2. A Lei e as leis
A lei de Moisés não caiu do céu.
Alguns parágrafos do Código de
Hamurabi (1750 a.C. – 5 séc. antes de
Moisés)
permitem
apreciar
as
semelhanças e as diferenças com a
legislação do Sinai.
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3. Israel vem do Egipto.
Este país possuía já um
direito e uma legislação
social.
Conhecemo-lo através do
Livro dos Mortos.
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4. Alguns extractos do Livros dos Mortos:
Eu não blasfemei contra nenhum deus...
Eu não difamei um escravo junto do seu superior...
Eu não matei...
Eu não dei ordem para matar...
Eu não falseei o peso da balança...
Eu não roubei...
Eu não disse mentiras...
Eu não cometi o adultério...
Eu não fiz nenhum mal...
Eu não blasfemei contra o meu deus local...
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5. Estas
declarações
são
semelhantes
aos
dez
mandamentos. Mas destinam-se a ser feitas pelo
morto, no julgamento que terá na outra vida depois da
morte .
No Livro do Êxodo os Dez Mandamentos são regras de
vida a aplicar e exprimem a libertação do povo.
Começam pela frase: «Eu sou Javé, teu Deus, que te fez
sair da terra do Egipto, da casa da escravidão» – que
apresenta a intervenção/ ordem de Deus na vida
concreta do povo.
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6. Atum – deus
da Criação
Os
textos
egípcios
supõem a existência de
Rá – deus Sol
Seth – deus da
tempestade,
mal, desordem
e violência
diferentes divindades.
No Êxodo, a Lei é a expressão
de Javé, o único Deus de Israel.
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7. As Tábuas da Lei
No terceiro mês após a partida do Egipto, os israelitas
chegaram ao Monte Sinai.
Moisés reuniu o povo e subiu à
montanha,
onde
Deus
lhe
entregou os Dez Mandamentos
escritos em tábuas de pedra.
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8. As montanhas da Península do Sinai, das quais fará
parte o Monte no qual, segundo a tradição, Deus
falou a Moisés
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9. Moisés subiu uma segunda vez ao Monte e Deus
ordenou-lhe que construísse a Arca da Aliança com
madeira de acácia e ouro.
Esta Arca guardaria as Tábuas da Lei e seria mantida
num Tabernáculo – um santuário sagrado (portátil) –
que os israelitas transportariam consigo.
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10. Moisés
esteve
no
monte durante 40 dias e
40 noites e durante este
período
o
povo
persuadiu Aarão a fazer
um
ídolo
que
eles
pudessem adorar.
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11. Aarão cumpriu o que
lhe
foi
exigido,
derreteu todas as jóias
e fabricou um bezerro.
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12. Quando Moisés desceu do
monte e viu o povo a
dançar diante do bezerro
de ouro, enfureceu-se e
atirou
com
as
tábuas
partindo-as.
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13. A Arca da Aliança
A arca da aliança é um relicário
em madeira transportado com
a ajuda de duas barras. É
olhada como sinal da presença
de Javé e como uma garantia de vida para as tribos.
Acompanhava o povo durante a sua peregrinação no
deserto e os seus combates em Canaã. Dava-lhe a
esperança da vitória.
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14. A arca esteve numa primeira
fase guardada na tenda
da reunião, depois
nos santuários locais:
Guilgal, Siquém,
Betel e Silo.
David transferiu-a
com grande pompa para
a sua nova capital, Jerusalém.
O Tabernáculo
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15. Sob o governo de Salomão, a arca encontra o seu lugar
no local mais sagrado do templo construído em
Jerusalém,
o Santo dos
Santos,
sob as asas
abertas
de dois
imensos
querubins.
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16. Quando o texto do Êxodo foi escrito, a arca já tinha
desaparecido devido à destruição do templo por
Nabucodonosor em 587 a.C..
A descrição da arca é uma reconstrução graças às
transmissões orais e à liturgia dos sacerdotes-autores.
A arca lembra a presença de Javé, simultaneamente,
localizado e invisível.
Só no Novo Testamento a presença de Deus não está
ligada nem limitada a um objecto ou a um lugar.
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17. A Lei da Aliança
A Lei de Deus não é um catálogo de proibições. É uma
lei de santidade, de liberdade e de vida.
