3. Texto: não é uma simples sequência de frases
isoladas, mas uma unidade linguística com
propriedades estruturais específicas.
Texto: unidade básica de manifestação da
linguagem.
O que o define não é sua extensão mas o fato de
que ele é uma unidade de significação em
relação à situação. É o lugar, o centro comum
que se faz no processo de interação entre falante
e ouvinte, autor e leitor.
4. • Todas as partes de um texto devem estar
interligadas e manifestar um direcionamento
único. Essas três qualidades - unidade,
coerência e coesão - são essenciais para a
existência de um texto.
5. • A organização e inter-relação de ideias envolve
aspectos internos e externos ao texto. Tais
aspectos afetam a produção e recepção de textos
e são chamados de fatores de textualidade. São
eles:
7. Aceitabilidade: consideram-se dois aspectos:
1) a maneira pela qual o redator produz o texto,
buscando dar-lhe credibilidade e veracidade;
2) como o público-alvo interpreta e dá sentido ao
texto de acordo com seu repertório.
8. Intencionalidade: ligado ao objetivo de
comunicação;
Situacionalidade: refere-se ao lugar e ao
momento da comunicação. Todos os dados
situacionais interferem na produção e recepção
do texto;
Intertextualidade: diálogo entre textos,
utilização de outros discursos (jornalísticos,
poéticos, literários etc) para aumentar o poder
de argumentação;
Informatividade: refere-se ao grau de
previsibilidade (expectativa) da informação
presente no texto;
9. COESÃO TEXTUAL
A coesão textual ocorre quando a interpretação
de um elemento no discurso é dependente da de
outro. Um pressupõe o outro.
O filho desobedeceu à mãe e se deu mal.
Trata-se de uma relação semântica, realizada
por meio do sistema léxico-gramatical, que dá
maior legibilidade ao texto.
◦ Ela sabia que isso iria acontecer com ele.
10. • MECANISMOS DE COESÃO
REFERENCIAL
ELIPSE
LEXICAL
SUBSTITUIÇÃO
CONJUNÇÃO OU CONEXÃO
11. • Para conectar e relacionar as partes de um texto
há uma série de mecanismos, que podem ser
adotados, de modo a tornar suas ideias mais claras
e coerentes e deixar a leitura mais fluente.
• Dois principais tipos de recursos de que você pode
se valer para garantir coesão e legibilidade àquilo
que escreve:
12. 1- Coesão referencial
A coesão referencial é estabelecida por meio de
expressões que retomam ou antecipam ideias
mencionadas no texto, estando intimamente
relacionada com as regras de repetição e da
progressão.
• Esse tipo de coesão serve para evitar a
repetição desnecessária de termos, além de
garantir que uma informação nova esteja
claramente conectada a outra que já havia sido
mencionada. Tal fenômeno pode se dar
basicamente de duas formas:
13. 1.1- Emprego de pronomes
Os pronomes são bastante úteis para evitar
repetições desnecessárias, pois permitem o
encadeamento de ideias e podem substituir os
termos a que remetem.
Nos cursos de Educação Física está ocorrendo uma
revolução. A revolução vem provocando questionamentos
sobre alguns conceitos.
“Nos cursos de Educação Física está ocorrendo uma
revolução, que vem provocando questionamentos sobre
alguns conceitos...”
O Brasil exporta cacau e soja. Esta é plantada na região
Sul; aquele, no Nordeste.
14. Vi no outro lado da rua o João, chamei-o, disse-lhe o que
pretendia, e ele acolheu a minha ideia e ajudou-me.
Peço-lhe apenas isto: que não se perca.
O cão seguia-o para todo o lado, reparou o rapaz
quando se voltou
Esta foi sempre a minha doutrina: tudo que há de bom e útil
no mundo, se consegue procedendo por amor ao próximo.
O Brasil é um país onde o incentivo à educação é primordial.
15. 1.2. Emprego de itens do léxico na coesão
referencial
Quando você escreve um texto, geralmente tem de
interromper mais de uma vez o processo de
composição, em busca de um sinônimo ou uma
expressão que substitua de forma adequada
alguma palavra que você já usou. Isso é uma
estratégia de coesão lexical, a qual não se resume
a isso, porém.
