madalena que segundo Humberto de Campos em a
"BOA NOVA" psicografada por Francisco Cândido Xavier, vivia em uma vila principesca, entregue aos prazeres
materiais.

       Até ali caminhara ela sobre as rosas rubras do desejo, embriagando-se com o vinho de condenáveis
alegrias. No entanto, seu coração estava sequioso e em desalento. Jovem e formosa, emancipara-se dos
preconceitos férreos de sua raça. Sua beleza a escravizara aos caprichos de mulher, os mais ardentes
admiradores; mas seu espírito tinha fome de amor. O profeta nazareno havia plantado em sua alma novos
pensamentos: Depois que ouvira a palavra no Sermão da Montanha, observou que as facilidades da vida, lhe
traziam agora um tédio mortal ao espírito sensível. Tudo se lhe tornara árido e triste. Maria chorou longamente,
embora não compreendesse ainda o que pleiteava o profeta desconhecido. Entretanto ouvira-lhe as pregações,
como convite amoroso, tocando-lhe as fibras mais sensíveis de mulher. Jesus chamava os homens para uma vida
nova.

      Decorrida uma noite de grandes meditações e antes do famoso banquete de Naim, onde ela ungiria
publicamente os pés de Jesus com o bálsamo perfumado de seu afeto. Dispunha-se a procurar Jesus. Como a
receberia o Senhor, na residência de Simão o fariseu? Seus conterrâneos nunca lhe haviam perdoado sua
vivência pecaminosa. Para todos era a mulher perdida que deveria encontrar a lapidação na praça pública. Sua
consciência, porém lhe pedia que fosse. Jesus tratava a multidão com especial carinho. Não havia desprezo para
as mulheres de vida equivoca que o cercavam. Sentia-se seduzida por sua generosidade.




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Desejava se possível, trabalhar nas suas idéias puras e redentoras. Propunha-se a amar como Jesus amava,
sentir com o seu sentimento sublime, Se necessário saberia renunciar a tudo. Que lhe valiam as jóias, os
banquetes suntuosos se, ao fim de tudo isso, conservava a sua sede de amor? Envolvida por esses pensamentos
profundos, Maria de Magdala penetrou o umbral da casa de Simão Pedro, onde Jesus parecia espera-la, tal a
bondade com que a recebeu.
Vencendo as suas mais fortes emoções, assim falou, em voz súplice, feitas as primeiras saudações: Senhor, ouvi
a vossa palavra de consolação e venho ao vosso encontro.

      Tendes a clarividência do Céu e podeis adivinhar como tenho vivido. Sou uma filha do pecado. Todos me
condenam. As primeiras lágrimas lhe vieram aos olhos. Ouvi o seu amoroso convite ao Evangelho. Desejava ser
das vossas ovelhas; mas será que Deus me aceitaria?

      O profeta, sondando as profundezas do seu pensamento, respondeu bondoso: Maria, levanta os olhos para
o Céu e regozija-te no caminho, porque escutas-te a Boa Nova do Reino e Deus te abençoa as alegrias! Acaso
poderias pensar que alguém no mundo estivesse condenado ao pecado eterno? Onde então o amor de nosso Pai?
Nunca viste a primavera dar flores sobre uma casa em ruínas? As ruínas são as criaturas humanas; porem as
                                  flores são as esperanças em Deus. Sobre todas as falências e desventuras
                                  próprias do homem, as benções paternais de Deus descem e chamam. Sentes
                                  hoje esse Sol a clarear o teu caminho e o teu destino! Vai agora sob essa luz,
                                  porque "O AMOR COBRE A MULTIDÃO DE PECADOS"

                                        Homem algum lhe havia falado assim à sua alma incompreendida. Os
                                  mais levianos lhe pervertiam as boas inclinações, os aparentemente virtuosos a
                                  desprezavam sem piedade.

                                       Ouvindo as referencias de Jesus ao amor, Maria acentuou levemente:
                                  Senhor, no entanto, tenho amado e tenho sede de amor!

                                        Sim, o mundo, redarguiu Jesus, viciou todas as fontes de redenção e é
                                  imprescindível compreender que em suas sendas, a virtude tem que marchar
                                  por uma porta muito estreita.

     Geralmente um homem deseja ser bom como os outros, ou honesto como os demais, olvidando que o
caminho onde todos passam é de fácil acesso e de marcha sem edificação.

