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UFRJ – Faculdade de Medicina
Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias
FTESM – Faculdade de Medicina
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro
Enfermaria 18 – Clínica Médica
Ofidismo
Nelson Gonçalves Pereira
Em 2011 ocorreram 30835 casos de ofidismo no
Brasil, de acordo com o MS
Os números do ofidismo no Brasil em 2011 (30835)
Ministério da Saúde. 540 casos no RJ
Mas, 42 a, lavrador, nat e res em Magé, RJ. Há cerca de 8 h, ao
anoitecer, foi pegar lenha em um depósito próximo de sua casa, sentiu
uma picada no braço d. Pensou tratar-se de uma farpa de madeira
porém dor no local foi aumentando e edemaciando rapidamente. Cerca
de 1 h após todo o braço estava muito doloroso e muito inchado. ......e
encontrou uma cobra no monte de lenha, em posição de bote, que foi
morta e colocada em um vidro. Cerca de 3 h depois foi atendido em um
posto de Magé sendo aplicadas 3 amp de soro polivalente e liberado.
O quadro local foi piorando, surgiram várias equimoses pelo braço e
gengivorragia ao escovar os dentes. Veio para o HUCFF onde foi
internado. Mora em um sítio em Magé e vez por outra se encontram
alguns ofídios que segundo os moradores são venenosos. A cobra
trazida... permitiu identificar a fosseta lacrimal de um lado; a pupila era
em fenda vertical e havia numerosas escamas pequenas no que restou
da cabeça; sua cor predominante era marrom escuro alternado com
cinza escuro, com desenhos de um V ao contrário pelo corpo; a cauda
terminava lisa. O réptil foi encaminhado para o Instituto Vital Brasil...
Ao exame o paciente estava pálido, com ferida puntiforme no
local da picada, intenso edema no braço direito, calor e rubor
discretos; equimose no local e aonde foi retirado sangue para
exame. PA: 100 X 70. Na entrada o tempo de coagulação
mostrou-se incoagulável; plaquetometria de 80000 / mm3;
protombina de 50 %; PTT muito alterado; CPK: normal; uréia e
creatinina normais. O EAS mostrava hematúria. O doente
evoluiu com regressão das manifestações hemorrágicas,
melhora progressiva do coagulograma em 2 dias porém
apresentou oligúria-anúria nos primeiros dias que se prolongou
por 18 dias. A uréia e a creatinina pioraram muito e o doente
entrou em hemodiálise a partir do segundo dia que só foi
suspensa no 18 º dia, quando o volume urinário atingiu 1,5 l e
a uréia e a creatinina estavam em franco declínio. A lesão
local progressivamente melhorou em 1 semana, evoluindo
com pouca necrose local.
 Em até cerca de 50 % dos acidentes o ofídio é trazido
 Masculino, 42 anos, lavrador, natural e residente em Magé,
RJ...ao anoitecer...
 ......ee encontrou uma cobra no monte de lenha, em posição de
bote, que foi morta e colocada em um vidro
...... Mora em um sítio em Magé e vez por outra se encontram
alguns ofídios que segundo os moradores são venenosos.
... A cobra trazida... permitiu identificar a fosseta lacrimal de um
lado; a pupila era em fenda vertical e havia numerosas
escamas pequenas no que restou da cabeça; sua cor
predominante era marrom escuro alternado com cinza escuro,
com desenhos de um V ao contrário pelo corpo; a cauda
terminava lisa. O réptil foi encaminhado para o Instituto Vital
Brasil...
Classificação das principais serpentes causadores de
acidentes ofídicos no Brasil
 Áglifas: sem presas inoculadoras de veneno.
Boa constrictor
(jibóia)
Classificação das principais serpentes causadores de
acidentes ofídicos no Brasil
 Áglifas: sem presas inoculadoras de veneno
Eunectes murinus
(Sucuri)
Classificação das principais serpentes causadores de
acidentes ofídicos no Brasil
Tipo de presas Família Espécies Nome popular
Philodryas
olfersii
Cobra
verde
Opistóglifas Colubridae Philodryas
patagoniensis
Jararacussu
dourado
Clelia
plumbea
Muçurana
Proteróglifas Elapidae Micrurus spp Corais
venenosas
Classificação das principais serpentes causadores de acidentes ofídicos no
Brasil (algumas espécies do gênero Bothrops passaram para os novos
gêneros Bothriopsis e Porthidium)
Tipo de
presas
Família Espécies Nome popular
Bothrops jararaca Jararaca
B. jararacussu Jararacussu
Solenóglifas Viperidae B. alternatus Urutu
Crotalus durissus Cascavel
Lachesis muta Surucucu
Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil:
Philodrya olffersii, cobra verde
Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil:
Clelia plumbea (muçurana)
Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil
Micrurus spp (coral venenosa)
Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil:
B. jararaca (jararaca, à esquerda; B. alternatus (urutu) à direita
Exemplar de Bothrops jararacussu (jararacussu). Em geral
causa acidentes graves pela grande quantidade de peçonha
Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil:
Crotalus terrificus (cascavel)
Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil:
Lachesis muta (surucucu)
Importância do tema no Brasil (Ministério da Saúde)
 De acordo com a S de Saúde do RJ: 2001 ocorreram 697 acidentes ofídicos no RJ
 De acordo com o SINUTOX: 1999 ocorreram 12373 acidentes no Brasil
 Os acidentes por Bothrops: 90,4 %, Crotalus: 7,7 %, Lachesis: 1,4 % e Micrurus: 0,4 %
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Bothrops Crotalus Lachesis Micrurus
Distribuição geográfica da cascavel, surucucu e jararaca. Os
gêneros Bothrops spp e Micrurus spp ocorrem no Brasil inteiro
Crotalus sp Lachesis sp B. jararaca
Diferenciação entre ofídios venenosos e não venenosos. As
diferenças não são válidas para as cobras corais
Diferenciação Família Viperidae Não venenosas
Formato da cabeça Triangular Arredondada
Fosseta lacrimal Presente Ausente
Olhos Pupilas elípticas Pupilas arredondadas
Escamas da cabeça Presentes Ausentes
Presas inoculadoras Presentes Ausentes
Cauda Mais curta. Término abrupto.
Chocalho na cascavel
Mais longa e afilada nos
machos
Exemplar de B. atrox (comum na Amazônia) mostrando o formato triangular
da cabeça, a fosseta lacrimal e a pupila em fenda vertical
Ofídio não venenoso. Cauda fina e alongada, cabeça
arredondada, pupila arredondada e sem fosseta lacrimal
Presença de fosseta lacrimal em vários ângulos.
Característica dos ofídios venenosos da família Viperidae
Cabeça de B. jararaca. Fosseta lacrimal bem evidente
B. insularis. Fosseta lacrimal. Pupila em fenda.
Escamas numerosas na cabeça
Presença das presas inoculadoras. Exemplar de B. alternatus
no momento do bote. Extração do veneno mostrando as
presas inoculadoras típicas das solenóglifas
Presas inoculadoras bem desenvolvidas.
Posição de ataque (defesa)
Cascavel
Posição de defesa. Crotalus spp
Cauda terminando abruptamente e lisa (Bothrops);
terminando em chocalho (Crotalus)
Resumo da diferenciação, segundo o manual do MS
Cobra coral
As diferenças apontadas não se aplicam aos integrantes da família
Elapidae. Neste caso é prudente consultar um especialista em ofídios
Micrurus spp Falsa coral
Coral venenosa. Micrurus spp
("Red to yellow, kill a fellow; red to black, venom lack,“)
Falsa coral rubro negra... Um dos símbolos do Santa Cruz de Recife
("Red to yellow, kill a fellow; red to black, venom lack,“)
Os ofídios também amam... O “heroismo” dos machos
Mas, 42 a, lavrador, nat e res em Magé, RJ. Há cerca de 8 h, ao anoitecer, quando foi
pegar lenha em um depósito próximo de sua casa, sentiu uma picada no braço d.
Pensou tratar-se de uma farpa de madeira porém dor no local foi aumentando, e
edemaciando rapidamente. Cerca de 1 h após todo o braço estava muito doloroso e
muito inchado. Cerca de 3 h depois foi atendido em um posto em Magé e aplicadas 3
amp de soro polivalente (anticrotálico e antibotrópico) e liberado. O quadro local foi
piorando, surgiram várias equimoses pelo braço e gengivorragia ao escovar os dentes.
Ao exame o paciente está pálido, com ferida puntiforme no local da picada, intenso
edema no braço direito, calor e rubor discretos; equimose no local e aonde foi retirado
sangue para exame. PA: 100 X 70. Na entrada o tempo de coagulação mostrou-se
incoagulável; plaquetometria de 80000 / mm3; protombina de 50 %; PTT muito alterado;
CPK: normal; uréia e creatinina normais. O EAS mostrava hematúria. O doente evoluiu
com regressão das manifestações hemorrágicas, melhora progressiva do coagulograma
em 2 dias porém apresentou oligúria-anúria nos primeiros dias que se prolongou por 18
dias. A uréia e a creatinina pioraram muito e o doente entrou em hemodiálise a partir do
segundo dia que só foi suspensa no 18 º dia, quando o volume urinário atingiu 1,5 l e a
uréia e a creatinina estavam em franco declínio. A lesão local progressivamente
melhorou em 1 semana, evoluindo com pouca necrose local.
