Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergência
Apresentação bioestatistica aroldo gavioli
1. Avaliação de instrumento de
detecção de problemas relacionados
ao uso do álcool (CAGE) entre
trabalhadores da prefeitura do
campus da Universidade de São Paulo
(USP) – campus capital
RICARDO ABRANTES DO AMARAL
ANDRÉ MALBERGIER
Artigo publicado na Revista Brasielira de Psquiatria, Vol. 26, n.0 3,
São Paulo, 2004.
2. SOBRE OS AUTORES
Médicos do Grupo interdisciplinar de
estudos de álcool e drogas (GREA) do
instituto de psiquiatria do Hospital das
Clínicas da Faculdade de medicina da
Universidade de São Paulo – Ipq HC
FEMUSP
3. introdução
O uso do álcool por
trabalhadores pode ser
responsável por
acidentes, atrasos e faltas no
trabalho. A detecção do uso de
álcool e limitada pelas
dificuldades de médicos e
pacientes quanto ao assunto.
O questionário CAGE pode ser
uma alternativa fácil, rápida e
pouco intimidativa na detecção
dos problemas relacionados ao
álcool.
4. objetivos
• Avaliar os indicadores de validade do
CAGE – sensibilidade (S), especificidade
(E), Valor Preditivo Positivo (VPP) e área
Sob a Curva ROC (ASC), entre
funcionários da Prefeitura da Cidade
Universitária, tendo a a SCID 2.0 como
padrão ouro.
5. O padrão ouro – SCID 2.0
• Structured clinical interview for DSM-
(Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos mentais) IV-TR axis II
personality disorders (scid-II), versão
2.0 desenvolvida por Spitzer,Williams,
Gibbon e First (1990).
• Deve ser administrado por profissional
da saúde com treinamento específico
para esta operação.
• De 1 a 2 horas para sua aplicação.
6. O Instrumento CAGE
• Criado po Ewing e Rouse (1970).
• Composto de 4 questões que devem ser
aprofundadas pelo profissional se
necessário.
• Muito prático para uso em atenção
primária e screening para os PRA
(problemas relacionados ao Álcool).
• o nome se refere ao acrônimo C(cut
down), A (annoyed), G (guilt) e E (eye
opener).
7. O Instrumento CAGE (Ewing &
Rouse)
C) alguma vez o(a) senhor(a) sentiu que devia
diminuir a quantidade de bebida ou parar de
beber?
A) as pessoas o (a) aborrecem por que criticam o
seu modo de beber?
G) O Sr(a) se sente culpado pela maneira com
que costuma beber?
E) o Sr(a) costuma beber de manhã para diminuir
o nervosismo ou a ressaca?
Duas respostas positivas são o ponto de corte.
8. Metodologia – planejamento
amostral
• estudo seccional, numa população de 515, erro α 5%, IC
de 10% e estimativa de frequência de dependência do
Planejamento álcool em 10% da população da PCO. calculou-se
amostra de 109 indivíduos.
amostral • Optou-se por aproximadamente metade da população (n:
243) indivíduos, pois o número pequeno estimado poderia
prejudicar a análise estatística.
• aleatória, com perda de 34 funcionários que foram
transferidos, 11 indivíduos por afastamento, 3 óbitos
recentes e 3 recusas após leitura do TCLE.
Amostra • 192 funcionários.
• Não se observou diferenças significativa entre a amostra
e a população quanto aos dados sóciodemograficos
através da analise do chi-quadrado.
9. Coleta de dados
Aplicação de
Assinatura do TCLE. questionário sócio
demográfico.
Por fim aplicação da
SCID II – DMS IV
Aplicação do
por médico no
instrumento CAGE.
ambulatório da PCO-
USP
10. Análises estatísticas
avaliação do CAGE enquanto teste de
detecção de PRA
• Nº verdadeiro
sensbilidade Positivos/total de
casos x 100.
• Nº de verdadeiros
especificidade negativos/ total de
sadios X 100.
11. Análises estatísticas
avaliação do CAGE enquanto teste de
detecção de PRA
Valor
Preditivo • Nº de verdadeiros positivos/total de
positivo – positivos no teste, multiplicado por 100
VPP
• ROC: Receiver Operating Characteristic.
Área sob a • A Área ROC foi considerada válida para
Curva valores maiores que 0,5 e significativa
para valores de p menores ou iguais a
ROC 0,05.
12. Curva ROC
descrevem a capacidade discriminativa de
um teste diagnóstico para um determinado
número de valores "cutoff point“ ou ponto
de corte.
