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Palestra
Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem:
NANDA-NIC
Classification of Nursing Diagnoses and Interventions: NANDA and NIC
Clasificaciones de diagnóstico e intervención de enfermería: NANDA-NIC
Alba Lucia Bottura Leite de Barros1
INTRODUÇÃO
A idéia em trazer a temática Classificações em Enfermagem, neste evento tem como pressupostos básicos, o
estado da arte e da ciência Enfermagem manifestados na construção destas classificações e sua necessidade num
mundo globalizado, onde a saúde das pessoas tem sido tratada por equipes multiprofissionais em ambientes desde
os mais sofisticados, dotados da mais alta tecnologia àqueles onde o cuidado se faz no seio das famílias e das
comunidades, muitas vezes carentes, como é a realidade brasileira, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Não importa o ambiente onde o cuidado se dá, analisar a sua eficácia, efetividade e eficiência, possibilitará a
tomada de decisões locais, nacionais e internacionais, a respeito da saúde da população e da sua qualidade de vida.
A Enfermagem, por meio dos seus profissionais, pratica os seus cuidados apoiada num referencial metodológico
denominado processo de enfermagem que, por sua vez, apóia-se no modelo científico.
Este método-ferramenta auxilia a enfermeira a sistematizar as suas ações por meio de etapas que vão sendo
operacionalizadas, na maioria das vezes, concomitantemente e conferindo-lhe, portanto, flexibilidade.
Organizar e sistematizar ações são inerentes ao ser humano para que metas/resultados possam ser alcançados.
Este método, se desprovido de referenciais teóricos, não possibilita a constatação de fenômenos observados
pelas enfermeiras na sua prática cotidiana (diagnósticos) e dos resultados (resultados) das suas ações (intervenções).
A evolução da ciência Enfermagem deu-se, inicialmente, com o desenvolvimento de inúmeros modelos teóricos
e teorias transpostos às classificações de diagnósticos, intervenções e resultados.
Existem três gerações do processo de enfermagem(1)
.
CLASSIFICAÇÕES DE DIAGNÓSTICO E DE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Caracteriza-se a primeira geração do processo de enfermagem (PE) àquela onde o raciocínio clínico dar-se-á
pela identificação de problemas que deverão ser solucionados à luz dos referenciais teóricos que possibilitaram a sua
identificação e que apoiarão as ações de enfermagem para solucioná-los.
A segunda geração do PE está atrelada ao uso de Classificações de Diagnósticos, onde o raciocínio clínico faz-se
pela formulação de hipóteses diagnósticas, que serão afirmadas ou refutadas se as metas/objetivos declarados
forem, ou não, alcançados. A utilização de Classificações de Intervenções pode, ou não, ser adotada nesta geração.
Na terceira geração do PE, as três classificações necessariamente são utilizadas: Diagnósticos, Resultados e
Intervenções. O raciocínio clínico baseia-se na avaliação de um resultado inicial, advindo do estabelecimento de
Autor Correspondente: Alba Lucia Bottura Leite de Barros
R. Napoleão de Barros, 754 - Vila Clementino - São Paulo - SP
Cep: 04024-002. E-mail: barros.alba@unifesp.br
Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7.
1
Professora Titular da Universidade Federal de São Paulo. Chefe do Departamento de Enfermagem - Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal
de São Paulo (SP), Brasil.
Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7.
865Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC
indicadores de resultados para o suposto diagnóstico identificado e o seu progresso ou ausência de progresso é
julgado após as intervenções realizadas.
Deste modo, conhecer as classificações, utilizá-las, pesquisá-las e divulgá-las torna-se imperioso no mundo
globalizado, onde evidências científicas ditam condutas aos profissionais da área da saúde.
Classificações de Diagnósticos, Intervenções e Resultados têm sido construídas em diferentes países desde a
década de 1970 e vêm se modificando e aperfeiçoando por meio de pesquisas.