Discussão do quadro clínico
 Dor no local após a picada, crescente, intenso edema no braço D,
calor, rubor, equimose no local ; ferida puntiforme; evoluiu com
melhora progressiva em 1 semana com pouca necrose no local
 Manifestações hemorrágicas: equimoses pelo braço, gengivorragia,
equimose em local de retirada de sangue, sangue incoagulável, 80 mil
plaquetas, hematúria no EAS, PTT muito alterado, melhora em 2 d;
tempo de protombina de 50 %
 Palidez, PA: 100 X 70
 Oligúria - anúria, uréia e creatinina subiram muito, hemodiálise do
segundo ao décimo oitavo dia, quando melhorou a função renal
Fisiopatologia da peçonha ofídica e a sua correlação com os
achados clínicos .O gênero Bothrops
Proteolítica
ou
citotóxica
Ação direta nos tecidos  mionecrose, liponecrose, lise das paredes
vasculares  edema, calor, rubor, dor intensa no local da picada.
Hipotensão e choque nos casos graves. Evolutivamente bolhas,
equimoses, necrose; infecção secundária
Coagulante
Transforma fibrinogênio em fibrina (tipo trombina). Ativação do fator X e
da protombina. Pode haver consumo de fatores, plaquetas, CID e
microtrombos na rede capilar  manifestações hemorrágicas:
gengivorragias, equimoses, hematúria, hematêmese, melena....
Alteração do tempo de coagulação até a incoagubilidade
Hemorrágica ou
Vasculotóxica
Lesões do endotélio vascular locais ou sistêmicas, favorecendo as
manifestações hemorrágicas
Outras Lesão renal. Choque...
Patogenia da lesão renal nos acidentes botrópicos
 Algum grau de IR ocorre em 1,6 a 38,5 % dos pacientes
 Alterações hemodinâmicas; hipotensão; choque
 Sequestro de líquidos no local da picada  Sangramentos
 Liberação de substâncias vasoativas liberadas pela inflamação química
 Reação anafilática ao soro anti-ofídico. Reação anafilactóide ao soro.
 Mioglobinúria não parece ser fator importante como na cascavel
 Mionecrose localizada. CPK pouco elevada nos acidentes botrópicos
 Hemólise: pode contribuir para a insuficiência renal. Rara na clínica
 Hemoglobinúria produz vasoconstrição renal
 Depósito de fibrina intraglomerular . Coagulação do fibrinogênio. CID
 Ação direta da peçonha nos túbulos
 Excreção do veneno pelo rim. Aumento da concentração nos túbulos
Principais lesões encontradas no rim de acidentes botrópicos
 Necrose tubular aguda
 Depósito de fibrina e trombos nos vasos
glomerulares
 Raramente glomerulonefrite aguda
 Nefrite intersticial rara
 Necrose cortical simétrica raramente
Fatores de risco para o aparecimento da lesão renal
em acidentes botrópicos
 Espécie de Bothrops envolvida
 Tamanho do ofídio
 Quantidade de peçonha injetada
 Idade do paciente: > 40 anos; < 12 anos
 Intervalo entre a picada e o uso do SAO > 2 horas
Local da picada mostrando as marcas das presas inoculadoras
Local da picada de um caso de acidente botrópico
Acidente por Bothrops
Ação proteolítica
Acidentes por
Bothrops asper
Acidente ofídico por Bothrops alternatus. Lesões no local da
picada de natureza proteolítica.
Acidente botrópico (B. atrox). Notar as lesões no local da
inoculação do veneno
Acidente botrópico (B. neuwied). Notar o
sangramento no local da inoculação do veneno
Evolução das lesões de um paciente com acidente
botrópico
Acidente botrópico. Reação intensa no membro
atingido
Discussão do caso : fisiopatologia da peçonha ofídica e a sua
correlação com os achados clínicos. O gênero Lachesis
 As ações proteolítica, coagulante e vasculotóxica são semelhantes ao
Bothrops. Tem ação neurotóxica discreta: manifestações vagais e
diarréia
Lachesis
muta
Fisiopatologia da peçonha ofídica e a sua correlação com os
achados clínicos. O gênero Crotalus
Miotóxica
Rabdomiólise  liberação de mioglobina e enzimas
musculares. Dores musculares generalizadas, urina
escura, discreto edema no local da picada,
mioglobinúria, podendo evoluir para I renal aguda
Neurotóxica
Bloqueio da junção neuromuscular, inibindo a
liberação de acetilcolina na pré-sinapse. Ptose
palpebral, diplopia, oftalmoplegias, fasciculações
musculares, face neurotóxica
Coagulante Aumento do tempo de coagulação nos casos mais
graves
Outras hepatotóxica (?); nefrotóxica (?)
Acidentes por Crotalus spp (cascavel) facies neurotóxico
Acidente por Crotalus durissus (cascavel) facies neurotóxico.
Mioglobinúria
Exemplar de Micrurus coralinus (coral verdadeira). Principais
ações do veneno elapídico
 O veneno da coral é exclusivamente neurotóxico
 Competem com a acetilcolina na junção neuromuscular (pós-sináptica)
 Atuam bloqueando a liberação de acetilcolina (pré-sinapse)
Acidente por Micrurus lemniscatus (Manock)
Exemplar de Micrurus spp (coral verdadeira )
Paciente com facies neurotóxico típico
 O veneno das corais atua rapidamente. Não há reação no local da
picada. Não há alterações da coagulação. Não há miotoxicidade.
Face neurotóxica. Paralisias progressivas. Pares cranianos.
Disfagia. Insuficiência respiratória aguda
Acidente por coral
Diferencial entre Lachesis e Bothrops
A diferenciação pode ser feita por reação de ELISA no soro
 O gênero Lachesis só tem importância médica no Brasil na Amazônia, em
função da destruição da mata atlântica do litoral brasileiro.
 No RJ quase 100 % dos acidentes são por Bothrops
 No RJ cerca de 70 % dos acidentes são por Bothrops jararaca
 Logo a hipótese mais provável é a de acidente botrópico
Definição de gravidade para prognóstico e cálculo da dose de
soro anti-botrópico (MS)
Manifestações Leves Moderados Graves
Dor, edema e
equimose no local
Ausentes ou
discretas
Evidentes Intensas
Hemorragia grave
choque ou anúria
Ausentes Ausentes Presentes
Tempo de
coagulação
Normal ou
aumentado
Normal ou
aumentado
Em geral
alterado
Soroterapia número
de ampolas EV
2 a 4 4 a 8 12
Exames recomendados nos acidentes ofídicos e os objetivos
 Hemograma completo. Plaquetometria. Hemossedimentação
 Avaliação da coagulação: tempo de protombina, tempo parcial de
tromboplastina, fibrinogênio, produtos de degradação da fibrina
 Tempo de coagulação
 Elementos anormais e sedimento urinário. Hematúria. Mioglobinúria
 Uréia e creatinina.
 Eletrólitos, cálcio, fósforo, ácido úrico, gasometria, Ph, em casos de IRA
 CPK, LDH, AST, ALT, aldolase e bilirrubinas
 Métodos de imagem na área afetada pelo Lachesis ou Bothrops
 ELISA para detecção de veneno e diferenciação de Lachesis e Bothrops
Ressonância magnética em um caso de acidente botrópico (Fonseca et al)
L é a perna lesada e N é a normal para comparação
 A: edema subcutâneo B: edema muscular
 C e D: Hemorragia da área perimuscular
Tratamento dos acidentes ofídicos. Medidas gerais.
Conduta no atendimento fora do hospital de acordo com o
Instituto Butantan de São Paulo
Tratamento dos acidentes ofídicos. O uso do soro-antiofídico
(SAO)
 O SAO deve ser específico contra o ofídio causador do acidente
 As associações de SAO usam-se em poucas situações especiais
 Sempre que possível o SAO deve ser prescrito EV em dose única
 As doses são as mesmas em crianças ou adultos
 Os testes intradérmicos não são realizados na maioria dos centros,
pois retardam o uso do soro, só detectam reações do tipo Ig E, com
muitos resultados falso positivos (33 %) e falso negativos (10 a 36
%), além de não detectarem as reações
anafilactóides e poderem causar reações
no próprio teste.
O uso do soro-antiofídico (SAO)
 O uso do SAO, em muitos centros, é antecedido da administração de
antagonistas do H1 (prometazina ou maleato de dextroclorofeniramina),
do H2 (cimetidina ou ranitidina) e corticóides.
 O uso de SAO EV implica em:
 Garantir um bom acesso venoso. Supervisão médica durante a infusão
 Material para tratar eventual angiodema de glote (entubação)
 Fazer a pré-medicação 10 a 15 minutos antes do soro
 Ter à mão adrenalina 1:1000, anti-histamínicos, corticóides, oxigênio,
broncodilatadores e soro fisiológico
 O SÃO deve ser diluído em SF ou SG a 5%, na proporção 1:2 a 1:5, e
ser feito mais lentamente EV.
