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Antigo Testamento

1
O Livro do Êxodo

– É o segundo livro da Bíblia
– Recebeu este título na sua versão grega dos LXX.
– Êxodo significa “sair de”, “caminhar para fora de”.
– É o prolongamento da narração do Génesis, que
termina com a permanência dos filhos Jacob no

Egito.
– Fala-nos de Deus a intervir na história do seu povo.
– Essa intervenção é libertadora.
2
O livro compõe-se de 3 grandes partes:
• a saída do Egipto (1-15),

• a travessia do deserto (16-18)
• a aliança do Sinai (19-40) – o motivo em vista da

qual se deu o êxodo – a comunhão com Deus.

O êxodo não é um fim em si próprio, mas é o motivo
teológico para que aconteça a verdadeira comunhão
com Deus.
3
–

O Livro do Êxodo é central no Pentateuco (o

conjunto dos 5 primeiros livros do AT).

– É nele que se encontram os temas mais importantes
da teologia do A T.

– Este êxodo é o primeiro e o modelo para dois outros
êxodos que a Bíblia nos descreve:
• O regresso do povo do exílio para a sua pátria.
(descrito em termos que evocam o primeiro êxodo)

4
• O êxodo realizado por Jesus em Jerusalém com a
sua morte e ressurreição

• João descreve o caminho da Galileia a
Jerusalém como um êxodo – passagem do

pecado para a vida nova, da morte para a vida;
• Lucas 9,31, chama êxodo ao momento da
transfiguração – Moisés é o Homem do Êxodo.
No Livro do Êxodo a tenda era o símbolo da Aliança
no meio do povo. Agora o símbolo da presença de

Deus no meio de nós é o próprio Jesus Cristo.

5
Os egípcios não mencionam o êxodo, mas ele deve

ter sido um acontecimento histórico, mas de menor
dimensão do que apresenta a narração.
O tom geral da narração é épico, tudo decorre no
clima do maravilhoso e do prodigioso.
É uma epopeia religiosa, sobretudo até ao cap. 18.
Depois é uma longa teofania descrita com todas as
suas características próprias, sobretudo as pragas e a

da passagem do Mar Vermelho.
6
É um relato que tenciona exaltar as suas personagens

como heróis. Para isso multiplica os obstáculos para
que os heróis da sua epopeia se notabilizem.
Também há uma grande teatralidade e não há
problema em a realizar.
Os prodígios de Moisés e Aarão pertencem ao folclore
egípcio e foram-lhes atribuídos com a intenção
teológica de que Deus passe a ser visto como próximo
das pessoas.
7
O cap. 2, que relata as
grandes construções dos
faraós

no

Egito

com

verdadeiros exércitos de

escravos.

8
As 10 Pragas do Egipto
Nas pragas encontramos várias contradições entre

elas e dentro da mesma praga.
As pragas aconteceram e acontecem ainda hoje.

Podem ter acontecido no Egipto, em Israel ou ambos
os países.
Só não aconteciam tão juntas em tão pouco tempo.

9
Os escritores bíblicos conservavam a memória do que

os seus antepassados tinham presenciado no Egipto.
Para darem um carácter grandioso ao acto,
associaram os fenómenos naturais a essa saída,
atribuindo-os à força de Deus para O apresentar como
o verdadeiro libertador do povo oprimido.
Estes acontecimentos estão aqui reunidos, de forma
religiosa.
10
É um texto de épica religiosa. É a fé a ver Deus em

acção a favor do seu povo.
As Pragas são fenómenos naturais aqui reunidos para
que a fé exprima a visão de Deus como libertador.
A descrição está feita a partir da fé do autor e dos seus
semelhantes para iluminar a fé e não se preocupando
com o aspecto histórico do facto.
A tradição juntou aqui 10 fenómenos para dizer que

Deus dobrou o opressor para libertar os oprimidos.
11
A Saída do Egipto
Nenhum documento egípcio refere a saída do Egipto.

Não era importante nem glorioso para o faraó e não
deve ter sido nenhum acontecimento de grande vulto

para o Egipto.
Não temos ao nosso dispor qualquer texto bíblico
escrito nesta época, porque não foi feito. Mas temos
acesso à memória que Israel guardou do êxodo.
12
É preciso ter em atenção o género literário. Não são
relatos do acontecimento, mas narrações épicas,

cantos de vitória.
Eles testemunham o modo como Israel representa a
intervenção maravilhosa de Javé para libertar o seu
povo – é uma epopeia.
De novo o fogo, o fumo e a nuvem foram utilizados
para representar Deus.
13
Quantos Hebreus saíram do Egipto?
Ex 12,37 e Nm 11,21 fazem menção de 600.000 homens.
Este número refere-se apenas aos homens entre os 16 e
os 50 anos. Deixa de fora todos os outros, as mulheres e
as crianças.

Contando com toda essa gente chegar-se-ia a 2 ou 3
milhões.

