O documento discute epilepsia e crises epilépticas, incluindo: 1) As crises podem ser focais ou generalizadas, dependendo da região cerebral afetada; 2) Uma crise isolada não significa epilepsia, que requer crises recorrentes; 3) Professores podem ajudar observando sintomas como sonolência ou baixo desempenho que podem indicar epilepsia.
1. Epilepsia na escola:
Ensinando os Professores
Dra. Laura M. F. Ferreira Guilhoto
Neurologista Infantil
Presidente da Associação Brasileira de Epilepsia
Apoio International Bureau for Epilepsy
Cia. de Seguros Aliança do Brasil
2. Grécia (400 a.C.)
“Doença Sagrada”
• “...Em relação à doença
sagrada: ela parece não ser
mais divina ou sagrada do que
as outras doenças, mas ter
uma causa natural...
3. • Ela se origina como outras
afecções... Os homens
consideram sua natureza e
causa como divinas, pela sua
ignorância...
4. • E sua noção de divindade é
mantida pela sua inabilidade
de compreendê-la, e da
simplicidade do modo pelo qual
é curada,...”
Sua causa é o cérebro...
12. Sistema nervoso
Sistema nervoso Sistema nervoso
periférico central
Divisão Divisão
eferente aferente
Sistema Sistema
Autônomo- Somático-
involuntário voluntário
Simpático Parassimpático
18. Sinapse Elétrica
Sinapse: local por onde são transmitidos os sinais elétricos
de uma célula a outra.
O terminal axonal - pré-sináptico, Neurônio-alvo - pós-
sináptico.
39. Qualquer pessoa pode ter
uma crise epiléptica
devido a:
• Deficiência de oxigênio.
• Traumatismo craniano.
• Hipoglicemia(glicose
diminuída no sangue).
40. • Intoxicações.
• Uso excessivo de álcool.
• Abuso da cocaína.
• Abstinência alcoólica.
41. As crianças (6 meses a 6 anos)
são mais vulneráveis às crises
desencadeadas por febre,
denominadas “crises febris", que
não significam epilepsia.
42. Todos que têm convulsão
têm epilepsia?!!!
• Diabetes, queda da glicose no
sangue, uso de drogas,
intoxicações etc.
• Vigência de febre.
43. “ Nem toda convulsão é
causada por epilepsia.
Nem toda epilepsia tem
convulsão.”
44. O que é epilepsia?
• Epilepsia, uma palavra que
significa invadir, surpreender, é
uma anormalidade elétrica
persistente do cérebro capaz
de gerar descargas elétricas
espontâneas e...
45. ...abruptas que resultam em
crises epilépticas. A
anormalidade elétrica que
caracteriza a epilepsia se
apresenta tanto durante como
entre as crises epilépticas,...
46. ...podendo ser registrada a
qualquer momento pelo
eletroencefalograma (EEG),
desde que ocorra em uma área
suficientemente grande.
47. Quais são os principais
tipos de crises
epilépticas?
• Há três tipos de crises
epilépticas:
49. Crises Parciais ou Focais
• Manifestação clínica envolve
uma porção de um hemisfério
cerebral.
50. Crises generalizadas
Sem evidência de início
localizado, descargas
eletrográficas são desde o início
bilaterais, a consciência pode
estar comprometida.
51. Crises Parciais Simples
• São sintomas resultantes de
descargas limitadas a uma área
muito restrita do cérebro e
que, por isso, não causam
perda de consciência. Ex.:
52. • distorção dos sentidos da
visão, do olfato, do gosto, da
audição;
• experiências relacionadas à
memória como a sensação de
“já visto” (déjà vu) e “nunca
visto” (jamais vu);
53. • sensação desagradável no
estômago que ascende até a
garganta;
• formigamentos, arrepios
• manifestações motoras
(movimentos localizados).
54. O que são auras?
• As crises epilépticas, em seu
grau de expressão mínimo,
podem ser muito breves
(“ameaços”), sendo
caracterizadas por alterações
dos órgãos dos sentidos
como...
