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Shams-ud-din Mohamed
1317/20 d.C – 1389 d.C
Gazal em louvor de HAFIZ
© Manuel Bandeira
Escuta o gazal que fiz, darling,
em louvor de HAFIZ:
- Poeta de Chiraz, teu verso
tuas mágoas e as minhas diz.
Pois no mistério do mundo
também me sinto infeliz.
Falaste: "Amarei constante
aquela que não me quis".
E as filhas de Samarcanda,
cameleiros e sufis
Ainda repetem os cantos
em que choras e sorris.
As bem-amadas ingratas são pó;
tu vives, HAFIZ!
CENÁRIO
Império Mongol
1123 d.C - Morre OMAR KAYAMI, aos 85 anos.
1204 d.C - Constantinopla foi saqueada pelos Cristãos da Quarta Cruzada
(Venezianos) levando para Itália textos Bizantinos sobre a Grécia antiga,
mais tarde copiados durante o renascimento.
1218 d.C - Temudjin, conhecido como Gengis khan ou soberano universal,
no idioma mongol, liderava 2 milhões de pessoas, cerca de 25% da
população mundial e com a mais eficiente máquina de guerra montada até
aquela data, composta de 300.000 guerreiros. Seu domínio na fronteira com
o Sultanato Turco de Kharesm, ao norte da Pérsia, é local de choques de
interesses entre mongóis e turcos, culminando com o massacre de
comerciantes mongóis.Gengis khan envia um embaixador acompanhado por
dois soldados a Samarkanda, capital do sultanato turco de Kharezm, mas o
embaixador é executado a mando do Xá Aladim Mohamed II que envia os
dois soldados de volta com as barbas raspadas numa expressão máxima de
humilhação naquela cultura. Em resposta, o imperador mongol inicia os
preparativos para uma longa marcha pelos desfiladeiros do Himalaia,
abrindo estradas para conduzir suas máquinas de guerra e ataca a região
Trans oxiana (região do rio Oxo, o atual Amu-Daria, que desemboca no Mar
de Aral).
1256 d.C - A dinastia dos Ilkhanidas (1256-1336) descendente de Gengis
Khan reinam na Pérsia e Iraque. A Pérsia era uma província denominada
Ilkhanado, ou seja, Kanado submisso, neste caso ao Grande Khan.
Nesta época havia uma disputa entre os Kans da Pérsia, Mongólia e
China pelo poder central, que foi vencida por Kublai em 1260. Obcecado
pela civilização Chinesa, tão logo se tornou Kahn dos Kahns, mudou a
capital do Império de Caracórum (na Mongólia) para Pequim, onde
estudara. Caracórum era uma espécie de grande quartel general
quando Pequim já era a capital cultural do Império, mas com sua
transformação de Pequin em capital política, o Império Mongol assumia
uma postura totalmente voltada para os assuntos da China e as regiões
mais distantes, como a Pérsia e a Rússia tornavam-se Kanados
independentes. Dinastias efêmeras na Pérsia se prolongaram até a
invasão turca dos Seljucidas ( eram um tribo de nômades conduzidos
por Seljuque, que se instalaram perto de Bucara (agora no Uzbequistão)
no final dos anos 900.
1274 d.C - Morre Djelal-ud-Din-Mohamed-RUMI.
1280 d.C - Morreu Farid-ud-din-ATHAR (*+-1226, Khorassan-+1280) durante
invasão de Mongóis.
Barreiras Naturais
1283 d.C - Marco, Niccolo e Matteo Polo tomaram o rumo de Veneza, após
24 anos de ausência, via Pérsia, Armênia (Cilícia) e Constantinopla,
chegando em Veneza em 1295. A Iniciativa ocorre depois do retorno da
Cochinchina (Indochina / Vietnã) vendo que o império de Kublai Khan
declinava, aproveitaram a condução oferecida por uma expedição que
seguia para a Pérsia. A viagem de volta inicia com 14 barcos e 2600
pessoas, das quais 600 morrem antes de chegar a Pérsia, uma princesa
Tártara com destino à Pérsia, é escoltada à pedido de Kublai Khan.
1291 d.C - Morre o poeta persa SAADI, aos 107 anos.
1295 d.C - Os Khans (Emires) da Pérsia inclinaram-se ao cristianismo
Nestoriano e mais tarde adotam o islamismo.
1300 d.C - Ghazan Khan (1294-1304) imperador mongol da Pérsia, toma
Sultanato de Iconiun (Koniah) e submete Cáucaso.
1304 d.C - Nasce Francisco PETRARCA.
1317/20 d.C - Nasce SHANS-UD-DIN MOHAMED (HAFIZ) maior poeta lírico
da Pérsia.
Mongóis
1336 d.C - Timur-i-Lenk, ou "Timur, o Coxo" (Tamerlão), caudilho mongol,
conquistou o Turquestão, Pérsia e Ásia Menor. Seu império abarcou
desde a muralha da China até Moscou e a Índia. Nascido no Kanado
Chagatai, um dos 4 reinos derivados do império formado pelo
conquistador Gengis Kanh, morto em 1227 que em vida dividiu seu
império como herança a seus 4 filhos.
Ogodei ficou com o norte da China, Chagatai com a Ásia Central, Tolui com
a Mongólia e o primogênito Jochi (Djoudji)|) com o Cazaquistão e a
Sibéria Ocidental. Porém poucos meses antes de seu pai Jochi também
faleceu. Seus domínios foram divididos entre seus filhos Orda e Batu
(fundador do Kanado da Horda Dourada, também conhecido como
Horda de Ouro ou Zolotaya Orda, em russo.
. O reino de Chagatai abrangia a Trans oxiana e parte do Turquestão, e
tinha como principais cidades Samarkanda e Bucara. O reino de
Chagatai viu seu apogeu sob a liderança de Tamerlão, quando expandiu
seu território das fronteiras da Anatólia (Turquia) e da Síria a leste e Déli
a oeste, do Turquestão e do sul da Rússia ao norte e a Pérsia ao sul.
1340/44 d.C - Nasce GEOFFREY CHAUCER
1387 d.C - Timur-i-Lenk (Tamerlão) conquista reino dos Mozafferides com
Ispahan e Shiraz.
1405 d.C - Morre Tamerlão e seu império foi dividido entre 4 filhos e netos,
que fundaram dinastias na Pérsia, Trans oxiana (em torno das cidades
de Samarkanda e Bukara) e Afeganistão ocorrendo a dissolução do
império mongol Pérsa.
Shiraz e Yazd
ShirazShiraz
YazdYazd
HAFIZ
HAFIZ nasceu na região centro sul da Pérsia (Iran), na cidade de Isfahan,
próximo a Yazd, entre 1317 e 1320 (ou 712-727 a.h), de família simples,
quando criança foi conhecido como Shams-ud-din Mohamed. Em 1326
seu pai Baha-ud-Din, que era comerciante de carvão, mudou-se com a
família para a cidade de Shiraz, capital da província de Fars, mas
quando HAFIZ era ainda uma criança quando seu pai faleceu deixando
esposa e três filhos, o mais novo era HAFIZ.