O Decálogo relaciona o amor de Deus e o amor ao
próximo, coloca na relação com o outro uma
preocupação espiritual e religiosa.
O povo consagrado a Deus deve ser santo como Deus:
«Sede para Mim santos, porque Eu sou santo, Eu, o
Senhor; distingui-vos do meio dos povos para que
sejais para mim» (Lv 20,26).
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18. Esta lei de santidade está muito ligada à lei natural e é
uma lei de vida porque guia a humanidade pelo
caminho mais difícil da sua realização.
Moisés dizia ao povo:
«Ofereço-te hoje, de um lado, a vida e o bem; de
outro, a morte e o mal.
Recomendo-te hoje que ames o Senhor, teu
Deus, que andes nos seus caminhos, que
guardes os seus preceitos, suas leis e seus
decretos. Se assim fizerdes, viverás […].
Escolhe a vida, e então viverás com a tua
posteridade» (Dt 30, 15-16. 19).
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19. Esta lei de vida é também já uma lei de amor:
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu
coração, com toda a tua alma e com todas as tuas
forças» (Dt 6,5; cf. Jos 23,11).
Cristo recusa-se a abolir a lei
completa-a
corrige as suas deformações
radicaliza as exigências
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20. Os Dez Mandamentos
continuam a ser a orientação primeira do cristão
são a expressão da vontade de Deus que chama os
seus filhos para a liberdade.
A liberdade não é um capricho. Deus ordena, põe as
coisas no seu lugar, indica o que é preciso fazer para
viver, para amar e para ser autenticamente livre, e
isso é um dom.
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21. Uns são formulados de maneira negativa:
– Não matarás
– Não cometerás adultério
O preceito não é claro, precisa de ser precisado.
Certamente que existirão casos de legítimas defesa,
mas se se começar a indicar exceções esvazia-se o
preceito essencial.
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22. Outros são formulados de forma positiva:
– Honra teu pai e tua mãe
Estas diferenças de formulação são importantes – a
proibição como limite a não ultrapassar e o convite para
amar sempre mais .
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23. Os Dez Mandamentos
(Dt 5:1-21 )
Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do
Egito, da casa da servidão.
1 Não terás outros deuses
diante de mim.
2 Não farás para ti
imagem de escultura,
nem alguma semelhança
do que há em cima nos
céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas
debaixo da terra.
1 Amar a Deus sobre todas
as coisas.
2 Não usar o nome de Deus
em vão.
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24. Não te curvarás a elas
nem as servirás; porque
eu, o SENHOR teu Deus,
sou Deus zeloso, que
visito a iniquidade dos
pais nos filhos, até a
terceira e quarta geração
daqueles que me odeiam.
E faço misericórdia a
milhares dos que me
amam e aos que guardam
os meus mandamentos.
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25. 3 Não tomarás o nome do 3 Guardar domingos e
SENHOR teu Deus em festas de guarda.
vão; porque o SENHOR
não terá por inocente o
que tomar o seu nome em
vão.
4 Lembra-te do dia do
sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás, e
farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o
sábado do SENHOR teu
Deus; não farás nenhuma
4 Honrar pai e mãe (e os
outros legítimos superiores).
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26. obra, nem tu, nem teu
filho, nem tua filha, nem o
teu servo, nem a tua
serva, nem o teu animal,
nem o teu estrangeiro,
que está dentro das tuas
portas.
Porque em seis dias fez o
SENHOR os céus e a
terra, o mar e tudo que
neles há, e ao sétimo dia
descansou;
portanto
abençoou o SENHOR o
dia do sábado, e o
santificou.
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27. 5 Honra a teu pai e a tua 5 Não matarás.
mãe, para que se
prolonguem os teus dias
na terra que o SENHOR
teu Deus te dá.
6 Não matarás.
6 Guardar castidade nas
palavras e nas obras.
7 Não adulterarás.
7 Não roubar (nem
injustamente reter ou
danificar os bens do
próximo).
8 Não furtarás.
8 Não levantar
testemunhos.
falsos
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28. 9
Não
dirás
falso
testemunho contra o teu
próximo.
9 Guardar castidade nos
pensamentos
e
nos
desejos.
10 Não cobiçarás a casa
do teu próximo, não
cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo,
nem a sua serva, nem o
seu boi, nem o seu
jumento,
nem
coisa
alguma do teu próximo."
10 Não cobiçar as coisas
alheias.
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