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Como funcionará a Web 3.0
por Jonathan Strickland - traduzido por HowStuffWorks Brasil


Você decidiu ir ao cinema e comer alguma coisa depois. Você está a fim de uma comédia
e de uma comida mexicana (em inglês) incrivelmente temperada. Ao iniciar seu PC, você
abre um navegador da Web e acessa oGoogle para procurar um cinema, um filme e
informações sobre o restaurante. Você precisa saber que filmes estão em exibição nas
salas mais próximas, então você passa um tempo lendo a sinopse de cada filme antes de
decidir. Além disso, você quer ver quais restaurantes mexicanos estão perto de cada uma
dessas salas. E você pode querer dar uma olhada nas críticas dos clientes dos
restaurantes. No total, você visita meia dúzia de sites antes de sair.




                                     Yoshikazu Tsuno/AFP/Getty Images
 Veremos futuras versões da Web através de dispositivos como esse pequeno monitor
                                 preso à cabeça?
Alguns especialistas em Internet crêem que a próxima geração da Web, Web 3.0, tornará
tarefas como a pesquisa sobre filmes e sobre comida mais rápidas e mais fáceis. Em vez
de múltiplas pesquisas, você poderá digitar uma ou duas frases complexas no seu
navegador Web 3.0 e a rede fará o resto. No nosso exemplo, você poderia digitar "Eu
quero ver um filme engraçado e depois comer em um bom restaurante mexicano. Quais
são minhas opções?" O navegador Web 3.0 irá analisar sua pergunta, pesquisar a Internet
por todas as respostas possíveis e então, organizar os resultados para você.
Mas não é só isso. Muitos desses especialistas acreditam que o navegador Web 3.0 irá
agir como um assistente pessoal. Enquanto você navega pela Web, o navegador registra
seus interesses. Quanto mais você usa a rede, mais o seu navegador aprende sobre você
e menos específico você precisará ser quando perguntar alguma coisa. Com o tempo,
você poderá fazer perguntas abertas para o navegador, como: "onde eu devo almoçar?"
Seu navegador consultaria os registros de o que você gosta e o que não gosta, levaria em
consideração o local onde você está e então, faria uma sugestão de uma lista de
restaurantes.
Para entender o destino da Web, nós precisamos dar uma breve olhada em sua origem.
Continue lendo para aprender sobre a evolução da Web.

O caminho para a Web 3.0
Entre todos os jargões e palavras de efeito da Internet que passaram a ser de
conhecimento do público, a "Web 2.0" (em inglês) é provavelmente a mais conhecida.
Embora muitas pessoas tenham ouvido falar dela, poucas conhecem o significado de Web
2.0. Algumas pessoas afirmam que o nome é nada mais do que uma estratégia de
marketing feita para convencer os capitalistas aventureiros a investirem milhões de dólares
em sites. O fato é que quando Dale Dougherty, da O'Reilly Media, lançou o termo, não
existia uma definição clara. Também não havia qualquer acordo sobre a existência de
uma Web 1.0.




                    O YouTube é um exemplo de um site de Web 2.0
Outras pessoas insistem que a Web 2.0 é uma realidade. Abaixo, em resumo, as
características da Web 2.0.
  •   A possibilidade de os visitantes alterarem páginas da Web -
      a Amazon permite que os visitantes postem avaliações de produtos. Utilizando
      um formulário online, o visitante pode acrescentar informações às páginas da
      Amazon que outros futuros visitantes poderão ler.

  •   Utilização de páginas para ligar pessoas a outros usuários - sites
      de relacionamento como oFacebook e o MySpace são populares porque tornam
      fácil para os usuários encontrar outros usuários e manter contato.

  •   Métodos rápidos e eficazes de compartilhar conteúdo - o YouTube é o
      exemplo perfeito. Um membro do YouTube pode criar um vídeo e fazer o upload
      do conteúdo para que outros possam assisti-lo em menos de uma hora.

  •   Novas maneiras de conseguir informação - atualmente, os internautas podem
      se inscrever em serviços de Really Simple Syndication (RSS) e receber
      notificações de atualizações daquela página enquanto uma conexão de Internet
      estiver disponível.

  •   Expandir o acesso à Internet para além do computador - muitas pessoas
      acessam a Internet por meio de dispositivos como telefones
      celulares ou consoles de videogames. Alguns especialistas esperam que em
      pouco tempo os consumidores tenham acesso à Internet através da TV e outros
      dispositivos.
Pense na Web 1.0 como uma biblioteca. Você pode utilizá-la como uma fonte de
informação, mas não pode contribuir ou alterar a informação de nenhuma maneira. A Web
2.0 (em inglês) é mais como um grande grupo de amigos e conhecidos. Você pode utilizá-
la para receber informação, mas também pode contribuir com a conversa e torná-la uma
experiência mais rica.
Enquanto algumas pessoas ainda estão tentando se acostumar com a Web 2.0, outras já
estão pensando sobre o que está por vir. Como será a Web 3.0? Quais serão as
diferenças em relação à Web que utilizamos hoje? Ela será uma mudança revolucionária
ou será tão sutil que nem perceberemos a diferença?
Como os especialistas em Internet acham que será a próxima geração da World Wide
Web? Continue lendo para descobrir.

Fundamentos da Web 3.0
Os especialistas em Internet acham que a Web 3.0 será como ter um assistente pessoal
que sabe praticamente tudo sobre você e que pode acessar toda a informação da Internet
para responder qualquer pergunta sua. Muitos comparam a Web 3.0 com um banco de
dados gigante. Enquanto a Web 2.0 utiliza a Internet para conectar pessoas, a Web 3.0
servirá para conectar informações. Alguns especialistas acreditam que a Web 3.0
substituirá a rede atual enquanto outros acreditam que ela existirá como uma rede
independente.




