SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 4
Downloaden Sie, um offline zu lesen
einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32
Estenose do canal vertebral cervical e lombar
Cervical and lumbar spinal canal stenosis
Reynaldo André Brandt1
, Marcelo Wajchenberg2
RESUMO
A estenose de canal vertebral é uma doença degenerativa da coluna
vertebral estreitamente relacionada ao envelhecimento humano, pois
tem como causa a doença degenerativa dos discos intervertebrais e
artrose das facetas articulares posteriores da coluna vertebral, com
conseqüente estreitamento do canal vertebral. Com o aumento da
longevidade da população, é esperada também maior freqüência
de pacientes com doenças degenerativas da coluna vertebral,
necessitando uma abordagem clínica adequada. Dessa forma
apresentamos um artigo abordando aspectos clínicos, diagnósticos
e tratamentos da estenose do canal vertebral.
Descritores: Estenose espinhal; Coluna vertebral/patologia; Osteoartrite;
Compressão nervosa
ABSTRACT
Spinalcanalstenosisisadegenerativediseaseofthespinespecifically
related to human ageing as its cause. This is a degenerative disease
of intervertebral discs and arthrosis of the spinal posterior articular
facets with subsequent stenosis of the spinal canal. As people
are getting old health-related problems are increasing, including
degenerative diseases of the spinal column. Physicians have to be
able to deal with those problems, including clinical features, diagnosis
and treatment and this is the goal of this review.
Keywords: Spinal stenosis; Spine/pathology; Osteoarthritis; Nerve crush
DEFINIÇÃO E CAUSAS
A estenose do canal vertebral é um estreitamento de
seu diâmetro, que, na coluna cervical e na dorsa,l pode
causar compressão medular, associada ou não à com-
pressão radicular. Na coluna lombar pode causar com-
pressão de uma ou mais raízes da cauda eqüina. Já este-
nose dos forames intervertebrais pode causar compres-
são radicular, em qualquer nível da coluna vertebral.
A compressão do tecido neural pode ser localizada,
segmentar ou generalizada, por estruturas ósseas, dis-
cais ou ligamentares.
Quanto às causas da estenose do canal vertebral,
Arnoldi et al.(1)
as dividiram em três tipos:
• Estenose congênita: notada em pacientes com acon-
droplasia, possui causa idiopática (desenvolvimento);
• Estenose adquirida: causada principalmente por de-
generação discal e óssea, associada a espondilolis-
tese. Outras causas são as lesões iatrogênicas, pós-
traumáticas, metabólicas e tumorais;
• Associação entre as formas citadas.
A principal causa da estenose de canal vertebral é
degenerativa, secundária ao desgaste das estruturas res-
ponsáveis pela sustentação e movimentação da coluna
vertebral.
Para compreender os fenômenos causadores des-
se distúrbio, devemos observar as estruturas envolvi-
das. Cada segmento da coluna vertebral é formado
por unidades funcionais, compostas pelas vértebras
cranial (superior) e caudal (inferior), facetas articula-
res, ligamentos e disco intervertebral. Essas estruturas
funcionam de forma sinérgica. O disco intervertebral
distribui e suporta a carga na região anterior da colu-
na vertebral, poupando as facetas articulares na região
posterior, com auxílio dos músculos paravertebrais e
dos ligamentos.
Com o envelhecimento e a degeneração, o disco in-
tervertebral perde a sua característica viscoelástica, po-
dendo ocorrer lacerações no ânulo fibroso, fragmentação
do núcleo pulposo e, conseqüentemente, perda da altura
discal. O desgaste discal permite o aumento da mobilida-
de local, além de proporcionar distribuição assimétrica
da carga axial. Esse transtorno propicia o aumento de
mobilidade nas facetas articulares, com desgaste preco-
ce e conseqüente osteoartrose. Assim, o desgaste discal
e das facetas articulares pode proporcionar retrolistese
ou espondilolistese que, associadas à formação de oste-
ófitos, podem determinar estenose do canal vertebral.
Quando ocorre estreitamento central e lateral do canal
1
MD, Neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – SBN; Membro da American Association of Neurological Surgeons – AANS;
Membro da International Society of Stereotactic Neurosurgery – ISSN.
2
Mestre, Ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e da Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral; Membro da North American Spine Society –
NASS; Médico Assistente do Grupo de Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil
Autor correspondente: Marcelo Wajchenberg – Avenida Lineu da Paula Machado, 660 – Cidade Jardim – CEP 05601-000 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3093 9000 – e-mail: marcelow@einstein.br
einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32
S30 Brandt RA, Wajchenberg M
vertebral em múltiplos níveis, a nutrição neural pode ser
prejudicada pela compressão vascular.
Os processos degenerativos podem ocorrer em in-
divíduos a partir da terceira década de vida, podendo
também acometer precocemente indivíduos com seqüe-
la de trauma, doença inflamatória degenerativa ou mal-
formações congênitas. As características da estenose do
canal vertebral cervical e lombar são diferentes, em vir-
tude de aspectos anatômicos e da presença da medula
espinhal na região cervical. Dessa forma, abordaremos
suas características isoladamente.
ESTENOSE DA COLUNA CERVICAL
O diagnóstico das síndromes cervicais é realizado por
meio de anamnese e exames músculo esquelético e neu-
rológico. Devemos diferenciar, a partir desses dados,
quadros clínicos relacionados à compressão radicular
e da medula espinhal. A compressão radicular leva à
dor, paresia ou paralisia do território correspondente,
