SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 31
PLATYHELMINTHES OU APENAS
SEMELHANTES A PLATYHELMINTHES?
RELAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS
PRINCIPAIS GRUPOS DE TURBELÁRIOS
Piter K. Boll et al.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
• O filo Platyhelminthes apresenta-se constituído por três
grupos monofiléticos: o primeiro contém Acoela e
Nemertodermatida (Acoelomorpha), o segundo, Catenulida, e
o terceiro, denominado Rhabditophora, agrupando todas as
outras ordens de “Turbellaria” juntamente com os grupos de
platelmintos parasitas Trematoda, Monogenea e Cestoda.
•A posição dos táxons do filo Platyhelminthes sempre
foi controversa, sendo que os primeiros estudos
filogenéticos, com base em caracteres morfológicos já
haviam indicado “Turbellaria” como um grupo não
natural (Ehlers, 1984).
•Os caracteres considerados primitivos, como a
ausência de celoma e um intestino incompleto, eram
vistos como indícios de uma posição basal do filo,
colocando-o como provável ancestral de todos os
metazoários “superiores” (Rohde et al., 1993).
Características morfológicas gerais de
Acoelomorpha, Catenulida e
Rhabditophora
Acoelomorpha
•Acoelomorpha compreende vermes pequenos,
usualmente com menos de 1 mm de
comprimento, marinhos ou de águas salobras, de
vida livre, mas com alguns representantes
simbióticos (Cannon, 1986; Brusca e Brusca,
2007).
Características morfológicas gerais de
Acoelomorpha, Catenulida e Rhabditophora
• Os acelomorfos são animais hermafroditas, com
gônadas livres no parênquima; possuem ovos
endolécitos e espermatozoides biflagelados.
• Os cílios das células epidérmicas de Acoela e
Nemertodermatida possuem raízes ciliares
interconectadas num padrão hexagonal (Rieger et al.,
1991), diferentemente dos demais platelmintos, nos
quais os cílios são independentes (Rieger et al., 1991;
Tyler e Hooge, 2004).
Catenulida
• Catenulida inclui vermes alongados, com poucos milímetros de
comprimento, que habitam ambientes de água doce e marinhos, ou, em
alguns casos, terrestres úmidos (Kolasa e Young, 1974; Brusca e
Brusca, 2007; Larsson e Jondelius, 2008).
• Esses organismos se caracterizam pela faringe do tipo simples,
intestino saculiforme e pouco diferenciado do parênquima (Cannon,
1986; Brusca e Brusca, 2007), presença de um único protonefrídio
longo e bem visível localizado no centro da região dorsal.
Rhabditophora
• O clado Rhabditophora compreende uma grande variedade de
platelmintos, incluindo espécies de vida livre, de água doce, marinhas
ou terrestres, até organismos parasitos, entre os quais o grupo
Neodermata, o qual não é integrante de Turbellaria.
O sistema filogenético de Ehlers a partir de
dados morfológicos
• A posição dos táxons do filo Platyhelminthes sempre foi
controversa. Ehlers (1984) foi um dos primeiros a sugerir que
Turbellaria não é um grupo natural, mas sim um grupo
parafilético, em que os platelmintos parasitos representam
clados mais terminais da árvore.
• Esse autor considerou Catenulida o grupo mais basal dos
platelmintos, tendo sua monofilia suportada principalmente por
características como o protonefrídio ímpar e espermatozoides
aciliados, posicionando- se como grupo irmão de todos os outros
táxons.
• Euplatyhelminthes, foi agrupado por características relacionadas
a um aumento na densidade de cílios epidérmicos para 3–6
cílios/μm² e presença de glândulas frontais.
A posição controversa de Acoela e
Nemertodermatida
• Várias teorias consideravam Acoela como um possível grupo
basal dos metazoários ou bilaterais, inicialmente a partir de
observações de microscopia óptica. Por meio de estudos
ultraestruturais, Smith e Tyler (1985) consideraram mais
provável que sua simplicidade fosse devido a reversões, tais
como ausência de celoma, intestino e protonefrídios.
• Em outros estudos, Nemertodermatida foi separado de Acoela
e agrupado com Rhabditophora, mas somente uma sequência
gênica de 18S do rDNA de uma única espécie de
Nemertodermatida havia sido utilizada
• Por meio de análises
moleculares Acoela apresentaria
uma posição mais basal em
relação a todos os bilatérios e
Nemertodermatida representaria
o grupo irmão dos demais
bilatérios (exceto Acoela).
Assim, o clado Acoelomorpha
não foi validado. Já os
platelmintos restantes
(Catenulida+Rhabditophora)
foram agrupados como
