SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 32
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Profª. Drª. Marinaide Freitas
CEDU/UFAL
 Observatório Alagoano de leitura em Educação de
Jovens e Adultos - Pesquisa: A leitura e a
formação de leitores no Estado de Alagoas:
estudo e intervenção de alfabetização em
Educação de Jovens e Adultos.
 De natureza qualitativa, do tipo colaborativa
(IBIAPINA, 2008), fundamentada nos estudos de
autores/as que vêm dialogando sobre as práticas
de leitura, formação do aluno leitor e as práticas
de letramento: Bortoni-Ricardo, (2010); Kleiman
(2003); Koch & Elias (2006); Marcuschi (2008);
dentre outros.
 Construir um diagnóstico abrangente nas
escolas investigadas sobre as práticas de
leituras dentro das salas de aula de
alfabetização em EJA, em 04 escolas
públicas, sendo duas municipais e duas
estaduais, situadas em Maceió,
possibilitando a intervenção, para
melhorar a formação de sujeitos leitores,
na EJA. Tendo a intenção de:
 Fomentar o diálogo sobre a experiência de
pesquisa-formação.
 É um lugar que favorece a mobilização de
saberes docentes (TARDIF, 2004) que postos
em interlocuções podem viabilizar processos
formativos - um lugar aprendente.
 Os envolvidos dialogam e
experimentam revisitando seus
repertórios formativos,
problematizando-os também na
escuta do outro.
 Nesse entendimento a formação e
pesquisa são consideradas processos
que se mesclam e se
comple(men)tam, ao mesmo tempo.
 Articular essas duas dimensões
passa a ser o grande desafio na/para
a pesquisa interventiva colaborativa
(IBIAPINA, 2008).
 Haddad (2002) ao referir-se ao
estado da arte sobre a pesquisa em
educação de jovens e adultos no
Brasil de 1986 a 1998 afirma não
haver “um vínculo de proximidade
entre universidades e redes públicas
de ensino; as poucas experiências
existentes são de trabalhos da
universidade dentro dela mesma”
(p.17).
 E atualmente podemos dizer
que as práticas cotidianas de
leitura e escrita na EJA tem
sido objeto de investigação no
cenário nacional brasileiro, sem
contudo na perspectiva da
pesquisa de caráter
colaborativo-interventivo.
 Contraditoriamente, espera-se que o educador
da EJA, enquanto agente letrador (BORTONI-
RICARDO et al, 2010), contribua na formação
dos/as alunos/as - enquanto sujeitos letrados -
a partir da vivência de práticas de leitura e
escrita em diversos contextos de uso.
 Segundo Bourdieu (2009, p. 233), “estamos [...]
habituados a [...] maneira de ler um texto sem
referi-lo a nada além dele mesmo que nós a
universalizamos inconscientemente”.
 a) Qual o lugar das práticas de leitura e
de escrita no cotidiano da sala de aula?;
 B) Como a prática de leitura e escrita é
mediada pelo professor?
 c) De que forma eles interagem nesses
contextos?
 d) É possível ressignificar as práticas de
leitura vivenciadas no contexto escolar?
 No nosso entendimento, dominar as
habilidades de leitura e escrita, para
o aluno, significava uma
possibilidade de “emancipação”, da
condição de analfabeto para a
condição de sujeitos que “dominam”
as letras.
 É com esse entendimento que
apresentamos a nossa fala.
 Nosso propósito:Nosso propósito:
 Fazer uma análise reflexiva de uma
prática de leitura e escrita de uma
professora do I Segmento da Educação
de Jovens e Adultos (EJA).
 Momentos – ação-reflexão-ação:
 Observação da prática docente;
 Sessões de reflexões sobre a aula;
 Sessões de estudo;
 Retorno à sala de aula.
 A sessão de reflexãoA sessão de reflexão é um
“procedimento que motiva os
professores a focalizar a atenção
na prática docente e nas
intenções de ensino e incentiva
a criação de espaços de reflexão
crítica” (IBIAPINA, 2009, p. 96).
Contexto da aula:
Na aula observada a professora buscou
desenvolver uma sequência didática
de atividades que culminassem na
leitura da música “Maria, Maria” - de
Milton Nascimento.
 