                                     iStockphoto/dstephens
  Planejando uma fuga tropical? A Web 3.0 poderá ajudar a simplificar seus planos de
                                      viagem.
É mais fácil entender o conceito com um exemplo. Vamos supor que você esteja pensando
em tirar umas férias. Você deseja visitar um lugar quente e tropical e reservou um
orçamento de US$ 3.000 para a sua viagem. Você deseja ficar em um bom lugar, mas não
quer que isso custe muito em seu orçamento. Você também quer fazer um bom negócio
com as passagens de avião.
Com a tecnologia da Web disponível atualmente, você teria que pesquisar bastante para
encontrar as melhores opções para as férias. Você teria que pesquisar possíveis destinos
e decidir o mais adequado para você. Você poderia visitar dois ou três sites de viagens e
comparar preços de passagens aéreas e hotéis. Você gastaria muito tempo pesquisando
pelos vários resultados obtidos por um site de busca. Todo o processo levaria horas.

                                  Sua vida na Web
             Se o seu navegador da Web 3.0 armazenar informações
             baseadas no que você gosta e no que você não gosta, outras
             pessoas poderiam saber coisas que você preferiria manter em
             privacidade quando vissem seus resultados? Alguém poderia
             realizar uma pesquisa na Internet sobre você? Suas atividades na
             Internet seriam conhecidas pelo público? Algumas pessoas se
             preocupam com o fato de que quando tivermos respostas para
             essas perguntas, será tarde demais para fazer qualquer coisa a
             respeito.


De acordo com alguns especialistas em Internet, com a Web 3.0 você poderá relaxar e
deixar que a Internet faça todo o trabalho por você. Você pode usar um serviço de busca e
especificar os parâmetros da pesquisa. O navegador então junta, analisa e apresenta os
dados de uma maneira que tornará possível a comparação em um piscar de olhos. Ele
pode fazer isso porque a Web 3.0 será capaz de compreender a informação da Web.
Agora mesmo, quando você usa uma site de busca, o site ainda não é capaz de entender
realmente o que você pesquisa. Ele procura por páginas que contêm as palavras-
chaves presentes em seus termos de busca. O site de busca não pode afirmar se a
página é realmente relevante para a sua pesquisa. Ele só pode dizer que a palavra-chave
aparece naquela página. Por exemplo, se você pesquisar pelo termo "Saturno",
provavelmente terá resultados de algumas páginas sobre o planeta Saturno e de outras
sobre sobre o fabricante do carro Saturno.
Um site de busca da Web 3.0 poderia encontrar não só as palavras-chaves de sua
pesquisa, mas também interpretaria o contexto do pedido. Ele retornaria resultados
relevantes e faria sugestões de outros conteúdos relacionados aos seus termos de busca.
No nosso exemplo de férias, se você digitasse "destinos tropicais de férias com custo
abaixo de US$ 3.000" como uma busca, o navegador da Web 3.0 poderia incluir uma lista
de atividades divertidas ou excelentes restaurantes relacionados aos resultados da
pesquisa. Ele trataria toda a Internet como um enorme banco de dados de informação
disponível para qualquer pesquisa.
Como a Web 3.0 faria isso? Leia para saber.

A Web 3.0 se aproxima
Você nunca sabe como realmente será a tecnologia do futuro. No caso da Web 3.0, a
maioria dos especialistas em Internet concorda sobre suas características gerais. Eles
acreditam que a Web 3.0 oferecerá aos usuários experiências mais ricas e mais
relevantes. Muitos também acreditam que com a Web 3.0, todos os usuários terão um
único perfil na Internet baseado no histórico de navegação de cada um. A Web 3.0
utilizará esse perfil para ajustar a experiência de navegação de cada indivíduo. Isso
significa que se duas pessoas diferentes realizassem uma pesquisa na Internet com as
mesmas palavras-chaves utilizando o mesmo serviço, elas receberiam resultados
diferentes determinados por seus perfis individuais.




                                     iStockphoto/ktsimage
      A Web 3.0 irá se conectar a seus gostos individuais e hábitos de navegação
As tecnologias e os softwares necessários para esse tipo de aplicação ainda não
amadureceram. Serviços como o TiVO (em inglês) e o Pandora fornecem conteúdo
individual baseado nos usuários, mas ambos dependem de uma abordagem de tentativa e
erro que não é tão eficaz quanto os especialistas dizem que a Web 3.0 será. Mais
importante ainda, tanto o TiVO quanto o Pandora possuem um escopo limitado de
programas de TV e música respectivamente, ao passo que a Web 3.0 irá envolver toda a
informação da Internet.
Alguns especialistas acreditam que a base da Web 3.0 serão as interfaces de
programação de aplicações(APIs). Uma API é uma interface designada a permitir que os
desenvolvedores criem aplicações que tirem vantagem de certos conjuntos de recursos.
Muitos sites da Web 2.0 incluem APIs que dão aos programadores acesso aos dados e às
capacidades únicos dos sites. Por exemplo, a API do Facebook permite que os
desenvolvedores criem programas que utilizam o Facebook como uma plataforma para
jogos, testes de conhecimentos gerais, avaliações de produtos e muito mais.
Uma tendência da Web 2.0, que poderia auxiliar no desenvolvimento da Web 3.0, é
o mashup. Um mashup é a combinação de dois ou mais aplicativos em um único
aplicativo. Por exemplo, um desenvolvedor poderia combinar um programa que permitisse
aos usuários avaliar restaurantes com o Google Maps. O novo aplicativo mashup poderia
exibir não só as avaliações dos restaurantes, mas também os mapearia para que o usuário
pudesse ver as localizações. Alguns especialistas em Internet acreditam que a criação de
mashups será tão fácil na Web 3.0 que qualquer pessoa será capaz de fazer isso.