O uso do soro-antiofídico (SAO). Os produtos disponiveis
 SAB: Soro antibotrópico
 SABL: Soro antibotrópico + antilaquético
 SABC: Soro antibotrópico + anticrotálico
 SAC: Soro anticrotálico
 SAL: Soro antilaquético
 SAE: Soro antielapídico
O uso do soro-antiofídico (SAO) Dosagem em função da
gravidade (manual do MS)
Gênero da
serpente
Leve Moderado Grave SAO
indicado
SAO
alternativo
Bothrops 2 a 4
ampolas
4 a 8
ampolas
12
ampolas
Anti-
botrópico
SABL ou
SABC
Lachesis 10
ampolas
20
ampolas
Anti-
laquético
SABL
Crotalus 5
ampolas
10
ampolas
20
ampolas
Anti-
Crotálico
SABC
Micrurus 10
ampolas
Anti-
elapídico
Tratamento do acidente botrópico. Medidas gerais
 Limpeza e assepsia do local da picada
 Acompanhamento, com cirurgião se necessário, da evolução das lesões.
Debridamento do material necrótico. Cirurgia plástica.
 Profilaxia antibiótica discutível. A maioria dos autores prefere acompanhar
e tratar se houver infecção secundária
 Profilaxia do tétano de acordo com a história vacinal do paciente
 Analgesia. Evitar os anti-inflamatórios
 Vigiar o aparecimento de complicações no curto e no médio prazo
 Outras medidas conforme o caso
Tratamento dos acidentes ofídicos. Principais complicações
dos acidentes botrópicos
 Síndrome compartimental: compressão do feixe vásculo-nervoso
 Infecção bacteriana secundária. Abscessos
Gram negativos, anaeróbios e cocos gram positivos
 Necrose no local. Necrose de extremidades
 Choque  Hemorragias
 Insuficiência renal aguda
Necrose intensa após desbridamento (Marcelo et al) Hemorragia cerebral (Otero et al)
Medidas complementares para o acidente crotálico
 Hidratação adequada para prevenir o surgimento da I renal aguda
 Se necessário induzir diurese osmótica com o uso de manitol
 Diuréticos de alça se houver oligúria
 Manter a urina com ph acima de 6,5. Uso de bicarbonato se necessário
 Monitorizar a função renal
 Acompanhar o surgimento de complicações neurológicas e IRA
 Raramente há significado clínico com a alteração da coagulação
Medidas complementares para os acidentes elapídico e
laquético
 As medidas complementares para o acidente laquético e suas
complicações são as mesmas citadas para o acidente botrópico
 No acidente elapídico é fundamental manter o paciente
adequadamente ventilado. Oxigênio, máscara e se necessário
ventilação mecânica
 O paciente deve ser transferido para um centro onde haja
possibilidade de ventilação mecânica, se for necessária
 O uso de anticolinesterásicos pode minorar a neurotoxicidade do
veneno elapídico. As drogas mais citadas tem sido a neostigmina e o
cloridrato de edrofônio
Profilaxia dos acidentes ofídicos
 Botas de cano alto evitam quase 80 % dos acidentes ofídicos
 Se não houver botas, perneiras, calças de brim, sapatos, são medidas
simples que também diminuem os acidentes
 Luvas nas atividades de risco evitam cerca de 15 % dos acidentes
 Os ofídios costumam se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos,
como tocas abandonadas de outros animais e cupinzeiros
 Manter o terreno em volta da casa limpo, sem frestas nas portas
 Onde há ratos há cobras. Evitar o acúmulo de lixo. Armazenar
alimentos de forma adequada para não atrair roedores e os ofídios
 Respeitar o equilíbrio ecológico onde os concorrentes dos ofídios
mantém o equilíbrio
Equilíbrio ecológico. Os predadores naturais.
O carcará na figura (Polyborus plancus)
Os predadores naturais dos ofídios
Seriema (Cariama cristata)
Várias espécies de coruja alimentam-se de serpentes
A ema e o gavião se alimentam também de serpentes
O gavião atacando uma cobra
Os predadores naturais
Clelia clelia
alimenta-se de
serpentes
venenosas
Profilaxia dos acidentes ofídicos: Observar as localizações das picadas
das serpentes Fundamental o uso de botas e luvas nos locais de risco
O uso de botas evita entre
70 e 80 % dos acidentes
ofídicos no campo
Profilaxia dos acidentes ofídicos. Conhecer os hábitos de sobrevivência
das serpentes. A camuflagem. Respeitar a natureza
 O uso de botas e luvas nas atividades de maior risco, evitam quase 95 %
dos acidentes ofídicos
Bothrops jararaca no meio da folhagem B. alternatus camuflada no solo e entre vegetais
Ministério da Saúde
Masculino, 28 anos, natural de MG, residente em Caxias, RJ, onde
também fica o supermercado, repositor de mercadorias na loja. Há 2
horas, quando estava arrumando laranjas no supermercado, ao pegar
as frutas da caixa sentiu uma ferroada na mão direita, seguindo-se dor
no local que rapidamente aumentou de intensidade, espalhando-se pelo
braço do mesmo lado. Logo após o acidente verificou que havia na
caixa um escorpião de cor amarelada em típica posição de ataque. O
animal foi capturado e trazido junto com o paciente. Foi informado que
as laranjas vinham do interior de São Paulo. Um pouco assustado,
queixando-se o tempo todo da dor; palidez; 108 bat / min; PA: 130 X 80
mm de Hg; no local da picada havia um discreto eritema em volta de um
pequena lesão causada pelo ferrão do aracnídeo. Restante do exame
sem alterações.
Exemplar de Tityus bahiensis
Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
Exemplar de Tityus serrulatus (amarelo)
Exemplar de Tityus stigmurus.
Outro exemplar de Tityus stigmurus.
Importância do tema (MS)
 Ocorrem cerca de 35000 casos por ano de escorpionismo no Brasil
 O maior número de acidentes (50%) ocorre em São Paulo e Minas
 A freqüência tem aumentado na Ba, RG do Norte, Alagoas e Ceará
 Em menor intensidade ocorre em quase todo o Brasil
 No sudeste são mais comuns nos meses quentes e chuvosos
 As espécies mais importantes no Brasil são:
 Tityus serrulatus
 Tityus bahiensis
 Tityus stigmurus
Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo
Veneno escorpiônico
Canais de sódio
Despolarização das células excitáveis
Terminações nervosas pós ganglionares dos sistemas simpático e
parassimpático e da medula espinhal
Liberação maciça de catecolaminas e acetilcolina
Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo
 A peçonha é uma mistura complexa de proteínas que apresentam
 Ação neurotóxica que leva à despolarização das fibras nervosas
periféricas, causando dor no local da picada
 Ação no sistema nervosos autônomo simpático e parassimpático,
com liberação maciça e descontrolada de adrenalina e acetilcolina,
levando a um quadro clínico que depende da predominância dos
efeitos colinérgicos ou adrenérgicos
 Causam miocardiotoxicidade, estimulação adrenérgica, aumento da
permeabilidade dos vasos pulmonares, com participação dos
mediadores da inflamação e por ação direta do veneno
 Ação no pâncreas levando à pancreatite
Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e
colinérgicos
Órgão efetor Estímulo simpático Estímulo parassimpático
Olho Midríase Miose
Glândulas Sudorese
Aumento das secreções
lacrimal, pancreática, nasal,
salivar e brônquica
Coração
e arteríolas
Taquicardia, taquipnéia,
arritmias, vasoconstrição
periférica
Bradicardia, parada vagal,
vasodilatação periférica
Pulmão Broncodilatação Broncoconstrição, aumento
da secreção
Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e
colinérgicos
Trato digestivo
 motilidade e secreção
gástricas,  secreção
pancreática,  do tônus
Pele Pele e piloereção
Genitais Priapismo
Músculos Tremores e contrações
S N central Ansiedade, tremores,
estimula a respiração
Excitação ou inibição
Metabólicos
 glicemia,  ácido lático,
 consumo de O2,  o
potássio
 Produção de
adrenalina e
noradrenalina pela SR
Classificação quanto a gravidade. Número de ampolas de soro
anti-escorpiônico ou anti-aracnídico
Classificação Manifestações clínicas Ampolas
Leves Dor e parestesias no local da picada Zero
Moderado
Dor local intensa, náuseas, vômitos,
sudorese, sialorréia,agitação, taquicardia,
taquipnéia e hipertensão leve
2 a 3
Grave
Todos acima, vômitos profusos e
incoercíveis, coma sudorese profusa,
sialorréia intensa, prostração, choque,
insuficiência cardíaca, convulsões, edema
agudo de pulmão, bradicardia, pancreatite...
4 a 6
Exames complentares em acidentes escorpiônicos
 Eletrocardiograma
 Ecocardiograma
 Radiografia do tórax
 Glicemia
 Eletrólitos
 CPK e CPK MB
 Hemograma
 ELISA para T. serrulatus
 Outros
Inversão de onda T algumas horas após o acidente
Tratamento do escorpionismo
 Soro anti-escorpiônico ou anti-aracnídico nos graves e moderados
 Dose única EV, em função da gravidade.