integrantes dos Lophotrochozoa.
• Utilizando dados
morfológicos e moleculares
propuseram que
Acoelomorpha compreenderia
o clado mais basal de
Bilatéria, aparecendo como
grupo irmão dos restantes, e
representando uma linhagem
remanescente dos primeiros
animais de simetria bilateral
• Mais recentemente, análises
filogenômicas usando
sequências proteicas
mitocondrais, dados
filogenômicos de diversos
aminoácidos e microRNA,
indicaram que acelomorfos e
Xenoturbella constituiriam o
clado Xenacoelomorpha e
seriam deuterostômios,
representando o grupo irmão dos
hemicordados e equinodermados
(Philippe et al., 2011)
Clado Catenulida e suas relações
filogenéticas com os demais platelmintos
• O clado Catenulida tem sido considerado monofilético em função de três
sinapomorfias: tipo e posição do protonefrídio, posição do testículo e do
poro genital e imobilidade dos espermatozoides (Ehlers, 1985a).
Contudo, a posição de Catenulida em relação aos demais platelmintos
permaneceu uma questão em aberto por longo tempo, mostrando-se basal
em diversos estudos moleculares (Littlewood et al., 1999b).
• Os resultados reforçaram a hipótese de que Catenulida é um grupo
monofilético e grupo irmão do clado Rhabditophora, também
monofilético. Embora ainda não sejam conhecidas sinapomorfias
morfológicas que unam Rhabditophora e Catenulida, esses dados
reforçam sua relação de grupos-irmãos, já anteriormente proposta por
Peterson e Eernisse (2001).
Clado Rhabditophora e as relações
filogenéticas dos grupos que o compõem
• As sinapomorfias que sustentariam o clado Rhabditophora são
a presença de rabditos lamelados, um sistema adesivo
duoglandular e protonefrídios com células terminais
multiciliadas (Ehlers, 1985a, 1985b). Porém, a validade desse
táxon ainda é controversa.
• Esse clado é tradicionalmente dividido em dois subclados,
Macrostomida e Trepaxonemata. No entanto, as sinapomorfias
comumente atribuídas a Trepaxonemata têm valor filogenético
limitado, não tendo sido constatadas evidências para validá-lo,
a partir de análises morfológicas e moleculares.
• Macrostomida e Haplopharyngida formam um clado
suportado por estudos moleculares
• Polycladida aparece em alguns estudos como grupo irmão de
Macrostomida+Haplopharyngida
• Diversos estudos apoiam a monofilia de Lecithoepitheliata
mas sua posição dentro de Rhabditophora ainda é
controversa.
• Ainda, em alguns estudos, Lecithoepitheliata forma um clado
com Macrostomida, Haplopharyngida e Polycladida.
• De acordo com diversos estudos moleculares,
Tricladida e Proseriata não formam um grupo
monofilético como sugerido inicialmente por Ehlers
(1984), de forma que o clado Seriata foi rejeitado.
• Tricladida mostrou-se mais próximo de Fecampiida e
Prolecithophora. O nome Adiaphanida foi proposto
para o clado formado por esses três grupos.
Conclusões
• Diversos estudos têm procurado resolver as relações
filogenéticas dos acelomorfos em relação aos platelmintos e
demais invertebrados. No entanto, a posição dos
acelomorfos continua sendo objeto de controvérsia.
• Estudos moleculares, incluindo genes ribossomais, Hox,
mitocondriais, de miosina II e micro-RNAs, todos apontam
para um cenário com Acoela e Nemertodermatida como
clados basais em Bilateria e não integrantes de
Platyhelminthes.
• A posição filogenética de Catenulida em relação aos
platelmintos e demais bilatérios permaneceu incerta
após alguns estudos moleculares, mas recentemente
verificou-se que esse clado representa o grupo irmão
dos Rhabditophora (Larsson e Jondelius, 2008).
• Para entender as relações filogenéticas de “Turbellaria”,
muitos pesquisadores têm realizado, ao longo dos tempos,
estudos baseados em dados morfológicos, utilizando
principalmente ultraestrutura, além de dados moleculares de
genes mitocondriais e nucleares (Baguñà e Riutort, 2004;
Egger et al., 2009).
• Com base nesses e em diversos outros estudos, reforçamos, a
necessidade de que a abordagem dos platelmintos se restrinja
aos integrantes de Catenulida e Rhabditophora. Dessa forma,
Acoela e Nemertodermatida não devem ser incluídos em
Platyhelminthes, sendo sua posição como bilaterais basais o
cenário mais provável.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Filo Moluscos (Power Point)
Filo Moluscos (Power Point)Filo Moluscos (Power Point)
Filo Moluscos (Power Point)Bio
 
