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Modelos e estratégias de leitura
                      10 de outubro de 2011


Práticas Textuais, 2011-2012 1º semestre
Maria Antónia Coutinho acoutinho@fcsh.unl.pt
Modelos de leitura
(Amor, 1993 – 20036)
Modelos de leitura (1)
• Modelo estruturalista
   – Associação de um significado a um estímulo visual -
     processo de ‘recodificação sonora’
• Modelo de processamento de dados
   – Tarefa cognitiva que se desenvolve por etapas ordenadas
     – do estímulo sensorial à ‘resposta’ (realização fonética
     com base nas características fonológicas)
Modelos de leitura (2)
• Modelo interacionista (Vygotsky, Luria)
   – Atividade de reconhecimento e compreensão
      • Deixa de se basear no reconhecimento da estrutura fonológica
        para se centrar no reconhecimento global das ‘formas’ ou
        unidades linguísticas (‘palavras’)
      • Implica recurso ao contexto linguístico (ou cotexto) e mesmo ao
        contexto situacional.
Modelos de leitura (3)
• Conceção sintético-analítica da leitura
   – Processos indutivos ou ascendentes (bottom-up), através
     dos quais se relaciona o que se vê (o que se conhece) com
     o que é novo e se antecipam dados/sequências/sentidos.
   – Processos dedutivos ou descendentes (top-down), através
     dos quais se testam (confirmam/infirmam) as
     antecipações e se globaliza a interpretação
Modelos de leitura (4)
• Modelo das hipóteses múltiplas
  – Decorre de desenvolvimentos associados à conceção
    sintético-analítica da leitura
     • plano local (micro-estruturas linguísticas)
     • plano global (macro-estrutura textual)
  – Recurso a processos conscientes que ajudem/monitorizem
    a interpretação
     • (Estratégias cognitivas)
     • Estratégias metacognitivas – que desautomatizam de forma
       consciente as estratégias cognitivas
Modelos de leitura (5)
• Modelo construtivista
  – Esquemas e subesquemas (cognitivos) – blocos de
    conhecimentos estruturados que são ativados em
    diferentes situações
  – Ler corresponde a estabelecer o confronto entre os
    esquemas propostos pelo texto e os esquemas de que
    dispõe a pessoa que lê
• Modelo reconstrutor
  – A interação comunicativa
  – Ler corresponde a ‘recuperar’ os objetivos do autor – ie,
    recuperar o modelo de produção
Tipos de leitura
• Leitura integral / leitura seletiva

• Leitura funcional
• Leitura analítica e crítica
• Leitura recreativa
Como lemos?




              http://www.mes-exams.com/LR/lecture-rapide-2.htm
Como lemos?
• Durante a leitura, o olho não se desloca de
  modo contínuo ao longo da linha de escrita.
• Constatação descrita pela primeira vez por
  volta de 1878/79, por um oftalmologista
  francês, Émile Javal (Luegi, 2006: 21)
Como lemos?
• De facto, o olho – que só pode ver quando
  está imóvel – desloca-se por saltos sucessivos,
  durante a leitura.
Como lemos?
• “As sacadas, ou seja, os saltos oculares que
  ocorrem durante a leitura ou durante o
  visionamento de imagens, são movimentos
  muito rápidos, realizados da esquerda para a
  direita (na leitura das escritas que se realizam
  da esquerda para a direita e de cima para
  baixo) (…)” Luegi, 2006: 22
Como lemos?
Como lemos?
• Leitor lento: 2 palavras por fixação
• Leitor médio: 3 a 4 palavras por fixação
• Leitor rápido: 5 palavras ou mais por fixação
  Que hábitos de leitura? Para que objetivos?
  “Maus hábitos de leitura”: leitura palavra a palavra,
  sílaba a sílaba – associada a uma redução do
  campo de visão, que reduz a velocidade de leitura e
  a compreensão do que se lê.
               http://www.mes-exams.com/LR/lecture-rapide-2.htm
Como lemos?