                                        Widgets
             Os widgets são pequenos aplicativos que as pessoas inserem em
             páginas da Web copiando linhas de código e incorporando-as ao
             código de uma página. Eles podem ser jogos, servidores de
             notícias, players de vídeo ou qualquer outra coisa. Alguns
             prognosticadores da Internet crêem que a Web 3.0 permitirá que
             os usuários combinem widgets para fazer mashups apenas
             clicando e arrastando alguns ícones para dentro de uma caixa em
             uma página. Deseja um aplicativo que mostre onde as notícias
             estão acontecendo? Combine um servidor de notícias com um
             ícone doGoogle Earth e a Web 3.0 faz o resto. Como? Bem,
             ninguém descobriu ainda como fazer essa parte.


Outros especialistas acreditam que a Web 3.0 vai surgir do começo. Em vez de utilizar o
HTML como linguagem básica de codificação, ela irá depender de alguma linguagem nova
e ainda sem nome. Esses especialistas sugerem que seria mais fácil começar do básico
do que tentar mudar a Web atual. Todavia, essa versão da Web 3.0 é tão teórica que é
praticamente impossível dizer como ela funcionará.
O homem responsável pela World Wide Web tem sua própria teoria de como será o futuro
da Web. Ele a chama de Web Semântica e muitos especialistas em Internet se apóiam em
seu trabalho quando falam sobre a Web 3.0. O que é exatamente a Web Semântica?
Continue lendo para descobrir.

A Web Semântica
Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web em 1989. Ele a criou como uma interface
para a Internet e como um método de as pessoas compartilharem informações entre si.
Berners-Lee discute a existência da Web 2.0(em inglês), chamando-a de "nada mais do
que um jargão sem sentido" [fonte: Register (em inglês)]. Berners-Lee ainda afirma que ele
pretendia que a World Wide Web fizesse tudo o que Web 2.0 deve fazer.




                                 Catrina Genovese/Getty Images
                    Tim Berners-Lee, o inventor da World Wide Web
A visão de Berners-Lee para a futura Web é similar ao conceito da Web 3.0. Ela é
chamada de Web Semântica. Neste momento, a estrutura da Web é ajustada para os
humanos. É fácil para nós visitarmos uma página da Web e compreendermos seu sentido.
Os computadores não conseguem fazer isso. Um site de busca pode ser capaz de analisar
palavras-chaves, mas não consegue entender como essas palavras são usadas no
contexto de uma página.
Com a Web Semântica, os computadores analisarão e interpretarão as informações das
páginas utilizando agentes de software. Esses agentes serão programas que navegarão
através da Web, procurando informações relevantes. Eles serão capazes disso porque a
Web Semântica terá conjuntos de informação chamados de ontologias. Em termos de
Internet, uma ontologia é um arquivo que define as relações entre um grupo de termos.
Por exemplo, o termo "primo" se refere à relação familiar entre duas pessoas que
compartilham um conjunto de avós. Uma ontologia da Web Semântica definiria cada papel
familiar da seguinte maneira:
  •   avô: um ancestral direto há duas gerações do sujeito;
  •   pais: um ancestral direto há uma geração do sujeito;
  •   irmão ou irmã: alguém que compartilha os mesmos pais do sujeito;
  •   sobrinho ou sobrinha: filho do irmão ou da irmã do sujeito;
  •   tio ou tia: irmão ou irmã de um dos pais do sujeito;
  •   primo: filho de uma tia ou de um tio do sujeito.
Para a Web Semântica ser eficaz, as ontologias precisam ser detalhadas e
compreensivas. No conceito de Berners-Lee, elas existiriam na forma de metadados. Os
metadados são informações incluídas nos códigos das páginas da Web e são invisíveis
aos humanos, mas perceptíveis pelos computadores.
A construção de ontologias requer muito trabalho. De fato, esse é um dos grandes
obstáculos que a Web Semântica enfrenta. As pessoas estarão dispostas a aplicar o
esforço necessário para fazer ontologias compreensivas em seus sites? Elas irão manter
essas ontologias enquanto ocorrem mudanças nos sites? Críticas sugerem que a tarefa de
criar e manter tais arquivos complexos é trabalho demais para a maioria das pessoas.
Por outro lado, algumas pessoas realmente gostam de rotular ou identificar objetos e
informações da Web. As identificações da Web categorizam o objeto ou informação
identificados. Vários blogs incluem uma opção de identificação, tornando fácil classificar as
postagens sob tópicos específicos. Sites de compartilhamento de fotos como o Flickr
permitem que os usuários identifiquem as imagens. O Google até mesmo transformou isso
em um jogo: o Google Image Labeler coloca duas pessoas uma contra a outra em uma
disputa de identificação. Cada jogador tenta criar o maior número de identificações
relevantes para uma série de imagens. De acordo com alguns especialistas, a Web 3.0
será capaz de pesquisar identificações e rótulos e mostrar os resultados mais relevantes
para o usuário. Talvez a Web 3.0 combine o conceito da Web Semântica de Berners-Lee
com a cultura de identificação da Web 2.0.
Embora a Web 3.0 esteja mais para teoria do que para realidade, isso não impediu que as
pessoas tentassem adivinhar o que está por vir. Continue lendo para conhecer o extenso
futuro da Web.