Uma tal multidão levaria muito tempo a atravessar o
Mar Vermelho.

14
Teria formado uma coluna compacta com cerca de 150
km. Como poderia ter subsistido no Sinai? Onde estava
a água e a comida?

15
É importante estabelecer a diferença entre a narração
épica do Êxodo (escrita muitos séculos depois) e a
realidade histórica muito mais humilde.

Podemos falar de um reduzido grupo de Hebreus
saindo com Moisés do Egipto (talvez 150 pessoas).
No máximo 2 a 3 mil fugitivos em várias levas.
Talvez algum destacamento fronteiriço fosse no seu
encalço porque os escravos faziam falta ao faraó como
mão-de-obra.
16
Tudo isto pretende concretizar o que estava escrito no
Génesis como promessa a Abraão (mais do que as
estrelas e do que as areias).

O cap. XIV do Êxodo é uma visão espiritual e religiosa
de um acontecimento humano – a passagem da
situação de escravidão para uma situação de liberdade.
Terão passado muitas dificuldades – o caminho, o
deserto, a falta de comida, a perseguição, etc.
17
Esse

acontecimento,

cujos

pormenores

não

conhecemos, ao longo dos séculos e até à data do
narrador,

foi

sendo

objecto

de

meditação

e

considerado o acontecimento fundador do povo.
Em todo o AT isso acontece e foi utilizado para ensinar
o povo a ler os acontecimentos à luz da fé.
Não sabemos o que se passou historicamente, mas o
narrador contou o desconhecido para salientar, à luz da
fé, o papel de Deus.
18
Trata-se de uma interpretação religiosa de um
acontecimento fundador. A fé vê Deus em acção.
Nesta narração Deus salva, mas mata os outros. A fé

ainda não era capaz de perceber uma imagem mais
perfeita de Deus.
É uma fase histórica da procura de Deus. Na época
Israel captava assim.
Só mais tarde, com a pessoa de Jesus, se percebe que
Deus só quer salvar gratuitamente.
19
Estes textos do livro de Josué e do Deuteronómio
pertencem a uma época de fé imperfeita onde os
narradores ainda não conseguem expressar uma

imagem mais perfeita de Deus.
Israel sentia-se amado pelo seu Deus – Deus nacional
que protegia o próprio povo, mas até castigava os
outros povos.
Os outros povos também viam os seus deuses do
mesmo modo.
20
A Lei e as leis

A lei de Moisés não caiu do céu. Alguns parágrafos do
Código de Hamurabi (1750 a.C. – 5 séc. antes de
Moisés) permitem apreciar as semelhanças e as
diferenças com a legislação do Sinai.
Israel vem do Egipto.
Este velho país possui um direito e uma legislação
social. Conhecemo-lo através do Livro dos Mortos.
21
Alguns extractos do Livros dos Mortos:
Eu não blasfemei contra nenhum deus...
Eu não difamei um escravo junto do seu superior...
Eu não matei...
Eu não dei ordem para matar...
Eu não falseei o peso da balança...
Eu não roubei...

Eu não disse mentiras...
Eu não cometi o adultério...
Eu não fiz nenhum mal...
Eu não blasfemei contra o meu deus local...
22
Estas

declarações

são

semelhantes

aos

dez

mandamentos. Mas destinam-se a ser feitas depois da
morte.
No Êxodo são regras de vida a aplicar e exprimem a
libertação do povo. Começam pela frase: «Eu sou Javé,
teu Deus, que te fez sair da terra do Egipto».

Os textos egípcios supõem a existência de diferentes
divindades. No Êxodo, a lei é a expressão de Javé, o
único Deus de Israel.
23
As Tábuas da Lei

No terceiro mês após a partida do Egipto, os israelitas
chegaram ao Monte Sinai.

Moisés reuniu o povo e subiu à montanha, onde Deus lhe
entregou os Dez Mandamentos escritos em tábuas de
pedra.
Moisés subiu uma segunda vez ao Monte e Deus
ordenou-lhe que construísse a Arca da Aliança com
madeira de acácia e ouro.
24
Esta Arca guardaria as
Tábuas da Lei e seria
mantida num Tabernáculo

– um santuário sagrado
que os israelitas transportariam consigo.
Moisés

esteve

ausente

durante 40 dias e 40 noites e durante este período o
povo persuadiu Aarão a fazer um ídolo que eles

pudessem adorar.

25
Aarão cumpriu o que
lhe foi pedido, derreteu
todas

as

jóias

e

fabricou um bezerro.

26
Quando Moisés desceu do
monte e viu o povo a
dançar diante do bezerro
de ouro, enfureceu-se e
atirou

com

as

tábuas

partindo-as.