• Sabe-se hoje que quer a duração das fixações
  quer a amplitude das sacadas (ou localização
  das fixações) varia
  – de sujeito para sujeito
  – em função da tarefa realizada
  – em função da acuidade visual
Sacadas…
• “As sacadas, ou seja, os saltos oculares que
  ocorrem durante a leitura ou durante o
  visionamento de imagens, são movimentos
  muito rápidos, realizados da esquerda para a
  direita (na leitura das escritas que se realizam
  da esquerda para a direita e de cima para
  baixo) (…)” Luegi, 2006: 22
… direcção das sacadas…
• “Cerca de 15% dos movimentos sacádicos durante a
  leitura são movimentos regressivos, ou seja, partem
  da direita para a esquerda, para regiões anteriores
  do texto, na mesma linha ou em algumas linhas
  acima. Estes movimentos acontecem, sobretudo,
  quando se registam dificuldades no processamento
  da informação (…).”
 Luegi, 2006: 25
…e tempo de fixação
• A duração de fixação de determinada palavra
  pode ser influenciada pelo cotexto em que se
  insere: quando uma palavra é previsível em
  determinado cotexto, o seu tempo de fixação
  é menor do que num cotexto em que seja
  pouco previsível.
Estratégias de leitura…
• Não lemos todos da mesma maneira, não
  lemos sempre da mesma maneira:
Leitura selectiva

• A leitura selectiva opõe-se à leitura integral e
  consiste em seleccionar a informação.
• Compreende duas técnicas essenciais:
  – Écrémage (ingl. Skimming) – selecção
  – Repérage (ingl. Scanning) – localização
Leitura selectiva: skimming e scanning

• Skimming (ingl.) – écrémage (fr), selecção (port.)
   – Consiste em identificar rapidamente as ideias principais, fazendo
     uma leitura rápida.
   – Recorre-se a cabeçalhos, títulos, sub-títulos e inter-títulos,
     parágrafos introdutórios e conclusivos, numerações, etc.
   – É útil quando se procura informação específica e quando se quer
     perceber se um determinado texto é útil ou não para a tarefa a
     realizar.
   – Pode utilizar-se esta técnica com maior ou menor grau de
     seletividade, de acordo com as necessidades e os textos em causa.
Leitura selectiva: skimming e scanning

• Scanning (ingl.) – repérage (fr.), localização (port.)
   – Exige que o leitor saiba aquilo de que está à procura.
   – Corresponde a uma leitura rápida, no intuito de localizar palavras-
     chave (conceitos) – da “mesma” forma que se procura uma palavra
     num dicionário.
   – Presta-se atenção a aspectos semiogáficos – como negritos, itálicos,
     mudanças de cor ou de tipo de letra – e a organizadores textuais –
     como “por um lado…, por outro…”, “em primeiro lugar…, em
     segundo lugar…, finalmente…”.
   – Depois de se fazer o scanning, pode ser útil voltar atrás utilizando a
     técnica de skimming.
Leitura em diagonal / leitura ativa
• Speed Reading Exercises Hd.mp4
  http://www.youtube.com/watch?v=vEd136qSuD8&feature=related
Leitura em diagonal / Leitura ativa
Leitura em diagonal / Leitura ativa

• Estratégias para uma leitura ativa:
   – facilitam a tarefa, ajudando à concentração, ajudam a memorizar e
      interiorizar a informação e disponibilizam a mesma para ser
      posteriormente retomada.
   – Estratégias recomendadas:
        • Técnicas de registo: sublinhados, “highlights”, anotações, etc.
        • Identificação de palavras-chave
        • Criação de glossários (que permitem e/ou facilitam o
          esclarecimento dos conceitos);
        • Elaboração de tabelas de conteúdos
        • Redação de resumos – parciais, a vários níveis da organização do
          texto (livro, artigo, etc.)
Para tornar a leitura (mais) eficaz
• Reconhecimento visual das palavras
• Utilizar a visão periférica e limitar o nº de fixações por linha.
• Adaptar a velocidade de leitura ao grau de dificuldade
• Na(s) primeira(s) leitura(s), identificar conceitos chave e
  conceitos recorrentes, palavras de ligação, introduções e
  conclusões.
• Localizar as passagens centrais do texto (reduzir a
  velocidade antes, aumentar depois)
• Não perder de vista as questões para as quais se procura
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Leitura modelos estratégias