 Dor local e manifestações digestivas costumam responder bem
 As manifestações cardiológicas demoram mais a melhorar
 As reações alérgicas graves são raras. Mesmos cuidados do SAO
O T. serrulatus é
mais envolvido
nos acidentes
mais graves
Tratamento do escorpionismo. Medidas complementares
 Observação contínua dos sinais vitais dos casos graves e moderados
 Vasodilatadores
 Prazosin: bloqueador alfa 1 adrenérgico
 Nifedipina: bloqueador dos canais de cálcio
 Captopril: inibidor da conversão da angiotensina
 Outros: nitroprussiato de sódio, fentolamina, clonidina
 Atropina e outras drogas parassimpaticolíticas
 Anti-convulsivantes. Diazepam ou outros benzodiazepínicos
 Anti-eméticos: metoclopramida
 Acetaminofen e outros antipiréticos
Medidas preventivas contra o escorpionismo
 Não andar descalço principalmente durante à noite. Sapatos. Meia bota
 Verificar sempre os calçados antes de usá-los
 Não guardar dentro de casa roupas velhas, jornais e revistas velhas e
outras velharias que não são usadas, esconderijo comum
 Guardar o lixo em recipientes fechados para não atrair baratas e outros
insetos, alimentos naturais dos escorpiões, inclusive em camping
 As casas das áreas infestadas devem ter um degrau de cerâmica de
cerca de 20 cm de altura. Manter o terreno limpo em volta da casa e
no quintal
 Uso de inseticidas nas áreas onde foram avistados escorpiões
 As aves silvestres e domésticas, lagartixas, lacraias, sapos e alguns
mamíferos são seus inimigos naturais. Preservar o equilíbrio
Alimentando-se de escorpiões
CASO 3 B: Masc, 50 a, nat e res em Curitiba, Paraná, vendedor...Há 4 d,
durante a noite, acordou com sensação de prurido localizado na coxa direita.
Na manhã seguinte relatou haver no local havia uma lesão avermelhada,
dolorosa e que tornou-se vesiculosa no centro, circundada por uma área
levemente violácea com pequenas placas claras de permeio. Usou pomada de
Hipoglós ®, contudo a lesão aumentou de tamanho; a área vesiculosa tornou-
se purpúrica e depois necrótica e a área violácea tornou-se avermelhada e
hemorrágica. Procurou médico sendo-lhe prescrito curativo com povidine e
pomada de gentamicina, entretanto as lesões necróticas foram gradualmente
aumentando. No 7º dia realizou debridamento cirúrgico e foi medicado com
amoxicilina + clavulanato. A área de necrose ainda aumentou um pouco na
periferia da ulceração; no 10 º dia estabilizou-se, entretanto a lesão só fechou
5 semanas após cirurgia plástica, feita no vigésimo dia. Na noite em que teve o
prurido, sua esposa ao arrumar a cama encontrou uma aranha morta no
lençol, entretanto varreu para o lixo e não foi examinada. Negou trauma no
local. Não soube informar seu estado vacinal contra o tétano e só tomou
vacinas na infância.
Evolução da lesão pela Loxosceles
(Sams, 2001)
Exemplar de Loxosceles (aranha marrom)
Distribuição característica dos olhos gênero
Loxosceles
3 pares de olhos : 1 par anterior e 2 pares laterais
3 pares de olhos característicos da Loxosceles spp
Loxosceles reclusa: notar distribuição dos olhos e a
forma de um violino no cefalotórax
Sinal da pele com “placa marmórea” (Sams 2001)
Acidentes com a aranha marrom (Loxosceles)
Evolução do acidente por Loxosceles: 3, 4, 5 e 6 dias após a
picada do aracnídeo
Evolução do caso anterior no nono dia (Paraná)
Teia da Loxosceles spp
Acidentes com a aranha marrom (Loxosceles)
Acidente por aranha marrom (Loxocelles spp)
Lesão com 7 dias (Sams, 2001)
Tratamento segundo Sims 2001
Aranha de jardim ou tarântula (Lycosa)
Aranha armadeira (Phoneutria)
Armadeira
Exemplares de Latrodectus
Exemplar de Latrodectus (viúva negra)
Lagartixa ingerindo uma aranha Lycosa sp
Ministério da Saúde
Masculino, 28 anos, natural de MG, residente em Caxias, RJ, onde
também fica o supermercado, repositor de mercadorias na loja. Há 2
horas, quando estava arrumando laranjas no supermercado, ao pegar
as frutas da caixa sentiu uma ferroada na mão direita, seguindo-se dor
no local que rapidamente aumentou de intensidade, espalhando-se pelo
braço do mesmo lado. Logo após o acidente verificou que havia na
caixa um escorpião de cor amarelada em típica posição de ataque. O
animal foi capturado e trazido junto com o paciente. Foi informado que
as laranjas vinham do interior de São Paulo. Um pouco assustado,
queixando-se o tempo todo da dor; palidez; 108 bat / min; PA: 130 X 80
mm de Hg; no local da picada havia um discreto eritema em volta de um
pequena lesão causada pelo ferrão do aracnídeo. Restante do exame
sem alterações.
Exemplar de Tityus bahiensis
Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
Exemplar de Tityus serrulatus (amarelo)
Exemplar de Tityus stigmurus.
Outro exemplar de Tityus stigmurus.
Importância do tema (MS)
 Ocorrem cerca de 35000 casos por ano de escorpionismo no Brasil
 O maior número de acidentes (50%) ocorre em São Paulo e Minas
 A freqüência tem aumentado na Ba, RG do Norte, Alagoas e Ceará
 Em menor intensidade ocorre em quase todo o Brasil
 No sudeste são mais comuns nos meses quentes e chuvosos
 As espécies mais importantes no Brasil são:
 Tityus serrulatus
 Tityus bahiensis
 Tityus stigmurus
Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo
 A peçonha é uma mistura complexa de proteínas que apresentam
 Ação neurotóxica que leva à despolarização das fibras nervosas
periféricas, causando dor no local da picada
 Ação no sistema nervosos autônomo simpático e parassimpático,
com liberação maciça e descontrolada de adrenalina e acetilcolina,
levando a um quadro clínico que depende da predominância dos
efeitos colinérgicos ou adrenérgicos
 Causam miocardiotoxicidade, estimulação adrenérgica, aumento da
permeabilidade dos vasos pulmonares, com participação dos
mediadores da inflamação e por ação direta do veneno
 Ação no pâncreas levando à pancreatite
Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo
Veneno escorpiônico
Canais de sódio
Despolarização das células excitáveis
Terminações nervosas pós ganglionares dos sistemas simpático e
parassimpático e da medula espinhal
Liberação maciça de catecolaminas e acetilcolina
Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e
colinérgicos
Órgão efetor Estímulo simpático Estímulo parassimpático
Olho Midríase Miose
Glândulas Sudorese
Aumento das secreções
lacrimal, pancreática, nasal,
salivar e brônquica
Coração
e arteríolas
Taquicardia, taquipnéia,
arritmias, vasoconstrição
periférica
Bradicardia, parada vagal,
vasodilatação periférica
Pulmão Broncodilatação Broncoconstrição, aumento
da secreção
Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e
colinérgicos
Trato digestivo
 motilidade e secreção
gástricas,  secreção
pancreática,  do tônus
Pele Pele e piloereção
Genitais Priapismo
Músculos Tremores e contrações
S N central Ansiedade, tremores,
estimula a respiração
Excitação ou inibição
Metabólicos
 glicemia,  ácido lático,
 consumo de O2,  o
potássio
 Produção de
adrenalina e
noradrenalina pela SR
Classificação quanto a gravidade. Número de ampolas de soro
anti-escorpiônico ou anti-aracnídico
Classificação Manifestações clínicas Ampolas
Leves Dor e parestesias no local da picada Zero
Moderado
Dor local intensa, náuseas, vômitos,
sudorese, sialorréia,agitação, taquicardia,
taquipnéia e hipertensão leve
2 a 3
Grave
Todos acima, vômitos profusos e
incoercíveis, coma sudorese profusa,
sialorréia intensa, prostração, choque,
insuficiência cardíaca, convulsões, edema
agudo de pulmão, bradicardia, pancreatite...
4 a 6
Exames complentares em acidentes escorpiônicos
 Eletrocardiograma
 Ecocardiograma
 Radiografia do tórax
 Glicemia
 Eletrólitos
 CPK e CPK MB
 Hemograma
 ELISA para T. serrulatus
 Outros
Inversão de onda T algumas horas após o acidente
Tratamento do escorpionismo
 Soro anti-escorpiônico ou anti-aracnídico nos graves e moderados
 Dose única EV, em função da gravidade.