27
A Arca da Aliança
A arca da aliança é um relicário
em madeira transportado com
a ajuda de duas barras. É
olhada como sinal da presença
de Javé e como uma garantia de vida para as tribos.
Acompanhava o povo durante a sua peregrinação no
deserto e os seus combates em Canaã. Dava-lhe a

esperança da vitória.
28
A arca esteve numa primeira
fase guardada na tenda

da reunião, depois
nos santuários locais:

Guilgal, Siquém,
Betel e Silo.

David transferiu-a
com grande pompa para

a sua nova capital, Jerusalém.

O Tabernáculo

29
Sob Salomão, a arca encontra o seu lugar no local mais
sagrado do templo construído, o Santo dos Santos,
sob as asas
abertas
de dois

imensos
querubins.

30
Quando o texto do Êxodo foi escrito, a arca já tinha
desaparecido aquando da destruição do templo por

Nabucodonosor em 587 a.C..
A descrição da arca também éuma reconstrução graças

às recordações e à liturgia dos sacerdotes-autores.
A arca lembra a presença de Javé, simultaneamente,
localizado e invisível.
Só no Novo Testamento a presença de Deus não está
ligada nem limitada a um objecto ou a um lugar.
31
O Maná
O maná é um dos alimentos dos Hebreus no deserto.

Segundo a Bíblia, assemelha-se aos grãos de coriandro
que cobrem a terra como o orvalho. Sabem a mel.

Ainda hoje os beduínos amassam estes grãos e
utilizam-nos como açúcar. De onde vêm? São
produzidos por secreções de insectos sobre as
tamargas. As gotas cristalizam-se em poucos dias e
caem para o chão.

32
Para os Hebreus que andavam no deserto, e para
aqueles que escreveram a sua história, o maná era um

alimento enviado por Deus.
Era um dos sinais de que Javé não tinha abandonado o
seu povo saído do Egipto.
Outros alimentos foram as codornizes, a água que
provinha da rocha e da nuvem.
A reflexão posterior aumentará muito a quantidade do
maná que será visto como o pão do céu. (Sl 105,40).

33
A nuvem

As nuvens impressionaram sempre os povos antigos. A
sua altitude, inacessíveis aos homens.

As suas cores e formas sempre variadas, as suas
deslocações

imprevisíveis

encantavam-nos

ou

causavam-lhes medo.
Podiam trazer uma chuva benéfica, mas podiam
também conter tempestades devastadoras.
34
O livro do Êxodo utiliza, muitas vezes, a imagem da

nuvem:
• É nela que se manifesta a glória de Deus (16,10; 19,9;
24,15-18).
• A nuvem aproxima-se do povo descendo sobre a tenda
da reunião (Ex 33,9-10).
• Conduz o povo rumo à liberdade (Ex 13,22; 14,19.24;
40,36-38).
35
A imagem da nuvem é feliz. É simultaneamente luz e

opacidade.
Pode manifestar a presença de Deus e, ao mesmo
tempo, esconder o seu mistério.
Será, frequentemente, utilizada através dos diversos
livros bíblicos.

36
37
O Nome – MOISÉS
A palavra Moisés, em
hebraico Moché, tem a sua

raiz numa palavra egípcia
que significa dar à luz.
O texto bíblico prefere dar
uma explicação popular do
nome de Moisés através

do verbo hebraico mashá
que significa retirar.

38
Moisés é aquele que foi retirado (salvo) das águas.
Mas há paralelismos extrabíblicos à Lenda do

salvamento de Moisés.

39
O salvamento de Moisés é uma indicação à sua acção
futura – ele é o primeiro a ser salvo das águas e é

chamado a salvar das águas o seu povo perseguido
pelos carros egípcios.

A ordem dada às parteiras é contraditória – o faraó
queria mão-de-obra masculina e musculada. Toda a
descrição prepara a origem de Moisés.
Começa aqui a epopeia – Moisés, apresentado como
o libertador, também é apresentado como o

necessitado de ser libertado.

40
Moisés – a sua história
Entendendo o texto de acordo com a História,
encontramos

contradições

e

dificuldades

sem

resolução dessa forma.

As aparentes dificuldades têm solução entendendo o
género literário do texto – é uma epopeia semelhante
a outros textos dos povos vizinhos da época.
São lendas do nascimento ou infância de herói, tal
como a lenda do nascimento de Sargon de Acad, séc.
24 e 23 a.C..
41
Nestas histórias só se conhece a origem das
personagens quando eles se tornam importantes. Só
quando isso acontece é que os seus biógrafos vão à
procura das suas origens.