16. A coesão lexical conecta as partes do texto e evita
a repetição vocabular por meio do uso de
substantivos, verbos e adjetivos, o que exige um
vocabulário amplo, adquirido apenas com a leitura
constante e frequentes consultas ao dicionário.
17. João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na
capital da Polônia, o papa disse que a igreja
continua a favor do celibato.
Coesão referencial
João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, Sua
Santidade disse que a Igreja continua a favor de
celibato.
Os automóveis colocados à venda durante a
exposição não obtiveram muito sucesso. Isso talvez
tenha ocorrido porque os carros não estavam em
um lugar de destaque no evento.
18. • Coesão por elipse:
Ocorre quando elemento do texto é omitido em
algum dos contextos em que deveria ocorrer.
-Pedro vai comprar o carro?
- Vai!
Cazuza viveu intensamente. Tinha fama de
rebelde, mas queria mesmo era transgredir.
Eles acordaram e viajaram.
19. • Coesão por substituição
Colocação de um item lexical com valor coesivo no
lugar de outro
Exemplos:
Pedro comprou um carro novo e José também.
Minha prima comprou um Uno. Eu também
quero um.
O padre ajoelhou-se. Todos fizeram o mesmo.
20. • Conjunção ou conexão
A conjunção é um recurso coesivo diferente dos
anteriores porque depende das relações
significativas estabelecidas entre orações, entre
períodos ou entre parágrafos. Os principais
elementos conjuntivos são as conjunções/locuções
conjuntivas, os advérbios/locuções adverbiais,
preposições/locuções prepositivas e itens
continuativos.
21. •O futebol brasileiro não assusta mais ninguém e
adversários mais fracos já nos vencem com certa
facilidade. Apesar do quadro adverso, a torcida
brasileira considera o nosso futebol o melhor do
mundo.
• Fomos a Gramado. Depois, jantamos em Nova
Petrópolis.
22. •A coesão por encadeamento pode ser feita por
conexão ou por justaposição
1) A coesão por conexão traz elementos que:
a) fazem uma gradação na direção de uma conclusão:
"até", "mesmo", "inclusive" etc;
b) argumentam em direção a conclusões opostas: "caso
contrário", "ou", "ou então", "quer... quer" etc;
c) ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão:
"e", "também", "ainda", "nem", "não só... mas também"
etc;
d) fazem comparação de superioridade, de inferioridade ou
igualdade: "mais... do que", "menos... do que", "tanto...
quanto" etc
23. e) justificam ou explicam o que foi dito: "porque", "já que",
"que", "pois" etc;
f) introduzem uma conclusão: portanto, logo, por
conseguinte, pois etc;
g) contrapõem argumentos: "mas", "porém", "todavia",
"contudo", "entretanto", "no entanto", "embora", "ainda
que" etc;
h) indicam uma generalização do que já foi dito: "de fato",
"aliás", "realmente", "também" etc;
i) introduzem argumento decisivo: "aliás", "além disso",
"ademais", "além de tudo" etc;
j) trazem uma correção ou reforçam o conteúdo do já dito:
"ou melhor", "ao contrário", "de fato", "isto é", "quer
dizer", "ou seja" etc;
24. l) trazem uma confirmação ou explicitação: "assim",
"dessa maneira", "desse modo" etc;
m) especificam ou exemplificam o que foi dito: "por
exemplo", como etc.
25. 2) Os elementos coesivos por justaposição
estabelecem a sequência do texto, ou seja:
a) introduzem o tema ou indicam mudança de assunto: "a
propósito", "por falar nisso", "mas voltando ao assunto"
etc;
b) marcam a sequência temporal: "cinco anos depois",
"um pouco mais tarde" etc;
c) indicam a ordenação espacial: "à direita", "na frente",
"atrás" etc;
d) indicam a ordem dos assuntos do texto: "primeiramente",
"a seguir", "finalmente“ etc.
26. • Conectivos
Conectivos ou elementos de coesão são todas as
palavras ou expressões que servem para
estabelecer elos, para criar relações entre
segmentos do discurso, tais como: então,
portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas,
assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora e
tantas outras.
27. •Relação dos principais elementos de coesão:
1) assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e
complementar. A seqüência introduzida por eles serve
normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se
disse antes.
O Governador resolveu não comprometer-se com
nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido.
Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer
uma que venha a vencer.