hipotrofia dos músculos acometidos e parestesias, com
perda de sensibilidade no território radicular corres-
pondente. A sua distribuição permite, muitas vezes, o
diagnóstico clínico da raiz ou raízes comprometidas.
Ocasionalmente, os sintomas das compressões radicu-
lares podem ser confundidos com outras afecções dos
membros superiores, como compressões de plexo bra-
quial ou de nervos periféricos.
A progressão da estenose pode causar mielopatia
cervical e se caracteriza por paraparesia espástica dos
membros inferiores, alterações esfincterianas e alte-
rações sensitivas do tronco e dos membros inferiores,
surgindo reflexos patológicos como os de Babinski,
Hoffman e Wartenberg. Crises de cervicalgia podem
acontecer ou não, na dependência de comprometimen-
to músculo esquelético, pois a compressão medular não
causa dor. Em alguns casos, há o sinal de Lhermitte, ca-
racterizado por uma sensação de choques elétricos no
corpo, desencadeados pela flexão da cabeça.
Quando se associam mielopatia e radiculopatia
cervicais, pode-se observar hiperreflexia nos membros
inferiores com hipo ou arreflexia nos territórios radicu-
lares comprometidos nos membros superiores, em ge-
ral C5, C6 e C7. Quando houver compressão medular
cranialmente em relação a C4, os reflexos nos membros
superiores poderão estar hiperativos.
Várias as doenças devem ser incluídas no diagnósti-
co diferencial da mielopatia compressiva:
• Siringomielia: associada ou não à malformação de
Arnold-Chiari;
• Distúrbios vasculares: como malformações e síndro-
me medular anterior (relacionada à artéria espinhal
anterior);
• Mielites;
• Doenças reumatológicas: como artrite reumatóide,
na qual é possível haver luxação atlanto-axial;
• Tumores: neurofibroma, meningioma, metástases,
carcinomatose e lipoma;
• Doenças do neurônio motor: esclerose lateral amio-
trófica e esclerose múltipla;
• Transtornos psicogênicos.
ESTENOSE DA COLUNA LOMBAR
O quadro clínico é variável nessa doença e depende da
raiz ou raízes acometidas. Não é raro haver uma disso-
ciação entre os dados de exame clínico e de exames por
imagem.
A principal característica da estenose do canal ver-
tebral lombar é a claudicação neurogênica, que pode
estar associada a crises de lombalgia, com rigidez mati-
nal e piora após repouso prolongado, em razão da os-
teoartrose das facetas articulares.
Na claudicação neurogênica, bem como na claudi-
cação vascular, o paciente pode apresentar dor irradia-
da para as pernas, com adormecimento, com a possi-
bilidade de haver irradiação precisa. Nessa situação, o
paciente anda curvado para frente (ampliando o diâ-
metro do canal vertebral), caminha pequenos trechos
e se senta para amenizar os sintomas, necessitando de
algum tempo para retomar a caminhada. Esses sinto-
mas não ocorrem quando esses pacientes pedalam em
bicicletas estacionárias. Os pacientes com claudicação
vascular apresentam os sintomas independentemente
da posição do tronco. Os sintomas são agravados com a
utilização de bicicleta estacionária, havendo alterações
vasculares e diminuição dos pulsos arteriais distais, mas
são revertidos com rapidez após cessar a atividade.
Outros sintomas possíveis na estenose de canal lom-
bar são alterações urinárias, intestinais e sexuais, que
podem ser sutis ou graves. Em geral, essas alterações
aparecem lentamente e o paciente acaba se adaptando
aos sintomas. Porém, em compressões agudas da cau-
da eqüina, causadas por hérnias discais extrusas e vo-
lumosas, em um canal estreito, pode ocorrer síndrome
da cauda eqüina. Essa síndrome é rara, mas caracteriza
uma situação de urgência e suas características clínicas
são: anestesia em sela (região perineal), retenção uriná-
ria, obstipação, ciatalgia e anestesia plantar, podendo
ocorrer paralisia flácida dos membros inferiores.
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM E AVALIAÇÃO
NEUROFISIOLÓGICA
A anamnese é fundamental para o diagnóstico junta-
mente com o exame físico ortopédico e neurológico.
Vale lembrar que é freqüente a dissociação entre os
achados clínicos e os exames subsidiários. Os exames
einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32
Estenose do canal vertebral cervical e lombar S31
por imagem permitem a compreensão e avaliação da es-
tenose do canal vertebral, possibilitando o planejamen-
to terapêutico, valorizando-se sempre o quadro clínico
em relação aos achados dos exames complementares.
As radiografias simples de frente e perfil permitem
a observação direta das estruturas ósseas, mostrando
osteófitos, degeneração das facetas articulares, desali-
nhamentos no plano frontal (escoliose e laterolistese) e
lateralmente (espondilolistese e retrolistese). A avalia-
ção do disco intervertebral é precária, pois somente de-
monstra a altura dessa estrutura, no entanto, tem uma
grande vantagem, permitindo a ortostase sob o efeito
da força da gravidade. Além disso, as radiografias em
perfil podem ser realizadas em posição neutra, com hi-
perflexão e hiperextensão, permitindo a avaliação da
estabilidade vertebral.
A mielografia era o exame de escolha até a intro-
dução da mielotomografia computadorizada e da res-
sonância magnética. Esse exame permite a observação
da compressão sobre o tecido neural e avaliar de forma
completa o segmento estudado na porção central do ca-
nal e mesmo a emergência das raízes nervosas (Figura
1A e 1B). A vantagem deste exame é permitir a avalia-
ção dinâmica da coluna vertebral, inclusive nas mano-
bras de flexão e extensão.
A tomografia computadorizada possibilita avaliar a
forma do canal vertebral, principalmente das estrutu-
ras ósseas responsáveis pelo estreitamento (Figura 2).