Filo Nematoda (Power Point)
Filo Nematoda (Power Point)Filo Nematoda (Power Point)
Filo Nematoda (Power Point)Bio
 
7 ano Moluscos e artrópodes
7 ano Moluscos e artrópodes7 ano Moluscos e artrópodes
7 ano Moluscos e artrópodesSarah Lemes
 
Platelmintos (Power Point)
Platelmintos (Power Point)Platelmintos (Power Point)
Platelmintos (Power Point)Bio
 
Biologia - Platelmintos
Biologia - PlatelmintosBiologia - Platelmintos
Biologia - PlatelmintosCarson Souza
 
Anelídeos (Power Point)
Anelídeos (Power Point)Anelídeos (Power Point)
Anelídeos (Power Point)Bio
 
Filo dos moluscos 7º ano
Filo dos moluscos   7º anoFilo dos moluscos   7º ano
Filo dos moluscos 7º anojrz758
 
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)Ana Maciel
 
Aula 8 Trematódios
Aula 8 TrematódiosAula 8 Trematódios
Aula 8 TrematódiosAdila Trubat
 
7º ano cap 22 as aves
7º ano cap 22 as aves7º ano cap 22 as aves
7º ano cap 22 as avesISJ
 

Was ist angesagt? (20)

Animais plathyelminthes
Animais   plathyelminthesAnimais   plathyelminthes
Animais plathyelminthes
 
Anatomia das aves
Anatomia das avesAnatomia das aves
Anatomia das aves
 
Os moluscos
Os moluscosOs moluscos
Os moluscos
 
Filo Moluscos (Power Point)
Filo Moluscos (Power Point)Filo Moluscos (Power Point)
Filo Moluscos (Power Point)
 
Nematelmintos
NematelmintosNematelmintos
Nematelmintos
 
Filo Nematoda (Power Point)
Filo Nematoda (Power Point)Filo Nematoda (Power Point)
Filo Nematoda (Power Point)
 
7 ano Moluscos e artrópodes
7 ano Moluscos e artrópodes7 ano Moluscos e artrópodes
7 ano Moluscos e artrópodes
 
Platelmintos (Power Point)
Platelmintos (Power Point)Platelmintos (Power Point)
Platelmintos (Power Point)
 
Biologia - Platelmintos
Biologia - PlatelmintosBiologia - Platelmintos
Biologia - Platelmintos
 
Evolução dos osteichthyes
Evolução dos osteichthyesEvolução dos osteichthyes
Evolução dos osteichthyes
 
Anelídeos (Power Point)
Anelídeos (Power Point)Anelídeos (Power Point)
Anelídeos (Power Point)
 
Invertebrados
InvertebradosInvertebrados
Invertebrados
 
Moluscos
MoluscosMoluscos
Moluscos
 
Filo dos moluscos 7º ano
Filo dos moluscos   7º anoFilo dos moluscos   7º ano
Filo dos moluscos 7º ano
 
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
 
Aula 8 Trematódios
Aula 8 TrematódiosAula 8 Trematódios
Aula 8 Trematódios
 
Aula cordados
Aula cordadosAula cordados
Aula cordados
 
RéPteis
RéPteisRéPteis
RéPteis
 
05 te zoologia-filo.nemertea
05 te zoologia-filo.nemertea05 te zoologia-filo.nemertea
05 te zoologia-filo.nemertea
 
7º ano cap 22 as aves
7º ano cap 22 as aves7º ano cap 22 as aves
7º ano cap 22 as aves
 