61. Crises Parciais Simples
• Quando as descargas envolvem
áreas do cérebro responsáveis
pelo movimento, haverá
manifestações motoras.
62. Crises Parciais Simples
Crise tônica assimétrica, uma crise
parcial, sem perda de consciência, a
qual, pelo fato de ser global, provoca
queda e significativo risco de
ferimentos.
63. Crises Parciais Simples
O que fazer?
• Se o indivíduo mostra-se
confuso ou amedrontado,
conforte-o e acalme-o.
65. Crises parciais
secundariamente
generalizadas
Descargas iniciadas em uma
parte do cérebro (ex. lobo
occipital) podem se propagar
rapidamente, levar à perda de
consciência e...
68. Recordando
1)Crises Parciais Simples:
preservação da consciência
(sensações de formigamento,
abdominais, percepção de
gostos e cheiros esquisitos,
fenômenos auditivos ou
visuais designados por auras).
69. 2) Crises Parciais Complexas:
comprometimento de
consciência (confusão e
podem ocorrer gestos
automáticos, como de
mastigação ou mesmo
desempenhar tarefas
automaticamente).
73. As Crises Generalizadas:
• Não apresentam evidências de
início localizado.
• Manifestações clínicas indicam
envolvimento de ambos os
hemisférios cerebrais.
81. Nem sempre. Uma crise
epiléptica não é
Sinônimo de epilepsia.
A epilepsia envolve
Crises que se repetem
espontaneamente
ao longo da vida.
82. O termo epilepsia
apenas se aplica quando as
crises tendem a se repetir,
ESPONTANEAMENTE,
ao longo do tempo.
83. A Liga Internacional Contra a
Epilepsia (ILAE), em 2005,
definiu epilepsia como um
distúrbio cerebral duradouro
causado por predisposição a
gerar crises epilépticas e
pelas consequências...
96. • Manter a calma.
• Deixar o indivíduo deitado
de lado com a cabeça
elevada em local plano.
97. • Proteger a cabeça da pessoa.
• Não se deve puxar a língua
da pessoa durante a crise.
• Não dar nada para a
pessoa beber ou comer.
98. • A crise cede após alguns
minutos e é seguida
por confusão.
• Se ocorrerem várias crises,
levar a pessoa ao hospital.
99. • Aproveitar a oportunidade
para dar uma explicação
simples do ocorrido e do
que fazer para ajudar,
caso aconteça uma nova crise.
100. • Salientar que as crises não
doem e nem são contagiosas.
• A discussão e a prática de
primeiros socorros com a
classe podem ajudar a
desenvolver uma atitude
de aceitação.
101. • É importante que o aluno
com epilepsia seja incluído
nessa discussão.
103. O diagnóstico é clínico!
Por isso, é muito
importante a descrição
detalhada das crises.
Um dos exames mais
comuns é o EEG.
104. O eletrencefalograma
(EEG) mede a atividade elétrica
do cérebro e pode ser útil
para detectar alterações dessa
atividade e auxiliar
no diagnóstico.
105. • Por outro lado, uma pessoa
com epilepsia pode ter
EEG normal.
• EEG "anormal”, sem que
ocorram crises, não faz o
diagnóstico de epilepsia!!
109. Pode ser desencadeada
por ingestão de álcool, privação
de sono, cansaço físico,
suspensão abrupta da
medicação antiepiléptica,
Emoções.
110. Ter epilepsia é estar sujeito
à insegurança pelo fato de
não se saber quando e onde
as crises irão ocorrer.
111. Como deve ser a
consulta médica
• É essencial que nas consultas
médicas as crises sejam
descritas:
– pelo paciente, que relatará
os sintomas inaugurais, ou
seja, as auras;
112. –e por uma testemunha, que
descreverá os sintomas após
a perda de consciência e a
recuperação.