Com Moisés, séc. XIII a.C, isso deve ter sido difícil e,
por isso, inventaram a partir de alguma coisa que era
conhecida.
A mensagem que os autores queriam passar era que o
libertador dos israelitas também precisou ser salvo
para dizer que o único salvador é Deus.
42
Como Moisés foi sempre
considerado uma pessoa

muito importante, foram
muitas

e

variadas

as

tradições que escreveram
sobre Moisés. Temos, por
isso, uma figura de Moisés

muito composta.
A cabeça de Moisés
San Pietro in Vincolli, Roma

43
Vocação de Moisés
Todo o texto de Ex 2,23 até 4,18 (vocação de Moisés) é
uma teofania.
Já não se trata de uma lenda, mas de uma introdução
teológica com intenção de situar o leitor.
No v. 25 – O verbo “conhecer” tem o sentido vital de

“tomar conhecimento da ocorrência”, “dispor-se a
actuar”.
44
É uma teologia feita com base no direito hebraico,
segundo o qual quando determinada pessoa era

ofendida na sua dignidade ou desonrada, um parente
próximo da vítima tinha o dever inalienável de ir em

socorro da vítima e de vingar a justiça pisada.
Este parente próximo era o vingador defensor ou
libertador. O narrador usa essa metáfora aplicando-a a
Deus – o povo de Israel é a vítima e Deus é o seu
libertador e vingador.
45
Deus é muitas vezes designado com estes nomes no
Antigo Testamento.
Este Deus é o "Deus do Pai", mas agora vai ser
apresentado a revelar um seu nome a Moisés.

O que se segue é uma teofania com os ingredientes
literários característicos das teofanias.

A teofania auto-revelação de Deus – usa dados
históricos e geográficos, mas acrescenta outros que
fundamentados nas tradições.
46
Era habitual colocar Deus a falar aos homens em locais
elevados. Também Israel faz esse tipo de teofanias:
V. 2 – O Anjo de Javé – apareceu sob a forma de uma chama de
fogo;
V. 4 – Quando Javé viu Moisés.

Não se está a falar de duas realidades diferentes. É o
mesmo Deus. O Anjo de Javé é o próprio Deus, mas em
estado de comunicação/revelação aos homens.
O Anjo de Javé ou de Deus é uma forma literária para
representar o próprio Deus em contacto com os

humanos.

47
Também “Palavra de Deus”, “Nome de Deus”, “O
Espírito de Deus” é o transcendente a tornar-se
imanente, são formas de falar de Deus em

comunicação com os homens.
Também o fogo é uma forma de falar de Deus.

Da mesma forma não se sabe exactamente qual é o
local referido onde Deus se revelou. Está “localizado”
no Sinai, mas essa é mais uma questão historicista.
48
Ver a Deus é ver pela fé – o narrador põe Deus a intervir
na história do seu povo pela mediação de Moisés. Tratase de uma perspectiva intervencionista de Deus.

49
As montanhas da Península do Sinai, das quais fará
parte o Monte no qual, segundo a tradição, Deus
falou a Moisés

50
O Nome de Deus
A teofania põe Deus a revelar o nome de Javé a Moisés
– é a única explicação na Bíblia do nome de Javé – este
é um nome novo com o qual Deus queria ser invocado
daí em diante.
Javé – é aqui explicado a partir de uma raiz hebraica

que significa ser, estar, existir.
O povo de Israel depois da passagem pela península do

Sinai passou a dar um nome próprio ao seu Deus –
JAVÉ.

51
O teólogo israelita quis explicar teologicamente o nome
Javé e fê-lo através de uma assonância (som que se

parece com outro).
Essa assonância foi encontrada colocando Deus a dizer
a Moisés “Eu serei aquele que serei”.
Mas como o narrador não deve ter querido pôr Deus a
exprimir-se no futuro, deve entender-se a expressão
como “Eu sou aquele que sou”.
Esta expressão queria indicar o ser de Deus em termos
de ser e existir.
52
Esta fórmula podia ser entendida como:
“Eu sou o existente para libertar o meu povo”, ou
“Eu sou o existente em relação ao meu povo”.
Isto é o que aparece de todo o contexto da epifania.
É um “Deus com...”
e agora aparece como um “Deus para...” (libertar o ser
humano, é o Deus da Aliança como será cantado no

tempo dos profetas).
53
É o Deus que salva por fidelidade à sua Aliança, ao seu
compromisso. É nessa medida que Deus se diz justo.

Justiça aqui quer dizer fidelidade aos seus próprios
compromissos dentro da sua Aliança com os humanos.

O nome (tetragrama = 4 letras) hebraico,

lido da

direita para a esquerda, significa “hwhy”, em português
“yhwh”.
A partir do séc. IV a.C. os sábios masoretas apuseram
ao tetragrama as vogais de ’adonay (meu senhor)

porque deixaram de pronunciar “yhwh”.

54
Assim, sempre que aparecia a palavra “yhwh” não a
liam, mas liam ’adonay surgindo a forma híbrida

“yachowah”

(Jeová).

Não se sabe qual a etimologia original da palavra

“yhwh”. Sabe-se que os israelitas a conheceram na
passagem pelo Sinai e deram-na ao seu Deus.
Devem tê-la ouvido a alguma tribo desta zona. Alguns
atribuem à tribo Madianita com a qual Moisés entrou
em contacto. Outros atribuem aos Qanitas.
55
Pode ter havido uma transferência do nome de um
deus local para o seu Deus.