HAFIZ viveu em um momento político conturbado, embora a cidade de
Shiraz tenha escapado dos piores resultados das invasões Mongóis e
Tártaras.
Com a morte do pai, um comerciante de carvão, a família herdou muitas
dívidas, HAFIZ, sua mãe os irmãos foram viver com seu tio, chamado
também Saadi, dono de uma padaria. HAFIZ saía da escola para
trabalhar em uma loja e depois na padaria do tio.
Shiraz e Yazd
ShirazShiraz
YazdYazd
HAFIZ teve uma boa educação, sendo fluente em árabe e persa,
memorizou o Corão escutando recitações do seu pai, ainda
pequeno, que o levou a receber o título de “HAFIZ” (preservador,
Guardião, ou ainda, quem memorizou o Corão na totalidade).
Recebeu o título de Khajeh (Mestre) Shams-ud-din Mohamed HAFIZ
Shirazi, outras variações da soletração são: Al-Din Muhammad
Hafez Shirazi dos Shams de Khwajeh, ou Ud-Din Mohamed HAFIZ
Shirazi dos Shams de Khwaje.
HAFIZ provou ter um talento prodigioso para a literatura e foi
introduzido também aos outros grandes poetas Sufis tais como
Rumi , Farid - o Ud-Din Attar e Saadi, esse ultimo considerado um
herói de que memorizou também muitos dos trabalhos .
Os Sufis cantaram seus temas em refinadas poesias; adoravam a Deus
e invocavam Suas bênçãos e Sua ajuda com a mais comovedora
prosa rimada. Entre os poetas, o primeiro lugar pertence a Ibn al
Farid (632/1235). Depois vêm Saadi, HAFIZ e Jalal Al Din Al Rumi,
cujo Masnawi é também uma enciclopédia de conhecimentos
religiosos e éticos. HAFIZ foi contemporâneo de personagens
notáveis do século XIV, tal como CHAUCER e PETRARCA. Ralph
Waldo Emerson (1803-1882) observou que "HAFIZ é um poeta para
poetas.
Tabriz
Os grandes poetas-místicos como RUMI, KABIR, GOETHE, RILKE e
WHITMAN “aceitam” ou “afirmam” o mundo, em sua beleza
sobrenatural, apesar do lastro de horror e estranheza que traz
eventualmente consigo a condição humana, assim como HAFIZ.
Seus poemas celebram os prazeres do vinho, a casa e o amor na corte
de Shiraz. Em um plano mais profundo, segundo alguns
especialistas, reflete também sua absoluta devoção, como sufi, a
união com a divindade. Assim mesmo satiriza a hipocrisia dos
líderes religiosos muçulmanos.
Com uma mente brilhante, contudo teve que trabalhar primeiramente
como copista sendo alguns de seus trabalhos ainda preservados, e
foi aprendiz de padeiro antes de ser protegido pela corte. Mais
tarde foi professor e escritor de teologia islâmica na faculdade de
Shiraz.
Seu primeiro poema foi a finalização de um poema começado por seu o
tio e o primeiro testemunho da obra literária de HAFIZ é o prefácio
da primeira coleção de seus poemas. Escrita por um amigo
chamado Muhammad Gulandam, foi o primeiro à coletar todo o
trabalho de HAFIZ. Gulandam elogia o gênio de HAFIZ, a sua
importância, lista suas preocupações, seu estudo diligente do
Corão e o comparecimento constante diante do rei vivenciando
várias situações que permitiram coletar e editar sua poesia.
Príncipe ouvindo música Miniatura do Divan de HAFIZ. Guache e ouro
sobre papel Pérsia, Tabriz, c. 1625
Mohamed Gulandam escreveu um prefácio em 813 ªh, ou seja, 1410
d.C, cerca de 21-22 anos após a morte de HAFIZ e explica que,
apesar dos pedidos repetidos de HAFIZ para não escrever, alegando
a falta da apreciação da parte de seus contemporâneos e as
perseguições que sofreria, coleta todos seus poemas em um
volume. Como todos os poetas persas da idade média, HAFIZ era
um poeta da corte e dependente da boa vontade de seu patrão, Abu
Ishak.
A dinastia Abássida, fundada por Abbas, tio de Maomé foi a terceira
dinastia muçulmana do Oriente, a mais famosa e a mais duradoura
do Islam, era Sunita e perseguia todos aqueles que não seguissem
exatamente a Sunna do Profeta, ou seja, todos os não Sunitas,
seriam perseguidos implacavelmente, tanto por meio de armas,
quanto através da propaganda do Estado, mas foi sob esta dinastia
que foram produzidos os principais legados do mundo Árabe: obras
literárias, como "As mil e uma noites"; Mesquitas gigantescas,
túmulos igualmente majestosos; a tradução das antigas obras
Gregas (Platão, Aristóteles, Sófocles, Aristófanes, Tales,
Arquimedes, Pitágoras, Homero...) que estavam perdidas na
memória Européia, resgatadas pelos Árabes através da memória
Persa, mantida devido à helenização da Ásia proporcionada por
Alexandre, o Grande; Como Xiita, HAFIZ precisou ter cuidado com o
que escrevia e esta foi a fase "de Romantismo espiritual" em sua
poesia.
HAFIZ
Aos 30 anos HAFIZ teve reconhecido seus talentos poéticos, e foi
convidado para a corte “Sunita” de Indju, Vizier de Shiraz sob a
dinastia Muzaffarid, hostil aos Xiitas, mas isso não impediu que
terminasse suas composições mais maduras. Embora durante estes
anos sua fama se espalhasse através do mundo islâmico, declinou
de todos os convites de outras cortes. Nomeado poeta da corte,
teve durante certo período a proteção de vários governantes de
Shiraz, que criaram uma cátedra de exegese islâmica na faculdade
de Shiraz.
Aos 33 anos, Mubariz Muzaffar capturou a cidade de Shiraz, e entre
suas várias ações, retirou HAFIZ de sua posição do professor de
estudos do Corão na faculdade. Neste tempo escreveu poemas do
protesto.
Quando Shah Shudja depôs seu pai e governou Shiraz (1358-1384),
HAFIZ beneficiou-se com o “favor esporádico” ao ser empossado
como professor na faculdade e começa sua fase do espiritualidade
sutil na poesia.
Aos 40 anos caiu em desgraça diante da corte (1368) e ficou
praticamente o resto da sua vida fora dos círculos do poder.
Miniatura do Divan de HAFIZ. Guache e ouro sobre papel, Tabriz, c. 1625
Aos 48 anos fugiu de Shiraz para sua segurança, e entrou em exílio
auto-imposto em Isfahan onde escreve poemas para Shakh-e Nabat,
e para seu mestre espiritual chamado Attar. Seu mestre era pouco
conhecido em Shiraz, não confundir com Farid-Ud-din Attar de
Neishabour - que o precedeu por dois séculos.