Também permite observar o disco intervertebral e as
estruturas neurais.
A ressonância magnética é o método de escolha
para avaliação das estenoses vertebrais, em cortes sa-
gitais (Figura 3), coronais e axiais. Tem as vantagens
de não submeter o paciente à irradiação e, principal-
mente, demonstrar as estruturas nervosas e disco in-
tervertebral com muito melhor definição do que os
demais métodos.
Figura 2. Imagem axial de tomografia computadorizada de coluna vertebral
lombar (janela para partes moles) mostrando severa estenose de canal vertebral,
com hipertrofia das facetas articulares
Figura 1. Mielografia de frente (A) e perfil (B) mostrando estenose de canal
vertebral lombar L4-L5, associado à espondilolistese degenerativa
A B
Figura 3. Imagem sagital, ponderada em T2, de ressonância magnética
mostrando estenose do canal vertebral nos níveis C3-C4, C5-C6 e C6-C7 e
mielopatia no nível C4-C5, local em que foi realizada descompressão neural com
fusão desse segmento
einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32
S32 Brandt RA, Wajchenberg M
A eletroneuromiografia é um exame que dá infor-
mações sobre quais são as raízes nervosas afetadas e
qual o grau de acometimento das mesmas. Esse dado
é importante em pacientes com estenose de múltiplos
níveis. Também possibilita determinar se a compressão
é aguda ou crônica e se há denervação, e ainda auxilia
no diagnóstico diferencial de doenças que afetam o sis-
tema nervoso periférico, como diabetes e alcoolismo.
Para a avaliação da função medular, pode-se utilizar o
potencial evocado somato-sensitivo.
TRATAMENTO
Uma parte importante do tratamento é a orienta-
ção do paciente em relação às atividades cotidianas,
explicando-lhe noções de postura e ergonomia e so-
licitando que evite carregar peso. O emagrecimento
auxilia a diminuir a carga sobre a região lombar. Du-
rante a fase aguda, na presença de dor intensa, o re-
pouso pode ser indicado, mas não é obrigatório e nem
interfere sobre o resultado. Antiinflamatórios não-
esteróides, miorrelaxantes, manutenção da atividade
física e reabilitação têm efeitos comprovados na fase
aguda. O uso de corticosteróide tem evidência limi-
tada nesta fase. Quanto ao uso de anti-depressivos,
injeções em pontos-gatilho, injeções facetarias e de
técnicas manipulativas não há comprovação evidente
de melhora. Medicamentos analgésicos e antiinflama-
tórios não hormonais são as drogas de escolha para
iniciar o tratamento, sempre observando os possíveis
efeitos adversos, levando em consideração que esses
pacientes são, em sua maioria, idosos, suscetíveis a
complicações gastrintestinais e renais. Os analgésicos
narcóticos podem ser utilizados em pacientes com dor
intensa, sendo necessário cuidado com a dependên-
cia, obstipação e retenção urinária.
O tratamento cirúrgico é indicado quando houver
deficit neurológico progressivo, resistente ao tratamen-
to conservador e com prejuízo da qualidade de vida do
paciente. A cirurgia é feita em caráter eletivo, após
uma completa avaliação clínica do paciente. A única
justificativa para urgência é a presença de síndrome
aguda da cauda eqüina.
Os princípios básicos do tratamento cirúrgico são:
• descompressão completa da medula espinal e das
raízes nervosas, abrindo não somente a região cen-
tral do canal vertebral, como os recessos laterais;
• estabilização da coluna vertebral no local da des-
compressão, que pode ser realizada por meio de ar-
trodese do segmento abordado, com a utilização de
enxerto ósseo e implantes metálicos, quando houver
evidência de instabilidade vertebral.
Há, atualmente, uma tendência ao uso exagerado
de implantes metálicos nas abordagens da coluna ver-
tebral. Em 2006, nos Estados Unidos, 65% das cirurgias
de coluna incluíram instrumentação.
Os resultados do tratamento cirúrgico estão re-
lacionados a um diagnóstico preciso e abordagem no
momento adequado, pois as lesões neurológicas moto-
ras graves podem ser irreversíveis. Uma meta-análise,
realizada por Turner et al.(2)
, mostrou taxa de sucesso
de 64% para os procedimentos cirúrgicos tradicionais.
Alguns autores, como Kleeman, Hiscoe e Berg(3)
, pre-
ferem utilizar técnicas menos invasivas, preservando
estruturas articulares e ligamentares, com objetivo de
descomprimir setores com maior estenose, sem causar
instabilidades. No entanto, os resultados obtidos com
a cirurgia podem apresentar piora com o tempo, con-
forme observado em trabalho retrospectivo realizado
por Katz(4)
, que observou a deterioração dos resultados
cirúrgicos em 45% dos pacientes em sua série. Portan-
to, deve-se manter o tratamento clínico e fisioterápico
mesmo após o tratamento cirúrgico.
REFERÊNCIAS
1. Arnoldi CC, Brodsky AE, Cauchoix J, Crock HV, Dommisse GF, Edgar MA, et al.
Lumbar spinal stenosis and nerve root entrapment syndromes. Definition and
classification. Clin Orthop Relat Res. 1976;(115):4-5.
2. Turner JA, Ersek M, Herron L, Deyo R. Surgery for lumbar spinal stenosis.
Attempted meta-analysis of the literature. Spine. 1992;17(1):1-8.
3. Kleeman TJ, Hiscoe AC, Berg EE. Patient outcomes after minimally
destabilizing lumbar stenosis decompression: the “Port-Hole” technique.
Spine. 2000;25(7):865-70.
4. Katz JN. Lumbar spinal fusion. Surgical rates, costs, and complications. Spine.
1995;20(24 Suppl):78S-83S.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Aula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do Joelho
Aula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do JoelhoAula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do Joelho
Aula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do JoelhoDavid Sadigursky
 