      A virtude no mundo foi transformada em porta larga da conveniência própria. Há os que amam o que lhe
pertence em seu circulo pessoal, os que são sinceros com os seus amigos, os que defendem os seus familiares, os
que adoram os deuses do favor. O que verdadeiramente ama, porém, conhece a renúncia suprema a todos os bens
do mundo e vive feliz na sua senda de trabalho para o difícil acesso às luzes da redenção. O amor sincero não
exige satisfações passageiras que se extinguem no mundo com a primeira ilusão; trabalha sempre sem amargura
e sem ambição, com os júbilos do sacrifícios.

      Só o AMAR que renuncia sabe caminhar para a vida suprema. Somente o sacrifício contem o divino
mistério da vida. Viver bem é saber imolar-se. Toda luz humana vem do coração experiente e brando dos que
foram sacrificados.
Um guerreiro coberto de louros ergue os seus gritos de vitória sobre os cadáveres que juncam o chão; mas
apenas os que tombam, fazem bastante silêncio, para que no mundo se ouça a mensagem de Deus. O primeiro
pode fazer a experiência por um dia; os segundos constróem a estrada diminutiva na eternidade.

      Senhor, doravante renunciarei a todos os prazeres do mundo para adquirir o amor celestial que me
ensinaste. Acolherei como filhos os meus irmãos no sofrimento, procurarei os infortunados para aliviar-lhes as
feridas do coração, estarei com os aleijados e os leprosos.

      Nesse instante, Simão Pedro, passou pelo aposento, demandando o interior, e a observou com s certa
estranheza. A convertida de Magdala lhe sentiu o olhar glacial quase denotando desprezo, e, já receosa de um dia
perder a convivência do Mestre, perguntou com interesse:

      Senhor, quando partirdes deste mundo, como ficaremos?



                                                                                                                 5
Certamente que partirei, mas estaremos reunidos eternamente em espírito. Quanto ao futuro é necessário
que cada um tome a sua cruz, em busca da porta estreita da redenção, colocando acima de tudo a fidelidade a
Deus, e, em segundo lugar, a perfeita confiança em si mesmo. Vai, Maria!... Sacrifica-te e ama. Longo é o
caminho, difícil é a jornada, estreita a porta; mas a fé remove os obstáculos... Nada temas, é preciso crer
somente.

      Mais tarde, depois da sua gloriosa visão de Cristo ressuscitado, Maria voltou à Galiléia, de Jerusalém,
seguindo os passos dos companheiros queridos.

      A mensagem da ressurreição espalhara uma alegria infinita.

      Por isso as mulheres mais desventuradas ainda possuem no coração o gemem divino para redenção da
humanidade inteira. Seu sentimento de ternura e humildade será em todos os tempos o grande roteiro para a
iluminação do mundo, porque SEM O TESOURO DO SENTIMENTO TODAS AS OBRAS DA RAZÃO
HUMANA PODEM PARECER COMO UM CASTELO DE FALSOS ESPLENDORES. E será ainda à mulher
que buscaremos confiar a missão mais sublime na construção Evangélica dentro dos corações, no supremo
esforço de iluminar o mundo.

       Dois dias eram passados sobre o doloroso drama do Calvário, em cuja
cruz de martírio se sacrificara o Mestre. Penosa situação de duvida reinava
dentro da pequena comunidade dos discípulos. Quase todos haviam vacilado
na hora extrema. O raciocínio frágil do homem lutava por compreender a
finalidade daquele sacrifício.

      Não era Jesus o poderoso filho de Deus?

       Que consolava os tristes, ressuscitava os mortos, sarava os enfermos de
doenças incuráveis? Porque não conjurava a traição de Judas com suas forças
sobrenaturais? Porque se humilhava assim sangrando nas ruas de Jerusalém,
submetendo-se ao ridículo e a zombaria? Então o emissário de Deus, deveria
ser crucificado entre dois ladrões? Enquanto estas questões eram examinadas
de boca em boca, a lembrança do Mestre ficava relegada a plano inferior,
olvidada a sua exemplificação e a grandeza dos seus ensinamentos.

      O barco da fé não soçobrara inteiramente, porque ali estavam as lágrimas do coração materno, trespassado
de amargura. O messias redivivo, porém, observava a incompreensão de seus discípulos, como o pastor que
contempla o seu rebanho desarvorado. Desejava fazer ouvida a sua palavra divina, dentro dos corações
atormentados; mas só a fé ardente e o ardente amor conseguem vencer os abismos de sombra entre a Terra e o
Céu. E todos os companheiros se deixavam abater pelas idéias negativas.