Aos 52 anos é convidado por Shah Shuja para retornar à corte de
Shiraz e termina seu auto-exílio, sendo restabelecido seu cargo de
professor na faculdade de Shiraz.
Havia outra força religiosa subjacente a poesia de HAFIZ, o Sufismo.
Um movimento místico que cresceu no Islam enquanto a civilização
estava entrando em decadência. No século X torna-se um sistema
elaborado e simbólico, com a permissão poética para aqueles
tempos conturbados. O simbolismo dos Sufis teve os momentos
mais brilhantes na história do Islam e na literatura mesmo
permanecendo espiritualizada e refinada atraia as pessoas.
Divan de HAFIZ, edição inglesa.
A tendência do Sufismo é panteísta. Cada alma humana é uma partícula
do absoluto divino, e o místico visa uma união completa com o
divino. Esta união é alcançada no conhecimento que o ser humano
é, ele mesmo, a realidade final, objetivo mais elevado alcançável
somente se abandonado as restrições e normas da religião.
As fontes do Sufismo no islam eram exteriores incluindo o
Zoroastrismo, Magia, Cristianismo Nestoriano, Neoplatonismo
grego, e Budismo indiano. Quando os árabes conquistaram Pérsia
no século VII, encontraram uma civilização muito mais velha e mais
complexa do que a sua. Muitos de seus elementos sobreviveram
nas seitas do islam e outros movimentos mais esotéricos como o
Sufismo, a maioria exerceu alguma influência em HAFIZ.
Como outros poetas Sufis , HAFIZ tece temas da ambigüidade em seus
poemas.
Sua obra ficou caracterizada pelo amor à natureza e as imagens
seculares como os prazeres do vinho e do amor, as imagens
incomuns e as exatas descrições da vida cotidiana da época. A obra
intitulada Diwan, abrange mais de 500 poemas líricos curtos,
chamados gazéis na tradição poética islâmica. Revitalizou o Gazél e
aperfeiçoado-o como uma forma de poesia.
Manuscrito de HAFIZ
A tradição, baseada provavelmente nas referências dos gazéis sugerem que
HAFIZ casou e teve filho. A possibilidade de seu casamento é baseada
também nas sugestões encontradas em gazéis individuais. Um gazél
parece referir-se à morte da esposa, outra à morte de um filho. HAFIZ,
“intérprete dos mistérios” ou “a língua do oculto”, não deixou muitos
registros históricos, mas existem muitas lendas sobre HAFIZ, a mais
famosa é como segue.
Quando tinha vinte um anos, e trabalhava como um padeiro, HAFIZ
entregava o pão em um bairro próspero de Shiraz. Em 1341, ao fazer
suas entregas, viu uma mulher bonita e, naturalmente, teve um amor
impossível.
Tornou-se assim, aos 21 anos, encantado com esta mulher chamada
Shakh-e Nabat e não podia pensar em nada mais. Não era fisicamente
atrativo, nem como os jovens dos bairros ricos, tinha pouca
possibilidade de sucesso na corte à amada. Então HAFIZ começou a
escrever poemas sobre a amada, e os poemas circularam tornando-se
populares em Shiraz. Ainda assim o amor não correspondido continuava
tão impossível como antes, mesmo ela sabendo de sua poesia.
HAFIZ
Incapaz de viver sem seu amor, HAFIZ resolveu empreender um vigília de
40 noites no túmulo do baba Kuhi ' . Babu Kuhi era um poeta famoso
que prometera cumprir 3 desejos de qualquer um que permanecesse
acordado por 40 noites em seu túmulo.
Na primeira noite HAFIZ teve uma visão do anjo Gabriel. Encantou-se com
sua beleza e resolveu procurar o Deus, que pela natureza, seria
infinitamente mais bonito do que todas as formas humanas. Gabriel
revelou-lhe então onde poderia encontrar um mestre espiritual que
pudesse lhe conduzir para este Deus. Este mestre era Mohamed Attar,
que vivia em Shiraz, então procurou Attar e transformou-se seu
discípulo.
Desta ocasião em diante HAFIZ produziu centenas de poemas que
expressaram a procura da união com o divino. Sua poesia tornou-o
famoso e ganhou o respeito e o amor de muitos habitantes de Shiraz.
Entretanto, sua poesia não agradou os governantes muçulmanos
ortodoxos. Por causa disto HAFIZ teve que sair duas vezes às pressas
de Shiraz, e em algumas ocasiões, permaneceu vivo somente por causa
de sua sagacidade afiada.
Caligrafia de Massoud Karimaei
HAFIZ escreveu aproximadamente 5.000 poemas, embora haja alguma
disputa sobre a autenticidade de alguns poemas entretanto, cerca de
600 poemas são atribuídos a HAFIZ, a maioria deles místicos e líricos.
Escreveu cerca de 500 gazais, 42 Rubaiyees, escritos num período de 50
anos. HAFIZ compunha somente quando inspirado pela divindade e
calcula-se ter escrito uma média de 10 Gazais/ano. Seu foco era
escrever uma poesia digna do amor. O Gazél tem origem oriental, tendo
sido consagrado, no século XV, por HAFIZ. Consta que Goethe o tenha
introduzido na Europa. Seus temas são, normalmente eróticos ou
místicos. Basicamente, é composto de 14 ou 15 versos, ligados por
rimas. Os dois primeiros versos rimam, e essa rima dita as demais rimas
dos versos pares seguintes
Em 1819, quando Goethe namora Mariana Von Willemer, jovem de 18 anos,
mulher de seu amigo Von Willemer, escreveu West-östlicher Divan
("Divã do Leste e Oeste"-1819) obra impregnada de formas e imagens
orientais, inspirada na versão dos poemas persas de HAFIZ, traduzidos
pelo Barão Joseph von Hammer-Purgstall (1774-1856), um renomado
orientalista e diplomata austríaco.
Passargada ou "os acampamentos de Persepolis"
situado à 134 quilômetros de Shiraz.
Gertrude L. Bell traduziu poemas do Divan de HAFIZ (1897, reeditado em 1928),
A. J. Arberry traduziu cinqüenta poemas de HAFIZ (1953), A língua do
Oculto (1928); Odes de HAFIZ (1965). Nenhum outro poeta até seu tempo,
no mundo islâmico, atingiu a sua excelência como Poeta e Escritor.
Estudou a poesia de sua época além do trabalho de seus predecessores.
Seu trabalho tem um significado a ser compreendido em vários níveis, típico
da poesia de seu tempo. Sua obra prima, o Divan (Poesia), é uma coleção
de odes curtas com métrica como gazéis.
Aproximadamente aos 60 anos, seu mestre Attar, concedeu-lhe finalmente o
desejo de sua vida - a união com Deus- após quarenta dias de vigília
sentando em meio a um círculo. No quadragésimo dia de sua vigília
coincidindo com o quadragésimo aniversário do discipulado, após beber
um copo do vinho que Attar lhe serviu, alcançou a consciência ou a auto
realização ao atingir a consciência cósmica.