 1. Levantamento dos conhecimentos prévios
dos/as alunos/as, a partir da
problematização do título da música;
 2. Produção de um texto coletivo, com
registros dos conhecimentos prévios
levantadas pelos alunos/as;
 3. Oralização do texto da música pela
professora;
 4. Leitura silenciosa do texto da música
pelos alunos;
 5. Leitura coletiva;
 6. Discussão da letra da música;
 7. “Comparação” entre o texto produzido
coletivamente e a música objeto de estudo;
 8. Escuta da música;
 9. Canto da música pelos alunos/as;
 10. Pediu que os/as alunos/as escolhessem
um verso da música e explicassem por escrito
o que tinham compreendido.
 11. Por fim, entregou os versos da música e
solicitou a montagem da música;
 (PLANEJAMENTO DA PROFESSORA)
 Com base nesses encaminhamentos
didáticos e na observação em sala de
aula, percebemos que a professora não
deu ênfase às propostas de atividades que
poderiam ajudar os/as alunos/as aa
compreenderem o textocompreenderem o texto, a exemplo:
explorar os efeitos de sentidosexplorar os efeitos de sentidos
produzidos pelas figuras de linguagemproduzidos pelas figuras de linguagem
(metáforas, antíteses) e pela seleção(metáforas, antíteses) e pela seleção
vocabular – entre outros aspectosvocabular – entre outros aspectos
linguísticoslinguísticos.
 Por que você escolheu essa música?
 O que lhe motivou a fazer essa escolha?
 Qual foi o seu objetivo?
 Quais as atividades desenvolvidas para
alcançar os objetivos?
 Como organizou e conduziu a aula?
 A aula atingiu os objetivos propostos?
 O que fez para atingir os objetivos?
 Se atingiu, por que você acha que conseguiu?
 Quais os conhecimentos trabalhados nessa aula?
 Por que fez opção por esses conhecimentos?
 Você encontrou dificuldades para desenvolver
essa aula de leitura? Qual a função social de suas
ações no ensino da leitura?
 Que tipo de leitor/a está sendo formado por
você?
 O que mudaria em sua aula?
 Ao perguntarmos à professora o porquê daAo perguntarmos à professora o porquê da
escolha da musica “Maria, Maria”,escolha da musica “Maria, Maria”,
respondeu:respondeu:
“[...] Procuramos a tarde inteira um texto para
trabalhar a intertextualidade, como vocês falaram na
sessão anterior. Queria que os alunos percebessem a
intertextualidade. Essa música poderia fazer
intertextualidade [...]”.
 O extrato revela que a escolha da música deu-se pela
necessidade de propor a leitura de um texto que
possibilitasse estabelecer uma relação de
intertextualidade. Tendo em vista ter sido um
assunto enfocado em sessão anterior.
 Havia, portanto, por parte do professor uma
curiosidade: como fazer uma intertextualidade.
 Indagamos se a professora sentiu dificuldades
em mediar a prática de leitura vivenciada, ela
foi incisiva:
 “[...] sim, senti dificuldade porque alguns
alunos não gostaram do texto. Precisei repetir
várias vezes a música para que eles montassem
a música fatiada [...] Eles gostam mais de
histórias de textos narrativos, mas acham
difíceis de ler porque são grandes”.
(PROFESSORA).
 A professora não se intimida em suas reflexões,
sente-se à vontade em mencionar as suas
dificuldades, reconhecendo que apresenta
limitações para mediar a prática.
 Mediante essa observação, questionamos se
a professora sentia necessidade de mudar a
maneira de conduzir a aula de leitura. Na
sua resposta foi enfática:
 “[...] mudaria muita coisa, pois já foram três
aulas da mesma forma. Gostaria de mandar eles
adivinharem qual é o título do texto a partir da
leitura do texto, coisa assim, fazer de outro
jeito. Preciso aprender os aspectos linguísticos
para poder fazer perguntas como vocês fazem
ao texto. Não tinha percebido esses aspectos
metáforas, antíteses. Quero aprender”.
(PROFESSORA).
 Fica explícito no fragmento
supracitado que a professora
reconhece que para
(re)significar as práticas de
leitura é necessário domínio dos
conhecimentos linguísticos, que
lhes faltaram na formação
inicial e/ou continuada.
 Considerando o propósito da intertextualidade
almejado pela professora, vejamos o texto produzido
coletivamente em sala de aula e registrado pela
professora, com base no levantamento dos
conhecimentos prévios dos sujeitos:
 MARIA A VITORIOSA
 MARIA ACORDA CEDO, PREPARA O CAFÉ. ACORDA AS CRIANÇAS,
DÁ CAFÉ, LEVA PARA A ESCOLA E DEPOIS COMEÇA A LAVAR AS
ROUPAS DE GANHO. ENQUANTO TRABALHA ELA ESCUTA AMADO
BATISTA, SEU CANTOR PREFERIDO.
 DEPOIS, ELA PREPARA O ALMOÇO. SEU MARIDO CHEGA PARA
ALMOÇAR E MAL LHE DIRIGE A PALAVRA. MARIA FICA CHATEADA,
POIS ESPERAVA MAIS ATENÇÃO.
 AS CRIANÇAS CHEGAM DA ESCOLA, ALMOÇAM E
VÃO BRINCAR.
 ELA PENSA EM IR AO SHOPPING TOMAR SORVETE
COM OS FILHOS E ESQUECER OS PROBLEMAS, AS
ENFERMIDADES... SEU MAIOR SONHO É VIAJAR
PARA FERNANDO DE NORONHA!
 MARIA DESEJA QUE SEU MARIDO MUDE, SEJA MAIS
CARINHOSO COM ELA, LHE DÊ MAIS ATENÇÃO...
 SEU MAIOR SONHO É VOLTAR A ESTUDAR E
CONQUISTAR O SEU ESPAÇO, TER UM EMPREGO
MELHOR PARA DAR UM FUTURO MELHOR AOS
FILHOS.
 Nessa produção coletiva “Maria a Vitoriosa”,
de forma temporal e gradativa, os sujeitos
alunos(a) foram narrando o cotidiano de uma
“Maria”, inspirados pela música de Milton
Nascimento – não se tratava para eles de
qualquer Maria, mas no imaginário a
Vitoriosa.
 Poderíamos inferir que neste texto, deixaram
transparecer a sua forma singular de ler o
mundo de “Maria”.
 A sessão de reflexão, mostra-nos a
necessidade de se propor no locus da
escola, momentos de reflexão sobre
os aspectos determinantes de uma
prática pedagógica de ensino da
leitura, as possibilidades de
(re)significá-la e as lacunas na
formação do professor que precisam
ser superadas.
 Pudemos observar no desenvolvimento da
“sequencia de atividade”, proposta pela
professora, que na verdade se afastou dos
pressupostos metodológicos do
planejamento e da proposição de
atividades sequenciadas, que
apresentassem graus de complexidade de
aprendizagem da leitura e que fossem
significativas para os alunos da EJA
Ao constatarmos as lacunas na
formação da educadora sobre
práticas de leitura, concepção de
leitura e intertextualidade, dentre
outros aspectos, percebemos a
necessidade de ampliarmos a
discussão sobre estas temáticas, além
da fundamentação teórica sobre os
modelos e estratégias de leitura;