       Foi então quando na manhã do terceiro dia a ex- pecadora de Magdala se acercou do sepulcro com flores e
perfumes. Queria, uma vez mais contemplar o Mestre adorado, para cobri-lo com o pranto do seu amor
purificado e ardoroso. No seu coração estava aquela fé radiosa e pura que o Senhor lhe ensinara e, sobretudo,
aquela dedicação divina, com que pudera renunciar a todas as paixões que a seduzira no mundo. Maria Madalena
ia ao túmulo com amor e só o amor pode realizar os milagres supremos.

      Estupefata, por não encontrar o corpo, já se retirava entristecida, quando uma voz carinhosa e meiga fala
brandamente aos seus ouvidos.

      MARIA!....

     Ela supôs ser o jardineiro, mas em breves instantes reconhecia a voz inesquecível do Mestre que a
contemplava com inolvidável sorriso.

      Quis atirar-se-lhe nos pés, beijar-lhe as mãos num suave transporte de afetos como faziam nas pregações
do Tiberiades; porém com um gesto de ternura, Jesus a afastou esclarecendo: Não me toques,pois ainda não fui a
meu Pai que esta no Céu....



                                                                                                                  6
Instintivamente, Madalena se ajoelhou e recebeu o olhar do Mestre, num trasbordamento de lágrimas e
inolvidável ventura. Era a promessa de Jesus que se cumpria. A realidade da ressurreição A mensagem da alegria,
ressoou, então, na comunidade inteira.

     Jesus ressuscitara! O Evangelho era a realidade imutável. Em todos os corações pairava uma divina
embriaguez de luz e júbilo celestial.

      Levantava-se a fé, renovava-se o amor, morrera a dúvida e reerguera-se o ânimo em todos os espíritos.
Desde essa hora, a família cristã se movimentou no mundo para nunca mais esquecer o exemplo do Messias. A
luz da ressurreição, através da fé ardente e do ardente amor de Maria Madalena, havia banhado de claridade
imensa a estrada cristã, para todos os séculos terrestres.

       É por isso que todos os historiadores das origens do Cristianismo param a pena, assombrados ante a fé
profunda dos primeiros discípulos que se dispersaram pelos desertos e grandes cidades para a pregação da Boa
Nova e observando a confiança serena de todos os Mártires que se tem sacrificado na esteira infinita do tempo
pela idéia de Jesus, perguntam espantados, como Ernesto Renan, numa de suas obras:

      Onde esta o sábio da Terra que já deu ao Mundo tanta alegria quanto a carinhosa Maria de Magdala?