A primeira conferência norte-americana para discussão dos diagnósticos de enfermagem foi realizada em 1973
na St. Louis University(2)
. As conferências continuaram a serem realizadas, quando em 1980 foram gerados, refinados
e classificados os termos diagnósticos. Em decorrência deste processo, em 1982, foi criada a North American Nursing
Diagnosis Association (NANDA)(3)
. A NANDA, até 2000, classificava os diagnósticos de enfermagem de acordo com
a Taxonomia I, que era estruturada por nove categorias a partir do modelo conceitual dos Padrões de Respostas
Humanas (trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer, sentir)(4-5)
.
Após a conferência bianual, em abril de 1994, o Comitê da Taxonomia se reuniu para agregar à estrutura, os
diagnósticos recém-submetidos para análise. Foi percebido, no entanto, diversas dificuldades para categorizar alguns
desses diagnósticos e, desta forma, o Comitê sentiu a necessidade de uma nova estrutura taxonômica(4-5)
.
Após vários estudos e tentativas de separação em classes, o Comitê de Taxonomias apresentou, em 1998, quatro
estruturas teóricas diferentes: a estrutura 1, baseava-se no estilo natural; a 2, usou as idéias de Jenny; a 3, empregou as
classificações dos resultados de enfermagem e a 4, fez uso dos Padrões Funcionais de Gordon. Contudo, nenhuma
delas satisfez completamente, embora a de Gordon tenha sido a que melhor se adaptou. Com sua permissão, o
Comitê de Taxonomia modificou esta estrutura para criar a estrutura 5(4-5)
.
A partir desta estrutura, foram feitas novas modificações acrescentando-se alguns domínios e renomeando-se
outros. Por fim, em 2000 foi definida a Taxonomia II, contendo 13 domínios, 106 classes e 155 diagnósticos. E
desde então, a Taxonomia II da NANDA vem sendo aperfeiçoada, com a inclusão de novos diagnósticos(4-5)
.
Na última edição da NANDA(4)
, os diagnósticos de enfermagem e o material de apoio aprovados pelo Comitê,
foram submetidos à votação dos associados, no site da NANDA e após a aprovação pelos associados, os diagnósticos
de enfermagem foram colocados na Taxonomia II da NANDA-International. Foi a primeira vez em que foi usado
esse método de aprovação para expansão e revisão contínua da Taxonomia II. Esta edição é composta por 13
domínios, 47 classes e 201 diagnósticos(4)
, como mostra a Figura 1.
Esta terminologia está incluída no Unified Medical Language System (UMLS) e reconhecida pela NANDA. Foi
registrada no Health Level Seven (HL7), modificada para ser compatível com as normas ISO e incluída no Systematized
Nomenclature of Human and Veterinary Medicine (SNOMED-CT) e está disponível em 12 línguas(6)
.
NoBrasil,aNANDAfoiapresentadaàsenfermeirasbrasileirasnumapublicaçãoemportuguêsem1990pelasenfermeiras
da Universidade Federal da Paraíba, lideradas pela Drª. Marga Coler e lançada no 1º Simpósio Nacional de Diagnósticos
deEnfermagem(7)
.AsversõesoficiaisdaNANDA,daNursingInterventionsClassification(NIC)eda NursingOutcomesClassification
(NOC) foram apresentadas às enfermeiras brasileiras em publicações na língua portuguesa respectivamente em 2000, 2002,
2003, 2006 e 2008. Estamos procedendo à supervisão da tradução da última edição (2009-2011).
Os termos destas classificações devem ser cuidadosamente traduzidos, pois os mesmos compõem conceitos que
refletem fenômenos da prática exigindo, portanto, uma equipe que utiliza e pesquisa tais fenômenos.
No Brasil, existem núcleos de pesquisadores em diferentes regiões que divulgam os seus achados em eventos
nacionais específicos (SINADEN-ABEn) e internacionais (NANDA Internacional, NIC/NOC); acendio ou em
demais eventos científicos da área.
O termo diagnóstico de enfermagem é definido pela NANDA como “um julgamento clínico sobre a resposta de
um indivíduo, uma família ou uma comunidade com relação a problemas de saúde reais ou potenciais/ processos de
vida que fornecem a base para uma terapia definitiva que busca alcançar resultados nos quais a enfermagem é necessária”(4)
.