13. Análises estatísticas
avaliação dos dados sóciodemograficos e associação
estatística com os PRA (abuso, dependência e resultado do
CAGE)
Os dados sociodemográficos dos
funcionários da PCO foram analisados de
acordo com a sua associação estatística
quanto aos PRA, abuso, dependência do
álcool e resultados do CAGE, através do
teste do chi-quadrado e teste exato de
Fisher quando a frequência esperada era
menor que 5, considerando-se
estatisticamente significativos os valores
de p menores ou iguais a 0,05.
14. Hipóteses
Ao nível de significância α = 5%
• H0 – não há evidencia de associação
estatística entre sujeitos
Abusuários, Dependentes e Cage + com
as variáveis IDADE, SEXO, ESTADO
CIVIL E FUNÇÃO.
• H1– há evidencia de associação
estatística entre sujeitos
Abusuários, Dependentes e Cage + com
as variáveis IDADE, SEXO, ESTADO
CIVIL E FUNÇÃO.
15. Abuso significativamente A dependência segue a
associado a faixa etária mais ordem inversa
jovem Maior frequência de PRA na
faixa etária dos 20 aos 30 anos
resultados Frequências elevadas
16. O CAGE positivo foi Associação significativa com o Estado civil não
significativamente associado a faixa sexo masculino para PRA e foi associado a
etária dos 61 anos ou mais CAGE PRA e CAGE
resultados
17. O CAGE positivo foi
significativamente associado as Apesar de frequências
funções operacionais aproximadamente 3 vezes maior de
dependentes, nestas funções, não
resultados houve associação significativa
18. Hipóteses
Ao nível de significância α = 5%
• H0 – não há evidencia de associação
estatística entre sujeitos
Abusuários, Dependentes e Cage + com
as variáveis SALÁRIO, TEMPO DE
TRABALHO E SATISFAÇÃO NO
TRABALHO.
• H1– há evidencia de associação
estatística entre sujeitos
Abusuários, Dependentes e Cage + com
as variáveis SALÁRIO, TEMPO DE
19. Nos trabalhadores com maiores Não foi possível associar significativamente a
salários não se observou PRA ou faixa salarial e os PRA ou CAGE Positivo
CAGE positivo
resultados
20. Não houve significância estatística entre tempo de
serviço, PRA ou CAGE (+), apesar de frequência quase 3
resultados vezes maior a partir de 12 anos ou mais que na faixa de 1 a 11
anos
21. Também não houve significância entre
satisfação ou não com o trabalho e os
PRA e o CAGE (+)
resultados
22. Resultados – indicadores de validade do CAGE
De cada 10 indivíduos identificados como portadores de PRA ou
Dependência do álcool na SCID II, mais de 8 tiveram resultados
positivo para o CAGE, com maior sensibilidade para os dependentes
23. Resultados – indicadores de validade do CAGE
Os resultados para a especificidade do CAGE foram superiores para PRA (abuso e dependência
do álcool) do que para dependência apenas.
24. Resultados – indicadores de validade do CAGE
De cada 10 identificados pelo CAGE, 7 têm a probabilidade de apresentar algum PRA e 5 podem
apresentar dependência do álcool, o que se pode observar pelos resultados do VPP.
25. Resultados – indicadores de
validade do CAGE
Para ambos os resultados – abuso e dependência do álcool em conjunto (Figura 1) e
dependência do álcool isoladamente (Figura 2), quando comparados os resultados do
CAGE pela curva ROC –, mostram áreas significativamente superiores a 0,5.
26. conclusão
O CAGE → instrumento pouco intimidativo, econômico
e de aplicação rápida e fácil.
Não houve dificuldade por parte dos entrevistados na
compreensão das questões e sua aplicação não
justificou esclarecimentos técnicos, o que pode
autorizar a inclusão do CAGE em questionários de
autopreenchimento.
27. conclusão
Pode ser aplicado por pessoal treinado, mas
não necessariamente da área médica.
indicadores de sensibilidade e especificidade
dentro dos padrões da literatura e num aumento
do seu VPP, permitindo a detecção de
condições de abuso do álcool entre funcionários
da PCO.
Além da condição de abuso, a aplicação do
CAGE no local de trabalho deve considerar a
presença de outras condições de consumo de
álcool, consideradas subclínicas neste estudo.
28. conclusão
A inclusão do CAGE na rotina dos exames ocupacionais pode
ser útil, considerando-se suas limitações enquanto
instrumento de triagem.
Os resultados mostram que o local de trabalho estudado
apresenta uma prevalência de PRA que merece atenção, mas
que se encontra dentro dos padrões de outros serviços.
Informação relevante para a autoestima dos trabalhadores e
no desenvolvimento de um trabalho preventivo.
29. críticas
• Sem menção da normalidade dos dados.
• Número de entrevistados maior que o
necessário segundo a planejamento
amostral (número maior supõe
normalidade!).
• A aplicação do CAGE no local de
trabalho deve considerar a presença de
outras condições de consumo de
álcool, consideradas subclínicas (?) neste
estudo.