Deste momento em diante os poemas refletiram um consciência nova, não
estaria por muito separado de Deus e até a idade de 69 quando morreu,
compôs mais da metade de seus gazais e continuou a ensinar em seu
círculo pequeno de discípulos. Sua poesia neste tempo, expressa a
autoridade de um mestre unido com o Deus.
Em 1387, depois que Tamerlão tinha conquistado toda Pérsia, veio à Shiraz
visitar HAFIZ por 2 meses. Este foi o período mais produtivo da vida de
HAFIZ que morreu cerca de 3 anos mais tarde em Shiraz, aos 69 anos.
Neste ano (1338/1389 ou 791 a.h) sua fama foi reconhecida
publicamente, conforme os fatos que se sucederam. Seu corpo foi
enterrado nos jardins de Musalla, às margens do rio de Ruknabad em
Shiraz. O local é chamado Tumba de HAFIZ ou Hafezieh.
Os clérigos contrários à HAFIZ, recusaram permissão para um enterro
muçulmano entretanto criou-se uma uma atmosfera do conflito na
cidade.
Para resolver a controvérsia, decidiram usar a obra de HAFIZ, dividindo
seus gazais em versículos escolheram o verso 7 de Gazél #79 , que era
uma resposta mordaz de HAFIZ ao clérigo ortodoxo, conseguindo assim
a permissão desejada.
Tumba de de Saadi em Shiraz
Gazél #79 Verso 7
‫حافـظ‬ ‫جـنازه‬ ‫از‬ ‫مدار‬ ‫دریغ‬ ‫قدم‬
‫بهشت‬ ‫به‬ ‫یرود‬‌‫ر‬ ‫م‬ ‫است‬ ‫گناه‬ ‫غرق‬ ‫چه‬ ‫گر‬ ‫که‬
Neither HAFIZ’s corps, nor his life negate,
With all his misdeeds, heavens for him wait
Nem o corpo de HAFIZ, nem sua vida anulam,
com todos seus delitos, o céu que por ele espera.
Tumba de HAFIZ em Shiraz
“Deus fez uma estátua de barro. Modelou o barro à
sua semelhança. Queria insuflar alma a esta
estátua. Mas a alma não se deixa conduzir, pois
reside na sua natureza o desejo de ser volátil e
livre. Não quer estar limitada nem presa. O
corpo é uma prisão, e a alma não quer entrar
nesta prisão. Então, Deus pediu a seus anjos
que tocassem música e ao tocarem a alma se
sentiu extasiada. Queria experimentar a música
de um modo mais direto e claro, e por isso
entrou no corpo.”
HAFIZ diz assim: “As pessoas dizem que a alma,
ao escutar esta canção, entrou no corpo. Mas
na realidade a alma é a canção".
Tumba de Attar em Mashhad
Aprendi tanto
HAFIZ
Aprendi tanto com Deus
Que nem mais posso me chamar
de Cristão, Hindu, Muçulmano,
Budista ou Judeu.
A verdade tem-se repartido tanto dela comigo
que eu não posso mais me chamar
de mulher, homem, anjo
Ou mesmo pura Alma.
O Amor, o amor amigou-se tão completamente de HAFIZ,
que se tornou cinza
e libertou-me de todo conceito e imagem
que minha mente para sempre conheceu.
È o Tempo Agora
HAFIZ
Agora é o tempo de saber
Que tudo que se faz é sagrado
Porque não considerar agora
Uma paz duradoura consigo e com Deus?
Agora é o tempo de compreender
Que todas as idéias, verdadeiras ou falsas
Foram apenas as rodinhas que
Vocês treinaram, como crianças.
Que estão para serem postas de lado
Quando puderem viver finalmente com veracidade e amor
HAFIZ é um enviado divino
Em quem o Bem Amado
Escreveu uma mensagem sagrada.
Meus queridos, por favor, digam-me
Porque vocês ainda apedrejam
Seus corações e
Deus?
Que voz é essa dentro de seus corações que lhes metem medo?
È o tempo agora de o mundo saber
Que cada pensamento e ação é sagrado.
Esse é o tempo
Para que registrem a impossibilidade
De existir alguma coisa que não seja a Graça
Agora é o momento de compreender
Que tudo que se faz
È sagrado
O Grande Segredo
HAFIZ
Deus bebeu tanto Vinho ontem à noite
Tanto Vinho
Que Ele deixou um grande segredo escapar
Ele disse:
Não existe ser algum nesta terra
Que precisa de um perdão Meu –
Pois na realidade não existe esta coisa
Não existe esta coisa
De pecado!
O Bem Amado ficou totalmente Selvagem
E derramou-se, Ele próprio, para dentro de mim
Estou extasiado, embriagado e transbordante
Mundo querido.
Retira Vida de meu Doce Corpo.
Caminhantes queridos,
Venham beber sua porção de líquidos rubis
Pois Deus fez meu coração
Uma eterna fonte!
Devemos Conversar Sobre Isso
HAFIZ
Há uma linda Criatura
Morando na toca que você abriu.
Assim, de noite
Eu deixei grãos e frutas
E pequenos potes de leite e vinho
Ao lado dos montes de terra solta.
E eu sempre canto.
Mas, minha querida,
Você não sai de sua toca.
Eu me enamorei com Alguém
Que se esconde dentro de você.
Devemos conversar sobre isso
De outro modo.
Eu nunca a deixarei só.
UMA ÚNICA REGRA
HAFIZ
O céu
È um oceâno azul suspenso.
As estrela são peixes que nadam.
Os planetas são as baleias brancas
Nas quais, às vezes
Eu costumo
Montar.
O sol e toda a luz
Para sempre se fundiram em meu coração
E sobre minha Pele.
Existe uma única regra neste
Parque Nacional de Diversões.
E em todas as placas que HAFIZ já viu
Lêem-se a mesma coisa.
Elas dizem.
“Divirtan-se meus queridos;
Minhas queridas, divirtan-se
Na brincadeira divina
Do Amado.
Oh, na maravilhosa brincadeira do Amado.”
QUAL É A RAIZ?
HAFIZ
Qual
È a
Raiz de todas estas
Palavras?
Uma única coisa: amor.
Mas um amor tão profundo e doce
Que necessita se expressar
Com aromas, cores e sons
Que nunca antes
Existiram
httphttp://www.gurdjieff-ouspensky-://www.gurdjieff-ouspensky-centerscenters..orgorg
Centro de Porto Alegre - 2005Centro de Porto Alegre - 2005
Bibliografia:
www.HAFIZonlove.com
http://www.bardic-press.com/HAFIZ/excerpts.htm
http://www.geocities.com/Broadway/3367/persia.html
http://www.webislam.com/numeros/2003/211/temas/ibnarabi_iran.htm
http://www.islaternura.com/APLAYA/NoEresElUnico/H/HAFIZ
%20Junio2005/HAFIZ%20%20Biografia.htm
http://www.webislam.com/numeros/2002/162/Temas/Lengua_Invisible.htm
http://www.caroun.com/Calligraphy/aCalligraphyGeneral/Masters-
Iranian/HAFIZ.html
Fundo musical iraniana atual de Shahram Nazeri.