  • 1. Modelos e estratégias de leitura 10 de outubro de 2011 Práticas Textuais, 2011-2012 1º semestre Maria Antónia Coutinho acoutinho@fcsh.unl.pt
  • 2. Modelos de leitura (Amor, 1993 – 20036)
  • 3. Modelos de leitura (1) • Modelo estruturalista – Associação de um significado a um estímulo visual - processo de ‘recodificação sonora’ • Modelo de processamento de dados – Tarefa cognitiva que se desenvolve por etapas ordenadas – do estímulo sensorial à ‘resposta’ (realização fonética com base nas características fonológicas)
  • 4. Modelos de leitura (2) • Modelo interacionista (Vygotsky, Luria) – Atividade de reconhecimento e compreensão • Deixa de se basear no reconhecimento da estrutura fonológica para se centrar no reconhecimento global das ‘formas’ ou unidades linguísticas (‘palavras’) • Implica recurso ao contexto linguístico (ou cotexto) e mesmo ao contexto situacional.
  • 5. Modelos de leitura (3) • Conceção sintético-analítica da leitura – Processos indutivos ou ascendentes (bottom-up), através dos quais se relaciona o que se vê (o que se conhece) com o que é novo e se antecipam dados/sequências/sentidos. – Processos dedutivos ou descendentes (top-down), através dos quais se testam (confirmam/infirmam) as antecipações e se globaliza a interpretação
  • 6. Modelos de leitura (4) • Modelo das hipóteses múltiplas – Decorre de desenvolvimentos associados à conceção sintético-analítica da leitura • plano local (micro-estruturas linguísticas) • plano global (macro-estrutura textual) – Recurso a processos conscientes que ajudem/monitorizem a interpretação • (Estratégias cognitivas) • Estratégias metacognitivas – que desautomatizam de forma consciente as estratégias cognitivas
  • 7. Modelos de leitura (5) • Modelo construtivista – Esquemas e subesquemas (cognitivos) – blocos de conhecimentos estruturados que são ativados em diferentes situações – Ler corresponde a estabelecer o confronto entre os esquemas propostos pelo texto e os esquemas de que dispõe a pessoa que lê • Modelo reconstrutor – A interação comunicativa – Ler corresponde a ‘recuperar’ os objetivos do autor – ie, recuperar o modelo de produção
  • 8. Tipos de leitura • Leitura integral / leitura seletiva • Leitura funcional • Leitura analítica e crítica • Leitura recreativa
  • 9. Como lemos? http://www.mes-exams.com/LR/lecture-rapide-2.htm
  • 10. Como lemos? • Durante a leitura, o olho não se desloca de modo contínuo ao longo da linha de escrita. • Constatação descrita pela primeira vez por volta de 1878/79, por um oftalmologista francês, Émile Javal (Luegi, 2006: 21)
  • 11. Como lemos? • De facto, o olho – que só pode ver quando está imóvel – desloca-se por saltos sucessivos, durante a leitura.
  • 12. Como lemos? • “As sacadas, ou seja, os saltos oculares que ocorrem durante a leitura ou durante o visionamento de imagens, são movimentos muito rápidos, realizados da esquerda para a direita (na leitura das escritas que se realizam da esquerda para a direita e de cima para baixo) (…)” Luegi, 2006: 22
  • 14. Como lemos? • Leitor lento: 2 palavras por fixação • Leitor médio: 3 a 4 palavras por fixação • Leitor rápido: 5 palavras ou mais por fixação Que hábitos de leitura? Para que objetivos? “Maus hábitos de leitura”: leitura palavra a palavra, sílaba a sílaba – associada a uma redução do campo de visão, que reduz a velocidade de leitura e a compreensão do que se lê. http://www.mes-exams.com/LR/lecture-rapide-2.htm
  • 15. Como lemos? • Sabe-se hoje que quer a duração das fixações quer a amplitude das sacadas (ou localização das fixações) varia – de sujeito para sujeito – em função da tarefa realizada – em função da acuidade visual