 Dor local e manifestações digestivas costumam responder bem
 As manifestações cardiológicas demoram mais a melhorar
 As reações alérgicas graves são raras. Mesmos cuidados do SAO
O T. serrulatus é
mais envolvido
nos acidentes
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Tratamento do escorpionismo. Medidas complementares
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06 ofidismo - enfermaria 18 – clínica médica rj

  • 1. UFRJ – Faculdade de Medicina Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias FTESM – Faculdade de Medicina Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro Enfermaria 18 – Clínica Médica Ofidismo Nelson Gonçalves Pereira
  • 2. Em 2011 ocorreram 30835 casos de ofidismo no Brasil, de acordo com o MS
  • 3. Os números do ofidismo no Brasil em 2011 (30835) Ministério da Saúde. 540 casos no RJ
  • 4. Mas, 42 a, lavrador, nat e res em Magé, RJ. Há cerca de 8 h, ao anoitecer, foi pegar lenha em um depósito próximo de sua casa, sentiu uma picada no braço d. Pensou tratar-se de uma farpa de madeira porém dor no local foi aumentando e edemaciando rapidamente. Cerca de 1 h após todo o braço estava muito doloroso e muito inchado. ......e encontrou uma cobra no monte de lenha, em posição de bote, que foi morta e colocada em um vidro. Cerca de 3 h depois foi atendido em um posto de Magé sendo aplicadas 3 amp de soro polivalente e liberado. O quadro local foi piorando, surgiram várias equimoses pelo braço e gengivorragia ao escovar os dentes. Veio para o HUCFF onde foi internado. Mora em um sítio em Magé e vez por outra se encontram alguns ofídios que segundo os moradores são venenosos. A cobra trazida... permitiu identificar a fosseta lacrimal de um lado; a pupila era em fenda vertical e havia numerosas escamas pequenas no que restou da cabeça; sua cor predominante era marrom escuro alternado com cinza escuro, com desenhos de um V ao contrário pelo corpo; a cauda terminava lisa. O réptil foi encaminhado para o Instituto Vital Brasil...
  • 5. Ao exame o paciente estava pálido, com ferida puntiforme no local da picada, intenso edema no braço direito, calor e rubor discretos; equimose no local e aonde foi retirado sangue para exame. PA: 100 X 70. Na entrada o tempo de coagulação mostrou-se incoagulável; plaquetometria de 80000 / mm3; protombina de 50 %; PTT muito alterado; CPK: normal; uréia e creatinina normais. O EAS mostrava hematúria. O doente evoluiu com regressão das manifestações hemorrágicas, melhora progressiva do coagulograma em 2 dias porém apresentou oligúria-anúria nos primeiros dias que se prolongou por 18 dias. A uréia e a creatinina pioraram muito e o doente entrou em hemodiálise a partir do segundo dia que só foi suspensa no 18 º dia, quando o volume urinário atingiu 1,5 l e a uréia e a creatinina estavam em franco declínio. A lesão local progressivamente melhorou em 1 semana, evoluindo com pouca necrose local.
  • 6.  Em até cerca de 50 % dos acidentes o ofídio é trazido  Masculino, 42 anos, lavrador, natural e residente em Magé, RJ...ao anoitecer...  ......ee encontrou uma cobra no monte de lenha, em posição de bote, que foi morta e colocada em um vidro ...... Mora em um sítio em Magé e vez por outra se encontram alguns ofídios que segundo os moradores são venenosos. ... A cobra trazida... permitiu identificar a fosseta lacrimal de um lado; a pupila era em fenda vertical e havia numerosas escamas pequenas no que restou da cabeça; sua cor predominante era marrom escuro alternado com cinza escuro, com desenhos de um V ao contrário pelo corpo; a cauda terminava lisa. O réptil foi encaminhado para o Instituto Vital Brasil...
  • 7. Classificação das principais serpentes causadores de acidentes ofídicos no Brasil  Áglifas: sem presas inoculadoras de veneno. Boa constrictor (jibóia)
  • 8. Classificação das principais serpentes causadores de acidentes ofídicos no Brasil  Áglifas: sem presas inoculadoras de veneno Eunectes murinus (Sucuri)
  • 9. Classificação das principais serpentes causadores de acidentes ofídicos no Brasil Tipo de presas Família Espécies Nome popular Philodryas olfersii Cobra verde Opistóglifas Colubridae Philodryas patagoniensis Jararacussu dourado Clelia plumbea Muçurana Proteróglifas Elapidae Micrurus spp Corais venenosas
  • 10. Classificação das principais serpentes causadores de acidentes ofídicos no Brasil (algumas espécies do gênero Bothrops passaram para os novos gêneros Bothriopsis e Porthidium) Tipo de presas Família Espécies Nome popular Bothrops jararaca Jararaca B. jararacussu Jararacussu Solenóglifas Viperidae B. alternatus Urutu Crotalus durissus Cascavel Lachesis muta Surucucu
  • 11. Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil: Philodrya olffersii, cobra verde
  • 12. Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil: Clelia plumbea (muçurana)
  • 13. Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil Micrurus spp (coral venenosa)
  • 14. Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil: B. jararaca (jararaca, à esquerda; B. alternatus (urutu) à direita
  • 15. Exemplar de Bothrops jararacussu (jararacussu). Em geral causa acidentes graves pela grande quantidade de peçonha
  • 16. Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil: Crotalus terrificus (cascavel)
  • 17. Principais serpentes causadoras de acidentes no Brasil: Lachesis muta (surucucu)
  • 18. Importância do tema no Brasil (Ministério da Saúde)  De acordo com a S de Saúde do RJ: 2001 ocorreram 697 acidentes ofídicos no RJ  De acordo com o SINUTOX: 1999 ocorreram 12373 acidentes no Brasil  Os acidentes por Bothrops: 90,4 %, Crotalus: 7,7 %, Lachesis: 1,4 % e Micrurus: 0,4 % 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Bothrops Crotalus Lachesis Micrurus
  • 19. Distribuição geográfica da cascavel, surucucu e jararaca. Os gêneros Bothrops spp e Micrurus spp ocorrem no Brasil inteiro Crotalus sp Lachesis sp B. jararaca
  • 20. Diferenciação entre ofídios venenosos e não venenosos. As diferenças não são válidas para as cobras corais Diferenciação Família Viperidae Não venenosas Formato da cabeça Triangular Arredondada Fosseta lacrimal Presente Ausente Olhos Pupilas elípticas Pupilas arredondadas Escamas da cabeça Presentes Ausentes Presas inoculadoras Presentes Ausentes Cauda Mais curta. Término abrupto. Chocalho na cascavel Mais longa e afilada nos machos
  • 21. Exemplar de B. atrox (comum na Amazônia) mostrando o formato triangular da cabeça, a fosseta lacrimal e a pupila em fenda vertical
  • 22. Ofídio não venenoso. Cauda fina e alongada, cabeça arredondada, pupila arredondada e sem fosseta lacrimal
  • 23. Presença de fosseta lacrimal em vários ângulos. Característica dos ofídios venenosos da família Viperidae
  • 24. Cabeça de B. jararaca. Fosseta lacrimal bem evidente
  • 25. B. insularis. Fosseta lacrimal. Pupila em fenda. Escamas numerosas na cabeça
  • 26. Presença das presas inoculadoras. Exemplar de B. alternatus no momento do bote. Extração do veneno mostrando as presas inoculadoras típicas das solenóglifas
  • 27. Presas inoculadoras bem desenvolvidas.
  • 28. Posição de ataque (defesa) Cascavel
  • 29. Posição de defesa. Crotalus spp
  • 30. Cauda terminando abruptamente e lisa (Bothrops); terminando em chocalho (Crotalus)
  • 31. Resumo da diferenciação, segundo o manual do MS
  • 33. As diferenças apontadas não se aplicam aos integrantes da família Elapidae. Neste caso é prudente consultar um especialista em ofídios Micrurus spp Falsa coral
  • 34. Coral venenosa. Micrurus spp ("Red to yellow, kill a fellow; red to black, venom lack,“)
  • 35. Falsa coral rubro negra... Um dos símbolos do Santa Cruz de Recife ("Red to yellow, kill a fellow; red to black, venom lack,“)
  • 36. Os ofídios também amam... O “heroismo” dos machos
  • 37. Mas, 42 a, lavrador, nat e res em Magé, RJ. Há cerca de 8 h, ao anoitecer, quando foi pegar lenha em um depósito próximo de sua casa, sentiu uma picada no braço d. Pensou tratar-se de uma farpa de madeira porém dor no local foi aumentando, e edemaciando rapidamente. Cerca de 1 h após todo o braço estava muito doloroso e muito inchado. Cerca de 3 h depois foi atendido em um posto em Magé e aplicadas 3 amp de soro polivalente (anticrotálico e antibotrópico) e liberado. O quadro local foi piorando, surgiram várias equimoses pelo braço e gengivorragia ao escovar os dentes. Ao exame o paciente está pálido, com ferida puntiforme no local da picada, intenso edema no braço direito, calor e rubor discretos; equimose no local e aonde foi retirado sangue para exame. PA: 100 X 70. Na entrada o tempo de coagulação mostrou-se incoagulável; plaquetometria de 80000 / mm3; protombina de 50 %; PTT muito alterado; CPK: normal; uréia e creatinina normais. O EAS mostrava hematúria. O doente evoluiu com regressão das manifestações hemorrágicas, melhora progressiva do coagulograma em 2 dias porém apresentou oligúria-anúria nos primeiros dias que se prolongou por 18 dias. A uréia e a creatinina pioraram muito e o doente entrou em hemodiálise a partir do segundo dia que só foi suspensa no 18 º dia, quando o volume urinário atingiu 1,5 l e a uréia e a creatinina estavam em franco declínio. A lesão local progressivamente melhorou em 1 semana, evoluindo com pouca necrose local.