Além da Web 3.0
Seja qual for o nome que damos à próxima geração da Web, o que virá depois dela? As
teorias variam desde previsões conservadores até adivinhações que parecem coisas de
filmes de ficção científica.
David Paul Morris/Getty Images
Paul Otellini, CEO e presidente da Intel, discute a crescente importância dos dispositivos
          móveis para a Web no 2008 International Consumer Electronics Show

  •   De acordo com o especialista em tecnologia e empresário Nova Spivack, o
      desenvolvimento da Web acontece em ciclos de 10 anos. Na primeira década da
      Web, muito de seu desenvolvimento estava focado nos bastidores, ou na infra-
      estrutura, da Web. Os programadores criaram os protocolos e as linguagens de
      código que usamos para fazer páginas da Web. Na segunda década, o foco
      mudou para a linha de frente e a era da Web 2.0 (em inglês) teve seu início.
      Agora, as pessoas usam as páginas da Web como plataformas para outros
      aplicativos. Elas também criam mashups e experimentam maneiras de tornar as
      experiências da rede mais interativas. Agora nós estamos no fim do ciclo da Web
      2.0. O próximo ciclo será a Web 3.0 e o foco voltará aos bastidores. Os
      programadores refinarão a infra-estrutura da Internet para suportar as
      capacidades avançadas dos navegadores da Web 3.0. Quando essa fase estiver
      terminada, nós entraremos na era da Web 4.0. O foco retornará para a linha de
      frente e veremos milhares de novos programas que utilizarão a Web 3.0 como
      base [fonte: Nova Spivack (em inglês)].
  •   A Web evoluirá para um ambiente tridimensional. Em vez de uma Web 3.0, nós
      veremos uma Web 3D. Combinando elementos de realidade virtual com os
      mundos permanentes dos jogos online para múltiplos jogadores (MMORPGs), a
      Web poderia se tornar uma paisagem digital que incorpora a ilusão de
      profundidade. Você navegaria pela Web com uma perspectiva de 1ª pessoa ou
      através de uma representação digital sua chamada de avatar (para saber mais
      sobre a perspectiva de um avatar, leia Como funciona a Avatar Machine).
  •   A Web acumulará desenvolvimentos em computação distribuída e resultará em
      uma verdadeira inteligência artificial. Na computação distribuída, vários
      computadores lidam com um grande trabalho de processamento. Cada
      computador cuida de uma pequena parte da tarefa. Algumas pessoas acreditam
      que a Web será capaz de pensar ao distribuir a carga de trabalho entre milhares
      de computadores e de trazer referências de ontologias profundas. A Web irá se
      tornar um cérebro gigante capaz de analisar dados e extrapolar novas ideias
      independentes daquela informação.
  •   A Web se estenderá para muito além dos computadores e dos telefones
      celulares. Tudo, desde relógios até televisores e roupas, terá acesso à Internet.
      Os usuários estarão constantemente conectados à Web e vice-versa. Cada
      agente de software de um usuário aprenderá mais sobre seu respectivo usuário
      observando eletronicamente suas atividades. Isso pode levar a discussões sobre
      o equilíbrio entre a privacidade individual e o benefício de se ter uma experiência
      de navegação personalizada.
  •   A Web se fundirá com outras formas de entretenimento até que todas as
      distinções entre as formas de mídia sejam perdidas. Programas de rádio,
      programas de televisão e filmes dependerão da Web para chegar ao usuário.
É muito cedo para afirmar quais, ou mesmo se alguma, dessas versões futuras da Web se
tornarão realidade. Pode ser que o verdadeiro futuro da Web seja mais extravagante do
que as previsões mais extremas. Podemos apenas esperar que quando essa futura Web
chegar, consigamos entrar em um acordo sobre como chamá-la.
Para saber mais sobre a Web 3.0 e outros assuntos, dê uma olhada nos links da próxima
página.

Mais informações

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  •   Como funciona a infra-estrutura da Internet
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  •   Como funciona o MySpace
  •   Como funciona a web semântica
  •   Como funciona a Web 2.0
  •   Como funcionam as páginas da Internet
  •   Como funcionam os servidores da Web
  •   Como funciona o YouTube

Mais links interessantes (em inglês)
  • Blog de Tim Berners-Lee
  • Web 2.0 Summit
  • Open Source Initiative
Fontes (em inglês)
  • Berners-Lee, Tim, Hendler, James e Lassila, Ora. "A Web Semântica." Scientific
     American. Maio, 2001
  • Calacanis, Jason. "Web 3.0, a definição 'oficial'." Calacanis.com. 3 de outubro de
     2007
  • Carr, Nicholas. "Bem-vinda Web 3.0!" Rough Type. 11 de novembro de 2006
  • Clarke, Gavin. "Berners-Lee solicita calma para a Web 2.0." The Register. 30 de
     agosto de 2006
  • Metz, Cade. "Web 3.0." PC Magazine. 14 de março de 2007
  • Mitra, Sramana. "Web 3.0 = (4C + P + VS)." SramanaMitra.com. 14 de fevereiro de
     2007
  • "Nova Spivack: A Web da 3ª Geração: Web 3.0." intentBlog. 7 de fevereiro de 2007
  • Richards, Jonathan. "Web 3.0 e além: os próximos 20 anos da Internet." Times
     Online. 24 de outubro de 2007
  • Spalding, Steve. "Como definir a Web 3.0." How to Split an Atom. 14 de julho de 2007
  • Wainewright, Phil. "O que esperar da Web 3.0." ZDNet. 29 de novembro de 2005
  • "Web 3.0: você ainda não viu nada!" android tech. 18 de novembro de 2006
  • Wells, Terri. "Web 3.0 e SEO." Search Engine News. 29 de novembro de 2006