TENDINOPATIAS: UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...
TENDINOPATIAS:  UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...TENDINOPATIAS:  UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...
TENDINOPATIAS: UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...Deivison Aquino
 
Princípios de Consolidação e Tratamento das Fraturas
Princípios de Consolidação e Tratamento das FraturasPrincípios de Consolidação e Tratamento das Fraturas
Princípios de Consolidação e Tratamento das FraturasCaio Gonçalves de Souza
 
Aula fratura do úmero proximal
Aula fratura do úmero proximalAula fratura do úmero proximal
Aula fratura do úmero proximalMauricio Fabiani
 
Deformidades congênitas dos membros superiores
Deformidades congênitas dos membros superioresDeformidades congênitas dos membros superiores
Deformidades congênitas dos membros superioresAndré Cipriano
 
Aplicação da densitometria óssea na osteoporose
Aplicação da densitometria óssea na osteoporoseAplicação da densitometria óssea na osteoporose
Aplicação da densitometria óssea na osteoporoseJoao Bruno Oliveira
 
Doença óssea Metabólica
Doença óssea MetabólicaDoença óssea Metabólica
Doença óssea Metabólicapauloalambert
 

Was ist angesagt? (20)

Osteoporose
Osteoporose Osteoporose
Osteoporose
 
Fraturas de tibia e fibula proximais
Fraturas de tibia e fibula proximaisFraturas de tibia e fibula proximais
Fraturas de tibia e fibula proximais
 
Aula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do Joelho
Aula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do JoelhoAula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do Joelho
Aula Rotura do Ligamento Cruzado Posterior do Joelho
 
Aula Coxartrose e Artroplastia total do quadril
Aula  Coxartrose e Artroplastia total do quadril Aula  Coxartrose e Artroplastia total do quadril
Aula Coxartrose e Artroplastia total do quadril
 
Osteonecrose da cabeça femoral
Osteonecrose da cabeça femoralOsteonecrose da cabeça femoral
Osteonecrose da cabeça femoral
 
TENDINOPATIAS: UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...
TENDINOPATIAS:  UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...TENDINOPATIAS:  UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...
TENDINOPATIAS: UMA REVISÃO DE TRATAMENTO NA LITERATURA ATUAL EM ATLETAS JOVE...
 
Princípios de Consolidação e Tratamento das Fraturas
Princípios de Consolidação e Tratamento das FraturasPrincípios de Consolidação e Tratamento das Fraturas
Princípios de Consolidação e Tratamento das Fraturas
 
Espondiloartrite
Espondiloartrite Espondiloartrite
Espondiloartrite
 
Cifosis
CifosisCifosis
Cifosis
 
Aula fratura do úmero proximal
Aula fratura do úmero proximalAula fratura do úmero proximal
Aula fratura do úmero proximal
 
Complicações Decorrentes de Fraturas
Complicações Decorrentes de FraturasComplicações Decorrentes de Fraturas
Complicações Decorrentes de Fraturas
 
Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017
 
Aula hérnia de disco lombar
Aula hérnia de disco lombarAula hérnia de disco lombar
Aula hérnia de disco lombar
 
ossos_musculos_fisio.ppt
ossos_musculos_fisio.pptossos_musculos_fisio.ppt
ossos_musculos_fisio.ppt
 
Deformidades congênitas dos membros superiores
Deformidades congênitas dos membros superioresDeformidades congênitas dos membros superiores
Deformidades congênitas dos membros superiores
 
Ultrassom Joelho
Ultrassom JoelhoUltrassom Joelho
Ultrassom Joelho
 
Aplicação da densitometria óssea na osteoporose
Aplicação da densitometria óssea na osteoporoseAplicação da densitometria óssea na osteoporose
Aplicação da densitometria óssea na osteoporose
 
Traumatismos do plexo braquial
Traumatismos do plexo braquialTraumatismos do plexo braquial
Traumatismos do plexo braquial
 
Doença óssea Metabólica
Doença óssea MetabólicaDoença óssea Metabólica
Doença óssea Metabólica
 
Fraturas em Idade Pediatrica
Fraturas em Idade PediatricaFraturas em Idade Pediatrica
Fraturas em Idade Pediatrica
 

Andere mochten auch

Hernia de Disco e Estenose de Canal
Hernia de Disco e Estenose de CanalHernia de Disco e Estenose de Canal
Hernia de Disco e Estenose de CanalLaenca Unirg
 
Avaliação fisioterapêutica i 2012
Avaliação fisioterapêutica i 2012Avaliação fisioterapêutica i 2012
Avaliação fisioterapêutica i 2012Karina Santaella
 
Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...
Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...
Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...ergom
 
História de migranêa e risco de dissecção arterial
História de migranêa e risco de dissecção arterialHistória de migranêa e risco de dissecção arterial
História de migranêa e risco de dissecção arterialDr. Rafael Higashi
 
EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.
EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.
EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.Gerald Bourguignon
 
Cartilha orientações posturais
Cartilha orientações posturaisCartilha orientações posturais
Cartilha orientações posturaisMariana Melo
 

Andere mochten auch (8)

Hernia de Disco e Estenose de Canal
Hernia de Disco e Estenose de CanalHernia de Disco e Estenose de Canal
Hernia de Disco e Estenose de Canal
 
Physis
PhysisPhysis
Physis
 
Avaliação fisioterapêutica i 2012
Avaliação fisioterapêutica i 2012Avaliação fisioterapêutica i 2012
Avaliação fisioterapêutica i 2012
 
Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...
Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...
Ergom Consultoria & Saúde - Ginástica Laboral, Fisioterapia, Ergonomia, Quick...
 
Sistema vida
Sistema vidaSistema vida
Sistema vida
 
História de migranêa e risco de dissecção arterial
História de migranêa e risco de dissecção arterialHistória de migranêa e risco de dissecção arterial
História de migranêa e risco de dissecção arterial
 
EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.
EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.
EDUCAÇÃO POSTURAL: como concientizar seus alunos de sua importância.
 