Andere mochten auch

Micrognathozoa
MicrognathozoaMicrognathozoa
Micrognathozoadreicash
 
Portifólio A nova LDB Alison Regis
Portifólio A nova LDB Alison Regis Portifólio A nova LDB Alison Regis
Portifólio A nova LDB Alison Regis Alison Regis
 
Ensino de botânica
Ensino de botânica Ensino de botânica
Ensino de botânica Alison Regis
 
A nova LDB Alison Regis
A nova LDB Alison Regis A nova LDB Alison Regis
A nova LDB Alison Regis Alison Regis
 
A geografia da evolução alison regis
A geografia da evolução alison regis A geografia da evolução alison regis
A geografia da evolução alison regis Alison Regis
 
Origens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe Zoologia
Origens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe ZoologiaOrigens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe Zoologia
Origens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe ZoologiaAlison Regis
 
1. apresentação do curso
1. apresentação do curso1. apresentação do curso
1. apresentação do cursometazoario
 
técnicas moleculares no tratamento do câncer
técnicas moleculares no tratamento do câncertécnicas moleculares no tratamento do câncer
técnicas moleculares no tratamento do câncerAlison Regis
 
Aula n° 7 helmintos
Aula n° 7   helmintosAula n° 7   helmintos
Aula n° 7 helmintosGildo Crispim
 
Inteligências múltiplas
Inteligências múltiplasInteligências múltiplas
Inteligências múltiplasAlison Regis
 
Phylum Rotifera
Phylum RotiferaPhylum Rotifera
Phylum Rotiferanlyzluiz
 

Andere mochten auch (14)

Micrognathozoa
MicrognathozoaMicrognathozoa
Micrognathozoa
 
Portifólio A nova LDB Alison Regis
Portifólio A nova LDB Alison Regis Portifólio A nova LDB Alison Regis
Portifólio A nova LDB Alison Regis
 
Ensino de botânica
Ensino de botânica Ensino de botânica
Ensino de botânica
 
câncer
 câncer câncer
câncer
 
A nova LDB Alison Regis
A nova LDB Alison Regis A nova LDB Alison Regis
A nova LDB Alison Regis
 
A geografia da evolução alison regis
A geografia da evolução alison regis A geografia da evolução alison regis
A geografia da evolução alison regis
 
Origens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe Zoologia
Origens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe ZoologiaOrigens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe Zoologia
Origens da vida documentário IFCE campus Jaguaribe Zoologia
 
1. apresentação do curso
1. apresentação do curso1. apresentação do curso
1. apresentação do curso
 
técnicas moleculares no tratamento do câncer
técnicas moleculares no tratamento do câncertécnicas moleculares no tratamento do câncer
técnicas moleculares no tratamento do câncer
 
Aula n° 7 helmintos
Aula n° 7   helmintosAula n° 7   helmintos
Aula n° 7 helmintos
 
ecologia
 ecologia ecologia
ecologia
 
Inteligências múltiplas
Inteligências múltiplasInteligências múltiplas
Inteligências múltiplas
 
Phylum Rotifera
Phylum RotiferaPhylum Rotifera
Phylum Rotifera
 
Phylum Platyhelminthes
Phylum PlatyhelminthesPhylum Platyhelminthes
Phylum Platyhelminthes
 

Ähnlich wie Relações Filogenéticas dos Platelmintos

Origem, evolução e filogenia de Chordata e Craniata
Origem, evolução e filogenia de Chordata e CraniataOrigem, evolução e filogenia de Chordata e Craniata
Origem, evolução e filogenia de Chordata e CraniataGuellity Marcel
 
Zoologia dos Vertebrados
Zoologia dos VertebradosZoologia dos Vertebrados
Zoologia dos VertebradosAlline Sa
 
3 critérios de classificação 1
3   critérios de classificação 13   critérios de classificação 1
3 critérios de classificação 1Pelo Siro
 
Plano de aula 3 moluscos e anelideos
Plano de aula  3 moluscos e anelideosPlano de aula  3 moluscos e anelideos
Plano de aula 3 moluscos e anelideosfamiliaestagio
 
Plano de aula 3 moluscos e anelideos
Plano de aula  3 moluscos e anelideosPlano de aula  3 moluscos e anelideos
Plano de aula 3 moluscos e anelideosfamiliaestagio
 