                                                     FIM




                                                                                                                7

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  • 1. História 53 RESSURREIÇÕES RESSURREIÇÃO DO FILHO DA VIÚVA DE NAIM Segundo.São Lucas. Dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e uma enorme multidão. Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saia o enterro do filho único de uma viúva; e grande número de pessoas iam com ela. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se e disse: _Não chores! Chegando-se tocou o esquife e parando os que o conduziam disse: _Jovem, eu te mando: Levanta-te! Sentou-se o que estava morto e começou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe Todos ficaram de temor e glorificaram a Deus dizendo: _Um grande profeta se levantou entre nós, e: Deus visitou o seu povo. Esta noticia a respeito Dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO. Segundo.São Mateus Enquanto caminhavam, eis que um chefe aproximou-se e o adorou, e disse: _Minha filha faleceu agora mesmo, mas vem, a Tua mão sobre ela e ela viverá. Jesus o seguiu e também os seus discípulos. Tendo Jesus chegado a casa de Jairo e vendo os tocadores de flauta e o povo em alvoroço disse: _Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme. E riram-se Dele. Mas afastando o povo, entrou Jesus, tomando a menina pela mão e ela se levantou. A fama deste acontecimento correu por toda aquela terra. RESSURREIÇÃO DE LÁZARO. Segundo .São João Estava enfermo Lázaro, irmão de Marta e Maria que moravam em Betânia, aldeia nas cercanias de Jerusalém. Marta sabendo de que Jesus vinha, saiu ao seu encontro e disse: 1
  • 2. _Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a noticia, disse Jesus: _Esta enfermidade não é para a morte e sim para a gloria de Deus, a fim de que o filho de Deus, seja por ela glorificado. Ora, amava Jesus a Marta e sua irmã e a Lázaro. Quando pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. Disseram-lhe os discípulos: _Ainda agora, os Judeus procuraram apedreja-te e ficas aqui? Respondeu Jesus: _Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas se andar de noite, tropeça porque nele não há luz. E depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro, adormeceu, mas vou para desperta-lo. Disseram-lhe então os discípulos: _Senhor, se dorme estará salvo. Marta quando soube que Jesus vinha, saiu ao seu encontro. Disse pois Marta: _Senhor, se estivera aqui, não teria morrido meu irmão, mas sei que tudo o que pedires, vos será concedido. Declarou-lhe Jesus: _Teu irmão há de ressurgir na ressurreição no último dia. Disse-lhe ainda: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Maria chegou ao lugar e vendo Jesus, lançou-se lhe aos pés dizendo: _Senhor, se aqui estiveras, meu irmão não teria morrido. Vendo-a chorar, Jesus se comoveu e perguntou: _Onde o sepultastes? _Vem e vê, Senhor. Jesus chorou. Então disseram os judeus: _Vede quanto o amava? Mas alguns objetaram: _Não podia ele, que abriu os olhos aos cegos, fazer com que este não morresse? 2
  • 3. Jesus, agitando-se em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo. Era uma gruta, em cuja entrada tinham posto uma pedra e disse: _Tirai a pedra. Disse-lhe Marta: _Senhor já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: _Não te disse eu que se creres, veras a gloria de Deus? Tiraram então, a pedra e Jesus, levantando os olhos para o Céu disse: _Pai, graças te dou porque me ouviste. Alias, eu sei que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que me envias-te. E dito isto, chamou em alta voz: _Lázaro, vem para fora. Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e mãos ligados com ataduras e o rosto envolto em um lenço. Então lhes disse Jesus: _Desatai-o e deixai-o ir. Muitos dos judeus que tinham vindo visitar a família, creram nele. Outros foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara. NOTA: No livro "A Gênese" De Allan Kardec, no capítulo "Os Milagres do Evangelho" (Ressurreições) diz: "O fato do retorno à vida corpórea, de um indivíduo realmente morto, seria contrário às leis da Natureza e por conseguinte, miraculoso. Ora não é necessário recorrer a essa ordem de fatos para explicar as ressurreições operadas pelo Cristo. Se, entre nós, as aparências enganam, as vezes, os profissionais, os acidentes dessa natureza deveriam ser bem freqüentes num país onde não se tomava nenhuma precaução, e onde o enterro era imediato. Há, portanto, toda a probabilidade de que, nos dois primeiros exemplos