A NIC, por sua vez, foi construída por pesquisadores da Universidade de Iowa, tendo sido lançada em 1992 e está
na sua quinta edição. A primeira edição apresentou 336 intervenções e a quarta 514 com mais de 12.000 ações/
atividades. Atualmente, possui sete domínios e 30 classes, como mostra a Figura 2. Desde a terceira edição, as intervenções
essenciais das áreas de especialidade, têm sido apresentadas num total de 43 especialidades. O tempo para execução
destas intervenções, bem como, seus níveis de formação para administração, de forma segura, também está descrito(8)
.
Segundo a NIC, a intervenção de enfermagem é “qualquer tratamento baseado no julgamento e no conhecimento
clínico realizado por um enfermeiro para melhorar os resultados do paciente/cliente”(8)
.
As intervenções NIC estão relacionadas aos diagnósticos de enfermagem da NANDA, aos problemas do sistema
Omaha e aos resultados da classificação de resultados da NOC; aos protocolos para avaliação de residentes usados em
instituição de cuidados de enfermagem especiais; e ao conjunto de informações para resultados e avaliações (OASIS),
866 Barros ALBL.
Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7.
Promoção da
Saúde
Nutrição Eliminação e troca Atividade/ repouso
Percepção/
cognição
Percepção da
saúde Ingestão Função urinária Sono/ repouso Atenção
DigestãoControle da saúde
Sensação/
percepção
Atividade/
exercício
Função
gastrintestinal
Orientação
Equilíbrio de
energia
Função
tegumentar
Absorção
Respostas
cardiovasculares
pulmonares
Função
respiratória
Metabolismo
Hidratação Autocuidado
Cognição
Comunicação
Auto-percepção
Auto-conceito
Autoestima
Imagem corporal
Papéis no
relacionamento
Sexualidade
Enfrentamento/
tolerância ao
estresse
Princípios de vida
Segurança/
proteção
Papéis de cuidado Identidade sexual
Relações pós-
trauma Valores Infecção
Função sexual
Relações
familiares
Violência
Crenças
Reações de
enfrentamento
Lesão física
Coerência entre
valores/ crenças/
atos
Estresse
neurocomporta-
mental
Reprodução
Riscos ambientais
Processos
defensivos
Conforto
Conforto físico
Conforto
ambiental
Conforto social
Desempenho do
papel
Termorregulação
Crescimento/
desenvolvimento
Crescimento
Desenvolvimento
atualmente obrigatório no caso de pacientes com cobertura medicare e medicaid, que recebem cuidados domiciliares(8)
.
A pesquisa para elaboração da NIC teve início em 1987 em várias etapas e diversos métodos de pesquisa foram
utilizados na sua construção. A primeira etapa de construção utilizou o método indutivo. Análise de conteúdo,
revisão com grupos focais e questionários a especialistas foram utilizados.
Na fase II utilizou-se o método dedutivo: análise de similaridade, agrupamento hierárquico e escalonamento
multidimensional. Estudos de validação também foram realizados. Os testes clínicos de campo evidenciaram a
necessidade de ligação NANDA, NIC e NOC(8)
.
Figura 1 - Domínios e Classes da Taxonomia II da NANDA
A NANDA International desenvolveu uma terminologia comum NANDA-NIC-NOC (NNN), para relacionar diagnósticos,
intervenções e resultados(2)
. Foi desenvolvida através da aliança NNN, da NANDA International, da NIC e da NOC.
Ressalta-se que estas classificações também compõem os termos que constituem a Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem (CIPE). Esta Classificação foiorganizadaporiniciativadoConselhoInternacionaldeEnfermeiras
(CIE) e definida como uma classificação de fenômenos, ações e resultados de enfermagem. Suas versões foram realizadas
867Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC
Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7.
por enfermeiras pesquisadoras que compuseram um grupo nomeado pelo Internacional Council of Nurses (ICN)(9-10)
.
Vários são os estudos que contribuem para a evolução destas classificações, dentre eles, os de validação de
conteúdo e clínico(11-12)
, validação por consenso, estudos sobre a exatidão dos diagnósticos de enfermagem(11)
, estudos
de análises de conceito(13)
, mapeamento cruzado de termos(14-15)
, adequação transcultural(16-17)
e os exploratórios.