 As investigações sinalizam que sem uma
formação específica sobre os pressupostos
teórico-metodológico de ensino da leitura, os
educadores da EJA trabalham os aspectos
referentes à leitura nas salas de aula,
baseadas/os na intuição;
 Nos conhecimentos adquiridos através de
suas práticas de sala de aula, bem como nas
experiências de leituras vivenciadas em seu
período de escolarização, marcadas pelo
tecnicismo e autoritarismo
predominantemente.
 A concepção limitada de leitura dos/as
educadores/as é refletida no processo de ensino
e aprendizagem de leitura nas classes da EJA.
 Pensar dessa forma nos induz a defender a
necessidade de implementação de políticas de
formação continuada de professores da EJA,
que partam da reflexão de suas práticas.
 Essa formação deve acontecer no locus da
escola e garantir sessões de estudo, reflexões
críticas e (re)planejamento das práticas
“(re)vivenciadas.
 Nessa produção coletiva “Maria a Vitoriosa”,
de forma temporal e gradativa, os sujeitos
alunos(a) foram narrando o cotidiano de uma
“Maria”, inspirados pela música de Milton
Nascimento – não se tratava para eles de
qualquer Maria, mas no imaginário a
Vitoriosa.
 Poderíamos inferir que neste texto,
deixaram transparecer a sua forma singular
de ler o mundo de “Maria”.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Alfabetizacao guia didatico
Alfabetizacao guia didaticoAlfabetizacao guia didatico
Alfabetizacao guia didaticosedf
 
Cirene Sousa E Silva
Cirene Sousa E SilvaCirene Sousa E Silva
Cirene Sousa E Silvawaleri
 
O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?
O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?
O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?Priscila Hilária
 
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITAA IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITAcefaprodematupa
 
A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...
A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...
A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...Edneide Lima
 
Explorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.iExplorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.iAna Rufino
 
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014Rosemary Batista
 
Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)
Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)
Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)Universidade Federal de Roraima
 
Abordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônicaAbordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônicaAndreia Medeiros
 

Was ist angesagt? (19)