acima, não havia senão síncope ou letargia. O próprio Jesus disse-o positivamente a filha de Jairo: Esta jovem, disse ele, não esta morta, ela esta adormecida. Em conseqüência da força fluídica que Jesus possuía, nada é de admirar que esse fluido vivificante, dirigido por uma forte vontade, havia reanimado os sentidos entorpecidos; que haja mesmo podido chamar, para o corpo, o Espírito prestes a deixa-lo, enquanto o laço perispiritual não estava definitivamente rompido. Para os homens desse tempo, que acreditavam o indivíduo morto desde que não mais respirasse, havia ressurreição e puderam afirma-lo com muita boa fé, mas havia, em realidade, CURA e não ressurreição na acepção da palavra. Já a ressurreição de Lázaro, o que quer que se diga, não infirma de nenhum modo este principio. Estava, diz-se, há quatro dias no sepulcro; mas sabe-se que há letargias que duram de oito dias a mais. Acrescenta-se que ele cheirava mal, o que é um sinal de decomposição. Essa alegação não prova nada, não mais tendo em vista que, entre certos indivíduos, há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, e que exalam um odor de podridão. A morte não chega senão quando os órgãos essenciais á vida são atacados. 3
  • 4. E quem poderia saber se ele cheirava mal? Foi a sua irmã Maria que o disse, mas como o sabia ela? Estando Lázaro enterrado há quatro dias, ela o supunha, mas disso não podia ter certeza."(Cap.xiv,n.29) (1) RESSURREIÇÃO SEGUNDO VINICIUS. Jesus realizou duas categorias de ressurreição: Ressurreição do corpo, e a ressurreição do espírito. Ressuscitou Lázaro e ressuscitou Madalena. Aos olhos do mundo, a primeira destas duas maravilhas assume maiores proporções, mas aos olhos de Deus, o segundo prodígio é mais belo e mais precioso. O corpo de Lázaro veio a morrer após aquela ressurreição. Madalena nunca mais morreu, porque o que nela ressurgiu, não foi a carne, e sim o espírito. A carne ressurge para a morte, a alma ressurge para a vida. Jesus, ressuscitando Lázaro, ressuscitou um vivo, porque Lázaro já vivia a vida do espírito. Ressuscitando Madalena, ressuscitou um cadáver porque sua alma era morta para a espiritualidade. Jesus ressuscitando Lázaro, afilha de Jairo e o filho da viuva de Naim, teve em mira, promover ressurreições de almas. Operava aqueles feitos, como meio de atingir um fim: ressuscitar espíritos mortos, sepultados em túmulos de carne. Tal é o que de fato interessava. Em produzir feitos dessa natureza, esta a missão da qual o Pai o revestiu. Quando Jesus disse aos seus apóstolos: "Ide, pregai o Evangelho, ressuscitai os mortos" é da ressurreição do espírito que ele falava. Em idêntico sentido se devem tomar estas suas palavras: "Eu sou a ressurreição e a vida, aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá, e o que vive e crê em mim jamais morrerá." O mundo se maravilha da ressurreição de Lázaro. O Céu se extasia da ressurreição de Madalena. O mundo vê o auge do poder no cadáver redivivo. O Céu vê o fastígio da gloria na alma rediviva. O mundo contempla estupefato, um morto saindo de um túmulo de pedra. O Céu rejubila-se contemplando uma alma resgatada, que sai do negror da devassidão, para as serenas e puras regiões da luz. Lázaro foi um missionário na terra: veio para dar testemunho de que Jesus era o Cristo, o Ungido de Deus. Madalena representa o produto, o resultado, o fruto bendito da obra redentora do Salvador do gênero humano. Jesus foi muito grande ressuscitando Lázaro, mas foi maior ainda ressuscitando Madalena que segundo Humberto de Campos em a "BOA NOVA" psicografada por Francisco Cândido Xavier, vivia em uma vila principesca, entregue aos prazeres materiais. Até ali caminhara ela sobre as rosas rubras do desejo, embriagando-se com o vinho de condenáveis alegrias. No entanto, seu coração estava sequioso e em desalento. Jovem e formosa, emancipara-se dos preconceitos férreos de sua raça. Sua beleza a escravizara aos caprichos de mulher, os mais ardentes admiradores; mas seu espírito tinha fome de amor. O profeta nazareno havia plantado em sua alma novos pensamentos: Depois que ouvira a palavra no Sermão da Montanha, observou que as facilidades da vida, lhe traziam agora um tédio mortal ao espírito sensível. Tudo se lhe tornara árido e triste. Maria chorou longamente, embora não compreendesse ainda o que pleiteava o profeta desconhecido. Entretanto ouvira-lhe as pregações, como convite amoroso, tocando-lhe as fibras mais sensíveis de mulher. Jesus chamava os homens para uma vida nova. Decorrida uma noite de grandes meditações e antes do famoso banquete de Naim, onde ela ungiria publicamente os pés de Jesus com o bálsamo perfumado de seu afeto. Dispunha-se a procurar Jesus. Como a receberia o Senhor, na residência de Simão o fariseu? Seus conterrâneos nunca lhe haviam perdoado sua vivência pecaminosa. Para todos era a mulher perdida que deveria encontrar a lapidação na praça pública. Sua consciência, porém lhe pedia que fosse. Jesus tratava a multidão com especial carinho. Não havia desprezo para as mulheres de vida equivoca que o cercavam. Sentia-se seduzida por sua generosidade. 4