A realização de estudos e a utilização das classificações no cotidiano, além de possibilitar a constatação das ações
de enfermagem dando, portanto, visibilidade à profissão, conferirá a cientificidade tão almejada e necessária às
profissões. E, desta forma, sua utilização no ensino, na assistência e na pesquisa continua sendo um compromisso
assumido pelas enfermeiras, refletindo a qualidade e a responsabilidade profissional.
Fisiológico básico
Fisiológico
complexo
Comportamental Segurança Família
Controle de
atividade e
exercício
Controle
eletrolítico e
ácido-básico
Promoção de
comportamentos
saudáveis
Controle de crise
Cuidado puerperal
e ao parto
Controle de
medição
Controle de
eliminação
Cuidado ao(s)
ser(es) humano(s)
no ciclo da vida
Controle de riscoTerapia cognitiva Cuidado à crença
Melhora da
comunicação
Controle
neurológico
Sistema de saúde
Intermediação no
sistema de saúde
Administração do
serviço de saúde
Controle de
informações
Controle da
mobilidade
Comunidade
Promoção do
bem-estar da
comunidade
Controle de riscos
na comunidade
Suporte nutricional
Promoção de
controle físico
Estímulo de auto-
cuidado
Cuidado
perioperatório
Controle de
respiração
Controle pele/
feridas
Termorregulação
Controle de
Perfusão tissular
Assistência no
enfrentamento
Educação do
paciente
Promoção de
conforto
psicológico
REFERÊNCIAS
1. Pesut DJ, Herman J. Clinical reasoning: the art and science
of critical and creative thinking. Albany, NY: Delmar
Publishers; 1999.
2. Dochterman C, Jones DA, editors. Unifying nursing
languages: the harmonization of NANDA, NIC and NOC.
Washington (DC): American Nurses Association; 2003.133p.
3. North American Nursing Diagnosis Association.
Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e
classificação 2005-2006. Porto Alegre: Artmed; 2006.
4. North American Nursing Diagnosis Association. Nursing
Diagnoses: definitions & classification, 2009-2011. Oxford:
Wiley-Blackwell; 2008.
5. Braga CG, Cruz DALM. A Taxonomia II proposta pela
North American Nursing Diagnosis Association (NANDA).
Rev Latinoam Enferm. 2003;11(2):240-4.
6. Craft-Rosemberg M. Diagnósticos de Enfermagem da
NANDA. Porto Alegre: Artmed; 2005-2006.
7. Farias JN, Nóbrega MML, Perez VLAB, Coler MS.
Diagnóstico de enfermagem: uma abordagem conceitual e
prática. João Pessoa: Ccs/UFPb; 1990.
8. DochtermanJM,BulechekGM.Classificaçãodasintervenções
de enfermagem (NIC). 4a. ed. Porto Alegre: Artmed; 2008.
9. Conselho Internacional de Enfermagem. Classificação
internacional para a prática de enfermagem: versão Beta 2.
São Paulo: UNIFESP; 2003. 302p.
10. Conselho Internacional de Enfermagem. CIPE Versão 1.0.
Classificação internacional para a prática de enfermagem. São
Paulo: Algol; 2007. 203p.
11. Lunney M. Nursing Diagnosis Research. In: North American
Nursing Diagnosis Association. Nursing diagnoses:
definitions & classification. 2009-2001. Oxford: Wiley-
Blackwell; 2008. p. 32-6.
12. Fehring RJ. Methods to validate nursing diagnoses. Heart
Lung. 1987;16(6 Pt 1):625-9.
13. Walker LO, Avant KC. Concept development. In: Walker
LO, Avant KC. Strategies for theory construction in nursing.
3rd ed. Norwalk, CT: Appleton &Lange; c1995.
14. Lucena AF, Barros ALBL. Mapeamento cruzado: uma
alternativa para a análise de dados em enfermagem. Acta
Paul Enferm. 2005;18(1):82-8.
15. Moorhead S, Delaney C. Mapping nursing intervention data
into the Nursing Interventions Classification (NIC): process
and rules. Nurs Diagn. 1997;8(4):137-44.