Rosa março de 2012
Rosa   março de 2012Rosa   março de 2012
Rosa março de 2012
 
Artigo 1
Artigo 1Artigo 1
Artigo 1
 
Livro didatico e qualidade de ensino
Livro didatico e qualidade de ensinoLivro didatico e qualidade de ensino
Livro didatico e qualidade de ensino
 
Alfabetizacao guia didatico
Alfabetizacao guia didaticoAlfabetizacao guia didatico
Alfabetizacao guia didatico
 
Cirene Sousa E Silva
Cirene Sousa E SilvaCirene Sousa E Silva
Cirene Sousa E Silva
 
O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?
O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?
O QUE É APRENDER E ENSINAR LITERATURA HOJE?
 
alfabetização
alfabetizaçãoalfabetização
alfabetização
 
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITAA IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
 
A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...
A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...
A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingress...
 
Metodologia do ensino
Metodologia do ensinoMetodologia do ensino
Metodologia do ensino
 
Explorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.iExplorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.i
 
923 3289-1-pb
923 3289-1-pb923 3289-1-pb
923 3289-1-pb
 
GÊNEROS TEXTUAIS
GÊNEROS TEXTUAISGÊNEROS TEXTUAIS
GÊNEROS TEXTUAIS
 
Hec 2015
Hec   2015Hec   2015
Hec 2015
 
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
 
Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)
Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)
Literatura: a base para a formação do leitor (Resenha livro de Joseane Maia)
 
Abordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônicaAbordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônica
 
Anais sille 2008
Anais sille 2008Anais sille 2008
Anais sille 2008
 
Programa de Leitura
Programa de LeituraPrograma de Leitura
Programa de Leitura
 

Andere mochten auch

Apresento uma oportunidade única de Negócios:
Apresento uma oportunidade única de Negócios:Apresento uma oportunidade única de Negócios:
Apresento uma oportunidade única de Negócios:Oséias Martins Ribeiro
 
Panel
PanelPanel
PanelUGMEX
 
Presentacion portafolio de evidencias
Presentacion portafolio de evidenciasPresentacion portafolio de evidencias
Presentacion portafolio de evidenciasLuz Leon
 
evaluación de la comunicación humana tarea 2
evaluación de la comunicación humana tarea 2evaluación de la comunicación humana tarea 2
evaluación de la comunicación humana tarea 2Anna Sepúlveda
 
EL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA FORMALIZACIÓN DEL EMPLEO
EL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA  FORMALIZACIÓN DEL EMPLEOEL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA  FORMALIZACIÓN DEL EMPLEO
EL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA FORMALIZACIÓN DEL EMPLEOACOSET
 
Ii corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercado
Ii corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercadoIi corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercado
Ii corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercadoRamon Miquilena
 
Evolución histórica de la información
Evolución histórica de la informaciónEvolución histórica de la información
Evolución histórica de la informaciónandrea240897
 
Alves , rubem a menina e o passaro encantado
Alves , rubem   a menina e o passaro encantadoAlves , rubem   a menina e o passaro encantado
Alves , rubem a menina e o passaro encantadobicalhoale
 
Catalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑO
Catalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑOCatalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑO
Catalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑOLaCasa DelAudio
 
Certificado participante
Certificado participanteCertificado participante
Certificado participanteJavier Edi VS
 
CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013
CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013
CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013Fito Mayen
 

Andere mochten auch (20)

Cinco verdades para o facebook
Cinco verdades para o facebookCinco verdades para o facebook
Cinco verdades para o facebook
 
Apresento uma oportunidade única de Negócios:
Apresento uma oportunidade única de Negócios:Apresento uma oportunidade única de Negócios:
Apresento uma oportunidade única de Negócios:
 
Tipos de autos
Tipos de autosTipos de autos
Tipos de autos
 
Panel
PanelPanel
Panel
 
Edital
EditalEdital
Edital
 
Presentacion portafolio de evidencias
Presentacion portafolio de evidenciasPresentacion portafolio de evidencias
Presentacion portafolio de evidencias
 
evaluación de la comunicación humana tarea 2
evaluación de la comunicación humana tarea 2evaluación de la comunicación humana tarea 2
evaluación de la comunicación humana tarea 2
 
EL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA FORMALIZACIÓN DEL EMPLEO
EL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA  FORMALIZACIÓN DEL EMPLEOEL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA  FORMALIZACIÓN DEL EMPLEO
EL TRABAJADOR EN MISIÓN Y LA FORMALIZACIÓN DEL EMPLEO
 
