1. Yasujiro Ozu Biografia Nasceu em Fukagawa, em Tóquio, filho de um comerciante de adubo, e foi educado num colégio interno em Matsusaka, não tendo sido um aluno particularmente bem sucedido.
2. Desde cedo se interessa pelo cinema e aproveita o tempo para ver o máximo de filmes que podia. Trabalhou por um breve período como professor, antes de voltar para Tóquio em 1923, onde se juntou à Companhia cinematográfica Shochiku. Trabalhou, inicialmente, como assistente de fotografia e de realização. A influência de Ozu no cinema oriental é indubitável: Akira Kurosawa e Kenji Mizoguchi, que despertaram primeiramente a curiosidade cinéfila europeia em relação ao cinema japonês são, de certa forma, tributários do seu estilo. Enquanto realizador era considerado excêntrico e declaradamente perfeccionista. É muitas vezes referido como o "mais japonês dos realizadores de cinema", o que não foi favorável para a sua divulgação no estrangeiro - só tardiamente se começou a mostrar a sua obra no ocidenteVerifica-se que muitos cineastas ocidentais tomaram Ozu como mestre. Wim Wenders filmou "Tokyo-Ga", um documentário sobre Ozu. Jim Jarmusch e Hal Hartley seguem de perto os seus ensinamentos, nos Estados Unidos da América.
3. Tecnica e equipamento Enquanto realizador era considerado excêntrico e declaradamente perfeccionista. É muitas vezes referido como o "mais japonês dos realizadores de cinema“. no seu estilo, um género de plano, filmado a baixa altura, com o operador de câmara de cócoras, o que provoca um determinado efeito de identificação do espectador com o ponto de vista da câmara. Defendia insistentemente os planos estáticos, sem movimento da câmara e composições meticulosamente definidas que não permitiam aos actores dominarem individualmente a cena. É também sua imagem de marca a frontalidade do plano (falsos raccords): num campo-contracampo, por exemplo, quando vemos alternadamente uma pessoa a falar com outra, é dada a impressão que o actor se dirige ao espectador e não à personagem do filme. O equipamento usado começou por ser o inicialmente inventado nos anos20/30 ate que realiza o seu primeiro filme a cores entao com celuloides mais avançados.
4. Portefolio do autor Ozu começou por realizar comédias, originais no seu estilo, antes de se dedicar a obras com maiores preocupações sociais na década de 1930, principalmente ao focar dramas familiares (gênero próprio do cinema japonês, chamado "Gendai-Geki"). Outros temas caros ao mestre japonês são a velhice, o conflito entre gerações, a nostalgia, a solidão e inevitabilidade da decadência, como se verifica, de imediato, nos títulos dos seus filmes que evocam o passar do tempo: é frequente que os seus filmes terminem num local ou numa situação directamente ligada com o início, acentuando o carácter temporal "circular" (como as estações do ano ou a alternância das marés) destas obras.
5. Trabalhou frequentemente com o argumentista (guionista) Kogo Noda; entre outros colaboradores regulares contam-se o director de fotografia Yuharu Atsuta e os actores Chishu Ryu e Setsuko Hara. Os seus filmes começaram a ter uma recepção mais favorável a partir do final da década de 1940, com filmes como Banshun (Portugal: Primavera tardia; Brasil: Pai e filha, 1949), Tokyo monogatari (Portugal:Viagem a Tóquio, Brasil: Era uma vez em Tóquio, 1953), considerado a sua obra prima, e Ochazuke no Aji (Portugal: O gosto do saké,1952), Soshun (Portugal: Primavera prematura, 1956), Ukigusa (Ervas flutuantes, 1959) e Akibiyori (Dia de Outono, 1960). O seu último filme foi Sanma no aji (BrasilA rotina tem seu encanto, 1962). Morreu de cancro no seu 60º aniversário e foi sepultado no templo de Engaku-ji em Kamakura.
6. Enquanto realizador era considerado excêntrico e declaradamente perfeccionista. É muitas vezes referido como o "mais japonês dos realizadores de cinema", o que não foi favorável para a sua divulgação no estrangeiro - só tardiamente se começou a mostrar a sua obra no ocidente, a partir da década de 1960. Foi relutante a aceitar a revolução do cinema sonoro - o seu primeiro filme com som foi Hitori musuko
7. O seu primeiro filme a cores foi também tardio: Higanbana (Flores do equinócio), em 1958. Destaca-se, no seu estilo, um género de plano, filmado a baixa altura, com o operador de câmara de cócoras, o que provoca um determinado efeito de identificação do espectador com o ponto de vista da câmara. Defendia insistentemente os planos estáticos, sem movimento da câmara e composições meticulosamente definidas que não permitiam aos actores dominarem individualmente a cena. É também sua imagem de marca a frontalidade do plano (falsos raccords): num campo-contracampo, por exemplo, quando vemos alternadamente uma pessoa a falar com outra, é dada a impressão que o actor se dirige ao espectador e não à personagem do filme.