Poseias: CD RUMI – HAFIZ- CORA

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  • 2. Gazal em louvor de HAFIZ © Manuel Bandeira Escuta o gazal que fiz, darling, em louvor de HAFIZ: - Poeta de Chiraz, teu verso tuas mágoas e as minhas diz. Pois no mistério do mundo também me sinto infeliz. Falaste: "Amarei constante aquela que não me quis". E as filhas de Samarcanda, cameleiros e sufis Ainda repetem os cantos em que choras e sorris. As bem-amadas ingratas são pó; tu vives, HAFIZ!
  • 3. CENÁRIO Império Mongol 1123 d.C - Morre OMAR KAYAMI, aos 85 anos. 1204 d.C - Constantinopla foi saqueada pelos Cristãos da Quarta Cruzada (Venezianos) levando para Itália textos Bizantinos sobre a Grécia antiga, mais tarde copiados durante o renascimento. 1218 d.C - Temudjin, conhecido como Gengis khan ou soberano universal, no idioma mongol, liderava 2 milhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial e com a mais eficiente máquina de guerra montada até aquela data, composta de 300.000 guerreiros. Seu domínio na fronteira com o Sultanato Turco de Kharesm, ao norte da Pérsia, é local de choques de interesses entre mongóis e turcos, culminando com o massacre de comerciantes mongóis.Gengis khan envia um embaixador acompanhado por dois soldados a Samarkanda, capital do sultanato turco de Kharezm, mas o embaixador é executado a mando do Xá Aladim Mohamed II que envia os dois soldados de volta com as barbas raspadas numa expressão máxima de humilhação naquela cultura. Em resposta, o imperador mongol inicia os preparativos para uma longa marcha pelos desfiladeiros do Himalaia, abrindo estradas para conduzir suas máquinas de guerra e ataca a região Trans oxiana (região do rio Oxo, o atual Amu-Daria, que desemboca no Mar de Aral).
  • 4. 1256 d.C - A dinastia dos Ilkhanidas (1256-1336) descendente de Gengis Khan reinam na Pérsia e Iraque. A Pérsia era uma província denominada Ilkhanado, ou seja, Kanado submisso, neste caso ao Grande Khan. Nesta época havia uma disputa entre os Kans da Pérsia, Mongólia e China pelo poder central, que foi vencida por Kublai em 1260. Obcecado pela civilização Chinesa, tão logo se tornou Kahn dos Kahns, mudou a capital do Império de Caracórum (na Mongólia) para Pequim, onde estudara. Caracórum era uma espécie de grande quartel general quando Pequim já era a capital cultural do Império, mas com sua transformação de Pequin em capital política, o Império Mongol assumia uma postura totalmente voltada para os assuntos da China e as regiões mais distantes, como a Pérsia e a Rússia tornavam-se Kanados independentes. Dinastias efêmeras na Pérsia se prolongaram até a invasão turca dos Seljucidas ( eram um tribo de nômades conduzidos por Seljuque, que se instalaram perto de Bucara (agora no Uzbequistão) no final dos anos 900. 1274 d.C - Morre Djelal-ud-Din-Mohamed-RUMI. 1280 d.C - Morreu Farid-ud-din-ATHAR (*+-1226, Khorassan-+1280) durante invasão de Mongóis. Barreiras Naturais
  • 5. 1283 d.C - Marco, Niccolo e Matteo Polo tomaram o rumo de Veneza, após 24 anos de ausência, via Pérsia, Armênia (Cilícia) e Constantinopla, chegando em Veneza em 1295. A Iniciativa ocorre depois do retorno da Cochinchina (Indochina / Vietnã) vendo que o império de Kublai Khan declinava, aproveitaram a condução oferecida por uma expedição que seguia para a Pérsia. A viagem de volta inicia com 14 barcos e 2600 pessoas, das quais 600 morrem antes de chegar a Pérsia, uma princesa Tártara com destino à Pérsia, é escoltada à pedido de Kublai Khan. 1291 d.C - Morre o poeta persa SAADI, aos 107 anos. 1295 d.C - Os Khans (Emires) da Pérsia inclinaram-se ao cristianismo Nestoriano e mais tarde adotam o islamismo. 1300 d.C - Ghazan Khan (1294-1304) imperador mongol da Pérsia, toma Sultanato de Iconiun (Koniah) e submete Cáucaso. 1304 d.C - Nasce Francisco PETRARCA. 1317/20 d.C - Nasce SHANS-UD-DIN MOHAMED (HAFIZ) maior poeta lírico da Pérsia. Mongóis
  • 6. 1336 d.C - Timur-i-Lenk, ou "Timur, o Coxo" (Tamerlão), caudilho mongol, conquistou o Turquestão, Pérsia e Ásia Menor. Seu império abarcou desde a muralha da China até Moscou e a Índia. Nascido no Kanado Chagatai, um dos 4 reinos derivados do império formado pelo conquistador Gengis Kanh, morto em 1227 que em vida dividiu seu império como herança a seus 4 filhos. Ogodei ficou com o norte da China, Chagatai com a Ásia Central, Tolui com a Mongólia e o primogênito Jochi (Djoudji)|) com o Cazaquistão e a Sibéria Ocidental. Porém poucos meses antes de seu pai Jochi também faleceu. Seus domínios foram divididos entre seus filhos Orda e Batu (fundador do Kanado da Horda Dourada, também conhecido como Horda de Ouro ou Zolotaya Orda, em russo. . O reino de Chagatai abrangia a Trans oxiana e parte do Turquestão, e tinha como principais cidades Samarkanda e Bucara. O reino de Chagatai viu seu apogeu sob a liderança de Tamerlão, quando expandiu seu território das fronteiras da Anatólia (Turquia) e da Síria a leste e Déli a oeste, do Turquestão e do sul da Rússia ao norte e a Pérsia ao sul.