  • 38. Discussão do quadro clínico  Dor no local após a picada, crescente, intenso edema no braço D, calor, rubor, equimose no local ; ferida puntiforme; evoluiu com melhora progressiva em 1 semana com pouca necrose no local  Manifestações hemorrágicas: equimoses pelo braço, gengivorragia, equimose em local de retirada de sangue, sangue incoagulável, 80 mil plaquetas, hematúria no EAS, PTT muito alterado, melhora em 2 d; tempo de protombina de 50 %  Palidez, PA: 100 X 70  Oligúria - anúria, uréia e creatinina subiram muito, hemodiálise do segundo ao décimo oitavo dia, quando melhorou a função renal
  • 39. Fisiopatologia da peçonha ofídica e a sua correlação com os achados clínicos .O gênero Bothrops Proteolítica ou citotóxica Ação direta nos tecidos  mionecrose, liponecrose, lise das paredes vasculares  edema, calor, rubor, dor intensa no local da picada. Hipotensão e choque nos casos graves. Evolutivamente bolhas, equimoses, necrose; infecção secundária Coagulante Transforma fibrinogênio em fibrina (tipo trombina). Ativação do fator X e da protombina. Pode haver consumo de fatores, plaquetas, CID e microtrombos na rede capilar  manifestações hemorrágicas: gengivorragias, equimoses, hematúria, hematêmese, melena.... Alteração do tempo de coagulação até a incoagubilidade Hemorrágica ou Vasculotóxica Lesões do endotélio vascular locais ou sistêmicas, favorecendo as manifestações hemorrágicas Outras Lesão renal. Choque...
  • 40. Patogenia da lesão renal nos acidentes botrópicos  Algum grau de IR ocorre em 1,6 a 38,5 % dos pacientes  Alterações hemodinâmicas; hipotensão; choque  Sequestro de líquidos no local da picada  Sangramentos  Liberação de substâncias vasoativas liberadas pela inflamação química  Reação anafilática ao soro anti-ofídico. Reação anafilactóide ao soro.  Mioglobinúria não parece ser fator importante como na cascavel  Mionecrose localizada. CPK pouco elevada nos acidentes botrópicos  Hemólise: pode contribuir para a insuficiência renal. Rara na clínica  Hemoglobinúria produz vasoconstrição renal  Depósito de fibrina intraglomerular . Coagulação do fibrinogênio. CID  Ação direta da peçonha nos túbulos  Excreção do veneno pelo rim. Aumento da concentração nos túbulos
  • 41. Principais lesões encontradas no rim de acidentes botrópicos  Necrose tubular aguda  Depósito de fibrina e trombos nos vasos glomerulares  Raramente glomerulonefrite aguda  Nefrite intersticial rara  Necrose cortical simétrica raramente
  • 42. Fatores de risco para o aparecimento da lesão renal em acidentes botrópicos  Espécie de Bothrops envolvida  Tamanho do ofídio  Quantidade de peçonha injetada  Idade do paciente: > 40 anos; < 12 anos  Intervalo entre a picada e o uso do SAO > 2 horas
  • 43. Local da picada mostrando as marcas das presas inoculadoras
  • 44. Local da picada de um caso de acidente botrópico
  • 48. Acidente ofídico por Bothrops alternatus. Lesões no local da picada de natureza proteolítica.
  • 49. Acidente botrópico (B. atrox). Notar as lesões no local da inoculação do veneno
  • 50. Acidente botrópico (B. neuwied). Notar o sangramento no local da inoculação do veneno
  • 51. Evolução das lesões de um paciente com acidente botrópico
  • 52. Acidente botrópico. Reação intensa no membro atingido
  • 53. Discussão do caso : fisiopatologia da peçonha ofídica e a sua correlação com os achados clínicos. O gênero Lachesis  As ações proteolítica, coagulante e vasculotóxica são semelhantes ao Bothrops. Tem ação neurotóxica discreta: manifestações vagais e diarréia Lachesis muta
  • 54. Fisiopatologia da peçonha ofídica e a sua correlação com os achados clínicos. O gênero Crotalus Miotóxica Rabdomiólise  liberação de mioglobina e enzimas musculares. Dores musculares generalizadas, urina escura, discreto edema no local da picada, mioglobinúria, podendo evoluir para I renal aguda Neurotóxica Bloqueio da junção neuromuscular, inibindo a liberação de acetilcolina na pré-sinapse. Ptose palpebral, diplopia, oftalmoplegias, fasciculações musculares, face neurotóxica Coagulante Aumento do tempo de coagulação nos casos mais graves Outras hepatotóxica (?); nefrotóxica (?)
  • 55. Acidentes por Crotalus spp (cascavel) facies neurotóxico
  • 56. Acidente por Crotalus durissus (cascavel) facies neurotóxico. Mioglobinúria
  • 57. Exemplar de Micrurus coralinus (coral verdadeira). Principais ações do veneno elapídico  O veneno da coral é exclusivamente neurotóxico  Competem com a acetilcolina na junção neuromuscular (pós-sináptica)  Atuam bloqueando a liberação de acetilcolina (pré-sinapse)
  • 58. Acidente por Micrurus lemniscatus (Manock)
  • 59. Exemplar de Micrurus spp (coral verdadeira ) Paciente com facies neurotóxico típico  O veneno das corais atua rapidamente. Não há reação no local da picada. Não há alterações da coagulação. Não há miotoxicidade. Face neurotóxica. Paralisias progressivas. Pares cranianos. Disfagia. Insuficiência respiratória aguda
  • 61. Diferencial entre Lachesis e Bothrops A diferenciação pode ser feita por reação de ELISA no soro  O gênero Lachesis só tem importância médica no Brasil na Amazônia, em função da destruição da mata atlântica do litoral brasileiro.  No RJ quase 100 % dos acidentes são por Bothrops  No RJ cerca de 70 % dos acidentes são por Bothrops jararaca  Logo a hipótese mais provável é a de acidente botrópico
  • 62. Definição de gravidade para prognóstico e cálculo da dose de soro anti-botrópico (MS) Manifestações Leves Moderados Graves Dor, edema e equimose no local Ausentes ou discretas Evidentes Intensas Hemorragia grave choque ou anúria Ausentes Ausentes Presentes Tempo de coagulação Normal ou aumentado Normal ou aumentado Em geral alterado Soroterapia número de ampolas EV 2 a 4 4 a 8 12
  • 63. Exames recomendados nos acidentes ofídicos e os objetivos  Hemograma completo. Plaquetometria. Hemossedimentação  Avaliação da coagulação: tempo de protombina, tempo parcial de tromboplastina, fibrinogênio, produtos de degradação da fibrina  Tempo de coagulação  Elementos anormais e sedimento urinário. Hematúria. Mioglobinúria  Uréia e creatinina.  Eletrólitos, cálcio, fósforo, ácido úrico, gasometria, Ph, em casos de IRA  CPK, LDH, AST, ALT, aldolase e bilirrubinas  Métodos de imagem na área afetada pelo Lachesis ou Bothrops  ELISA para detecção de veneno e diferenciação de Lachesis e Bothrops
  • 64. Ressonância magnética em um caso de acidente botrópico (Fonseca et al) L é a perna lesada e N é a normal para comparação  A: edema subcutâneo B: edema muscular  C e D: Hemorragia da área perimuscular
  • 65. Tratamento dos acidentes ofídicos. Medidas gerais. Conduta no atendimento fora do hospital de acordo com o Instituto Butantan de São Paulo
  • 66. Tratamento dos acidentes ofídicos. O uso do soro-antiofídico (SAO)  O SAO deve ser específico contra o ofídio causador do acidente  As associações de SAO usam-se em poucas situações especiais  Sempre que possível o SAO deve ser prescrito EV em dose única  As doses são as mesmas em crianças ou adultos  Os testes intradérmicos não são realizados na maioria dos centros, pois retardam o uso do soro, só detectam reações do tipo Ig E, com muitos resultados falso positivos (33 %) e falso negativos (10 a 36 %), além de não detectarem as reações anafilactóides e poderem causar reações no próprio teste.
  • 67. O uso do soro-antiofídico (SAO)  O uso do SAO, em muitos centros, é antecedido da administração de antagonistas do H1 (prometazina ou maleato de dextroclorofeniramina), do H2 (cimetidina ou ranitidina) e corticóides.  O uso de SAO EV implica em:  Garantir um bom acesso venoso. Supervisão médica durante a infusão  Material para tratar eventual angiodema de glote (entubação)  Fazer a pré-medicação 10 a 15 minutos antes do soro  Ter à mão adrenalina 1:1000, anti-histamínicos, corticóides, oxigênio, broncodilatadores e soro fisiológico  O SÃO deve ser diluído em SF ou SG a 5%, na proporção 1:2 a 1:5, e ser feito mais lentamente EV.