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  • 1. Como funcionará a Web 3.0 por Jonathan Strickland - traduzido por HowStuffWorks Brasil Você decidiu ir ao cinema e comer alguma coisa depois. Você está a fim de uma comédia e de uma comida mexicana (em inglês) incrivelmente temperada. Ao iniciar seu PC, você abre um navegador da Web e acessa oGoogle para procurar um cinema, um filme e informações sobre o restaurante. Você precisa saber que filmes estão em exibição nas salas mais próximas, então você passa um tempo lendo a sinopse de cada filme antes de decidir. Além disso, você quer ver quais restaurantes mexicanos estão perto de cada uma dessas salas. E você pode querer dar uma olhada nas críticas dos clientes dos restaurantes. No total, você visita meia dúzia de sites antes de sair. Yoshikazu Tsuno/AFP/Getty Images Veremos futuras versões da Web através de dispositivos como esse pequeno monitor preso à cabeça? Alguns especialistas em Internet crêem que a próxima geração da Web, Web 3.0, tornará tarefas como a pesquisa sobre filmes e sobre comida mais rápidas e mais fáceis. Em vez de múltiplas pesquisas, você poderá digitar uma ou duas frases complexas no seu navegador Web 3.0 e a rede fará o resto. No nosso exemplo, você poderia digitar "Eu quero ver um filme engraçado e depois comer em um bom restaurante mexicano. Quais são minhas opções?" O navegador Web 3.0 irá analisar sua pergunta, pesquisar a Internet por todas as respostas possíveis e então, organizar os resultados para você. Mas não é só isso. Muitos desses especialistas acreditam que o navegador Web 3.0 irá agir como um assistente pessoal. Enquanto você navega pela Web, o navegador registra seus interesses. Quanto mais você usa a rede, mais o seu navegador aprende sobre você e menos específico você precisará ser quando perguntar alguma coisa. Com o tempo, você poderá fazer perguntas abertas para o navegador, como: "onde eu devo almoçar?" Seu navegador consultaria os registros de o que você gosta e o que não gosta, levaria em consideração o local onde você está e então, faria uma sugestão de uma lista de restaurantes. Para entender o destino da Web, nós precisamos dar uma breve olhada em sua origem. Continue lendo para aprender sobre a evolução da Web. O caminho para a Web 3.0
  • 2. Entre todos os jargões e palavras de efeito da Internet que passaram a ser de conhecimento do público, a "Web 2.0" (em inglês) é provavelmente a mais conhecida. Embora muitas pessoas tenham ouvido falar dela, poucas conhecem o significado de Web 2.0. Algumas pessoas afirmam que o nome é nada mais do que uma estratégia de marketing feita para convencer os capitalistas aventureiros a investirem milhões de dólares em sites. O fato é que quando Dale Dougherty, da O'Reilly Media, lançou o termo, não existia uma definição clara. Também não havia qualquer acordo sobre a existência de uma Web 1.0. O YouTube é um exemplo de um site de Web 2.0 Outras pessoas insistem que a Web 2.0 é uma realidade. Abaixo, em resumo, as características da Web 2.0. • A possibilidade de os visitantes alterarem páginas da Web - a Amazon permite que os visitantes postem avaliações de produtos. Utilizando um formulário online, o visitante pode acrescentar informações às páginas da Amazon que outros futuros visitantes poderão ler. • Utilização de páginas para ligar pessoas a outros usuários - sites de relacionamento como oFacebook e o MySpace são populares porque tornam fácil para os usuários encontrar outros usuários e manter contato. • Métodos rápidos e eficazes de compartilhar conteúdo - o YouTube é o exemplo perfeito. Um membro do YouTube pode criar um vídeo e fazer o upload do conteúdo para que outros possam assisti-lo em menos de uma hora. • Novas maneiras de conseguir informação - atualmente, os internautas podem se inscrever em serviços de Really Simple Syndication (RSS) e receber notificações de atualizações daquela página enquanto uma conexão de Internet estiver disponível. • Expandir o acesso à Internet para além do computador - muitas pessoas acessam a Internet por meio de dispositivos como telefones celulares ou consoles de videogames. Alguns especialistas esperam que em pouco tempo os consumidores tenham acesso à Internet através da TV e outros dispositivos. Pense na Web 1.0 como uma biblioteca. Você pode utilizá-la como uma fonte de informação, mas não pode contribuir ou alterar a informação de nenhuma maneira. A Web 2.0 (em inglês) é mais como um grande grupo de amigos e conhecidos. Você pode utilizá- la para receber informação, mas também pode contribuir com a conversa e torná-la uma experiência mais rica. Enquanto algumas pessoas ainda estão tentando se acostumar com a Web 2.0, outras já estão pensando sobre o que está por vir. Como será a Web 3.0? Quais serão as