16. Brislin RW. Back-translation for cross-cultural research. J
Cross Cult Psychol. 1970;1:185-216.
17. Flaherty JA, Gaviria FM, Pathak D, Mitchell T, Wintrob R,
RichmanJA,BirzS.Developinginstrumentsforcross-cultural
psychiatric research. J Nerv Ment Dis. 1988;176(5):257-63.
Figura 2 - Domínios e Classes da Taxonomia de Intervenções de Enfermagem

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diagnóstico e intervenção de enfermagem

  • 1. Palestra Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC Classification of Nursing Diagnoses and Interventions: NANDA and NIC Clasificaciones de diagnóstico e intervención de enfermería: NANDA-NIC Alba Lucia Bottura Leite de Barros1 INTRODUÇÃO A idéia em trazer a temática Classificações em Enfermagem, neste evento tem como pressupostos básicos, o estado da arte e da ciência Enfermagem manifestados na construção destas classificações e sua necessidade num mundo globalizado, onde a saúde das pessoas tem sido tratada por equipes multiprofissionais em ambientes desde os mais sofisticados, dotados da mais alta tecnologia àqueles onde o cuidado se faz no seio das famílias e das comunidades, muitas vezes carentes, como é a realidade brasileira, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Não importa o ambiente onde o cuidado se dá, analisar a sua eficácia, efetividade e eficiência, possibilitará a tomada de decisões locais, nacionais e internacionais, a respeito da saúde da população e da sua qualidade de vida. A Enfermagem, por meio dos seus profissionais, pratica os seus cuidados apoiada num referencial metodológico denominado processo de enfermagem que, por sua vez, apóia-se no modelo científico. Este método-ferramenta auxilia a enfermeira a sistematizar as suas ações por meio de etapas que vão sendo operacionalizadas, na maioria das vezes, concomitantemente e conferindo-lhe, portanto, flexibilidade. Organizar e sistematizar ações são inerentes ao ser humano para que metas/resultados possam ser alcançados. Este método, se desprovido de referenciais teóricos, não possibilita a constatação de fenômenos observados pelas enfermeiras na sua prática cotidiana (diagnósticos) e dos resultados (resultados) das suas ações (intervenções). A evolução da ciência Enfermagem deu-se, inicialmente, com o desenvolvimento de inúmeros modelos teóricos e teorias transpostos às classificações de diagnósticos, intervenções e resultados. Existem três gerações do processo de enfermagem(1) . CLASSIFICAÇÕES DE DIAGNÓSTICO E DE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Caracteriza-se a primeira geração do processo de enfermagem (PE) àquela onde o raciocínio clínico dar-se-á pela identificação de problemas que deverão ser solucionados à luz dos referenciais teóricos que possibilitaram a sua identificação e que apoiarão as ações de enfermagem para solucioná-los. A segunda geração do PE está atrelada ao uso de Classificações de Diagnósticos, onde o raciocínio clínico faz-se pela formulação de hipóteses diagnósticas, que serão afirmadas ou refutadas se as metas/objetivos declarados forem, ou não, alcançados. A utilização de Classificações de Intervenções pode, ou não, ser adotada nesta geração. Na terceira geração do PE, as três classificações necessariamente são utilizadas: Diagnósticos, Resultados e Intervenções. O raciocínio clínico baseia-se na avaliação de um resultado inicial, advindo do estabelecimento de Autor Correspondente: Alba Lucia Bottura Leite de Barros R. Napoleão de Barros, 754 - Vila Clementino - São Paulo - SP Cep: 04024-002. E-mail: barros.alba@unifesp.br Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7. 1 Professora Titular da Universidade Federal de São Paulo. Chefe do Departamento de Enfermagem - Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (SP), Brasil.
