2. O conceito de pós-modernismo tornou-se nos últimos
anos, um dos mais discutidos nas questões relativas à
arte, à literatura ou à teoria social.
Mas a noção de pós-modernidade reúne rede de
conceitos e modelos de pensamento em “pós”, dentre
os quais podemos elencar alguns: sociedade pós-
industrial, pós-estruturalismo, pós-fordismo, pós-
comunismo, entre outros.
O geógrafo Georges Benko afirma que o “pós” é
incontornável, o fim do século XX se conjuga em “pós”.
3. As características da pós-modernidade podem ser
resumidas em alguns pontos: propensão a se deixar
dominar pela imaginação das mídias eletrônicas,
colonização do seu universo pelos mercados,
celebração do consumo como expressão pessoal,
pluralidade cultural, polarização social devido aos
distanciamentos acrescidos pelos rendimentos,
falências das meganarrativas emancipadoras como
aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberdade,
igualdade e fraternidade.
A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos,
conduzindo, em um único e mesmo movimento, à uma
lógica cultural que valoriza o relativismo e a diferença,
a um conjunto de processos intelectuais flutuantes e
indeterminados.
4. Há uma configuração de traços sociais que significaria
a erupção de um movimento de descontinuidade da
condição moderna: mudanças dos sistemas produtivos
e crise do trabalho, eclipse da historicidade, crise do
individualismo e onipresença da cultura narcisista de
massa.
Mudam-se valores: é o novo, o fugido, o efêmero, o
folgaz, o individualismo, que valem. A aceleração
transforma o consumo numa rapidez nunca
vivenciada: tudo é descartável.
A publicidade manipula desejos, promove a sedução,
cria novas imagens e signos, eventos como espetáculos,
valorizando o que a mídia dá o transitório da vida.
5. As telecomunicações possibilitam imagens serem
vistas por todo o planeta.
As lutas mudam, agora não é contra o patrão, mas
contra a falta deles.
6. Paul-Michel Foucault, filho de cirurgião, nasceu em
Poitiers, no dia 15 de outubro de 1926.
Embora pertencesse a uma tradicional família de
médicos, Michel caminhou em outra direção, na sua
educação escolar encontrou todas as influências
necessárias para guia-lo no caminho da filosofia.
Seu primeiro mentor foi o Padre de Montsabert, do
qual herdou seu gosto pela história.
Além disso, era um autodidata e adorava ler.
7. Além disso, era um autodidata e adorava ler.
Foucault viveu o contexto da Segunda Guerra Mundial,
o que estimulava ainda mais seus interesses pelas
Ciências Humanas.
Em 1945, com o fim da Guerra, Michel passa a morar
em Paris e, neste mesmo ano, tenta pela primeira vez
entrar na Escola Normal Superior, mas é reprovado.
Vai estudar então no Liceu, onde tem aula com o
famoso filósofo, Jean Hyppolite.
No ano seguinte ele consegue finalmente ingressar na
Escola Normal Superior da França, e aí tem aulas com
Maurice Merleau-Ponty.
8. Foucault realiza sua graduação em Filosofia na
Sorbonne, em 1949 obtém o diploma de Psicologia e
coroa seus estudos filosóficos com uma tese sobre
Hegel.
Foucault foi sempre mentalmente inquieto, curioso e
angustiado diante da existência, o que o levou a tentar
suicídio várias vezes.
Tentou também se enquadrar no Partido Comunista
Francês, mas essa filiação durou pouco, pois não
suportou suas ingerências na vida pessoal.
Em 1951, passa a ministrar aulas de psicologia.
Ainda neste ano ele adquire uma experiência
fundamental no Hospital Psiquiátrico de Saint-Anne,
que irá repercutir em seus escritos sobre a loucura.
9. O filósofo começa a seguir as trilhas do seminário de
Jacques Lacan, e neste mesmo período aproxima-se de
Nietzsche.
No campo psicológico, ele conclui seus estudos em
Psicologia Experimental.
De 1970 a 1984, Michel ocupa o cargo de Professor de
História dos Sistemas de Pensamentos no Collége de
France, no qual ele toma posse com uma aula que se
torna famosa sob o título de “Ordem do Discurso”.
Suas obras, desde a “História da Loucura” até “A
História da Sexualidade”, que com sua morte ficaria
inacabada, enquadram-se dentro da Filosofia do
Conhecimento.
10. Mas foi realmente com “História da Loucura” que ele
se consolidou na filosofia.
A princípio Foucault seguiu uma linha estruturalista,
mas em obras como “Vigiar e Punir” e “A História da
Sexualidade”, ele é concebido como um pós-
estruturalista.
11. O livro começa pela narrativa da tortura, suplício e
esquartejamento de um parricida, em 1757.