Passou a ser o nome do Deus verdadeiramente
existente em oposição aos outros não existentes.

56

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Moisés

  • 2. O Livro do Êxodo – É o segundo livro da Bíblia – Recebeu este título na sua versão grega dos LXX. – Êxodo significa “sair de”, “caminhar para fora de”. – É o prolongamento da narração do Génesis, que termina com a permanência dos filhos Jacob no Egito. – Fala-nos de Deus a intervir na história do seu povo. – Essa intervenção é libertadora. 2
  • 3. O livro compõe-se de 3 grandes partes: • a saída do Egipto (1-15), • a travessia do deserto (16-18) • a aliança do Sinai (19-40) – o motivo em vista da qual se deu o êxodo – a comunhão com Deus. O êxodo não é um fim em si próprio, mas é o motivo teológico para que aconteça a verdadeira comunhão com Deus. 3
  • 4. – O Livro do Êxodo é central no Pentateuco (o conjunto dos 5 primeiros livros do AT). – É nele que se encontram os temas mais importantes da teologia do A T. – Este êxodo é o primeiro e o modelo para dois outros êxodos que a Bíblia nos descreve: • O regresso do povo do exílio para a sua pátria. (descrito em termos que evocam o primeiro êxodo) 4
  • 5. • O êxodo realizado por Jesus em Jerusalém com a sua morte e ressurreição • João descreve o caminho da Galileia a Jerusalém como um êxodo – passagem do pecado para a vida nova, da morte para a vida; • Lucas 9,31, chama êxodo ao momento da transfiguração – Moisés é o Homem do Êxodo. No Livro do Êxodo a tenda era o símbolo da Aliança no meio do povo. Agora o símbolo da presença de Deus no meio de nós é o próprio Jesus Cristo. 5
  • 6. Os egípcios não mencionam o êxodo, mas ele deve ter sido um acontecimento histórico, mas de menor dimensão do que apresenta a narração. O tom geral da narração é épico, tudo decorre no clima do maravilhoso e do prodigioso. É uma epopeia religiosa, sobretudo até ao cap. 18. Depois é uma longa teofania descrita com todas as suas características próprias, sobretudo as pragas e a da passagem do Mar Vermelho. 6
  • 7. É um relato que tenciona exaltar as suas personagens como heróis. Para isso multiplica os obstáculos para que os heróis da sua epopeia se notabilizem. Também há uma grande teatralidade e não há problema em a realizar. Os prodígios de Moisés e Aarão pertencem ao folclore egípcio e foram-lhes atribuídos com a intenção teológica de que Deus passe a ser visto como próximo das pessoas. 7
  • 8. O cap. 2, que relata as grandes construções dos faraós no Egito com verdadeiros exércitos de escravos. 8
  • 9. As 10 Pragas do Egipto Nas pragas encontramos várias contradições entre elas e dentro da mesma praga. As pragas aconteceram e acontecem ainda hoje. Podem ter acontecido no Egipto, em Israel ou ambos os países. Só não aconteciam tão juntas em tão pouco tempo. 9
  • 10. Os escritores bíblicos conservavam a memória do que os seus antepassados tinham presenciado no Egipto. Para darem um carácter grandioso ao acto, associaram os fenómenos naturais a essa saída, atribuindo-os à força de Deus para O apresentar como o verdadeiro libertador do povo oprimido. Estes acontecimentos estão aqui reunidos, de forma religiosa. 10
  • 11. É um texto de épica religiosa. É a fé a ver Deus em acção a favor do seu povo. As Pragas são fenómenos naturais aqui reunidos para que a fé exprima a visão de Deus como libertador. A descrição está feita a partir da fé do autor e dos seus semelhantes para iluminar a fé e não se preocupando com o aspecto histórico do facto. A tradição juntou aqui 10 fenómenos para dizer que Deus dobrou o opressor para libertar os oprimidos. 11
  • 12. A Saída do Egipto Nenhum documento egípcio refere a saída do Egipto. Não era importante nem glorioso para o faraó e não deve ter sido nenhum acontecimento de grande vulto para o Egipto. Não temos ao nosso dispor qualquer texto bíblico escrito nesta época, porque não foi feito. Mas temos acesso à memória que Israel guardou do êxodo. 12
  • 13. É preciso ter em atenção o género literário. Não são relatos do acontecimento, mas narrações épicas, cantos de vitória. Eles testemunham o modo como Israel representa a intervenção maravilhosa de Javé para libertar o seu povo – é uma epopeia. De novo o fogo, o fumo e a nuvem foram utilizados para representar Deus. 13
  • 14. Quantos Hebreus saíram do Egipto? Ex 12,37 e Nm 11,21 fazem menção de 600.000 homens. Este número refere-se apenas aos homens entre os 16 e os 50 anos. Deixa de fora todos os outros, as mulheres e as crianças. Contando com toda essa gente chegar-se-ia a 2 ou 3 milhões. Uma tal multidão levaria muito tempo a atravessar o Mar Vermelho. 14