  • 3. diferenças em relação à Web que utilizamos hoje? Ela será uma mudança revolucionária ou será tão sutil que nem perceberemos a diferença? Como os especialistas em Internet acham que será a próxima geração da World Wide Web? Continue lendo para descobrir. Fundamentos da Web 3.0 Os especialistas em Internet acham que a Web 3.0 será como ter um assistente pessoal que sabe praticamente tudo sobre você e que pode acessar toda a informação da Internet para responder qualquer pergunta sua. Muitos comparam a Web 3.0 com um banco de dados gigante. Enquanto a Web 2.0 utiliza a Internet para conectar pessoas, a Web 3.0 servirá para conectar informações. Alguns especialistas acreditam que a Web 3.0 substituirá a rede atual enquanto outros acreditam que ela existirá como uma rede independente. iStockphoto/dstephens Planejando uma fuga tropical? A Web 3.0 poderá ajudar a simplificar seus planos de viagem. É mais fácil entender o conceito com um exemplo. Vamos supor que você esteja pensando em tirar umas férias. Você deseja visitar um lugar quente e tropical e reservou um orçamento de US$ 3.000 para a sua viagem. Você deseja ficar em um bom lugar, mas não quer que isso custe muito em seu orçamento. Você também quer fazer um bom negócio com as passagens de avião. Com a tecnologia da Web disponível atualmente, você teria que pesquisar bastante para encontrar as melhores opções para as férias. Você teria que pesquisar possíveis destinos e decidir o mais adequado para você. Você poderia visitar dois ou três sites de viagens e comparar preços de passagens aéreas e hotéis. Você gastaria muito tempo pesquisando pelos vários resultados obtidos por um site de busca. Todo o processo levaria horas. Sua vida na Web Se o seu navegador da Web 3.0 armazenar informações baseadas no que você gosta e no que você não gosta, outras pessoas poderiam saber coisas que você preferiria manter em privacidade quando vissem seus resultados? Alguém poderia realizar uma pesquisa na Internet sobre você? Suas atividades na Internet seriam conhecidas pelo público? Algumas pessoas se preocupam com o fato de que quando tivermos respostas para essas perguntas, será tarde demais para fazer qualquer coisa a respeito. De acordo com alguns especialistas em Internet, com a Web 3.0 você poderá relaxar e deixar que a Internet faça todo o trabalho por você. Você pode usar um serviço de busca e
  • 4. especificar os parâmetros da pesquisa. O navegador então junta, analisa e apresenta os dados de uma maneira que tornará possível a comparação em um piscar de olhos. Ele pode fazer isso porque a Web 3.0 será capaz de compreender a informação da Web. Agora mesmo, quando você usa uma site de busca, o site ainda não é capaz de entender realmente o que você pesquisa. Ele procura por páginas que contêm as palavras- chaves presentes em seus termos de busca. O site de busca não pode afirmar se a página é realmente relevante para a sua pesquisa. Ele só pode dizer que a palavra-chave aparece naquela página. Por exemplo, se você pesquisar pelo termo "Saturno", provavelmente terá resultados de algumas páginas sobre o planeta Saturno e de outras sobre sobre o fabricante do carro Saturno. Um site de busca da Web 3.0 poderia encontrar não só as palavras-chaves de sua pesquisa, mas também interpretaria o contexto do pedido. Ele retornaria resultados relevantes e faria sugestões de outros conteúdos relacionados aos seus termos de busca. No nosso exemplo de férias, se você digitasse "destinos tropicais de férias com custo abaixo de US$ 3.000" como uma busca, o navegador da Web 3.0 poderia incluir uma lista de atividades divertidas ou excelentes restaurantes relacionados aos resultados da pesquisa. Ele trataria toda a Internet como um enorme banco de dados de informação disponível para qualquer pesquisa. Como a Web 3.0 faria isso? Leia para saber. A Web 3.0 se aproxima Você nunca sabe como realmente será a tecnologia do futuro. No caso da Web 3.0, a maioria dos especialistas em Internet concorda sobre suas características gerais. Eles acreditam que a Web 3.0 oferecerá aos usuários experiências mais ricas e mais relevantes. Muitos também acreditam que com a Web 3.0, todos os usuários terão um único perfil na Internet baseado no histórico de navegação de cada um. A Web 3.0 utilizará esse perfil para ajustar a experiência de navegação de cada indivíduo. Isso significa que se duas pessoas diferentes realizassem uma pesquisa na Internet com as mesmas palavras-chaves utilizando o mesmo serviço, elas receberiam resultados diferentes determinados por seus perfis individuais. iStockphoto/ktsimage A Web 3.0 irá se conectar a seus gostos individuais e hábitos de navegação As tecnologias e os softwares necessários para esse tipo de aplicação ainda não amadureceram. Serviços como o TiVO (em inglês) e o Pandora fornecem conteúdo individual baseado nos usuários, mas ambos dependem de uma abordagem de tentativa e erro que não é tão eficaz quanto os especialistas dizem que a Web 3.0 será. Mais importante ainda, tanto o TiVO quanto o Pandora possuem um escopo limitado de programas de TV e música respectivamente, ao passo que a Web 3.0 irá envolver toda a informação da Internet. Alguns especialistas acreditam que a base da Web 3.0 serão as interfaces de programação de aplicações(APIs). Uma API é uma interface designada a permitir que os desenvolvedores criem aplicações que tirem vantagem de certos conjuntos de recursos. Muitos sites da Web 2.0 incluem APIs que dão aos programadores acesso aos dados e às