  • 2. Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7. 865Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC indicadores de resultados para o suposto diagnóstico identificado e o seu progresso ou ausência de progresso é julgado após as intervenções realizadas. Deste modo, conhecer as classificações, utilizá-las, pesquisá-las e divulgá-las torna-se imperioso no mundo globalizado, onde evidências científicas ditam condutas aos profissionais da área da saúde. Classificações de Diagnósticos, Intervenções e Resultados têm sido construídas em diferentes países desde a década de 1970 e vêm se modificando e aperfeiçoando por meio de pesquisas. A primeira conferência norte-americana para discussão dos diagnósticos de enfermagem foi realizada em 1973 na St. Louis University(2) . As conferências continuaram a serem realizadas, quando em 1980 foram gerados, refinados e classificados os termos diagnósticos. Em decorrência deste processo, em 1982, foi criada a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)(3) . A NANDA, até 2000, classificava os diagnósticos de enfermagem de acordo com a Taxonomia I, que era estruturada por nove categorias a partir do modelo conceitual dos Padrões de Respostas Humanas (trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer, sentir)(4-5) . Após a conferência bianual, em abril de 1994, o Comitê da Taxonomia se reuniu para agregar à estrutura, os diagnósticos recém-submetidos para análise. Foi percebido, no entanto, diversas dificuldades para categorizar alguns desses diagnósticos e, desta forma, o Comitê sentiu a necessidade de uma nova estrutura taxonômica(4-5) . Após vários estudos e tentativas de separação em classes, o Comitê de Taxonomias apresentou, em 1998, quatro estruturas teóricas diferentes: a estrutura 1, baseava-se no estilo natural; a 2, usou as idéias de Jenny; a 3, empregou as classificações dos resultados de enfermagem e a 4, fez uso dos Padrões Funcionais de Gordon. Contudo, nenhuma delas satisfez completamente, embora a de Gordon tenha sido a que melhor se adaptou. Com sua permissão, o Comitê de Taxonomia modificou esta estrutura para criar a estrutura 5(4-5) . A partir desta estrutura, foram feitas novas modificações acrescentando-se alguns domínios e renomeando-se outros. Por fim, em 2000 foi definida a Taxonomia II, contendo 13 domínios, 106 classes e 155 diagnósticos. E desde então, a Taxonomia II da NANDA vem sendo aperfeiçoada, com a inclusão de novos diagnósticos(4-5) . Na última edição da NANDA(4) , os diagnósticos de enfermagem e o material de apoio aprovados pelo Comitê, foram submetidos à votação dos associados, no site da NANDA e após a aprovação pelos associados, os diagnósticos de enfermagem foram colocados na Taxonomia II da NANDA-International. Foi a primeira vez em que foi usado esse método de aprovação para expansão e revisão contínua da Taxonomia II. Esta edição é composta por 13 domínios, 47 classes e 201 diagnósticos(4) , como mostra a Figura 1. Esta terminologia está incluída no Unified Medical Language System (UMLS) e reconhecida pela NANDA. Foi registrada no Health Level Seven (HL7), modificada para ser compatível com as normas ISO e incluída no Systematized Nomenclature of Human and Veterinary Medicine (SNOMED-CT) e está disponível em 12 línguas(6) . NoBrasil,aNANDAfoiapresentadaàsenfermeirasbrasileirasnumapublicaçãoemportuguêsem1990pelasenfermeiras da Universidade Federal da Paraíba, lideradas pela Drª. Marga Coler e lançada no 1º Simpósio Nacional de Diagnósticos deEnfermagem(7) .AsversõesoficiaisdaNANDA,daNursingInterventionsClassification(NIC)eda NursingOutcomesClassification (NOC) foram apresentadas às enfermeiras brasileiras em publicações na língua portuguesa respectivamente em 2000, 2002, 2003, 2006 e 2008. Estamos procedendo à supervisão da tradução da última edição (2009-2011). Os termos destas classificações devem ser cuidadosamente traduzidos, pois os mesmos compõem conceitos que refletem fenômenos da prática exigindo, portanto, uma equipe que utiliza e pesquisa tais fenômenos. No Brasil, existem núcleos de pesquisadores em diferentes regiões que divulgam os seus achados em eventos nacionais