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DOM QUIXOTE
DE LA MANCHA
O livro é estruturado em
duas partes, a primeira
maneirista, enquanto a
segunda é mais barroca.
Enquanto a primeira parte
da obra deixa a impressão
de liberdade máxima, a
segunda parte produz a
sensação constante de nos
encontrarmos encerrados
em limites estreitos. Essa
sensação é sentida mais
intensamente quando
confrontada com a primeira
parte
Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma
expressão amarga da impossibilidade de dar
realidade a um ideal, com a segunda parte nasce
muito mais da confrontação das formas da
imaginação com as da realidade. Cervantes dá a
sua própria definição da obra: "orden desordenada
(...) de manera que el arte, imitando à la
Naturaleza, parece que allí la vence“.
O processo adotado por Cervantes - a paródia -
permite dar relevo aos contrastes, através da
deformação grotesca, pela deslocação do patético
para o burlesco, fazendo com que o burlesco
apague momentaneamente a emoção,
estabelecendo um entrelaçado espontâneo de
picaresco, de burlesco e de emoção. O conflito surge
do confronto entre o passado e o presente, o ideal e
o real e o ideal e o social.
Dom Quixote e Sancho
Pança representam valores
distintos, embora sejam
participantes do mesmo
mundo. É importante
compreender a visão irônica
que o romancista tem do
mundo moderno, o fundo de
alegria que está por detrás
da visão melancólica e a
busca do absoluto.
São mundos completamente
diferentes. Sancho Pança o fiel
escudeiro de Dom Quixote é definido
por Cervantes como "Homem de bem,
mas de pouco sal na moleirinha". É
o representante do bom senso e é
para o mundo real aquilo que Dom
Quixote é para o mundo ideal.
Dom quixote trabalhod dq

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  • 2. O livro é estruturado em duas partes, a primeira maneirista, enquanto a segunda é mais barroca. Enquanto a primeira parte da obra deixa a impressão de liberdade máxima, a segunda parte produz a sensação constante de nos encontrarmos encerrados em limites estreitos. Essa sensação é sentida mais intensamente quando confrontada com a primeira parte
  • 3. Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade. Cervantes dá a sua própria definição da obra: "orden desordenada (...) de manera que el arte, imitando à la Naturaleza, parece que allí la vence“.
  • 4. O processo adotado por Cervantes - a paródia - permite dar relevo aos contrastes, através da deformação grotesca, pela deslocação do patético para o burlesco, fazendo com que o burlesco apague momentaneamente a emoção, estabelecendo um entrelaçado espontâneo de picaresco, de burlesco e de emoção. O conflito surge do confronto entre o passado e o presente, o ideal e o real e o ideal e o social.
  • 5. Dom Quixote e Sancho Pança representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irônica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto.
  • 6. São mundos completamente diferentes. Sancho Pança o fiel escudeiro de Dom Quixote é definido por Cervantes como "Homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha". É o representante do bom senso e é para o mundo real aquilo que Dom Quixote é para o mundo ideal.