  • 7. 1340/44 d.C - Nasce GEOFFREY CHAUCER 1387 d.C - Timur-i-Lenk (Tamerlão) conquista reino dos Mozafferides com Ispahan e Shiraz. 1405 d.C - Morre Tamerlão e seu império foi dividido entre 4 filhos e netos, que fundaram dinastias na Pérsia, Trans oxiana (em torno das cidades de Samarkanda e Bukara) e Afeganistão ocorrendo a dissolução do império mongol Pérsa. Shiraz e Yazd ShirazShiraz YazdYazd
  • 8. HAFIZ HAFIZ nasceu na região centro sul da Pérsia (Iran), na cidade de Isfahan, próximo a Yazd, entre 1317 e 1320 (ou 712-727 a.h), de família simples, quando criança foi conhecido como Shams-ud-din Mohamed. Em 1326 seu pai Baha-ud-Din, que era comerciante de carvão, mudou-se com a família para a cidade de Shiraz, capital da província de Fars, mas quando HAFIZ era ainda uma criança quando seu pai faleceu deixando esposa e três filhos, o mais novo era HAFIZ. HAFIZ viveu em um momento político conturbado, embora a cidade de Shiraz tenha escapado dos piores resultados das invasões Mongóis e Tártaras. Com a morte do pai, um comerciante de carvão, a família herdou muitas dívidas, HAFIZ, sua mãe os irmãos foram viver com seu tio, chamado também Saadi, dono de uma padaria. HAFIZ saía da escola para trabalhar em uma loja e depois na padaria do tio. Shiraz e Yazd ShirazShiraz YazdYazd
  • 9. HAFIZ teve uma boa educação, sendo fluente em árabe e persa, memorizou o Corão escutando recitações do seu pai, ainda pequeno, que o levou a receber o título de “HAFIZ” (preservador, Guardião, ou ainda, quem memorizou o Corão na totalidade). Recebeu o título de Khajeh (Mestre) Shams-ud-din Mohamed HAFIZ Shirazi, outras variações da soletração são: Al-Din Muhammad Hafez Shirazi dos Shams de Khwajeh, ou Ud-Din Mohamed HAFIZ Shirazi dos Shams de Khwaje. HAFIZ provou ter um talento prodigioso para a literatura e foi introduzido também aos outros grandes poetas Sufis tais como Rumi , Farid - o Ud-Din Attar e Saadi, esse ultimo considerado um herói de que memorizou também muitos dos trabalhos . Os Sufis cantaram seus temas em refinadas poesias; adoravam a Deus e invocavam Suas bênçãos e Sua ajuda com a mais comovedora prosa rimada. Entre os poetas, o primeiro lugar pertence a Ibn al Farid (632/1235). Depois vêm Saadi, HAFIZ e Jalal Al Din Al Rumi, cujo Masnawi é também uma enciclopédia de conhecimentos religiosos e éticos. HAFIZ foi contemporâneo de personagens notáveis do século XIV, tal como CHAUCER e PETRARCA. Ralph Waldo Emerson (1803-1882) observou que "HAFIZ é um poeta para poetas. Tabriz
  • 10. Os grandes poetas-místicos como RUMI, KABIR, GOETHE, RILKE e WHITMAN “aceitam” ou “afirmam” o mundo, em sua beleza sobrenatural, apesar do lastro de horror e estranheza que traz eventualmente consigo a condição humana, assim como HAFIZ. Seus poemas celebram os prazeres do vinho, a casa e o amor na corte de Shiraz. Em um plano mais profundo, segundo alguns especialistas, reflete também sua absoluta devoção, como sufi, a união com a divindade. Assim mesmo satiriza a hipocrisia dos líderes religiosos muçulmanos. Com uma mente brilhante, contudo teve que trabalhar primeiramente como copista sendo alguns de seus trabalhos ainda preservados, e foi aprendiz de padeiro antes de ser protegido pela corte. Mais tarde foi professor e escritor de teologia islâmica na faculdade de Shiraz. Seu primeiro poema foi a finalização de um poema começado por seu o tio e o primeiro testemunho da obra literária de HAFIZ é o prefácio da primeira coleção de seus poemas. Escrita por um amigo chamado Muhammad Gulandam, foi o primeiro à coletar todo o trabalho de HAFIZ. Gulandam elogia o gênio de HAFIZ, a sua importância, lista suas preocupações, seu estudo diligente do Corão e o comparecimento constante diante do rei vivenciando várias situações que permitiram coletar e editar sua poesia. Príncipe ouvindo música Miniatura do Divan de HAFIZ. Guache e ouro sobre papel Pérsia, Tabriz, c. 1625
  • 11. Mohamed Gulandam escreveu um prefácio em 813 ªh, ou seja, 1410 d.C, cerca de 21-22 anos após a morte de HAFIZ e explica que, apesar dos pedidos repetidos de HAFIZ para não escrever, alegando a falta da apreciação da parte de seus contemporâneos e as perseguições que sofreria, coleta todos seus poemas em um volume. Como todos os poetas persas da idade média, HAFIZ era um poeta da corte e dependente da boa vontade de seu patrão, Abu Ishak. A dinastia Abássida, fundada por Abbas, tio de Maomé foi a terceira dinastia muçulmana do Oriente, a mais famosa e a mais duradoura do Islam, era Sunita e perseguia todos aqueles que não seguissem exatamente a Sunna do Profeta, ou seja, todos os não Sunitas, seriam perseguidos implacavelmente, tanto por meio de armas, quanto através da propaganda do Estado, mas foi sob esta dinastia que foram produzidos os principais legados do mundo Árabe: obras literárias, como "As mil e uma noites"; Mesquitas gigantescas, túmulos igualmente majestosos; a tradução das antigas obras Gregas (Platão, Aristóteles, Sófocles, Aristófanes, Tales, Arquimedes, Pitágoras, Homero...) que estavam perdidas na memória Européia, resgatadas pelos Árabes através da memória Persa, mantida devido à helenização da Ásia proporcionada por Alexandre, o Grande; Como Xiita, HAFIZ precisou ter cuidado com o que escrevia e esta foi a fase "de Romantismo espiritual" em sua poesia. HAFIZ
  • 12. Aos 30 anos HAFIZ teve reconhecido seus talentos poéticos, e foi convidado para a corte “Sunita” de Indju, Vizier de Shiraz sob a dinastia Muzaffarid, hostil aos Xiitas, mas isso não impediu que terminasse suas composições mais maduras. Embora durante estes anos sua fama se espalhasse através do mundo islâmico, declinou de todos os convites de outras cortes. Nomeado poeta da corte, teve durante certo período a proteção de vários governantes de Shiraz, que criaram uma cátedra de exegese islâmica na faculdade de Shiraz. Aos 33 anos, Mubariz Muzaffar capturou a cidade de Shiraz, e entre suas várias ações, retirou HAFIZ de sua posição do professor de estudos do Corão na faculdade. Neste tempo escreveu poemas do protesto. Quando Shah Shudja depôs seu pai e governou Shiraz (1358-1384), HAFIZ beneficiou-se com o “favor esporádico” ao ser empossado como professor na faculdade e começa sua fase do espiritualidade sutil na poesia. Aos 40 anos caiu em desgraça diante da corte (1368) e ficou praticamente o resto da sua vida fora dos círculos do poder. Miniatura do Divan de HAFIZ. Guache e ouro sobre papel, Tabriz, c. 1625
  • 13. Aos 48 anos fugiu de Shiraz para sua segurança, e entrou em exílio auto-imposto em Isfahan onde escreve poemas para Shakh-e Nabat, e para seu mestre espiritual chamado Attar. Seu mestre era pouco conhecido em Shiraz, não confundir com Farid-Ud-din Attar de Neishabour - que o precedeu por dois séculos. Aos 52 anos é convidado por Shah Shuja para retornar à corte de Shiraz e termina seu auto-exílio, sendo restabelecido seu cargo de professor na faculdade de Shiraz. Havia outra força religiosa subjacente a poesia de HAFIZ, o Sufismo. Um movimento místico que cresceu no Islam enquanto a civilização estava entrando em decadência. No século X torna-se um sistema elaborado e simbólico, com a permissão poética para aqueles tempos conturbados. O simbolismo dos Sufis teve os momentos mais brilhantes na história do Islam e na literatura mesmo permanecendo espiritualizada e refinada atraia as pessoas. Divan de HAFIZ, edição inglesa.