113. Como é feito o
diagnóstico da epilepsia?
• Exames físico e neurológico
assim como avaliação
das funções cerebrais
e da memória.
114. • Eletrencefalograma, que
pode apresentar alterações
tanto no período entre
as crises como durante
as mesmas.
115. • Tomografia do crânio ou
ressonância magnética
do encéfalo, exames que
revelam alterações na
estrutura cerebral.
116. • Exames bioquímicos que
buscam a identificação
de alterações que possam
estar causando crises
epilépticas.
117. Epilepsia
Epidemiologia
• Dificuldades: condição
heterogênea, casos mais leves
não diagnosticados,
preconceito.
118. • Incidência:
A cada 100 brasileiros
2 têm epilepsia.
119. Epilepsia - Evolução
• 70-80% dos pacientes
livres de crises.
25%
75% C o n t r o le
R e c id iv a
121. • 20-30% evolução para
formas refratárias.
25%
75% C o n t r o le
R e c id iv a
122. – 5% dependentes nas
atividades diárias.
– Mau prognóstico: formas
sintomáticas, mais de um
tipo de crise, distúrbios
neuropsiquiátricos.
(Sander, 1999)
124. Na realidade há uma
série de medicamentos para
a epilepsia e as pessoas com
epilepsia devem tomar a
medicação diariamente,
conforme a prescrição
médica.
125. Muitas vezes, quando as
pessoas estão livres de
crises durante alguns anos,
o médico começa a retirar
lentamente a medicação.
126. Deve-se levar em conta
que os medicamentos
podem ter efeitos colaterais,
sendo os mais frequentes:
sonolência,
tonturas e náuseas.
127. E quando o tratamento
com remédios não
dá resultado?
128. .
É possível, em alguns casos,
recorrer à "cirurgia da
epilepsia". Para isso, o tecido
cerebral, que produz a atividade
elétrica anormal provocando
as crises, deve ser...
129. ...removido sem alterar as
funções cerebrais do indivíduo.
A cirurgia pode ser indicada em
crianças e adultos,
mas não serve para todas
as pessoas com epilepsia.
131. As pessoas com epilepsia
podem praticar esportes?
Podem e Devem!
Infelizmente, por medo, muitos
pais e professores limitam
desnecessariamente as
atividades esportivas das
pessoas com epilepsia.
132. Muitos atletas famosos
têm epilepsia.
É lógico que o BOM SENSO
deve prevalecer na escolha
das atividades esportivas.
134. Os professores devem
cuidar para que o aluno com
epilepsia se sinta igual aos
outros, que tenha os mesmos
direitos e respeite as mesmas
regras escolares.
135. • As dificuldades de
aprendizagem, caso ocorram,
podem ter 3 motivos:
– a epilepsia acompanhada
de alguma disfunção cerebral;
136. – crises frequentes e
prolongadas interferindo no
processo de aprendizagem;
– os medicamentos podem
causar fadiga, sonolência
e diminuição da atenção.
137. As pessoas com epilepsia
comumente vivenciam
processos de:
• isolamento social;
• dificuldade de aceitar
o seu diagnóstico;
138. • limitações que as
crises acarretam;
• preconceito estigma;
• restrições ou superproteção de
familiares.
151. Missão
• Promover o conhecimento
sobre epilepsia.
• Disseminar conhecimento
para melhorar as condições
sociais e médicas das pessoas
com epilepsia.
152. • Divulgar informação ao
público para diminuir o
estigma e preconceito
contra epilepsia.
• Formar grupos de apoio
para permitir inclusão
profissional a pessoas
com epilepsia.
153. • Lutar pelo suprimento regular
de medicação antiepiléptica
em centros de atendimento
primário e hospitais públicos.
156. Agradecimentos especiais a
Todos os colaboradores da ABE
UNIFESP
International Bureau for Epilepsy
Cia. de Seguros Aliança do Brasil
Secretaria Estadual da Educação
do Estado de São Paulo