2) e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a
repetição do que foi dito antes; indica uma progressão que
adiciona, acrescenta, algum dado novo. Se não acrescentar
nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer:
Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar.
28. 3) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um
argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir
um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários
são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços
públicos são extremamente deficientes.
4) aliás, além do mais, além de tudo, além disso:
introduzem um argumento decisivo, apresentado como
acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para
dar o golpe final no argumento contrário.
Os salários estão cada vez mais baixos porque o
processo inflacionário diminui consideravelmente seu poder
de compra. Além de tudo são considerados como renda e
taxados com impostos.
29. 5) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras:
introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento
do que foi dito anteriormente.
Muitos jornais, fazem alarde de sua neutralidade em
relação aos fatos, isto é, de seu não comprometimento com
nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.
6) mas, porém e outros conectivos adversativos: marcam
oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto.
Não se podem ligar, com esses relatores, segmentos que
não se opõem. Às vezes, a oposição se faz entre
significados implícitos no texto.
Choveu na semana passada, mas não o suficiente para
se começar o plantio.
30. 7) embora, ainda que, mesmo que: são relatores que
estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição
e de concessão. Servem para admitir um dado contrário
para depois negar seu valor de argumento.
Trata-se de um expediente de argumentação muito
vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um
ponto de vista contrário. Observe o exemplo:
Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o
homem com abrigos confortáveis, pés velozes como o raio,
olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o
problema das injustiças.
Como se nota, mesmo concedendo ou admitindo as
grandes vantagens da técnica e da ciência, afirma-se uma
desvantagem maior.
31. O uso do embora e conectivos do mesmo sentido
pressupõe uma relação de contradição, que, se não
houve, deixa o enunciado descabido. Exemplo:
Embora o Brasil possua um solo fértil e
imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver
o problema da fome.
32. 8) Certos elementos de coesão servem para estabelecer
gradação entre os componentes de uma certa escala.
Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma
coisa no topo da escala; outros, como ao menos, pelo
menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo.
O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais,
da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e
da morte.
ou
É preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a
cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e
a saúde.
33. A tirinha acima, por exemplo, a coesão textual é
estabelecida por palavras como então (que tem valor
interjetivo, indicando surpresa, espanto) e que (que liga
duas orações).
Além disso, são também marcas da coesão textual a
concordância entre nomes ou entre verbos e nomes, verbos
e pronomes.
36. COERÊNCIA
É o resultado da articulação das ideias de um
texto; é a estrutura lógico-semântica que faz
com que numa situação discursiva palavras e
frases componham um todo significativo para
os interlocutores.
37. •Coerência é uma palavra utilizada no cotidiano
com o sentido de “condição para que algo seja
compreensível”. Quando lemos ou ouvimos
informações confusas, dizemos que aquilo não faz
sentido, pois está incoerente. Em um contexto
mais técnico, coerência significa a condição
para que um texto seja interpretado por um
indivíduo em uma situação específica.
38. •A coerência transforma uma sequência de
palavras em texto e não em um amontoado
desconexo de vocábulos. Essa sequência é
entendida como texto quando o leitor é capaz de
percebê-la como um todo com significado, que lhe
comunica alguma ideia.
39. Um leitor só é capaz de conferir coerência a um
texto, isto é, torná-lo coerente, quando leva em
conta os contextos de produção e recepção, pois
algumas leituras só fazem sentido se soubermos
de antemão quando, onde, para quem e por
quem o texto foi produzido.
40. A coerência depende de uma série de fatores,
entre os quais vale ressaltar:
o conhecimento do mundo e o grau em que
esse conhecimento deve ser ou é compartilhado
pelos interlocutores;
o domínio das regras que norteiam a língua -
isto vai possibilitar as várias combinações dos
elementos linguísticos;
os próprios interlocutores, considerando a
situação em que se encontram, as suas intenções
de comunicação, suas crenças, a função
comunicativa do texto.
41. Há coerência nesta frase?
“Navios brasileiros entravam portugueses na Baía
da Guanabara”
42. Parece incoerente a um primeiro olhar, se
pensarmos que o verbo nessa oração é “entrar”,
referindo-se a uma ação passada. Porém, uma
leitura mais atenta confere coerência a esse texto,
percebendo que se trata do verbo “entravar”,
indicando uma ação presente.