Cartilha orientações posturais
Cartilha orientações posturaisCartilha orientações posturais
Cartilha orientações posturais
 

Ähnlich wie Estenose do canal vertebral: causas, sintomas e diagnóstico

Dor lombar soma uam
Dor lombar soma  uamDor lombar soma  uam
Dor lombar soma uamMaria Pippa
 
Doenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebralDoenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebralcrisvbarros
 
Doenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebralDoenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebralcrisvbarros
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pgLuiz Otavio Quintino
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pgKn Expedições
 
Síndrome do esmagamento
Síndrome do esmagamentoSíndrome do esmagamento
Síndrome do esmagamentoCarly Glaser
 
Hérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombarHérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombaradrianomedico
 
Mesmo crescendo você pode ter baixa estatura
Mesmo crescendo você pode ter baixa estaturaMesmo crescendo você pode ter baixa estatura
Mesmo crescendo você pode ter baixa estaturaVan Der Häägen Brazil
 
Aula cinesio coluna 2013
Aula cinesio coluna 2013Aula cinesio coluna 2013
Aula cinesio coluna 2013paraiba1974
 
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. AbdallahHernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. AbdallahOmar Mohamad Abdallah
 
See assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensiva
See assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensivaSee assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensiva
See assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensivaWesley Rogerio
 

Ähnlich wie Estenose do canal vertebral: causas, sintomas e diagnóstico (20)

Doença Degenerativa Articular
Doença Degenerativa ArticularDoença Degenerativa Articular
Doença Degenerativa Articular
 
Dor lombar soma uam
Dor lombar soma  uamDor lombar soma  uam
Dor lombar soma uam
 
Doenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebralDoenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebral
 
Doenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebralDoenças degenerativas da coluna vertebral
Doenças degenerativas da coluna vertebral
 
Coluna Vertebral
Coluna VertebralColuna Vertebral
Coluna Vertebral
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
 
Espondilolise e espondilolistese
Espondilolise e espondilolisteseEspondilolise e espondilolistese
Espondilolise e espondilolistese
 
Síndrome do esmagamento
Síndrome do esmagamentoSíndrome do esmagamento
Síndrome do esmagamento
 
disturbios cerebelares
disturbios cerebelaresdisturbios cerebelares
disturbios cerebelares
 
Lombalgia aguda
Lombalgia agudaLombalgia aguda
Lombalgia aguda
 
Hérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombarHérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombar
 
Mesmo crescendo você pode ter baixa estatura
Mesmo crescendo você pode ter baixa estaturaMesmo crescendo você pode ter baixa estatura
Mesmo crescendo você pode ter baixa estatura
 
Fraturas da Coluna
Fraturas da ColunaFraturas da Coluna
Fraturas da Coluna
 
Aula cinesio coluna 2013
Aula cinesio coluna 2013Aula cinesio coluna 2013
Aula cinesio coluna 2013
 
Osteonecrose do joelho
Osteonecrose do joelhoOsteonecrose do joelho
Osteonecrose do joelho
 
122090533 revistapodologia-com-004pt
122090533 revistapodologia-com-004pt122090533 revistapodologia-com-004pt
122090533 revistapodologia-com-004pt
 
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. AbdallahHernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
 
See assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensiva
See assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensivaSee assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensiva
See assistencia enfermagem_em_pacientes_perioperatorio_terapia_intensiva
 
Doenças ósseas metabólicas
Doenças ósseas metabólicasDoenças ósseas metabólicas
Doenças ósseas metabólicas
 

Mehr von adrianomedico

Um processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueiraUm processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueiraadrianomedico
 
Um ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueiraUm ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueiraadrianomedico
 
Tratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueiraTratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueiraadrianomedico
 
Saiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantilSaiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantiladrianomedico
 
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeusProblemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeusadrianomedico
 
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...adrianomedico
 
Para quem a escola gagueja
Para quem a escola gaguejaPara quem a escola gagueja
Para quem a escola gaguejaadrianomedico
 
Gagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamentoGagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamentoadrianomedico
 
Gagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamentoGagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamentoadrianomedico
 
Gagueira não é emocional
Gagueira não é emocionalGagueira não é emocional
Gagueira não é emocionaladrianomedico
 
Gagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da baseGagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da baseadrianomedico
 
Gagueira e disfluência geral
Gagueira e disfluência   geralGagueira e disfluência   geral
Gagueira e disfluência geraladrianomedico
 
Gagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagemGagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagemadrianomedico
 
Gagueira estudo molecular dos genes g
Gagueira   estudo molecular dos genes gGagueira   estudo molecular dos genes g
Gagueira estudo molecular dos genes gadrianomedico
 
Gagueira disfluência
Gagueira   disfluênciaGagueira   disfluência
Gagueira disfluênciaadrianomedico
 
Gagueira até onde é normal
Gagueira   até onde é normalGagueira   até onde é normal
Gagueira até onde é normaladrianomedico
 
Gagueira a teoria na prática
Gagueira   a teoria na práticaGagueira   a teoria na prática
Gagueira a teoria na práticaadrianomedico
 

Mehr von adrianomedico (20)

Um processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueiraUm processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueira
 
Um ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueiraUm ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueira
 
Tratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueiraTratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueira
 
Seu filho gagueja.
Seu filho gagueja.Seu filho gagueja.
Seu filho gagueja.
 
Saiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantilSaiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantil
 
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeusProblemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
 
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
 
Para quem a escola gagueja
Para quem a escola gaguejaPara quem a escola gagueja
Para quem a escola gagueja
 
Genes da gagueira
Genes da gagueiraGenes da gagueira
Genes da gagueira
 
Gagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamentoGagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamento
 
Gagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamentoGagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamento
 
Gagueira não é emocional
Gagueira não é emocionalGagueira não é emocional
Gagueira não é emocional
 
Gagueira infantil
Gagueira infantilGagueira infantil
Gagueira infantil
 
Gagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da baseGagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da base
 
Gagueira e disfluência geral
Gagueira e disfluência   geralGagueira e disfluência   geral
Gagueira e disfluência geral
 
Gagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagemGagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagem
 
Gagueira estudo molecular dos genes g
Gagueira   estudo molecular dos genes gGagueira   estudo molecular dos genes g
Gagueira estudo molecular dos genes g
 
Gagueira disfluência
Gagueira   disfluênciaGagueira   disfluência
Gagueira disfluência
 
Gagueira até onde é normal
Gagueira   até onde é normalGagueira   até onde é normal
Gagueira até onde é normal
 
Gagueira a teoria na prática
Gagueira   a teoria na práticaGagueira   a teoria na prática
Gagueira a teoria na prática
 