Ii corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercado
Ii corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercadoIi corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercado
Ii corte. teoría de consumo, demanda y oferta. equilibrio de mercado
 
Romantismo geral
Romantismo geralRomantismo geral
Romantismo geral
 
Biografia
BiografiaBiografia
Biografia
 
Evolución histórica de la información
Evolución histórica de la informaciónEvolución histórica de la información
Evolución histórica de la información
 
Alves , rubem a menina e o passaro encantado
Alves , rubem   a menina e o passaro encantadoAlves , rubem   a menina e o passaro encantado
Alves , rubem a menina e o passaro encantado
 
Catalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑO
Catalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑOCatalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑO
Catalogo Digital ESPECIAL DIA DEL NIÑO
 
Certificado participante
Certificado participanteCertificado participante
Certificado participante
 
Danzas de moquegua
Danzas de moqueguaDanzas de moquegua
Danzas de moquegua
 
As duas leis
As duas leisAs duas leis
As duas leis
 
Plagio
PlagioPlagio
Plagio
 
E mediador en ava usando ple
E mediador en ava usando pleE mediador en ava usando ple
E mediador en ava usando ple
 
CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013
CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013
CELEBRACION ANIVERSARIO CEPREC 2013
 

Ähnlich wie Goiania 2013

Encontro do dia 8 e 10 de novembro. PNAIC-2016 Município de Biguaçu
Encontro do dia 8 e  10 de novembro. PNAIC-2016 Município de BiguaçuEncontro do dia 8 e  10 de novembro. PNAIC-2016 Município de Biguaçu
Encontro do dia 8 e 10 de novembro. PNAIC-2016 Município de BiguaçuSoleducador1
 
Construindo planejamentos significativos
Construindo planejamentos significativosConstruindo planejamentos significativos
Construindo planejamentos significativosLukass da Silva
 
ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...
ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...
ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...ProfessorPrincipiante
 
2ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
2ª Encontro PNAIC 17 de out 20152ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
2ª Encontro PNAIC 17 de out 2015Fabiana Esteves
 
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015 Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015 Fabiana Esteves
 
Co 163 contruindo planejamentos significativos
Co 163 contruindo planejamentos significativosCo 163 contruindo planejamentos significativos
Co 163 contruindo planejamentos significativosJeh Antunes
 
Ii reunião alfabetização_eixos_norteadores
Ii reunião alfabetização_eixos_norteadoresIi reunião alfabetização_eixos_norteadores
Ii reunião alfabetização_eixos_norteadoresRosemary Batista
 
Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdfLíngua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdfGorete Santos
 
Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdfLíngua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdfhelenildeprofessora
 
CADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdfCADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdfAnaMonteiro462195
 
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLALiteratura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLAMagno Oliveira
 
6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o aluno6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o alunoUlisses Vakirtzis
 
Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013
Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013
Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013Terc Cre
 
Dialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.ppt
Dialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.pptDialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.ppt
Dialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.pptEdileneBarbosa18
 
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumondPara aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumondPara aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
2º encontro da unidade 1 avaliação
2º encontro da unidade 1   avaliação2º encontro da unidade 1   avaliação
2º encontro da unidade 1 avaliaçãoBete Feliciano
 
Slides planejamento escolar
Slides planejamento escolarSlides planejamento escolar
Slides planejamento escolarAnanda Lima
 

Ähnlich wie Goiania 2013 (20)

Encontro do dia 8 e 10 de novembro. PNAIC-2016 Município de Biguaçu
Encontro do dia 8 e  10 de novembro. PNAIC-2016 Município de BiguaçuEncontro do dia 8 e  10 de novembro. PNAIC-2016 Município de Biguaçu
Encontro do dia 8 e 10 de novembro. PNAIC-2016 Município de Biguaçu
 
Construindo planejamentos significativos
Construindo planejamentos significativosConstruindo planejamentos significativos
Construindo planejamentos significativos
 
ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...
ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...
ENSINANDO PARA APRENDER, APRENDENDO PARA ENSINAR: EXPERIÊNCIAS DE FORMAÇÃO IN...
 
2ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
2ª Encontro PNAIC 17 de out 20152ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
2ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
 
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015 Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
 
Co 163 contruindo planejamentos significativos
Co 163 contruindo planejamentos significativosCo 163 contruindo planejamentos significativos
Co 163 contruindo planejamentos significativos
 
Ii reunião alfabetização_eixos_norteadores
Ii reunião alfabetização_eixos_norteadoresIi reunião alfabetização_eixos_norteadores
Ii reunião alfabetização_eixos_norteadores
 
Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdfLíngua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
 
Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdfLíngua Portuguesa - 3º ano.pdf
Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
 
CADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdfCADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES DE Língua Portuguesa - 3º ano.pdf
 
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLALiteratura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
 
6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o aluno6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o aluno
 
Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013
Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013
Formação para professores alfabetizadores 19 03-2013
 
TCC - Pedagogia
TCC - PedagogiaTCC - Pedagogia
TCC - Pedagogia
 
Dialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.ppt
Dialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.pptDialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.ppt
Dialogo sobre AlfabetizAÇÃO- SLIDES.ppt
 
A crise da leitura e da escrita na escola
A  crise da leitura e da escrita na escolaA  crise da leitura e da escrita na escola
A crise da leitura e da escrita na escola
 
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumondPara aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
 
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumondPara aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
Para aprender a ler escrever no eja simone helen drumond
 
2º encontro da unidade 1 avaliação
2º encontro da unidade 1   avaliação2º encontro da unidade 1   avaliação
2º encontro da unidade 1 avaliação
 
Slides planejamento escolar
Slides planejamento escolarSlides planejamento escolar
Slides planejamento escolar
 

