1. Centro Universitário – Várzea Grande
Produção de Leitura e Texto
AULA IV
LINGUAGEM FORENSE – NOTAS ACERCA
DAS CLASSES GRAMATICAIS QUE
INTERESSAM À REDAÇÃO NOS
CARTÓRIOS, JUÍZOS E TRIBUNAIS.
NASCIMENTO, Edmundo Dantes.
Linguagem forense. 10. ed.. São Paulo:
Saraiva, 2010.
2. LINGUAGEM E PENSAMENTO
“Começamos por dizer que linguagem é, ao
mesmo tempo, efeito e condição do
pensamento”
(Delacroix apud Nascimento, pág.03)
. “A Linguagem socializa e racionaliza o
pensamento. É
axiomático, modernamente, que quem pensa
bem escreve ou fala bem”
(NASCIMENTO, pág. 03).
3. Os processos do Pensamento
• Objeto da Lógica, conjuntamente com a
expressão material do pensamento, que é a
linguagem.
Por que?
O jurista examina os fatos (exposição dos
acontecimentos com os gêneros mediante a
exposição de textos escritos ou depoimentos
falados).
4. A Linguagem Forense e suas
especificidades - Nascimento pág. 03.
• Precisão;
• Concisão;
• Pureza;
• Clareza.
5. Contradição do Código de Processo
Civil
• O anterior (art.159, III) “fatos e fundamentos
expostos com precisão e clareza”.
• O atual (art. 284) determina ao juiz que faça
um exame atento acerca “defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o mérito”
(Nascimento pág. 3)
6. SEMÂNTICA
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
SENTIDO DENOTATIVO = Sentido Próprio: É a linguagem
comum, objetiva, científica. (Nascimento pág.05).
EX: - O leão é um animal feroz.
leão = animal (sentido próprio, verdadeiro)
SENTIDO CONOTATIVO = Sentido Figurado: É a linguagem
poética, literária, diferente da linguagem comum.
(Nascimento pág.05).
EX: - Aquele homem é um leão.
- leão = pessoa forte, brava (sentido figurado, irreal).
7. Semântica/ Antônimos
/ Sinônimos:
• Sinônimos: no caso de palavras que têm ou
significado semelhante.
Exemplos
• alfabeto - abecedário;
• brado, grito - clamor;
• extinguir, apagar - abolir.
8. A contribuição greco-latina é
responsável pela existência de
numerosos pares de sinônimos:
• adversário e antagonista;
• translúcido e diáfano;
• semicírculo e hemiciclo;
• contraveneno e antídoto;
• moral e ética;
• colóquio e diálogo;
• transformação e metamorfose;
• oposição e antítese.
9. Antônimos: quando são palavras
com significado oposto ou inverso
umas das outras;
Exemplo
• ordem - anarquia;
• soberba - humildade;
• louvar - censurar;
• mal - bem.
10. • Observação: A antonímia pode originar-se de
um prefixo de sentido oposto ou negativo:
• bendizer e maldizer;
• simpático e antipático;
• progredir e regredir;
• concórdia e discórdia;
• ativo e inativo;
• esperar e desesperar;
• comunista e anti-comunista;
• simétrico e assimétrico.
11. O que são Homônimos e Parônimos:
• Homônimas: são aquelas que possuem grafia
ou pronúncia igual.
• Exemplos: seção (divisão), cessão (ato de
ceder), sessão (re-união, assembléia).
12. • Parônimas: são aquelas que possuem grafia e
pronúncia parecidas.
Exemplos: comprimento (extensão), cum-
primento (saudação)
• Mal (contrário de bem) advérbio.
• Mau (contrário de bom) adjetivo
• Delatar (trair)
• Dilatar (aumentar)
• Sortir (prover) surtir (produzir efeito) pág. 06
13. AmbigUidade é
• "circunstância de uma comunicação lingüística se prestar a
mais de uma interpretação"
• Na linguagem jurídica, deve ser evitada qualquer espécie
de ambiguidade, para que o receptor não interprete de
forma equivocada a mensagem recebida.
• O tipo de ambiguidade mais discutido é a ambiguidade
estrutural (ou gramatical), que decorre da maneira como
são dispostos os constituintes na frase.
Exemplo: Os traficantes fizeram o primeiro contato com a
família do empresário sequestrado no dia 5 de novembro.