  • 5. Desejava se possível, trabalhar nas suas idéias puras e redentoras. Propunha-se a amar como Jesus amava, sentir com o seu sentimento sublime, Se necessário saberia renunciar a tudo. Que lhe valiam as jóias, os banquetes suntuosos se, ao fim de tudo isso, conservava a sua sede de amor? Envolvida por esses pensamentos profundos, Maria de Magdala penetrou o umbral da casa de Simão Pedro, onde Jesus parecia espera-la, tal a bondade com que a recebeu. Vencendo as suas mais fortes emoções, assim falou, em voz súplice, feitas as primeiras saudações: Senhor, ouvi a vossa palavra de consolação e venho ao vosso encontro. Tendes a clarividência do Céu e podeis adivinhar como tenho vivido. Sou uma filha do pecado. Todos me condenam. As primeiras lágrimas lhe vieram aos olhos. Ouvi o seu amoroso convite ao Evangelho. Desejava ser das vossas ovelhas; mas será que Deus me aceitaria? O profeta, sondando as profundezas do seu pensamento, respondeu bondoso: Maria, levanta os olhos para o Céu e regozija-te no caminho, porque escutas-te a Boa Nova do Reino e Deus te abençoa as alegrias! Acaso poderias pensar que alguém no mundo estivesse condenado ao pecado eterno? Onde então o amor de nosso Pai? Nunca viste a primavera dar flores sobre uma casa em ruínas? As ruínas são as criaturas humanas; porem as flores são as esperanças em Deus. Sobre todas as falências e desventuras próprias do homem, as benções paternais de Deus descem e chamam. Sentes hoje esse Sol a clarear o teu caminho e o teu destino! Vai agora sob essa luz, porque "O AMOR COBRE A MULTIDÃO DE PECADOS" Homem algum lhe havia falado assim à sua alma incompreendida. Os mais levianos lhe pervertiam as boas inclinações, os aparentemente virtuosos a desprezavam sem piedade. Ouvindo as referencias de Jesus ao amor, Maria acentuou levemente: Senhor, no entanto, tenho amado e tenho sede de amor! Sim, o mundo, redarguiu Jesus, viciou todas as fontes de redenção e é imprescindível compreender que em suas sendas, a virtude tem que marchar por uma porta muito estreita. Geralmente um homem deseja ser bom como os outros, ou honesto como os demais, olvidando que o caminho onde todos passam é de fácil acesso e de marcha sem edificação. A virtude no mundo foi transformada em porta larga da conveniência própria. Há os que amam o que lhe pertence em seu circulo pessoal, os que são sinceros com os seus amigos, os que defendem os seus familiares, os que adoram os deuses do favor. O que verdadeiramente ama, porém, conhece a renúncia suprema a todos os bens do mundo e vive feliz na sua senda de trabalho para o difícil acesso às luzes da redenção. O amor sincero não exige satisfações passageiras que se extinguem no mundo com a primeira ilusão; trabalha sempre sem amargura e sem ambição, com os júbilos do sacrifícios. Só o AMAR que renuncia sabe caminhar para a vida suprema. Somente o sacrifício contem o divino mistério da vida. Viver bem é saber imolar-se. Toda luz humana vem do coração experiente e brando dos que foram sacrificados. Um guerreiro coberto de louros ergue os seus gritos de vitória sobre os cadáveres que juncam o chão; mas apenas os que tombam, fazem bastante silêncio, para que no mundo se ouça a mensagem de Deus. O primeiro pode fazer a experiência por um dia; os segundos constróem a estrada diminutiva na eternidade. Senhor, doravante renunciarei a todos os prazeres do mundo para adquirir o amor celestial que me ensinaste. Acolherei como filhos os meus irmãos no sofrimento, procurarei os infortunados para aliviar-lhes as feridas do coração, estarei com os aleijados e os leprosos. Nesse instante, Simão Pedro, passou pelo aposento, demandando o interior, e a observou com s certa estranheza. A convertida de Magdala lhe sentiu o olhar glacial quase denotando desprezo, e, já receosa de um dia perder a convivência do Mestre, perguntou com interesse: Senhor, quando partirdes deste mundo, como ficaremos? 5