Goiania 2013

  • 1. Profª. Drª. Marinaide Freitas CEDU/UFAL
  • 2.  Observatório Alagoano de leitura em Educação de Jovens e Adultos - Pesquisa: A leitura e a formação de leitores no Estado de Alagoas: estudo e intervenção de alfabetização em Educação de Jovens e Adultos.  De natureza qualitativa, do tipo colaborativa (IBIAPINA, 2008), fundamentada nos estudos de autores/as que vêm dialogando sobre as práticas de leitura, formação do aluno leitor e as práticas de letramento: Bortoni-Ricardo, (2010); Kleiman (2003); Koch & Elias (2006); Marcuschi (2008); dentre outros.
  • 3.  Construir um diagnóstico abrangente nas escolas investigadas sobre as práticas de leituras dentro das salas de aula de alfabetização em EJA, em 04 escolas públicas, sendo duas municipais e duas estaduais, situadas em Maceió, possibilitando a intervenção, para melhorar a formação de sujeitos leitores, na EJA. Tendo a intenção de:  Fomentar o diálogo sobre a experiência de pesquisa-formação.
  • 4.  É um lugar que favorece a mobilização de saberes docentes (TARDIF, 2004) que postos em interlocuções podem viabilizar processos formativos - um lugar aprendente.  Os envolvidos dialogam e experimentam revisitando seus repertórios formativos, problematizando-os também na escuta do outro.
  • 5.  Nesse entendimento a formação e pesquisa são consideradas processos que se mesclam e se comple(men)tam, ao mesmo tempo.  Articular essas duas dimensões passa a ser o grande desafio na/para a pesquisa interventiva colaborativa (IBIAPINA, 2008).
  • 6.  Haddad (2002) ao referir-se ao estado da arte sobre a pesquisa em educação de jovens e adultos no Brasil de 1986 a 1998 afirma não haver “um vínculo de proximidade entre universidades e redes públicas de ensino; as poucas experiências existentes são de trabalhos da universidade dentro dela mesma” (p.17).
  • 7.  E atualmente podemos dizer que as práticas cotidianas de leitura e escrita na EJA tem sido objeto de investigação no cenário nacional brasileiro, sem contudo na perspectiva da pesquisa de caráter colaborativo-interventivo.
  • 8.  Contraditoriamente, espera-se que o educador da EJA, enquanto agente letrador (BORTONI- RICARDO et al, 2010), contribua na formação dos/as alunos/as - enquanto sujeitos letrados - a partir da vivência de práticas de leitura e escrita em diversos contextos de uso.  Segundo Bourdieu (2009, p. 233), “estamos [...] habituados a [...] maneira de ler um texto sem referi-lo a nada além dele mesmo que nós a universalizamos inconscientemente”.
  • 9.  a) Qual o lugar das práticas de leitura e de escrita no cotidiano da sala de aula?;  B) Como a prática de leitura e escrita é mediada pelo professor?  c) De que forma eles interagem nesses contextos?  d) É possível ressignificar as práticas de leitura vivenciadas no contexto escolar?
  • 10.  No nosso entendimento, dominar as habilidades de leitura e escrita, para o aluno, significava uma possibilidade de “emancipação”, da condição de analfabeto para a condição de sujeitos que “dominam” as letras.  É com esse entendimento que apresentamos a nossa fala.
  • 11.  Nosso propósito:Nosso propósito:  Fazer uma análise reflexiva de uma prática de leitura e escrita de uma professora do I Segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
  • 12.  Momentos – ação-reflexão-ação:  Observação da prática docente;  Sessões de reflexões sobre a aula;  Sessões de estudo;  Retorno à sala de aula.
  • 13.  A sessão de reflexãoA sessão de reflexão é um “procedimento que motiva os professores a focalizar a atenção na prática docente e nas intenções de ensino e incentiva a criação de espaços de reflexão crítica” (IBIAPINA, 2009, p. 96).
  • 14. Contexto da aula: Na aula observada a professora buscou desenvolver uma sequência didática de atividades que culminassem na leitura da música “Maria, Maria” - de Milton Nascimento.  
  • 15.  1. Levantamento dos conhecimentos prévios dos/as alunos/as, a partir da problematização do título da música;  2. Produção de um texto coletivo, com registros dos conhecimentos prévios levantadas pelos alunos/as;  3. Oralização do texto da música pela professora;  4. Leitura silenciosa do texto da música pelos alunos;  5. Leitura coletiva;  6. Discussão da letra da música;
  • 16.  7. “Comparação” entre o texto produzido coletivamente e a música objeto de estudo;  8. Escuta da música;  9. Canto da música pelos alunos/as;  10. Pediu que os/as alunos/as escolhessem um verso da música e explicassem por escrito o que tinham compreendido.  11. Por fim, entregou os versos da música e solicitou a montagem da música;  (PLANEJAMENTO DA PROFESSORA)
  • 17.  Com base nesses encaminhamentos didáticos e na observação em sala de aula, percebemos que a professora não deu ênfase às propostas de atividades que poderiam ajudar os/as alunos/as aa compreenderem o textocompreenderem o texto, a exemplo: explorar os efeitos de sentidosexplorar os efeitos de sentidos produzidos pelas figuras de linguagemproduzidos pelas figuras de linguagem (metáforas, antíteses) e pela seleção(metáforas, antíteses) e pela seleção vocabular – entre outros aspectosvocabular – entre outros aspectos linguísticoslinguísticos.
  • 18.  Por que você escolheu essa música?  O que lhe motivou a fazer essa escolha?  Qual foi o seu objetivo?  Quais as atividades desenvolvidas para alcançar os objetivos?  Como organizou e conduziu a aula?  A aula atingiu os objetivos propostos?
  • 19.  O que fez para atingir os objetivos?  Se atingiu, por que você acha que conseguiu?  Quais os conhecimentos trabalhados nessa aula?  Por que fez opção por esses conhecimentos?  Você encontrou dificuldades para desenvolver essa aula de leitura? Qual a função social de suas ações no ensino da leitura?  Que tipo de leitor/a está sendo formado por você?  O que mudaria em sua aula?