específicos (SINADEN-ABEn) e internacionais (NANDA Internacional, NIC/NOC); acendio ou em demais eventos científicos da área. O termo diagnóstico de enfermagem é definido pela NANDA como “um julgamento clínico sobre a resposta de um indivíduo, uma família ou uma comunidade com relação a problemas de saúde reais ou potenciais/ processos de vida que fornecem a base para uma terapia definitiva que busca alcançar resultados nos quais a enfermagem é necessária”(4) . A NIC, por sua vez, foi construída por pesquisadores da Universidade de Iowa, tendo sido lançada em 1992 e está na sua quinta edição. A primeira edição apresentou 336 intervenções e a quarta 514 com mais de 12.000 ações/ atividades. Atualmente, possui sete domínios e 30 classes, como mostra a Figura 2. Desde a terceira edição, as intervenções essenciais das áreas de especialidade, têm sido apresentadas num total de 43 especialidades. O tempo para execução destas intervenções, bem como, seus níveis de formação para administração, de forma segura, também está descrito(8) . Segundo a NIC, a intervenção de enfermagem é “qualquer tratamento baseado no julgamento e no conhecimento clínico realizado por um enfermeiro para melhorar os resultados do paciente/cliente”(8) . As intervenções NIC estão relacionadas aos diagnósticos de enfermagem da NANDA, aos problemas do sistema Omaha e aos resultados da classificação de resultados da NOC; aos protocolos para avaliação de residentes usados em instituição de cuidados de enfermagem especiais; e ao conjunto de informações para resultados e avaliações (OASIS),
  • 3. 866 Barros ALBL. Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7. Promoção da Saúde Nutrição Eliminação e troca Atividade/ repouso Percepção/ cognição Percepção da saúde Ingestão Função urinária Sono/ repouso Atenção DigestãoControle da saúde Sensação/ percepção Atividade/ exercício Função gastrintestinal Orientação Equilíbrio de energia Função tegumentar Absorção Respostas cardiovasculares pulmonares Função respiratória Metabolismo Hidratação Autocuidado Cognição Comunicação Auto-percepção Auto-conceito Autoestima Imagem corporal Papéis no relacionamento Sexualidade Enfrentamento/ tolerância ao estresse Princípios de vida Segurança/ proteção Papéis de cuidado Identidade sexual Relações pós- trauma Valores Infecção Função sexual Relações familiares Violência Crenças Reações de enfrentamento Lesão física Coerência entre valores/ crenças/ atos Estresse neurocomporta- mental Reprodução Riscos ambientais Processos defensivos Conforto Conforto físico Conforto ambiental Conforto social Desempenho do papel Termorregulação Crescimento/ desenvolvimento Crescimento Desenvolvimento atualmente obrigatório no caso de pacientes com cobertura medicare e medicaid, que recebem cuidados domiciliares(8) . A pesquisa para elaboração da NIC teve início em 1987 em várias etapas e diversos métodos de pesquisa foram utilizados na sua construção. A primeira etapa de construção utilizou o método indutivo. Análise de conteúdo, revisão com grupos focais e questionários a especialistas foram utilizados. Na fase II utilizou-se o método dedutivo: análise de similaridade, agrupamento hierárquico e escalonamento multidimensional. Estudos de validação também foram realizados. Os testes clínicos de campo evidenciaram a necessidade de ligação NANDA, NIC e NOC(8) . Figura 1 - Domínios e Classes da Taxonomia II da NANDA A NANDA International desenvolveu uma terminologia comum NANDA-NIC-NOC (NNN), para relacionar diagnósticos, intervenções e resultados(2) . Foi desenvolvida através da aliança NNN, da NANDA International, da NIC e da NOC. Ressalta-se que estas classificações também compõem os termos que constituem a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). Esta Classificação foiorganizadaporiniciativadoConselhoInternacionaldeEnfermeiras (CIE) e definida como uma classificação de fenômenos, ações e resultados de enfermagem. Suas versões foram realizadas