  • 5. capacidades únicos dos sites. Por exemplo, a API do Facebook permite que os desenvolvedores criem programas que utilizam o Facebook como uma plataforma para jogos, testes de conhecimentos gerais, avaliações de produtos e muito mais. Uma tendência da Web 2.0, que poderia auxiliar no desenvolvimento da Web 3.0, é o mashup. Um mashup é a combinação de dois ou mais aplicativos em um único aplicativo. Por exemplo, um desenvolvedor poderia combinar um programa que permitisse aos usuários avaliar restaurantes com o Google Maps. O novo aplicativo mashup poderia exibir não só as avaliações dos restaurantes, mas também os mapearia para que o usuário pudesse ver as localizações. Alguns especialistas em Internet acreditam que a criação de mashups será tão fácil na Web 3.0 que qualquer pessoa será capaz de fazer isso. Widgets Os widgets são pequenos aplicativos que as pessoas inserem em páginas da Web copiando linhas de código e incorporando-as ao código de uma página. Eles podem ser jogos, servidores de notícias, players de vídeo ou qualquer outra coisa. Alguns prognosticadores da Internet crêem que a Web 3.0 permitirá que os usuários combinem widgets para fazer mashups apenas clicando e arrastando alguns ícones para dentro de uma caixa em uma página. Deseja um aplicativo que mostre onde as notícias estão acontecendo? Combine um servidor de notícias com um ícone doGoogle Earth e a Web 3.0 faz o resto. Como? Bem, ninguém descobriu ainda como fazer essa parte. Outros especialistas acreditam que a Web 3.0 vai surgir do começo. Em vez de utilizar o HTML como linguagem básica de codificação, ela irá depender de alguma linguagem nova e ainda sem nome. Esses especialistas sugerem que seria mais fácil começar do básico do que tentar mudar a Web atual. Todavia, essa versão da Web 3.0 é tão teórica que é praticamente impossível dizer como ela funcionará. O homem responsável pela World Wide Web tem sua própria teoria de como será o futuro da Web. Ele a chama de Web Semântica e muitos especialistas em Internet se apóiam em seu trabalho quando falam sobre a Web 3.0. O que é exatamente a Web Semântica? Continue lendo para descobrir. A Web Semântica Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web em 1989. Ele a criou como uma interface para a Internet e como um método de as pessoas compartilharem informações entre si. Berners-Lee discute a existência da Web 2.0(em inglês), chamando-a de "nada mais do que um jargão sem sentido" [fonte: Register (em inglês)]. Berners-Lee ainda afirma que ele pretendia que a World Wide Web fizesse tudo o que Web 2.0 deve fazer. Catrina Genovese/Getty Images Tim Berners-Lee, o inventor da World Wide Web
  • 6. A visão de Berners-Lee para a futura Web é similar ao conceito da Web 3.0. Ela é chamada de Web Semântica. Neste momento, a estrutura da Web é ajustada para os humanos. É fácil para nós visitarmos uma página da Web e compreendermos seu sentido. Os computadores não conseguem fazer isso. Um site de busca pode ser capaz de analisar palavras-chaves, mas não consegue entender como essas palavras são usadas no contexto de uma página. Com a Web Semântica, os computadores analisarão e interpretarão as informações das páginas utilizando agentes de software. Esses agentes serão programas que navegarão através da Web, procurando informações relevantes. Eles serão capazes disso porque a Web Semântica terá conjuntos de informação chamados de ontologias. Em termos de Internet, uma ontologia é um arquivo que define as relações entre um grupo de termos. Por exemplo, o termo "primo" se refere à relação familiar entre duas pessoas que compartilham um conjunto de avós. Uma ontologia da Web Semântica definiria cada papel familiar da seguinte maneira: • avô: um ancestral direto há duas gerações do sujeito; • pais: um ancestral direto há uma geração do sujeito; • irmão ou irmã: alguém que compartilha os mesmos pais do sujeito; • sobrinho ou sobrinha: filho do irmão ou da irmã do sujeito; • tio ou tia: irmão ou irmã de um dos pais do sujeito; • primo: filho de uma tia ou de um tio do sujeito. Para a Web Semântica ser eficaz, as ontologias precisam ser detalhadas e compreensivas. No conceito de Berners-Lee, elas existiriam na forma de metadados. Os metadados são informações incluídas nos códigos das páginas da Web e são invisíveis aos humanos, mas perceptíveis pelos computadores. A construção de ontologias requer muito trabalho. De fato, esse é um dos grandes obstáculos que a Web Semântica enfrenta. As pessoas estarão dispostas a aplicar o esforço necessário para fazer ontologias compreensivas em seus sites? Elas irão manter essas ontologias enquanto ocorrem mudanças nos sites? Críticas sugerem que a tarefa de criar e manter tais arquivos complexos é trabalho demais para a maioria das pessoas. Por outro lado, algumas pessoas realmente gostam de rotular ou identificar objetos e informações da Web. As identificações da Web categorizam o objeto ou informação identificados. Vários blogs incluem uma opção de identificação, tornando fácil classificar as postagens sob tópicos específicos. Sites de compartilhamento de fotos como o Flickr permitem que os usuários identifiquem as imagens. O Google até mesmo transformou isso em um jogo: o Google Image Labeler coloca duas pessoas uma contra a outra em uma disputa de identificação. Cada jogador tenta criar o maior número de identificações relevantes para uma série de imagens. De acordo com alguns especialistas, a Web 3.0 será capaz de pesquisar identificações e rótulos e mostrar os resultados mais relevantes para o usuário. Talvez a Web 3.0 combine o conceito da Web Semântica de Berners-Lee com a cultura de identificação da Web 2.0. Embora a Web 3.0 esteja mais para teoria do que para realidade, isso não impediu que as pessoas tentassem adivinhar o que está por vir. Continue lendo para conhecer o extenso futuro da Web. Além da Web 3.0 Seja qual for o nome que damos à próxima geração da Web, o que virá depois dela? As teorias variam desde previsões conservadores até adivinhações que parecem coisas de filmes de ficção científica.