  • 16. Sacadas… • “As sacadas, ou seja, os saltos oculares que ocorrem durante a leitura ou durante o visionamento de imagens, são movimentos muito rápidos, realizados da esquerda para a direita (na leitura das escritas que se realizam da esquerda para a direita e de cima para baixo) (…)” Luegi, 2006: 22
  • 17. … direcção das sacadas… • “Cerca de 15% dos movimentos sacádicos durante a leitura são movimentos regressivos, ou seja, partem da direita para a esquerda, para regiões anteriores do texto, na mesma linha ou em algumas linhas acima. Estes movimentos acontecem, sobretudo, quando se registam dificuldades no processamento da informação (…).” Luegi, 2006: 25
  • 18. …e tempo de fixação • A duração de fixação de determinada palavra pode ser influenciada pelo cotexto em que se insere: quando uma palavra é previsível em determinado cotexto, o seu tempo de fixação é menor do que num cotexto em que seja pouco previsível.
  • 19. Estratégias de leitura… • Não lemos todos da mesma maneira, não lemos sempre da mesma maneira:
  • 20. Leitura selectiva • A leitura selectiva opõe-se à leitura integral e consiste em seleccionar a informação. • Compreende duas técnicas essenciais: – Écrémage (ingl. Skimming) – selecção – Repérage (ingl. Scanning) – localização
  • 21. Leitura selectiva: skimming e scanning • Skimming (ingl.) – écrémage (fr), selecção (port.) – Consiste em identificar rapidamente as ideias principais, fazendo uma leitura rápida. – Recorre-se a cabeçalhos, títulos, sub-títulos e inter-títulos, parágrafos introdutórios e conclusivos, numerações, etc. – É útil quando se procura informação específica e quando se quer perceber se um determinado texto é útil ou não para a tarefa a realizar. – Pode utilizar-se esta técnica com maior ou menor grau de seletividade, de acordo com as necessidades e os textos em causa.
  • 22. Leitura selectiva: skimming e scanning • Scanning (ingl.) – repérage (fr.), localização (port.) – Exige que o leitor saiba aquilo de que está à procura. – Corresponde a uma leitura rápida, no intuito de localizar palavras- chave (conceitos) – da “mesma” forma que se procura uma palavra num dicionário. – Presta-se atenção a aspectos semiogáficos – como negritos, itálicos, mudanças de cor ou de tipo de letra – e a organizadores textuais – como “por um lado…, por outro…”, “em primeiro lugar…, em segundo lugar…, finalmente…”. – Depois de se fazer o scanning, pode ser útil voltar atrás utilizando a técnica de skimming.
  • 23. Leitura em diagonal / leitura ativa • Speed Reading Exercises Hd.mp4 http://www.youtube.com/watch?v=vEd136qSuD8&feature=related
  • 24. Leitura em diagonal / Leitura ativa
  • 25. Leitura em diagonal / Leitura ativa • Estratégias para uma leitura ativa: – facilitam a tarefa, ajudando à concentração, ajudam a memorizar e interiorizar a informação e disponibilizam a mesma para ser posteriormente retomada. – Estratégias recomendadas: • Técnicas de registo: sublinhados, “highlights”, anotações, etc. • Identificação de palavras-chave • Criação de glossários (que permitem e/ou facilitam o esclarecimento dos conceitos); • Elaboração de tabelas de conteúdos • Redação de resumos – parciais, a vários níveis da organização do texto (livro, artigo, etc.)
  • 26. Para tornar a leitura (mais) eficaz • Reconhecimento visual das palavras • Utilizar a visão periférica e limitar o nº de fixações por linha. • Adaptar a velocidade de leitura ao grau de dificuldade • Na(s) primeira(s) leitura(s), identificar conceitos chave e conceitos recorrentes, palavras de ligação, introduções e conclusões. • Localizar as passagens centrais do texto (reduzir a velocidade antes, aumentar depois) • Não perder de vista as questões para as quais se procura resposta.