A tortura deixa também de ser prerrogativa de quem
detém um poder político que se sustenta fortemente
na moral religiosa, no crivo religioso, para passar a ser
prerrogativa do poder legal, do poder educacional, do
poder psiquiátrico, do poder presente no trabalho, etc.
12. Esse aspecto difuso da tortura, sua disseminação pelos
mais diversos setores de nossa vida diária, já está, hoje,
tão introjetado no que somos que sequer a
percebemos. Ao contrário, há, na sociedade ocidental
contemporânea, esquisita e esquizofrenicamente,
certo prazer em se torturado, uma vontade de não ser
livre, de delegar poderes aos carrascos.
Estamos diante deles no condomínio, no trabalho, no
transporte público, nas ruas, na praia.
Se o aprisionamento torturante, hoje, não é o do corpo,
mas o da alma há de se buscar o lugar onde se emanam
os eflúvios de poder agrilhoam essa tal alma.
13. Não é difícil perceber que boa parte deles, talvez a mais
forte e resistente em termos miasmático prisionais,
venha ainda do cerne e da carne da Igreja.
Cordeiros torturados em número crescente bradam
seus cânticos torturantes por todo o lugar, até mesmo
em Copacabana, enquanto prostitutas passam ao largo
dos templos, desfilando pernas, umbigos e bocas.
A necessidade de sentir-se subjugado encontra
facilmente, lugar de congregação.
Sob o olhar piedoso do padre e dos irmãos em Cristo,
todos estão protegidos e devidamente anulados.
Moldada a mente, ou espírito, ou alma, pela moral que
emana da Igreja, resta pouco a moldar.
14. Contudo, a educação escolar, o mundo do trabalho e o
mundo paralelo da cultura, entretenimento,
informação seriam, três replicadores dessa moral.
Afinal quem não é religioso também precisa ser
controlado.
A escola, já pelo simples fato de dispor de um
currículo, prega também verdades.
Sua crença é a de que, por meio de restrições e
encaminhamentos, o indivíduo será devidamente
moldado.
Uma vez moldado, será então, entregue à sociedade
“pronto para o trabalho”.
15. Neste, cumprirá docilmente sua jornada de oito horas,
contribuindo não só para sua designação própria, mas
também para “o enobrecimento da humanidade”.
Desse caldeirão escola, trabalho, diversão surgem os belos
indivíduos que nos cercam como se fossem carcereiros do
bem.
Nesse aspecto diversão, esses carcereiros do bem atuam
como moedeiros falsos, mas julgam produzir somente
dobrões de ouro.
Tudo, para eles, deve imediatamente ser convertido em algo
quantificável.
Devidamente quantificada, a vida ganha ares de
competição, e os moedeiros falsos sentem-se na liderança.
De fato são próceres da humanidade de cuja companhia
devemos muito nos orgulhar.
16. O livro Microfísica do Poder de Michel Foucault
contém transcrições dos cursos ministrados no Collége
de France, artigos, debates e várias entrevistas que
auxiliam na introdução ao pensamento de Foucault.
Esta obra explicita como os mecanismos de poder são
exercidos fora, abaixo e ao lado do aparelho de Estado.
Assim com, mostra-nos a relação de poder e saber nas
sociedades modernas com objetivo de produzir
verdades cujo interesse essencial é a dominação do
homem através de praticas políticas e econômicas de
uma sociedade capitalista.
17. Em suma, é uma obra de absoluta importância para
estudantes e qualquer graduação que busca um
comprometimento com a profissão e com a sociedade.
Pois, ajuda a melhorar e elucidar o conhecimento sobre
as mazelas impregnadas no nosso país e no mundo.
18. O projeto era pra ser uma prisão modelo, para a
reforma dos encarcerados.
Mas, por vontade expressada do autor, foi também um
plano para todas as instituições educacionais, de
assistência e de trabalho, o esboço de uma sociedade
racional.
O projeto era de 1789, o mesmo ano em que a
burguesia tornava-se a classe social dominante no
mundo ocidental.
19. Michel Foucault ao estudar a sociedade disciplinar,
constata que a sua singularidade reside na existência
do desvio diante d norma.
E assim para “normalizar” o sujeito moderno, forma
desenvolvidos mecanismos e dispositivos de vigilância,
capazes de interiorizar a culpa e causar remorsos pelos
seus atos.
20. Conceito de pós-modernismo. Disponível em:
http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/o-conceito-
posmodernidade-na-sociedade-atual.htm
Michel Foucault. Disponível em:
http://www.infoescola.com/psicologia/michel-foucault/
Vigiar e Punir. Disponível em:
http://viniciusfigueira.com/2012/06/30/foucault-vigiar-e-punir-
resenha-para-preguicosos/
Microfísica do Poder. Disponível em:
http://www.olibat.com.br/microfisica-do-poder-michel-foucault/
Poder Panóptico. Disponível em:
http://michelfoucault.hotglue.me/Pan%C3%B3ptico