  • 14. A tendência do Sufismo é panteísta. Cada alma humana é uma partícula do absoluto divino, e o místico visa uma união completa com o divino. Esta união é alcançada no conhecimento que o ser humano é, ele mesmo, a realidade final, objetivo mais elevado alcançável somente se abandonado as restrições e normas da religião. As fontes do Sufismo no islam eram exteriores incluindo o Zoroastrismo, Magia, Cristianismo Nestoriano, Neoplatonismo grego, e Budismo indiano. Quando os árabes conquistaram Pérsia no século VII, encontraram uma civilização muito mais velha e mais complexa do que a sua. Muitos de seus elementos sobreviveram nas seitas do islam e outros movimentos mais esotéricos como o Sufismo, a maioria exerceu alguma influência em HAFIZ. Como outros poetas Sufis , HAFIZ tece temas da ambigüidade em seus poemas. Sua obra ficou caracterizada pelo amor à natureza e as imagens seculares como os prazeres do vinho e do amor, as imagens incomuns e as exatas descrições da vida cotidiana da época. A obra intitulada Diwan, abrange mais de 500 poemas líricos curtos, chamados gazéis na tradição poética islâmica. Revitalizou o Gazél e aperfeiçoado-o como uma forma de poesia. Manuscrito de HAFIZ
  • 15. A tradição, baseada provavelmente nas referências dos gazéis sugerem que HAFIZ casou e teve filho. A possibilidade de seu casamento é baseada também nas sugestões encontradas em gazéis individuais. Um gazél parece referir-se à morte da esposa, outra à morte de um filho. HAFIZ, “intérprete dos mistérios” ou “a língua do oculto”, não deixou muitos registros históricos, mas existem muitas lendas sobre HAFIZ, a mais famosa é como segue. Quando tinha vinte um anos, e trabalhava como um padeiro, HAFIZ entregava o pão em um bairro próspero de Shiraz. Em 1341, ao fazer suas entregas, viu uma mulher bonita e, naturalmente, teve um amor impossível. Tornou-se assim, aos 21 anos, encantado com esta mulher chamada Shakh-e Nabat e não podia pensar em nada mais. Não era fisicamente atrativo, nem como os jovens dos bairros ricos, tinha pouca possibilidade de sucesso na corte à amada. Então HAFIZ começou a escrever poemas sobre a amada, e os poemas circularam tornando-se populares em Shiraz. Ainda assim o amor não correspondido continuava tão impossível como antes, mesmo ela sabendo de sua poesia. HAFIZ
  • 16. Incapaz de viver sem seu amor, HAFIZ resolveu empreender um vigília de 40 noites no túmulo do baba Kuhi ' . Babu Kuhi era um poeta famoso que prometera cumprir 3 desejos de qualquer um que permanecesse acordado por 40 noites em seu túmulo. Na primeira noite HAFIZ teve uma visão do anjo Gabriel. Encantou-se com sua beleza e resolveu procurar o Deus, que pela natureza, seria infinitamente mais bonito do que todas as formas humanas. Gabriel revelou-lhe então onde poderia encontrar um mestre espiritual que pudesse lhe conduzir para este Deus. Este mestre era Mohamed Attar, que vivia em Shiraz, então procurou Attar e transformou-se seu discípulo. Desta ocasião em diante HAFIZ produziu centenas de poemas que expressaram a procura da união com o divino. Sua poesia tornou-o famoso e ganhou o respeito e o amor de muitos habitantes de Shiraz. Entretanto, sua poesia não agradou os governantes muçulmanos ortodoxos. Por causa disto HAFIZ teve que sair duas vezes às pressas de Shiraz, e em algumas ocasiões, permaneceu vivo somente por causa de sua sagacidade afiada. Caligrafia de Massoud Karimaei
  • 17. HAFIZ escreveu aproximadamente 5.000 poemas, embora haja alguma disputa sobre a autenticidade de alguns poemas entretanto, cerca de 600 poemas são atribuídos a HAFIZ, a maioria deles místicos e líricos. Escreveu cerca de 500 gazais, 42 Rubaiyees, escritos num período de 50 anos. HAFIZ compunha somente quando inspirado pela divindade e calcula-se ter escrito uma média de 10 Gazais/ano. Seu foco era escrever uma poesia digna do amor. O Gazél tem origem oriental, tendo sido consagrado, no século XV, por HAFIZ. Consta que Goethe o tenha introduzido na Europa. Seus temas são, normalmente eróticos ou místicos. Basicamente, é composto de 14 ou 15 versos, ligados por rimas. Os dois primeiros versos rimam, e essa rima dita as demais rimas dos versos pares seguintes Em 1819, quando Goethe namora Mariana Von Willemer, jovem de 18 anos, mulher de seu amigo Von Willemer, escreveu West-östlicher Divan ("Divã do Leste e Oeste"-1819) obra impregnada de formas e imagens orientais, inspirada na versão dos poemas persas de HAFIZ, traduzidos pelo Barão Joseph von Hammer-Purgstall (1774-1856), um renomado orientalista e diplomata austríaco. Passargada ou "os acampamentos de Persepolis" situado à 134 quilômetros de Shiraz.
  • 18. Gertrude L. Bell traduziu poemas do Divan de HAFIZ (1897, reeditado em 1928), A. J. Arberry traduziu cinqüenta poemas de HAFIZ (1953), A língua do Oculto (1928); Odes de HAFIZ (1965). Nenhum outro poeta até seu tempo, no mundo islâmico, atingiu a sua excelência como Poeta e Escritor. Estudou a poesia de sua época além do trabalho de seus predecessores. Seu trabalho tem um significado a ser compreendido em vários níveis, típico da poesia de seu tempo. Sua obra prima, o Divan (Poesia), é uma coleção de odes curtas com métrica como gazéis. Aproximadamente aos 60 anos, seu mestre Attar, concedeu-lhe finalmente o desejo de sua vida - a união com Deus- após quarenta dias de vigília sentando em meio a um círculo. No quadragésimo dia de sua vigília coincidindo com o quadragésimo aniversário do discipulado, após beber um copo do vinho que Attar lhe serviu, alcançou a consciência ou a auto realização ao atingir a consciência cósmica.