43. A LIGAÇÃO
A TECNOLOGIA
O CELULAR
A DUPLA COBERTURA
A COMUNICAÇÃO
A MENSAGEM
A FACILIDADE
A CONVERSA
A CONVENIÊNCIA
A MOBILIDADE
A SEGURANÇA
A COMODIDADE
44. •As regras de coerência textual
1. Regra da repetição (ou regra da coerência
sintática)
•Ao longo da exposição das ideias, é preciso que
as partes do texto se conectem entre si, de modo
que cada nova informação remeta à antiga. Dessa
forma, ao mesmo tempo em que avança em termos
de conteúdo, o texto deve sempre explicitar a
relação de cada nova informação com as
anteriores, para que o leitor não se perca na leitura.
45. “A Sociedade da Informação, formalizada nos
inventos de uma série de máquinas inteligentes
criadas ao logo da Segunda Guerra Mundial,
origina novas responsabilidades para todos os
atores sociais nela inseridos. Tais
responsabilidades representam a necessidade
da provisão do fluxo de informações que
permita desde a geração de novos
conhecimentos até o efetivo exercício da
cidadania pela sociedade civil.
46. 2. Regra da progressão
•Ao mesmo tempo em que um texto precisa
retomar, por meio de mecanismos coesivos,
termos que já haviam sido mencionados, é preciso
que haja renovação dos conteúdos, com
progressão semântica. Assim, o texto avança na
condução das ideias, não se tornando repetitivo.
3. Regra da não-contradição (ou coerência
semântica)
Um texto coerente não pode contradizer uma
informação apresentada por ele anteriormente.
47. COERÊNCIA SEM COESÃO
Olhar fito no horizonte. Apenas o mar
imenso. Nenhum sinal de vida humana.
Tentativa desesperada de recordar alguma
coisa. Nada.
49. COESÃO SEM COERÊNCIA
Fui à praia me bronzear porque estava
nevando e, quando isso ocorre, o calor
aumenta, o que faz com que sintamos frio.
• As janelas da casa foram pintadas de azul,
mas os pedreiros estão almoçando. A água da
piscina parece limpa, entretanto foi tratada
com cloro. A vista que tenho da casa é muito
agradável.
50. INCOERÊNCIA NA DISSERTAÇÃO
“ O verdadeiro amigo não comenta sobre o
próprio sucesso quando o outro está
deprimido.Para distraí-lo,conta-lhe sobre seu
prestígio profissional,conquistas amorosas e
capacidade de sair-se bem das situações.Isso,
com certeza, vai melhorar o estado de espírito
do infeliz”.
51. INCOERÊNCIA NA NARRAÇÃO:
“ O quarto espelha as características de seu
dono:um esportista, que adorava a vida ao ar
livre e não tinha o menor gosto pelas atividades
intelectuais.Por toda a parte, havia sinais
disso:raquetes de tênis,prancha de
surf,equipamento de alpinismo, skate,um
tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas
sobre uma mesinha, as obras completas de
Shakespeare”.
53. Coerência Semântica
Refere-se à relação entre os significados dos
elementos das frases em sequência; a
incoerência aparece quando esses sentidos não
combinam,ou quando são contraditórios.
Ex:...ouvem-se vozes exaltadas para onde
correram muitos fotógrafos e telegrafistas para
registrarem o fato.
54. Coerência Sintática
Refere-se aos meios sintáticos usados para
expressar a coerência semântica: conectivos,
pronomes etc.
Ex: Então as pessoas que têm condições
procuram mesmo o ensino particular.Onde há
métodos, equipamentos e até professores
melhores.
55. Coerência Estilística
Esse tipo de coerência não chega na verdade, a
perturbar a interpretabilidade de um texto;é uma
noção relacionada à mistura de registros
linguísticos.É desejável que quem escreve ou lê
se mantenha num estilo relativamente uniforme.
Ex: Prezado Antônio,
Neste momento quero expressar meus
profundos sentimentos por sua mãe ter batido
as botas.
56. Coerência Pragmática
Refere-se ao texto visto como uma sequência ,é
preciso que os atos de fala se realizem de forma
apropriada,isto é, cada interlocutor, na sua vez
de fala,deve conjugar o seu discurso ao ato do
seu ouvinte.
Exemplo:
a) Você pode me dizer onde fica a Rua
Alice?
b) O ônibus está muito atrasado hoje.