2. Os Princípios Filosóficos de ROUSSEAU
Ao contrário dos iluministas, não se mostra a favor de um
pleno racionalismo, tampouco aplaude o obscurantismo
religioso.
O homem não é apenas razão, mas também sentimento.
A civilização não demonstrava o apogeu da vida humana, mas
apontava degeneração da moral.
Polidez e educação x interesse pessoal
Importância a supérfluo.
Máscara aos baixos interesses do homem.
Não era contra a civilização, mas demonstrava as mazelas da apresentada
na busca de uma reformulação.
3. O ESTADO DE NATUREZA
“Discurso sobre a origem e os fundamentos da
desigualdade entre os homens.”
- Análise do homem no estado de natureza à vida em sociedade – mazela
humana.
Há uma crítica aos demais contratualistas, uma vez que, por
estes não chegarem nos estágios mais primitivos dos homens,
incluíam no estado de natureza vícios da civilização:
“Todos, falando incessantemente de necessidade, de avidez, de opressão, de desejos e
de orgulho, transportam para o estado de natureza ideias que haviam tirado da
sociedade: falavam do homem selvagem e descreviam o homem civil.”
4. No estado de natureza o homem não necessita de técnicas, da palavra, de
guerras, de residência, de vinculo com seus semelhantes, nem necessidades
artificiais criadas pela civilização.
No estado de natureza o homem não está vinculado a ninguém, nem a leis ou
convenções, a liberdade é a principal característica.
Apenas existe um vinculo com a natureza, uma vez que depende de seus
recursos naturais para sobrevivência.
Outra característica trivial do estado de natureza é a perfectibilidade do
homem, sendo, inclusive, o que lhe distingue dos outros animais:
- Perfectibilidade – Animal (instinto).
- Homem (aperfeiçoa) – Condução a uma evolução ou involução
(infelicidade).
Amor próprio e piedade.
5. “Concluamos que, errado pelas florestas, sem engenho, sem a palavra, sem o domicílio, sem
guerra e sem vínculos, sem a menor necessidade de seus semelhantes, assim como sem nenhum
desejo de prejudicá-los, até sem jamais reconhecer algum deles individualmente, o homem
selvagem, sujeito a poucas paixões e bastando-se a si mesmo, tinha apenas os sentimentos as
luzes próprias desse estado, sentia apenas suas verdadeiras necessidades, só olhava o que
acreditava ter interesse de ver e sua inteligência não fazia mais progressos do que sua
vaidade. Se porventura fazia alguma descoberta, não podia comunicá-la, pois nem sequer os
filhos reconhecia. A arte perecia com o inventor; não havia educação nem progresso, as
gerações multiplicavam-se inutilmente e, partindo cada um sempre do mesmo ponto, os
séculos escoavam-se em toda a grosseria das primeiras épocas, a espécie já estava velha e o
homem continuava a ser sempre criança”
6. O fato de não existir uma ideia do bem, não quer dizer que
prevaleça a condição má (“o homem é o lobo do homem”), o que
resta é a ignorância dos vícios que acalma as paixões dos
homens (o bom selvagem).
O surgimento da propriedade privada põe a termo a
felicidade natural, dando origem ao estado de desigualdade
entre os homens:
“ O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: Isto é meu, e
encontrou pessoas simples o suficiente para a acreditar nele, foi o verdadeiro
fundador da sociedade civil”
7.
8. Resultado:
Disputa, vaidade, hierarquização entre os homens, ambição,
avareza, etc.
O homem, não conseguindo desconstituir a realidade
proveniente da propriedade privada e as facilidades da divisão
de trabalho, o que impede de renunciar a estes estado da vida
social, entra em constante estado de guerra.
Os ricos, através do contrato social realizado em face da
guerra, enganam os pobres criando duas grandes instituições
(Estado e o Direito), sub o fundamento de que iriam lhe dar
garantias.
9. Contrato Social Espúrio (garantia da ordem
jurídica e política da própria exploração).
“ Com esse intuito, depois de expor aos vizinhos o horror de uma
situação que os armava todos contra os outros, que lhe deixava as
posses tão onerosas quantos as necessidades deles e na qual ninguém
encontrava segurança, nem na pobreza nem na riqueza, inventou
facilmente razões especiosas para conduzi-los ao seu objetivo.
“Unamo-nos”, disse-lhes, para resguardar os fracos da opressão,
conter os ambiciosos e assegurar a cada qual a posse do que lhe
pertence”.
10. CONCLUSÃO (pessimismo)
Estado de natureza: tranquilidade com suas paixões.
Estado de civilização: busca do poder e reputação, explora e
é explorado, apropria-se de bens e sofre para preservá-los.
11. O Contrato Social
Disposto na obra de mesmo nome: “O Contrato Social” (abre
uma possibilidade de melhora da condição do homem
demonstrado na obra “O Discurso sobre a origem e os fundamentos
da desigualdade entre os homens”):
“O homem nasceu livre e por toda parte está agrilhoado. Aquele
que se crê senhor dos outros não deixa de ser mais escravo que
eles. Como se deu essa mudança? Ignoro-o. O que pode
legitimá-la? Creio poder resolver está questão.
12. A solução era direcionada à uma conjunção de forças a partir
de um contrato social, onde a força individual representa a
força da coletividade, como forma a manter a liberdade.
Os indivíduos se unem como legisladores e como credores
das disposições legais. (submetido a lei que é fruto da sua
própria vontade):
“Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob
a suprema direção da vontade geral; e recebemos,
coletivamente, cada membro como parte indivisível do todo”.
13. Elogio a democracia, pois o soberano é o povo que adere em
sua totalidade ao contrato social, formando um corpo só
(cidadania ativa).
Quando se fala alienação total ao Estado, na teoria de
Rousseau, não representa apologia ao absolutismo, pois o
estado represente o individuo em caráter geral.
Vontade geral: impossibilidade de valer interesses pessoais,
estes devem estar de acordo com o coletivo (interesse comum)
Vontade de todos: soma das vontades particulares (vontade
privada).
14. LEI
Representa a vontade geral, as quais devem ter caráter geral,
universal e impessoal (bem comum), sendo seu objetivo
primordial a busca da liberdade e igualdade:
“Se indagarmos em que consiste precisamente o maior de todos os
bens, que deve ser o fim de qualquer sistema de legislação,
chegaremos à conclusão de que ele se reduz a estes dois objetivos
principais: a liberdade e a igualdade. A liberdade, porque toda
dependência particular é igualmente força tirada do corpo do Estado; a
igualdade, porque a liberdade não pode subsistir sem ela.”
15. Pelo fato da lei ter origem na vontade de todos, o cidadão
que a respeita e segue seus moldes conserva sua liberdade,
posto que foi por ele determinada:
“O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural
e um direito ilimitado a quanto tudo quanto deseja e pode
alcançar; o que com ele ganha é a liberdade civil e a
propriedade de tudo o quanto possui”
16. POLÍTICA
Existência do poder executivo e legislativo.
O governo não é soberano, mas subordinado ao povo, seja
com um ou vários representantes do executivo, sendo até
mesmo o rei subordinado ao povo.
O governo tem tendência a degenerar, representando suas
próprias vontades, afastando, portanto, a vontade geral,
devendo-se adotar a participação política direta do cidadão
(democracia direta participativa).
Religião civil: culto à pátria e à solidariedade.