  • 15. Teria formado uma coluna compacta com cerca de 150 km. Como poderia ter subsistido no Sinai? Onde estava a água e a comida? 15
  • 16. É importante estabelecer a diferença entre a narração épica do Êxodo (escrita muitos séculos depois) e a realidade histórica muito mais humilde. Podemos falar de um reduzido grupo de Hebreus saindo com Moisés do Egipto (talvez 150 pessoas). No máximo 2 a 3 mil fugitivos em várias levas. Talvez algum destacamento fronteiriço fosse no seu encalço porque os escravos faziam falta ao faraó como mão-de-obra. 16
  • 17. Tudo isto pretende concretizar o que estava escrito no Génesis como promessa a Abraão (mais do que as estrelas e do que as areias). O cap. XIV do Êxodo é uma visão espiritual e religiosa de um acontecimento humano – a passagem da situação de escravidão para uma situação de liberdade. Terão passado muitas dificuldades – o caminho, o deserto, a falta de comida, a perseguição, etc. 17
  • 18. Esse acontecimento, cujos pormenores não conhecemos, ao longo dos séculos e até à data do narrador, foi sendo objecto de meditação e considerado o acontecimento fundador do povo. Em todo o AT isso acontece e foi utilizado para ensinar o povo a ler os acontecimentos à luz da fé. Não sabemos o que se passou historicamente, mas o narrador contou o desconhecido para salientar, à luz da fé, o papel de Deus. 18
  • 19. Trata-se de uma interpretação religiosa de um acontecimento fundador. A fé vê Deus em acção. Nesta narração Deus salva, mas mata os outros. A fé ainda não era capaz de perceber uma imagem mais perfeita de Deus. É uma fase histórica da procura de Deus. Na época Israel captava assim. Só mais tarde, com a pessoa de Jesus, se percebe que Deus só quer salvar gratuitamente. 19
  • 20. Estes textos do livro de Josué e do Deuteronómio pertencem a uma época de fé imperfeita onde os narradores ainda não conseguem expressar uma imagem mais perfeita de Deus. Israel sentia-se amado pelo seu Deus – Deus nacional que protegia o próprio povo, mas até castigava os outros povos. Os outros povos também viam os seus deuses do mesmo modo. 20
  • 21. A Lei e as leis A lei de Moisés não caiu do céu. Alguns parágrafos do Código de Hamurabi (1750 a.C. – 5 séc. antes de Moisés) permitem apreciar as semelhanças e as diferenças com a legislação do Sinai. Israel vem do Egipto. Este velho país possui um direito e uma legislação social. Conhecemo-lo através do Livro dos Mortos. 21
  • 22. Alguns extractos do Livros dos Mortos: Eu não blasfemei contra nenhum deus... Eu não difamei um escravo junto do seu superior... Eu não matei... Eu não dei ordem para matar... Eu não falseei o peso da balança... Eu não roubei... Eu não disse mentiras... Eu não cometi o adultério... Eu não fiz nenhum mal... Eu não blasfemei contra o meu deus local... 22
  • 23. Estas declarações são semelhantes aos dez mandamentos. Mas destinam-se a ser feitas depois da morte. No Êxodo são regras de vida a aplicar e exprimem a libertação do povo. Começam pela frase: «Eu sou Javé, teu Deus, que te fez sair da terra do Egipto». Os textos egípcios supõem a existência de diferentes divindades. No Êxodo, a lei é a expressão de Javé, o único Deus de Israel. 23
  • 24. As Tábuas da Lei No terceiro mês após a partida do Egipto, os israelitas chegaram ao Monte Sinai. Moisés reuniu o povo e subiu à montanha, onde Deus lhe entregou os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra. Moisés subiu uma segunda vez ao Monte e Deus ordenou-lhe que construísse a Arca da Aliança com madeira de acácia e ouro. 24
  • 25. Esta Arca guardaria as Tábuas da Lei e seria mantida num Tabernáculo – um santuário sagrado que os israelitas transportariam consigo. Moisés esteve ausente durante 40 dias e 40 noites e durante este período o povo persuadiu Aarão a fazer um ídolo que eles pudessem adorar. 25
  • 26. Aarão cumpriu o que lhe foi pedido, derreteu todas as jóias e fabricou um bezerro. 26
  • 27. Quando Moisés desceu do monte e viu o povo a dançar diante do bezerro de ouro, enfureceu-se e atirou com as tábuas partindo-as. 27
  • 28. A Arca da Aliança A arca da aliança é um relicário em madeira transportado com a ajuda de duas barras. É olhada como sinal da presença de Javé e como uma garantia de vida para as tribos. Acompanhava o povo durante a sua peregrinação no deserto e os seus combates em Canaã. Dava-lhe a esperança da vitória. 28