  • 7. David Paul Morris/Getty Images Paul Otellini, CEO e presidente da Intel, discute a crescente importância dos dispositivos móveis para a Web no 2008 International Consumer Electronics Show • De acordo com o especialista em tecnologia e empresário Nova Spivack, o desenvolvimento da Web acontece em ciclos de 10 anos. Na primeira década da Web, muito de seu desenvolvimento estava focado nos bastidores, ou na infra- estrutura, da Web. Os programadores criaram os protocolos e as linguagens de código que usamos para fazer páginas da Web. Na segunda década, o foco mudou para a linha de frente e a era da Web 2.0 (em inglês) teve seu início. Agora, as pessoas usam as páginas da Web como plataformas para outros aplicativos. Elas também criam mashups e experimentam maneiras de tornar as experiências da rede mais interativas. Agora nós estamos no fim do ciclo da Web 2.0. O próximo ciclo será a Web 3.0 e o foco voltará aos bastidores. Os programadores refinarão a infra-estrutura da Internet para suportar as capacidades avançadas dos navegadores da Web 3.0. Quando essa fase estiver terminada, nós entraremos na era da Web 4.0. O foco retornará para a linha de frente e veremos milhares de novos programas que utilizarão a Web 3.0 como base [fonte: Nova Spivack (em inglês)]. • A Web evoluirá para um ambiente tridimensional. Em vez de uma Web 3.0, nós veremos uma Web 3D. Combinando elementos de realidade virtual com os mundos permanentes dos jogos online para múltiplos jogadores (MMORPGs), a Web poderia se tornar uma paisagem digital que incorpora a ilusão de profundidade. Você navegaria pela Web com uma perspectiva de 1ª pessoa ou através de uma representação digital sua chamada de avatar (para saber mais sobre a perspectiva de um avatar, leia Como funciona a Avatar Machine). • A Web acumulará desenvolvimentos em computação distribuída e resultará em uma verdadeira inteligência artificial. Na computação distribuída, vários computadores lidam com um grande trabalho de processamento. Cada computador cuida de uma pequena parte da tarefa. Algumas pessoas acreditam que a Web será capaz de pensar ao distribuir a carga de trabalho entre milhares de computadores e de trazer referências de ontologias profundas. A Web irá se tornar um cérebro gigante capaz de analisar dados e extrapolar novas ideias independentes daquela informação. • A Web se estenderá para muito além dos computadores e dos telefones celulares. Tudo, desde relógios até televisores e roupas, terá acesso à Internet. Os usuários estarão constantemente conectados à Web e vice-versa. Cada agente de software de um usuário aprenderá mais sobre seu respectivo usuário observando eletronicamente suas atividades. Isso pode levar a discussões sobre o equilíbrio entre a privacidade individual e o benefício de se ter uma experiência de navegação personalizada. • A Web se fundirá com outras formas de entretenimento até que todas as distinções entre as formas de mídia sejam perdidas. Programas de rádio, programas de televisão e filmes dependerão da Web para chegar ao usuário. É muito cedo para afirmar quais, ou mesmo se alguma, dessas versões futuras da Web se tornarão realidade. Pode ser que o verdadeiro futuro da Web seja mais extravagante do
  • 8. que as previsões mais extremas. Podemos apenas esperar que quando essa futura Web chegar, consigamos entrar em um acordo sobre como chamá-la. Para saber mais sobre a Web 3.0 e outros assuntos, dê uma olhada nos links da próxima página. Mais informações Artigos relacionados • Como funcionam os blogs • Como funciona o comércio eletrônico • Como funciona a criptografia • Como funciona o Facebook • Como funcionam os hackers • Como funciona a conexão de rede doméstica • Como funciona a infra-estrutura da Internet • Como funcionam os mecanismos de busca da Internet • Como funciona o MySpace • Como funciona a web semântica • Como funciona a Web 2.0 • Como funcionam as páginas da Internet • Como funcionam os servidores da Web • Como funciona o YouTube Mais links interessantes (em inglês) • Blog de Tim Berners-Lee • Web 2.0 Summit • Open Source Initiative Fontes (em inglês) • Berners-Lee, Tim, Hendler, James e Lassila, Ora. "A Web Semântica." Scientific American. Maio, 2001 • Calacanis, Jason. "Web 3.0, a definição 'oficial'." Calacanis.com. 3 de outubro de 2007 • Carr, Nicholas. "Bem-vinda Web 3.0!" Rough Type. 11 de novembro de 2006 • Clarke, Gavin. "Berners-Lee solicita calma para a Web 2.0." The Register. 30 de agosto de 2006 • Metz, Cade. "Web 3.0." PC Magazine. 14 de março de 2007 • Mitra, Sramana. "Web 3.0 = (4C + P + VS)." SramanaMitra.com. 14 de fevereiro de 2007 • "Nova Spivack: A Web da 3ª Geração: Web 3.0." intentBlog. 7 de fevereiro de 2007 • Richards, Jonathan. "Web 3.0 e além: os próximos 20 anos da Internet." Times Online. 24 de outubro de 2007 • Spalding, Steve. "Como definir a Web 3.0." How to Split an Atom. 14 de julho de 2007 • Wainewright, Phil. "O que esperar da Web 3.0." ZDNet. 29 de novembro de 2005 • "Web 3.0: você ainda não viu nada!" android tech. 18 de novembro de 2006 • Wells, Terri. "Web 3.0 e SEO." Search Engine News. 29 de novembro de 2006