Coleguiumclassificacao2012
Coleguiumclassificacao2012Coleguiumclassificacao2012
Coleguiumclassificacao2012rnogueira
 
Metazoários, poríferos, cnidários...
Metazoários, poríferos, cnidários...Metazoários, poríferos, cnidários...
Metazoários, poríferos, cnidários...Roberto Bagatini
 
Sistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdf
Sistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdfSistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdf
Sistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdfMary Holanda
 
Classificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosClassificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosVinícia Becalli
 
Aula_5_CHAROPHYTA.pdf
Aula_5_CHAROPHYTA.pdfAula_5_CHAROPHYTA.pdf
Aula_5_CHAROPHYTA.pdfEdsonEMaria
 
1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx
1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx
1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptxBreno Moura
 
Reino animalia
Reino animaliaReino animalia
Reino animaliaPelo Siro
 

Ähnlich wie Relações Filogenéticas dos Platelmintos (20)

Origem, evolução e filogenia de Chordata e Craniata
Origem, evolução e filogenia de Chordata e CraniataOrigem, evolução e filogenia de Chordata e Craniata
Origem, evolução e filogenia de Chordata e Craniata
 
Zoologia dos Vertebrados
Zoologia dos VertebradosZoologia dos Vertebrados
Zoologia dos Vertebrados
 
3 critérios de classificação 1
3   critérios de classificação 13   critérios de classificação 1
3 critérios de classificação 1
 
Resumo - Biologia II
Resumo - Biologia IIResumo - Biologia II
Resumo - Biologia II
 
Resumo - Biologia II
Resumo - Biologia IIResumo - Biologia II
Resumo - Biologia II
 
Plano de aula 3 moluscos e anelideos
Plano de aula  3 moluscos e anelideosPlano de aula  3 moluscos e anelideos
Plano de aula 3 moluscos e anelideos
 
Plano de aula 3 moluscos e anelideos
Plano de aula  3 moluscos e anelideosPlano de aula  3 moluscos e anelideos
Plano de aula 3 moluscos e anelideos
 
Zoologia 01
Zoologia 01Zoologia 01
Zoologia 01
 
Coleguiumclassificacao2012
Coleguiumclassificacao2012Coleguiumclassificacao2012
Coleguiumclassificacao2012
 
Metazoários, poríferos, cnidários...
Metazoários, poríferos, cnidários...Metazoários, poríferos, cnidários...
Metazoários, poríferos, cnidários...
 
Sistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdf
Sistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdfSistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdf
Sistemática Filogenética - Judd et al., 2008.pdf
 
Classificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosClassificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivos
 
Aula_5_CHAROPHYTA.pdf
Aula_5_CHAROPHYTA.pdfAula_5_CHAROPHYTA.pdf
Aula_5_CHAROPHYTA.pdf
 
1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx
1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx
1_Classificação Biológica DINÂMICO.pptx
 
Aula1 classificacaodosseresvivos
Aula1 classificacaodosseresvivosAula1 classificacaodosseresvivos
Aula1 classificacaodosseresvivos
 
Introducao zoologia licenciatura
Introducao zoologia licenciaturaIntroducao zoologia licenciatura
Introducao zoologia licenciatura
 
Reino animalia
Reino animaliaReino animalia
Reino animalia
 
Plano 9
Plano 9Plano 9
Plano 9
 
Ornitologia Básica
Ornitologia Básica Ornitologia Básica
Ornitologia Básica
 
Classificação dos seres vovos
Classificação dos seres vovosClassificação dos seres vovos
Classificação dos seres vovos
 

Kürzlich hochgeladen

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 

Kürzlich hochgeladen (20)