  • 29. A arca esteve numa primeira fase guardada na tenda da reunião, depois nos santuários locais: Guilgal, Siquém, Betel e Silo. David transferiu-a com grande pompa para a sua nova capital, Jerusalém. O Tabernáculo 29
  • 30. Sob Salomão, a arca encontra o seu lugar no local mais sagrado do templo construído, o Santo dos Santos, sob as asas abertas de dois imensos querubins. 30
  • 31. Quando o texto do Êxodo foi escrito, a arca já tinha desaparecido aquando da destruição do templo por Nabucodonosor em 587 a.C.. A descrição da arca também éuma reconstrução graças às recordações e à liturgia dos sacerdotes-autores. A arca lembra a presença de Javé, simultaneamente, localizado e invisível. Só no Novo Testamento a presença de Deus não está ligada nem limitada a um objecto ou a um lugar. 31
  • 32. O Maná O maná é um dos alimentos dos Hebreus no deserto. Segundo a Bíblia, assemelha-se aos grãos de coriandro que cobrem a terra como o orvalho. Sabem a mel. Ainda hoje os beduínos amassam estes grãos e utilizam-nos como açúcar. De onde vêm? São produzidos por secreções de insectos sobre as tamargas. As gotas cristalizam-se em poucos dias e caem para o chão. 32
  • 33. Para os Hebreus que andavam no deserto, e para aqueles que escreveram a sua história, o maná era um alimento enviado por Deus. Era um dos sinais de que Javé não tinha abandonado o seu povo saído do Egipto. Outros alimentos foram as codornizes, a água que provinha da rocha e da nuvem. A reflexão posterior aumentará muito a quantidade do maná que será visto como o pão do céu. (Sl 105,40). 33
  • 34. A nuvem As nuvens impressionaram sempre os povos antigos. A sua altitude, inacessíveis aos homens. As suas cores e formas sempre variadas, as suas deslocações imprevisíveis encantavam-nos ou causavam-lhes medo. Podiam trazer uma chuva benéfica, mas podiam também conter tempestades devastadoras. 34
  • 35. O livro do Êxodo utiliza, muitas vezes, a imagem da nuvem: • É nela que se manifesta a glória de Deus (16,10; 19,9; 24,15-18). • A nuvem aproxima-se do povo descendo sobre a tenda da reunião (Ex 33,9-10). • Conduz o povo rumo à liberdade (Ex 13,22; 14,19.24; 40,36-38). 35
  • 36. A imagem da nuvem é feliz. É simultaneamente luz e opacidade. Pode manifestar a presença de Deus e, ao mesmo tempo, esconder o seu mistério. Será, frequentemente, utilizada através dos diversos livros bíblicos. 36
  • 37. 37
  • 38. O Nome – MOISÉS A palavra Moisés, em hebraico Moché, tem a sua raiz numa palavra egípcia que significa dar à luz. O texto bíblico prefere dar uma explicação popular do nome de Moisés através do verbo hebraico mashá que significa retirar. 38
  • 39. Moisés é aquele que foi retirado (salvo) das águas. Mas há paralelismos extrabíblicos à Lenda do salvamento de Moisés. 39
  • 40. O salvamento de Moisés é uma indicação à sua acção futura – ele é o primeiro a ser salvo das águas e é chamado a salvar das águas o seu povo perseguido pelos carros egípcios. A ordem dada às parteiras é contraditória – o faraó queria mão-de-obra masculina e musculada. Toda a descrição prepara a origem de Moisés. Começa aqui a epopeia – Moisés, apresentado como o libertador, também é apresentado como o necessitado de ser libertado. 40
  • 41. Moisés – a sua história Entendendo o texto de acordo com a História, encontramos contradições e dificuldades sem resolução dessa forma. As aparentes dificuldades têm solução entendendo o género literário do texto – é uma epopeia semelhante a outros textos dos povos vizinhos da época. São lendas do nascimento ou infância de herói, tal como a lenda do nascimento de Sargon de Acad, séc. 24 e 23 a.C.. 41
  • 42. Nestas histórias só se conhece a origem das personagens quando eles se tornam importantes. Só quando isso acontece é que os seus biógrafos vão à procura das suas origens. Com Moisés, séc. XIII a.C, isso deve ter sido difícil e, por isso, inventaram a partir de alguma coisa que era conhecida. A mensagem que os autores queriam passar era que o libertador dos israelitas também precisou ser salvo para dizer que o único salvador é Deus. 42
  • 43. Como Moisés foi sempre considerado uma pessoa muito importante, foram muitas e variadas as tradições que escreveram sobre Moisés. Temos, por isso, uma figura de Moisés muito composta. A cabeça de Moisés San Pietro in Vincolli, Roma 43