  • 68. O uso do soro-antiofídico (SAO). Os produtos disponiveis  SAB: Soro antibotrópico  SABL: Soro antibotrópico + antilaquético  SABC: Soro antibotrópico + anticrotálico  SAC: Soro anticrotálico  SAL: Soro antilaquético  SAE: Soro antielapídico
  • 69. O uso do soro-antiofídico (SAO) Dosagem em função da gravidade (manual do MS) Gênero da serpente Leve Moderado Grave SAO indicado SAO alternativo Bothrops 2 a 4 ampolas 4 a 8 ampolas 12 ampolas Anti- botrópico SABL ou SABC Lachesis 10 ampolas 20 ampolas Anti- laquético SABL Crotalus 5 ampolas 10 ampolas 20 ampolas Anti- Crotálico SABC Micrurus 10 ampolas Anti- elapídico
  • 70. Tratamento do acidente botrópico. Medidas gerais  Limpeza e assepsia do local da picada  Acompanhamento, com cirurgião se necessário, da evolução das lesões. Debridamento do material necrótico. Cirurgia plástica.  Profilaxia antibiótica discutível. A maioria dos autores prefere acompanhar e tratar se houver infecção secundária  Profilaxia do tétano de acordo com a história vacinal do paciente  Analgesia. Evitar os anti-inflamatórios  Vigiar o aparecimento de complicações no curto e no médio prazo  Outras medidas conforme o caso
  • 71. Tratamento dos acidentes ofídicos. Principais complicações dos acidentes botrópicos  Síndrome compartimental: compressão do feixe vásculo-nervoso  Infecção bacteriana secundária. Abscessos Gram negativos, anaeróbios e cocos gram positivos  Necrose no local. Necrose de extremidades  Choque  Hemorragias  Insuficiência renal aguda Necrose intensa após desbridamento (Marcelo et al) Hemorragia cerebral (Otero et al)
  • 72. Medidas complementares para o acidente crotálico  Hidratação adequada para prevenir o surgimento da I renal aguda  Se necessário induzir diurese osmótica com o uso de manitol  Diuréticos de alça se houver oligúria  Manter a urina com ph acima de 6,5. Uso de bicarbonato se necessário  Monitorizar a função renal  Acompanhar o surgimento de complicações neurológicas e IRA  Raramente há significado clínico com a alteração da coagulação
  • 73. Medidas complementares para os acidentes elapídico e laquético  As medidas complementares para o acidente laquético e suas complicações são as mesmas citadas para o acidente botrópico  No acidente elapídico é fundamental manter o paciente adequadamente ventilado. Oxigênio, máscara e se necessário ventilação mecânica  O paciente deve ser transferido para um centro onde haja possibilidade de ventilação mecânica, se for necessária  O uso de anticolinesterásicos pode minorar a neurotoxicidade do veneno elapídico. As drogas mais citadas tem sido a neostigmina e o cloridrato de edrofônio
  • 74. Profilaxia dos acidentes ofídicos  Botas de cano alto evitam quase 80 % dos acidentes ofídicos  Se não houver botas, perneiras, calças de brim, sapatos, são medidas simples que também diminuem os acidentes  Luvas nas atividades de risco evitam cerca de 15 % dos acidentes  Os ofídios costumam se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos, como tocas abandonadas de outros animais e cupinzeiros  Manter o terreno em volta da casa limpo, sem frestas nas portas  Onde há ratos há cobras. Evitar o acúmulo de lixo. Armazenar alimentos de forma adequada para não atrair roedores e os ofídios  Respeitar o equilíbrio ecológico onde os concorrentes dos ofídios mantém o equilíbrio
  • 75. Equilíbrio ecológico. Os predadores naturais. O carcará na figura (Polyborus plancus)
  • 76. Os predadores naturais dos ofídios Seriema (Cariama cristata)
  • 77. Várias espécies de coruja alimentam-se de serpentes
  • 78. A ema e o gavião se alimentam também de serpentes
  • 79. O gavião atacando uma cobra
  • 80. Os predadores naturais Clelia clelia alimenta-se de serpentes venenosas
  • 81. Profilaxia dos acidentes ofídicos: Observar as localizações das picadas das serpentes Fundamental o uso de botas e luvas nos locais de risco O uso de botas evita entre 70 e 80 % dos acidentes ofídicos no campo
  • 82. Profilaxia dos acidentes ofídicos. Conhecer os hábitos de sobrevivência das serpentes. A camuflagem. Respeitar a natureza  O uso de botas e luvas nas atividades de maior risco, evitam quase 95 % dos acidentes ofídicos Bothrops jararaca no meio da folhagem B. alternatus camuflada no solo e entre vegetais
  • 84. Masculino, 28 anos, natural de MG, residente em Caxias, RJ, onde também fica o supermercado, repositor de mercadorias na loja. Há 2 horas, quando estava arrumando laranjas no supermercado, ao pegar as frutas da caixa sentiu uma ferroada na mão direita, seguindo-se dor no local que rapidamente aumentou de intensidade, espalhando-se pelo braço do mesmo lado. Logo após o acidente verificou que havia na caixa um escorpião de cor amarelada em típica posição de ataque. O animal foi capturado e trazido junto com o paciente. Foi informado que as laranjas vinham do interior de São Paulo. Um pouco assustado, queixando-se o tempo todo da dor; palidez; 108 bat / min; PA: 130 X 80 mm de Hg; no local da picada havia um discreto eritema em volta de um pequena lesão causada pelo ferrão do aracnídeo. Restante do exame sem alterações.
  • 85. Exemplar de Tityus bahiensis
  • 86. Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
  • 87. Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
  • 88. Exemplar de Tityus serrulatus (amarelo)
  • 89. Exemplar de Tityus stigmurus.
  • 90. Outro exemplar de Tityus stigmurus.
  • 91. Importância do tema (MS)  Ocorrem cerca de 35000 casos por ano de escorpionismo no Brasil  O maior número de acidentes (50%) ocorre em São Paulo e Minas  A freqüência tem aumentado na Ba, RG do Norte, Alagoas e Ceará  Em menor intensidade ocorre em quase todo o Brasil  No sudeste são mais comuns nos meses quentes e chuvosos  As espécies mais importantes no Brasil são:  Tityus serrulatus  Tityus bahiensis  Tityus stigmurus
  • 92. Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo Veneno escorpiônico Canais de sódio Despolarização das células excitáveis Terminações nervosas pós ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático e da medula espinhal Liberação maciça de catecolaminas e acetilcolina
  • 93. Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo  A peçonha é uma mistura complexa de proteínas que apresentam  Ação neurotóxica que leva à despolarização das fibras nervosas periféricas, causando dor no local da picada  Ação no sistema nervosos autônomo simpático e parassimpático, com liberação maciça e descontrolada de adrenalina e acetilcolina, levando a um quadro clínico que depende da predominância dos efeitos colinérgicos ou adrenérgicos  Causam miocardiotoxicidade, estimulação adrenérgica, aumento da permeabilidade dos vasos pulmonares, com participação dos mediadores da inflamação e por ação direta do veneno  Ação no pâncreas levando à pancreatite
  • 94. Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e colinérgicos Órgão efetor Estímulo simpático Estímulo parassimpático Olho Midríase Miose Glândulas Sudorese Aumento das secreções lacrimal, pancreática, nasal, salivar e brônquica Coração e arteríolas Taquicardia, taquipnéia, arritmias, vasoconstrição periférica Bradicardia, parada vagal, vasodilatação periférica Pulmão Broncodilatação Broncoconstrição, aumento da secreção
  • 95. Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e colinérgicos Trato digestivo  motilidade e secreção gástricas,  secreção pancreática,  do tônus Pele Pele e piloereção Genitais Priapismo Músculos Tremores e contrações S N central Ansiedade, tremores, estimula a respiração Excitação ou inibição Metabólicos  glicemia,  ácido lático,  consumo de O2,  o potássio  Produção de adrenalina e noradrenalina pela SR
  • 96. Classificação quanto a gravidade. Número de ampolas de soro anti-escorpiônico ou anti-aracnídico Classificação Manifestações clínicas Ampolas Leves Dor e parestesias no local da picada Zero Moderado Dor local intensa, náuseas, vômitos, sudorese, sialorréia,agitação, taquicardia, taquipnéia e hipertensão leve 2 a 3 Grave Todos acima, vômitos profusos e incoercíveis, coma sudorese profusa, sialorréia intensa, prostração, choque, insuficiência cardíaca, convulsões, edema agudo de pulmão, bradicardia, pancreatite... 4 a 6
  • 97. Exames complentares em acidentes escorpiônicos  Eletrocardiograma  Ecocardiograma  Radiografia do tórax  Glicemia  Eletrólitos  CPK e CPK MB  Hemograma  ELISA para T. serrulatus  Outros Inversão de onda T algumas horas após o acidente
  • 98. Tratamento do escorpionismo  Soro anti-escorpiônico ou anti-aracnídico nos graves e moderados  Dose única EV, em função da gravidade.  Dor local e manifestações digestivas costumam responder bem  As manifestações cardiológicas demoram mais a melhorar  As reações alérgicas graves são raras. Mesmos cuidados do SAO O T. serrulatus é mais envolvido nos acidentes mais graves
  • 99. Tratamento do escorpionismo. Medidas complementares  Observação contínua dos sinais vitais dos casos graves e moderados  Vasodilatadores  Prazosin: bloqueador alfa 1 adrenérgico  Nifedipina: bloqueador dos canais de cálcio  Captopril: inibidor da conversão da angiotensina  Outros: nitroprussiato de sódio, fentolamina, clonidina  Atropina e outras drogas parassimpaticolíticas  Anti-convulsivantes. Diazepam ou outros benzodiazepínicos  Anti-eméticos: metoclopramida  Acetaminofen e outros antipiréticos
  • 100. Medidas preventivas contra o escorpionismo  Não andar descalço principalmente durante à noite. Sapatos. Meia bota  Verificar sempre os calçados antes de usá-los  Não guardar dentro de casa roupas velhas, jornais e revistas velhas e outras velharias que não são usadas, esconderijo comum  Guardar o lixo em recipientes fechados para não atrair baratas e outros insetos, alimentos naturais dos escorpiões, inclusive em camping  As casas das áreas infestadas devem ter um degrau de cerâmica de cerca de 20 cm de altura. Manter o terreno limpo em volta da casa e no quintal  Uso de inseticidas nas áreas onde foram avistados escorpiões  As aves silvestres e domésticas, lagartixas, lacraias, sapos e alguns mamíferos são seus inimigos naturais. Preservar o equilíbrio
  • 101.