  • 19. Deste momento em diante os poemas refletiram um consciência nova, não estaria por muito separado de Deus e até a idade de 69 quando morreu, compôs mais da metade de seus gazais e continuou a ensinar em seu círculo pequeno de discípulos. Sua poesia neste tempo, expressa a autoridade de um mestre unido com o Deus. Em 1387, depois que Tamerlão tinha conquistado toda Pérsia, veio à Shiraz visitar HAFIZ por 2 meses. Este foi o período mais produtivo da vida de HAFIZ que morreu cerca de 3 anos mais tarde em Shiraz, aos 69 anos. Neste ano (1338/1389 ou 791 a.h) sua fama foi reconhecida publicamente, conforme os fatos que se sucederam. Seu corpo foi enterrado nos jardins de Musalla, às margens do rio de Ruknabad em Shiraz. O local é chamado Tumba de HAFIZ ou Hafezieh. Os clérigos contrários à HAFIZ, recusaram permissão para um enterro muçulmano entretanto criou-se uma uma atmosfera do conflito na cidade. Para resolver a controvérsia, decidiram usar a obra de HAFIZ, dividindo seus gazais em versículos escolheram o verso 7 de Gazél #79 , que era uma resposta mordaz de HAFIZ ao clérigo ortodoxo, conseguindo assim a permissão desejada. Tumba de de Saadi em Shiraz
  • 20. Gazél #79 Verso 7 ‫حافـظ‬ ‫جـنازه‬ ‫از‬ ‫مدار‬ ‫دریغ‬ ‫قدم‬ ‫بهشت‬ ‫به‬ ‫یرود‬‌‫ر‬ ‫م‬ ‫است‬ ‫گناه‬ ‫غرق‬ ‫چه‬ ‫گر‬ ‫که‬ Neither HAFIZ’s corps, nor his life negate, With all his misdeeds, heavens for him wait Nem o corpo de HAFIZ, nem sua vida anulam, com todos seus delitos, o céu que por ele espera. Tumba de HAFIZ em Shiraz
  • 21. “Deus fez uma estátua de barro. Modelou o barro à sua semelhança. Queria insuflar alma a esta estátua. Mas a alma não se deixa conduzir, pois reside na sua natureza o desejo de ser volátil e livre. Não quer estar limitada nem presa. O corpo é uma prisão, e a alma não quer entrar nesta prisão. Então, Deus pediu a seus anjos que tocassem música e ao tocarem a alma se sentiu extasiada. Queria experimentar a música de um modo mais direto e claro, e por isso entrou no corpo.” HAFIZ diz assim: “As pessoas dizem que a alma, ao escutar esta canção, entrou no corpo. Mas na realidade a alma é a canção". Tumba de Attar em Mashhad
  • 22. Aprendi tanto HAFIZ Aprendi tanto com Deus Que nem mais posso me chamar de Cristão, Hindu, Muçulmano, Budista ou Judeu. A verdade tem-se repartido tanto dela comigo que eu não posso mais me chamar de mulher, homem, anjo Ou mesmo pura Alma. O Amor, o amor amigou-se tão completamente de HAFIZ, que se tornou cinza e libertou-me de todo conceito e imagem que minha mente para sempre conheceu.
  • 23. È o Tempo Agora HAFIZ Agora é o tempo de saber Que tudo que se faz é sagrado Porque não considerar agora Uma paz duradoura consigo e com Deus? Agora é o tempo de compreender Que todas as idéias, verdadeiras ou falsas Foram apenas as rodinhas que Vocês treinaram, como crianças. Que estão para serem postas de lado Quando puderem viver finalmente com veracidade e amor HAFIZ é um enviado divino Em quem o Bem Amado Escreveu uma mensagem sagrada. Meus queridos, por favor, digam-me Porque vocês ainda apedrejam Seus corações e Deus? Que voz é essa dentro de seus corações que lhes metem medo? È o tempo agora de o mundo saber Que cada pensamento e ação é sagrado. Esse é o tempo Para que registrem a impossibilidade De existir alguma coisa que não seja a Graça Agora é o momento de compreender Que tudo que se faz È sagrado
  • 24. O Grande Segredo HAFIZ Deus bebeu tanto Vinho ontem à noite Tanto Vinho Que Ele deixou um grande segredo escapar Ele disse: Não existe ser algum nesta terra Que precisa de um perdão Meu – Pois na realidade não existe esta coisa Não existe esta coisa De pecado! O Bem Amado ficou totalmente Selvagem E derramou-se, Ele próprio, para dentro de mim Estou extasiado, embriagado e transbordante Mundo querido. Retira Vida de meu Doce Corpo. Caminhantes queridos, Venham beber sua porção de líquidos rubis Pois Deus fez meu coração Uma eterna fonte!
  • 25. Devemos Conversar Sobre Isso HAFIZ Há uma linda Criatura Morando na toca que você abriu. Assim, de noite Eu deixei grãos e frutas E pequenos potes de leite e vinho Ao lado dos montes de terra solta. E eu sempre canto. Mas, minha querida, Você não sai de sua toca. Eu me enamorei com Alguém Que se esconde dentro de você. Devemos conversar sobre isso De outro modo. Eu nunca a deixarei só.
  • 26. UMA ÚNICA REGRA HAFIZ O céu È um oceâno azul suspenso. As estrela são peixes que nadam. Os planetas são as baleias brancas Nas quais, às vezes Eu costumo Montar. O sol e toda a luz Para sempre se fundiram em meu coração E sobre minha Pele. Existe uma única regra neste Parque Nacional de Diversões. E em todas as placas que HAFIZ já viu Lêem-se a mesma coisa. Elas dizem. “Divirtan-se meus queridos; Minhas queridas, divirtan-se Na brincadeira divina Do Amado. Oh, na maravilhosa brincadeira do Amado.”
  • 27. QUAL É A RAIZ? HAFIZ Qual È a Raiz de todas estas Palavras? Uma única coisa: amor. Mas um amor tão profundo e doce Que necessita se expressar Com aromas, cores e sons Que nunca antes Existiram
  • 28. httphttp://www.gurdjieff-ouspensky-://www.gurdjieff-ouspensky-centerscenters..orgorg Centro de Porto Alegre - 2005Centro de Porto Alegre - 2005 Bibliografia: www.HAFIZonlove.com http://www.bardic-press.com/HAFIZ/excerpts.htm http://www.geocities.com/Broadway/3367/persia.html http://www.webislam.com/numeros/2003/211/temas/ibnarabi_iran.htm http://www.islaternura.com/APLAYA/NoEresElUnico/H/HAFIZ %20Junio2005/HAFIZ%20%20Biografia.htm http://www.webislam.com/numeros/2002/162/Temas/Lengua_Invisible.htm http://www.caroun.com/Calligraphy/aCalligraphyGeneral/Masters- Iranian/HAFIZ.html Fundo musical iraniana atual de Shahram Nazeri. Poseias: CD RUMI – HAFIZ- CORA

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