  • 44. Vocação de Moisés Todo o texto de Ex 2,23 até 4,18 (vocação de Moisés) é uma teofania. Já não se trata de uma lenda, mas de uma introdução teológica com intenção de situar o leitor. No v. 25 – O verbo “conhecer” tem o sentido vital de “tomar conhecimento da ocorrência”, “dispor-se a actuar”. 44
  • 45. É uma teologia feita com base no direito hebraico, segundo o qual quando determinada pessoa era ofendida na sua dignidade ou desonrada, um parente próximo da vítima tinha o dever inalienável de ir em socorro da vítima e de vingar a justiça pisada. Este parente próximo era o vingador defensor ou libertador. O narrador usa essa metáfora aplicando-a a Deus – o povo de Israel é a vítima e Deus é o seu libertador e vingador. 45
  • 46. Deus é muitas vezes designado com estes nomes no Antigo Testamento. Este Deus é o "Deus do Pai", mas agora vai ser apresentado a revelar um seu nome a Moisés. O que se segue é uma teofania com os ingredientes literários característicos das teofanias. A teofania auto-revelação de Deus – usa dados históricos e geográficos, mas acrescenta outros que fundamentados nas tradições. 46
  • 47. Era habitual colocar Deus a falar aos homens em locais elevados. Também Israel faz esse tipo de teofanias: V. 2 – O Anjo de Javé – apareceu sob a forma de uma chama de fogo; V. 4 – Quando Javé viu Moisés. Não se está a falar de duas realidades diferentes. É o mesmo Deus. O Anjo de Javé é o próprio Deus, mas em estado de comunicação/revelação aos homens. O Anjo de Javé ou de Deus é uma forma literária para representar o próprio Deus em contacto com os humanos. 47
  • 48. Também “Palavra de Deus”, “Nome de Deus”, “O Espírito de Deus” é o transcendente a tornar-se imanente, são formas de falar de Deus em comunicação com os homens. Também o fogo é uma forma de falar de Deus. Da mesma forma não se sabe exactamente qual é o local referido onde Deus se revelou. Está “localizado” no Sinai, mas essa é mais uma questão historicista. 48
  • 49. Ver a Deus é ver pela fé – o narrador põe Deus a intervir na história do seu povo pela mediação de Moisés. Tratase de uma perspectiva intervencionista de Deus. 49
  • 50. As montanhas da Península do Sinai, das quais fará parte o Monte no qual, segundo a tradição, Deus falou a Moisés 50
  • 51. O Nome de Deus A teofania põe Deus a revelar o nome de Javé a Moisés – é a única explicação na Bíblia do nome de Javé – este é um nome novo com o qual Deus queria ser invocado daí em diante. Javé – é aqui explicado a partir de uma raiz hebraica que significa ser, estar, existir. O povo de Israel depois da passagem pela península do Sinai passou a dar um nome próprio ao seu Deus – JAVÉ. 51
  • 52. O teólogo israelita quis explicar teologicamente o nome Javé e fê-lo através de uma assonância (som que se parece com outro). Essa assonância foi encontrada colocando Deus a dizer a Moisés “Eu serei aquele que serei”. Mas como o narrador não deve ter querido pôr Deus a exprimir-se no futuro, deve entender-se a expressão como “Eu sou aquele que sou”. Esta expressão queria indicar o ser de Deus em termos de ser e existir. 52
  • 53. Esta fórmula podia ser entendida como: “Eu sou o existente para libertar o meu povo”, ou “Eu sou o existente em relação ao meu povo”. Isto é o que aparece de todo o contexto da epifania. É um “Deus com...” e agora aparece como um “Deus para...” (libertar o ser humano, é o Deus da Aliança como será cantado no tempo dos profetas). 53
  • 54. É o Deus que salva por fidelidade à sua Aliança, ao seu compromisso. É nessa medida que Deus se diz justo. Justiça aqui quer dizer fidelidade aos seus próprios compromissos dentro da sua Aliança com os humanos. O nome (tetragrama = 4 letras) hebraico, lido da direita para a esquerda, significa “hwhy”, em português “yhwh”. A partir do séc. IV a.C. os sábios masoretas apuseram ao tetragrama as vogais de ’adonay (meu senhor) porque deixaram de pronunciar “yhwh”. 54
  • 55. Assim, sempre que aparecia a palavra “yhwh” não a liam, mas liam ’adonay surgindo a forma híbrida “yachowah” (Jeová). Não se sabe qual a etimologia original da palavra “yhwh”. Sabe-se que os israelitas a conheceram na passagem pelo Sinai e deram-na ao seu Deus. Devem tê-la ouvido a alguma tribo desta zona. Alguns atribuem à tribo Madianita com a qual Moisés entrou em contacto. Outros atribuem aos Qanitas. 55
  • 56. Pode ter havido uma transferência do nome de um deus local para o seu Deus. Passou a ser o nome do Deus verdadeiramente existente em oposição aos outros não existentes. 56