  • 6. Certamente que partirei, mas estaremos reunidos eternamente em espírito. Quanto ao futuro é necessário que cada um tome a sua cruz, em busca da porta estreita da redenção, colocando acima de tudo a fidelidade a Deus, e, em segundo lugar, a perfeita confiança em si mesmo. Vai, Maria!... Sacrifica-te e ama. Longo é o caminho, difícil é a jornada, estreita a porta; mas a fé remove os obstáculos... Nada temas, é preciso crer somente. Mais tarde, depois da sua gloriosa visão de Cristo ressuscitado, Maria voltou à Galiléia, de Jerusalém, seguindo os passos dos companheiros queridos. A mensagem da ressurreição espalhara uma alegria infinita. Por isso as mulheres mais desventuradas ainda possuem no coração o gemem divino para redenção da humanidade inteira. Seu sentimento de ternura e humildade será em todos os tempos o grande roteiro para a iluminação do mundo, porque SEM O TESOURO DO SENTIMENTO TODAS AS OBRAS DA RAZÃO HUMANA PODEM PARECER COMO UM CASTELO DE FALSOS ESPLENDORES. E será ainda à mulher que buscaremos confiar a missão mais sublime na construção Evangélica dentro dos corações, no supremo esforço de iluminar o mundo. Dois dias eram passados sobre o doloroso drama do Calvário, em cuja cruz de martírio se sacrificara o Mestre. Penosa situação de duvida reinava dentro da pequena comunidade dos discípulos. Quase todos haviam vacilado na hora extrema. O raciocínio frágil do homem lutava por compreender a finalidade daquele sacrifício. Não era Jesus o poderoso filho de Deus? Que consolava os tristes, ressuscitava os mortos, sarava os enfermos de doenças incuráveis? Porque não conjurava a traição de Judas com suas forças sobrenaturais? Porque se humilhava assim sangrando nas ruas de Jerusalém, submetendo-se ao ridículo e a zombaria? Então o emissário de Deus, deveria ser crucificado entre dois ladrões? Enquanto estas questões eram examinadas de boca em boca, a lembrança do Mestre ficava relegada a plano inferior, olvidada a sua exemplificação e a grandeza dos seus ensinamentos. O barco da fé não soçobrara inteiramente, porque ali estavam as lágrimas do coração materno, trespassado de amargura. O messias redivivo, porém, observava a incompreensão de seus discípulos, como o pastor que contempla o seu rebanho desarvorado. Desejava fazer ouvida a sua palavra divina, dentro dos corações atormentados; mas só a fé ardente e o ardente amor conseguem vencer os abismos de sombra entre a Terra e o Céu. E todos os companheiros se deixavam abater pelas idéias negativas. Foi então quando na manhã do terceiro dia a ex- pecadora de Magdala se acercou do sepulcro com flores e perfumes. Queria, uma vez mais contemplar o Mestre adorado, para cobri-lo com o pranto do seu amor purificado e ardoroso. No seu coração estava aquela fé radiosa e pura que o Senhor lhe ensinara e, sobretudo, aquela dedicação divina, com que pudera renunciar a todas as paixões que a seduzira no mundo. Maria Madalena ia ao túmulo com amor e só o amor pode realizar os milagres supremos. Estupefata, por não encontrar o corpo, já se retirava entristecida, quando uma voz carinhosa e meiga fala brandamente aos seus ouvidos. MARIA!.... Ela supôs ser o jardineiro, mas em breves instantes reconhecia a voz inesquecível do Mestre que a contemplava com inolvidável sorriso. Quis atirar-se-lhe nos pés, beijar-lhe as mãos num suave transporte de afetos como faziam nas pregações do Tiberiades; porém com um gesto de ternura, Jesus a afastou esclarecendo: Não me toques,pois ainda não fui a meu Pai que esta no Céu.... 6
  • 7. Instintivamente, Madalena se ajoelhou e recebeu o olhar do Mestre, num trasbordamento de lágrimas e inolvidável ventura. Era a promessa de Jesus que se cumpria. A realidade da ressurreição A mensagem da alegria, ressoou, então, na comunidade inteira. Jesus ressuscitara! O Evangelho era a realidade imutável. Em todos os corações pairava uma divina embriaguez de luz e júbilo celestial. Levantava-se a fé, renovava-se o amor, morrera a dúvida e reerguera-se o ânimo em todos os espíritos. Desde essa hora, a família cristã se movimentou no mundo para nunca mais esquecer o exemplo do Messias. A luz da ressurreição, através da fé ardente e do ardente amor de Maria Madalena, havia banhado de claridade imensa a estrada cristã, para todos os séculos terrestres. É por isso que todos os historiadores das origens do Cristianismo param a pena, assombrados ante a fé profunda dos primeiros discípulos que se dispersaram pelos desertos e grandes cidades para a pregação da Boa Nova e observando a confiança serena de todos os Mártires que se tem sacrificado na esteira infinita do tempo pela idéia de Jesus, perguntam espantados, como Ernesto Renan, numa de suas obras: Onde esta o sábio da Terra que já deu ao Mundo tanta alegria quanto a carinhosa Maria de Magdala? FIM 7