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 

Relações Filogenéticas dos Platelmintos

  • 1. PLATYHELMINTHES OU APENAS SEMELHANTES A PLATYHELMINTHES? RELAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE TURBELÁRIOS Piter K. Boll et al.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8. • O filo Platyhelminthes apresenta-se constituído por três grupos monofiléticos: o primeiro contém Acoela e Nemertodermatida (Acoelomorpha), o segundo, Catenulida, e o terceiro, denominado Rhabditophora, agrupando todas as outras ordens de “Turbellaria” juntamente com os grupos de platelmintos parasitas Trematoda, Monogenea e Cestoda.
  • 9.
  • 10. •A posição dos táxons do filo Platyhelminthes sempre foi controversa, sendo que os primeiros estudos filogenéticos, com base em caracteres morfológicos já haviam indicado “Turbellaria” como um grupo não natural (Ehlers, 1984). •Os caracteres considerados primitivos, como a ausência de celoma e um intestino incompleto, eram vistos como indícios de uma posição basal do filo, colocando-o como provável ancestral de todos os metazoários “superiores” (Rohde et al., 1993).
  • 11. Características morfológicas gerais de Acoelomorpha, Catenulida e Rhabditophora Acoelomorpha •Acoelomorpha compreende vermes pequenos, usualmente com menos de 1 mm de comprimento, marinhos ou de águas salobras, de vida livre, mas com alguns representantes simbióticos (Cannon, 1986; Brusca e Brusca, 2007).
  • 12. Características morfológicas gerais de Acoelomorpha, Catenulida e Rhabditophora • Os acelomorfos são animais hermafroditas, com gônadas livres no parênquima; possuem ovos endolécitos e espermatozoides biflagelados. • Os cílios das células epidérmicas de Acoela e Nemertodermatida possuem raízes ciliares interconectadas num padrão hexagonal (Rieger et al., 1991), diferentemente dos demais platelmintos, nos quais os cílios são independentes (Rieger et al., 1991; Tyler e Hooge, 2004).
  • 13. Catenulida • Catenulida inclui vermes alongados, com poucos milímetros de comprimento, que habitam ambientes de água doce e marinhos, ou, em alguns casos, terrestres úmidos (Kolasa e Young, 1974; Brusca e Brusca, 2007; Larsson e Jondelius, 2008). • Esses organismos se caracterizam pela faringe do tipo simples, intestino saculiforme e pouco diferenciado do parênquima (Cannon, 1986; Brusca e Brusca, 2007), presença de um único protonefrídio longo e bem visível localizado no centro da região dorsal. Rhabditophora • O clado Rhabditophora compreende uma grande variedade de platelmintos, incluindo espécies de vida livre, de água doce, marinhas ou terrestres, até organismos parasitos, entre os quais o grupo Neodermata, o qual não é integrante de Turbellaria.
  • 14. O sistema filogenético de Ehlers a partir de dados morfológicos • A posição dos táxons do filo Platyhelminthes sempre foi controversa. Ehlers (1984) foi um dos primeiros a sugerir que Turbellaria não é um grupo natural, mas sim um grupo parafilético, em que os platelmintos parasitos representam clados mais terminais da árvore. • Esse autor considerou Catenulida o grupo mais basal dos platelmintos, tendo sua monofilia suportada principalmente por características como o protonefrídio ímpar e espermatozoides aciliados, posicionando- se como grupo irmão de todos os outros táxons. • Euplatyhelminthes, foi agrupado por características relacionadas a um aumento na densidade de cílios epidérmicos para 3–6 cílios/μm² e presença de glândulas frontais.
  • 15.
  • 16. A posição controversa de Acoela e Nemertodermatida • Várias teorias consideravam Acoela como um possível grupo basal dos metazoários ou bilaterais, inicialmente a partir de observações de microscopia óptica. Por meio de estudos ultraestruturais, Smith e Tyler (1985) consideraram mais provável que sua simplicidade fosse devido a reversões, tais como ausência de celoma, intestino e protonefrídios. • Em outros estudos, Nemertodermatida foi separado de Acoela e agrupado com Rhabditophora, mas somente uma sequência gênica de 18S do rDNA de uma única espécie de Nemertodermatida havia sido utilizada
  • 17. • Por meio de análises moleculares Acoela apresentaria uma posição mais basal em relação a todos os bilatérios e Nemertodermatida representaria o grupo irmão dos demais bilatérios (exceto Acoela). Assim, o clado Acoelomorpha não foi validado. Já os platelmintos restantes (Catenulida+Rhabditophora) foram agrupados como integrantes dos Lophotrochozoa.