  • 20.  Ao perguntarmos à professora o porquê daAo perguntarmos à professora o porquê da escolha da musica “Maria, Maria”,escolha da musica “Maria, Maria”, respondeu:respondeu: “[...] Procuramos a tarde inteira um texto para trabalhar a intertextualidade, como vocês falaram na sessão anterior. Queria que os alunos percebessem a intertextualidade. Essa música poderia fazer intertextualidade [...]”.  O extrato revela que a escolha da música deu-se pela necessidade de propor a leitura de um texto que possibilitasse estabelecer uma relação de intertextualidade. Tendo em vista ter sido um assunto enfocado em sessão anterior.  Havia, portanto, por parte do professor uma curiosidade: como fazer uma intertextualidade.
  • 21.  Indagamos se a professora sentiu dificuldades em mediar a prática de leitura vivenciada, ela foi incisiva:  “[...] sim, senti dificuldade porque alguns alunos não gostaram do texto. Precisei repetir várias vezes a música para que eles montassem a música fatiada [...] Eles gostam mais de histórias de textos narrativos, mas acham difíceis de ler porque são grandes”. (PROFESSORA).  A professora não se intimida em suas reflexões, sente-se à vontade em mencionar as suas dificuldades, reconhecendo que apresenta limitações para mediar a prática.
  • 22.  Mediante essa observação, questionamos se a professora sentia necessidade de mudar a maneira de conduzir a aula de leitura. Na sua resposta foi enfática:  “[...] mudaria muita coisa, pois já foram três aulas da mesma forma. Gostaria de mandar eles adivinharem qual é o título do texto a partir da leitura do texto, coisa assim, fazer de outro jeito. Preciso aprender os aspectos linguísticos para poder fazer perguntas como vocês fazem ao texto. Não tinha percebido esses aspectos metáforas, antíteses. Quero aprender”. (PROFESSORA).
  • 23.  Fica explícito no fragmento supracitado que a professora reconhece que para (re)significar as práticas de leitura é necessário domínio dos conhecimentos linguísticos, que lhes faltaram na formação inicial e/ou continuada.
  • 24.  Considerando o propósito da intertextualidade almejado pela professora, vejamos o texto produzido coletivamente em sala de aula e registrado pela professora, com base no levantamento dos conhecimentos prévios dos sujeitos:  MARIA A VITORIOSA  MARIA ACORDA CEDO, PREPARA O CAFÉ. ACORDA AS CRIANÇAS, DÁ CAFÉ, LEVA PARA A ESCOLA E DEPOIS COMEÇA A LAVAR AS ROUPAS DE GANHO. ENQUANTO TRABALHA ELA ESCUTA AMADO BATISTA, SEU CANTOR PREFERIDO.  DEPOIS, ELA PREPARA O ALMOÇO. SEU MARIDO CHEGA PARA ALMOÇAR E MAL LHE DIRIGE A PALAVRA. MARIA FICA CHATEADA, POIS ESPERAVA MAIS ATENÇÃO.
  • 25.  AS CRIANÇAS CHEGAM DA ESCOLA, ALMOÇAM E VÃO BRINCAR.  ELA PENSA EM IR AO SHOPPING TOMAR SORVETE COM OS FILHOS E ESQUECER OS PROBLEMAS, AS ENFERMIDADES... SEU MAIOR SONHO É VIAJAR PARA FERNANDO DE NORONHA!  MARIA DESEJA QUE SEU MARIDO MUDE, SEJA MAIS CARINHOSO COM ELA, LHE DÊ MAIS ATENÇÃO...  SEU MAIOR SONHO É VOLTAR A ESTUDAR E CONQUISTAR O SEU ESPAÇO, TER UM EMPREGO MELHOR PARA DAR UM FUTURO MELHOR AOS FILHOS.
  • 26.  Nessa produção coletiva “Maria a Vitoriosa”, de forma temporal e gradativa, os sujeitos alunos(a) foram narrando o cotidiano de uma “Maria”, inspirados pela música de Milton Nascimento – não se tratava para eles de qualquer Maria, mas no imaginário a Vitoriosa.  Poderíamos inferir que neste texto, deixaram transparecer a sua forma singular de ler o mundo de “Maria”.
  • 27.  A sessão de reflexão, mostra-nos a necessidade de se propor no locus da escola, momentos de reflexão sobre os aspectos determinantes de uma prática pedagógica de ensino da leitura, as possibilidades de (re)significá-la e as lacunas na formação do professor que precisam ser superadas.
  • 28.  Pudemos observar no desenvolvimento da “sequencia de atividade”, proposta pela professora, que na verdade se afastou dos pressupostos metodológicos do planejamento e da proposição de atividades sequenciadas, que apresentassem graus de complexidade de aprendizagem da leitura e que fossem significativas para os alunos da EJA
  • 29. Ao constatarmos as lacunas na formação da educadora sobre práticas de leitura, concepção de leitura e intertextualidade, dentre outros aspectos, percebemos a necessidade de ampliarmos a discussão sobre estas temáticas, além da fundamentação teórica sobre os modelos e estratégias de leitura; 
  • 30.  As investigações sinalizam que sem uma formação específica sobre os pressupostos teórico-metodológico de ensino da leitura, os educadores da EJA trabalham os aspectos referentes à leitura nas salas de aula, baseadas/os na intuição;  Nos conhecimentos adquiridos através de suas práticas de sala de aula, bem como nas experiências de leituras vivenciadas em seu período de escolarização, marcadas pelo tecnicismo e autoritarismo predominantemente.
  • 31.  A concepção limitada de leitura dos/as educadores/as é refletida no processo de ensino e aprendizagem de leitura nas classes da EJA.  Pensar dessa forma nos induz a defender a necessidade de implementação de políticas de formação continuada de professores da EJA, que partam da reflexão de suas práticas.  Essa formação deve acontecer no locus da escola e garantir sessões de estudo, reflexões críticas e (re)planejamento das práticas “(re)vivenciadas.
  • 32.  Nessa produção coletiva “Maria a Vitoriosa”, de forma temporal e gradativa, os sujeitos alunos(a) foram narrando o cotidiano de uma “Maria”, inspirados pela música de Milton Nascimento – não se tratava para eles de qualquer Maria, mas no imaginário a Vitoriosa.  Poderíamos inferir que neste texto, deixaram transparecer a sua forma singular de ler o mundo de “Maria”.