Estenose do canal vertebral: causas, sintomas e diagnóstico

  • 1. einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32 Estenose do canal vertebral cervical e lombar Cervical and lumbar spinal canal stenosis Reynaldo André Brandt1 , Marcelo Wajchenberg2 RESUMO A estenose de canal vertebral é uma doença degenerativa da coluna vertebral estreitamente relacionada ao envelhecimento humano, pois tem como causa a doença degenerativa dos discos intervertebrais e artrose das facetas articulares posteriores da coluna vertebral, com conseqüente estreitamento do canal vertebral. Com o aumento da longevidade da população, é esperada também maior freqüência de pacientes com doenças degenerativas da coluna vertebral, necessitando uma abordagem clínica adequada. Dessa forma apresentamos um artigo abordando aspectos clínicos, diagnósticos e tratamentos da estenose do canal vertebral. Descritores: Estenose espinhal; Coluna vertebral/patologia; Osteoartrite; Compressão nervosa ABSTRACT Spinalcanalstenosisisadegenerativediseaseofthespinespecifically related to human ageing as its cause. This is a degenerative disease of intervertebral discs and arthrosis of the spinal posterior articular facets with subsequent stenosis of the spinal canal. As people are getting old health-related problems are increasing, including degenerative diseases of the spinal column. Physicians have to be able to deal with those problems, including clinical features, diagnosis and treatment and this is the goal of this review. Keywords: Spinal stenosis; Spine/pathology; Osteoarthritis; Nerve crush DEFINIÇÃO E CAUSAS A estenose do canal vertebral é um estreitamento de seu diâmetro, que, na coluna cervical e na dorsa,l pode causar compressão medular, associada ou não à com- pressão radicular. Na coluna lombar pode causar com- pressão de uma ou mais raízes da cauda eqüina. Já este- nose dos forames intervertebrais pode causar compres- são radicular, em qualquer nível da coluna vertebral. A compressão do tecido neural pode ser localizada, segmentar ou generalizada, por estruturas ósseas, dis- cais ou ligamentares. Quanto às causas da estenose do canal vertebral, Arnoldi et al.(1) as dividiram em três tipos: • Estenose congênita: notada em pacientes com acon- droplasia, possui causa idiopática (desenvolvimento); • Estenose adquirida: causada principalmente por de- generação discal e óssea, associada a espondilolis- tese. Outras causas são as lesões iatrogênicas, pós- traumáticas, metabólicas e tumorais; • Associação entre as formas citadas. A principal causa da estenose de canal vertebral é degenerativa, secundária ao desgaste das estruturas res- ponsáveis pela sustentação e movimentação da coluna vertebral. Para compreender os fenômenos causadores des- se distúrbio, devemos observar as estruturas envolvi- das. Cada segmento da coluna vertebral é formado por unidades funcionais, compostas pelas vértebras cranial (superior) e caudal (inferior), facetas articula- res, ligamentos e disco intervertebral. Essas estruturas funcionam de forma sinérgica. O disco intervertebral distribui e suporta a carga na região anterior da colu- na vertebral, poupando as facetas articulares na região posterior, com auxílio dos músculos paravertebrais e dos ligamentos. Com o envelhecimento e a degeneração, o disco in- tervertebral perde a sua característica viscoelástica, po- dendo ocorrer lacerações no ânulo fibroso, fragmentação do núcleo pulposo e, conseqüentemente, perda da altura discal. O desgaste discal permite o aumento da mobilida- de local, além de proporcionar distribuição assimétrica da carga axial. Esse transtorno propicia o aumento de mobilidade nas facetas articulares, com desgaste preco- ce e conseqüente osteoartrose. Assim, o desgaste discal e das facetas articulares pode proporcionar retrolistese ou espondilolistese que, associadas à formação de oste- ófitos, podem determinar estenose do canal vertebral. Quando ocorre estreitamento central e lateral do canal 1 MD, Neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – SBN; Membro da American Association of Neurological Surgeons – AANS; Membro da International Society of Stereotactic Neurosurgery – ISSN. 2 Mestre, Ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e da Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral; Membro da North American Spine Society – NASS; Médico Assistente do Grupo de Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil Autor correspondente: Marcelo Wajchenberg – Avenida Lineu da Paula Machado, 660 – Cidade Jardim – CEP 05601-000 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3093 9000 – e-mail: marcelow@einstein.br
  • 2. einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32 S30 Brandt RA, Wajchenberg M vertebral em múltiplos níveis, a nutrição neural pode ser prejudicada pela compressão vascular. Os processos degenerativos podem ocorrer em in- divíduos a partir da terceira década de vida, podendo também acometer precocemente indivíduos com seqüe- la de trauma, doença inflamatória degenerativa ou mal- formações congênitas. As características da estenose do canal vertebral cervical e lombar são diferentes, em vir- tude de aspectos anatômicos e da presença da medula espinhal na região cervical. Dessa forma, abordaremos suas características isoladamente. ESTENOSE DA COLUNA CERVICAL O diagnóstico das síndromes cervicais é realizado por meio de anamnese e exames músculo esquelético e neu- rológico. Devemos diferenciar, a partir desses dados, quadros clínicos relacionados à compressão radicular e da medula espinhal. A compressão radicular leva à dor, paresia ou paralisia do território correspondente, hipotrofia dos músculos acometidos e parestesias, com perda de sensibilidade no território radicular corres- pondente. A sua distribuição permite, muitas vezes, o diagnóstico clínico da raiz ou raízes comprometidas. Ocasionalmente, os sintomas das compressões radicu- lares podem ser confundidos com outras afecções dos membros superiores, como compressões de plexo bra- quial ou de nervos periféricos. A progressão da estenose pode causar mielopatia cervical e se caracteriza por paraparesia espástica dos membros inferiores, alterações esfincterianas e alte- rações sensitivas do tronco e dos membros inferiores, surgindo reflexos patológicos como os de Babinski, Hoffman e Wartenberg. Crises de cervicalgia podem acontecer ou não, na dependência de comprometimen- to músculo esquelético, pois a compressão medular não causa dor. Em alguns casos, há o sinal de Lhermitte, ca- racterizado por uma sensação de choques elétricos no corpo, desencadeados pela flexão da cabeça. Quando se associam mielopatia e radiculopatia cervicais, pode-se observar hiperreflexia nos membros inferiores com hipo ou arreflexia nos territórios radicu- lares comprometidos nos membros superiores, em ge- ral C5, C6 e C7. Quando houver compressão medular cranialmente em relação a C4, os reflexos nos membros superiores poderão estar hiperativos. Várias as doenças devem ser incluídas no diagnósti- co diferencial da mielopatia compressiva: • Siringomielia: associada ou não à malformação de Arnold-Chiari; • Distúrbios vasculares: como malformações e síndro- me medular anterior (relacionada à artéria espinhal anterior); • Mielites; • Doenças reumatológicas: como artrite reumatóide, na qual é possível haver luxação atlanto-axial; • Tumores: neurofibroma, meningioma, metástases, carcinomatose e lipoma; • Doenças do neurônio motor: esclerose lateral amio- trófica e esclerose múltipla; • Transtornos psicogênicos. ESTENOSE DA COLUNA LOMBAR O quadro clínico é variável nessa doença e depende da raiz ou raízes acometidas. Não é raro haver uma disso- ciação entre os dados de exame clínico e de exames por imagem. A principal característica da estenose do canal ver- tebral lombar é a claudicação neurogênica, que pode estar associada a crises de lombalgia, com rigidez mati- nal e piora após repouso prolongado, em razão da os- teoartrose das facetas articulares. Na claudicação neurogênica, bem como na claudi- cação vascular, o paciente pode apresentar dor irradia- da para as pernas, com adormecimento, com a possi- bilidade de haver irradiação precisa. Nessa situação, o paciente anda curvado para frente (ampliando o diâ- metro do canal vertebral), caminha pequenos trechos e se senta para amenizar os sintomas, necessitando de algum tempo para retomar a caminhada. Esses sinto- mas não ocorrem quando esses pacientes pedalam em bicicletas estacionárias. Os pacientes com claudicação vascular apresentam os sintomas independentemente da posição do tronco. Os sintomas são agravados com a utilização de bicicleta estacionária, havendo alterações vasculares e diminuição dos pulsos arteriais distais, mas são revertidos com rapidez após cessar a atividade. Outros sintomas possíveis na estenose de canal lom- bar são alterações urinárias, intestinais e sexuais, que podem ser sutis ou graves. Em geral, essas alterações aparecem lentamente e o paciente acaba se adaptando aos sintomas. Porém, em compressões agudas da cau- da eqüina, causadas por hérnias discais extrusas e vo- lumosas, em um canal estreito, pode ocorrer síndrome da cauda eqüina. Essa síndrome é rara, mas caracteriza uma situação de urgência e suas características clínicas são: anestesia em sela (região perineal), retenção uriná- ria, obstipação, ciatalgia e anestesia plantar, podendo ocorrer paralisia flácida dos membros inferiores. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM E AVALIAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA A anamnese é fundamental para o diagnóstico junta- mente com o exame físico ortopédico e neurológico. Vale lembrar que é freqüente a dissociação entre os achados clínicos e os exames subsidiários. Os exames
  • 3. einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32 Estenose do canal vertebral cervical e lombar S31 por imagem permitem a compreensão e avaliação da es- tenose do canal vertebral, possibilitando o planejamen- to terapêutico, valorizando-se sempre o quadro clínico em relação aos achados dos exames complementares. As radiografias simples de frente e perfil permitem a observação direta das estruturas ósseas, mostrando osteófitos, degeneração das facetas articulares, desali- nhamentos no plano frontal (escoliose e laterolistese) e lateralmente (espondilolistese e retrolistese). A avalia- ção do disco intervertebral é precária, pois somente de- monstra a altura dessa estrutura, no entanto, tem uma grande vantagem, permitindo a ortostase sob o efeito da força da gravidade. Além disso, as radiografias em perfil podem ser realizadas em posição neutra, com hi- perflexão e hiperextensão, permitindo a avaliação da estabilidade vertebral. A mielografia era o exame de escolha até a intro- dução da mielotomografia computadorizada e da res- sonância magnética. Esse exame permite a observação da compressão sobre o tecido neural e avaliar de forma completa o segmento estudado na porção central do ca- nal e mesmo a emergência das raízes nervosas (Figura 1A e 1B). A vantagem deste exame é permitir a avalia- ção dinâmica da coluna vertebral, inclusive nas mano- bras de flexão e extensão. A tomografia computadorizada possibilita avaliar a forma do canal vertebral, principalmente das estrutu- ras ósseas responsáveis pelo estreitamento (Figura 2). Também permite observar o disco intervertebral e as estruturas neurais. A ressonância magnética é o método de escolha para avaliação das estenoses vertebrais, em cortes sa- gitais (Figura 3), coronais e axiais. Tem as vantagens de não submeter o paciente à irradiação e, principal- mente, demonstrar as estruturas nervosas e disco in- tervertebral com muito melhor definição do que os demais métodos. Figura 2. Imagem axial de tomografia computadorizada de coluna vertebral lombar (janela para partes moles) mostrando severa estenose de canal vertebral, com hipertrofia das facetas articulares Figura 1. Mielografia de frente (A) e perfil (B) mostrando estenose de canal vertebral lombar L4-L5, associado à espondilolistese degenerativa A B Figura 3. Imagem sagital, ponderada em T2, de ressonância magnética mostrando estenose do canal vertebral nos níveis C3-C4, C5-C6 e C6-C7 e mielopatia no nível C4-C5, local em que foi realizada descompressão neural com fusão desse segmento
  • 4. einstein. 2008; 6 (Supl 1):S29-S32 S32 Brandt RA, Wajchenberg M A eletroneuromiografia é um exame que dá infor- mações sobre quais são as raízes nervosas afetadas e qual o grau de acometimento das mesmas. Esse dado é importante em pacientes com estenose de múltiplos níveis. Também possibilita determinar se a compressão é aguda ou crônica e se há denervação, e ainda auxilia no diagnóstico diferencial de doenças que afetam o sis- tema nervoso periférico, como diabetes e alcoolismo. Para a avaliação da função medular, pode-se utilizar o potencial evocado somato-sensitivo. TRATAMENTO Uma parte importante do tratamento é a orienta- ção do paciente em relação às atividades cotidianas, explicando-lhe noções de postura e ergonomia e so- licitando que evite carregar peso. O emagrecimento auxilia a diminuir a carga sobre a região lombar. Du- rante a fase aguda, na presença de dor intensa, o re- pouso pode ser indicado, mas não é obrigatório e nem interfere sobre o resultado. Antiinflamatórios não- esteróides, miorrelaxantes, manutenção da atividade física e reabilitação têm efeitos comprovados na fase aguda. O uso de corticosteróide tem evidência limi- tada nesta fase. Quanto ao uso de anti-depressivos, injeções em pontos-gatilho, injeções facetarias e de técnicas manipulativas não há comprovação evidente de melhora. Medicamentos analgésicos e antiinflama- tórios não hormonais são as drogas de escolha para iniciar o tratamento, sempre observando os possíveis efeitos adversos, levando em consideração que esses pacientes são, em sua maioria, idosos, suscetíveis a complicações gastrintestinais e renais. Os analgésicos narcóticos podem ser utilizados em pacientes com dor intensa, sendo necessário cuidado com a dependên- cia, obstipação e retenção urinária. O tratamento cirúrgico é indicado quando houver deficit neurológico progressivo, resistente ao tratamen- to conservador e com prejuízo da qualidade de vida do paciente. A cirurgia é feita em caráter eletivo, após uma completa avaliação clínica do paciente. A única justificativa para urgência é a presença de síndrome aguda da cauda eqüina. Os princípios básicos do tratamento cirúrgico são: • descompressão completa da medula espinal e das raízes nervosas, abrindo não somente a região cen- tral do canal vertebral, como os recessos laterais; • estabilização da coluna vertebral no local da des- compressão, que pode ser realizada por meio de ar- trodese do segmento abordado, com a utilização de enxerto ósseo e implantes metálicos, quando houver evidência de instabilidade vertebral. Há, atualmente, uma tendência ao uso exagerado de implantes metálicos nas abordagens da coluna ver- tebral. Em 2006, nos Estados Unidos, 65% das cirurgias de coluna incluíram instrumentação. Os resultados do tratamento cirúrgico estão re- lacionados a um diagnóstico preciso e abordagem no momento adequado, pois as lesões neurológicas moto- ras graves podem ser irreversíveis. Uma meta-análise, realizada por Turner et al.(2) , mostrou taxa de sucesso de 64% para os procedimentos cirúrgicos tradicionais. Alguns autores, como Kleeman, Hiscoe e Berg(3) , pre- ferem utilizar técnicas menos invasivas, preservando estruturas articulares e ligamentares, com objetivo de descomprimir setores com maior estenose, sem causar instabilidades. No entanto, os resultados obtidos com a cirurgia podem apresentar piora com o tempo, con- forme observado em trabalho retrospectivo realizado por Katz(4) , que observou a deterioração dos resultados cirúrgicos em 45% dos pacientes em sua série. Portan- to, deve-se manter o tratamento clínico e fisioterápico mesmo após o tratamento cirúrgico. REFERÊNCIAS 1. Arnoldi CC, Brodsky AE, Cauchoix J, Crock HV, Dommisse GF, Edgar MA, et al. Lumbar spinal stenosis and nerve root entrapment syndromes. Definition and classification. Clin Orthop Relat Res. 1976;(115):4-5. 2. Turner JA, Ersek M, Herron L, Deyo R. Surgery for lumbar spinal stenosis. Attempted meta-analysis of the literature. Spine. 1992;17(1):1-8. 3. Kleeman TJ, Hiscoe AC, Berg EE. Patient outcomes after minimally destabilizing lumbar stenosis decompression: the “Port-Hole” technique. Spine. 2000;25(7):865-70. 4. Katz JN. Lumbar spinal fusion. Surgical rates, costs, and complications. Spine. 1995;20(24 Suppl):78S-83S.