  • 18. • Utilizando dados morfológicos e moleculares propuseram que Acoelomorpha compreenderia o clado mais basal de Bilatéria, aparecendo como grupo irmão dos restantes, e representando uma linhagem remanescente dos primeiros animais de simetria bilateral
  • 19. • Mais recentemente, análises filogenômicas usando sequências proteicas mitocondrais, dados filogenômicos de diversos aminoácidos e microRNA, indicaram que acelomorfos e Xenoturbella constituiriam o clado Xenacoelomorpha e seriam deuterostômios, representando o grupo irmão dos hemicordados e equinodermados (Philippe et al., 2011)
  • 20. Clado Catenulida e suas relações filogenéticas com os demais platelmintos • O clado Catenulida tem sido considerado monofilético em função de três sinapomorfias: tipo e posição do protonefrídio, posição do testículo e do poro genital e imobilidade dos espermatozoides (Ehlers, 1985a). Contudo, a posição de Catenulida em relação aos demais platelmintos permaneceu uma questão em aberto por longo tempo, mostrando-se basal em diversos estudos moleculares (Littlewood et al., 1999b). • Os resultados reforçaram a hipótese de que Catenulida é um grupo monofilético e grupo irmão do clado Rhabditophora, também monofilético. Embora ainda não sejam conhecidas sinapomorfias morfológicas que unam Rhabditophora e Catenulida, esses dados reforçam sua relação de grupos-irmãos, já anteriormente proposta por Peterson e Eernisse (2001).
  • 21.
  • 22. Clado Rhabditophora e as relações filogenéticas dos grupos que o compõem • As sinapomorfias que sustentariam o clado Rhabditophora são a presença de rabditos lamelados, um sistema adesivo duoglandular e protonefrídios com células terminais multiciliadas (Ehlers, 1985a, 1985b). Porém, a validade desse táxon ainda é controversa. • Esse clado é tradicionalmente dividido em dois subclados, Macrostomida e Trepaxonemata. No entanto, as sinapomorfias comumente atribuídas a Trepaxonemata têm valor filogenético limitado, não tendo sido constatadas evidências para validá-lo, a partir de análises morfológicas e moleculares.
  • 23. • Macrostomida e Haplopharyngida formam um clado suportado por estudos moleculares • Polycladida aparece em alguns estudos como grupo irmão de Macrostomida+Haplopharyngida • Diversos estudos apoiam a monofilia de Lecithoepitheliata mas sua posição dentro de Rhabditophora ainda é controversa. • Ainda, em alguns estudos, Lecithoepitheliata forma um clado com Macrostomida, Haplopharyngida e Polycladida.
  • 24.
  • 25. • De acordo com diversos estudos moleculares, Tricladida e Proseriata não formam um grupo monofilético como sugerido inicialmente por Ehlers (1984), de forma que o clado Seriata foi rejeitado. • Tricladida mostrou-se mais próximo de Fecampiida e Prolecithophora. O nome Adiaphanida foi proposto para o clado formado por esses três grupos.
  • 26.
  • 27. Conclusões • Diversos estudos têm procurado resolver as relações filogenéticas dos acelomorfos em relação aos platelmintos e demais invertebrados. No entanto, a posição dos acelomorfos continua sendo objeto de controvérsia. • Estudos moleculares, incluindo genes ribossomais, Hox, mitocondriais, de miosina II e micro-RNAs, todos apontam para um cenário com Acoela e Nemertodermatida como clados basais em Bilateria e não integrantes de Platyhelminthes.
  • 28.
  • 29. • A posição filogenética de Catenulida em relação aos platelmintos e demais bilatérios permaneceu incerta após alguns estudos moleculares, mas recentemente verificou-se que esse clado representa o grupo irmão dos Rhabditophora (Larsson e Jondelius, 2008).
  • 30.
  • 31. • Para entender as relações filogenéticas de “Turbellaria”, muitos pesquisadores têm realizado, ao longo dos tempos, estudos baseados em dados morfológicos, utilizando principalmente ultraestrutura, além de dados moleculares de genes mitocondriais e nucleares (Baguñà e Riutort, 2004; Egger et al., 2009). • Com base nesses e em diversos outros estudos, reforçamos, a necessidade de que a abordagem dos platelmintos se restrinja aos integrantes de Catenulida e Rhabditophora. Dessa forma, Acoela e Nemertodermatida não devem ser incluídos em Platyhelminthes, sendo sua posição como bilaterais basais o cenário mais provável.