  • 102.
  • 104.
  • 105.
  • 106. CASO 3 B: Masc, 50 a, nat e res em Curitiba, Paraná, vendedor...Há 4 d, durante a noite, acordou com sensação de prurido localizado na coxa direita. Na manhã seguinte relatou haver no local havia uma lesão avermelhada, dolorosa e que tornou-se vesiculosa no centro, circundada por uma área levemente violácea com pequenas placas claras de permeio. Usou pomada de Hipoglós ®, contudo a lesão aumentou de tamanho; a área vesiculosa tornou- se purpúrica e depois necrótica e a área violácea tornou-se avermelhada e hemorrágica. Procurou médico sendo-lhe prescrito curativo com povidine e pomada de gentamicina, entretanto as lesões necróticas foram gradualmente aumentando. No 7º dia realizou debridamento cirúrgico e foi medicado com amoxicilina + clavulanato. A área de necrose ainda aumentou um pouco na periferia da ulceração; no 10 º dia estabilizou-se, entretanto a lesão só fechou 5 semanas após cirurgia plástica, feita no vigésimo dia. Na noite em que teve o prurido, sua esposa ao arrumar a cama encontrou uma aranha morta no lençol, entretanto varreu para o lixo e não foi examinada. Negou trauma no local. Não soube informar seu estado vacinal contra o tétano e só tomou vacinas na infância.
  • 107. Evolução da lesão pela Loxosceles (Sams, 2001)
  • 108. Exemplar de Loxosceles (aranha marrom)
  • 109. Distribuição característica dos olhos gênero Loxosceles
  • 110. 3 pares de olhos : 1 par anterior e 2 pares laterais
  • 111. 3 pares de olhos característicos da Loxosceles spp
  • 112. Loxosceles reclusa: notar distribuição dos olhos e a forma de um violino no cefalotórax
  • 113. Sinal da pele com “placa marmórea” (Sams 2001)
  • 114. Acidentes com a aranha marrom (Loxosceles)
  • 115. Evolução do acidente por Loxosceles: 3, 4, 5 e 6 dias após a picada do aracnídeo
  • 116. Evolução do caso anterior no nono dia (Paraná)
  • 118. Acidentes com a aranha marrom (Loxosceles)
  • 119. Acidente por aranha marrom (Loxocelles spp)
  • 120. Lesão com 7 dias (Sams, 2001)
  • 121.
  • 123. Aranha de jardim ou tarântula (Lycosa)
  • 127. Exemplar de Latrodectus (viúva negra)
  • 128. Lagartixa ingerindo uma aranha Lycosa sp
  • 130. Masculino, 28 anos, natural de MG, residente em Caxias, RJ, onde também fica o supermercado, repositor de mercadorias na loja. Há 2 horas, quando estava arrumando laranjas no supermercado, ao pegar as frutas da caixa sentiu uma ferroada na mão direita, seguindo-se dor no local que rapidamente aumentou de intensidade, espalhando-se pelo braço do mesmo lado. Logo após o acidente verificou que havia na caixa um escorpião de cor amarelada em típica posição de ataque. O animal foi capturado e trazido junto com o paciente. Foi informado que as laranjas vinham do interior de São Paulo. Um pouco assustado, queixando-se o tempo todo da dor; palidez; 108 bat / min; PA: 130 X 80 mm de Hg; no local da picada havia um discreto eritema em volta de um pequena lesão causada pelo ferrão do aracnídeo. Restante do exame sem alterações.
  • 131. Exemplar de Tityus bahiensis
  • 132. Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
  • 133. Exemplar de Tityus bahiensis (escorpião marrom)
  • 134. Exemplar de Tityus serrulatus (amarelo)
  • 135. Exemplar de Tityus stigmurus.
  • 136. Outro exemplar de Tityus stigmurus.
  • 137. Importância do tema (MS)  Ocorrem cerca de 35000 casos por ano de escorpionismo no Brasil  O maior número de acidentes (50%) ocorre em São Paulo e Minas  A freqüência tem aumentado na Ba, RG do Norte, Alagoas e Ceará  Em menor intensidade ocorre em quase todo o Brasil  No sudeste são mais comuns nos meses quentes e chuvosos  As espécies mais importantes no Brasil são:  Tityus serrulatus  Tityus bahiensis  Tityus stigmurus
  • 138. Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo  A peçonha é uma mistura complexa de proteínas que apresentam  Ação neurotóxica que leva à despolarização das fibras nervosas periféricas, causando dor no local da picada  Ação no sistema nervosos autônomo simpático e parassimpático, com liberação maciça e descontrolada de adrenalina e acetilcolina, levando a um quadro clínico que depende da predominância dos efeitos colinérgicos ou adrenérgicos  Causam miocardiotoxicidade, estimulação adrenérgica, aumento da permeabilidade dos vasos pulmonares, com participação dos mediadores da inflamação e por ação direta do veneno  Ação no pâncreas levando à pancreatite
  • 139. Patogenia do escorpionismoPatogenia do escorpionismo Veneno escorpiônico Canais de sódio Despolarização das células excitáveis Terminações nervosas pós ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático e da medula espinhal Liberação maciça de catecolaminas e acetilcolina
  • 140. Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e colinérgicos Órgão efetor Estímulo simpático Estímulo parassimpático Olho Midríase Miose Glândulas Sudorese Aumento das secreções lacrimal, pancreática, nasal, salivar e brônquica Coração e arteríolas Taquicardia, taquipnéia, arritmias, vasoconstrição periférica Bradicardia, parada vagal, vasodilatação periférica Pulmão Broncodilatação Broncoconstrição, aumento da secreção
  • 141. Respostas dos órgãos efetores aos estímulos adrenérgicos e colinérgicos Trato digestivo  motilidade e secreção gástricas,  secreção pancreática,  do tônus Pele Pele e piloereção Genitais Priapismo Músculos Tremores e contrações S N central Ansiedade, tremores, estimula a respiração Excitação ou inibição Metabólicos  glicemia,  ácido lático,  consumo de O2,  o potássio  Produção de adrenalina e noradrenalina pela SR
  • 142. Classificação quanto a gravidade. Número de ampolas de soro anti-escorpiônico ou anti-aracnídico Classificação Manifestações clínicas Ampolas Leves Dor e parestesias no local da picada Zero Moderado Dor local intensa, náuseas, vômitos, sudorese, sialorréia,agitação, taquicardia, taquipnéia e hipertensão leve 2 a 3 Grave Todos acima, vômitos profusos e incoercíveis, coma sudorese profusa, sialorréia intensa, prostração, choque, insuficiência cardíaca, convulsões, edema agudo de pulmão, bradicardia, pancreatite... 4 a 6
  • 143. Exames complentares em acidentes escorpiônicos  Eletrocardiograma  Ecocardiograma  Radiografia do tórax  Glicemia  Eletrólitos  CPK e CPK MB  Hemograma  ELISA para T. serrulatus  Outros Inversão de onda T algumas horas após o acidente
  • 144. Tratamento do escorpionismo  Soro anti-escorpiônico ou anti-aracnídico nos graves e moderados  Dose única EV, em função da gravidade.  Dor local e manifestações digestivas costumam responder bem  As manifestações cardiológicas demoram mais a melhorar  As reações alérgicas graves são raras. Mesmos cuidados do SAO O T. serrulatus é mais envolvido nos acidentes mais graves
  • 145. Tratamento do escorpionismo. Medidas complementares  Observação contínua dos sinais vitais dos casos graves e moderados  Vasodilatadores  Prazosin: bloqueador alfa 1 adrenérgico  Nifedipina: bloqueador dos canais de cálcio  Captopril: inibidor da conversão da angiotensina  Outros: nitroprussiato de sódio, fentolamina, clonidina  Atropina e outras drogas parassimpaticolíticas  Anti-convulsivantes. Diazepam ou outros benzodiazepínicos  Anti-eméticos: metoclopramida  Acetaminofen e outros antipiréticos
  • 146. Medidas preventivas contra o escorpionismo  Não andar descalço principalmente durante à noite. Sapatos. Meia bota  Verificar sempre os calçados antes de usá-los  Não guardar dentro de casa roupas velhas, jornais e revistas velhas e outras velharias que não são usadas, esconderijo comum  Guardar o lixo em recipientes fechados para não atrair baratas e outros insetos, alimentos naturais dos escorpiões, inclusive em camping  As casas das áreas infestadas devem ter um degrau de cerâmica de cerca de 20 cm de altura. Manter o terreno limpo em volta da casa e no quintal  Uso de inseticidas nas áreas onde foram avistados escorpiões  As aves silvestres e domésticas, lagartixas, lacraias, sapos e alguns mamíferos são seus inimigos naturais. Preservar o equilíbrio
  • 147.
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