  • 4. 867Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC Acta Paul Enferm 2009;22(Especial - 70 Anos):864-7. por enfermeiras pesquisadoras que compuseram um grupo nomeado pelo Internacional Council of Nurses (ICN)(9-10) . Vários são os estudos que contribuem para a evolução destas classificações, dentre eles, os de validação de conteúdo e clínico(11-12) , validação por consenso, estudos sobre a exatidão dos diagnósticos de enfermagem(11) , estudos de análises de conceito(13) , mapeamento cruzado de termos(14-15) , adequação transcultural(16-17) e os exploratórios. A realização de estudos e a utilização das classificações no cotidiano, além de possibilitar a constatação das ações de enfermagem dando, portanto, visibilidade à profissão, conferirá a cientificidade tão almejada e necessária às profissões. E, desta forma, sua utilização no ensino, na assistência e na pesquisa continua sendo um compromisso assumido pelas enfermeiras, refletindo a qualidade e a responsabilidade profissional. Fisiológico básico Fisiológico complexo Comportamental Segurança Família Controle de atividade e exercício Controle eletrolítico e ácido-básico Promoção de comportamentos saudáveis Controle de crise Cuidado puerperal e ao parto Controle de medição Controle de eliminação Cuidado ao(s) ser(es) humano(s) no ciclo da vida Controle de riscoTerapia cognitiva Cuidado à crença Melhora da comunicação Controle neurológico Sistema de saúde Intermediação no sistema de saúde Administração do serviço de saúde Controle de informações Controle da mobilidade Comunidade Promoção do bem-estar da comunidade Controle de riscos na comunidade Suporte nutricional Promoção de controle físico Estímulo de auto- cuidado Cuidado perioperatório Controle de respiração Controle pele/ feridas Termorregulação Controle de Perfusão tissular Assistência no enfrentamento Educação do paciente Promoção de conforto psicológico REFERÊNCIAS 1. Pesut DJ, Herman J. Clinical reasoning: the art and science of critical and creative thinking. Albany, NY: Delmar Publishers; 1999. 2. Dochterman C, Jones DA, editors. Unifying nursing languages: the harmonization of NANDA, NIC and NOC. Washington (DC): American Nurses Association; 2003.133p. 3. North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2005-2006. Porto Alegre: Artmed; 2006. 4. North American Nursing Diagnosis Association. Nursing Diagnoses: definitions & classification, 2009-2011. Oxford: Wiley-Blackwell; 2008. 5. Braga CG, Cruz DALM. A Taxonomia II proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Rev Latinoam Enferm. 2003;11(2):240-4. 6. Craft-Rosemberg M. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA. Porto Alegre: Artmed; 2005-2006. 7. Farias JN, Nóbrega MML, Perez VLAB, Coler MS. Diagnóstico de enfermagem: uma abordagem conceitual e prática. João Pessoa: Ccs/UFPb; 1990. 8. DochtermanJM,BulechekGM.Classificaçãodasintervenções de enfermagem (NIC). 4a. ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. 9. Conselho Internacional de Enfermagem. Classificação internacional para a prática de enfermagem: versão Beta 2. São Paulo: UNIFESP; 2003. 302p. 10. Conselho Internacional de Enfermagem. CIPE Versão 1.0. Classificação internacional para a prática de enfermagem. São Paulo: Algol; 2007. 203p. 11. Lunney M. Nursing Diagnosis Research. In: North American Nursing Diagnosis Association. Nursing diagnoses: definitions & classification. 2009-2001. Oxford: Wiley- Blackwell; 2008. p. 32-6. 12. Fehring RJ. Methods to validate nursing diagnoses. Heart Lung. 1987;16(6 Pt 1):625-9. 13. Walker LO, Avant KC. Concept development. In: Walker LO, Avant KC. Strategies for theory construction in nursing. 3rd ed. Norwalk, CT: Appleton &Lange; c1995. 14. Lucena AF, Barros ALBL. Mapeamento cruzado: uma alternativa para a análise de dados em enfermagem. Acta Paul Enferm. 2005;18(1):82-8. 15. Moorhead S, Delaney C. Mapping nursing intervention data into the Nursing Interventions Classification (NIC): process and rules. Nurs Diagn. 1997;8(4):137-44. 16. Brislin RW. Back-translation for cross-cultural research. J Cross Cult Psychol. 1970;1:185-216. 17. Flaherty JA, Gaviria FM, Pathak D, Mitchell T, Wintrob R, RichmanJA,BirzS.Developinginstrumentsforcross-cultural psychiatric research. J Nerv Ment Dis. 1988;176(5):257-63. Figura 2 - Domínios e Classes da Taxonomia de Intervenções de Enfermagem