(o primeiro contato com a família foi no dia 5 de novembro
ou o empresário foi sequestrado no dia 5 de novembro? )
14. Exemplos de ambiguidade:
• a) ambigüidade lexical: decorre de significados alternativos de uma
palavra ou expressão.
O cadáver foi encontrado perto do banco.
(banco:assento, mocho ou banco: instituição cuja atividade
consiste em receber depósitos de dinheiro e efetuar empréstimos,
entre outras transações?)
b) ambigüidade estrutural ou gramatical:
b.1 - devido à posição de certos complementos ou adjuntos.
Exigi o livro de Pedro. (o livro pertence a Pedro ou o livro está
com Pedro e eu necessito dele? )
• b.2 - devido à posição do adjunto adverbial.
Crianças que comem doce freqüentemente têm cáries. (elas
têm cáries porque comem doce com freqüência ou há mais
probabilidade de ocorrerem cáries em crianças que comem doces?
15. • b.3 - nas orações adjetivas.
Procuro a chave do cofre que estava no
quarto. (o que estava no quarto: a chave ou o
cofre?)
• b.4 - nas orações reduzidas.
Passeando no centro daquela pacata
cidade, vimos o traficante.(quem estava
passeando: nós ou o traficante?)
• b.5 - nos antecedentes dos pronomes.
O advogado disse ao réu que suas palavras
convenceriam o juiz. (as palavras de quem: do
advogado ou do réu?)
16. REFLEXÃO
• Descubra a ambiguidade nas frases abaixo. Se
precisar de ajuda, entre em contato conosco:
• 1- O investigador aconselhou o advogado a ficar
em casa durante o fim de semana.
2- A comissão que estava analisando o caso
ontem deu seu parecer.
3- Saindo do tribunal, vimos muitas pessoas
ilustres.
4- O jogador comemorou o aniversário do amigo
na sua casa.
17. GRAMÁTICA
• A Primeira gramática do Ocidente foi de
autoria de Dionísio de Trácia, que identificava
oito partes do discurso: nome, verbo,
particípio, artigo, preposição, advérbio e
conjunção. Atualmente, são reconhecidas dez
classes gramaticais pela maioria dos
gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio,
verbo, conjunção, interjeição, preposição,
artigo, numeral e pronome.
18. • Classificar uma palavra não é fácil, mas
atualmente todas as palavras da língua
portuguesa estão incluídas dentro de uma das
dez classes gramaticais dependendo das suas
características. A parte da gramática que estuda
as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo =
forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da
forma. Na morfologia, portanto, não estudamos
as relações entre as palavras, o contexto em que
são empregadas, ou outros fatores que podem
influenciá-la, mas somente a forma da palavra.
• Há discordância entre os gramáticos quanto a
algumas definições ou características das classes
gramaticais, mas podemos destacar as principais
características de cada classe de palavras:
19. • SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia
somente seres, como também sentimentos, estados de
espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.
• Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.
• ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou
indeterminar os substantivos, antecedendo-os.
• Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
• ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem
para dar características aos substantivos.
• Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.
• PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome
(substantivo) e que determina a pessoa do discurso.
• Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
• VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta
classe gramatical.
• Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
20. • VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe
gramatical.
• Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
• ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros
advérbios, modificando-os.
• Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.
• NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.
• Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.
• PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações
entre elas.
• Exemplo: em, de, para, por, etc.
• CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações
de coordenação ou subordinação.
• Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.
• INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as
demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo
assim, podemos definir as interjeições como palavras ou expressões que evocam
emoções, estados de espírito.
• Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!
21. BIBLIOGRÁFIA
•
DUARTE, Paulo Mosânio Teixeira. Classes e
categorias em português. 2. ed. rev. E ampl. /
Paulo Mosânio Teixeira Duarte e Maria
Claudete Lima. – Fortaleza: Editora UFC, 2012
22. ATENÇÃO
• ESTUDAR PARA PRÓXIMA AULA
• PARTE 2 Linguagem Técnica pág. 17
• PARTE 3 Vocabulário e Terminologia pág. 20
• PARTE 4 Estrangerismo: sintáticos, de
ascepção, fraseológicos e diversos.
• EXERCÍCIOS PÁGINAS 317 À 332. Livro Linguagem
Forense Nascimento Edmundo Dàntes ed
Saraiva, 2010, São Paulo.